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Química Farmacêutica Medicinal II

ANTIFÚNGICOS

Tradicionalmente as infecções por fungos são divididas em duas classes:


sistêmica e tópica.

1. Fármacos utilizados

1.1 – Ácidos: benzóico, salicílico, propiônico, sórbico...

CH3 CH2COOH Ácido propiônico (traços no suor)

1.2- Agentes oxidantes: KMnO4, I2, NaOCl

1.3-Outros: Violeta de genciana sol. 1%, fenóis (resorcina)..

1.4- imidazois e triazois


Nas últimas décadas os agentes azólicos têm dominado o mercado de
desenvolvimento de fármacos antifúngicos em função de seu espectro de ação
e baixa toxicidade. O desenvolvimento de novos fármacos da classe vem
ocorrendo em virtude do lento aparecimento de resistência, principalmente de
Cândida albicans.
Os antifúngicos azois incluem os imidazois e triazois, que possuem o mesmo
mecanismo de ação e espectro antifúngico.
Desvantagem: interferência na síntese hormonal causando ginecomastia,
impotência, redução da libido, oligospermia, toxicidade hepática (hepatite em
1:10000 pacientes); náuseas, urticária.
OBS. O sistema triazolico é mais lentamente metabolizado possui menos efeito
sobre a síntese de esteróis humanos que os imidazois.

1.4.1 Mecanismo de ação


Interfere na síntese do ergosterol (esterol dos fungos) - ação na formação da
membrana celular dos fungos.

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A enzima 14-demetilase faz parte do complexo P-450 e catalisa um dos


primeiros passos na biossíntese de esteróis em células de fungos a
demetilação do grupo metila no C14 do lanosterol. Para tanto um inibidor
seletivo desta enzima pode ser considerado um antifúngico potencial sendo
alguns inibidores utilizados topicamente (micoses vaginais) ou em infecções
sistêmicas se são seletivos e não inibem a enzima de mamíferos.
Os antifúngicos inibidores da 14 a –demetilase surgiram da observação desta
atividade do tritilimidazol e do clotrimazol *.

R Cl

N N N N

tritilimidazol clotrimazol *.

Cl N
N
O

Cl O

OH
N O
N N N
N FN

N
F
fluconazol
N

O CH3
cetoconazol

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Cl Cl

CH2
N N
N O O

CH2O N N N
H N
N
O CHCH2CH3

CH3

Itraconazol
CH3

N C CC(CH3)3

terbinafina

1.5- Antibiótico macrolídeo - Outro grupo de antifúngicos bem estudado é o


da anfotericina B .

OH O OH OH OH OH O
HO2C
O CH3
OH OH H3C
OH OH
NH2 OH O
O CH3
CH3

anfotericina B – descoberta em 1956 por estudo do Streptomyces nodosus


(actinomiceto aeróbio) obtido de Vale do Rio Orinoco na Venezuela. É um
macrolídeo que contém sete ligas duplas conjugadas, ligadas a 3-amino-3,6-
dideoxymanose (micosamina) conectada ao anel principal por uma ligação
glicosídica. Possui pouca solubilidade em água e toxicidade em administração
parenteral. A presença do grupo carboxila no anel principal e do grupo amino
da micosamina fornecem caráter anfotero a molécula que conferem

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solubilidade em pH extremos. A cristalografia de raio X de mostrou que a


molécula é rígida e longa com os grupos OH do anel macrolideo em oposição a
porção lipofílica polienica.
Fármaco ativo contra: Cândida spp, Cryptococcus neoformans, Blastomyces
dermatitidis, Histoplasma capsulatum, Aspergillus spp., Penicillium marneffei.
Possui atividade limitada contra Leishmania brasiliensis e não tem atividade
antibacteriana.

Desvantagens – febre, convulsões, nefrotoxicidade, insuficiência hepática


grave.

2. Uso tópico
Tratamento tópico – infecções superficiais no estrato córneo, mucosa
escamosa ou córnea. Exs. candidíase, queratite fungica.
A administração tópica de agentes antifúngicos normalmente não tem sucesso
em micoses de unha, além de não ser efetiva no tratamento de micoses
subcutâneas. A eficácia dos agentes tópicos em micoses superficiais depende
não somente do tipo de lesão, do mecanismo de ação, da viscosidade,
hidrofobicidade, e acidez da formulação. Formulações preferenciais – soluções
e cremes.

3. Novos AF

caspofungina (lipopeptideo semi-sintetico – derivado do fungo)

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