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Transformação Digital
Conteudista/s
Wylliams Barbosa Santos (conteudista, 2023).
Enap, 2023
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
Módulo 1: Conhecendo a Lean Inception............................................................... 6
Unidade 1: As Origens da Lean Inception ............................................................ 6
1.1 Histórico e Origem ..................................................................................................... 6
Contextualizando o Surgimento ..................................................................................... 8
Referências ...................................................................................................................... 13
Se você está aqui provavelmente é porque está interessado por promover a Transformação
Digital dentro da Administração Pública e busca uma ferramenta que ajude a garantir
tanto o engajamento do time quanto que as pessoas tenham um amplo entendimento
dos projetos, não é mesmo?
Nesse curso, você terá acesso a conhecimentos teóricos e práticos a respeito dessa técnica
colaborativa que visa identificar e definir projetos de forma enxuta, rápida e eficiente.
Isso será feito por meio de atividades estruturadas e priorização de funcionalidades
importantes. Siga nesta jornada de estudos e aprenda como otimizar processos e
promover a inovação na sua organização!
Bons estudos!
Objetivo de aprendizagem
O tema da Transformação Digital (TD) tornou-se muito popular nos últimos anos,
mobilizando as organizações a repensarem suas crenças, valores e comportamentos;
seus modelos de negócio e estratégias; seus produtos e serviços; e suas práticas de
gestão e produção, além do relacionamento que cultivam com a sociedade.
No livro Lean Game Development (2017), Rosenfield enfatiza que o objetivo principal da
Lean Inception é definir o escopo do que está sendo criado, para que a equipe tenha
uma visão clara do caminho a ser seguido, geralmente através do Canvas MVP.
Contextualizando o Surgimento
Ambiente VUCA.
Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
É nesse contexto que surgem os Métodos Ágeis, os quais representam uma “forma
de planejar e entregar o projeto em partes, de forma incremental, gerando valor
para a organização ou para o cliente em períodos curtos, em vez de planejar tudo e
entregar de uma só vez no final” (CAMARGO; RIBAS, 2019, p. 114).
De modo complementar, o Manifesto Ágil (veja aqui) surgiu como uma resposta
aos problemas enfrentados pela engenharia de software, sobretudo às questões de
mudanças de requisitos e à complexidade dos novos sistemas. Assim, os Métodos
Ágeis ganharam cada vez mais espaço no mercado de tecnologia da informação.
mercado de tecnologia da informação.
Em seu livro Lean Inception: Como alinhar pessoas e construir o produto certo, Paulo
Caroli, facilitador de Inception, relata o motivo que o fez repensar a maneira que
ela era realizada. Desde 2006, ao ingressar no time da ThoughtWorks — empresa
de consultoria referência em Métodos Ágeis — ele percebeu que os projetos Ágeis
iniciavam de forma parecida: o time se reunia de duas a quatro semanas e participava
de diversas atividades antes de começar a entregar o trabalho.
Segundo o autor, esse formato de Inception funcionou bem até o ano de 2011, período
em que se tornou pai. Ele sentiu que seria necessário adaptar essa etapa, já que agora
Em sua primeira viagem depois do nascimento do seu primeiro filho, num voo de
São Paulo a São Francisco em que lia o The Lean Startup, de Eric Ries, ele encontrou a
maneira perfeita para reduzir a duração das Inceptions.
O autor criou um planejamento com foco apenas no MVP, com uma Inception mais
enxuta. Assim, as reuniões tradicionais viraram o workshop Lean Inception, uma
sequência enxuta de tarefas com referências do Design Thinking e da Lean Startup.
Veja na ilustração a seguir a relação entre as duas metodologias que serviram como
base da Lean Inception.
Você chegou ao fim desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos . Até a próxima!
BRIZARD, T. Challenges with Estimations. In: Broken Agile. Berkeley, CA: Apress, 2015.
BROWN, Tim. Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das
velhas ideias. Rio de Janeiro: Campus, 2010.
CAMARGO, Robson; RIBAS, Thomaz. Gestão ágil de projetos. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
CAROLI, P. Lean Inception: Como alinhar pessoas e construir o produto certo, 1. ed.
Porto Alegre: Editora Caroli, 2018.
FERREIRA, B.; KALINOWSKI, M.; GOMES, M. V. de C.; MARQUES, M. C.; LOPES, H.;
BARBOSA, S. D. J. Investigating Problem Definition and End-User Involvement in Agile
Projects that Use Lean Inceptions. In: XX Brazilian Symposium on Software Quality.
New York, NY: ACM, 2021, p. 1-10.
ROSENFIELD, J. N. First Steps with Lean. In: Lean Game Development. Berkeley, CA:
Apre, 2017.
SABBAGH, Rafael. Scrum Gestão Ágil para Projetos de Sucesso. [S. l.]: Casa do Código,
2013.
Objetivo de aprendizagem
Nessa nova Inception existem duas características que trazem mudanças em relação
ao que vinha sendo realizado desde 2006.
Lean
A duração da Inception é menor, eliminando tudo o que não diz respeito ao
produto (como arquitetura, projeto etc.), deixando-a enxuta, lean;
MVP
O resultado final da Inception é o desenvolvimento de um Produto Mínimo
Viável (MVP), a partir da abordagem da Lean StartUp e do Design Thinking.
Para que você entenda a Lean Inception, é interessante que saiba que a existência
do Produto Mínimo Viável (MVP) surgiu a partir da influência da Lean StartUp e do
Design Thinking. A seguir você verá mais informações sobre eles.
Diversos livros de negócios dizem que esforço e dedicação são uma fórmula certa
para o sucesso. Infelizmente, nem sempre o início promissor acaba bem; é preciso
também de uma boa execução.
O livro Startup enxuta (do inglês, Lean Startup) de Eric Ries (2012) traz um método
que reduz o desperdício durante a criação de produtos e serviços, aumentando a
frequência de contato com clientes reais, a fim de validar a premissa do negócio o
mais rápido possível
Eric Ries propõe ainda o ciclo de feedback, que corresponde ao processo de ter
ideias, transformá-las em soluções viáveis, e mais importante validá-las com clientes
reais, o mais rápido possível. A partir do momento em que uma startup tem uma
noção clara desse processo, ou já está envolvida com esse tipo de trabalho, o
próximo passo é, então, descobrir como acelerar esse ciclo para aprender mais
rápido através do feedback dos clientes. Consequentemente, é possível identificar
oportunidades promissoras de atuação.
A partir das abordagens Lean Startup e Design Thinking, você conseguiu identificar
alguma semelhança com o Lean Inception?
Veja que é a partir dessas duas abordagens que nasceu a proposta do MVP, como
resultado da Lean Inception. Uma boa estratégia utilizada por muitas empresas
é a criação do Produto Mínimo Viável. Assim, é possível criar testes com esforços
reduzidos e melhorar o produto de acordo com a demanda.
Quer entender como isso funciona? Continue os estudos, porque este é o assunto
do próximo tópico!
Mas como saber se o produto entregue está alinhado com as reais necessidades e
expectativas dos usuários?
A Expectativa
“Henrique era um empreendedor jovem e confiante que decidiu iniciar
um projeto de desenvolvimento de um novo produto, após realizar
pesquisas de mercado e de possíveis clientes. Sua nova ideia era tão
apaixonante que ele decidiu investir e imediatamente contratou uma
equipe de designers, marketing e tecnologia para construir aquilo que
certamente impactaria o mercado".
O Desenvolvimento
Henrique era um excelente líder. Engaja-
va as pessoas do seu time e as mantinha
alinhadas com seu propósito, a ponto de
fazer inveja a muitos empreendedores.
O pessoal da sua empresa realmente
“vestia a camisa”. Após um ano de muito
esforço de todo o time, finalmente o pro-
duto estava pronto para ser comerciali-
zado. Henrique estava feliz e mal podia
esperar pelas primeiras vendas. Porém,
algo infeliz aconteceu.
Fonte: Freepik (2023).
O Resultado
O time passou várias semanas tentando colocar o produto no mercado,
mas Henrique chegou à triste conclusão de que ninguém se interessava
pelo fruto da sua brilhante ideia. As poucas pessoas que compraram
ainda reclamavam sobre problemas de qualidade. Aquele sentimento
de confiança de todo o time se transformou em profunda frustração.
A Reflexão
Henrique cometeu um grave equívoco que pode ser mortal para
projetos no mercado atual: apaixonar-se cegamente pela sua ideia
e não validar inicialmente, em pouco tempo, uma versão enxuta do
produto no mercado, desafiando e testando suas hipóteses.
E o que o Produto Mínimo Viável (MVP) tem a ver com a história que
você acabou de ler?
É válido ressaltar que MVP não significa que o produto não irá evoluir ou que suas
funcionalidades não serão incrementadas. Na verdade, é exatamente o oposto.
A ideia por trás do MVP é que o desenvolvimento seja validado e guiado a partir
dos resultados iniciais. Seguindo essa informação fica fácil perceber que, de forma
gradual e contínua, ele permite uma criação evolutiva.
Enquanto o processo de criação tradicional não fornece valor até que o projeto
esteja todo pronto, a construção do produto de forma gradual permite que as
funcionalidades validadas sejam adicionadas ao produto consolidado já existente. E
isso gera, ao longo do tempo, aumento do valor do produto, assim como minimiza
os riscos e gera dados úteis para a tomada de decisão, aprendizagem e validação.
Para você entender essas pequenas validações, pense na analogia de uma escada:
para chegar ao topo você precisa subir degrau por degrau, validando as soluções,
enquanto o estilo de criação mais tradicional só oferece a validação do todo ao final.
O MVP deve ser viável de ser criado, facilmente usável, gerar muito valor e ser incrível.
O fator “uau”, que não compõe a interseção, mas é característico do MVP, é aquilo
que diferencia o seu produto no mercado, que encanta e conquista seus usuários
de uma forma tal que os transforma em promotores orgânicos.
Muito bem! Até aqui você pôde compreender o que é o MVP e suas características
e deve ter percebido que elaborá-lo não é uma tarefa fácil! Mas a Lean Inception
existe para que, de forma gradual e colaborativa, seja possível auxiliar grupos de
pessoas a alinhar o MVP.
Como você viu anteriormente, um Produto Mínimo Viável viabiliza iniciar o processo
de aprendizado o mais rápido possível. Mas veja, não é necessariamente o menor
produto imaginável; é simplesmente a maneira mais rápida de começar a aprender
como construir um negócio sustentável com o mínimo de esforço.
Processo de Aprendizagem
Ao contrário do desenvolvimento tradicional de produtos, que geralmente
envolve um longo e cuidadoso período de incubação e busca a perfeição
do produto, o objetivo do MVP é iniciar o processo de aprendizado e não
o encerrar.
Quer ver como os MVPs são mais comuns do que você imagina?
Dropbox
O Desafio
Spotify
• Tecnologia disponível
Amazon
A maioria das pessoas sabe que a Amazon começou como uma livraria
online. Mas você sabia que Jeff Bezos, fundador da empresa, começou
comprando livros de distribuidoras e enviando-os aos clientes toda vez
que sua loja online recebia um pedido?
Groupon
Atenção ao time-to-market.
Fonte: Freepik (2023).
AdWords Express
Case Airbnb.
Fonte: Freepik (2023).
Para emergir como uma plataforma viável e com massa crítica de usu-
ários oferecendo e usando quartos, o Airbnb precisava fazer duas coi-
sas. Veja a seguir:
Atrair Usuários
O serviço precisava atrair usuários suficientes para sua plataforma
específica, para que a oferta e a demanda pudessem ser atendidas
em qualquer local.
Muitas plataformas exigem uma rede enorme para decolar, mas podem
começar pequenas, iniciando primeiro como um MVP. A AngelList, uma
plataforma americana para startups, investidores anjos e candidatos
a emprego que procuram trabalhar em startups é um ótimo exemplo.
Se o tipo de oferta que você deseja criar for adequado como um Produto Mínimo
Viável (MVP), vale a pena seguir esse caminho. Se sua ideia tiver menos sucesso
com os usuários do que você esperava, pode mudá-la antes de desperdiçar uma
grande quantidade de recursos. Além disso, se a ideia for viável, usar um modelo
MVP permitirá que você leve em consideração as opiniões dos usuários nos estágios
iniciais do design.
Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de testar seus conhecimentos.
Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons
estudos!
BRIZARD, T. Challenges with Estimations. In: Broken Agile. Berkeley, CA: Apress, 2015.
BROWN, Tim. Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das
velhas ideias. Rio de Janeiro: Campus, 2010.
CAMARGO, Robson; RIBAS, Thomaz. Gestão ágil de projetos. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
CAROLI, P. Lean Inception: Como alinhar pessoas e construir o produto certo., 1. ed.
Porto Alegre: Editora Caroli, 2018.
FERREIRA, B.; KALINOWSKI, M.; GOMES, M. V. de C.; MARQUES, M. C.; LOPES, H.;
BARBOSA, S. D. J. Investigating Problem Definition and End-User Involvement in Agile
Projects that Use Lean Inceptions. In: XX Brazilian Symposium on Software Quality.
New York, NY: ACM, 2021, p. 1-10.
ROSENFIELD, J. N. First Steps with Lean. In: Lean Game Development. Berkeley, CA:
Apre, 2017.
SABBAGH, Rafael. Scrum Gestão Ágil para Projetos de Sucesso. [S. l.]: Casa do Código,
2013.
Neste módulo você terá a oportunidade de conhecer a parte prática da Lean Inception.
Você aprenderá sobre as atividades e dinâmicas que ocorrem na preparação e
durante o workshop Lean Inception. Este módulo possui duas unidades:
Bons estudos!
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade você será capaz de esclarecer sobre atividades de organização
para preparar um workshop Lean Inception.
Workshop Lean.
Fonte: Freepik (2023).
Alguns elementos são fundamentais para que a Lean Inception possa cumprir esses
papéis, como: a colaboração, os ambientes e ferramentas, a técnica estacionamento
de ideias e as agendas (burn-up e agenda da semana).
Das atividades mencionadas, a Zip Zap Zoom é um bom começo para a reunião,
especialmente para novas equipes. Isso porque ela traz energia para a sala e a
dinâmica da atividade ajuda os participantes a lembrar os nomes uns dos outros.
2 As regras são explicadas aos participantes: cada participante deve, por sua
vez, dar um comando verbal e apontar para um receptor. O comando verbal
deve ser um dos seguintes:
De acordo com Caroli, essa atividade não é apenas um bom energizador, mas
também estimula os participantes a se concentrarem e os ajuda a lembrar os nomes
uns dos outros.
Que tal deixar essa dinâmica ainda mais divertida? Uma sugestão é anotar quando
algum participante executar três vezes um comando errado. Você pode, por exemplo,
sugerir que esta pessoa tenha que comprar um lanche ao grupo. Essa é uma ótima
estratégia de gamificação, tornando a dinâmica ainda mais atraente.
Formato presencial:
no formato presencial, essa sala deve conter mesa e parede com espaço
limpo, além de flip charts, cartões, post-its coloridos, papéis e canetas para
todos os participantes.
Formato remoto:
adotado mais recentemente, algumas ferramentas podem ser utilizadas
para o compartilhamento de arquivos, comunicação em tempo real,
compartilhamento de mensagens assíncronas, organização das tarefas,
colaboração visual e realização de retrospectivas.
Estacionamento de Ideias
Dessa forma, um espaço no mural onde estão sendo salvas as anotações deve ser
destinado a ideias que devem ficar “estacionadas” e que podem ser revistas ao final,
no sentido de verificar se elas podem ou não ser úteis.
Estacionamento de ideias.
Fonte: Nobre (2019).
Como a Lean Inception consiste em uma metodologia formada por diversas atividades
que precisam ser realizadas em um curto espaço de tempo, é fundamental que a
equipe faça uso de agendas para que tenham conhecimento dos prazos que são
destinados para a consecução de cada uma das atividades.
Existem dois tipos de agendas que são utilizadas na metodologia Lean Inception: a
burn-up e a agenda da semana.
Agenda Burn-up
4 Anote em post-it separados os blocos de tempo da sua Lean Inception (como ela
geralmente dura uma semana, os blocos de tempo são definidos como: segunda-
manhã, segunda-tarde, terça-manhã etc.);
6 Desenhe uma seta (vertical, para cima) em outro post-it e coloque-a no início do
tempo (ex.: segunda-manhã).
Veja que o eixo vertical é definido pela quantidade de tópicos ou atividades a serem
realizadas, e é medido em unidades personalizadas para a agenda específica do
workshop. Já o eixo horizontal representa o tempo, normalmente medido em
horas ou dias.
Agenda da Semana
Embora a agenda burn-up seja muito útil para que a equipe conheça a estrutura
de sequenciamento das sessões e das atividades, e para que possam acompanhar
o progresso e o tempo de desenvolvimento delas, Caroli (2018) também sugere o
uso da agenda da semana. Veja um exemplo:
Stakeholder:
considera-se stakeholder qualquer pessoa altamente interessada no
direcionamento e no resultado da Lean Inception, mas que não tem tempo
para participar de todas as sessões, como patrocinadores, usuários finais,
jurídico, vendas e marketing.
Membro ativo:
o membro ativo é qualquer pessoa diretamente envolvida na compreensão
e implementação do produto, ou seja, são as pessoas que devem participar
ativamente em todas as sessões do workshop, como product owners,
desenvolvedores, testadores e especialistas na experiência do usuário.
Para que você tire bom proveito de um workshop Lean Inception, verifique o checklist
a seguir como um exemplo de aspectos essenciais do encontro.
Muito bem! Até aqui, você conseguiu ter uma visão mais clara do preparatório,
agenda e elementos fundamentais para a condução de uma Lean Inception. Tenha
certeza de que com as atividades e dinâmicas de preparação, você poderá obter um
workshop mais produtivo e engajador!
Você chegou ao fim desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima!
BRIZARD, T. Challenges with Estimations. In: Broken Agile. Berkeley, CA: Apress,
2015.
BROWN, Tim. Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das
velhas ideias. Rio de Janeiro: Campus, 2010.
CAMARGO, Robson; RIBAS, Thomaz. Gestão ágil de projetos. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
CAROLI, P. Lean Inception: Como alinhar pessoas e construir o produto certo, 1. ed.
Porto Alegre: Editora Caroli, 2018.
FERREIRA, B.; KALINOWSKI, M.; GOMES, M. V. de C.; MARQUES, M. C.; LOPES, H.;
BARBOSA, S. D. J. Investigating Problem Definition and End-User Involvement in Agile
Projects that Use Lean Inceptions. In: XX Brazilian Symposium on Software Quality.
New York, NY: ACM, 2021, p. 1-10.
ROSENFIELD, J. N. First Steps with Lean. In: Lean Game Development. Berkeley, CA:
Apre, 2017.
SABBAGH, Rafael. Scrum Gestão Ágil para Projetos de Sucesso. [S. l.]: Casa do Código,
2013.
WIRTH, R.; HIPP, J. Crisp-dm: Towards a standard process model for data mining.
In: SPRINGER-VERLAG. Proceedings of the 4th international conference on the
practical applications of knowledge discovery and data mining. London, UK. p.
29–39, 2000.
O workshop Lean Inception tem o objetivo principal de fazer com que a equipe
descubra e compreenda coletivamente o que vai ser desenvolvido e qual caminho
deve ser trilhado para que isso aconteça.
Para isso, o workshop possui uma sequência de atividades bem definidas, desde
a descrição da visão do produto até a elaboração do Canvas MVP para validar as
ideias de produtos. Nesta unidade você vai conhecer essas atividades e entender
como elas são realizadas pelas equipes.
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade você irá esclarecer sobre as atividades e dinâmicas desenvolvidas
durante a Lean Inception.
Veja, a seguir, algumas dessas questões que balizam a etapa de escrita da visão
do produto:
2 Cujo: qual problema precisa ser resolvido? Qual a necessidade? Qual dificuldade
esse grupo de pessoas tem?
5 Que: quais são as principais características desse novo produto? Qual é o benefício-
chave ou razão para adquiri-lo?
• Para os peladeiros
• O Easy-bola
• É um aplicativo mobile
Esclarecendo o Objetivo
Personas.
Fonte: Freepik (2023)
Os usuários, que em uma Lean Inception são chamados de personas, têm suas
características definidas a partir de um quadro com quatro quadrantes. Em cada
um deles, a equipe precisa pensar em seu apelido e em um desenho que represente
a persona, seu perfil, suas características comportamentais e suas necessidades.
Conhecendo o nome desta etapa, você consegue definir qual seu objetivo?
Mas o que fazer quando o seu time seleciona muitos objetivos e personas, fazendo
com que, consequentemente, muitas funcionalidades sejam pensadas para o MVP?
Isso fará com que a equipe perca tempo discutindo sobre funcionalidades que não
necessariamente seriam essenciais para o produto.
Nesse caso, uma forma de filtrar funcionalidades que serão de fato necessárias é
respondendo o seguinte questionamento:
Nesse sentido, Caroli (2018) propõe uma forma lúdica e colaborativa de priorizar
objetivos e/ou personas, pensando em dinheiro. Ele propõe a seguinte atividade:
2 distribua cinco post-its com “$” para cada grupo (se quiser, escolha uma cor de
post-it por grupo);
3 instrua o grupo a colocar os “$” onde acreditam que devam investir mais dinheiro
(seja em entender melhor a necessidade da persona ou em alcançar tal objetivo);
• Esforço
• Valor de Negócio
• Valor de Experiência dos Usuários (UX)
• Nível de Confiança
Nesta etapa, duas atividades são realizadas. Veja, a seguir, quais são elas.
Gráfico do semáforo.
Fonte: Caroli (2018). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Dessa forma a equipe deve escolher uma persona, identificar um objetivo para
ela e descrever sua jornada. Pode-se utilizar como ponto de partida os seguintes
questionamentos.
Durante a construção do sequenciador, para que você possa definir o que colocar
em qual onda e normalizar o tamanho delas, há algumas regras que devem ser
seguidas. Veja:
1 Uma onda pode conter, no máximo, três funcionalidades, que estarão em três
post-its diferentes.
3 Uma onda não pode conter três post-its somente amarelos ou vermelhos.
5 A soma de valor das funcionalidades não pode ser menos de quatro “$” e quatro
corações.
6 Se uma funcionalidade depende de outra, essa outra deve estar em alguma onda
anterior.
Cone da incerteza.
Fonte: Boehm et al. (1995). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
2 Dimensionar as tarefas.
4 Tirar a média.
Funcionalidades e tarefas.
Fonte: Caroli (2018). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Dimensionamento de Tarefas
Dimensionamento de tarefas.
Fonte: Caroli (2018). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
É importante ressaltar que a última atividade é inspirada na técnica Ágil de t-shirt, uma
técnica de estimativa relativa utilizada para rastrear e dar uma estimativa aproximada
de quanto tempo ou esforço uma tarefa deve levar (BRIZARD, 2015).
Funcionalidades e tarefas.
Fonte: Caroli (2018). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Desse modo, Paulo Caroli apresenta a ferramenta Canvas MVP, a última etapa do
workshop, que tem o intuito de validar ideias de produtos e questionar as existentes.
O Canvas MVP reúne elementos de Design Thinking, Lean Startup e diretrizes de
negócios (ROSENFIELD, 2017).
O Canvas MVP é dividido em sete blocos. Para utilizá-lo você deve responder a
perguntas relativas ao bloco, de preferência na ordem indicada.
2 Personas segmentadas: “Para quem é esse MVP?” “O MVP pode ser segmentado
em um grupo menor?”
7 Custo e Cronograma: “Qual é o custo e a data prevista para a entrega deste MVP?”
Como você pode observar, o Canvas MVP apresenta uma visão holística do Produto
Mínimo Viável, possibilitando que todos os colaboradores do time estejam na mesma
página no entendimento de visão, restrições, hipóteses e ameaças ao produto.
Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de testar seus conhecimentos.
Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons
estudos!
BRIZARD, T. Challenges with Estimations. In: Broken Agile. Berkeley, CA: Apress,
2015.
BROWN, Tim. Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das
velhas ideias. Rio de Janeiro: Campus, 2010.
CAMARGO, Robson; RIBAS, Thomaz. Gestão ágil de projetos. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
CAROLI, P. Lean Inception: Como alinhar pessoas e construir o produto certo, 1. ed.
Porto Alegre: Editora Caroli, 2018.
FERREIRA, B.; KALINOWSKI, M.; GOMES, M. V. de C.; MARQUES, M. C.; LOPES, H.;
BARBOSA, S. D. J. Investigating Problem Definition and End-User Involvement in Agile
Projects that Use Lean Inceptions. In: XX Brazilian Symposium on Software Quality.
New York, NY: ACM, 2021, p. 1-10.
PFLEEGER, S. L. Software Engineering: theory and practice, 2nd edition. [S. l.]:
Prentice-Hall, Inc., 2001.
ROSENFIELD, J. N. First Steps with Lean. In: Lean Game Development. Berkeley, CA:
Apre, 2017.
SABBAGH, Rafael. Scrum Gestão Ágil para Projetos de Sucesso. [S. l.]: Casa do
Código, 2013.
3 Lean Inception na
Administração Pública
Seja bem-vindo(a) ao Módulo 3 do curso Uso da Lean Inception na Transformação
Digital!
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade você será capaz de determinar o uso da Lean Inception a partir
de cases reais de aplicação na Administração Pública.
O Desafio Enfrentado
De modo a executar a missão de Política de Recursos Hídricos
em todo o território do estado Pernambucano, a equipe tem o
desafio de otimizar o processo de transporte dos servidores a
serviço da APAC que precisam se locomover por todo o Estado de
Pernambuco e por estados vizinhos.
Esse projeto foi fruto de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado entre a
SECTI, a Usina Pernambucana de Inovação e a APAC, em que os servidores inscritos
no projeto tiveram 20% da sua carga horária de trabalho semanal (equivalente a 8h/
semana) disponibilizada para o desenvolvimento do projeto ao longo dos quatro
meses esperados para sua execução.
Definição de Personas
Outra atividade que faz parte da Lean Inception é a criação de personas,
para encontrar o usuário do projeto em questão. Com o resultado, o time
conseguiu mapear os perfis dos usuários do sistema. Com essa atividade,
também foi possível gerar mais empatia e sensibilidade entre a equipe para
as necessidades de cada pessoa. Veja o exemplo da definição preliminar
de persona do projeto.
Técnica ENFN
De acordo com o mapa de jornada do usuário definida por Silva (2020), pode-se
observar que o FMDEV foi divido em 7 grandes etapas: acesso, fontes de dados,
entendimento dos dados, pré-processamento, modelagem, avaliação dos resultados
e a gestão dos modelos treinados.
Para este contexto, o eixo Y foi removido, pois houve a percepção de que o MVP do
FMDEV depende de todas as atividades incluídas nesse mapa de jornada do usuário.
Além das atividades, existe um agrupamento de maior nível considerando as etapas.
Pode-se considerar a etapa como uma grande funcionalidade, e as atividades como
as ações possíveis nessa funcionalidade, de maior granularidade.
BRIZARD, T. Challenges with Estimations. In: Broken Agile. Berkeley, CA: Apress,
2015.
BROWN, Tim. Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das
velhas ideias. Rio de Janeiro: Campus, 2010.
CAMARGO, Robson; RIBAS, Thomaz. Gestão ágil de projetos. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
CAROLI, P. Lean Inception: Como alinhar pessoas e construir o produto certo, 1. ed.
Porto Alegre: Editora Caroli, 2018.
FERREIRA, B.; KALINOWSKI, M.; GOMES, M. V. de C.; MARQUES, M. C.; LOPES, H.;
BARBOSA, S. D. J. Investigating Problem Definition and End-User Involvement in Agile
Projects that Use Lean Inceptions. In: XX Brazilian Symposium on Software Quality.
New York, NY: ACM, 2021, p. 1-10.
ROSENFIELD, J. N. First Steps with Lean. In: Lean Game Development. Berkeley, CA:
Apre, 2017.
WIRTH, R.; HIPP, J. Crisp-dm: Towards a standard process model for data mining.
In: SPRINGER-VERLAG. Proceedings of the 4th international conference on the
practical applications of knowledge discovery and data mining. London, UK. p.
29–39, 2000.