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1º ano de DireitoIntrodução à EconomiaCAD
Com o inicio da pandemia COVID-19 em 2020, em Portugal, veio também mais tempo livre no
sentido em que nos encontrávamos em confinamento geral obrigatório. Com mais tempo livre,
já que, por exemplo, as horas despendidas em transportes diariamente para a faculdade
podiam ser agora direcionadas para outras questões. Decidi então, literalmente de um dia para
o outro, criar a CAD, Comunidade de Aficionados de Direito. Com que objetivo? Queria ligar os
estudantes de Direito de todo o país, queria divulgar e criticar as mais recentes notícias
jurídico-políticas, queria levar a cabo iniciativas que aproveitassem a todo e qualquer jurista,
professor, estudante, advogado, etc… Criei o site, a página no Instagram e assim se começou a
erguer o projeto. Entretanto, com as aulas online, pensei também em elaborar apontamentos
semanais e divulgar com os meus colegas, utópico para um trabalho a sós, mas perfeitamente
possível com a entreajuda dos meus colegas porque cada grupo de estudantes faria os
apontamentos semanais de cada cadeira. Porque fazer os apontamentos semanais? A resposta
é extensa, mas simples. Com a “obrigação” de preparar esses mesmos apontamentos, tenho
também um duplo dever de assistir às aulas, de perceber e apontar as mesmas, porque não o
fazendo, falharia comigo e com os restantes colegas com quem me comprometi a partilhar os
apontamentos. Desta forma, dividimos até pelos vários estudantes a tarefa de recolher os
escritos relativos às diversas matérias. É trabalhoso, mas, inevitavelmente, ao
preocuparmo-nos com nos próprios estamos também a ajudar todos os outros alunos. Ou seja,
no 1º ano, começamos apenas a partir de março com os apontamentos semanais, mas no 2º
ano, ano letivo 2020/2021, os apontamentos semanais começaram no inicio e acabaram
apenas no fim do ano letivo! Dito isto, pode conter falhas de escrita ou de direito, foi feito ao
longo do tempo por juristas em formação, entregue semanalmente, portanto, é compreensível
e pedimos também que quando notada alguma falha grave nesse sentido, que nos seja
comunicado. Este projeto ajudou também a impulsionar um ambiente saudável no curso de
Direito na nossa universidade, não que já não o houvesse, mas esta iniciativa só o veio
melhorar. Esperamos ainda que esta iniciativa inspire ad aeternum o maior número de
estudantes possíveis, já que ficou demonstrado que a entreajuda tem efeitos positivos para
todos nós. Se tiveres interesse em colaborar connosco, envia-nos mensagem no Instagram.
Somos vários estudantes da licenciatura em Direito com vontade de mudar, ajudar e com
disponibilidade em ser ajudados. Obrigado a todos aqueles que todos os dias se esforçam por
uma comunidade melhor, saudavelmente competitiva, consciente e dedicada.
Índice:
Definição de economia 3
Relação entre a Economia e outros domínios do conhecimento 3
Necessidades económicas 5
Bem económico 5
Tipologia dos Bens 6
Utilidade económica 7
Custo económico 8
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1º ano de DireitoIntrodução à EconomiaCAD
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1º ano de DireitoIntrodução à EconomiaCAD
Títulos de crédito 43
Os bancos e as operações bancárias 45
1. Definição de economia:
● Economia está relacionada com os nossos rendimentos, com as nossas despesas
enquanto consumidores.
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c) Economia e Filosofia:
● A filosofia apresenta inúmeros pontos de contacto com a economia sobretudo
no domínio da chamada filosofia económica.
e) Economia e o Direito:
● A economia é o objeto do Direito enquanto conjunto de normas reguladoras
das relações sociais com conteúdo económico, desde logo, as normas de direito
patrimonial privado que regulam institutos económicos fundamentais como a
liberdade contratual, a responsabilidade civil patrimonial e o cumprimento dos
contratos (direito das obrigações), o direito de propriedade (direitos reais) e a
transmissão dos bens por morte (direito das sucessões).
3. Necessidades económicas:
● As necessidades humanas constituem a causa de toda a atividade económica, na
medida em que o homem se dedica à atividade económica porque tem
necessidade de satisfazer as suas necessidades.
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1. Insatisfação psicológica;
2. Conhecimento da existência de um meio suscetível de a fazer cessar;
3. Acessibilidade a esse meio;
4. Determinação de possuir esse meio.
4. Bem económico:
● Um bem económico é todo e qualquer elemento apto à satisfação das
necessidades económicas do homem.
Para ser considerado um bem económico são necessárias quatro condições:
1. Existência de uma necessidade;
4. Raridade: os bens que existem em quantidades ilimitadas e que podem, por isso,
satisfazer até a saciedade não são bens económicos, mas sim bens livres. O que
distingue os bens livres dos bens económicos é determinado pelo facto destes
últimos existirem em quantidades inferiores às necessidades humanas. A raridade
tem então como fundamental consequência que para o homem utilizar um certo
bem económico é-lhe imposto algum esforço para o obter. Nas sociedades
modernas, baseadas nas trocas monetárias, a manifestação desse custo é o preço
dos bens.
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a) Bens produzidos: resultam de uma ação exercida pelo Homem, portanto, existem
em virtude da atividade humana (ex: um livro).
d) Bens indiretos (ou bens de produção): são aqueles que, de forma imediata, não são
utilizáveis pelo homem pelo que, em si mesmos, não satisfazem nenhuma necessidade.
Desta forma, os bens indiretos dividem-se nos bens ditos potenciais que necessitam de ser
previamente transformados para poderem ser utilizados (ex: matérias-primas), e nos bens
instrumentais que servem para produzir outros bens; são instrumentos de produção (ex:
máquina).
e) Bens substituíveis: são aqueles que podem ser utilizados pelo consumidor na
satisfação da mesma necessidade económica.
f) Bens complementares: são aqueles que têm de ser utilizados em conjunto para a
satisfação de uma necessidade. Essa complementaridade pode ser absoluta,
quando tem origem em razões de origem técnica (ex: carro/pneus) ou relativa,
quando tem origem em razões de ordem psicológica, dependendo do gosto dos
consumidores. (ex: café/açúcar).
g) Bens de consumo: são aqueles que, com a sua utilização, deixam de existir como
bens da mesma espécie sendo, portanto, suscetíveis de uma única utilização (ex:
produtos alimentares; matérias primas).
h) Bens duradouros/de produção: são os bens que podem ser utilizados diversas
vezes pois cada utilização não implica a sua destruição. (ex: livros ou máquinas).
i) Bens não duradouros: são bens cuja utilização significa a sua destruição (ex: bens
de consumo).
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j) Bens duráveis: são os bens que podem ser armazenados sem se deteriorarem (ex:
toos os bens duradouros e alguns consumíveis - conservas).
k) Bens perecíveis: são bens que não podem ser armazenados pois o tempo altera as
suas qualidades (ex: legumes, frutas, flores).
l) Bens presentes: são aqueles que existem num determinado momento e acham-se
aptos nesse momento para a satisfação das necessidades.
m) Bens futuros: são aqueles que não têm ainda existência ou aptidão bastante num
certo momento, mas são esperados.
6. Utilidade económica:
● Os bens económicos, abrangendo bens materiais e serviços, constituem os meios
adequados à satisfação de necessidades económicas, permitindo, pelo seu
emprego, a obtenção de sensações de prazer ou afastamento de sensações
dolorosas. A suscetibilidade dos bens económicos satisfazerem necessidades
designa-se por: utilidade.
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7. Custo económico:
● A utilidade dos bens económicos tem o seu reverso no respetivo custo de
aquisição. Desta forma, quando os bens nada custam a adquirir tratam-se de bens
livres, não económicos.
● Adam Smith defende a Teoria do Valor-Trabalho ao fazer depender o valor dos bens
do seu custo de produção. O custo de produção corresponde para o produtor ao
preço da terra, do trabalho e o capital que foram utilizados na produção. Assim,
sendo o trabalho o principal fator de produção, é ele a fonte do valor dos bens.
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se equivaler ao preço natural, ou seja, para que o preço dos bens no mercado
corresponda ao valor do respetivo custo de produção.
● De facto, uma alta de preços acima do custo (preço corrente superior ao preço
natural) proporciona lucros acrescidos aos produtores, fazendo, por isso, aumentar
a produção. Com o aumento da oferta, o preço no mercado terá tendência para
baixar, aproximando-se do custo de produção.
● David Ricardo acrescentou outras ideias inovadoras. Desde logo divide os bens em
reprodutíveis e em não reprodutíveis.
⮚ Quanto aos bens não reprodutíveis, como as obras de arte, o seu valor
depende da raridade e dos gostos daqueles que as desejam possuir.
Naturalmente que, aqui, o seu valor dependerá da utilidade esperada.
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10.Fatores produtivos:
1. Terra: que consiste no solo utilizado nas atividades rurais ou na implantação de
estradas ou edifícios. Corresponde, também, aos recursos naturais como o
petróleo, o carvão, o sol e o vento.
⮚ Remuneração da terra: renda.
⮚ Oligopólio: situação em que existe mais que uma empresa que detém o
mercado de um determinado produto ou serviço (ex: telemóveis – Samsung,
Apple, etc.)
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Equidade:
É uma preocupação da sociedade em relação aos mais desfavorecidos, através de
politicas sociais de redistribuição (ex: medidas de segurança social, como o subsidio de
desemprego, fundo comunitário da EU, etc.).
Estabilidade:
É uma preocupação de qualquer país promover o crescimento económico e manter
uma balança comercial se não favorável, pelo menos, equilibrada, combatendo as altas
taxas de juro e o desemprego, promovendo o emprego e implementando medidas de
crescimento económico.
Economias medievais:
O cristianismo e as suas conceções económicas:
● O cristianismo transformou as conceções económicas dos povos convertidos pelo
seu desprendimento de riquezas materiais.
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13.Correntes mercantilistas:
Deve-se a Adam Smith a designação de mercantilismo. O ouro e a prata vindos da
América levaram à convicção de que a riqueza de um país provém desses materiais.
Tratava-se de acumular esses mesmos metais preciosos no interesse do próprio país na
base de uma política económica traçada pelo poder central.
● França não tinha acesso direto aos metais preciosos encontrados no novo mundo.
Convinha, assim, desenvolver relações económicas que atraíssem para o seu
território os metais preciosos que não tinha acesso.
● Assim se pode concluir que, datam desta época a criação das grandes indústrias de
produtos de luxo que ainda hoje caracterizam a economia francesa. Estas indústrias
de bens de luxo correspondem a sedas, tapeçarias, porcelanas, perfumes. Pela
exportação desses artigos, França obtinha, então, os pretendidos metais preciosos.
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Mercantilismo em Portugal:
O Mercantilismo em Portugal conheceu duas principais fases:
1. Entre a descoberta do caminho marítimo para a Índia e a perda da independência,
com o predomínio de um mercantilismo comercial e marítimo.
⮚ O comércio de produtos do Oriente praticado por Portugal afetou a posição
comercial das cidades italianas pois o custo do transporte marítimo de tais
produtos era cerca de 1/5 do custo do transporte terrestre.
2. O Mercantilismo Industrial: foi descoberto ouro no Brasil. Este ouro veio permitir o
renascimento económico após a crise da dominação filipina que, entre outras
consequências, implicou a perda da hegemonia portuguesa no comércio
internacional para os holandeses.
14.Fisiocratismo de Quesnay:
● A Fisiocracia teve como ideia fundamental a defesa de uma ordem natural que
comandava a economia. A economia seria dirigida por leis naturais que, tendo
origem divina, seriam, por isso mesmo, inalteráveis. A vontade e a ação do Homem
não as podiam contrariar. A figura mais destacada do fisiocratismo foi François
Quesnay.
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● Desta forma, a Indústria não cria riqueza nova apenas transforma a matéria já
existente e, o comércio também não cria riqueza nova só a transporta, facilitando o
acesso dos consumidores aos bens produzidos.
2. O Estado não deve intervir na economia, pois tal intervenção será sempre
perturbadora da ordem natural. As únicas tarefas que deviam caber ao Estado
seriam a defesa do território e a administração da justiça.
1. A classe produtiva seria constituída apenas por aqueles que cultivavam a terra
porque desta provinha toda a riqueza.
2. A classe dos proprietários seria constituída pelos donos das terras e dos outros
bens de produção.
● Sendo a terra a única criadora de riqueza nova e de um produto liquido, deveria ser
apenas pela terra que se deveria incluir um imposto, não no sentido de prejudicar
os agricultores, pois, segundo o fisiocratismo, os agricultores deveriam transferir o
peso económico do imposto para todos os outros setores que consumissem os
produtos agrícolas.
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● Um país será tão mais rico quanto maior for a produtividade da sua força de
trabalho e não por motivos relacionados com a acumulação de metais preciosos,
como erradamente pensavam os mercantilistas.
● Adam Smith formulou, pela primeira vez, a classificação dos fatores de produção:
terra, trabalho, capital. Destacando o trabalho como o mais importante uma vez
que, sem ele todos os outros fatores seriam inúteis.
● Desta forma, todos os Estados pela divisão do trabalho, pela especialização e pela
livre troca de produtos entre eles, alcançariam os mais elevados níveis de
progressos.
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● Ele partiu das mesmas ideias de Adam Smith – ordem natural da economia, livre
iniciativa privada, livre concorrência, não intervenção do Estado na economia – mas
criticou o conceito de produção.
● Para Adam Smith, o trabalho, principal fator de produção, dividia-se por: trabalho
produtivo (fabricação de bens materiais) e improdutivo (o trabalho dos
funcionários, das profissões liberais, os serviços).
● Com base nestas ideias, Say defendeu uma teoria do valor dos bens
(valor-utilidade) diversa da de Smith (valor-trabalho): o valor depende não só do
custo de produção (que influencia a oferta), mas também da utilidade dos bens, do
serviço que eles prestam ao homem (que influencia a procura).
● Esta visão relativa à produção económica e ao valor dos bens consumou a base
para as suas duas principais teorias: teoria da produção e lei dos mercados.
● Say defende, também, que se deve desenvolver a mecanização das empresas uma
vez que, quanto maior for a produção, maior será o nível de satisfação das
necessidades, não sendo possível, desta forma, uma crise de sobreprodução.
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● Segundo a teoria do salário, David Ricardo afirma que todos os bens têm um preço
corrente e um preço natural.
● Tal como acontece com todos os bens, também com o trabalho do homem existe,
segundo David, uma tendência inevitável para o preço corrente se aproximar do
preço natural.
Deste cenário se extrai a conclusão pessimista da teoria do salário:
⮚ Existe uma tendência natural, logo inevitável, para que os salários se situem a
um nível muito baixo, contribuindo, assim, para as péssimas condições de vida
da maioria da população.
● A teoria da renda seria o beneficio dos agricultores das terras mais férteis em
relação aos outros agricultores.
● Quando o homem deixou de ser nómada para se fixar à terra vivendo do seu
cultivo, escolheu, naturalmente, as melhores terras, ou seja, as que tendo maior
qualidade, mais e melhor produzem. Logicamente que com o crescimento da
população tornou-se necessário produzir cada vez mais.
● O homem foi assim obrigado a alargar a área de cultivo para terras que
apresentam, agora, menor qualidade, o que implicou um maior esforço, logo um
maior custo de produção.
● O preço no mercado irá formar-se em função do custo de produção mais alto, o que
permite um beneficio adicional para os proprietários das terras mais férteis.
● Concluindo, existe uma tendência natural para o continuo aumento dos preços dos
bens agrícolas. E, só um grupo de pessoas lucra com essa situação: os proprietários
das terras.
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Adam Muller:
● Segundo Adam Muller, a propriedade da terra só poderia entender-se no interesse
de toda a comunidade. Os interesses e os direitos individuais subordinavam-se ao
interesse comum.
● A riqueza não residia nos bens materiais, mas antes nas forças suscetíveis de
assegurar essa mesma produção. Os valores imateriais também se incluíram nessa
riqueza.
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4. Capital espiritual.
● O sacrifício que é pedido ao povo alemão será compensado pelo benefício que a
geração seguinte irá usufruir.
● Assim, para List, as indústrias alemãs teriam que ser protegidas por fortes barreiras
aduaneiras até alcançarem o nível suficiente para fazer face à concorrência de
outros terceiros países.
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● Esta seria uma teoria que definia os fatores suscetíveis de assegurar a continuidade
no ritmo de produção. Estes fatores não respeitariam só os bens materiais, quer
bens diretos ou indiretos, mas também a instituições politicas e jurídicas.
● Era inaceitável a construção de Adam Smith, que se cingia aos bens materiais e que
considerava improdutivos os cientistas, os professores, os diplomatas e os médicos
que, embora não produzam bens materiais, concorrem para o desenvolvimento das
forças produtivas da nação.
● O Estado devia, pois, intervir para tornar mais justa essa distribuição, garantindo
rendimentos a quem não os tinha: os desempregados, os doentes e os idosos.
Sismondi foi, assim, o defensor de uma política de proteção social, nas vertentes do
desemprego, da velhice e da doença.
● Isto significava que cada vez as empresas produziam mais, mas essa produção não
era vendida no mercado pela ausência de compradores.
● Perante esta situação, Sismondi exigiu que o Estado controlasse e limitasse o uso
das máquinas, defendendo a maior utilização de mão de obra.
20.Pensamento socialista:
1. Reações socialistas:
Socialismo utópico:
● O associacionismo correspondeu a um conjunto de ideias que se esforçaram por
encontrar um modelo de sociedade que suprimisse as injustiças do sistema
capitalista.
● Robert Owen foi um riquíssimo industrial escocês que, nas suas fábricas, proibiu o
trabalho infantil e diminuiu o horário de trabalho de 17 para 10 horas por dia.
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● Segundo ele, o lucro era a principal causa das desigualdades sociais, de forma que,
se abolisse o lucro desapareceriam tais desigualdades. Ora, como o lucro se
expressava em moeda, o fim da moeda implicaria o fim do lucro.
● Para concretizar esta ideia criou armazéns de troca de trabalho, onde os sociais
trocavam a sua produção por vales de trabalho que depois utilizavam na compra
dos bens de consumo.
Teoria da mais-valia:
● O caráter socialmente injusto do regime capitalista resulta da exploração do
homem pelo homem e é explicado através da teoria da mais-valia.
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● Existe uma clara diferença entre o valor dos bens vendidos no mercado pelo
capitalista e o salário pago ao operário, ou seja, há uma diferença entre o valor do
tempo de trabalho (salário) e o valor criado por esse tempo de trabalho.
● Essa diferença corresponde à mais-valia que surge deste modo como a expressão
monetária do lucro do capitalista.
● Esta inevitabilidade resulta do facto de o capitalismo vir a ser destruído pelas forças
que ele próprio gerou, isto é, são as próprias leis do seu funcionamento que
conduzirão à sua destruição. Para demonstrar tal ideia, Marx formulou a Teoria da
Concentração Capitalista.
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● Por outro lado, o esforço contínuo de aumento dos lucros, assegurado através da
diminuição dos custos de produção e de métodos mais eficazes de produção,
obriga as empresas a envolverem-se em processos de mecanização.
Na doutrina da Reforma Social, Frederico tomou como ponto de partida duas grandes
ideias:
1. Intervenção económica do Estado é, em regra, ineficaz, e, portanto, deve
prevalecer a iniciativa privada no campo económico, afastando-se, assim,
radicalmente, os socialistas.
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1. Alfred Marshall;
2. John Keynes.
Alfred Marshall:
● Marshall recusou a visão, tipicamente clássica, de que existem leis económicas
imutáveis e, por isso, válidas para todos os tempos. Sendo a realidade económica
uma realidade dinâmica, em constante evolução, as leis económicas têm que
acompanhar essa evolução. Há necessidade de, permanentemente, adaptar as
teorias económicas às constantes mutações da economia.
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John Keynes:
● O seu nome e a sua obra ficarão para sempre ligados ao advento de um novo
modelo económico, o modelo das economias de mercado mistas.
● Keynes demonstrará, então, na sua teoria do pleno emprego, que uma economia
de mercado organizada de acordo com o modelo liberal (sem intervenção do
Estado), é incapaz de atingir o pleno emprego, mantendo-se sempre numa situação
de subemprego dos fatores de produção. Só com a intervenção do Estado é que
esta insuficiência poderá ser superada.
● Ora, se a procura for fraca, os preços têm tendência para baixar. As empresas
produzirão então menos quantidades, sendo obrigadas a desinvestir, originando
desemprego e fazendo com que os rendimentos dos particulares diminuam o que
agravará a queda da procura.
● Pelo contrário, se a procura for elevada, as empresas vão produzir mais, investindo
também mais, contratando mais trabalhadores, pelo que haverá mais rendimento
disponível, contribuindo para que a procura se mantenha em níveis elevados.
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3. Efeito do Multiplicador:
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● Esta teoria foi desenvolvida por Keynes no sentido de demonstrar que i aumento
do investimento provoca um aumento no rendimento.
23.Produção:
A produção de bens comporta dois conceitos:
1. Produção em sentido técnico: consiste na atividade material de transformação de
um bem para o tornar útil à satisfação das necessidades económicas. A ideia-base é
transformação física de um objeto.
24.Fatores de produção:
Trabalho:
● Consiste no esforço humano tendente à satisfação das necessidades económicas.
Trata-se, assim, de uma atividade racional de combate à raridade dos recursos.
Classificação do trabalho:
⮚ O trabalho independente é aquele que um sujeito económico realiza por conta
própria, sem submissão de outrem.
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O capital:
● O capital são disponibilidades monetárias reprodutíveis.
⮚ Capital fixo: é aquele que pode ser utilizado mais do que uma vez no ato de
produção (ex: bens de produção duradouros, como as máquinas). A este está
aplicado o processo de amortização, que consiste na reintegração do seu valor em
função do período de utilização.
⮚ Capital circulante: é aquele que se destrói através da sua própria utilização, isto é,
que só pode ser utilizado apenas uma vez, necessitando, por isso de contínua
renovação (ex: matéria-prima).
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Formação do capital:
● Sendo um fator de produção derivado, o capital resulta do trabalho do homem,
formando-se através do investimento que, por sua vez, é uma ação que tem por
objetivo criar bens de produção.
25.A empresa:
● Numa economia de mercado, a empresa é o local de coordenação dos fatores de
produção com vista a produzir ou a distribuir bens ou serviços.
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26.O rendimento:
Rendimento nacional: é o fluxo de bens e serviços produzidos por um país numa
economia ao longo de um determinado período de tempo.
● O estado do Rendimento Nacional pode ser efetuado com base quer na soma dos
bens e dos serviços produzidos, dando-nos indicações relativas à natureza e às
quantidades desses bens, quer na soma do valor desses bens e serviços no
mercado com base no respetivo preço. No primeiro caso teremos o Rendimento
Real e, no segundo, o Rendimento Monetário.
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1º ano de DireitoIntrodução à EconomiaCAD
⮚ O mercado terá que ser livre para a criação de empresas, não devendo existir
obstáculos à instalação de novas empresas no mercado, seja pela ação da lei, que
muitas vezes proíbe a criação de empresas privadas em certos setores básicos da
economia, ou pela ação das grandes empresas instaladas no mercado que, pela sua
força, tendem a contrariar a chegada de novos agentes económicos/novas
empresas.
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28.A procura:
● A procura é a quantidade de bens que um sujeito deseja adquirir, e para cuja
compra possui capacidade financeira.
Inelasticidade da procura:
● São exceções em que mesmo que os preços aumentem, a procura não diminui.
1. No mercado dos bens essenciais;
2. No mercado dos bens de luxo;
3. No mercado dos bens insignificantes ou de preço muito reduzido.
29.Oferta:
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● À relação entre o preço dos bens e a oferta desses bens dá-se o nome de Curva da
Oferta.
● Num mercado, a oferta varia na razão direta dos preços, isto é, quando o preço
sobre a oferta aumenta.
● O efeito de rendimento, que pode muitas vezes contribuir para que a oferta seja
inelástica, irá obrigar o vendedor a vender mais quando os preços baixarem pela
necessidade de obter um certo nível de rendimento.
● Por vezes, face a uma diminuição dos preços, os vendedores pretendem desfazer-se
das suas mercadorias para não as perderem. É o que acontece com os bens
perecíveis que, se não forem vendidos, mesmo que a um baixo preço, irão se
deteriorar. Nestes casos é preferível vender a um baixo preço do que não vender.
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31.A moeda:
A moeda tem 3 funções:
1. Instrumento geral de troca: essa “troca” no mercado é usada como meio de
pagamento, ou seja, nesse mercado os agentes económicos aceitam entregar bens
em troca dessa coisa porque sabem que com ela podem adquirir outros bens.
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cobre. A preferência pela moeda de metal teve a ver com a sua durabilidade,
facilidade de transporte e maior divisibilidade.
● Os metais preciosos não são só usados para fins monetários e pelas suas
qualidades intrínsecas, mas, também, devido à sua raridade, elevada procura,
facilidade de transportes, facilidade de conservação e grande valor específico.
2º moeda – Moeda-papel:
● O aparecimento da moeda-papel, que corresponde à nota de banco, surge no
mercado com o aparecimento dos bancos.
● Tinha, atrás de si, igual quantidade de moeda metálica, mas, essa moeda-papel
representativa, alargou o seu volume de circulação.
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● Tornou-se, assim, em moeda-papel fiduciária, que por sua vez, já não representava
os valores existentes nos bancos, circulava com base de confiança e tinha uma
cobertura metálica parcial.
Teoria metalista:
● Em oposição à teoria nominalista, o valor da moeda corresponderia ao valor da
mercadoria, do metal (ouro ou prata) de que era feita.
Teoria quantitativa:
● O valor da moeda depende da sua quantidade. A moeda valerá mais, quanto mais
rara ou menos abundante for.
33.Inflação:
● A inflação é todo e qualquer aumento significativo e continuado no tempo da
massa monetária, que corresponde um elevado nível de preços.
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34.Deflação:
● A deflação corresponde à situação inversa à da inflação, ou seja, a toda e qualquer
contração dos meios de pagamento da moeda, não compensada por reduções do
nível de transações tendendo, assim, para uma redução do nível geral dos preços
dos bens e serviços.
35.O crédito:
Elementos do crédito:
a) O crédito é uma operação de troca de bens no mercado entre dois sujeitos
económicos. Portanto, a noção de crédito pressupõe uma troca. Troca essa que
pode ser a pronto (quando a prestação e a contraprestação ocorrem no mesmo
momento), a termo (quando a prestação e a contraprestação também são
simultâneas, todavia a troca é diferida no tempo) ou a crédito (que tem como
característica essencial não existir simultaneidade nas prestações, uma precede a
outra. Primeiro verifica-se a prestação do sujeito ativo – o credor – e só mais tarde
a prestação do sujeito passivo – o devedor).
c) O crédito é uma operação baseada na confiança entre as partes. Daí que o crédito
só se concretize porque o sujeito que entrega um bem, acredita que a outra parte
entregará a sua prestação no futuro.
a) Crédito ao consumo:
● Este tem em vista a aquisição de bens de consumo.
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b) Crédito à produção:
● É o crédito celebrado pelas empresas, tendo em vista a prossecução dos seus
negócios.
● Os empresários que não dispõem de capitais suficientes para os planos de
produção estabelecidos, recorrem ao crédito dispondo-se a reembolsar os credores
depois de venderem os bens produzidos.
Dentro do crédito à produção podem surgir dois cenários diferentes:
1. O crédito pode destinar-se à criação de uma nova empresa. Quando assim é
estamos perante o crédito para despesas de primeiro estabelecimento.
2. O crédito pode também ser contraído pelas empresas, para lhes permitir o normal
desenvolvimento da sua atividade (pagar a fornecedores). É o caso do crédito para
fundo de maneio.
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⮚ Quando esses bens são imóveis, é feita uma hipoteca, caso sejam bens móveis
(entrega de ações de uma empresa como garantia), são dados em penhor.
⮚ Se o devedor não saldar a divida, o credor pagar-se-á com os bens que foram
entregues como garantia.
37.Títulos de crédito
● São documentos que titulam uma dívida, contendo a promessa de pagamento do
devedor e que, por isso mesmo, são indispensáveis para que o credor possa fazer
valer os seus direitos, em caso de incumprimento do devedor.
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2. Noutros casos, não é indicado o nome do futuro credor, limitando-se o sujeito que
o transmite a assinar no verso do título. É o endosso em branco.
Os títulos de crédito à ordem mais importantes são a letra, a livrança, o warrant e o
cheque.
Letra:
● É um título de crédito em que o credor, dito sacador, emite uma ordem de
pagamento ao devedor (sacado), para num determinado dia (data de vencimento),
pagar certa quantia a seu favor (credor), ou a quem o sacador indicar no título
(tomador).
Livranças:
● Tem como grande diferença em relação à letra tratar-se de uma promessa de
pagamento que o devedor (subscritor da livrança), assume ao comprometer-se a
pagar certa quantia, em certo dia, ao credor (beneficiário da livrança).
Warrant:
● É um título representativo do direito a mercadorias depositadas em armazéns da
alfândega.
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Cheque:
● O cheque é um título de crédito à ordem quando indica o nome do credor.
● O sacador (quem emite o cheque) dá uma ordem ao sacado (o banco) para pagar
certa quantia ao tomador, aquele cujo nome é indicado no cheque.
● São sujeitos passivos (devedores) face aos particulares (credores) que lhes
fornecem os seus capitais.
● São também operações bancárias passivas a tomada firme de ações (os bancos
asseguram a compra de ações a emitir por certas empresas que, posteriormente
colocam no mercado vendendo-os ao público em geral), as funções de
administração de bens particulares ou ainda a cobrança de valores em nome de
particulares.
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1º ano de DireitoIntrodução à EconomiaCAD
Desconto:
● O desconto constitui a mais importante operação bancária ativa, contrapondo-se
como tal ao depósito.
Redesconto:
● Envolve também a antecipação da data de vencimento de um título de crédito,
mediante o pagamento de uma taxa de juro (taxa de redesconto), numa operação
entre bancos ou entre um banco comercial e o Banco Central. Se um banco precisa
de liquidez pode (re)descontar títulos de crédito junto de outros bancos ou do
Banco Central.
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AGRADECIMENTOS:
Adriana Borges
David Silva
Eduardo Leão
Érica Araújo
Gabriel Pinho
Manuela
Marlene Ferreira
Matilde Campos
Miguel Ledo
Pedro Gomes
Apontamentos realizados por membros da CAD. Pedimos que qualquer erro de escrita ou de
direito verificado seja comunicado a um dos membros para posterior correção.
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