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Um caminho para

Solvência
DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

Índice
O que é o endividamento compulsivo? .................................................................. 03
Como o endividamento compulsivo afetou nossas vidas? .................................... 04
Breve história dos devedores anônimos ............................................................... 04-A

As sinalizações na estrada que nos levam a ser um devedor compulsivo ............ 08

Questionários ................................................................................................... 09

Os doze passos de devedores anônimos .......................................................... 10

As dozes tradições de devedores anônimos ..................................................... 11

As ferramentas de devedores anônimos ............................................................ 12

As doze promessas de devedores anônimos .................................................... 14

Grupos de alívio de pressão ................................................................................. 15

Comunicando-se com credores ............................................................................ 19

Pagamento de dívidas .......................................................................................... 27

Manutenção de gastos ........................................................................................ 30

Reuniões .............................................................................................................. 35

Anonimato ......................................................................................................... 39

Usando o telefone .............................................................................................. 41

Apadrinhamento .................................................................................................. 44

Reuniões deserviço ............................................................................................ 46

Procedimento sugerido para reuniões de D.A. .................................................. 49

Programação de D.A.ano 2010 ....................................................................... 52

Tradução de um texto livre ................................................................................. 53

Breve relato ......................................................................................................... 57

DAVOX – Depoimentoscompanheiros .............................................................. 58

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Relação dos grupos D.A. no Brasil ........................................................................ 66

D.A.N. – Devedores anônimos nos negócios ........................................................ 67

Tradução nossas Histórias – do livro “ A Corrente da Esperança” .......................... 70

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O QUE É ENDIVIDAMENTO COMPULSIVO?

Endividamento compulsivo é uma doença - Nós descobrimos que é uma doença que nunca
melhora, somente piora, com o passar do tempo. É uma doença, progressiva em sua
natureza, a qual não pode jamais ser curada, mas pode ser detida.

Antes de chegar ao D.A., muitos devedores compulsivos se acham pessoas irresponsáveis,


moralmente fracas, ou às vezes simplesmente “más”. O conceito do D.A. é que o devedor
compulsivo é uma pessoa realmente doente que pode se recuperar caso ele ou ela sigam,
com toda sinceridade, um programa simples que já provou ser um sucesso para outros
homens e mulheres com um problema similar.

Como devedores compulsivos, nós nos enquadramos em padrões de gastos que não
satisfazem nossas necessidades reais. Alguns de nós temos deixado de pagar cronicamente
nossas contas e dívidas, mesmo quando nós tínhamos dinheiro para pagá-las. Ou nós temos
feito pagamentos fielmente para um ou dois credores e negligenciado os outros. Alguns de
nós tem simplesmente ignorado nossas dívidas por algum tempo, na esperança de que, de
alguma maneira, elas iriam ser pagas milagrosamente. Alguns de nós temos sido gastadores
compulsivos, cobrindo-nos com coisas que não necessitamos nem queremos. Quando nós
nos sentíamos carentes ou que algo estava faltando, nós esbanjávamos dinheiro em algo
que não podíamos pagar. Nós gastávamos compulsivamente, entrávamos em dívidas, nos
sentíamos culpados, prometíamos que nunca faríamos istode novo, eapenas repetíamos o
mesmo ciclo na próxima vez que o sentimento de “não sermos o suficiente” aflorasse.

Tendo gasto além da conta, nós frequentemente não tínhamos nada para mostrar no que
gastamos, e ficávamos nos perguntando para onde foi todo aquele dinheiro. Alguns
gastadores compulsivos não estão realmente endividados, mas mesmo assim é bem vindo
ao D.A. o único requisito para ser membro do D.A. é o desejo de evitar fazer dívidas sem
hipoteca (garantia).

Alguns de nós temossido empobrecidos compulsivos, permitindo-nos ficarfrequentemente


em dinheiro, batalhando de uma crise financeira para outra. Há ainda alguns de nós que
acham quase impossível gastar dinheiro conosco mesmos. A televisão estraga e fica
estragada; aquele par de sapatos, pronto para ser aposentado, é obrigado a rodar mais um
ano ainda; e até problemas de saúde e dentários não são cuidados.

Esta doença afetou nossa visão de nós mesmos e do mundo à nossa volta. Ela levou-nos a
acreditar que não éramos “suficientes”- em casa, no trabalho, em situações sociais, em
relacionamentos amorosos. Ela também nos levou a crer que não há o suficiente no mundo
lá fora para nós. Esta doença criou uma sensação de pobreza em tudo o que fazíamos e
víamos.

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Em reação a isso, nós recolhíamo-nos para um mundo de fantasias, ficávamos preocupados


com dinheiro, e evitávamos responsabilidades.
Como o Endividamento Compulsivo afetou nossas vidas?
O usode créditosem hipoteca ou garantiadestruiu nossa auto estima, feriunossas famílias,
e criou uma série de problemas. Nós estávamos com medo. Nós passávamos noites sem
dormir. Nós temíamos abrir nossa correspondência por medo do que iríamos encontrar.
Nós vivíamos perseguidos por extratos computadorizados sem fim, cobradores e
advogados. Nós podemos até ter desenvolvido sintomas físicos por causa da preocupação.

Membros da família nos rejeitavam, ou mais comumente, nós os evitávamos, porque nós
devíamos dinheiros a eles. Outros parentes, que tinham se compadecido de nossa situação
a princípio, eventualmente se cansaram de escutar nossas reclamações sobre nunca ter o
suficiente para cumprir nossos compromissos.

Quando nós participamos da nossa primeira reunião do D.A., nós estávamos feridos por
muitas perdas: perda de salário, que havia sido engolido Poe dívidas e por gastos
compulsivos; perda derespeito próprio e paz de consciência; perdadeamizades; e algumas
vezes de saúde, emprego e família. Muitos de nós buscamos ajuda de vários indivíduos ou
organizações, mas sempre acabávamos sentindo-nos como se ninguém entendesse nosso
problema. Nossa solidão fez com que nos recolhêssemos mais emais em nós mesmos. Nós
perdemos a vitalidade e o interesse na vida. Muito de nós chegamos, na verdade, a ficar
paralisados pelo medo e falta de coragem. Nós não podíamos trabalhar ou cuidar de nós
mesmos ou de nossos entes queridos apropriadamente. Alguns de nós achamos que
estávamos ficando loucos, e outros chegaram a contemplar suicídio.

Esse senso de desespero, ou “chegar ao fundo do poço”, foi nosso primeiro passo em
Devedores Anônimos. Nós vimos que nossas tentativas de esquematizar e manipular nossas
dívidas nunca funcionou. Nós admitimos que fossem impotentes perante dívidas. Nós
estávamos prontos para pedir ajuda.

Breve História dos Devedores Anônimos

Os devedores anônimos começaram em 1968 quando um grupo em recuperação dos


alcoólicos anônimos iniciou sua primeira reunião para discutir problemas que eles estavam
vivenciando com dinheiro. Eles se apelidaram de “Avarentos” e depois de “Construtores de
Capital”. Os membros deste grupo abriram uma conta bancária e depositavam diariamente o
que eles arrecadavam nas reuniões porque eles acreditavam que os problemas financeiros que
eles tinham originavam-se de uma incapacidade de guardar/economizar dinheiro. Com os dias
e meses passando, os membros do grupo começaram a entender que o problema monetário
não advinha da incapacidade de guardar dinheiro, mas sim da incapacidade de se tornar
solvente. No começo de 1971, a essência do programa do D.A. foi esclarecida com a

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descoberta e entendimento que o ato de ficar endividado era o começo de uma doença e que
a única solução era trabalhar com os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos.
Depois de dois anos, os membros do grupo de recuperação do A.A. dispersaram. As reuniões
não eram mais regulares. Os devedores anônimos foi permanentemente fundado em 1976
quando duas ou três pessoas começaram a se encontrar as quartas feiras à tarde na igreja de
St. Stephen em Nova York. No prazo de um ano, uma segunda reunião foi organizada e os
devedores anônimos renasceram. Assim, existem mais de 300 D.A. registrados. Em 50 estados
e 10 países pelo mundo.
Em 1987, a primeira conferência de D.A. foi realizada no St. Vicent Hospital na cidade de Nova
York. A conferência foi realmente um sucesso, mas não como todas as conferências que
conhecemos hoje.
Não houve hotéis, reuniões e comissão, baile de devedores ou show de talentos e nenhum
fundo para hospedar a conferência. Mais havia muita camaradagem, comprometimento para
com a unidade D.A.,e um grande Poder.

Desde a primeira reunião o D.A. cresceu em números, força e qualidade na recuperação dos
seus membros e continua melhorando.

Muita literatura, panfletos tem sido publicado, conferências foram realizadas, comunicações
tem sido publicadas trimestralmente, D.A. aceitou BODA como seu parceiro integral, e foi
criado o site na internet www.debtorsanonymous.org .

A publicação deste livro, a Corrente da Esperança, culmina com sete anos de esforços por
todos os companheiros e lança Devedores Anônimos no século 21 como uma verdadeira
organização global dedicada, como sempre tem sido, por sua primeira proposta: ajudar os
devedores compulsivos que ainda sofrem.

 Onde encontrar os Devedores Anônimos

Até a publicação deste livro, já existiam mais de 300 encontros de D.A. em 50 estados dos
Estados Unidos. Já existem reuniões de D.A. em 5 continentes: América do Norte, América do
Sul, Ásia, Austrália, e em 11 países: Austrália, Brasil, Canadá, China, Hong Kong, Dinamarca,
França, Israel, Nova Zelândia, Filipinas, Espanha e Inglaterra.

O serviço geral do D.A. mantém um escritório em que pessoas podem obter informações
adicionais sobre o D.A. no mundo.

D.A. General Service Office


P.O.Box 920888
Needham, MA 02492-0009
(781) 453-2743

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Em grandes áreas metropolitanas nos EUA você pode encontrar os números de telefone do
D.A. na lista telefônica local.

Agências de serviços sociais que fazem consultas para o programa dos 12 passos pode ter
informações sobre o D.A. em suas áreas. Outras tradicionais fontes para localizar as reuniões
dos 12 passos são: jornais, igrejas, centros sociais e serviços de informação também podem
ajudá-lo achar reuniões do D.A. em sua região.

Os D.A. têm um site na internet


www.debtorsanonymous.org

No site você pode encontrar informações sobre D.A., mídia, questões para você analisar se o
D.A. é apropriado para você, informações para acessar grupo on line, literatura para venda, e
novas opiniões e tendências para os membros.

 Um “Poder Maior”

O segundo passo dos 12 passos do D.A. sugere que nós acreditemos em um poder maior que
nós que possa restaurar nossa sanidade. Baseado na grande experiência e tradição dos 12
passos dos membros , D.A. nunca teve intenção, ou nunca tentou, definir ou limitar o que é o
PODER MAIOR é ou significa. Todos os membros do D.A. têm todo o direito de definir esse
“PODERMAIOR” assim como eles escolherem.

Com o coletar das histórias para ser incluída no livro, os autores compartilharam suas estórias
abertamente, dando de si para que outros possam se recuperar do débito compulsivo. Quando
começou a edição do livro, o Serviço Geral do D.A. trabalhou com uma escolha de edição
preocupando-se com as referências dos autores em relação ao uso da palavra DEUS,
respeitando o credo de cada membro.

Para continuação, a edição escolhida para o uso da palavra “PODER MAIOR” foi escolhida para
ser usada constantemente no livro. Esta escolha significa que as palavras originais usadas pelos
autores teriam que ser modificada. No entanto, depois de uma cuidadosa consideração e
respeito pelos autores, foi decidido que cada estória ficaria na voz do próprio autor.
Consequentemente, cada autor usou seu próprio termo para a palavra “DEUS” no seu
entendimento.

Além do mais, a termologia usadas nestas estórias e opiniões são expressas pelas pessoas que
as escreveram. D.A. sugere que você acrescente a sua vida somente aquilo que irá ajudá-lo na
sua procura espiritual e deixe o resto por conta do “PODER MAIOR” do seu próprio
entendimento.

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 Com gratitude e apreciação para os Alcoólicos Anônimos

Em 1935 Bill W. e Dr. Bob fundou os Alcoólicos Anônimos e se deu o nascimento espiritual da
fundação para recuperação dos alcoólatras. Através das severas tentativas e grandes
inspirações, eles desenvolveram ummétodoqueseprovoueficiente narecuperação nãosódo
alcoolismo, mas para outros graves vícios. Desde então, eles e os membros do A.A.
construíram uma “RUA DE RECUPERAÇÃO” através dos 12 passos e 12 tradições que tem
oferecido experiência, força e esperança para os milhões de pessoas que sofrem de graves
vícios.
Nós membros dos Devedores Anônimos, deseja agradecer aos Alcoólicos Anônimos por ter
aberto a porta da recuperação e por ter provado além e sem dúvida que as promessas do
programa vêm se realizar. Nós também apreciamos a generosidade dos A.A. em ter permitido
a adaptação do original 12 passos e 12 tradições para o nosso programa de recuperação desta
doença do débito compulsivo.
Acima de tudo, nós do D.A. desejamos expressar nossa eterna gratitude a “DEUS” do nosso
entendimento para a inspiração espiritual e força em que todos os viciados em recuperação
encontrem a esperança efelicidade.

AS SINALIZAÇÕES NA ESTRADA QUE NOS LEVAM A SER UM


DEVEDOR COMPULSIVO

1 - O uso frequente da palavra “emprestar” para coisas como cigarros, lápis, etc.

2 - Tomar emprestado pequenas quantidades de dinheiro de amigos.

3 - Associar o uso do cartão de crédito a ser um “adulto”.

4 - Uma sensação diferente quando se está comprando a prazo ao invés de pagar à vista - uma
sensação de pertencer ao “clube” – a sensação de ser aceito.

5 - Uma sensação desenfreada de “missão cumprida” ao cumprir uma obrigação financeira


corriqueira.

6 - Apreensão desenfreada ao pedir um empréstimo.

7 - Inibição e constrangimento injustificados no que deveria ser uma conversa normal sobre
dinheiro.
8 - Despreocupação quanto às coisas que não precisam ser pagas neste mês.

9 - Dificuldade fora docomum de lembrar erelacionar obrigações específicas a fundos


disponíveis.

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10 - Expectativas irreais que haverá fundos disponíveis no futuro para cumprir obrigações
assumidas no presente.
11- Sensação desenfreada de euforia quando se adquire um cartão de crédito.
12 - Uma sensação de que “alguém” vai cuidar de você se for necessário, para que você não
entre realmente em problemas financeiros sérios que sempre há alguém com quem você
pode contar.
13 - A sensação latente, às vezes subconsciente, de que você precisa de alguém para ajudá-lo a
sair de seu problema financeiro.

Questionário:

(Muitos devedores compulsivos responderão “sim” a pelo menos oito das seguintes questões.)

1 – Suas dívidas estão fazendo sua vida familiar infeliz?

2 – A pressão de suas dívidas está tirando a atenção de seu trabalho diário?

3 – Sua reputação está sendo afetada por suas dívidas?

4 – Suas dívidas estão fazendo você pensar que é menos do que é?

5 – Você já deu informação falsa para obter crédito?

6 – Você já fez promessas irrealistas para seus credores?

7 – A pressão de suas dívidas está fazendo com que você seja descuidado com o bem estar da
sua família?

8 – Você teme que seu empregador, família ou amigos descubram até que ponto vai seu
endividamento?

9 – Quando você se depara com situação financeira difícil, a possibilidade de um empréstimo


lhe dá uma sensação desenfreada de alívio?

10 – A pressão de suas dívidas lhe causa dificuldade em dormir?

11 – A pressão de suas dívidas já lhe fez considerar embebedar?

12 – Você já pegou dinheiro emprestado sem considerar adequadamente a taxa de juros que
você vai ter que pagar?

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13 – Você normalmente espera uma resposta negativa quando é submetido a uma apuração
de crédito?
14 – Você já desenvolveu um esquema rigoroso para pagar suas dívidas, e depois, sob pressão,
acaba não o cumprindo?
15 – Você justifica suas dívidas falando para si mesmo que você é superior a outras pessoas, e
quando você tiver sua “vez” liquidará suas dívidas de um dia para o outro?
 Como foi sua pontuação?

Se você respondeu “sim” a 8 ou mais questões, tudo indica que você tem problema com
endividamento compulsivo ou está prestes a ter um.
Neste caso, hoje pode ser um momento de virada na sua vida. Nós todos chegamos nesta
encruzilhada. Um caminho, bem fácil, lhe induz para mais desespero, doença, falência e, em
alguns casos, instituições mentais, prisão ou suicídio. Outro caminho, um bem mais desafiador,
leva ao auto respeito, solvência, cura e realização pessoal. Nós lhe encorajamos a dar o
primeiro e difícil passo agora no caminho mais concreto.

Os Doze Passos de Devedores Anônimos

1 – Admitimos que fossem impotentes perante as dívidas, que tínhamos perdido o domínio
sobre nossas vidas.

2 – Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia nos devolver a sanidade.

3 – Tomamos a decisão de entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, como
nós O concebíamos.

4 – Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

5 - Admitimos perante Deus, perante nós perante outro ser humano a natureza exata de
nossas falhas.

6 - Ficamos inteiramente prontos para que Deus removesse todos esses defeitos de caratê.

7 – Humildemente pedimos a Ele para remover nossas imperfeições.

8 – Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a
fazer reparações a todas elas.

9 – Fizemos reparações diretas a essas pessoas sempre que possível, exceto quando fazê-lo
viesse prejudicá-las ou a outras pessoas.

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10 – Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o


admitimos prontamente.
11 – Procuramos, através da prece e meditação, melhorar nosso contato consciente com
DEUS, como nós O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em
relação a nós e a força para realizar essa vontade.
12 –Tendo tido um despertar espiritual por meio destes Passos, procuramos levar esta
mensagem aos devedores compulsivos e praticar estes princípios em todas a nossas
atividades.

As Doze Tradições de Devedores Anônimos

1- Nosso bem estar comum deve vir em primeiro lugar, à recuperação individual depende da
unidade de D.A.

2 – Para o grupo existe apenas uma única autoridade: um Deus amoroso que se expressa em
nossa consciência coletiva. Nossos líderes são apenas servidores de confiança, eles não
governam.

3 – O único requisito para ser membro é o desejo de parar de fazer dívidas sem colateral.

4 – Cada grupo é autônomo, exceto em assuntos que afetam outros grupos ou D.A. como um
todo.

5 – Cada grupo tem apenas um propósito primordial – levar esta mensagem ao devedor que
ainda sofre.

6 – Um grupo de D.A. nunca deverá endossar, financiar ou emprestar seu nome para nenhuma
empresa ou instituição alheia, para que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não
nos desviem de nosso propósito primordial.

7 – Cada grupo de D.A. deverá ser auto suficiente, recusando contribuições de fora.

8 – Devedores Anônimos deverão manter-se sempre não profissionais, mas nossos centros de
serviços poderão contratar funcionários especializados.

9 – D.A. nunca deveráser organizado como tal; mas podemos criar quadro de serviços ou
comitês diretamente responsáveis perante aqueles a quem servem.

10 – Devedores Anônimos não tem opinião sobre nenhum assunto externo; o nome de D.A.
nunca deverá ser envolvido em quaisquer controvérsias públicas.

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11 – Nossa política de relações públicas se baseia na atração ao invés da promoção;


precisamos sempre manter anonimato pessoal na imprensa, rádio e filmes.
12 – O anonimato é o alicerce espiritual de todas as nossas tradições, lembrando-nos sempre
de manter princípios acima de personalidades

As Ferramentas dos Devedores Anônimos


“Ação” é a palavra mágica.

Nós descobrimos que as seguintes ações essenciais à nossa recuperação.

 Abstinência: Nós praticamos abstinência não fazendo dívidas sem hipoteca (garantia),
um dia de cada vez. Dívida sem hipoteca é qualquer dívida que não é responsabilizada através
de alguma forma de bem tal como um carro, uma casa, etc.

 Reuniões: Nós participamos de reuniões onde podemos partilhar nossa experiência,


força e esperança uns com os outros. A menos que passemos aos recém chegados o que
temos recebidos do D.A., nós não podemos guardá-los para nós mesmos.

 Manutenção de Contas: Nós mantemos registros de nossa receita e gastos diários e da


quitação de qualquer montante de nossas dívidas pendentes.

 Anonimato: Nós praticamos o anonimato, que nos permite a liberdade de expressão,


através da certeza de sabermos que o que é dito nas reuniões ou para outro membro do D.A.
jamais será repetido.

 Usando o Telefone: Nós mantemos contato constante com outros membros do D.A.
trocando os números dos nossos telefones. Nós habitualmente conversamos com um membro
do D.A. antes e depois de tomar passos difíceis na nossa recuperação.

 Grupos de Alívio de Pressão e Reuniões de Alívio de Pressão: Após haver adquirido


alguma familiaridade com o programa do D.A., nós organizamos Reuniões de Alívio de Pressão
formadas por nós mesmos e dois outros membros do grupo que se encontram abstinentes por
pelo menos três meses, e que geralmente têm mais experiência no programa. O grupo se
encontra em uma série de reuniões de alívio de pressão para rever nossa situação financeira.

 Plano de Gastos: A reunião de alívio de Pressão normalmente resulta na formulação


de um plano de gastos, colocando as nossas necessidades em primeiro lugar, e em um plano
de ação para resolver nossas dívidas e tomar os primeiros passos rumo à solvência.

 Apadrinhamento: Muito de nós acham extremamente útil escolher um padrinho ou


madrinha no D.A. O padrinho ou madrinha é um membro abstinente no D.A. que

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normalmente tem mais experiência no trabalho de 12 Passos. O padrinho ou madrinha nos


ajuda a implementar nosso plano de ação e a trabalhar os Passos.
 Reuniões de Serviços e Negócios: Nós participamos das reuniões de serviço e negócios
que acontecem mensalmente no D.A. muitos de nós temos sentimentos arraigados dizendo
que “negócios” não fazem parte das nossas vidas, que é coisa para outros mais bem
“qualificados” que nós. No entanto, participação quanto ao andamento de nosso programa e
grupo nos ensina como a organização funciona, e também nos ajuda a tornam-nos
responsáveis pela nossa própriarecuperação.
 Literatura do A.A.: Nós estudamos a literatura dos Alcoólicos Anônimos para
fortalecer nosso entendimento de doença compulsiva. Nós podemos nos identificar com
muitas das situações descritas naquela literatura se substituímos a palavra “álcool” por
“endividamento compulsivo”.
 Conscientização: Nós nos mantemos conscientes do perigo de endividamento
compulsivo anotando detalhes de propaganda de bancos, financiadoras ou cartões de crédito,
e através da leitura de notícias sobre seus efeitos.

 Serviço: Nós prestamos serviço em todos os níveis: pessoal, nas reuniões, intergrupo e
escritório de serviços mundial. Prestar serviço é vital para a nossa recuperação. Somente
através da prestação de serviço podemos passar ao outro o que nos foi passado tão
generosamente.

As Doze Promessas dos Devedores Anônimos

No programa dos Devedores Anônimos, nós nos reunimos para compartilhar nossa
experiência, força e esperança para que possamos nos recuperar da doença do débito
compulsivo. Quando nós trabalhamos os Doze Passos do D.A. e usamos as Ferramentas do
D.A., nós começamos a receber estes presentes do programa:

1- Aonde uma vez nós sentimos desespero, nós experimentaremos uma nova esperança.

2 – Clareza substituíra a incerteza; nós saberemos intuitivamente como lidar com situações
que costumava nos desconcertar.

3 – Nós viveremos dentro dos nossos meios, no entanto nossos meios não nos definirão.

4 – Nós começaremos a viver uma vida próspera, descarregada de medo, preocupação,


ressentimento, ou débito.

5 – Nós compreenderemos que nós somos o suficiente; nós nos valorizamos assim como
valorizaremos nossas contribuições.

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6 – Isolamento cederá lugar ao companheirismo, fé deslocará o medo.


7 – Nós reconheceremos que há o bastante, nossos recursos serão generosos e os
compartilharemos com os outros e com o D.A.
8 – Nós cessaremos de nos comparar aos outros; ciúmes e inveja desaparecerão.

9 – Aceitação e gratidão substituirão arrependimento, auto piedade e vazio.

10 – Nós não temeremos mais a verdade, deixaremos de nos esconder na negação para viver
em realidade.

11 –Honestidadeguiará nossas ações nosentidodeumavidafartapreenchidacomsignificado


e propósito.

12 – Nós reconheceremos um Poder Maior que nós próprios como a fonte de nossa
abundância; nós entenderemos que Deus está fazendo por nós aquilo que não pudemos fazer
por nós mesmos.

Estas promessas são extravagantes? Nós pensamos que não; elas estão bem dentro das
nossas possibilidades. Quando nós trabalhamos este programa com integridade e no melhor da
nossa capacidade, um dia de cada vez, uma vida de prosperidade e serenidade será nossa.

(Aprovado em 19 de agosto de 2001, na Décima Quinta Conferência de Serviço Mundial


Anual)

Grupo de Alívio de Pressão & Reuniões de Alívio de Pressão

“Após haver adquirido alguma familiaridade com o programa de D.A., nós


organizamos Reuniões de Alívio Pressão formadas por nós mesmos e dois outros
membros do grupo que se encontram obstinentes por pelo menos três meses, e que
geralmente têm mais experiência no programa. O grupo se encontra em uma série
de reuniões de alívio de pressão para rever nossa situação financeira”.

(Sexta Ferramenta de Devedores Anônimos)

 O que o D.A. oferece como solução?

Quando viemos pela primeira vez aos Devedores Anônimos, nos falaram para não nos
endividarmos um dia de cada vez e vir às reuniões. Nós também fomos encorajados a trocar os
números de telefone com outros membros e manter relatórios de nossas despesas e receitas
diárias. Tão logo começamos a tomar estas atitudes, nós já estávamos nos recuperando da
compulsão de contrair dívidas. Entretanto, nossos problemas de contrair dívidas requeriam
mais tempo e atenção individual do que estava disponível nas reuniões regulares. Nós temos

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reuniões de alívio de pressão com nosso grupo de alívio de pressão para achar as soluções
para estes problemas.
 O que é a Reunião de alívio de Pressão?
A reunião de alívio de pressão é uma reunião planejada com outros dois membros do D.A.O
Objetivo para se estabelecer uma reunião de alívio de pressão varia. Algumas vezes um
membro precisa de um plano de gastos, outras vezes ele ou ela precisam de um plano de
pagamento de dívidas, ou ainda um membro pode precisar de ajuda para arrumar emprego.

Sem levar em conta do porque que nós nos reunimos, o objetivo é aliviar-nos da pressão e nos
ajudar a viver uma vida sem fazer dívidas.

A reunião de alívio de pressão não é uma maneira rápida para pagar nossos débitos. Não é um
serviço de crédito ao consumidor nem membros do grupo de alívio de pressão agem como
advogados ou peritos em finanças. A reunião de pressão não é um grupo de terapia. Os
membros do grupo de alívio de pressão não são pais autoridades. Finalmente, a reunião de
alívio de pressão não é uma forma de permitir-nos continuar a contrair dívidas
compulsivamente.

 Como nós formamos um Grupo de Alívio de Pressão?

Nós escolhemos nosso próprio grupo de alívio de pressão. Participando das primeiras
reuniões, procuramos nos identificar com outros membros do D.A. Bons candidatos para um
grupo de alívio de pressão são frequentemente encontrados em reuniões quando nos
identificamos com seus depoimentos ou ouvimos suas experiências em superar dificuldades
que agora passamos. Um grupo de alívio de pressão geralmente consiste em um homem e
uma mulher. Entretanto, às vezes, é difícil para o membro encontrar um homem e uma mulher
disponíveis. Neste caso, ao invés de adiar a recuperação, o membro pode escolher dois
membros do mesmo sexo para ser seu grupo de alívio de pressão. Embora não seja crucial ter
sempre os mesmos dois membros em todos os grupos de alívio de pressão, e realmente isto
pode ser impossível, relacionamentos duradouros com alguém nos ajudam a nos permitir a
nos revelar. É certamente improdutivo ter diferentes membros em cada grupo de alívio de
pressão, caso isto esteja servindo para nos mantermos “escondidos”.

Às vezes, umapessoa quedesejamos paranosso grupo poderecusar-se a participar por algum


motivo, nos deixando desapontados ou irados. Não desanime se isto acontecer. Talves esta
pessoa estará disponível em outra ocasião, e se não estiver, outros membros do D.A. são
qualificados para participarem em nosso grupo de alívio de pressão. Pedir por aquilo que
necessitamos é parte importante de nossa recuperação. Nossa persistência em formar um
grupo de alívio de pressão será bem sucedida mais cedo ou mais tarde. Lembre-se de que o
grupo de alívio de pressão é para nosso próprio benefício. Não permitamos que a frustração
nos impeça de utilizar esta importante ferramenta.

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Às vezes nós adiamos uma reunião de alívio de pressão porque não achamos o grupo perfeito.
Nestesmomentos nós podemos estar precisandodenos desligar de nossa idéia de perfeição e
focalizarmos na necessidade de continuar nossa recuperação.
 Como é a experiência de D.A. com Falência?
Muitos de nós pensávamos que pedindo falência era a solução para nossos problemas. Nós
nos sentíamos sobrecarregados e queríamos aliviar-nos da pressão causada por nossas dívidas.

Alguns de nós em D.A. tivemos experiência de pedir por falência e descobrirmos que pedir
falência não resolveu o problema da maneira que havíamos pensado.

Pagar nossas dívidas é uma maneira de fazer reparações por nosso comportamento passado.

Mantendo contato com nossos credores e pagando-os depois de elaborar um plano de


pagamento em nossas reuniões de alívio de pressão – são passos essenciais que tomamos em
nossa recuperação de devedorcompulsivo.

Portanto, antes de pedir falência, nós sugerimos que considerem cuidadosamente às opções
em um grupo de alívio de pressão. Nós pedimos orientação de um Poder Superior e de outros
membros do D.A. e confiamos que as respostas certas serão reveladas.

 Porque alguém iria querer estar em meu Grupo de Alívio de Pressão?

Muitos de nós sentimos envergonhados ou relutantes ao pedir para duas pessoas estarem em
nosso grupo de alívio de pressão e disporem de tempo para encontrarem conosco para
conversar sobre nossa situação financeira. Nós estivemos preocupados acreditando que
ninguém iria querer. Entretanto, nós aprendemos que “isto é a doença falando”. Como
devedores, nós raramente colocamos nossas reais necessidades em primeiro lugar. Pedindo às
pessoas para estarem em nosso grupo de alívio de pressão é, portanto, um desafio real e um
passo importante para nossarecuperação.

A experiência tem nos mostrado que os membros do D.A. que continuam a compartilhar com
os outros tendem a serem aqueles que mantêm solventes. Prestando serviço em nossa
reunião de alívio de pressão, os membros de nosso grupo do alívio de pressão na verdade
ajudam a si próprios.

 Quando devo solicitar uma Reunião de Alívio de Pressão?

Reuniões de alívio de pressão funcionam melhor quando nos damos tempo suficiente para
planejar a reunião e evitamos correria ou atrasos. Nossa doença se alimenta no medo e no
pânico; parte de nossa recuperação consiste em tomarmos conta de nós mesmos através do
planejamento. Se não nos permitirmos tempo suficiente para preparar uma reunião de alívio
de pressão, podemos não sentir suficientemente merecedores. Recém chegados ao D. A.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2012
2018

frequentemente sentem-se oprimidos por outra crise. A resolução rápida desta crise, eles
acreditam, é seu principal objetivo principal. Eles frequentemente tentam organizar uma
reunião de alívio de pressão antes de terem se dado a chance de absorver os conceitos do D.A.
Mas, raramente de devedores compulsivos são resolvidos da noite para o dia. A chave para a
recuperação no D.A. é honestamente consigo mesmo e com os outros. A menos que sejamos
honestos, o D.A. não poderá nos ajudar a controlar nosso talão de cheques ou tirar um credor
de nosso encalço.
Ocasionalmente, entretanto, um membro novo de D.A. está enfrentando um problema sério e
urgente que requer atenção imediata. As circunstâncias que poderiam requerer uma reunião
de alívio de pressão com urgência são:

 Intimação para comparecer em juízo;


 Ações judiciais que inviabilizam nossas possibilidades de atuar financeiramente;
 Notificação de delegacia;
 Aviso de desejo;
 Aborrecimento excessivo;
 Processo de falência;
 Qualquer outra situação que requeira ação imediata.

Como iniciantes, muitos de nós tivemos várias reuniões de alívio de pressão dentro de um
curto espaço de tempo para discutir nossa situação financeira adequadamente com nosso
grupo de alívio de pressão. Daí para frente, aprendemos a agendar reuniões de alívio de
pressão quando a pressão aumentar novamente. A pressão pode ou não estar diretamente
relacionada com nossas dívidas. Todo tipo de pressão poderá ser uma ameaça para a nossa
solvência e é um assunto apropriado para um grupo de alívio de pressão.

 Onde uma Reunião de Alívio de Pressão deve ser feita?

É sugerido que reuniões de alívio de pressão devam ser feitas em um lugar no qual as três
pessoas possam conversar livremente sem serem interrompidas, ou importunadas por
qualquer motivo. Por esta razão, lugares públicos – como cafeterias – são geralmente
considerados impróprios para reuniões de alívio de pressão. Os lugares de reuniões mais
comunsparareuniões de alíviodepressão são em pequenas salas em igrejas ou outros lugares
onde as reuniões usuais são realizadas.

Reuniões de alívio de pressão são algumas vezes realizadas na casa de um membro do D.A.
Entretanto, muitos de nós achamos que um lugar neutro é preferível por diversas razões.

Primeiro, a pessoa cuja casa está sendo usada pode estar preocupada com o papel de
“anfitriã” (õ); segundo, os outros dois membros podem estar embaraçados com o papel de
“visita”. Finalmente, os membros podem sentir a necessidade de socializar antes e depois da
reunião, o que, algumas vezes, prejudica o clima de “negócios” da reunião de alíviode pressão.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

Apenas destas preocupações, muitos membros de D.A. sentem-se à vontade com uma reunião
de alívio de pressão em suas casas. Por último, é uma escolha pessoal.

 Como nós podemos providenciar uma Reunião de Alívio de Pressão?

Arranjar horário e o lugar para uma reunião de alívio de pressão é tarefa para a pessoa que
solicitou. Isto é, primeiramente, falando diretamente com os dois membros do grupo de alívio
de pressão para decidirem de comum acordo a hora e o lugar apropriados. É importante
reservar pelo menos umas duas horas para a reunião de alívio de pressão, de forma que haja
tempo suficiente para se discutir o que quer que seja necessário ser visto e ainda se sentirem
relaxados. Assim que houver acordo quanto à hora e lugar, o membro do D.A. que solicitou a
reunião deverá obter permissão para usar o local de reunião escolhido. Se houver alguma
mudança nos planos da reunião, ambos os membros do grupo de alívio de pressão deverão ser
avisados tão logo seja possível. Se a reunião de alívio de pressão for marcada com maior
antecedência, é importante confirmar a hora e o lugar com ambos os membros do grupo de
alívio de pressão 24 horas antes da hora da reunião. Algumas vezes, as pessoas esquecem
mesmo, e é desanimador quando apenas duas pessoas aparecem para a reunião de alívio de
pressão. Se isto acontecer, a reunião de alívio de pressão não poderá ser realizada. Uma
reunião com apenas duas pessoas não é uma reunião de alívio de pressão.

 O que precisamos para nossa Primeira Reunião de Alívio de Pressão?

Muitos de nós acreditávamos que não deveríamos ter uma reunião de alívio de pressão se não
estivéssemos empregados, ou não sabíamos exatamente quanto nós devíamos, ou não
tínhamos certeza de quanto nós estávamos gastando. Embora os itens sugeridos na seguinte
lista sejam convenientes para a primeira reunião de alívio de pressão, não ter nenhum deles
não deveria privar ninguém de ter uma reunião de alívio de pressão. O mais importante para
uma reunião de alívio de pressão somos nós mesmos.

 Alguma demonstração de receita. Membros que trabalham por conta própria que não
tenham relatórios completos poderão trazer cópias de contas ou qualquer outra evidência de
receita.

 Anotações de despesas mensais, tanto fixas (como aluguel,seguro de carro e custos de


instrução) quanto flutuantes (como mercearia, lazer, etc.). Um relatório completo de gastos de
pelo menos duas semanas é conveniente.

 Uma lista de credores (pessoas e instituições). Inclua todas as dívidas, não importa
quão pequena seja.

 Também, trazer quaisquer documentos legais referentes à relação de cada débito.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 O que contamos aos nossos parceiros sobre a Reunião de alívio de Pressão?

Para aqueles de nós envolvidos em um relacionamento, nossos parceiros irão ficar curiosos a
respeito do que acontece nas reuniões de alívio de pressão. Na verdade, parceiros são
convidados a participar das reuniões de alívio de pressão. A participação e o apoio deles
ajudarão bastante em nossa recuperação. Em muitos casos, há informação vital que somente
lês podem suprir. Frequentemente, também, há decisões que não poderão ser tomadas sem o
conhecimento e consentimento deles. Eles deveriam dar uma palavra na reunião de alívio de
pressão e ter a oportunidade de entender o processo de recuperação que está acontecendo
ali.
 Como nos sentimos em nossa primeira Reunião de Alívio de Pressão?
Normalmente, o iniciante chega à primeira reunião de alívio de pressão com sentimentos de
ansiedade. Mesmo pessoas que não são devedoras compulsivas tendem a ocultar suas
finanças dos outros. É compreensível que nós, devedores compulsivos, cujas finanças são
frequentemente caótica, fiquemos com medo em dobro de mostrar os mais íntimos detalhes
de nossas vidas financeiras a duas outras pessoas. Poucas doenças trazem consigo a
desaprovação social que é à compulsão por dívidas. Nós revelaríamos mais depressa quaisquer
outros fatos sobre nós mesmos. A sociedade reservou um tipo de desprezo especial para
pessoas que têm problemas com dinheiro – ou pelo menos é o que parece ao devedor
compulsivo. Nós poderemos ter quase que um medo infantil de que nosso grupo de alívio de
pressão irá nos desaprovar, ficar zangado conosco, ou talvez mesmo dizer-nos que nós não
pertencemos aos Devedores Anônimos. Nós ficamos imediatamente à vontade, entretanto,
quando percebemos que os outros membros de nosso grupo de alívio de pressão estão
sofrendo com a mesma doença. Eles sabem como é. E, ao invés de críticas destrutivas, nós
encontramos pessoas que vão nos ouvir com simpatia e compreensão.

Outro medo comum dos iniciantes é achar que seu grupo de alívio de pressão irá tentar
controlá-los. Muitos ficam com medo que o grupo de alívio de pressão irá dizer que eles
devem desistir detudo menos doessencial para pagar suas dívidas. Outros que estão ansiosos
para pagar seus débitos para acalmar bancos e lojas de departamentos ou para livrar a cara
com parentes ou amigos podem temer o contrário – que seu grupo de alívio de pressão irá
dizer-lhes que não estão em condição de pagar nenhuma dívida.

Tais temores nascem de um equívoco de nossa situação real. Quando nós chegamos aos
Devedores Anônimos, a maioria de nós tem uma profunda consciência de que nossos hábitos
de gastar estão distorcidos e têm que ser mudados se quisermos nos recuperar. Sabemos isto,
mas não sabemos o que irá substituir aqueles hábitos e então ficamos com medo.

O grupo de alívio de pressão é especificamente projetado para acalmar tais medos. O grupo
realiza isto ao disponibilizar ao iniciante a experiência, força e esperança de outros dois
devedores compulsivos em recuperação.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Quais são as preocupações especiais das pessoas que são convidadas a participar e
uma Reunião de Alívio de Pressão?
Os membros de D.A. que oferecem seu tempo para participar de um grupo de alívio de
pressão podem com freqüência se questionarem como a seguir: quando eu aceito um pedido e
quando e quando eu recuso? Qual é o meu papel em uma reunião de alívio de pressão? Como
eu lido com situações especiais que podem surgir? Os parágrafos abaixo descrevem nossa
experiência com as reuniões de alívio de pressão e oferecem pontos a considerar relativos a
estas questões.
 Quando eu digo sim e quando eu digo não quando for convidado a dar uma Reunião
de Alívio de Pressão?
Decidir participar de uma reunião de alívio de pressão é um assunto inteiramente individual.
D.A. sugere que um membro do grupo de alívio de pressão tenha ao menos três meses de
abstinência de contrair novas dívidas e ter tido no mínimo ele mesmo duas reuniões de alívio
de pressão para si. Esta condição nem sempre é preenchida antes que nos seja solicitado a dar
uma reunião de alívio de pressão. Nesses momentos, é melhor aconselhar-se com uma
madrinha (ou padrinho) ou com uma amiga (ou amigo) para saber se estamos prontos para
oferecer nosso serviço em uma reunião de alívio de pressão. O serviço de dar reunião de
pressão pode consumir tempo. Embora o D.A. promova o serviço como uma ferramenta para a
recuperação, nós também aprendemos no D.A. a cuidar de nós mesmos. Às vezes, membros
dão uma reunião de alívio de pressão após outra para outros membros e ignoram suas
próprias necessidades. Quando tomarmos a decisão de dar ou não uma reunião de alívio de
pressão, lembramos que o D.A. nos ensina sobre cuidar de nossas próprias necessidades e
então rezamos para pedir orientação. Novamente, se temos dúvidas, consultamos outros
antes de tomar a decisão de recusar a dar uma reunião de alívio de pressão.

 Qual é o papel do grupo de Alívio de Pressão?

O papel do grupo de alívio de pressão varia para cada situação. Estamos lá para escutar,
encorajar e oferecer nossa experiência, força e esperança. Olhamos os relatórios financeiros e
ajudamos a pessoa a elaborar um plano de gastos e um plano de ação que mantenha um estilo
de vida solvente. Acreditamos que nosso Poder Superior trabalha através de nós em um grupo
de alívio de pressão. Mesmo se um membro conduza a reunião, ambos os membros do grupo
de alívio de pressão contribuem com sugestões e idéias. Sempre, o papel do grupo de alívio de
pressão é oferecer opções que nós mesmos não enxergamos.

 O que deveríamos fazer quando encontramos um Membro resistente em uma


Reunião de Alívio de Pressão?

Ocasionalmente, membros de um grupo de alívio de pressão encontram resistência ou má


vontade para trabalhar cooperativamente. Por exemplo, um membro pode interromper
contradizer o grupo de alívio de pressão ou se recusar a aceitar soluções ou querer conduzir a

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

reunião. Consequentemente, os membros do grupo de alívio de pressão podem tentar


explicar, convencer ou controlar e tornarem-se frustrados, zangados e intolerantes. Se nós
estivermos dando uma reunião de alívio de pressão, precisamos compreender que a
resistência é responsabilidade do outro membro – nós não devemos assumir o encargo de
consertá-la (o). Ao mesmo tempo, nós precisamos ser honestos conosco, reconhecendo e
aceitando nossos sentimentos. Como os livros Doze Passos e As Doze Tradições de Alcoólicos
Anônimos nos dizem, “É um axioma espiritual que toda vez que nós somos perturbados, não
importa a causa, há alguma coisa errada conosco”.
Podemos precisar dar tempo das reuniões para esclarecer como proceder, nós podemos
precisar conversar sobre nossos sentimentos e observações sobre o que está acontecendo
com o grupo de alívio de pressão, e algumas vezes nós podemos precisar encerrar a reunião. A
chave para achar a resposta para tais problemas para todos que estão envolvidos no programa
está em ter boa vontade e manter a mente aberta.
 O que acontece nas Reuniões de Alívio de Pressão?

O formato de uma reunião de alívio de pressão difere com freqüência dependendo das
pessoas nela envolvidas e dá área do país onde a reunião de alívio de pressão está sendo feita.
Entretanto, em muitos casos, reuniões de alívio de pressão são similarmente estruturadas.

A reunião usualmente começa e termina com uma prece. Isto nos ajuda a convidar nosso
Poder Superior a orientar nossos pensamentos e ações. A leitura de alguma literatura ou dos
Passos também pode ajudar a orientar a reunião.

O grupo de alívio de pressão poderá pedir ao membro que escrevam quais são seus objetivos
para ter uma reunião de alívio de pressão. Escrever na hora da reunião, melhor do que fazê-los
com antecedência, nos ajuda a estar presentes naquele momento. Também, nós poderemos
precisar de ajuda de nosso grupo de alívio de pressão para expressar nossos objetivos.
Objetivos comuns de uma reunião de alívio de pressão são estabelecer um plano para mudar
de emprego ou de situação de vida.

Assim que tenhamos uma lista de objetivos, cada um pode ser discutido por ordem de
prioridade. O grupo de alívio de pressão sugere maneiras para alcançar os objetivos. Antes de
terminar a reunião nós revisamos os objetivos e verificamos se cada um deles foi satisfeito e se
alguma coisa poderia ser continuada a ser vista em outra ocasião.

No final da reunião, nós sempre temos um plano de ação.

Adicionalmente, os grupos de alívio de pressão pode nos ajudar a descobrir o que nós
queremos através do exercício de escrever. Algumas ou alguns de nós temos sido beneficiados
ao escrever sobre nós mesmos tanto antes quanto durante a reunião de alívio de pressão e
explorando quanto nós podemos melhor utilizar nossas habilidades ou melhorar-nos.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

Baseado na conversa durante a reunião de alívio de pressão, o grupo de alívio de pressão nos
ajuda a desenvolver um plano de ação, um plano de gastos e um plano de pagamento de
dívidas.
 Plano de Ação – Contatar credores é uma ação comum para iniciantes. Como a
pressão é aliviada nas reuniões de alívio de pressão, nós vemos que muitas outras ações
podem ser tomadas. Estas podem incluir marcar uma entrevista de emprego, pedir aumento,
ou obter informação sobre planos de saúde. Também, porque sendo bons para nós mesmos é
uma parte importante da recuperação no D.A., uma pode ser ir ao cinema, comprar flores ou
marcar um encontro. Quaisquer que sejam as ações que devemos tomar escrevê-las e nos
comprometermos a elas em nosso grupo de alívio de pressão, ajudam-nos a executá-las.
 Plano de Gastos – O plano de gastos nos dá um roteiro para gastar nosso dinheiro e
leva em conta nossas vontades e necessidades. Usualmente, um plano de gastos é
desenvolvido na primeira reunião de alívio de pressão.

 Plano de Pagamento de Dívidas - Assim que formos capazes de pagar nossas dívidas
sem privar-nos de nossas necessidades, nós desenvolvemos um plano de pagamento de
dívidas. Nós nos comprometemos a pagar nossas dívidas em um ritmo que nos permita tomar
conta de nós mesmos.

 Mudanças de Atitudes – Cada ação que nós tomamos como resultado da reunião de
alívio de pressão traz consigo traços de crescimento que nós podemos não estar
imediatamente consciente deles. No entanto, o processo não é sempre leve. Ocasionalmente,
nosso grupo de alívio de pressão nos diz coisas que nós não queremos ouvir. Podemos ficar
ofendidos ou zangados, ou ainda podemos sair e ficar chateados por alguns dias. Algumas
pessoas não podem lidar com tais abalos contra seus egos; elas vão embora e não voltam
mais. A maioria, entretanto, continua no programa, aceitando o estímulo do seu grupo de
alívio de pressão ou selecionando um novo membro para o grupo de alívio de pressão. Nós,
alguma vezes, ouvimos um membro de D.A. dizer em uma reunião regular, “meu grupo de
alívio de pressão me disse fazer tal e tal coisa”. Isto não quer dizer que nosso grupo de alívio
de pressão nos controla. Enquanto que nós fornecemos informações sobre nossas vidas, eles
nos fornecem a experiência da recuperação deles. Precisamos acreditar neste compartilhar, de
onde surge a discussão das ações que ajudam em nossa recuperação. Frequentemente nós
resistimosaestespróximospassose precisamoslidar com estaresistência. Quando o grupode
alívio de pressão nos “diz” para fazer alguma coisa, eles não estão dizendo, “você deve fazer
isto”, mas sim, “você pode fazer isto”.

Grupos de alívio de pressão têm uma maneira de enxergar o melhor de nós. Nós ficamos
descrentes, até mesmo indignados ante as insistentes afirmações de que nós podemos
tomar conta de nós mesmos, que há realmente, o suficiente.

Através do processo do grupo de alívio de pressão, nós ficamos sabendo que nós não somos
caso perdidos; que o programa pode curar-nos através de nossa boa vontade, coragem e

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

honestidade. Ao depender do apoio e do julgamento de nosso grupo de alívio de pressão, em


breve nos tornamos mais independentes. Gradualmente, este processo nos transforma em
pessoas responsáveis e prósperas.
 Crença em um Poder Maior do que nós mesmos. – Muitos de nós viemos a acreditar
que um Poder Superior trabalha em nossas reuniões de alívio de pressão. Abrindo e fechando
as reuniões de alívio de pressão com uma prece, nós reconhecemos nossa impotência diante
de nossa compulsão e pedimos a um Poder Maior que nós mesmos para iluminar-nos e
orientar-nos através da reunião. Nós que não conhecemos outra maneira a não ser a
compulsãopor dívidas egastos, tornamo-nos conscientes deum Poder Superior namedida em
que a compulsão foi tirada de nós e nós começamos a experimentar a viver solventes. Nós que
fomos vítimas de baixa auto estima viemos a reconhecer um Poder Superior quando, com
ajuda de nosso grupo de alívio de pressão, nós começamos a fazer uma opinião realista de nós
mesmos. Nós detectamos a mão de um Poder Superior quando nossa velha atitude de auto
privação foi trocada por uma prosperidade. Nós viemos a acreditar que um Poder Maior Fo
que nós mesmos estávamos restaurando-nos a sanidade.
COMUNICANDO-SE COM CREDORES

“Fizemos uma relação de todas as pessoas que havíamos prejudicado, e nos


dispusemos a fazer reparações a todas elas”.
8º passo dos Devedores Anônimos

“Fizemos reparações diretas a essas pessoas sempre que possível, exceto quando
fazê-lo viesse a prejudicá-las ou a outras pessoas”.
9º passo dos Devedores Anônimos

 Como negociávamos com nossos Credores antes de virmos ao D.A.?

Antes de ingressar nos Devedores Anônimos, a maioria de nós negociava com credores em
uma dessas duas maneiras. Ou os ignorávamos (não abríamos nossas correspondências, nunca
retornávamos ligações telefônicas, não pagávamos nossas contas quando vencidas, etc.) e
esperávamos que fossem desaparecer, ou concordávamos em pagar o que quer que o credor
peça, fosse ou não capazes de depender a quantia requerida.

Essas abordagens originavam de uma atitude de “tudo ou nada” sobre pagamento de dívida.
Nós pagávamos compulsivamente todas as nossas dívidas, deixando a nós mesmos sem o
suficiente para viver. Ou as ignorávamos completamente, jogando fora ou amontoando faturas
e boletos. Talvez usássemos a desculpa de que, já que não podíamos pagar a todos a quantia
devida, era inútil fazer qualquer tentativa. Reagíamos com negação e medo a um problema
aparentemente incontrolável e massacrante.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

Por que nos comunicamos com Credores agora?

Para nossa recuperação através do trabalho com os Doze Passos dos Devedores Anônimos, é
necessário que nos comuniquemos com nossos credores. Especificamente, o 8º passo afirma
que “fizemos uma lista de todas as pessoas que havíamos prejudicado, e nos dispusemos a
fazer reparações a todas elas”. Por pessoas, nesse caso, entendam-se também credores, quer
sejam indivíduos ou instituições.

O 9º passo afirma que “fizemos reparações diretas a essas pessoas sempre que possível,
exceto quando fazê-lo viesse a prejudicá-las ou a outras pessoas”. Esse passo se refere ao
compromisso do D.A. de pagarmos nossos credores dentro de uma programação que não irá
nos prejudicar ou a outros. No D.A., frequentemente falamos em “divagação permanente”.

Esse processo de comunicação com nossos credores é ainda outro passo para nos
distanciarmos da divulgação em direção à clareza.

 Como D.A. sugere que você se comunique com credores?

 Esteja preparado.

Achamos benéfico estarmos preparados antes de nos comunicarmos com credores. A


preparação normalmente inclui uma reunião com o Grupo de Alívio de Pressão para
desenvolver um plano de pagamento de dívidas, bem com um plano de como nos
comunicarmos com nossos credores. Contar com a ajuda de um Grupo de Alívio de Pressão
nos ajuda a quebrar padrões destrutivos de isolamento e de completa auto dependência.

Como as necessidades de cada indivíduo diferem, trabalhar com Grupo de Alívio de Pressão é
frequentemente o melhor meio de encontrar o que funcionará para nós. Alguns de nossos
planos incluem entrar em moratória no pagamento de nossas dívidas ou não aceitar
telefonemas dos nossos credores. Com o conhecimento do nosso plano, somos muito mais
capazes de comunicar nossas intenções aos credores.

 Moratória de dívida.

Quando éramos recém chegados ao D.A., a maioria de nós tinha muito pouca idéia de quanto
podíamos pagar aos nossos credores. Somente através das Reuniões de Alívio de Pressão e
alguma clareza obre nossa receita e necessidade financeiras, pudemos determinar se
estávamos ou não em posição de reduzir nossas dívidas. Muitos de nós descobrimos que mal
éramos capazes de cobrir nossas necessidades de momento, e que se fôssemos realmente
priorizar essas necessidades, não poderíamos pagar nada aos nossos credores. Embora essa
idéia nos parecesse chocante e impossível a princípio, descobrimos que poderia ser possível
entrar em uma “moratória de dívida”, o que significa não pagar nada aos nossos credores por
um determinado tempo.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Pedindo ajuda.

Pedir ajuda é uma maneira poderosa de mudar nossos hábitos de isolamento: admitir que
precisamos de ajuda desafia de forma efetiva nossa falsa presunção de que somos
inadequados se não fizermos tudo sozinhos. Quando nosso planejamento estiver preparado,
podemos querer usar alguns dos métodos que outros membros do D.A. acharam eficazes
antes de nos comunicarmos com nossos credores.

“Bookending”, que significa telefonar para outro membro de D.A., antes e depois de tomar
uma iniciativa, é um instrumento muito eficaz de apoio para usar quando nos comunicamos
com credores. Ter um roteiro escrito quando telefonarmos a um credor também é uma boa
idéia. Saber o que queremos dizer antes de aceitarmos ou fazermos um telefonema nos ajuda
a evitar reações motivadas por medo e assumir compromissos que não podemos cumprir.

Precisamos nos preparar com freqüência para sermos persistentes em nossa posição. Quando
um credor tenta nos ameaçar ou nos adular para que mudemos de posição, podemos utilizar a
técnica de “disco riscado” (repetindo a mesma afirmação com clareza, não importa o que o
credor diga). Usando essas ferramentas e discutindo o nosso plano com outros, conseguimos
apoio e encorajamento para sentirmos nosso medo e ainda assim tomarmos iniciativa. Somos
lembrados de que não estamos sozinhos nessa jornada.

 Coletando informações.

Para a maioria de nós, ignorância e medo caminhavam de mãos dadas, nos mantendo
imobilizados. Através de coleta de informações sobre o que precisamos saber, descobrimos
quais são nossos direitos e obrigações e, consequentemente, nosso medo diminui. Aqui estão
alguns exemplos do que aprendemos:

 Embora muitos escritórios de cobrança ameacem a penhorar nossa renda, somente à


receita federal pode fazê-lo sem uma ordem judicial;

 Muitos cobradores ganham comissão conforme o que conseguem receber de um


devedor;
 Se você realmente não tem o dinheiro necessário, um processo judiciário pode ser
ineficiente demais para que um credor recorra a isso.

Colhemos essas e outras informações sobre escritórios de cobrança, tribunais ou o que seja
que estejamos lidando. Outros membros de D.A. podem ter tido experiências semelhantes e
suas histórias podem nos dar tanto o conforto quanto a consciência de que não estamos
sozinhos. No entanto, nós dependemos somente dos outros membros para obter informações.

Cada uma de nossas circunstâncias é única, e muitos de nós precisamos consultar fora do D.A.
para encontrar soluções para nossos problemas. Precisamos descobrir regras e procedimentos

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

se aplicam a nossa situação em particular e tentar desenvolver um relacionamento positivo


com as pessoas com que estamos negociando. Com as informações que colhemos,
frequentemente descobrimos nosso próprio poder pessoal e superamos o medo que nos
paralisava.
 Cuidando de nossas necessidades.
Aprendemos que nossas dívidas são promessas que não cumprimos obrigações que se
tornaram fardos ingovernáveis. Na recuperação em D. A., mudamos esse padrão de
comportamento, um dia de cada vez. Por exemplo, se somos pegos desesperados por um
credor, com freqüência descobrimos que precisamos nos recusar a assumir qualquer
compromissonaquele momento. Em vez disso, informamos ocredor que precisamos falarcom
nosso conselheiro financeiro ou que precisamos de mais informação antes de fazer uma
promessa. Frequentemente marcamos uma data com o credor para retornarmos a ligação.

Percebemos que nossa recuperação é fortalecida se retornarmos a ligação na data estipulada,


mesmo se não tivermos nenhuma informação nova ou se estivermos preparados para assumir
um compromisso financeiro.

Não toleramos abuso por parte dos credores. Assim sendo, tentamos estar atentos a todo o
momento aos nossos mais variados estados de humor ou necessidades. Às vezes, estamos
fortes e com clarezas suficientes para lidar com uma chamada inesperada de um credor.

Outras vezes, achamos melhor evitar conversas com credores até estarmos mais bem
preparados emocionalmente para lidar com isso.

Alguns credores têm sido abusivo, não importa o que digamos a eles, e às vezes estipulamos
que o contato terá que ser somente por carta. Entretanto, alguns escritórios de cobrança são
computadorizados a tal ponto que não há meio de processar uma carta de explicação. Pode
ser mais vantajoso negociar com esses credores por telefone ao invés de enviarmos
correspondência que parece não ter impacto algum sobre ordens de cobrança
computadorizadas ou ameaças de processo.

Estabelecer um plano de gastos que prioriza nossas necessidades nos ajuda a negociar com os
credores numa posição de maior confiança. Podemos estar mais assegurados de que estamos
em processo de recuperação e de que somos capazes de cuidar de nossas próprias
necessidades financeiras, em vez de nos sacrificarmos pagando demais aos nossos credores.

 Arquivando dados.

Assim como a coleta de informação é importante para nossa recuperação, também o é


guardarmos dados preciosos e objetivos sobre as atitudes que tomamos para resolver nosso
endividamento. Se estivermos nos comunicando através de cartas, guardamos cópias de toda
a correspondência enviada ou recebida. Se estivermos mantendo contato telefônico, fazemos
um relatório das datas das conversas, do nome da pessoa com quem falamos, e de qualquer
acordo que possamos ter alcançado. Muitos de nós também temos achado útil fazer o
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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

acompanhamento das conversas através de uma carta, frequentemente pedindo que o credor
nos contate caso ele ou ela não concordem com nossa interpretação da conversa. Nós
também guardamos todo cheque cancelado referente a essa conta. Quando chegamos a um
acordo verbal, normalmente pedimos que o credor nos confirmasse os termos de acordo por
carta.
Contamos aos Credores que estamos no D.A.?
Cada membro faz sua própria escolha se revela ou não a um ou a todos credores sobre sua
participação no D.A. Alguns de nós temos achado útil agir assim. Alguns membros do D.A.
chegam mesmo a incluir literatura do D.A. em suas cartas.

Fazer a ligação dos Devedores Anônimos aos Alcoólicos Anônimos pode, às vezes, ser de
utilidade, se o credor estiver algum conhecimento do A.A. Mencionar o índice de sucesso do
A.A. e o respeito que o poder judicial tem pelo A.A., no que se trata da reabilitação de
motoristas convictos enquanto alcoolizados, pode, às vezes, ajudar um credor a compreender
e acolher nosso caminho à recuperação com maior seriedade.

 Que direitos Legais nós temos como Devedores?

Cada país ou estado tem suas próprias leis que regulam as maneiras que um credor pode se
relacionar com um devedor. Essas regulamentações determinam quando e com que
freqüência um credor pode telefonar, assim como o que ele ou ela podem dizer a um devedor,
e quem pode ser contatado em relação a uma dívida. Quando estiver em dúvida se o modo de
cobrança adotado pelo credor é legal, alguns de nós temos consultado um advogado, ou um
escritório público.

Às vezes, um credor pode fazer uso de processo judicial para cobrança de dívida. Embora o
D.A. não ofereça nenhum serviço legal, muitosde nós tivemos experiência nessa área epodem
estar aptos a compartilhar essas experiências. Por essa razão temos descoberto ser útil tanto
consultar com membros do D.A. que eu tenham tido essa experiência, quanto a contatar um
advogado ou escritório de advocacia para assistência.

Que sentimentos afloram quando nos comunicamos com Credores?

Para a maioria de nós, o processo de negociação com credores é aterrorizante e doloroso,


especialmente no começo. Muitos de nós nos sentimos inferiores, culpados e envergonhados
quando finalmente admitimos a extensão das nossas dívidas, e esses sentimentos se
intensificaram quando enfrentamos nossos credores. Felizmente, as recompensas por
enfrentarmos esses sentimentos e nos comunicarmos com os credores têm sido muitas.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Quais são os benefícios de nos comunicarmos com os Credores?

Nós sentimos a libertação do medo do desconhecido, serenidade e um novo senso de auto


respeito eintegridade. Nossorelacionamentocom os transformo-seem uma relação desócios
de negócios no mesmo pé de igualdade. Para muitos de nós, esse recém descoberto auto
respeito se alastrou para outros relacionamentos em nossas vidas. Descobrimos quea maioria
dos credores aprecia nossa honestidade e nossa disposição em cumprirmos nossos
compromissos. Quando de fato os cumprimos, sentimos força, liberdade e fortalecimento em
muitas áreas de nossas vidas. Para finalizar, muitos de nós descobrimos uma fé revigorada
num poder Superior como um resultado direito de superarmos os desafios de nos
comunicarmos com nossos credores.
Pagamento de Dívidas

“Fizemos reparações diretas às pessoas sempre que possível exceto quando fazê-las
fosse prejudicá-las ou a outras pessoas”.
9º passo de Devedores Anônimos

Muitos de nós viemos a Devedores Anônimos penalizados por uma dívida substancial. Após
curto período em D.A., nós geralmente formulamos um plano para pagar estas dívidas. Um
plano de pagamento de dívidas é desenvolvido depois de um plano de gastos, e pode ser feito
durante a primeira reunião de alívio de pressão. Entretanto, para alguns de nós, a formulação
de um plano de pagamento de dívidas levou mais do que apenas uma reunião de alívio de
pressão para ser feito. Independentemente de quando começamos a desenvolver o plano,
muitas questões nos ocorrem à medida que começamos a pensar no assunto. Os princípios
encontrados nos Doze Passos de nosso programa sempre fornecem as respostas para tais
questões. Princípios como honestidade, inventário, fazer reparações e acreditar num Poder
Superior para guiar nossas vidas nos darão várias sugestões que temos usado para desenvolver
um plano para pagar aos nossos credores o dinheiro que lhes devemos. Essas sugestões são
usadas para pagarmos todas as nossas dívidas, cuidarmos de nossas necessidades e tratarmos
todos credores igualmente.

 Devo pagar todas as minhas dívidas?

Estamos comprometidos a pagar todas nossas dívidas. Declarar falência é um assunto alheio e
sendo assim, D.A. não toma nenhuma posição a respeito do assunto. A experiência de alguns
membros do D.A. tem sido que falência proporciona apenas “alívio imediato” e não detém os
padrões que criaram o endividamento em primeiro lugar. Ao mesmo tempo, alguns membros
de D.A. sentem que é apropriado em algumas situações, e após haverem passado pelo
processo, continuam a progredir nas suas recuperações. Enfim, cada indivíduo deve decidir o
que é melhor para ele ou ela. Ao pagarmos nossas dívidas aprendemos a tomar ações
responsáveis hoje e assumimos responsabilidade por nossas ações no passado.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

Como posso cuidar de minhas necessidades se devo tanto a outras pessoas?

Às vezes, cuidarmos nossas necessidades parece se conflitante com o compromisso de


pagarmos todas nossas dívidas. Mesmo que estejamos pagando nossos credores, nossas
necessidades vêm antes das dele. Portanto, nós não pagamos tanto a nossos credores a ponto
de deixarmos sobrar o suficiente para cuidarmos de nossas necessidades. Com o tempo, nós
descobrimos que quando cuidamos de nós mesmo, nossa capacidade para pagarmos nossas
dívidas melhora.
Devo tratar todos os Credores igualmente?
Quando decidirmos como pagar nossos credores, nos lembramos que todos devem ser
tratados da mesma maneira – nenhum deve receber atenção especial por que ele nos
perturba mais que os outros. Ao adotarmos esta sugestão, nós não damos nosso poder aos
credores. Às vezes um credor está cobrando muito mais jutos que outro, ou um credor é um
amigo pessoal ou membro da família que está nos causando muita dor emocional. Nesses
casos, com a ajuda de um grupo de alívio de pressão, padrinho ou amigo, podemos mudar
nossa posição sobre tratar todos credores da mesma forma.

 O que é uma moratória de dívida?

Quando chegamos ao D.A., muitos de nós tinha muito pouca idéia de quanto podíamos pagar
aos nossos credores. Somente com reuniões de alívio de pressão e alguma clareza sobre nossa
renda atual e necessidades financeiras pudemos avaliar se estávamos ou não em condição de
reduzir nossas dívidas. Muitos de nós descobrimos que mal podíamos suprir nossas
necessidades atuais e que, se fôssemos realmente colocá-las em primeiro lugar, não
poderíamos pagar nada a nossos credores por um tempo. Apesar de esta idéia ter parecido
chocante e impossível a princípio, descobrimos que é possível fazer uma “moratória de dívida”
- por um período específico, não pagamos nada a nossos credores. Este período de tempo
sempre nos deu uma chance de irmos com calma e de levarmos em consideração nossas
necessidades.

 Quando começamos a pagar nossos credores?

Esta decisão varia de indivíduo para indivíduo, então achamos que é melhor tomá-la com a
ajuda de um grupo de alívio de pressão. Muitas vezes nós confiamos no nosso próprio
julgamento em nosso detrimento. Em nosso programa de recuperação, nós confiamos-nos
outros para que eles nos ajudem a tomar grandes decisões tais como a de quando devemos
começar a pagar nossos credores. Muitos de nós começamos a pagar nossos credores depois
de fazer uma moratória de pagamento de dívidas. Uma moratória é um período de tempo
durante o qual nós não efetuamos pagamentos aos nossos credores. Antes de fazer uma
moratória, nós contatamos todos credores para explicar nossa situação enossa intenção. Este
período nos dá a oportunidade de descobrir quais são nossas necessidades e que tipos de
fundos têm disponível para pagar os credores.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Como é calculado o pagamento de dívida para cada credor?

Cada credor representa certa porcentagem denossa dívida total. Nós normalmentepagamos a
cada credor a quantia proporcional de nossos fundos disponível para pagamento de dívida. Por
exemplo, se o total da dívida é $1.000 e à um dos credores é devido $100, este credor
representa 10% da dívida total. Se há $100 disponível todo mês para o pagamento de dívida,
aquele credor receberia 10% do total disponível, ou $10. É claro que esta formula pode mudar,
dependendo das circunstâncias de cada indivíduo.

 Quais anotações devemos manter sobre o pagamento de dívida?

 Anotações sobre pagamento.

Essas anotações geralmente incluem data de cada pagamento, a quantia do pagamento e o


balanço atual da dívida.
Alguns de nós achamos inútil manter uma folha de balanço para cada credor que se assemelha
à seguinte:

Empréstimo Bancário
Data Quantia Balanço
12/87 $200 $800
01/88 $200 $600
02/88 $200 $400

 Anotações sobre Dívida Quitada

É importante manter anotações de nosso sucesso no pagamento de dívidas. Isso nos lembra
que a quitação de dívidas realmenteacontececom o passar do tempo.Essas anotações podem
ser como a seguinte:

Credor Quantia Quitação


Banco $1000 20/06/88
Escola $600 25/05/89
Papai $500 01/07/90

 Que sentimentos surgem na medida em que pagamos nossas dívidas?

Quando começamos a pagar nossas dívidas, percebemos sentimentos diferentes surgindo


durante o processo. Alguns de nós tiveram um forte desejo de mandar mais do que a quantia
definida no grupo de alívio de pressão porque não sentíamos que era o suficiente, ou
temíamos quenunca acabaríamos depagá-las. Isto era aindamais verdade em casos em que o
credor continuava a nos contatar ou após um longo período pagando uma dívida. Sentimentos

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

de vergonha surgiram em outros quando não podiam mandar uma pequena quantia para
pagar uma dívida relativamente grande.
Notamos que muitos de nós estávamos mais confortáveis nos sentido desconfortáveis e nós
nos sentíamos ansiosos quando nossas vidas tornaram-se manejáveis porque estávamos
pagando nossas dívidas e não adquirindo novas dívidas. Ao mesmo tempo, alguns de nós
desfrutamos a liberdade do ciclo de entrar em mais dívida para pagar dívidas antigas. Para
muitos de nós, dívidas com familiares ou amigos sempre trouxe reações emocionais mais
fortes do que dívidas com instituições. Livrar-nos destas dívidas geralmente nos trouxe mais
liberdade. Em todo caso, a cada pagamento nós ganhamos a esperança de que nossas dívidas
continuariam a diminuir ao invés de aumentar, como sempre acontecia.
 Quais os benefícios de pagar nossas dívidas?
Ao aderirmos às diretrizes e sugestões de D.A., nossas dívidas diminuíram e nós descobrimos
novas atitudes que melhoraram outras áreas de nossas vidas. Nós aprendemos a colocar
limites com nossos credores e como cuidar de nós mesmos. Assim conseguimos perceber
como colocar limites e cuidar de nós mesmos em outros relacionamentos. Também
adquirimos uma disciplina ao pagarmos nossas dívidas com regularidade e nos tornarmos
dispostos a cumprir outros tipos de compromissos também. Nós aceitamos responsabilidade
pelas nossas dívidas, assim como pelas nossas vidas. Ganhamos uma serenidade e começamos
a desenvolver uma fé em um poder maior do que nós mesmos.

Manutenção de Gastos

“Nós mantemos registros de nossas receitas e gastos diários e da quitação de


qualquer montante de nossas dívidas pendentes”.
Terceira ferramenta de Devedores Anônimos

O primeiro passo em Devedores Anônimos diz “admitimos que éramos impotentes perante as
dívidas, que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vida”. A perda do controle sobre nossas
vidas muitas vezes era resultado, em parte, de um medo de encarar a realidade de nossa
situação financeira. Evitávamos olhar de frente o que ganhávamos, como gastávamos, o que
poupávamos, e o que devíamos. Manutenção de gastos é uma ferramenta que usamos para
nos ajudar a encarar esses assuntos sem medo. Quando encaramos nosso medo de usar essa
ferramenta, nós nos lembramos de buscar a força daqueles que já enfrentaram esse medo
antes de nós.

A manutenção de gastos nos dá clareza. Podemos enxergar a situação na qual nos


encontramos e podemos elaborar um plano para mudá-la. Para a maioria de nós, fazer a
manutenção diária de gastos é a primeira Ferramenta concreta que o programa D.A. nos
proporciona. Começamos nossa recuperação anotando todos os nossos gastos, seja de $0,25
centavos em um telefonema até $25,35 em uma camisa. Também anotamos todo item de
receita, desde salário, presentes, juros ganhos, até reembolso de nossos empregadores ou
segurança. Essas anotações diárias eventualmente se tornaram a base para desenvolvermos

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

um plano de gastos, um plano para saldar nossas dívidas, um plano para gerar receita e um
plano de ação.
Através da manutenção de gastos nós começamos a trabalhar os primeiros três Passos de
Devedores Anônimos. Reconhecemos nossa impotência em relação a fazer dívidas sem
garantia e admitimos que nossa maneira de lidar com dinheiro não estavam funcionando. Nós
admitimos que um poder Superior a nós mesmos pudesse nos restaurar a sanidade. Tomamos
então a decisão de entregar nossa vontade e nossas vidas para aquele poder Superior –
seguindo as sugestões de D.A. e continuando a trabalhar o restante dos Doze Passos de
Devedores Anônimo. Descrevemos a seguir os diferentes tipos de manutenção de gastos
adotados pormembros doD.A.ecomoessas anotações nos ajudaram em nossarecuperação.
 Que tipo de anotações os membros do D.A. mantêm?
Os tipos e métodos da fazer a manutenção de gastos entre os membros do D.A. são tão
variados quanto às muitas personalidades das pessoas na irmandade. Nós sugerimos alguns
desses métodos aqui, não necessariamente o único método disponível para você. Cada
indivíduo, muitas vezes através da orientação de outros membros com mais experiência em
D.A., um padrinho ou madrinha ou grupo de alívio de pressão, desenvolve um método que se
encaixa à sua situação. O importante para nós devedores compulsivo é garantir que nossa
manutenção de gastos nos propicie a clareza que precisamos para nos recuperar da
“divagação permanente” que noscontaminava.

 Anotações Diárias.

A cada dia nós anotamos nossos gastos e receita. Muitos de nós resistimos a essa ferramenta.
Às vezes, o simples ato de comprar uma pequena caderneta ou “Livro Caixa” de D.A. para esse
fim, dissipava aquela resistência. Carregar a caderneta ou livreto conosco e abri-lo todas as
vezes que efetuávamos uma compra também nos ajudou a adquirir o hábito de anotar o que
gastávamos. No fim do dia, alguns membros do D.A. somam suas despesas diárias e receita na
mesma página. Para alguns, o canhoto do cheque proporciona um espaço para anotar
despesas que não são feitas em dinheiro. A decisão ou não de anotar todos os gastos em um
único lugar é individual.

 Anotações de gastos diários muitas vezes são assim:

15/Fev/91
Telefonema 0,25
Táxi 5,50
Comer fora 8,13
Lavanderia 12,54
Comida em casa 14,76
Total 41,18

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Anotações mensais.
Após manter anotações diárias por um mês, nós normalmente classificamos nossos gastos por
categoria e elaboramos um registro mensal de nossos gastos e receita. Para algumas pessoas
isto é feito escrito à mão em um caderno universitário ou planilha; outras usam um programa
de computador. As categorias que compõem nossos gastos muitas vezes são elaboradas no
grupo de alívio de pressão. Nosso objetivo é garantir que nossas próprias necessidades
pessoais sejam levadas em conta e que nossas categorias reflitam nosso estilo de vida. Uma
longa lista de categorias é apresentada adiante neste folheto para sua consideração.
 Um registro mensal parcial pode ser parecido com o seguinte:

Fevereiro/ 1990
Gastos
Aluguel 400,15
Comida 150,80
Telefone 56,12
Faxineira 60,19

Fevereiro/ 1990
Receita
Salário 1.173,71
Comissão 500,25
Juros 25,33
1.699,29

 Anotações de dívidas

 Total do endividamento – na primeira fase de nossa recuperação, nós normalmente


fazemos um registro do que devemos a cada credor e determinamos o valor total de nosso
endividamento.

 Pagamento de dívidas – uma vez que estabelecemos um plano de pagamento de


dívidas, com a ajuda de um grupo de alívio de pressão, nós mantemos registros de nossos
pagamentos e do montante quitado. Alguns de nós achamos útil manter uma página para cada
credor para manter o registro dos pagamentos da dívida. Esses registros normalmente incluem
a data de cada pagamento, a quantia que foi paga e o balanço atualizado da dívida. Alguns de
nós consideramos útil manter uma folha com o balanço para cada credor que poderia ser
parecido com o seguinte:

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

Empréstimo do Banco $1.000


Data Quantia do Pgt. Balanço
Dez/87 $200 $800,00
Jan/88 $200 $600,00
Fev/88 $200 $400,00

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Registro de dívidas quitadas – é importante manter um registro de nossos sucessos em


quitar dívidas. Isso serve para nos lembrar que a quitação das dívidas realmente acontece com
o passar do tempo. Um registro de quitação de dívidas pode ser como o que se segue:

Credor Quantia Quitada em


Banco $1.000,00 20/Jun/88
Escola $600,00 25/Mai/89
Pai $500,00 12/Jul/89

 Receita

Nós também registramos nossas receitas assim que as recebemos. Há várias maneiras de
manter essas anotações. Novamente tentamos encontrar um método que funciona para as
necessidades de cada indivíduo e que nos manterá em contato com a realidade de nossa
situação financeira. Para alguns de nós, isso significa escrever a receita no nosso talão de
cheques e manter um total atualizado. Para outros, é melhor manter uma página separada
para anotar a receita. Novamente nós consultamos outros membros de D.A. para escolher o
que é mai adequado, verificando o que funciona para eles. Mantendo registros de todo
dinheiro que entra, nós aprendemos sobre equilíbrio. Reconhecendo nossas receitas é tão
importante para a nossa recuperação quanto aprender sobre nossos hábitos de consumo.

 Comparando gastos reais com plano de gastos

Alguns de nós gostamos de manter um registro de como nossos gastos reais se comparam com
nosso plano de gastos. Este processo frequentemente revela se estamos tomando as atitudes
que esperávamos tomar depois de nossa reunião de alívio de pressão. Isto também pode nos
ajudar a determinar se precisamos fazer uma mudança em alguma área de nossos gastos ou
renda.

 Conta corrente

Para muitos devedores, uma conta corrente é uma fonte intimidadora de confusão. Muitos de
nós nunca fizemos um balanço de nossos talões de cheques, preferindo viver sem saber se um
cheque ia cair ou não. Quando viemos para D.A. nós aprendemos a manter um levantamento
atualizado em nossos talões de cheques e então a compará-los com nossos registros com o
extrato do banco que recebíamos uma vez por mês. Reconciliando nossos talões de cheques,
tarefa que temíamos, de repente prova ser uma experiência satisfatória. Inesperadamente
para alguns, as instruções atrás do extrato bancário provêem as direções que precisamos para
completar esta tarefa. Entretanto, alguns de nós tivemos dificuldades em fazermos esta tarefa
sozinhos e então pediram ajuda a outro membro de D.A., um grupo de alívio de pressão ou um

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

padrinho/madrinha para guiar-nos através deste processo. Ou, nós balizamos a tarefa ao ligar
para alguém antes e depois de fazermos o balanço de nossas contas. Esta forma de manter os
registros ajuda-nos a assumir responsabilidade pelo nosso dinheiro e emissão de cheques.
 Outros registros
Às vezes achamos útil a manutenção de outros tipos de registros. Estes irão variar de
indivíduo para indivíduo. Algumas pessoas se beneficiam ao desenvolverem registros de como
elas passam o seu tempo, as ações que elas tomaram depois de sua reunião de alívio de
pressão ou a respeito de cada credor, ou progresso que elas obtiveram trabalhando os Doze
Passos de Devedores Anônimos. Nós escolhemos fazer aquilo que nos ajude em nossa
recuperação para ganharmos claridade e crescimento em nossas vidas, sempre nos
lembrando que não precisamos fazer isto sozinho. Nosso Poder Superior,
padrinhos/madrinhas, grupos de alívio de pressão e outros membros de D.A. nos dão força e
direção para tomarmos ações positivas.

 Quais são os benefícios da manutenção de gastos?

Ao anotarmos diariamente o quanto gastamos e o quanto recebemos, somos libertados da


ansiedade e medo associados ao desconhecimento de nossa situação financeira. Nós
aprendemos em D.A. que clareza é muito menos amedrontadora que pensávamos e que nos
ajuda a atingir equilíbrio no caminho da recuperação. O dano que fizemos a nós mesmos
torna-se aparente quando começamos a colocá-los em números. Nós não mais podíamos
ignorar nossos hábitos autodestrutivos como os de negligenciar necessidades médicas ou
dentárias, compra de itens fúteis e indesejáveis ou privar-nos de divertimentos ou férias. Em
outro extremo, nos demos conta de que gastávamos incontrolavelmente, comendo fora a toda
hora, comprando presentes para outras pessoas, ou roupas ou itens que não precisávamos ou
queríamos.

Quando começamos a manter anotações de nossos gastos nós claramente vimos as realidades
de nossas vidas. Frequentemente, raiva, ressentimentos, e ódio despertou-se em nós,
seguidos de auto piedade, auto raiva e medo. Esses sentimentos foram geralmente
substituídos com esperança e serenidade enquanto adquiríamos experiência vivendo sem
fazer dívidas sem garantias e trabalhando os Doze Passos de Devedores Anônimos. Nós
aprendemos a ter humildade e nos tornamos desejosos de ter um Poder Superior como guia.
Ao praticarmos o uso das ferramentas e dos Doze Passos de Devedores Anônimos, nossos
pensamentos e intenções se tornam mais alinhados com a vontade de nosso Poder Superior
em relação a nós. Um aumento na auto estima, auto aceitação e amor próprio foi
invariavelmente experimentado à medida em que continuarmos a aceitar nossas situações e
desenvolvermos fé em nossa habilidade para mudar.

Que tipo de categorias os membros de D.A. usam?

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

Nossa experiência tem nos ensinado que categorias diferem para cada membro de D.A. Para
complementar isso, nossa categoria geralmente se expande conforme nossas vidas crescem
através do processo de recuperação. Nós listamos abaixo uma amostra de categorias que você
pode querer considerar. É claro que estas são apenas sugestões. Você é encorajado a
desenvolver categorias que funcionem para você. Lembre-se de tentar mantê-lo simples.
Receita.

Salário Direitos Autorais Juros


Bônus Pensão Alimentícia Venda de Patrimônio
Comissões Auxilio Maternidade Empréstimos Recebíveis
Pensões Presentes Reembolso
Heranças Seguro Social Dividendos
Outras Fontes

Gastos

Aluguel Material de Leitura Esportes


Financ. Da Casa Própria Saúde e Beleza Caridade
Imposto Territorial Cuidados Pessoais Programas 12 Passos
Eletricidade Gás Telefone
Farmácia Imposto de Renda Empregada doméstica
Pagamento de Dívida Médico Poupança
Utilidade Domestica Dentista Pensão
Mudanças na Casa Terapia TV a Cabo
Transporte Investimentos Alimentação
Automóvel Restaurantes Pensão Alimentícia
Seguros Roupas Pensão p/ Filho
Educação Creches/ Babá Jóias
Entretenimento Taxas Profissionais Tinturaria
Férias Lavanderia Diversos
Hobbies Seguro social

Reuniões

“Participamos de reuniões onde podemos partilhar nossas experiência, força e


esperança uns com os outros. Somente dando aos recém chegados o que recebemos
em D.A. poderemos mantê-lo para nós mesmos”.
Segunda Ferramenta de Devedores Anônimos

 Por que é importante que os recém chegados freqüentem reuniões regularmente?

 Ganhamos um sentido de esperança – Como recém chegados, começamos a


reconhecer e absorver sentimentos de esperança aos nos identificar com outros nas reuniões.
Escutando suas histórias de recuperação deu-nos esperança que o mesmo programa poderia
funcionar para nós.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Identificamo-nos com outros – As reuniões nos ajudam a entrar em contato com


pessoas que têm problemas similares aos nossos. Ao escutarmos outras pessoas e partilhamos
nossas experiências, passamos a fazer parte de uma nova comunidade.
 Conhecemos pessoas quepodem nos ajudar – Nas reuniões conhecemos pessoas que
têm problemas com dinheiro similares aos nossos e que partilham suas experiências em
lidarem com esses problemas. Para mantermos nossa solvência, partilhamos com o recém
chegado o que aprendemos em Devedores Anônimos.
 Em quantas reuniões devemos ir?
O número de reuniões que participamos é uma escolha individual. Nossa experiência mostra
que freqüência regular em reuniões é uma parte importante de nossa recuperação – é vital
para devedores compulsivos – e especialmente para recém chegados. Esta é uma das
ferramentas para aprendermos a mudar nosso comportamento de endividamento.
Continuamos dispostos a fazer qualquer coisa para nos recuperar do endividamento
compulsivo. Às vezes, isso significa desistir de outras atividades ou interromper nossas rotinas
para irmos às reuniões.

 Como aprendemos com pessoas que têm problemas diferentes dos nossos?

Quaisquer que sejam nossas circunstâncias podemos nos recuperar através da identificação
com outro devedor compulsivo. Ouvindo a história de outra pessoa, podemos pensar “Eu não
sou tão mal assim”. Mas nossa experiência tem nos mostrado que quando nos identificamos
com os sentimentos contidos na história de outra pessoa ao invés dos detalhes propriamente
ditos, nossos próprios sentimentos se tornam mais calmos e começamos a enxergar soluções
onde antes não víamos nenhuma.

Como a partilha nos ajuda a resolver problemas?

A partilha com freqüência revela como somos parecidos e quão similares nossos problemas
são, se não detalhes específicos, pelo menos nos sentimentos latentes. Partilhar nos permite a
deixar que pessoas entrem em nossas vidas e coloquem nossos problemas em perspectivas.
Guardar segredos tem sido um inimigo de nossa recuperação. Não precisamos dividir cada
detalhe de nossos problemas no grupo, mas aprendemos a partilhar em profundidade com ao
menos uma ou duas outras pessoas, geralmente o padrinho/ madrinha ou o grupo de alívio de
pressão.

 Por que continuamos a irmos a reuniões?

 Para permanecermos abstinentes – Quando a tentação de contrair dívidas surgir,


podemos à reunião e conversar sobre isso. Aprendemos o que outras pessoas fizeram para
ficarem abstinentes em situações semelhantes, e sempre achamos dicas para resolver
problemas que podem ter contribuído para nosso endividamento.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Para quebrarmos com o isolamento – Em reuniões encontramos um lugar seguro.


Encontramos novas amizades onde podemos honestamente conversar sobre nossos medos e
aprender como outros lidam com seus problemas. Não há mais necessidade de sentir-se
sozinho.
 Para nos lembrar - Nós lembramos como eram as coisas antes de virmos para D.A.
porque não queremos voltar para aquele lugar, nem repetir os mesmos erros novamente.
Frequentemente regularmente reuniões também nos ajuda a reconhecer o quanto
progredimos.
 Para continuarmos a crescer - Nossa recuperação é dinâmica > podemos sempre
aprender novas coisas e crescer mais. Vamos às reuniões para ouvir e partilhar sobre como
aplicamos o que aprendemos. Muitos de nós viemos a D.A. pressionado por problemas e a
princípio nos concentramos em achar soluções práticas para eles. Uma vez que estes estejam
resolvidos, ainda precisamos ir às reuniões para evitar repetir os mesmos padrões que nos
levou a D.A. Conforme progredimos, as reuniões servem para fortalecer nossa recuperação
emocional e espiritual.
 Para levarmos a mensagem adiante - Ganhamos muito em recuperação quando
passamos a mensagem ao devedor que ainda sofre. Quando partilhamos nossa experiência,
força e esperança com outros, nos tornamos conscientes de nossa recuperação e sempre
achamos solução para nossos próprios problemas.

 Para prestar serviço – Ao prestar serviço, por exemplo, arrumando uma reunião ou
sendo um servidor por um período, nós realmente começamos a sentir o poder do programa.
O serviço invariavelmente traz maior contato com nossos companheiros de D.A., nos sentirmo-
nos parte da irmandade e nos provê muitas oportunidades de crescimento em situações
práticas de vida.

 Que sugestões geralmente são seguidas em reuniões?

 Não perturbamos as reuniões – De acordo com nossa Primeira Tradição, a unidade de


nosso grupo vem em primeiro lugar. Apesar de que isso talvez nunca aconteça, a consciência
do grupo pode pedir a alguém que esteja perturbando a sair da sala. Ninguém, é claro, pode
ser expulso de Devedores Anônimos como um todo porque nossa Terceira Tradição diz que o
único requisito para ser membro é o desejo de parar de se endividar.

 Não entramos em conversar paralelas – Por conversas paralelas queremos dizer


aquelas que interrompem ou diretamente se dirigem a outro partilhador. Esta medida nos
permite ter liberdade do medo de julgamento ou de interrupção.

 Respeitamos o anonimato dos outros – O princípio do anonimato significa que não


levamos para fora das reuniões o que ouvimos e quem vemos nelas. A maioria de nós prefere
que nossas identidades e histórias permaneçam confidenciais. Anonimato é o princípio
espiritual de todas as nossas tradições.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 O que acontece nas reuniões?

Enquanto formatos variam de região para região e der reunião para reunião, existem alguns
elementos em comum a todas elas: a leitura de um preâmbulo, um membro coordenando a
reunião, recados, coleta para apoio financeiro da reunião e partilha. Ainda, reuniões podem
dedicar parte de seu tempo para ler os Passos, as tradições, as sinalizações do Devedor
Compulsivo, as ferramentas de recuperação e outra literatura. Geralmente as reuniões
reservam um tempo durante ou depois de uma reunião uma vez por mês para fazerem uma
reunião de serviço.

 Que tipo de reuniões existe?

Reuniões são classificadas como abertas ou fechadas. As pessoas que podem ir a reuniões
abertas incluem as curiosas e aquelas cujo interesse no programa é profissional, mas não
pessoal. Reuniões fechadas são para pessoas que admitiram serem devedores compulsivos e
para aqueles que querem saber mais sobre o programa conforme este se aplica diretamente a
eles, aqueles que suspeitam que têm problemas, apesar de que eles podem não estar
convencidos que precisem da ajuda de D.A. Reuniões também se classificam pelo formato.

Existem reuniões com orador, seguido de discussão, de discussões simples e reuniões


enfocadas nas Ferramentas ou Passos. Reuniões vão às vezes mais longe, e são categorizadas
pelo tipo de pessoas a que são direcionadas (recém chegados, proprietários de negócios,
trabalhador autônomo, etc.) É importante lembrar, entretanto, que todos grupos de D.A. têm
em comum o propósito de levar adiante a mensagem ao devedor compulsivo que sofre, e que,
acima de tudo, as reuniões têm mais semelhanças do que diferenças entre elas.

 Como tiramos melhor proveito de nossas partilhas nas reuniões?

Na melhor de nossa habilidade, partilhamos nossa própria experiência, força e esperança. Nós
mantemos o foco em nós mesmos. Procuramos tratar dos sentimentos, comportamentos e
pensamentos que nos trouxeram a D.A. Se uma reunião tem um tópico, achamos melhor que
nossa partilha fique no foco do tópico conforme este se relacionar conosco.

 Quais formatos geralmente usamos quando contamos nossa história?

Quando estamos falando, nós achamos útil tratar quatro pontos: como nossas vidas
costumavam ser, como aconteceu de chegarmos a D.A. tem feito por nós e como estão nossas
vidas agora. Descobrimos que não há necessidade de nos preocuparmos com a qualidade da
história; não importa quão raro ou quão comum sejam os detalhes, há sempre outros que irão
se identificar com os sentimentos.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 E se formos convidados a partilhar, mas não nos sentimos prontos?

Alguns de nós temos sido relutantes em contar nossas histórias, como conseqüência de
hábitos de guardar segredos ou por outras razões ou por outras razões. Se não nos sentirmos
prontos para falar, às vezes o que nos ajuda é discutir nossas razões com outra pessoa. Nós
podemos não ser capazes de dizer “sim” toda vez que formos chamados para falar, em que
isso perturbe o equilíbrio de recuperação. Podemos conseguir direcionamento nesta área com
outros membros de D.A. Descobrimos que é importante que não nos desprendamos tanto
numa área a ponto de negligenciarmos outros importantes aspectos de nossas vidas.

 Existem requisitos para coordenar uma reunião ou assumir algum cargo de serviço?

D.A. como um todo não tem mais requisitos. Cada grupo estabelece seus próprios requisitos.
Quando ouvimos algo como, “A consciência do grupo decidiu que para esta posição é
necessário três meses de abstinência”, isto significa que para ser eleito, o grupo requer que o
candidato não tenha assumido dívida sem garantia por aquele período de tempo. Os requisitos
de abstinência podem mudar de acordo com a consciência individual do grupo.

Anonimato

“O anonimato é o alicerce espiritual de todas as nossas tradições, lembrando-nos


sempre de colocar princípios acima de personalidades.”
Décima Segunda Tradição de Devedores Anônimos

“Nós praticamos o anonimato, que nos permite ter liberdade de expressão ao nos
assegurar de que o que dizemos nas reuniões ou a outros membros de D.A. não irá,
em nenhum momento, ser repetido”.
Quarta Ferramenta de Devedores Anônimos

 O que é anonimato?

Anonimato é um princípio importante no programa de recuperação de Devedores Anônimos;


ele traz consigo diferentes sentidos dependendo das circunstâncias. No nível pessoal, o
anonimato significa que membros de D.A. não revelam os nomes de ninguém que vemos nas
reuniões nem o que é partilhado nas reuniões. Esta garantia protege todos os membros de
serem identificados como devedores compulsivos e provê a segurança de que o que
partilhamos não será repetido. Isto é muito importante para todos nós e é geralmente uma
preocupação do recém chegado. No nível da mídia, anonimato significa que não revelamos
que somos de D.A. na imprensa, TV, filmes ou qualquer outro meio de comunicação. Neste
nível, o anonimato promove a igualdade de todos os membros na irmandade e ajuda-nos a
desenvolver a humildade que é tão importante em nossa recuperação.

Como princípio espiritual, o anonimato faz parte da prática da humildade e gratidão.


“Princípios acima de personalidades” é umaafirmação de nossa disponibilidade de confiar que

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

somos iguais e que nosso poder superior fala através de todos nós, sem julgamento. Nenhuma
pessoa fala como autoridade no programa. Nenhuma posição na sociedade exemplifica
princípios espirituais melhores que outros.
Anonimato pessoal
Muitos devedores compulsivos têm vergonha das circunstâncias de suas vidas quando chegam
a D.A. Recém chegados podem temer que outros descobrisse sobre seus problemas. A maioria
de nós guardava para si problemas de dinheiro e sentimentos antes de nos unirmos a D.A.
Entretanto, nosso programa sugere que partilhar nossos segredos nos ajuda a mudar padrões
destrutivos em nossas vidas. Manter sigilo, um dos aspectos do anonimato, é importante
porque torna mais fácil partilhar sobre nossos problemas. Sem esta proteção, muitos
devedores podem evitar ir a reunião ou partilhar nas mesmas. Sendo as reuniões uma
ferramenta fundamental em nossa recuperação, elas precisam ser como um porto seguro para
todos nós. O D.A. sugere que seja usado somente o primeiro nome nas reuniões e que seja
respeitado o anonimato de outros membros. Isto não significa, entretanto, que sempre
escondamos nossos nomes completos de outros membros. As vezes, podemos escolher
revelar nosso sobrenome.

Revelando que somos membros de D.A.

Membros individuais podem revelar que fazem parte da irmandade de D.A. para amigos e
familiares. Quando revelamos isso para os outros, alguns de nós achamos inútil dizer a eles
que esta informação é algo que preferiríamos partilhar apenas com aqueles que escolhermos.

Também os informamos que nenhuma revelação sobre fazermos parte de D.A. seja feita na
mídia. O programa de D.A. é de atração e muitos novos membros vêm a uma reunião porque
conheceram um membro e gostaram do que ele disse ou fez. Portanto, muitos de nós
acreditamos que quando conhecemos alguém que está procurando ajuda, é apropriado
revelarmos que fazemos parte de D.A. Porém, isto é um assunto muito pessoal. Quando temos
dúvidas consultamos amigos ou um padrinho/madrinha ao tomarmos decisões como esta.

Respeitando o anonimato pessoal dos outros

No nível pessoal, o anonimato significa que, se vemos pessoas nas reuniões que já tínhamos
como amigas, conhecidas ou figuras públicas, não revelamos isso a ninguém. Estas pessoas
estão na reunião pelos mesmos motivos que estamos. Nós respeitamos seu direito de
permanecerem anônimas e esperamos o mesmo em retorno. O anonimato se aplica tanto a
coisas partilhadas como a quem está partilhando. Por isso, além de respeitar a necessidade do
indivíduo de manter sua identidade anônima, nós não revelamos o conteúdo daquilo que
partilharam. Da mesma forma, quando saímos de uma reunião, evitamos fofocas e críticas.

41
DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Anonimato no nível damídia

Desde seu início em 1976, a história de D.A. tem aparecido em jornais e revistas e na televisão.
Estes são modos efetivos de se levar a mensagem a outros e o número de membros sempre
tem aumentado depois que uma matéria aparece. A.A. sugere que, quando falamos com a
mídia, preservemos o anonimato revelando apenas os primeiros nomes e nunca publicando
ou transmitindo fotos ou figuras. É responsabilidade dos membros individuais, não da mídia,
de manter esta tradição.
Muitos membros de D.A. já falaram com a mídia e foram citados em artigos. Nestas horas, D.A.
reforça a precaução que deve ser tomada para preservar o anonimato individual. Por exemplo,
numa reunião, a equipe de notícias local apareceu onde ocorria a reunião logo antes do início
da mesma e perguntaram se podiam gravá-la. É óbvio que isso não estaria de acordo com a
tradição do anonimato na mídia, e a equipe de câmeras foi dispensada. Entretanto, mais tarde,
foicombinado com a mesmaemissoradeTV queuma reuniãoseria filmada desde que pessoas
se voluntariassem a participar com a promessa de que seus rostos não apareceriam e seus
sobrenomes não seriam usados. Esta é uma maneira aceitável de fornecer ao público
informações sobre o programa sem prejudicar a tradição do anonimato.
É a organização de D. A. que queremos divulgar, não seus membros individuais. Anonimato no
nível da imprensa, rádio, TV e filme impedem os membros de falarem como se fossem “a voz”
do D.A. ou de lucrarem por pertencerem a D.A.

Os membros de D.A. aderem à tradição do anonimato porque, em nossa experiência e na


experiência de outros programas de Doze Passos, o anonimato ajuda a irmandade a prosperar.

Usando o Telefone

“Nós mantemos contato constante com outros membros de D.A. trocando os


números de nossos telefones. Nós habitualmente conversamos com outros membros
de D.A. antes e depois de tomarmos passos difíceis na nossa recuperação”
Quinta Ferramenta de Devedores Anônimos

 Por que precisamos usar o telefone em nossa recuperação?

Antes de virmos para Devedores Anônimos, muitos de nós isolávamos de outras pessoas.
Pensávamos que éramos auto suficientes e sabíamos todas as respostas. Claro que, esta estão
chamada auto suficiência nos levou até D.A. necessitados de ajuda. No primeiro passo de
nossa recuperação, nós admitimos que somos impotentes perante o endividamento e que
nossas vidas estão ingovernáveis. Aprendemos a pedir ajuda e nos beneficiarmos com isto.

Usar o telefone é a maneira mais fácil de pedir ajuda a qualquer hora a outros devedores em
recuperação. Quando fazemos ligações com freqüência achamos soluções para problemas,
apoio para tomar passos difíceis ou coragem para superar o medo. Muitos de nós acham que o

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

simples ato de falar sobre sentimentos, pensamentos e ações nos dão uma serenidade
renovada, apesar de não vermos nenhum resultado ou ação papáveis.
 Quando fazemos ligações telefônicas em D.A.?
Descobrimos que é melhor fazermos ligações regulares em D.A., não importa o que esteja
acontecendo. Ao fazemos isto, desenvolvemos uma “rede” de pessoas que nos conhece e
quem conhecermos. Por vezes podemos sentir uma necessidade forte de fazer uma ligação,
como antes de tomarmos atitudes difíceis como ligar para um credor, ou quando sentimos
pânico ou encaramos uma situação de emergência. Se adquirirmos o hábito de fazermos
telefonemas, ligações nestas horas são mais fáceis. Algumas vezes nós “batizamos” passos
difíceis com ligações telefônicas antes e depois de tomarmos a ação. Para alguns de nós, a
ação difícil pode ser a de abrir a correspondência, para outros significa fechar um negócio de
vendas. Qualquer que seja a ação à nossa frente, um telefonema antes e depois da ação faz
com que torne mais fácil tomá-la.

Que tipo de apoio encontramos no telefone?

 Ligação de balizamento – quando fazemos uma ligação “balizada”, ela sempre se


difere de outros tipos de ligação. Geralmente uma ligação deste tipo é bem curta porque
estamos frente à uma ação que requer nossa atenção imediata. Logo no início da chamada,
nós afirmamos nossa necessidade de apoio em atenção imediata. Logo no início da chamada,
nós afirmamos nossa necessidade de apoio em relação a uma ação específica e perguntamos
se podemos ligar novamente quando a ação estiver completa. Na maioria das vezes, o
membro que recebe a ligação entende que esta precisa ser breve e irá apoiar-nos em levar
adiante a ação.

 Ligações regulares - ao telefonarmos para outros no programa estamos conscientes


que ninguém pode tomar decisões por nós. Não temos regras em D.A. e damos sugestões uns
aos outros. Podemos pedir às pessoas para partilhar sua experiência, força e esperança sobre
um assunto. Descobrimos que quando descrevemos e discutimos uma situação e nossos
sentimentos sobre a mesma pode nos ajudar a esclarecer nosso ponto de vista. Conforme
partilhamos sobre nós mesmos e ouvimos a outros, percebemos que não somos tão diferentes
quanto pensávamos. Aprendemos a confiar em nós mesmos e em outras pessoas.
Conversamos com outros sobre nossas decisões planejadas. Eles podem oferecer opções que
não havíamos enxergado o surgir um passo relevante para trabalharmos ou apontar uma parte
pertinente da literatura de D.A. para leitura.

Para quem telefonamos?

Normalmente, ligamos regularmente para nossos padrinhos/madrinhas e membros do grupo


de alívio de pressão. Frequentemente, nosso padrinho pode ser um membro do grupo de
alíviodepressão. Estas pessoas tendem anos conhecer melhor epodem nos ajudar a executar

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

planos de ações desenvolvidos durante uma reunião de alívio de pressão, bem como nos
apoiar em nossas vidas. Além destas pessoas, a maioria de nós desenvolve um círculo de
pessoas que nos apóiam, às quais pedimos ajuda regularmente. Também achamos importante
par a continuidade de nossa recuperação receber recém chegados e partilhar nossa
experiência, força e esperança.
Como nos sentimos ao pedirmos ajuda pelo telefone?
Antes de chegarmos a D.A., sentíamos vergonha de nossa situação financeira e sempre
pensávamos que deveríamos ser capazes de lidarmos com ela sozinhos. Pedindo ajuda pelo
telefone pode trazer de volta esses velhos sentimentos. Se isso acontecer, partilhá-lo com a
pessoa para quem ligamos geralmente ajuda. Sempre que recebe nossa ligação é capaz de
partilhar que ele ou ela já teve sentimentos.

Quase que invariavelmente, conversar com outro membro em recuperação nos dá esperança.
Podemos afirmar que estamos no caminho certo. Podemos ver como outros se beneficiaram
do programa. Sentimos que nós também podemos ser beneficiados. Com freqüência,
perdemos nossos medos quando conversamos com outras pessoas.

Quais problemas podem surgir quando usamos o telefone?

Alguns de nós temos problemas ligados ao uso de telefone em recuperação. Por vezes isto
significa fazer ligações demais e desse modo evitar responsabilidades e sentimentos. Alguns de
nós podemos receber ligações demais e não saber dizer não ao membro de D.A. que está nos
telefonando. Ainda há outros de nós que não gastamos tempo suficiente ao telefone e nos
apegamos à idéia de que podemos resolver nossos problemas sozinhos. Podemos achar que
vamos interromper outras pessoas e que ninguém gostaria de gastar tempo nos ouvindo, ou
podemos estar com medo dos outros. Qualquer que seja nosso problema com o telefone há
uma solução. Cada pessoa é diferente, e a solução é pessoal, geralmente encontrada pela
discussão do assunto com o padrinho, amigo ou membro do grupo de alívio de pressão.

 Qual é nossa experiência em receber telefonemas?

Receber telefonemas nos dá a oportunidade de ajudar outro membro de D.A. Alguns de nós
vêem as ligações como sendo nosso Poder Superior nos mandando um presente. Quando
podemos conversar com alguém pelo telefone, sempre encontramos soluções para nossos
próprios problemas. No mínimo, nos dá uma folga de pensar sobre nós mesmos. Membros que
regularmente recebem ligações se sentem fortalecidos por elas. Ao mesmo tempo, membros
tentam garantir que não estejam negligenciando suas próprias necessidades para conversar
constantemente com outros pelo telefone.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

Apadrinhamento

“Muitos de nós acha extremamente útil escolher um padrinho/madrinha. Um


padrinho é um membro do D.A. abstinente que está geralmente mais acostumado
a trabalhar os Doze Passos. O padrinho nos ajuda em nosso plano de ação e a
trabalharmos os Passos”.
Oitava Ferramenta de Devedores Anônimos.

 O que é um Padrinho?

Para a maioria de nós, apenas fazer algumas perguntas a pessoa em reuniões não é suficiente.
Precisamos de alguém para conversar regularmente entre reuniões, que no conheça
individualmente. Então pedimos para alguém que seja nosso padrinho/madrinha e que nos
guie em nossa recuperação. Nenhum material escrito dita o que um padrinho pode ou não
pode fazer. Cada pessoa é livre para desenvolver sua própria forma de apadrinhamento e a
estabelecer limites na sua disponibilidade. Geralmente, um padrinho está disponível para uma
conversa a dois para responder perguntas ao partilhar suas experiências, força e esperanças e
também ao oferecer sugestões. Às vezes, um padrinho age como uma “caixa de ressonância”
ou é contatado quanto temos que desempenhar uma tarefa difícil. Com mais freqüência, é
também nosso padrinho/madrinha que nos guia através dos Doze Passos do programa de D.A.,
através de explicações, identificando e expondo nossos problemas de endividamento e
sugerindo ações específicas e apropriadas à nossa situação individual e pode, se ambos
concordarem, servir como membro de nosso grupo de alívio de pressão.

O que esperamos de nosso Padrinho?

Um padrinho/madrinha nos oferece apoio em nossa recuperação, estando disponível pelo


telefone ou pessoalmente para ouvir nossas preocupações e responder às nossas questões.
Procuramos num padrinho/madrinha entendimento e compaixão. O padrinho/madrinha
sempre nos provê um contato nas reuniões e nos apresenta a outros membros. Ao mesmo
tempo, entendemos que nosso padrinho não é responsável pela nossa recuperação. Nosso
padrinho meramente nos provê uma mão estendida enquanto tomamos os passos em direção
a uma vida saudável.

 O que não esperamos de nosso Padrinho/ Madrinha?

Um padrinho não nos livra de nossas dívidas ou de qualquer outra situação, não é um
terapeuta, advogado, conselheiro de investimentos ou banqueiro. Não esperamos que nosso
padrinho abusasse de nós julgando-nos, ou nos rebaixe por causa de nossos problemas. Ao
mesmo tempo, nós não fazemos pedidos irracionais do tempo de nosso padrinho, percebendo
que ele/ela tem uma vida cheia de outras responsabilidades. O afilhado pode pedir pelo
quanto ele deseje, desde que entenda que o padrinho nem sempre poderá conceder.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

Em D.A. há apenas uma autoridade, um Deus amoroso, da maneira como nós concebemos
Deus. Portanto, não esperamos que nosso padrinho nos dissesse o que deveríamos ou
teríamos que fazer em determinadas situações. Muitos de nós passamos nossas vidas se
rebelando contra uma autoridade como esta. Aprendemos em D.A. a aceitar a experiência,
força e esperança do padrinho, juntamente com suas sugestões, ao invés de diretrizes. Em
nossa experiência, é melhor para cada indivíduo tomar suas próprias decisões baseado na
informação recebida do padrinho ou de outros membros de D.A.
 O Padrinho tem que ser membro do nosso grupo de Alívio de Pressão?
Não necessariamente. Cada indivíduo pode decidir o que funciona melhor para ele. Quando
decidirmos a não pedir a nosso padrinho para não participar de nosso grupo de alívio de
pressão, geralmente olhamos para dentro de nós mesmos para ver se nossos motivos são
nocivos. Estamos tentando esconder alguma coisa? Estamos tentando colocar as sugestões do
grupo de alívio de pressão contra a de nosso padrinho/madrinha? Acreditamos que nossa rede
de apoio em D.A. funciona melhor se estiver em harmonia. Por outro lado, se escolhermos não
ter nosso grupo de alívio de pressão porque conhecemos um membro que oferece um
entendimento único de nossa situação e nos ajudaria imensamente num grupo de alívio de
pressão, mas não está disponível como padrinho, então o motivo pode ser saudável. Ainda,
nosso padrinho/madrinha pode não estar disponível para reuniões de alívio de pressão, por
inúmeras razões.

 Por que alguém gostaria de me apadrinhar?

O Passo Doze de Devedores Anônimos diz que “levamos a mensagem àqueles que ainda
sofrem”. Apadrinhamento é uma maneira de levar a mensagem. Nós o fazemos porque nossa
recuperação depende de, e é intensificada quando ajudamos membros mais novos. Um
padrinho doa a outro aquilo que ele recebeu num relacionamento de apadrinhamento. É
tendo um padrinho que aprendemos a ser um e assim aprendemos os benefícios do
apadrinhamento.

Como escolhemos um padrinho/madrinha?

Escolher um padrinho é um processo informal. A regra básica é: devemos pedir a alguém.


Normalmente dizemos que escolhemos um padrinho porque ele ou ela tem “algo que
queremos”. Em outras palavras, admiramos a recuperação de endividamento compulsivo
dessa pessoa e nos sentimos confortáveis conversando com ela. Um padrinho não precisa ter
as mesmas circunstâncias do afilhado. Temos visto muito sucesso com apadrinhamento tanto
entre duas pessoas que são muito parecidas como entre aquelas que são completamente
diferentes. O comprometimento do padrinho/madrinha com sua própria abstinência podem
ser também de importante consideração ao se escolher um padrinho.

Lembre-se, nosso programa é espiritual e, para nós, recuperação pode ser encontrada nos
Doze Passos. Um padrinho, nos guiando e nos ajudando a trabalhar os Doze Passos ajuda-nos

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

no nosso programa espiritual. Temos um lema: “Você não pode mantê-lo a menos que você o
doe”. Um padrinho/ madrinha ajuda sua própria recuperação tanto quanto ou possivelmente
mais do que a recuperação de seu afilhado por meio de sua disposição de estar a serviços de
outro devedor compulsivo.
Lembre-se, também, que o apadrinhamento não é um compromisso para o resto da vida para
nenhuma das partes, e mudar ou romper esta relação pode tornar-se necessário por várias
razões. Como sempre, nós terminamos estas situações com amor, gratidão e aceitação.
Reunião de Serviço

“Participamos de reuniões de serviço que acontecem mensalmente. Muitos de nós


temos sentimentos arraigados de que “serviço” não faz parte de nossas vidas, que é
coisa para outros mais bem “qualificados” que nós. No entanto, a participação no
que se refere ao andamento de nosso programa e grupo nos ensina como a
organização funciona e também nos ajuda a tornar-nos responsáveis pela nossa
própria recuperação.”
Nona Ferramenta de Devedores Anônimos

 O que é uma reunião de serviço?

Geralmente, uma reunião de serviço é um foro para se discutir e desenvolver soluções a


respeito de qualquer coisa que afete o grupo de D.A. como um todo. Alguns itens como
eventos de D.A., formato das reuniões, eleição de servidores e relatórios de servidores são
tratados durante uma reunião de serviço de D.A. Normalmente, estas reuniões acontecem
uma vez por mês durante uma parte de reunião normal que é especificamente reservada para
este fim, ou após uma reunião normal.

 Por que vamos às reuniões de serviço?

Participar de reuniões de serviço é uma parte importante de nossa recuperação em D.A. Como
devedores, nós sempre ignoramos nossos negócios pessoais e às vezes até negócios
profissionais. Ao participarmos das reuniões de serviço em D.A. aprendemos ferramentas
importantes para cuidarmos de nossos negócios pessoais ou profissionais, ou de ambos. As
reuniões regulares do grupo também são uma importante ferramenta da recuperação. Nas
reuniões de serviço tratamos assuntos que asseguram que nosso grupo irá continuar. Através
de nossa simples participação já prestamos um serviço ao nosso grupo, pois nos ajuda a
praticar o princípio do Décimo Segundo Passo.

Muitosdenóssentíamo-nos isolados antes de virmos paraD.A.. Aparticipaçãonas reuniões de


serviço nos ajuda a superar o isolamento e a nos sentir como membros ativos do programa.
Reuniões de serviço nos oferecem uma oportunidade importante de prestarmos serviços, que
é ainda outra parte de nossa recuperação.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Que tipo de assuntos é conduzido nas reuniões de serviço?

Uma grande variedade de assuntos pode ser discutida numa reunião de serviço. Na maioria
das vezes, ao menos os seguintes itens são tratados:

 Eleição de Servidores de confiança – Geralmente estes membros ficam nos encargos de


três a seis meses. Deste modo, eleições ocorrem a cada três ou seis meses. As qualificações
para cada cargo se houver alguma, e as tarefas a serem desempenhadas são determinadas
pelo grupo.

 Relatórios de Serviços de Confiança – Relatórios do tesoureiro, representante de


grupo, representante de serviço do grupo e outros servidores de confiança são apresentados
mensalmente ou conforme a necessidade. Ainda, avisos são feitas pelo grupo local, outros
grupos da área e o representante de serviço geral.

 Formato da Reunião – O grupo pode decidir fazer mudanças como o horário, tópico de
discussão, ou formato da reunião.

 Contribuições/ Gastos do Grupo – As contribuições do grupo para área local, a área do


grupo e o escritório de serviços gerais são decididos e outros gastos como aluguel, cafezinho,
literatura e taxas de creches são planejados.

 Literatura – Assuntos como se é viável fornecer literatura de graça para recém


chegados geralmente são discutidos.

 Quem conduz a reunião de serviços?

Uma reunião de serviço pode ser conduzida pelo secretário regular do grupo. Entretanto,
alguns grupos acham mais fáceis eleger alguém especificamente para ser o coordenador da
reunião de serviços do grupo. Ao designer um coordenador específico, o grupo permite que
mais pessoas prestem serviço. Também, em grupos maiores, isto pode liberar o secretário do
acúmulo de várias responsabilidades associadas à coordenação de reuniões de serviços.

 Quem decide o que é discutido numa reunião de serviço?

Além dos itens que serão necessariamente discutidos a cada mês, como anotações dos
coordenadores, qualquer item que seja relacionado com D.A. pode ser levantado numa
reunião de serviço. Às vezes o grupo requer que os membros submetam quaisquer itens
para a agenda da reunião de serviço ao coordenador da reunião antes do início da mesma.
Outros grupos permitirão que seus membros abordem novos assuntos durante a reunião.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

 Como é conduzida a reunião de serviço?

A consciência do grupo determina que procedimento seja usado para conduzir a reunião de
serviço e para tomar decisões. Alguns métodos que têm sido usados são consenso,
procedimentos parlamentares como voto e uma combinação desses dois. Muitos grupos
começam e terminam suas reuniões como uma prece. Geralmente, o coordenador dirige a
reunião e é responsável pela identificação de membros que desejam falar. Com freqüência, o
coordenador da reunião de serviço primeiro solicita a apresentação dos relatórios dos
servidores. Em seguida, assuntos antigos são colocados em pauta e depois novos assuntos são
colocados em pauta.
 Que sentimentos surgem durante uma reunião de serviço?
Muitos de nós sentimos incomodados pelas reuniões de serviço. Frequentemente estas
reuniões nos trouxeram sentimentos de que não havia tempo para tal reunião. Em grupos
onde está é realizada durante uma reunião normal, alguns de nós pode ficar impaciente e
ressentir que a partilha individual seja tomada pela reunião de serviço. Pode haver tentativas
de controlar a reunião, frustração pelo processo ou raiva diante de diferenças de opiniões.

Quando outros levantam assunto nos quais não estamos interessados, algumas vezes
sentimentos de intolerância surgem. Recém chegados podem achar esta experiência
complicada. Algum de nós se sente perturbados por ter que participar em uma situação de
grupo onde diferenças de opiniões sobre assuntos bem especificados venham à tona. Nós
estamos acostumados com a relativa segurança de situações onde há pouco ou nenhum
conflito e onde os assuntos permanecem abstratos e sem resolução. Todos estes sentimentos
diminuem e começam a ser substituídos por um crescente sentimento de satisfação e maior
autovalor na medida em que percebemos o valor de participar, apesar de descrença e medo.
Recuperação requer que mudemos nossas atitudes e modo de olhar a vida, de abrirmos mão
de velhas idéias. Uma reunião de serviço é uma excelente oportunidade de colocarmos nossas
atitudes recém descobertas em ação. Podemos aprender a tolerar outros, a confiar que o
formato da reunião de serviço funciona e que ao participarmos, ao invés de ridicularizar o
assunto em questão, estaremos simplesmente nos ajudando a crescer em nossa recuperação.

Mais importante que isso, começamos a perceber que estamos seguros, e guiados pelo nosso
Poder Superior.

Procedimentos Sugeridos para Reuniões de Devedores


Anônimos

“Cada grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que digam respeito a outros
grupos ou a D.A. como um todo”
Quarta Tradição de Devedores Anônimos

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

1) – Abertura:
Geralmente, o coordenador ou secretário começam a reunião dando boas vindas a todos e se
apresentando, dizendo:
“Bom dia/ Boa tarde/ Boa noite. Meu nome é_ _ _ _ _ e eu sou um
devedor compulsivo. Bem vindos ao grupo _ de Devedores Anônimos.

Muitos grupos escolhem iniciar as reuniões com uma oração, como a Oração da Serenidade,
ou com alguns momentos de silêncio em meditação.

2) – Oração da Serenidade:

“Deus, conceda-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar coragem
para modificar aquelas que eu posso, e sabedoria para perceber a diferença”.

3) – Introdução:

“Devedores Anônimos é ima irmandade de homens e mulheres que compartilham sua


experiência, força e esperança a fim de solucionar seus problemas comuns e de ajudar uns
aos outros na recuperação de endividamento compulsivo”.

O único requisito para ser membro é o desejo de parar de fazer dívidas sem colateral. Não há
taxas parase afiliar ao D.A.;nós somosauto suficientes através denossas contribuições.A D.A.
não está ligada a nenhuma seita, movimento político, organização ou instituição, não se
envolve em qualquer controvérsia, nem endossa ou se opõe a qualquer causa. Nosso objetivo
primordial é de permanecer solvente e ajudar outro devedores compulsivos a chegarem à
solvência.

Alguns grupos passam os Doze Passos e as Ferramentas dos Devedores Anônimos para leitura
pelos membros do grupo.

Após as leituras, avisos sobre quaisquer regras específicas, tais como “esta reunião é não
fumante” ou “favor não comer durante as reuniões” serão geralmente feitos.

Neste momento, o grupo pergunta se há alguns recém chegados ou visitantes de outros


grupos de D.A. para se apresentarem (somente primeiro nome) para que sejam dadas as boas
vindas especiais.

O coordenado ou secretário fará a leitura de “Acolhida ao recém chegado”.

4) – Acolhida ao recém chegado:

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

“Se você está tendo problemas com dinheiro e dívidas, e se acha que você poderia ser um
devedor compulsivo, você veio ao lugar certo e nós podemos ajudá-lo. É sugerido que, em
princípio de pelo menos seis reuniões (num período de duas semanas) para ter tempo de
identificar-se com outros membros e absorver os conceitos de D.A. Se você então concluir
que o D.A. é para você poderá organizar sua primeira reunião de alívio de pressão”.
Algumas vezes uma reunião enfoca especificamente situações enfrentando pelo recém
chegado ao programa de D.A. Mesmo que o procedimento ou formato para esse tipo de
reunião possa variar, nós achamos útil expor ao recém chegado as Ferramentas do Programa
de D.A. Frequentemente, o coordenador encoraja o recém chegado a fazer perguntas ou
explicar porque vieram aoD.A.
5) - Depoimento/ Orador:

Neste momento, o orador é apresentado e convidado para compartilhar sua experiência antes
do orador se filiar ao D.A., como o orador encontrou D.A. e como tem sido desde que se filiou
ao D.A. A duração do depoimento do orador depende do procedimento ou formato da
reunião. Em reuniões com um orador designado, ele/ ela pode falar por meia hora ou mais,
enquanto que em reuniões de depoimento, o orador pode falar por apenas dez ou quinze
minutos.

6) – Depoimentos:

Em reuniões com temas ou de discussões, assim que o orador houver terminado, a reunião é
então aberta para depoimento/ partilhas.
Enquanto que a partilha geralmente ocorre pelos membros levantando suas mãos, outras
maneiras de partilha sugeridas são a partilha de cada membro em volta da sala, ou com a
pessoa que acabou de falar indicando o próximo a depor. Em algumas reuniões, o orador pode
responder ao membro que partilhou. No entanto, em D.A. nós não nos envolvemos em
apartes, não interrompemos aqueles que estão com a palavra nem nos referimos diretamente
a outros membros que partilharam.

Em algumas reuniões com orador ou palestrante, a fala do orador é seguida por uma sessão de
perguntas e respostas.

7) – Avisos:

Avisos aos membros que prestam serviço para o grupo ou de membros participantes podem
ser feitos a qualquer momento durante ou após os depoimentos, dependendo da consciência
do grupo e do tempo da reunião.

A pessoa encarregada da literatura fará menção desta e das listas de reuniões disponíveis,
itens que alguns grupos oferecem ao recém chegados.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

O coordenador encorajará os recém chegados à conversa com outros membros do grupo e a


trocar número de telefones antes de irem embora
Alguns grupos perguntam se há membros celebrando aniversários em D.A. ou qualquer outra
ocasião especial como celebração de 90 dias de solvência. Ainda, alguns grupos costumam
encorajar os recém chegados a partilhar há quantos dias estão solventes até chegarem aos 90
dias.
8) – Sétima Tradição
O tesoureiro fará o seguinte pronunciado conforme a sétima tradição de D.A.:

“D.A. não tem taxas. Nós somos auto suficientes através de nossas próprias contribuições,
então passamos uma sacola. Por favor, contribua da maneira mais generosa que puder.
Entretanto, se você não pode, por favor, continue participando do nosso grupo assim mesmo.
Por favor, lembre-se de que a 7ª Tradição é para manter: aluguel, literatura, cafezinhos, etc.

9) - Encerramento

O coordenador ou secretário da reunião irá normalmente agradecer ao orador e, depois, ler o


enunciado de encerramento:

“Encerrando, gostaria de lembrar que as opiniões aqui expressadas são estritamente


pessoais. O que você ouviu foi dito em confiança e deve ser mantido confidencial. Nós não
levamos para for a das salas de reuniões o que ouvimos ou quem vimos aqui.
Se você tentar absorver o que ouviu, você estará com certeza adquirindo um maior
entendimento da maneira como você lida com seus problemas. Falem com outras pessoas,
raciocinem com algum outro membro. Não deixem ocorrer fofocas ou ceticismo entre si,
mas apenas o amor, a compreensão e o companheirismo do programa”.

Muitas reuniões se encerram com os membros dizendo uma oração de mãos dadas.

Tradução livre de texto do livro de D.A. – “A Currency Of Hope”

 Depoimento: Saindo da prisão do endividamento

Eu tinha tido meu cheque do aluguel devolvido pela terceira vez naquele ano. Nas duas
primeiras vezes, eu corri para os meus pais com o rabo entre as pernas para pedir ajuda. Como
tinha acabado de ser avos do meu bebe, eles se sentiram na obrigação de me ajudar a manter
um pouco de ordem na minha bagunça financeira, apesar de que estava claro que eles
estavam muito preocupados com o fato de que seu filho de 38 anos e assistente diretor de um
programa de faculdade, não podia pagar seu próprio aluguel.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
2018

Pedir dinheiro emprestado para meus pais metrouxe grande vergonha e eu não podia recorrer
a eles novamente. Eu não conseguia achar uma maneira de cobrir meus dois cheques
devolvidos. Nós já havíamos feito empréstimos com a mãe de minha esposa, e outros
membros da família e os amigos tinham os seus próprios problemas financeiros.
Eu havia chegado ao limite dos meus cartões de crédito e não podia mais recorrer ao plástico
para conseguir dinheiro. Meu salário simplesmente não parecia dar conta das minhas
despesas. Na medida em que novas contas chegavam do meu terapeuta, da empresa de
energia elétrica, da companhia de gás, do telefone, de dois cartões de crédito, de lojas de
departamento, cartão de gasolina, meu empréstimo estudantil, o empréstimo estudantil de
minha esposa e tudo o mais, eu fazia uma roleta russa financeira com a minha conta corrente,
escrevendo cheques baseando-me nos cheques que ainda não haviam sido sacados em minha
conta. Eu calculava cuidadosamente o intervalo de entrega por correio e os hábitos passados
dos indivíduos envolvidos. Por exemplo, o meu senhoril raramente depositava o cheque do
aluguel antes da ultima semana do mês. Quando ele enfim o fez, tudo desabou, havia cheques
sendo devolvidos por todos os lados, com nenhum meio de cobri-los e colocar comida em
casa. Os telefonemas irados começaram a aumentar. Oscustos bancários que euacumulei por
causa dos cheques devolvidos eram chocantes e poderia ter coberto muitas daquelas contas.
Encontrei-me caçando livros de auto ajuda sobre como lidar com endividamento e encontrei
um que tinha somente uma sugestão par alguém na minha situação – Devedores Anônimos.
Após procrastinar por alguns meses e viver no medo de atender o meu próprio telefone, eu
finalmente fui a minha primeira reunião em 14 de julho de 1990 – o dia da queda da Bastilha.

Eu sempre me lembrarei da data porque ela celebra a destruição de uma prisão de devedores.
E ficou tão claro para mim também que, após ouvir o que as outras pessoas na sala
partilharam, eu pertencia aquele grupo. Foi o primeiro dia que eu peguei um martelo para
escapar da minha própria prisão do endividamento.

Após ir a seis reuniões, como sugerido, eu encontrei um homem e uma mulher dispostos fazer
um grupo de alívio de pressão para mim. Após duas reuniões de alívio de pressão, eles me
ajudaram a olhar os meus gastos e ficou claro que eu precisava aumentar a minha renda para
cobri-los. Isso me deu raiva, mas eu aceitei as sugestões do grupo na fé e comecei a
desenvolver uma disposição de procurar caminhos para gerar mais receita. Nos próximos dois
anos, eu assumi vários empregos extras dando aula, dando aula particular, treinando
professores e revisando textos. Eu também continuei escrevendo um livro que eu já havia
assinado um contrato para terminá-lo. Após dois nãos e meio, com a ajuda do meu programa,
meu trabalho como revisor levou a um novo emprego com uma editora que me pagava mais
do que eu ganhava em todos os meus outros empregos juntos, aumentando minha receita de
$29.000 por ano quando comecei o programa para $50.000 por ano. E aqui estava eu, em cara
que nunca se viu na possibilidade de ganhar mais do que $35.000 por ano. Apesar do meu
aumento de salário, no entanto, eu tenho a tendência de viver me arriscando. Eu nunca sinto
que há dinheiro suficiente. E esse sentimento acontece porque a doença me coloca nessa
posição. É muito difícil para eu colocar dinheiro na poupança, ou seja, cuidar de mim mesmo

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em primeiro lugar. Eu gasto o que tenho até o meu próximo salário entrar, mas com a ajuda do
programa,euestouaprendendo. Agora estou dandopassinhos debebeparacriarumareserva
prudente colocando um dólar por semana de lado na minha carteira e cinco dólares por
semana na poupança. Nesse programa eu sempre descobri que passos de bebe são suficientes.
Quando me lembro de olhar para trás, eu posso ver que eles não foram passos de bebe nada,
mas grandes passos.
Eu agora sei que passeio o meu primeiro ano no D.A. aprendendo as ferramentas do programa
e minha receita e gastos. Eu não paguei nada para meus credores nesse período, apesar de
torcer minhas mãos a respeito disso todos os dias. Está claro para mim agora que eu precisava
daquele tempo para adquirir um senso de realidade sobre o que eu precisava financeiramente
o que eu poderia fazer par aumentar a minha receita. Há pouco mais de um ano, eu comecei a
pagar meus credores pequenas quantidades, e desde então eu nunca mais parei. Eu passei por
processos judiciários com três credores e liquidei cada uma dessas dívidas, sempre cuidando
de mim mesmo em primeiro lugar. Com a ajuda de meu padrinho e do meu grupo de alívio de
pressão, eu aprendi a negociar para melhorar meu salário, congelar minha conta bancária e
lidar com processos judiciários. Eu nunca vou me esquecer de ter chegado a uma sala da
justiça pela manhã e ver as únicas palavras imprimidas na parede – “em Deus confiamos”.
Tendo sido um ateísta a vida toda, eu sempre me senti ameaçado por esta frase. Agora, graças
ao crescimento espiritual que eu havia experimentado nesse programa, isso me dava grande
conforto. Meus credores raramente me ligam, mas quando o fazem, eu instintivamente sei o
que fazer e dizer. Eu não faço promessas que não posso cumprir, e nunca tomo decisões que
eu não estou pronto para assumir sem antes falar com meu padrinho ou grupo de alívio de
pressão. Eu pago o que cada mês, e todo mês alguns deles me escreve para dizer que esse
montante não é aceitável. Eu sei que eu não posso controlar as ações dos outros - eles tem
um protocolo a seguir – e agora eu também o tenho. Quando minhas relações com os credores
setornaram mais gerenciáveis que eu comecei arealmentedescobrir os Passos do programa –
a espiritualidade do programa – de uma maneira mais consciente. Apesar de ter ouvido nas
reuniões inúmeras vezes a frase, “não se trata de dinheiro”, eu nunca realmente entendi isso
até que consegui colocar meus pés financeiros no chão.

No momento eu luto com ressentimentos, relacionamentos e outras compulsões. De vez em


quando, problemas com dinheiro voltam a me assombrar. Uma vez eu perdi a clareza quanto a
minha conta corrente e quase perdi minha solvência, mas eu descobri que a resposta para
mim esta sempre nas ferramentas do programa. Eu checo para ver qual delas estou
negligenciando. Com muita freqüência, tem a ver com a leitura de D.A. e A.A. ou freqüentar
reuniões. Enquantoisso, esseateístaora todos os dias paraoconhecimento do desejodeDeus
por mim e a força para poder efetuá-lo.

Uma das coisas que eu fiz quando fui ao D.A. foi assumir total responsabilidade por mim
mesmo como devedor compulsivo. Eu queria tanto incluir minha esposa na equação. Hey, se
você acha que eu tenho um problema, e ela? Mas eu tive que soltá-la. Eu me lembro indo pra
casa após uma reunião e contando para ela que eu era um devedor compulsivo, do mesmo

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modo que eu contaria para um amigo. Daquele dia em diante, eu escolhi recuperação, e minha
recuperação vem em primeiro lugar.
Eu tenho sorte por minha esposa cooperar comigo completamente, mesmo que ela às vezes
ressentesua perda de controlesobre nossas finanças. Umade minhas fantasias eraque minha
esposa seria bem sucedida em sua carreira e que na haveria nenhuma pressão em mim para
eu me dar bem na minha carreira. Mas a minha esposa parou de gerar receita de qualquer
natureza, e eu tenho sido o ganha pão, um papel do qual me ressinto. D.A. tem me ajudado a
cuidar de mim mesmo. Até agora isso inclui tomar os passos que eu preciso para cumprir
minhas despesas e sustentar uma família. Recentemente eu comecei a examinar meus
ressentimentos em relação a minha esposa ter me deixado com toda a responsabilidade.
Ainda assim, aprendi que a única resposta e não viver no ressentimento, mas limpar o meu
lado do muro.
Até eu ter vindo ao D.A., minha esposa tinha cuidado da maioria dos nossos assuntos
financeiros, particularmente do banco da conta corrente. Ela era boa matemática, e eu
acreditava que eu não era. Eu expliquei a ela que para minha recuperação, era importante
para eu ter clareza e fazer todas essas coisa por mim mesmo. Nossa conta corrente, contas
conjuntas e dívidas acarretadas antes de D.A. têm permanecido minha responsabilidade desde
aquele momento. Eu pago um salário para minha esposa por seus serviços de dona de casa.

Como ela lida com aquele dinheiro e negocio dela, não meu. Foi muito difícil para eu deixar de
controlar aquela situação. Eu temia que ela fosse assumir dívidas e me arrastar para baixo com
ela, que ela não iria comprar comida o suficiente e me deixar passar fome, que de algum modo
ela iria fazer algo para interferir com minha recuperação.

Desde então, ela tem acarretado pequenas dívidas, mas ela tem assumido responsabilidade
completa para liquidá-las. Eu tenho que admitir que eu tenha comida suficiente, apesar de às
vezes eu me sentir deprimido. Ela não tem interferido na minha recuperação de modo algum,
apesar de que meus ressentimentos o têm com freqüência. Aceitar tem sido muito importante
para mim no meu casamento. Eu sei que se eu não posso aceitar minha esposa como ela é, eu
perco minha serenidade. Isso não significa permitir que ela interfira em minha recuperação,
mas significa dar passo para trás e desligar-me com compaixão quando ela esta no meio de
suas próprias coisas.

Eu queria muito acreditar que minha crise antes de 14 de julho de 1990 se tratava de uma
aberração e não somente uma crise. Mas olhando para trás, eu posso ver que eu sempre tive
um problema com dependência nos outros, que se manifestava através de dinheiro. Eu me
contorcia quando chegava a hora de acertar as contas em um restaurante, quando havia
outras pessoas comigo. Uma parte de mim queria ser um adulto e pagar a minha parte; a outra
parte de mim queria desesperadamente alguém que pagasse para mim, que cuidasse de mim,
que me desse um presentinho. Eu tinha um padrão de assumir dívidas em proporções que
gerasse uma crise, e depois pagava todas. A cada crise o montante subiu para um valor antes

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inimaginável. Um dia esse montante finalmente me alcançou. Logo após começar o meu novo
emprego, uma coisa muito interessante aconteceu. Uma noite, eu fui a uma reunião D.A. de
“visão” porque era conveniente em relação ao meu horário de pegar o trem. Quando eu
cheguei à reunião, não havia ninguém para dar depoimento inicial, então eu me ofereci a fazê-
lo. Eu sempre tinha odiado reuniões de “visão “porque as pessoas sempre falavam de como
elas eram atores, cantores ou escritores, mas eu nem tinha idéia de que eu tinha uma visão
para a minha vida.
Na medida em que eu escovei o meu cérebro para pensar no que eu deveria partilhar, eu de
repente me lembrei de que eu havia escrito alguns objetivos para mim mesmo em um cartão.
Eu havia carregado esse cartão comigo por anos no meu bolso. Naquele momento eu descobri
que meus objetivos escritos quase batiam completamente com o meu novo emprego.
Apesar de eu não ter dito uma visão com um título, eu com certeza tinha uma visão do que eu
queria fazer. Aquela experiência me diz que não importa se minha recuperação em D.A. sente
como estivesse dando certo ou se eu sei que estou fazendo o suficiente, ou que nada deveria
ser como eu penso que deveria ser. Simplesmente, ao me comprometer com esse programa,
usando as ferramentas da melhor maneira possível, a recuperação é da vontade do meu Poder
Superior vão se revelando.

Breve Relato

Tudo começou por volta de 1935, nos Estados Unidos, com Bill Watson.Ele sentiu que todos os
seus esforços para se livrar da compulsão pelo álcool eram totalmente inúteis. Encontrando-se
uma vez mais internado num hospital, para tratamento da doença, Bill foi informado pelo
diretor que o seu mal era incurável e que se tratava de uma doença. Somente um Poder
Superior poderia auxiliá-lo no sentido de interromper a ação devastadora daquela vontade
desenfreada de bebe. Só seria possível sustar, colocar numa jaula, pois, a qualquer momento
aquela fera, não controlada, poria tudo a perder novamente. Bill, após incontáveis tentativas
frustradas para abandonar aquele vício, decidiu encarar esta nova realidade. Aproveitou,
inclusive, uma ocasião em que se encontrava muito exposto a uma eventual queda para
procurar alguém que padecesse do mesmo mal. Veio a conhecer quem viria a ser o co
fundador de A.A. Era Bob, seu companheiro de lutas por longos anos depois.

Em 1967, alguns membros de A.A. entenderam que possuíam, igualmente, acentuada


dificuldade no trato com dinheiro. Deram, então, os primeiros passos para a criação de D.A.
(Debtors Anonymous). Toda pessoa que tenha inabilidade quanto ao gasto excessivo, ao
controle, à organização, à disciplina e até aquela que tenha desprezo pelo dinheiro, pode ser
uma D.A. (Devedora Anônima).

A exemplo das milhares de pessoas que se recuperaram do vício do álcool, se você, com toda
sinceridade árduo observar e praticar o programa de D.A., que é muito simples, poderá
dominar este terrível mal que tanto angustia aqueles que tem problemas para lidar com
dinheiro. Além da nossa literatura específica, você pode utilizar-se do livro “os doze Passos e

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as Doze Tradições”, bastando substituir a palavra álcool por débito/ gasto e sobriedade por
solvência. Ligue para (011) 229.3611 se não conseguir comprar o livro.
 DÁ PRA LER
Sempre ganhei. Tive muita facilidade para ganhar dinheiro e também para perder.Hoje não
tenho dinheiro guardado nem produtos que comprei com o que ganhei. Nos últimos anos,
uma verdadeira Roleta Russa. Emprestava dinheiro de um banco para pagar outro. Depois, das
financiadoras de empréstimo pessoal, a mesma coisa. A tal ponto que um dia todas as portas
se fecharam. Acabaram-se os créditos. Cerca de 17 cheques devolvidos. Cheques especiais
cancelados. Contas correntes encerradas. Cartões de créditos recolhidos. Cobranças,
perseguições, cartas, telefonemas, contatos de Departamentos Jurídicos, vizinhos e parentes
incomodados pelas cobranças. Não havia mais ambiente para recorrer aos familiares e amigos.

OnomenoSCPC, SERASA Etc. Ofundo do poço. Daí melembrei deumamatérianoFantástico


sobre DA em Nova Yorque e liguei para o NA procurando orientação sobre o Dano Brasil.
Cheguei ao DA com auto estima zero, sem fé e esperança. Comia, dormia e engordava minha
vida. Foi tão marcante que me lembro de cada pessoa ali presente que foi partilhado. Uma
hora tão mágica. Saí da reunião sem aquela for emocional horrenda, parecendo milagre.

Caminhava pela rua chorando de emoção. Descubro quenão estava só que havia solução para
minha doença. Essa poderia ser detida, controlada. Fiquei impressionada com as atitudes das
pessoas do grupo. Elas eram bem humoradas, alegres, apresar da dor.

Assumi total responsabilidade por mim mesma como devedora compulsiva. E decidi me
recuperar. Com as ferramentas e a literatura de DA elaborei uma plano de ação e procuro
segui-lo. Foi difícil a trajetória para a recuperação. Não foi fácil, mas, o resultado valeu a pena.

Está sendo para mim uma espécie de Re-Educação Financeira. Hoje procuro “enxergar” o
dinheiro e o seu realvalor.

Com ajuda do Poder Superior e o grupo, consigo encontrar caminhos para a solução dos meus
problemas, partilharem minha experiência com outros, bem como transmitir-lhes fé, coragem
esperança.

Cuido de mim da melhora maneira possível. Faço caminhada, natação, ginástica,


hidroginástica. Participo de voluntariado. Vou ao cinema e ao teatro. Também faço pequenas
excursões. Não me culpo pelo passado. Tiro lições de tudo que se passou. No DA fiz grandes
amizades. Pessoas brilhantes, as quais chamam de “tijolinhos”, me auxiliam na construção da
nova mulher em que estou me transformando.

Às vezes negligencio alguma ferramenta do programa, mas, procuro ajuda do grupo e retorno
de novo.

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Cida
 Revendo Crenças
O que me levou a procurar o DA foi não saber multiplicar o dinheiro e deixá-lo ir embora.
Dívidas, eu não tenho, mas era compulsiva em comprar qualquer besteira que visse, sem ser
necessário, muitas vezes. Percebi, através do grupo e da literatura, que eu tenho uma
compulsão por gastar, mas atrás dela existem outros fatores emocionais que estou
trabalhando, como crenças, valores, idéias distorcidas a respeito do dinheiro. Por exemplo:
dinheiro é sujo; não traz felicidade; ricos não vão para o céu, são desonestos etc. Estou
aprendendo que o dinheiro e abençoado sim, é energia que o que fiz com ele, com a minha
vida, ou seja, deixei-o ir embora. Nunca aceitei as coisas boas, porque minha auto-estima
estava baixíssima. Tive bons empregos, ótimas remunerações, indenizações que simplesmente
sumiram as minhas mãos, sem que eu as investisse! E antes de receber meu pagamento eu já
havia gasto com “cheques pré-datados”! Outra distorção minha era de que eu só poderia
poupar economizar, se sobrasse, eu pensava... Se não sobra, como vou guardar?
Aprendi no DA que, em primeiro lugar, devo separar um valor determinado para mim e este
valor deve fazer parte do meu plano de ação. Percebi que é possível sim, pois, já estou fazendo
isto. Achava que tinha que “poupar” uma grande quantia, e não é assim; o mais importante é
a atitude! Estou lidando também com o imediatismo, querer tudo para agora; aprendo a cada
grupo que a humanidade, serenidade são fundamentais na minha recuperação. Cada pessoa
do grupo nos acrescenta algo. Digo que o grupo é minha família espiritual, pois, a energia e
sintonia são transparentes! Hoje, acredito que vou ter o que mereço, o melhor, em todos os
aspectos da minha vida, inclusive com dinheiro, pois, a cada dia aprendo a amá-lo, a respeitá-
lo e a aceitar que ele faz parte importante de minha vida de uma forma consciente, real sem
escravizar-me ou punir-me. Tudo isto agradeço ao Poder Superior, a mim, a todos os amigos
do DA, às literaturas e às pessoas que Deus coloca em meu caminho para eu crescer.

Ro

Julho/2001

 Minha Visão do Devedor Anônimo com “A Questão dos Seus Limites”.

É fato que quando cheguei em Devedores Anônimos minha vida havia perdido o seu sentido
financeiro. Ora, a vida é soberana, é felicidade, é amor, é paz, é serenidade, é solvência, ou
seja, é formada das coisas que realmente valem a pena ser vividas, porém, pela minha
inabilidade diante das questões financeiras, minha vida acabou chegando num triste estado,
onde além das dívidas,havia uma diminuição enorme da minha auto-estima.
Percebi, então, um fenômeno no meu jeito de ser, aliás, presente também numa grande parte
dos devedores compulsivos, que é a falta da percepção dos próprios limites. Quando digo isto,
refiro-me, também, à não constatação, nas atitudes pessoais no dia-a-dia, das regras e da
verdadeira disciplina humanitária.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
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O que vem a ser, entretanto, limites para mim, hoje? Em minha compreensão: “Limites são as
minhas condições favoráveis para agi-lo (para a conduta)” Em outras palavras: é até onde
poderei agir sem que haja prejuízo para mim e também para a outra pessoa. Seria estabelecer,
através das minhas atitudes, um resultado sempre positivo (favorável), ou pelo menos
harmonioso, para as possíveis partes envolvidas. Ampliar, portanto, os meus limites nada mais
são do que estar ampliando as minhas condições favoráveis de atuação.
Durante a minha infância, não aprendi verdadeiramente até onde as minhas ações poderiam
chegar. Simplesmente, não sabia nem direito reconhecer as ações positivas das negativas. Com
isto, vivia sem regras (homens) e sem parâmetro (referenciais) para o “viver feliz”. Não
percebia sequer que precisava destes tais requisitos, para ter uma vida melhor comigo mesmo
e com as demais pessoas em minha volta.
Apesar de notar algo errado, não conseguia encontrar a origem das minhas dificuldades.
Andava numa espécie de circulo vicioso, e os resultados obtidos pelas minhas atitudes eram
péssimos, bem desfavoráveis. De um lado, tentava ser “o bom” e do outro escondia o meu
lado de ser “o ruim”. Procurava esconder, dos outros, e até de mim mesmo, que às vezes (e
quase sempre) poderia estar errado nas minhas decisões. Não buscava assim, ajuda com as
pessoas mais próximas. Caso elas dissessem algo sobre os meus erros, dizia logo que eu sabia-
me “virar” sozinho.

O meu egocentrismo crescia a cada dia que passava, mas as coisas pioravam mesmo quando
resolvi fazer uso dos chamados créditos financeiros, das mais diversas formas existentes, tais
como: cartões de crédito, cheques pré-datados, crediários, financiamentos, parcelamentos etc.

O resultado de tudo isto foi que, com a minha incapacidade de avaliar até onde eu poderia agir
sem me prejudicar (pois nunca fui acostumado a lidar com os meus próprios limites), cheguei
num estado triste, numa espécie de “lamaçal das dividas”. Sem dúvida nenhuma, acabei por
avançar demais num assunto no qual não estava preparado, que é o financeiro.

Pelas conseqüências vindas, não me restou, senão, uma situação cheia de aflições e
ansiedades.
Credores e agentes de cobranças foram os meus “fantasmas” por algum tempo, até o
momento em que cai numa depressão. Foi o meu fundo do poço, e foi nesse momento que o
Poder Superior me ajudou. Finalmente, depois de vários anos de minha vida, comecei a
aprender que, para viver feliz, precisava ajudar e ser ajudado por outras pessoas quando
necessário.

Comecei a observar que não nasci para tomar sozinho todas as decisões sem que, antes pelo
menos, aprendesse agir dentro dos meus próprios limites (dentro das minhas condições
favoráveis). Precisei para isto, aprender a “aceitar na vida”, sendo que, com a ajuda dos meus
semelhantes, isto seria melhor e mais fácil. Foi num grupo de anônimos que dei os meus
primeiros passos para o meu grande caminhar rumo à felicidade pessoal.

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Hoje, faço parte dos Devedores Anônimos, entendendo que, sendo apenas um membro com o
sincero desejo de recuperar-me e ajudando os demais companheiros do grupo naquilo em que
eu puder, chegarei, um dia, na minha recuperação de solvência. Obrigado a todos.
Cristiano/SP
 UNIDADE – SERVIÇO –RECUPERAÇÃO

Sou uma Devedora Anônima em recuperação. Só por hoje não fiz dívidas e minha jornada pelo
D.A. em 1 ano, 7 meses e algumas 24 horas de programação me possibilitou renegociar 59%
do meu débito, estando quitado 54% e em moratória o faltante de 41%.

Esses 41% estão dentro de um plano de pagamentos e deverão ser iniciado, só por hoje, agora
janeiro de 2002. Tudo com ajuda do meu Poder Superior, força indispensável no meu processo
de autoconhecimento. Ressalto, todavia, a mim mesma, que o mais importante é a dignidade e
auto-estima que, dia após dia, venho recuperando.

Isso significa que á medida que minhas dívidas materiais estão sendo quitadas, igualmente
minhas dívidas emocionais também são saldadas. Assim eu sinto. Vejo claramente hoje a
relação existente entre as dívidas institucionais criadas por mim e as dívidas emocionais e
espirituais existentes no mais profundo do meu ser. Culpa, em especial, é uma das minhas
maiores credoras; é uma dívida gigante que possuía e devo confessar que hoje diminuiu muito.

E o DA tem me ajudado imensamente derrubar essa crença e ver que sou merecedora de
existir, de estar onde estou, de ter as coisas que tenho, e acima de tudo, que sou merecedora
de melhorar cada dia mais, porque a programação é espiritual e o Poder Superior atua em
mim, atua em nós, eu digo.

Cheguei ao DA com 33 credores (eram mais, mas a naquele momento eu via tão somente os
33 e tudo bem; agora todos constam da minha relação de 8° passo), devendo um pouco mais
de 21 salários, sem fé, sem esperança, achando-me um caso sem solução, com uma dívida
impagável. Não foi verdade! Não é verdade!

Após praticar as questões da programação, fazer minha parte está em recuperação com
aqueles percentuais que escrevi logo no inicio. Na verdade, apesar do DA sugerir a não
preferência os credores e ressaltar que cada caso é um caso, optei por negociar os credores
complicações de impactos emocionais familiares, irmãos, primos, já que a pressão era muito
forte e eu me sentia culpada por ter prejudicado/negativa do ”nome” deles; eles tinham
sido meus fiadores; essas dividas geraram um mal estar e desconforto emocional muito grande
e agora estou no ponto de retomada aos demais credores sem impactos familiares, além de
estar cuidando de outros assuntos específicos (documentação pessoal irregular, averbação de
divórcio etc.) procrastinados ao longo do tempo em função do meu próprio desconhecimento
da doença emocional de DA.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
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Já fiz minha 3ª reunião de alivio. E é muito bom avançar. Percebendo que só não vão adiante à
programação aqueles que não queriam ou não se disponham a honestamente executar, da
maneira mais simples e amorosa, a programação dos 12 Passos, 12 Tradições e 12 Conceitos, e
aplicar suas ferramentas e sugestões.
Presto serviços ao DA em retribuição ao amor recebido durante essa jornada. Procuro dar
meu melhor. Esta valendo muito a pena voltar a cada reunião do DA; essa unidade me
mantém viva, além de saber que é só passando a mensagem com minha experiência aos
devedores que ainda sofrem que mantenho a minha recuperação, serenidade, solvência e
prosperidade. Só por hoje!
Darlene Novembro/2001

Trabalho desde os 19 anos de idade e sempre ganhei razoavelmente bem, só que nunca me
achei merecedora do dinheiro, pois nesta idade já ganhava mais que meu pai, que é chefe de
família e isso me chateava muito, me fazendo sentir na obrigação de salvar os problemas de
todos menos os meu é claro.

Aos 23 anos me casei e tive alguns contratempos financeiros, emocionais, justamente no


começo do casamento, isso me afetou muito, para fugir de tudo isso costumava passear pelos
shoppings e com isso acabava gastando muito. Certa vez cheguei a gastar R$ 900,00 em
compras, sabendo que devia R$ 500,00 para a escola de minhas filhas, no fim preferi pagar o
cartão, pois os juros são altíssimos, ficando enrolada na escola e com outras dividas também.

Hoje tenho algumas dividas ainda, mas graças ao D.A (Devedores Anônimos) já estou
conseguindo saldá-las e meu emocional esta bem melhor, não tenho mais ataques de
loucuras, pois descobri que ser devedor também é uma doença e grave por sinal, pois afeta a
família os amigos e nossa saúde.

Já tenho uma meta a ser atingida que só tenha descoberto isso agora. (mas como diz o ditado:
antes tarde do quenunca)

São Paulo, 22 de Maio de 2003.

Ao D.A.

Comecei a trabalhar cedo e em meu primeiro emprego registrado já ganhava mais que meus
pais, por isso, foram ajudando minha família da melhor maneira possível, mas minha criação
sempre foi humilde, nunca me achei no direito de ter ou merecer dinheiro.

Quanto tive meu primeiro cartão de crédito e cheque especial fiquei feliz, e sabia trabalhar
bem com esse “poder’’ mas, só não sabia dizer não as pessoas que me pediam para comprar
coisas no meu cartão, isso foi o começo do meu endividamento, pois eles não me pagavam ou
quando pagavam era depois do vencimento, deixando os juros por minha conta.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
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O agravamento maior foi quando eu cheguei a ficar devendo R$500,00 da escola de minhas
filhas e não estava conseguindo pagar, e mesmo sabendo disso cheguei a gastar R$900,00 no
cartão de crédito, entrei em desespero total.
Sempre, procurei saber o motivo disso em minha vida, até cheguei a fazer um mapa astral,
mas depois com o tempo é que descobri que minhas dividas eram emocionais, e que precisava
de ajuda, foi ai que encontrei o DA.

Nesta sala descobri todos os meus erros, e tomei consciência de que havia prejudicado
algumas pessoas na minha vida, por causa do meu endividamento compulsivo.
Hoje não estou totalmente solúvel, mas já consigo administrar da melhor maneira possível,
sem entrar em pânico, já aprendi a dizer não e pensar antes de comprar alguma coisa, se
posso gastar e se não vou prejudicar ninguém, se entrar em outra divida.
Graças a Deus e a esta sala minha vida esta melhorando em todos os sentidos.

Atenciosamente;
Sandra.

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DEVEDORES ANÔNIMOS
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REUNIÕES E ENDEREÇOS DOS GRUPOS

SÃO PAULO - CAPITAL


Grupo Jardins
Rua Sampaio Vidal, 1055 (Igreja Nossa Sra. Perpétua Socorro)
Pinheiros – São Paulo
• Reunião: Terça-Feira das 18h00/20h00
• Reunião: Quarta-Feira das 18h00/19h30
• Reunião: Quintas-Feiras das 18h00/20h00
• Reunião: Sábado das 17h00/19h00
• Reunião:Domingo das 11h00/13h00

Grupo Moema
Praça Nossa Senhora da Aparecida, 191 – 3º andar
 Reuniões às Segundas Das 20h00 às 21h30

Grupo São Lucas (Paróquia São Lucas)


Rua Major Almeida de Queiroz, n°4
Parque Previdência – Butantã
São Paulo – Contato: (11) 9419-1499
• Reuniões: Domingos das 17h00 / 19h00

INTERIOR - MOCÓCA – SP
Rua Riachuelo, 902 – Centro
CEP 13730-000 – Mocóca – SP – Contato: # (19) 656 – 0476
• Reuniões: 5ª Férias – das 20h00 / 22h00

RIO DE JANEIRO- RJ
RuaMéxico,90–Centro–RioDejaneiro–RJ
Contato: Fone # (19) 2589-3520
• Reuniões: 5ª Feiras das 18h30/20h30 e sábados das 10h00/12h00

CURITIBA-PR
Rua 7 de abril, 870, Alto da XV| Curitiba – PR
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LONDRINA – PR
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Contato: Companheiros: Deisy e Wanderley (email: devedoresanonimos@bol.com.br)
• Reuniões: 2ª Feiras das 19h00/ 21h00

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DEVEDORES ANÔNIMOS
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DEVEDORES ANONIMOS NOS NEGOCIOS

 O que é Devedores Anônimos nos Negócios?

Devedores Anônimos nos Negócios (D.A. N) é um segmento distinto e dinâmico, mas não
separado do D.A., criado para concentrar na recuperação dos membros da irmandade que são
proprietários de negócios.

Juntos, membros do D.A. N apóiam uns aos outros na aplicação dos princípios e ferramentas
do D.A quando possuem e operam um negocio.

Contudo, como parte do D.A., não há filiação separada para freqüentar as reuniões dos
Devedores Anônimos dos Negócios.

Como édeclarado na nossa terceira tradição, “o único requisito para ser membro é o desejo
deparardefazerdívidassemcolateral”.Isto seaplica paradébitos profissionaisepessoais.

D.A. N tem entendido que pagar as contas de bens e serviços recebidos de acordo com os
termos dos contratos não constitui débito.

 Qualquer membro do D.A pode freqüentar asreuniões dosDevedores nos Negócios?

Tecnicamente, um proprietário de negócios pode se definido como a pessoa que é a principal


numa firma pessoal, sociedade ou corporação, e que tem responsabilidades financeiras pela
condução da mesma, incluindo impostos federais, estaduais e municipais.

Contudo, artistas, construtores, artesões, consultores, comerciantes, lojistas, autônomos e


empreendedores capitalistas podem se beneficiar por freqüentar reuniões do D.A. N.

Como declarado na Terceira Tradição, membros dos Devedores Anônimos que não são
proprietários de negócios, certamente também podem freqüentar qualquer reunião D.A.N. e
se beneficiarem da experiência, força e esperança encontradas ali, mas o foco das reuniões do
D.A. N é intencionalmente, equipado para direcionar as questões, necessidades e
preocupações dos proprietários de negócios dos membros da irmandade.

Toda reunião dos D.A.N. é autônoma. Contudo, em muitas reuniões pode ser útil ter
orientações sugeridas quanto a liderança, fala (orador) e/ou prestação de serviços para a
mesma (são necessários 90 dias de não inocorrência em qualquer divida nova, sem colateral e
ter duas Reuniões de Alivio de Pressão).

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 Como saber se alguém pode estar se endividando compulsivamente nos negócios?

Endividamento compulsivo nos negócios é muito similar ao endividamento compulsivo nas


finanças pessoais.
Muitos de nós não tínhamos clareza sobre nossa situação.
Algumas das experiências e comportamentos que nos levaram ao endividamento compulsivo
foram:

1. Nós não sabíamos quando as contas ou os impostos venciam, nem nos lembrávamos
se e o que tínhamos pagado ou se continuávamos a dever.

2. Nós confundíamos nossas finanças pessoais com as comercias e tirávamos fundos de


uma delas para cobrir a outra.

3. Freqüentemente não sabíamos o custo exato de nossas despesas, nossos gastos


operacionais ou nossas margens de lucro.

4. Nós não tínhamos um planejamento comercial.

5. Nós usávamos acordos verbais ao invés de escritos, que nos conduziam a brigar mais
tarde pelos termos dos mesmos.

6. Nós comprometíamos nosso tempo demasiadamente e não usávamos tempo


suficiente para gerar receitas.

7. Muitos de nós estávamos sobrecarregados com pilhas de papeis.

8. Nós vivíamos num estado de privação.

9. Nós não nos pagávamos um salário.

10. Nos não tirávamos férias, não nos províamos com benefícios, ou nos concedíamos
qualquer dia de folga, por razão pessoal ou saúde.

11. Nos subvalorizávamos e depreciávamos nossos bens e serviços.

12. Permitíamos-nos que as pessoas que trabalhavam para nos (consultores, contador,
advogados, etc.) dirigissem nossas vidas comerciais.

13. Num lapso, nos perdíamos as reuniões dos D.A.N. e/ou dos D.A. e perdíamos contato
com nossos padrinhos, grupo de alivio de pressão e amigos do programa.

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14. Nos não pedíamos ou não éramos capazes de pedir ajuda quando mais precisávamos.
 Como a recuperação nos Devedores Anônimos nos negócios muda seus membros?
Nós aprendemos a operar negócios de acordo com as linhas espirituais e constatamos que
operar com integridade e estar á serviço é lucrativo.
Nós acumulávamos reserva em espécie, pagamos nossas contas e empregados em dia, nós
pagamos um salário regular com os benefícios e férias e construímos um negócio realizador,
próspero, sem dívidas e financeiramente solvente.

Nós assumimos a responsabilidade pelos compromissos e obrigações dos nossos negócios e


nos lembramos de que somos encarregados daqueles que trabalhavam para nós.

Nós mantemos nossos registros financeiros em ordem e transparentes, e eliminamos as pilhas


de papéis desnecessárias. Temos um conhecimento claro das nossas despesas, gastos
operacionais, preços, lucros, valores a receber, valores a pagar, assim como todos os bens e
obrigações. Temos um planejamento comercial, metas e visão para nós mesmos e para nosso
negócio. Colocamos nossos acordos por escrito. Computamos nosso tempo realisticamente e
pomos o foco do nosso trabalho em gerar receitas. Nós valorizamos nossos bens e serviços e
os cobramos de acordo. Mantemos contato com nossos padrinhos, com nosso Grupo de alívio
de Pressão eamigos do programa; continuamos a frenquentar as reuniões dos D.A.N. dos D.A.
e a prestar serviços em prol da nossa recuperação. Temos boa vontade e somos capazes de
pedir ajuda quando precisamos e confiamos nos cuidados e na orientação do nosso Poder
superior. Nós ficamos em paz e permitimos que nossos negócios crescessem e se expandam
harmoniosamente.

 Ferramentas Adicionais para os devedores anônimos nos negócios -D.A.N-

1. Nós mantemos separadamente nossos registros financeiros e contas bancariam


pessoais e comerciais.

2. Anualmente, elaboramos por escrito um planejamento comercial para os próximos 12


meses com objetivos e alvos bem definidos e confiáveis.

3. Nós mantemos registros financeiros precisos, organizados e transparentes, incluindo


contas a receber, contas a pagar, cash disponíveis (em mão), inventário, bens e dividas
vencida, e colocamos os vencimentos de todos os impostos e contas num calendário.

4. Nós nos pagamos um salário incluindo benefícios, plano de saúde, dias e férias de
folga.

5. Nós permanecemos conscientes que dinheiro gasto deve gerar receita e comparamos
preços antes de fazer uma compra.

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6. Nós matemos clareza quanto ás despesas e margens de lucro de cada produto ou


serviços que vendemos.
7. Nós pagamos nossas contas e faturamos nossos clientes prontamente.
8. Nos fazemos nossos acordos comerciais por escrito e escrevemos nossos próprios
contratos.
9. Nós tomamos conhecimento da competição, mas não nos preocupamos com isso. Nós
aprendemos com nossos competidores confiamos que há uma abundancia no universo com
mais que o suficiente para todos.

10. Nós nos desligamos das personalidades difíceis e clientes que pagam pouco e
colocamos princípios acima de personalidades.

11. Nós contatamos alguém do programa antes e depois de assumir um compromisso e de


tomar uma decisão ou de se colocar num posicionamento comercial difícil.

12. Nós estamos dispostos a nos encarregarmos e de sermos, responsáveis por nossos
negócios. Profissionais como contadores, advogados e consultores que trabalham para nós
não são Poder Superior.

(texto traduzido e enviado por Dulcilene, membro da D.A., companheira brasileira residente
em New York, USA, em abril/2003, ainda em fase de revisão para ser submetido ao comitê de
serviços/literatura americano oficial do D.A) – Ver. 01/01-

NOSSAS HISTÓRIAS

 Não mais uma ladra - Esta mulher parou de tirar dos outros depois de aprender a dar
para si.

Por que o carro da policia estava em frente a nossa casa? Alguma coisa aconteceu com meu
pai ou minha mãe? Eu entrei em casa pela porta da garagem, a porta da frente era para
feriados e convidados.

Sentados em volta da mesa da cozinha estavam meu pai e minha mãe, e dois policiais.

Disseram para sentar nesta mesa onde eu fazia as refeições com meus pais, ou brincava de
desenhar ou servia drinks para papai e mamãe. Hoje os rostos apresentavam-se sérios, com
raiva e até amargurados. Em cima da mesa da cozinha havia desenhos em preto e branco e
neles estavam escrito a palavra suspeita e a descrição: Mulher branca, um metro e cinqüenta
quarenta e cinco quilos, loura, idade aproximada de 12 a 15 anos.

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Eu estava quieta aquele dia. Eu ouvia atentamente aos meus pais explicando o porquê que
roubar era ruim e até perigoso. Eu olhei nos olhos da minha mãe e vi ódio. Eu até pensei que
ela estava com inveja de mim. Mais de ua vez, quando ela estava bêbada, ela falava que eu
não era nem bonita ou esperta. Sempre ela me dizia que eu não ia ter atenção das pessoas se
soubessem quem eu era realmente. E aquele dia eu soube que ela estava certa. Eu me sentia
tão amedrontada que eu nunca mais roubei nada naquela loja.
Mas alguns meses se passaram e eu precisava de maquiagem. Eu usada muito maquiagem,
mas eu tinha dificuldade em encontrar a maquiagem certa. Eu não podia suportar em cometer
um erro, então simplesmente roubei. Se não fossem perfeitas, não iria machucar. Eu sabia que
se eu tivesse a maquiagem ideal, eu seria considerada uma pessoa boa, bonita, e digna de
amor.
Quando eu era pequena, eu gostava de passar freqüentemente pelo bairro e fazíamos rápidas
paradas com meus amigos para comprar picolé e bala. Durante aquelas saídas, eu
relutantemente revelava que eu tinha pouco trocado, então meus amigos faziam vaquinha
entre eles para comprar para mim. Eu devo ser amada, eu imaginava meus amigos compram
pra mim. Meus pais me elogiavam para seus amigos por eu ser cuidadosa com o dinheiro.
Minha irmã, por outro lado, não podia segurar dinheiro na mão, pois ele queimava no bolso
dela, meu pai sempre dizia.

No natal havia sempre muitos doces, presentes, cartões, visitas, telefonemas e festividades,
mas era muito de uma vez só e sempre uma vez por ano. O tempo que levava para
desembrulhar tudo era impressionante. Eu abria um presente atrás do outro, mas parecia que
eu estava procurando por alguma coisa que nunca estava lá. Havia muita pressão para ficarem
surpresa e alegre em relação aos presentes, e eu sabia que eu nunca poderia ser grata o
suficiente. Eu me sentia envergonhada. Eu nunca deixei ninguém perceber o que eusentia. Em
breve eu estaria numa loja, e eu lá acharia alguma coisa que iria fazer diferença. Eu roubaria e
então ficaria satisfeita.

Enquanto eu cresci, fui me tornando uma ladra sofisticada. Eu roubava dos amigos e da
família, de lojas de apartamento e pequenos negócios. Eu estava fora de controle. Eu consegui
tudo que eu pretendia, e mesmo assim me sentia vazia. Talvez mais faria diferença na próxima
vez.

Quando cheguei aos trinta anos, eu estava casada com o homem dos meus sonhos há dez
anos. Nós tínhamos nossa segunda casa, nova em folha nos subúrbios, um carro legal, uma
moto BMW na nossa garagem. Tínhamos-nos um filho de um ano e meio. Nossa família estava
completa agora, ainda assim eu me sentia infeliz. Eu me sentia feia e ruim. Eu sentia amor
somente para o meu filho e acreditava que havia me tornado desamável. Demorou pouco mais
de dois anos para perde tudo, exceto a responsabilidade de criar o meu filho.

Eu estou limpa e sóbria por quatro anos, limpei os prejuízos do passado, como eles dizem A.A.
Pelos membros, eu era conhecida como uma mulher que levou a sério á sobriedade. Eu

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trabalhei com os passos. Eu li e amei o Grande Livro do AA. Eu estava tinha contato com meu
padrinho e minha madrinha. Eu estava até em terapia. Eu estava realmente comprometida
para melhorar o meu emocional e inventario da minha família de origem. Eu queria ser livre,
mesmo assim eu sentia medo a maior parte do tempo. E não importava o quanto era difícil
este trabalho de recuperação e de fazer orçamento, eu nunca tinha dinheiro suficiente para
passar o mês.
Eu aceitei pensionistas em casa, embora eu odiasse ter pessoas vivendo dentro da minha casa
comigo e meu filho para ajudar a pagar as despesas. Eu usava meus dois cartões de credito no
final todo mês para comprar presentes para alguém e para meu divertimento e do meu filho.
Eu tentava todo mês fazer o melhor, mas eu precisava de um alivio. Cartões de credito e
roubar pareciam ser o único meio. Eu não planejava roubar, era sempre uma reflexão tardia.
Eu sabia que havia algo de muito errado que eu me sentia tão mal e ainda estava roubando. Eu
era particularmente vulnerável ao balcão de cosméticos.

Eu estava disposta a pagar o rímel, mas não para dois delineadores de lábios. O que estava
acontecendo comigo? Eu nunca fui pega roubando. Minha única vez no principio de Outono,
eu estava fora com uma amiga. No meio da minha lamúria sobre meus problemas com
dinheiro, minha amiga falou que ela não estava certa se meu problema era pagar dividas ou
gastar compulsivamente. Ela me falou que estava freqüentando um programa chamado D.A. e
que estes programa estava ajudando a viver livre de preocupações em relação ao dinheiro. Eu
confiei na minha amiga e, sozinha, eu fui a minha primeira reunião da D.A. Eu odiei ser nova.

Eu odiava estar lá de qualquer maneira. Era tão vergonhoso! Eu nem entendi direito a palavra
devedor, embora eu sentia algum entendimento sobre gastar compulsivamente, Eu tinha
certeza que o meu problema era aquele e queria muito: Eu precisava de ajuda para controlar
meus gastos para que eu pudesse ter dinheiro suficiente para pagar minhas contas todo mês
incluindo aqueles terríveis cartões de créditos que continuavam a aumentar apesar de eu
continuar pagando o mínimo todo mês.Eu não conseguia enxergar como fazer sem os meus
cartões de crédito.

Eu me desfiz dos cartões de credito no primeiro mês após estar freqüentando as reuniões do
D.A. Eu estava amedrontada. Eu sofria de insônia, ataques de pânico e raiva. Eu usei minha
pequena reserva em vez dos cartões de credito ou dinheiro dos pensionistas e o empréstimos
de estudante. Então eu percebia que não sobrava dinheiro suficiente para viver o resto do
mês.

Eu tentava distribuir o restante para comprar comida e gasolina e cortei os meus passeios e do
meu filho. A privação me deixava louca todo mês. Minha vida estava ficando pior. Estava mais
difícil agora. Eu comecei a soltar cheques sem fundo para o final do mês.

Sem desespero, eu finalmente comecei a falar nas reuniões, compartilhando minha confusão,
raiva e terror. E comecei a ir às reuniões de alivio de pressão e depois de aproximadamente

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novemeses, resignei a verdade que eurealmente não podia encontrar minhas necessidades e
continuar a fazer dividas. Eu estava horrorizada de pensar em convidar meus credores a entrar
em minha terrível vida, mas não tinha outra escolha. Eu vi outros membros do grupo aprender
a colocar suas necessidades em primeiro lugar, e suas vidas estavam mudando. Eles estavam
menos preocupados. Estas pessoas estavam falando sobre suas férias e diversão; Eu queria se
sentir livre.
Eu trabalhei duro na minha recuperação no D.A. Eu amei e usei todas as ferramentas
disponíveis para mim. Eu compareci as reuniões e conversei com pessoas no telefone, as vezes
planejando viagens. Eu até fiz telefonemas para lojas quando eu mesentia vacilante e confusa.
Eu rezava muito para meu Deus pedindo que ele me guiasse e desse direção a minha vida. Este
novo jeito de viver requeria concentração. Eu recebia os telefonemas dos cobradores. Eu
chorava e gritava do meu jeito a vergonha e humilhação. Eu finalmente comecei a separar do
meu eu do que eu ganho, possuo e devo, mas eu ainda estava dominada pelo sentimento que
não era suficiente. Então eu roubaria e me odiaria ainda mais. Eu não tinha coragem de falar
sobre os roubos nas reuniões. Eu me sentia tão sô e envergonhada. Depois de um ano e meio
no D.A, meu mundo encheu-se de morte e sofrimento. No verão doze pessoas que eu conhecia
e gostava morreram e foram assassinadas. Eu chorei sofri por semanas. Eu raramente saia de
casa, sóocasionalmente para ir asminhas reuniões favoritas aonde eu poderia sentar echorar.
Às vezes eu compartilhava e as pessoas só ouviam. Graças a Deus ninguém tentou me
consertar ou pediu para que eu saísse. Uma tarde, eu voltei de uma reunião me sentindo triste
e quieta, não tão mal. Eu fui uma loja e comprei algumas coisas que eu precisava, eu vi grande
variedade de flores fora da loja. Eu peguei duas plantas e coloquei-as atrás do meu carro. Eu
voltei para casa e cuidadosamente pendurei as duas plantas na varanda. Por semanas, eu
passei a maior parte do dia sentada na varanda por horas ou chorando, lendo fabulas, ou
olhando quieta para o nada. Eu precisava das flores para ter esperança e pela sua beleza. Eu
sentava na varanda e olhava para as plantas e de repente entendi, pela primeira vez na minha
vida, que eu roubava porque acreditava que não havia nada neste mundo para mim e que eu
não merecia nada de bom ou bonito. Eu acreditava que eu era má, feia e detestável
completamente como eu ouvia minha mãe falar tão freqüentemente quando eu era menina.

Eu acreditava que eu era merecedora de amor. Naquele momento, eu entendi que toda vez
que eu roubava eu estava reforçando aquelas opiniões que eu assimilei na minha infância. Eu
chorei e através das minhas lagrimas, eu pedi a Dues que se interessasse por mim, minha vida,
e eu que eu era uma boa, bonita e amável. Eu precisava me abrir para generosidade divina.

Houve muitos meses de choro aquele ano, mas eu nunca mais me senti sozinha de novo. Eu
nunca mais roubei, mesmo quando eu sentia intensa falta de de privação.

Agora eu estava em uma diferente rota. Eu estava aprendendo a tomar conta de mim e crescer
na vida.

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Cinco anos se passaram e desde então. Eu fico perto do D.A. Eu verdadeiramente amo meu
grupo e continuo freqüentando as reuniões de Segunda á noite. E continua usando as
ferramentas do programa, e eu amamos os planos de alivo de pressão. Meus passos consistem
agora comprar novos móveis e guarda dinheiro para uma viagem a Europa com meu filho
adolescente. Eu recebo amor, encorajamento para ser gentil e para me dar amor, conforto e
até luxo. Eu vim de uma longa jornada. Roubar é algo que eu costumava a fazer. Agora posso
cuidar de mim. Em uma das minhas visões no meu segundo ano de recuperação no D.A, eu me
vejo segurando a mão de um colega. Eu tive sentimento de amor, conforto e ternura. Hoje eu
tenho esta sociedade comigo. Eu não sou mais consumida pelo isolamento de solião que uma
pessoa compulsiva, viciada conhece. Minha família é minha vida agora. Que Milagre! Agora eu
amo e cuido deles do jeito que eles são. Hoje, o grande presente do meu trabalho de
recuperação é a relação que eu tenho com outros e comigo mesmo.
Aconteceu: Eu sou boa, linda e amável.
Obrigada D.A! E graças a Deus pelos dozes passos.

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