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Texto encomendado para debate no GT de Humanidades y Ciencias Sociales do Proyecto Innova Cesal
– Programa Alfa III.
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Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação. Pesquisadora do Centro de Estudos de Educação
Superior da Faculdade de Educação/PUCRS. Responsável pela coordenação do desenvolvimento do
Projeto Innova Cesal na PUCRS. cleoni.fernandes@pucrs.br
complexidade (Morin: 2001). Encontro na epistemologia histórica 3 de Bachelard a
relação da pedagogia científica com a prática pedagógica cotidiana, quando ele afirma
que o pensamento complexo é “um pensamento ávido de totalidade” (2000, p.123). Para
Bachelard (1985):
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Sem adentrar em maior aprofundamento, nesse texto, compreendemos que a epistemologia de Bachelard
supera a epistemologia cartesiana propondo uma pedagogia do pensamento complexo, o que exige a
urgência de reler o simples sob um olhar múltiplo a partir de concepção de complexidade. Complexidade
que envolve a contextualização dos modos de produção do conhecimento científico e suas relações de
movimento de totalidade, tanto em cada área arbitrada, quanto em relação entre as diversas áreas, bem
como envolve a construção pedagógica desse conhecimento sistematizado a ser trabalhado na
Universidade.
Avaliar implica em uma tensão constante entre processo e produto, em estabelecer uma
interação permanente entre ensinar, aprender e avaliar. Avaliação envolve avaliações que
ocorrem cotidianamente na relação professor-aluno, desde o planejamento em aberto
elaborado previamente pelo professor até o contato com os alunos e suas reconstruções
de sentido para conectar realidade desses alunos e o conhecimento a ser trabalhado.
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Apoiada em Raths et al (1977) e Anastasiou e Alves (2004), destaque para algumas operações que foram
selecionadas em termos de previsão.
▪ Processo de análise: decomposição, recomposição de fatos,
fenômenos e processos de comparação por meio de hipóteses,
interrogantes, aproximações e distanciamentos teóricos tendo
como referência o contexto em que está o objeto em estudo;
▪ Observação: procedimento que exige construir um referencial
teórico que trabalhe o objeto, sem a visão da neutralidade, mas
consciente da subjetividade nele envolvida, para além do caráter
opinativo. Envolve um preparo prévio com objetivos definidos,
critérios prévios e uma ética relacional construída no cotidiano das
relações professor-aluno-aluno-realidade. Aprendizagem do
registro sistemático que pode ser comparada, sintetizada e
compartilhada;
▪ Obtenção e organização dos dados: exige um trabalho minucioso
de preparação e independência, fortalecendo ao mesmo tempo,
protagonismo e compartilhamento de dúvidas, o que fortalece o
sentimento de pertença e o espírito de equipe. Requer observação,
identificação, comparação, análise, síntese, interpretação, crítica,
imaginação, suposições, dentre outras habilidades;
▪ Aplicação de fatos e princípios a novas situações: envolve a
construção pedagógica do conhecimento que exige a re-
significação dos fatos e princípios sem o caráter prescritivo e de
simples aplicação, mas contextualizados na historicidade do
espaço-tempo em que foram produzidos na tentativa de
compreender as relações tecidas junto, que configuram um
pensamento complexo para compreensão do próprio
conhecimento produzido e suas relações com as teorias estudadas.
Fundamental exercício acadêmico para Projetos de Prática, sua
significação no percurso curricular e na carreira profissional, tanto
em temos de decisões, quanto em termos de formação de atitudes
investigativas.
BIBLIOGRAFIA:
ANASTASIOU, Léa Camargo; ALVES, Leonir. (2004). 3ed. Processos de ensinagem:
pressupostos de trabalho em aula. Joinville: Univille.
BACHELARD, Gaston. (1985). O novo espírito científico. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro.
FERNANDES, Cleoni. (1995). Objetivos de ensino e sua articulação com “formas
inteligentes” de aprender no cotidiano da Escola. In: Finalidades e Objetivos da
Educação. Módulo 6. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da
Fonseca. Rio de Janeiro.
FERNANDES, Cleoni. (1999). Sala de aula universitária – ruptura, memória educativa,
territorialidade – o desafio da construção pedagógica do conhecimento. Tese de
Doutorado. PPGEdu,/FACED/UFRGS.
FERNANDES, Cleoni. (2010). Texto para discussão no Forum Innova Cesal – reunião
Lisboa.
Luckesi, Cipriano. Avaliação da Aprendizagem Escolar (2000) 2ed. São Paulo: Cortez.
_____________Aprendizagem: Aquisição de habilidades
http://luckesi.blog.terra.com.br/2010/06/19/perguntas-e-respostas
MARIOTTI, Humberto. (2000). As paixões do ego: complexidade, política e
solidariedade. São Paulo: Palas Athena.
MORIN, Edgar.(2001). Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget.
RATHS, Louis et all. (1977). Ensinar a pensar. São Paulo: EPU.
Saul, Ana Maria. (1995). 3ed. Avaliação Emancipatória: desafio à teoria e à prática
de avaliação e reformulação de currículo. São Paulo: Cortez.