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Transcorrer clínico
Há anos mudara de sua cidade buscando desfazer uma relação amorosa que a
fizera sofrer. Depois retornou a sua cidade natal acompanhada do atual marido, o que
produziu deslocamentos.
No entanto, Ana buscou ajuda e foi observado que o bebê estava constantemente
inquieto, apresentando desconforto e agitação. O bebê exigia e, simultaneamente,
rejeitava o seio da mãe, através das reações corporais do bebê é possível notar que o
holding não ocorria suficientemente.
Para Winnicott corpo e psique podem se vincular, mas nem todos conseguem
realizar está tarefa, o que diferencia um desfecho do outro será o cuidado que a criança
recebe durante os primeiros meses de vida., o que constitui o campo psicossomático.
Assim podemos entender a importância do ambiente para o desenvolvimento
fisiológico, emocional e afetivo do bebê, tendo em vista que quando ele é cuidado por
um ambiente assim ele consegue concluir a tarefa de personalização.
A procura do bebê pelo seio de Ana e pela confirmação de sua presença física
inferem que a personalização ainda é precária e que o bebê precisa constantemente
reafirmar o seu existir, deixando claro a insuficiência do holding.
Transferência e transicionalidade
Segundo Freud, não a como escapar da transferência e é através dela que ocorre
a transformação psíquica, na medida em que por meio dela há a reatualização dos
processos inconscientes.
Para Ana e seu bebê, a terapeuta assumiu o espaço de sustentação e segurança,
dessa forma surge a necessidade de que o setting analítico constituísse um lugar de
confiança, relativo à função materna, um holding.
Jogo de espátula
Bebê - elo entre Ana e terapeuta. “por alguns minutos nós duas nos
endereçávamos ao bebê e fazíamos dele um elo entre nós, um objeto transicional
nosso.”
Assume o lugar da mãe suficientemente boa, todavia, sem trazer suas próprias
experiencias maternas e nem interpretações sobre como Ana desempenhava sua
maternidade. “escolhi ouvi-la, indagar sobre o seu cotidiano com o bebê, comentar
alguns procedimentos, e ouvir, ouvir, ouvir...” A terapeuta passa a sustentar com a sua
presença e dedicação o que Ana não estava conseguindo fazer, permitindo a abertura do
campo da transicionalidade para ambos.
Referências