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PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMAS

INTEGRADOS DE GESTÃO DA QUALIDADE,


AMBIENTE E SEGURANÇA
Análise e Prevenção de Riscos

Rui Araújo (Eng.)


ÍNDICE

1. Riscos Mecânicos
2. Riscos Físicos
3. Riscos Elétricos
4. Riscos Químicos
5. Riscos Ergonómicos
6. Incêndios
7. Sinalização

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EXPOSIÇÃO AO RUÍDO

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O que é o som

Variação de pressão detectável pelo ouvido humano

Fonte sonora
Som Transmitido

Som Absorvido Som Incidente

Som Reflectido
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O que é o som

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Pressão Sonora

Define-se como a variação de pressão atmosférica ambiente relativamente à pressão estática


atmosférica. O ouvido humano deteta sinais flutuantes no tempo que oscilam com amplitudes que
vão desde os 20µPa (limiar da audição) até aos 20 Pa.

20µPa = 0.002 g/m2 200Pa = 20.4 Kg/m2


(0 dB) (140 dB – limiar da dor)

LA,eq = nível sonoro contínuo


equivalente

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Frequência do Som

• Zona dos Infrassons (frequências


abaixo dos 20 Hz).

• Zona áudio (frequências entre os 20


Hz e os 20000 Hz).

• Zona dos Ultrassons (frequências


acima dos 20000 HZ).

Ao considerar-se um ponto de uma onda sonora verifica-se que a pressão sonora oscila um determinado número
de vezes por segundo em torno da pressão atmosférica.

Podemos assim definir FREQUÊNCIA, cuja unidade de medida é o Hertz (Hz).


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Frequência do Som

Na figura estão representados alguns exemplos de fontes de ruído,


caracterizadas por se manifestarem em gamas de frequência bem
diferenciadas

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Processo de Medição
Que instrumentos de medição

Sonómetros Dosímetros

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Efeitos do Ruído

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Efeitos do Ruído

 ≥ 30 dB(A)  Reações Psíquicas

 ≥ 65 dB(A)  Reações Fisiológicas

 ≥ 85 dB(A)  Trauma auditivo

 ≥ 120 dB(A)  Lesões irreversíveis no sistema auditivo,


com destruição de células nervosas

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Efeitos do Ruído

•Manifesta-se, primeira e predominantemente, nas frequências de 6000, 4000,


ou 3000Hz e com o agravamento da lesão, estende-se às frequencias de 8000,
2000, 1000, 500 e 250Hz, as quais levam mais tempo para serem
comprometidas.

NORMAL DANIFICADA

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Efeitos do Ruído

• Perda auditiva neurossensorial bilateral (quantitativa)


• Dificuldades para reconhecer a fala (qualitativa)
• Intolerância a sons intensos (recrutamento)
• Acúfenos (zumbidos, “tinnitus”)
• Dificuldades para localizar fontes sonoras
• Outros: tonturas, otalgias, plenitude auricular, irritabilidade, insónia

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO

• Proteção individual
• Encapsulamento
• Substituição equipamento
• Operação desfasada
Ficha Individual do Ruído
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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO

Inferior Valores de Acção Superior

LCpico
≥80 LEX,8h
<85 ≥ 135 < 137
 Assegurar a informação e, se necessário, formação adequada aos trabalhadores expostos,
assim como aos seus representantes para SHST (art. 9º, nº 1) de acordo com o descrito no
art. 9º ;

 Colocação à disposição Protectores Individuais Auditivos (art 7º, nº 2 a)) ;


 Realização de exames audiométricos de dois em dois anos (art 11º, nº 4) ;

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO

Valores de Acção Superior

LCpico
LEX,8h
≥85 ≥137 < 140
 Assegurar a informação e, se necessário, formação adequada aos trabalhadores expostos,
assim como aos seus representantes para SHST (art. 9º, nº 1) de acordo com o descrito no
art. 9º ;

 Assegura a utilização dos Protectores Individuais Auditivos, garante a utilização e controla a


sua eficácia (art. 7º, nº 2 b) e d)) ;
 Sinalização do uso obrigatório de PIA, delimitação do Posto de Trabalho e restrição do
acesso ao mesmo (art 6º, nº 4) ;

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO

Valores de Acção Superior

LCpico
LEX,8h
≥85 ≥ 137 < 140
 Verificação anual da função auditiva e a realização de exames audiométricos (art. 11º, nº 3) ;

 Periodicidade anual de avaliação dos riscos (art 5º, nº 3) ;


 Estabelecer e aplicar um programa de medidas técnicas e organizacionais que contemplem o art. 6º, nº
2 (art. 6º, nº 3) .

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO

Valores Limites de Exposição

LCpico
LEX,8h,effect
≥87 = 140

 Mantêm-se as medidas definidas para o patamar anterior;

 Tomar medidas imediatas que reduzam a exposição de modo a não exceder os VLE, identifica as
causas da ultrapassagem, corrige as medidas de protecção e prevenção de modo a evitar a ocorrência
de situações idênticas (art 8º, nº 2) .

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Informação e Formação
A correta utilização dos protetores auditivos;

Espuma

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Informação e Formação
A correta utilização dos protetores auditivos;

Borracha

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Informação e Formação
A correta utilização dos protetores auditivos;
Abafadores

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EXPOSIÇÃO ÀS VIBRAÇÕES

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO ÀS VIBRAÇÕES

Exposição aos perigos associados às vibrações:


√ Doença “White Finger” – que se traduz na perda de sensibilidade

Medidas preventivas:
√ Diminuição da exposição às vibrações;
√ Rotatividade.

Medidas de proteção:
√ Usar luvas com proteção contra as vibrações.

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO ÀS VIBRAÇÕES

Redução das vibrações na fonte:

√ Substituição ou modificação do processo;

√ Utilização de máquinas, aparelhos e ferramentas adequadas;

√ Intervenção ergonómica dos equipamentos de trabalho;

√ Dimensionamento correto, acabamentos à máquina e uma escolha correta


dos materiais;

√ Manutenção regular.

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A VIBRAÇÕES

• Pausas
• Manutenção equip.
• Seleção de percursos

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EXPOSIÇÃO ÀS RADIAÇÕES

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

Tipos de Radiação

Espectro Eletromagnético

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A VIBRAÇÕES

Fontes de Radiação Ionizante

Natural e Produzida pelo Homem

Cósmica 26.9%

Raios-X Médicos 10.9%


Vários 0.5%

Medicina Nuclear 4.0%


Produzida em actividades
individuais e domésticas 3.0%
Radão 54.7%

Vários – Resultante de testes de armamento e outros


Referência: NCRP 93, Setembro 1987 29
Radiação Natural
NORM
Naturally Occurring Radioactive Materials (NORM)
Indústria do Petróleo e Gás: Limpezas de “pipelines” incrustadas (p.e.
urânio, chumbo e tório).
Resíduos de produtos contaminados: Equipamentos de várias
indústrias, principalmente equipamentos de precisão (p.e. detectores incêndio
,medidores de espessura ind. papel, balanças de precisão).
Fabrico e uso de fertilizantes: (p.e. urânio, tório, rádio e polónio).
Libertação das rochas graníticas: Habitações de granito com fraca
ventilação (p.e. rádio/tório - radão limite 400 Bq/m3).
Queima de carvão: (p.e. urânio e tório).
Radiação Cósmica: Tripulações de voo.
Areias minerais: Poeiras em PT (p.e. Titânio e zircão).
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Irradiação

Ionização
RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

Directa Indirecta

Moléculas

Danos Celulares

Efeito genético Efeito somático


(Hereditário)
(no indivíduo)

Gerações Seguintes Imediatos Diferidos

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

 Efeitos cancerígenos na pele, resultantes em


geral da exposição prolongada à luz solar;
 Queimaduras cutâneas, de incidência e gravidade
variável, conforme a pigmentação da pele;
 Fotossensibilização dos tecidos biológicos;

 Inflamação dos tecidos do globo ocular, em


particular, da córnea e da conjuntiva;
 Efeito indirecto de produção de ozono, a
partir do oxigénio do ar. Este gás tóxico é
detectável em baixas concentrações, devido ao
seu cheiro característico. (O2  O3).
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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

 Aumentos de Temperatura;
 Afectações do Sistema Nervoso Central;
 Efeitos Oculares;
 Efeitos sobre a Reprodução;
 Alteração da Função Cardiovascular.
Campos Elétricos e Magnéticos
Fortes Linhas de Alta Tensão

Lei nº 64/2017, 7 de Agosto

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

• Proteção individual
• Manutenção equip.
• Pausas

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

Simbologia

Radiação Radiação Raios Laser


Ionizante Não Ionizante

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

EFEITOS
Limiar de Dose (mSv) Efeito Biológico

Abaixo de 250 Nenhum efeito clinicamente observável

250 - 1.000 Diminuição de linfócitos e plaquetas sanguíneas

1.000 - 4.000 Náuseas e vómitos nas 1as horas

4.000 - 6.000 Eritema, febre, náuseas e vómitos

Acima de 10.000 Mortalidade de 100%

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

Efeitos (Não) Estocásticos


Estocásticos: quantidade < VLE, dependem do tempo de exposição.
P.e.: leucemia, cancro pulmão, cancro de pele. Danos no DNA, carcinogénese
e hereditários. Não tem dose mínima de segurança.

Objectivo = Limitar ao máximo

Não Estocásticos: quantidade > VLE, dependem do tempo de exposição.


P.e.: cataratas, infertilidade, queimaduras/úlceras cutâneas. Evidentes quando se
ultrapassa o limiar de segurança.

Objectivo = Impedir

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Decreto-Lei nº 108/2018, 3 de Dezembro – Exposição a Radiações Ionizantes
RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

Efeitos (Não) Estocásticos

Radiotermites Eritematosas Bolhosas


Ulcerosas Esclerosas

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

Efeitos (Não) Estocásticos

Radiotermites Eritematosas Bolhosas


Ulcerosas Esclerosas

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

CONCEITO “ALARA”

ALARA

As Low As Reasonable
Achievable

Tão Baixo Quanto Razoavelmente Possível

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RISCOS FÍSICOS
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES

EXEMPLOS DE DOSÍMETROS

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Distância ao Objeto

M.M.D.Ginja RPCV 2002

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EXPOSIÇÃO À ILUMINAÇÃO

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RISCOS FÍSICOS
ILUMINAÇÃO DEFICIENTE

Visão

Estrutura do olho humano


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RISCOS FÍSICOS
ILUMINAÇÃO DEFICIENTE

Sensibilidade relativa

Gama de radiação captada pelo olho humano

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RISCOS FÍSICOS
ILUMINAÇÃO DEFICIENTE

Tipos de Lâmpadas Comerciais

Convencional
Incandescente
Halogéneo

Mista Néon
Fluorescente
Baixa Pressão
Sódio
Descarga
Mercúrio
Alta Pressão Sódio
Vapor metálico
LED
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RISCOS FÍSICOS
ILUMINAÇÃO DEFICIENTE

Índice de Restituição de Cores (IRC)


É a capacidade da fonte luminosa fazer um objeto iluminado exibir as suas
cores verdadeiras.
O IRC varia de 0 a 100 (IRC=100 Fontes incandescentes).
Quanto maior o IRC menor a distorção cromática.
IRC ≥ 75 Excelente; 65-75 Bom; 55-65 Regular; < 55 Pobre

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Espectro da luz natural Espectro da lâmpada de sódio NAV®
RISCOS FÍSICOS
ILUMINAÇÃO DEFICIENTE

Temperatura de Cor Luz Solar do meio-dia 5500ºK


- Quente (branco avermelhada): Com temperatura < 3300ºK, adequadas para
criar ambientes acolhedores em complemento com lâmpadas incandescentes
- Intermédia (branco): Com 3300ºK<temperatura < 5300ºK, adequadas para
complementar a luz do dia e criar ambientes frescos e naturais
- Fria: Com temperatura > 5300ºK, adequadas para substituir a luz do dia

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RISCOS FÍSICOS
ILUMINAÇÃO DEFICIENTE
Tonalidades

Luz Solar do meio-dia 5500ºK


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RISCOS FÍSICOS
ILUMINAÇÃO DEFICIENTE

Lâmpadas Fluorescentes

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RISCOS FÍSICOS
ILUMINAÇÃO DEFICIENTE

• Limpeza diária monitores


• Manutenção lâmpadas
• Pausas
• Evitar reflexos e
encandeamentos

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EXPOSIÇÃO AO
AMBIENTE TÉRMICO

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RISCOS FÍSICOS
AMBIENTE TÉRMICO DESFAVORÁVEL

 Cuidados básicos:
- Regular o ambiente térmico para atingir o seu conforto;
- Evitar a exposição demorada ao frio ou ao calor;
- Circular a espaços durante o seu horário de trabalho;
- Alimentar-se com regularidade, evitando os alimentos gordos e alimentações
pesadas;
- Beber água com regularidade e sempre que sinta sede;

- Comunicar qualquer situação anómala ao superior / responsável hierárquico,


antes, durante e depois da exposição ao calor e frio por longos períodos;
- Não ignorar sintomas de resfriados / desidratação.
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RISCOS FÍSICOS
AMBIENTE TÉRMICO DESFAVORÁVEL
 Informações complementares:
 Regular a temperatura de trabalho para 18º-20º C nos escritórios.
 Regular a temperatura de trabalho para 15º-18º C em trabalhos com
atividade física intensa.
 Evitar as correntes de ar forte, mas garanta a circulação de ar fresco no
Verão e de ar pré-aquecido no Inverno.
 Evitar colocar-se sob a ação direta do Ar Condicionado.
 Proteger-se das fontes diretas de calor e de frio radiante.
 Evitar os estimulantes no Verão e o álcool no Inverno.
 Vestir o vestuário que lhe garanta conforto térmico.

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RISCOS FÍSICOS
AMBIENTE TÉRMICO DESFAVORÁVEL

• Proteção individual
• Sombreamento
• Ingestão de líquidos

• Isolamento térmico

• Regulação individual
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PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMAS
INTEGRADOS DE GESTÃO DA QUALIDADE,
AMBIENTE E SEGURANÇA
Análise e Prevenção de Riscos

Rui Araújo (Eng.)

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