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CURSO DIREITO
ITAJUBÁ
2023
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Sumário
1-INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3
2-HONRA ............................................................................................................................... 4
2.1-HONRA OBJETIVA ........................................................................................................ 5
2.2-HONRA SUBJETIVA...................................................................................................... 5
2.3- HONRA COMUM E ESPECIAL ................................................................................... 6
3-CALÚNIA ........................................................................................................................... 7
4-DIFAMAÇÃO ..................................................................................................................... 8
5-INJÚRIA.............................................................................................................................. 9
6-DISPOSIÇÕES COMUNS ................................................................................................ 10
6.1-EXCLUSÃO DO CRIME .............................................................................................. 11
6.2-RETRATAÇÃO ............................................................................................................. 12
7- CONCLUSÃO .................................................................................................................. 12
8-REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 14
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1-INTRODUÇÃO
Dando início a compreensão de crime contra a honra , devemos entender que honra não
é um conceito fechado portanto deve ser compreendida em casos concretos e adotar um ângulo
para ser entendida. Por isso o direito garante e protege a honra visto que sem ela as vítimas são
frágeis i podem estar sujeitas a comportamentos desagradáveis e desonestos de outros podendo
romper a tranquilidade da sociedade.
A Constituição federal prevê no artigo quinto inciso X como sendo inviolável a honra e
a imagem do sujeito, colocando assim a honra como direito fundamental do ser humano
protegido constitucionalmente e penalmente pelo artigo 138 até o 140. Pensando nestes direitos
fundamentais do ser humano temos a imagem, que pode ser entendida como um conjunto de
pensamentos e opiniões de determinado sujeito, ou seja, a imagem do sujeito está vinculada
diretamente a sua honra.
Para darmos início aos assuntos de previsões legais contra a honra, temos que entender
o que ela significa e como podemos deixar de violar este conceito. Usando de respaldo a
definição apresentada em nosso dicionário de línguas temos a honra como princípios que levam
o indivíduo a possuir uma conduta corajosa tendo seus reflexos na sociedade por ele vivida.
Observando o mundo atual, com uma grande influência da tecnologia vemos que os
delitos contra a honra ganharam grande impulso e se tem uma importância muito grande
portanto temos um conflito dela com a liberdade de manifestação dos pensamentos e opiniões,
pois alguns usuários entendem que em seus pensamentos e opiniões podem difamar de forma
intencional pessoas ou obras sem causar dano nenhum, sendo aí encontrado um conflito, porque
se o indivíduo realizou de forma intencional ultrapassou a esfera de opinião individual
acarretando ofensas aos indivíduos por ele direcionado.
Durante muitos anos foi-se utilizado por muitos juristas a legítima defesa da honra, para
vários crimes como homicídios violência contra a mulher dentre outros, sendo utilizado o
argumento de que o autor daquele crime teria realizado ele por que a vítima teria o exposto a
uma vergonha social, por exemplo o marido agredir sua esposa pela traição ou 2 indivíduos
iniciarem uma briga por um deles chamar o outro de algo ofensivo. Esta tese foi utilizada
diversas vezes com o intuito de defender a honra do indivíduo, porém o STF julgou de forma
unânime a tese inconstitucional Por que ela conflitava com outras cláusulas pétreas.
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2-HONRA
O doutrinador Cléber Masson1 também fala a respeito, dizendo que são qualidades
físicas, intelectuais, morais de cada pessoa que fazem ele ser merecedor do respeito do meio
social por ele vivido, é um conceito inerente ao ser humano então sendo individualizado. Outro
doutrinador2 muito importante na esfera penalista diz que;
Podendo citar também a dignidade da pessoa humana junto da honra, pois as pessoas
desejo ter uma imagem reconhecida, que quando nascemos desejamos que nossa imagem vista
pela sociedade seja reconhecida e enriquecida ao longo de toda a vida, não desejando assim ser
malvisto e julgado pela sociedade por condutas erradas.
1
(Masson; Cléber, 2015-7Ed- p175)
2
(NUCCI; GUILGERME DE SOUZA, 2023- 7. Ed- p 189).
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2.1-HONRA OBJETIVA
No contexto mundial em que vivemos vemos acusações e insultos de forma leviana cada
vez mais presentes no nosso dia a dia tornando algumas condutas banais e desimportantes para
serem tuteladas, mas o fato de termos este bem tutelado pela lei nos traz uma segurança pois
com um pequeno insulto podemos perder a imagem social que construímos ao longo da vivência
em meio social.
Podemos pensar em ocasiões como um criminoso que pode ter cometido desde um furto
até uma ação mais grave como violência doméstica ou estupro serem julgados pela lei por seus
crimes e serem vistos como criminosos pela sociedade mesmo depois de pagarem a sua em vida
cumprindo pena em penitenciárias durante o restante de sua vida, podendo ser até pior o
julgamento por ele vivenciado do que o seu tempo em cárcere.
2.2-HONRA SUBJETIVA
A outra divisão é a honra subjetiva aquela que o julgamento não é proferido pelo meio
exterior, mas sim de forma interiorizada, ou seja, aquela que o próprio indivíduo faz dele,
levando em conta sua autoestima podendo ser uma opinião afirmativa e construtiva ou uma
crítica sobre sua conduta. O indivíduo pode levar em consideração sua integridade física e
moral, sua ética e assim determinando as reações que o levaram a praticar sobre determinada
conduta.
A subjetivação deste julgamento é de carácter individual, mas pode ser influenciada pelo
meio externo, por exemplo uma pessoa que praticou determinada conduta que para ela possa
ser certa foi julgada e motivo de comentários entre as pessoas do grupo social, repensando sobre
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suas condutas podendo ser algo negativo essa mudança de opinião tendo o risco de perder
grande credibilidade social com esses comentários.
O tipo legal que defende esta honra seria a injúria, porque ela existe pelo simples fato
de atribuição negativa sobre algo específico, podendo assim observando na sociedade aquelas
condutas que geram atritos entre as pessoas pois cada pessoa tem uma opinião e pensamentos
sobre condutas e comentários que podem ser feitos para as pessoas.
Observamos essas condutas no meio tecnológico, como nas redes sociais que as pessoas
são julgadas constantemente por fotos postadas ou por próprios comentários sobre
determinados assuntos ou fotos que podem ser compreendida de forma errada ou julgadas por
padrões impostos pela sociedade, gerando um atrito entre os usuários das redes e um
descontentamento muito grande do público, podendo aqueles que realizaram a ação serem
julgados tanto no meio virtual e real por conduta realizadas no meio tecnológico.
Algumas pessoas diferenciam a honra comum e a honra especial como, a comum sendo
aquela inerente a todas as pessoas e a especial sendo relativizada a certos grupos ou a
determinados indivíduos de grupos específicos.
Sendo estas especificações de honra não conquistadas por atos individuais de heroísmo,
mas com um comportamento ético e moral refletido na preocupação da sociedade sendo ela
concedida para aquelas pessoas que são exemplos de lealdade e responsabilidade sendo uma
inspiração para o coletivo.
O jurista Fernando Capez3 destaca que a honra comum é aquela que relacionará os
indivíduos ao todo não se preocupando com posições sociais, em oposição a honra especial é
aquela que dependerá do exercício de cargos políticos ou de atividades que levam em conta
essa inspiração coletiva.
3
(Capez; Fernando,2012-15Ed, p315)
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3-CALÚNIA
Com base no pensamento de Rogério greco4, este tipo penal previsto pela lei é o mais
grave de todos os crimes pois ela tem como conduta típica a imputação de uma falsa narração
de um fato definido.
Podendo ter 3 pontos que especializam a calúnia, diferenciando-a das demais como a
imputação de um fato, sendo esse fato falso e além de ser falso ele deve ser definido como
crime ver por exemplo quando dois indivíduos em uma conversa caracterizam alguém como
ladrão, sendo esse indivíduo referido não tendo a culpa de nada podendo estar em risco de
perder sua imagem social pelo fato atribuído a ele.
Interpretando O artigo 138 do código penal podemos perceber que ele cita a palavra
“crime”, sendo assim não podemos adotar a amplitude da infração penal como as contravenções
penais dessa forma o fato falsamente atribuído deve ser considerado crime pelo código.
O bem jurídico protegido por este tipo aquela honra concebida de forma objetiva aquela
que pelos conceitos anteriores se entende da visão social sobre o indivíduo, ou seja, a reputação
do indivíduo no meio social e o objeto material é a pessoa que está sendo alvo desses
julgamentos. Na narração do artigo percebemos a figuração de sujeito ativo ou passivo e
podendo assim entender que qualquer pessoa pode se encaixar nas definições e ser protegida
por ele.
O delito de calúnia admite somente a modalidade dolosa, aquela que se tem vontade de
ofender a honra do sujeito passivo sendo admitida em qualquer modalidade, dolo direto ou
eventual, sendo esse delito ocasionado pela veracidade ou não do fato atribuído à vítima. Não
tendo previsão para a modalidade culposa neste delito, tendo assim o cenário de que o autor
teve a vontade de ofender a imagem da vítima em meio a sociedade que vive.
4
(GREGO, ROGÉRIO,2015-12 Ed- p- 421)
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Observamos também o agente que propala aquele que divulga a calúnia prevista no 1º
do art. 138 aquele que mesmo tendo conhecimento da falsidade daquele fato o divulga para
que mais pessoas tenham acesso. No 2º deste mesmo artigo temos a possível calúnia contra os
mortos, sabendo que os mortos não possuem imagens social, sua memória pode ser atingida,
sendo ela protegida por este parágrafo.
4-DIFAMAÇÃO
Tendo como objeto tutelado a honra objetiva do sujeito e o objeto material a pessoa que
tem sua honra atacada nas mesmas características do crime de calúnia, tendo em vista estes
dois tipos sua diferenciação Está no fator que na calúnia a imputação deve ser falsa e
considerada crime já na difamação não exige desta falsidade e somente a imputação de um fato
ofensiva reputação da vítima podendo englobar a contravenção penal.
Para Cléber Masson5 a difamação se divide em consumação sendo ela quando terceira
pessoa toma conhecimento da ofensa dirigida à vítima e a tentativa que se depende do meio de
execução, se for de forma verbal não admite tentativa se for de forma escrita uma possibilidade
como por exemplo um bilhete contendo uma ofensa se extraviar.
5
(Masson; Cleber Rogério,2015-7 Ed, p184)
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5-INJÚRIA
Este tipo penal previsto no artigo 140 do código diferente dos delitos anteriores, tutela
a honra subjetiva do ofendido, ou seja, sua autoestima, seu julgamento de si próprio. A conduta
para tipificar este crime é ofender por ação ou por omissão a dignidade uma pessoa determinada,
não tendo em regra a imputação de fatos mas tendo a emissão de conceitos negativos sobre a
imagem da vítima.
O sujeito para este crime pode englobar qualquer pessoa, considerado ele um crime
comum. Podendo neste tipo existir, a injúria indireta, aquela que além de atacar a vítima se
reflete em pessoa diversa, como por exemplo chamar um homem de corno refletindo também
em sua esposa. Tendo este crime a pena estabelecida de um a 6 meses ou multa.
Se falarmos do elemento subjetivo deste crime exige a presença de dolo, sendo direto
ou eventual, e não admitindo a forma culposa. Há uma discussão na doutrina quanto à
consumação e tentativa deste crime pois como se trata de honra subjetiva se consumará quando
o fato chegar ao conhecimento da vítima sendo irrelevante a chegado a conhecimento por via
de terceiros, já na tentativa sustentada pela doutrina quando for praticado de via escrita.
Comentado por Rogério Sanches Cunha6, como não há a imputação de fato A Exceção
da verdade não é permitida e A Exceção de notoriedade é incabível pois este delito atinge a
honra subjetiva tornando impossível qualquer prova de verdade ou notoriedade.
6
(Cunha; Rogério Sanches, 2016- 8 Ed-p186)
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Continuando com a interpretação temos as qualificadoras seguidas pelos parágrafos
segundo e terceiro. A injúria real sendo tipificada pelo parágrafo 2º aquela que além da injúria,
xingamentos e ofensas, temos a utilização de violência para a consumação desta qualificadora,
como por exemplo em uma briga além de insultos pode ocorrer puxões de cabelo, tendo um
aumento de pena de 3 meses a um ano e multa pelo uso da violência.
6-DISPOSIÇÕES COMUNS
Para tornar mais graves os delitos contra a honra o legislador elaborou o artigo 141 do
código penal que obriga o magistrado a aumentar em uma cota fixa de 1/3 de aumento da pena,
os casos que se identificarem com aqueles escritos.
O segundo caso se assemelha ao primeiro, porém engloba mais cargos pois leva em
consideração o interesse da administração pública. Neste caso, pune mais severamente quem
ofenda no exercício de suas funções, mesmo que de forma leviana.
Na terceira causa de aumento de pena o crime deve ter sido consumado perto de um
grupo de pessoas que daquela forma facilitou a divulgação, como por exemplo quando se
escreve frases ofensivas em cartazes com o nome daquele que está sendo ofendido em uma
festa, mesmo que ele não tenha muitas pessoas aquela ação facilitou a propagação.
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tipos, pois na previsão legal de injúria já se possui uma detenção para quem praticar contra estes
mesmos indivíduos.
No parágrafo primeiro do artigo 141, CP, diz que o magistrado pode aplicar a pena em
dobro caso os crimes são cometidos por paga ou promessa de recompensa, sendo o motivo
mercenário. O parágrafo segundo o legislador concede aos juízes a triplicação da pena para os
indivíduos que praticarem estes tipos legais divulgando em qualquer modalidade de rede social
de forma que possa ser visto pela sociedade o aspecto mundial.
Este último parágrafo colocado pelo artigo 141 pode ser uma grande ajuda aos casos
que vem acontecendo nos últimos tempos pois, os usuários das redes sociais expõem suas
opiniões em plataformas acessadas por milhões de pessoas e podendo ser estas opiniões em
alguns casos negativa sobre alguém. Dando uma proteção maior aos usuários de forma que sua
imagem social seja protegido pela lei mesmo que em via virtual.
6.1-EXCLUSÃO DO CRIME
Presentes no artigo 142 do código penal, nos traz tipificações que os tipos legais de
injúria ou difamação podem ser excluídos. Não integrando a calúnia pois sendo ela mais grave
ou seja, aquela que traz um mais danos às suas vítimas.
No primeiro inciso define aquela injúria ou difamação realizada sobre forte emoção no
exemplo de uma discussão por ambas as partes. No segundo inciso fala sobre a Liberdade de
expressão e arte, podendo o autor expressar sua opinião, podendo ser crítica, sobre a literatura
arte ou algo científico porém se o autor dessa ofensa tiver a intenção de injuriar ou difamar o
autor da obra se responde pelo crime.
No segundo inciso voltamos ao âmbito jurídico que sendo realizado por um funcionário
público, pode atribuir conceitos desfavoráveis a ambos os lados, como por exemplo juízes,
delegados e promotores fazem em seus ofícios. Porém no parágrafo único deste inciso tem se a
redação que nos casos especificados do inciso I e III respondem pela injúria ou difamação quem
dá publicidade aos conhecimentos adquiridos em audiência ou o júri.
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6.2-RETRATAÇÃO
Esta demonstração de reparação deve ser de forma espontânea e sincera, portanto o autor
deve reconhecer a gravidade de sua conduta e demonstra um verdadeiro arrependimento caso
contrário, pode não ser aceita ao magistrado como atenuante.
No último artigo do capítulo crimes contra a honra, ART 145 CP, diz que esses tipos
legais são de natureza privada e se procedem mediante a queixa deles, com a excepção da injúria
real encontrada no artigo 140 parágrafo 2º pois ela é aplicada mediante a violência ou vias de
fato se encaixando em ação penal pública incondicionada.
O parágrafo único deste artigo traz que os crimes contra o presidente ou chefe de
governo estrangeiro, no caso de injúria racial ou aos Titulares do artigo 141 inciso II, encaixa
em uma ação penal pública condicionada.
7- CONCLUSÃO
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8-REFERÊNCIAS
• GRECO, Rogério. curso de direito penal: parte especial. 12. ed. Rio de janeiro:
impetus, v. 2, 2015. 677 p.
• MASSON, Cleber Rogério. direito penal esquematizado: parte especial. 7. ed. são
Paulo: método, v. 2, 2015. 698 p.
• CUNHA, Rogério Sanches da. manual do direito penal: parte especial. 8. ed. salvador:
juspovivm, v. único, 2016. 938 p.
• NUCCI, Guilherme de Souza. curso de direito penal: parte especial. 7. ed. Rio de
janeiro: forence, v. 2, 2023. 659 p.
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