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ANÁLISE DE RECURSOS CONTRA A PROVA OBJETIVA

Edição 2023/1

Brasília | DF | Abril de 2023

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Questão 1

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Anulação por ser questão de especialista: (0,027%)
• Cardioversão elétrica não necessita de sedação prévia: (0,013%)
• Necessidade de anticoagulação prévia para realizar a cardioversão: (0,013%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,027% dos participantes, pois diagnosticar
e indicar a conduta diante de um paciente com fibrilação atrial deve ser de conhecimento de
médicos que trabalham em distintos níveis da rede de atenção à saúde, independentemente de
ser especialista ou generalista, uma vez que irão se deparar com este tipo de caso clínico em
diversas situações, desde a porta de entrada da maioria desses pacientes (atenção primária em
saúde), até em unidades de emergência (como a do caso em questão).

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,013% dos participantes, pois a fibrilação
atrial de início recente que cause hipotensão grave, edema de pulmão ou angina deve ser
tratada com cardioversão elétrica, inicialmente com choque de 200 J sincrônico com o QRS,
idealmente com sedação ou anestesia.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,013% dos participantes, pois apenas se a
duração da fibrilação atrial não for conhecida, ou se ela for sabidamente de duração maior que
48 horas, a anticoagulação deve ser iniciada antes da cardioversão.

Referências Bibliográficas:

MICHAUD GF & STEVENSON WG. Fibrilação atrial. In: Medicina interna de Harrison [recurso
eletrônico] / J. Larry Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia Islabão...[et al.] ; [revisão técnica:
Ana Maria Pandolfo Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2020. e-PUB. p. 6296-6309.

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Questão nº 02

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR.

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (0,8%): solicitado anulação da questão por se tratar um assunto polêmico
na literatura. Citam que os guidelines urológicos estrangeiros e Sociedade Brasileira de
Urologia fazem oposição as recomendações do Ministério da Saúde. Este último não
recomenda o rastreio para câncer de próstata, bem como citando que a questão não
solicita que a conduta seja baseada segundo o Ministério, abrindo margem para
questionamento.
Dentre a argumentação, é citado também a falta de clareza no item D que não
demonstra contraindicar claramente o rastreio do câncer de próstata.
• Argumento 2 (0,034%): solicitam que seja aceito também quem marcou a letra A
devido à necessidade do rastreio.
• Argumento 3 (isolado): solicita anulação considerando que houve violação do código
de ética médica discutir o caso com a filha.
• Alguns argumentos sem relação com a questão ou pedidos pessoais por marcação
dupla.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Tanto a literatura internacional quanto a literatura brasileira discorrem


sobre a participação do paciente no processo do rastreamento do câncer de próstata, visto não
haver evidência científica forte que demonstre o real benefício do rastreamento para todo
homem entre 50 e 69 anos, assintomáticos. Ainda que amplamente difundido nas mídias, as
melhores evidências científicas apontam para um desequilíbrio entre riscos e possíveis
benefícios do rastreamento em homens assintomáticos. Segundo SANTOS et al “Considerando
essas informações, a recomendação do Instituto Nacional do Câncer (INCA), desde 2008, é que
o rastreamento só seja feito em homens que demandam espontaneamente esses exames e após
um processo de decisão compartilhada, considerando os riscos e a incerteza sobre os benefícios.”
A tomada de decisão compartilhada se caracteriza por um processo colaborativo, onde são
discutidas as opções de cuidado e suas possíveis consequências, de modo a alcançar a decisão
mais adequada ao contexto de vida da pessoa.

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Segundo a US Preventive Services Task Force “Para homens de 55 a 69 anos, a decisão de se
submeter a uma triagem periódica baseada no antígeno prostático específico (PSA) para câncer
de próstata deve ser individual. Antes de decidir se devem ser rastreados, os homens devem ter
a oportunidade de discutir os potenciais benefícios e malefícios do rastreamento com seu
médico e incorporar seus valores e preferências na decisão. A triagem oferece um pequeno
benefício potencial de reduzir a chance de morte por câncer de próstata em alguns homens. (...)
Esta recomendação se aplica a homens adultos na população geral dos EUA sem sintomas ou
diagnóstico prévio de câncer de próstata. Também se aplica a homens com maior risco de morte
por câncer de próstata devido à raça/etnia ou histórico familiar de câncer de próstata”. De tal
forma, não é contraindicado o rastreamento, mas a decisão de realizá-lo deve ser compartilhada
com o paciente, esclarecendo os riscos e benefícios, visto não existir ainda na literatura médica
indicação formal com benefícios bem definidos.
Quanto ao segundo argumento, o PSA não é usado isoladamente no rastreamento do câncer de
próstata, estando este atrelado a uma boa anamnese e exame físico com toque retal, desde que
sejam discutidos os riscos e benefícios junto ao paciente e seu acompanhante. Como a filha
apresenta-se como acompanhante do paciente no momento da consulta, receberá as mesmas
informações oferecidas ao paciente, não havendo então violação ao código de ética. Portanto,
sugere-se manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Santos ROM, Abreu MM, Migowski A, Engstrom EM. Ferramenta de apoio à decisão sobre o
rastreamento do câncer de próstata no Brasil. Rev Saude Publica. 2022;56:19.
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Rastreamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção
Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
- Ferramenta de apoio à decisão elaborada pela Divisão de Detecção Precoce e Apoio à
Organização de Rede - INCA 2019. Acessado em:
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document/apoio_decisao_cancer
_prostata_2019_0.pdf
- US Preventive Services Task Force, Grossman DC, Curry SJ, Owens DK, Bibbins-Domingo K,
Caughey AB, Davidson KW, Doubeni CA, Ebell M, Epling JW Jr, Kemper AR, Krist AH, Kubik M,
Landefeld CS, Mangione CM, Silverstein M, Simon MA, Siu AL, Tseng CW. Screening for Prostate
Cancer: US Preventive Services Task Force Recommendation Statement. JAMA. 2018 May

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8;319(18):1901-1913. doi: 10.1001/jama.2018.3710. Erratum in: JAMA. 2018 Jun
19;319(23):2443. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2680553
- Nota da Sociedade Brasileira de Urologia - 2018.
https://portaldaurologia.org.br/publico/noticias/nota-oficial-2018-rastreamento-do-cancer-
de-prostata/

Questão 3

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: anulação da questão com a argumentação de que o lactente deve
receber vitamina B12 e folato e sais de ferro e vitamina A – (100%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - visto que o hemograma com anemia macrocítica, neutropenia com
hipersegmentação de neutrófilos e plaquetopenia é característico da deficiência de B12 e folato.
A deficiência de ferro cursa com microcitose e hipocromia e a alimentação com leite de cabra é
pobre em ácido fólico e vitamina B12. Sais de ferro e vitamina A, neste caso, não vão reverter a
situação descrita. Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referência bibliográfica:

PANIZ, C. et al. Fisiopatologia da deficiência de vitamina B12 e seu diagnóstico laboratorial. J


Bras Patol Med Lab . v. 41 n. 5 p. 323-34. outubro 2005
Hoffman R, Benz EJ Jr, Shattil SJ, et al., eds. Hoffman hematology: basic principles and practice.
4 th ed. New York:Churchill Living-stone;2005. p.519

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Questão 4

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: (10,13%) - Os candidatos solicitam a anulação da questão, pois informam
que o Consenso de Rotterdam, de 2003, estabelece que a SOP seja diagnosticada pela
presença de pelo menos DOIS DOS SEGUINTES CRITÉRIOS:
1. Alteração dos ciclos menstruais: anovulação crônica (oligo ou amenorreia);
2. Hiperandrogenismo clínico: presença de um ou mais dos seguintes achados:
acne, hirsutismo e alopecia de padrão androgênico; Ou hiperandrogenismo
laboratorial: elevação de pelo menos um androgênio, testosterona total,
androstenediona e sulfato de desidroepiandrosterona sérica (SDHEA), de
acordo com os valores de referência do kit utilizado;
3. Imagem compatível: morfologia OVARIANA POLICÍSTICA À
ULTRASSONOGRAFIA: presença de mais de 12 folículos antrais (entre 2 e 9mm)
em pelo menos um dos ovários ou volume ovariano de 10 cm3.
● Argumento 2: (0,26%) - Como os dois primeiros estão presentes, o ideal seria solicitar
um exame de imagem (USG) e iniciar o tratamento com a ESPIRONOLACTONA. Solicitam
a anulação pois a questão claramente busca gerar dúvida no modo "pegadinha" ao
revalidando, tornando a questão irregular de acordo com a lei, existem 2 respostas
corretas, a A e a resposta B que corrobora com o caso clínico pois além dos distúrbios
hormonais como hipercortisolismo acarreta excesso de gorduras corporais levando
assim a dificuldade de perda de peso, o perfil androgênico como consequência de seu
aumento tem como consequência o aumento de pelos em mulheres como hirsutismo e
períodos irregulares, assim como a dehidroepiandrosterona precursora de estrógenos
e andrógenos podem causar alterações no ciclo menstrual e como citado anteriormente
na aparição de pelos em regiões anormais às mulheres.

● Argumento 3: (0,12%) - Solicitam a anulação da questão com a justificativa de que a


espironolactona é um dos tratamentos indicados: estrutura semelhante à dos
progestagênios, atua como um antagonista do receptor androgênico, ligando-se a esses
receptores, além de inibir a enzima 5-alfa-redutase, envolvida na biossíntese
androgênica. Dose recomendada: 50 a 200 mg ao dia, sendo geralmente utilizado na

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dose de 100 mg ao dia. Efeitos colaterais: mastalgia, distúrbios menstruais, cefaléia,
poliúria, tontura, geralmente associados a doses altas. Efeito teratogênico: a
espironolactona e seus metabólitos podem atravessar a barreira placentária. Não há
estudos suficientes quanto ao seu uso em gravidez, sendo classificada na categoria C de
risco. É a mesma ideia de justificativa descrita no primeiro argumento dessa questão,
porém, não utilizam os critérios de ROTTERDAM para completar a justificativa e o uso
do USG.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A paciente do item 4 apresenta uma amenorreia secundária, uma vez
que há ausência de menstruação por 6 meses ou mais em contexto de ciclos irregulares
anteriores. Nesse contexto, é recomendado descartar primeiramente gravidez, como feito pelo
enunciado, obter dados importantes do exame físico como IMC, na ectoscopia procurar por
sinais de hiperandrogenismo como descrito, exame das mamas afastar galactorreia, avaliação
de glândula parótida e/ou erosão do esmalte dental afastando deficiência nutricional e, em
seguida, iniciar investigação das causas mais comuns de amenorreia secundária. Desse modo,
afastar patologias sistêmicas como distúrbios tireoidianos, hiperprolactinemia e deficiência da
21-hidroxilase não clássica fazem-se como passos iniciais da investigação inicial como contidos
na letra A do item.
Além disso, o uso da espironolactona é uma das opções no tratamento da SOP, mas há de se
lembrar que o tratamento dessa síndrome se baseia no contexto clínico da paciente, de modo
que haverá a indicação de uso de espironolactona para aquela paciente se o desejo clínico da
mesma for de mudança de estilo de vida atrelado a uso de medicamentos não
anticoncepcionais.
Outro ponto a se ratificar é que o diagnóstico de SOP já pode ser estabelecido pelo que foi
mencionando no enunciado - a ecografia, portanto, não é necessária para confirmação do
diagnóstico de síndrome dos ovários policísticos.
Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

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1. Gibson MES, Fleming N, Zuijdwijk C, et al. Where have the periods gone? The evaluation and
management of functional hypothalamic amenorrhea. J Clin Res Pediatr Endocrinol. 2020;
12:18.
2. Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. 2a ed. Porto Alegre:
Artmed; 2019.
3. Deligeoroglou E, Athanasopoulos N, Tsimaris P, et al. Evaluation and management of
adolescent amenorrhea. Ann N Y Acad Sci. 2010; 1205:23.

Questão nº 05

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Solicitam anulação da questão pois, como agravante, o quadro sindêmico
do coronavírus ocorre num cenário global de fragilidades dos sistemas sociais, desafios
ambientais negligenciados e crise econômica mundial. Frente a isso foram
implementados investimentos na área da saúde para que a terapia intensiva pudesse
conduzir os casos graves de covid, para que também houvesse uma ampliação de leitos
clínicos devido à sobrecarga desse sistema de saúde, e além disso um investimento na
cura/solução do problema maior com a implementação da vacina. A letra D também
está correta. (50,31%)
• Argumento 2: Solicitam anulação da questão pois, da mesma forma as condições agudas
não COVID-19 sofrem durante a pandemia uma constrição de oferta em função do
choque de demanda provocado por esta doença nas unidades de saúde. Em todos os
países da América Latina observou-se um decréscimo dos casos confirmados de dengue
no ano de 2020. Estudos na Colômbia e no Brasil evidenciaram elevadas taxas de
infecção de COVID-19 e queda dos casos de dengue quando comparados aos anos
anteriores. A letra C também está correta. (49,06%)
• Argumento 3: Solicita anulação da questão, sem apresentação da argumentação.
(0,63%)

Referências utilizadas nos recursos:

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Horton R. Offline: COVID-19 is not a pandemic. Lancet 2020; 396:874
VILAÇA MENDES, E. O lado oculto de uma pandemia: a terceira onda da covíd-19 ou o paciente
invisível. CONASS, 2020.
https://www.conass.org.br/wp-content/uploads/2020/12/TERCEIRA-ONDA-SEMINARIO-
CONASS-CONASEMS-1.pdf
https://www.scielo.br/j/csc/a/rNYp7RH6vNggmtKbHm9HBjC/?lang=pt
http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/1534/covid-19-como-sindemia-modelo-teorico-e-
fundamentos-para-a-abordagem-abrangente-em-saude

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Desde os primeiros momentos da pandemia, surgiram evidências da


distribuição desigual e/ou de maior gravidade da COVID-19 entre grupos sociais vulneráveis. A
orientação atual, considerando o contexto sindemico é pela manutenção da oferta das ações de
rotina para que não haja descontinuidade assistencial e agravamento das condições dos
usuários em outros tratamentos.
No nível populacional, a interação entre epidemias resulta no aumento considerável na taxa de
incidência das doenças, assim como na severidade dos casos e nas repercussões para as
comunidades. Neste contexto, a questão de maior relevância não é a concorrência, mas o
aumento da carga de doenças para população a partir da interação sinérgica de diferentes
agravos. A teoria sindêmica ao apontar a interação efetiva entre a COVID19 e determinantes
sociais, saúde mental, doenças crônicas e outras doenças parasitárias e infecciosas, aponta para
necessidade de não focar apenas em medidas curativas individuais, mas sobretudo em políticas
intersetoriais para redução de iniquidades.
A maior parte dos argumentos se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do candidato,
ou foram interpostos sem a apresentação da argumentação ou da referência que a embasa. Os
que foram interpostos com referência de embase para a argumentação, apresentam viés de
interpretação da questão e da própria referência apresentada. Sendo assim, os argumentos não
são procedentes.

Referências Bibliográficas:

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SINGER, M. A dose of drugs, a touch of violence, a case of AIDS: conceptualizing the SAVA
syndemic. Free Inquiry in Creative Sociology. Okhlahoma, Estados Unidos, v. 24, n. 2, p. 99-110,
1996.
BISPO JP; SANTOS DB. COVID-19 como sindemia: modelo teórico e fundamentos para a
abordagem abrangente em saúde. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2021, v. 37, n. 10

Questão 6

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Anulação da questão, uma vez que as manifestações não motoras mais frequentes são
as gastrointestinais (obstipação intestinal, disfagia, gastroparesia, sialorreia), além de
estar se referindo a distúrbios do sono, que são manifestações não motoras na doença
de Parkison, mas não são manifestações neuropsiquiátricas: (10,35%)
• Letra D (parkinsonismo secundário associado a medicamentos) aceita como resposta
correta, pois os medicamentos usados pelo paciente (levodopa, aspirina e losartana)
podem causar efeitos colaterais compatíveis com o quadro clínico apresentado: (0,20%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 10,35% dos participantes, pois as


manifestações não motoras mais frequentes são a anosmia, os distúrbios sensitivos (dor, por
exemplo), os transtornos do humor (depressão, por exemplo), os distúrbios do sono (DCSR, por
exemplo), os distúrbios autonômicos (hipotensão ortostática, distúrbios gastrintestinais,
distúrbios geniturinário, disfunção sexual) e o comprometimento cognitivo/demência. Além
disso, os distúrbios do sono são classificados como manifestações neuropsiquiátricas.
NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,20% dos participantes, pois o paciente
não faz uso de agentes bloqueadores da dopamina, como os neurolépticos, os quais são a causa
mais comum de parkinsonismo secundário, nem de outros fármacos passíveis de causar
parkinsonismo secundário: tetrabenazina, proclorperazina, reserpina, bloqueadores dos canais
de cálcio, metoclopramida, amiodarona e lítio.

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Referências Bibliográficas:

OLANOW CW, KLEIN C, SCHAPIRA AHV. Doença de Parkinson. In: Medicina interna de Harrison
[recurso eletrônico] / J. Larry Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia Islabão...[et al.] ;
[revisão técnica: Ana Maria Pandolfo Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2020. e-
PUB. p. 11019-11051.

Questão nº 07

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: ANULAR QUESTÃO

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (10,74 %): solicitada anulação da questão devido não ter sido
mencionado se o estadiamento era pTa ou pT1, cujos tratamentos são diferentes. No
pTa a conduta seria BCG intravesical com cistoscopia em 3 meses. No pT1 a indicação
seria nova ressecção entre 6-8 semanas baseado na “National Comprehensive Cancer
Network Guidelines Version 2023.1 Non Muscle Invasive bladder cancer.”.
• Argumento 2 (3,5 %): solicitada anulação ou aceite da alternativa D, considerando que
a conduta para uma neoplasia que não invada a camada muscular seria nova ressecção
transuretral (RTU) em 4-6 semanas para avaliar presença de lesões não ressecadas na
primeira cirurgia, para então definir se será realizada uma cistectomia ou terapia
intravesical com BCG baseado no Campbell-Walsh-Wein Urology, 12th edition.
• Argumento 3 (0,12%): solicitada anulação considerando se tratar de algo especializado
da área da urologia fugindo da competência do médico generalista.
• Argumento 4 (0,04 %): solicitada anulação considerando que deve se tentar uma nova
cistoscopia ANTES da BCG, bem como o gabarito C também estaria correto devido a
possibilidade de se utilizar a mitomicina.

Manifestação da Banca

ACATAR - Trata-se de questão altamente específica da urologia, em que faltam


informações importantes para a definição da conduta no caso apresentado. Segundo o National
Comprehensive Cancer Network® (NCCN), o caso apresentado se trata de lesão superficial (que

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não acomete a camada muscular) de alto grau, porém sem definir se há acometimento da lâmina
própria, não podendo então ser diferenciada entre estadio 0 ou 1. No caso do estadio 0, deveria
ser indicado terapia intravesical com BCG. No caso do estadio 1 há indicação de nova cistoscopia
armada com ou sem nova RTU a depender dos achados e utilização da BCG intravesical.
Conforme o NCCN, “ Tratamento de cTa, Tumores de Alto Grau (...) A ressecção repetida é
recomendada se houver ressecção incompleta, ou deve ser fortemente considerada se não
houver músculo no espécime. A ressecção repetida também pode ser considerada para lesões de
alto risco (grandes ou multifocais), conforme recomendado na Diretriz AUA/SUO. Após RTU,
pacientes com cTa, tumores de alto grau podem ser tratados com BCG intravesical (preferencial),
quimioterapia intravesical ou observação. (...) Tratamento de Tumores cT1: Com base na
diferenciação histológica, a maioria das lesões cT1 são de alto grau e consideradas
potencialmente perigosas, com maior risco de recorrência e progressão. Esses tumores podem
ocorrer como lesões solitárias ou como tumores multifocais com ou sem um componente Tis
associado. (...) Esses tumores são tratados com ressecção endoscópica completa, e a repetição
da RTU é fortemente recomendada. (...) Se a doença cT1 residual for encontrada na repetição do
RTU, o tratamento deve consistir em BCG (categoria 1) ou cistectomia.” De tal forma, não há
resposta satisfatória para a questão.
Portanto, sugere-se a anulação da questão.

Referências Bibliográficas:

- Manual de Urologia - SBU. Câncer de Bexiga Pta, Ptis, Pt1. Capítulo 17.
- American Cancer Society. Treatment of Bladder Cacer, by Stage. Acessado em:
https://www.cancer.org/cancer/bladder-cancer/treating/by-stage.html
- Woldu SL, Bagrodia A, Lotan Y. Guideline of guidelines: non-muscle-invasive bladder cancer.
BJU Int. 2017 Mar;119(3):371-380. doi: 10.1111/bju.13760. Epub 2017 Jan 24.
- Flaig, T. W., Spiess, P. E., Agarwal, N., Bangs, R., Boorjian, S. A., Buyyounouski, M. K., Chang, S.,
Downs, T. M., Efstathiou, J. A., Friedlander, T., Greenberg, R. E., Guru, K. A., Guzzo, T., Herr, H.
W., Hoffman-Censits, J., Hoimes, C., Inman, B. A., Jimbo, M., Kader, A. K., Lele, S. M., Michalski,
J., Montgomery, J. S., Nandagopal, L., Pagliaro, L. C., Pal, S. K., Patterson, A., Plimack, E. R., Pohar,
K. S., Preston, M. A., Sexton, W. J., Siefker-Radtke, A. O., Tward, J., Wright, J. L., Gurski, L. A., &
Johnson-Chilla, A. (2020). Bladder Cancer, Version 3.2020, NCCN Clinical Practice Guidelines in
Oncology, Journal of the National Comprehensive Cancer Network J Natl Compr Canc Netw,

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18(3), 329-354. Retrieved Mar 26, 2023, from
https://jnccn.org/view/journals/jnccn/18/3/article-p329.xml

Questão 8

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: anulação da questão com a argumentação de que é necessária a
realização de exsanguíneotransfusão – 100%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - visto que a alfa talassemia é uma das causas de hiperbilirrubinemia
indireta, uma hemoglobinopatia que está dentro do grupo das doenças hemolíticas hereditárias,
cujo diagnóstico pode ser feito pelo teste do pezinho. Conforme o Manual de Orientação do
Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (setembro de
2021), diante da indicação de exsanguinotransfusão, deve-se iniciar de forma imediata a
fototerapia de alta intensidade e monitorar os níveis em intervalos específicos, nas seguintes
condições: BT entre 17 e19 mg/dL e dosar BT após 4-6 horas; BT entre 20 e 25 mg/dL e dosar BT
em 3-4 horas; BT >25 mg/dL e dosar BT em 2-3 horas, enquanto material de
exsanguinotransfusão é preparado. Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referência bibliográfica:

Hiperbilirrubinemia indireta no período neonatal. Manual de Orientação do Departamento


Científico de Neonatologia (2019-2021). Sociedade Brasileira de Pediatria, Nº 10, 29 de
setembro de 2021.
Tratado de pediatria / organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP] :
Manole, 2022.

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Questão 9

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 0,015% - Solicita anulação da questão por dupla resposta verdadeira, saiu
como gabarito a letra C, mas demonstra que alternativa de letra A que diz: Na infecção
por clamídia, o corrimento apresenta-se em moderada quantidade com intensa reação
nas paredes vaginais. Então, o participante afirma que esses sinais e sintomas de
corrimento em moderada quantidade e intensa resposta inflamatória nas paredes
vaginais também são sinais de infecção por clamídia.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A infecção pela Chlamydia trachomatis causa em pelo menos 85% das
pacientes uma cervicite assintomática sendo os sintomas mais comuns de acometimento
principalmente ao colo do útero. Quando há sintomas, os mais frequentes são: sangramento
intermenstrual ou pós-coito, ectopia e edema cervical e não nas paredes vaginais como o item
de ‘’letra A’’ apresenta. Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. Workowski KA, Bachmann LH, Chan PA, et al. Sexually transmitted infections treatment
guidelines, 2021. MMWR Recomm Rep. 2021; 70(4):1-187.
2. He W, Jin Y, Zhu H, et al. Effect of Chlamydia trachomatis on adverse pregnancy outcomes: a
meta-analysis. Arch Gynecol Obstet. 2020; 302(3):553-567.

Questão nº 10

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.

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• Argumento 1: baseado no proposto pela FEBRASGO e o Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas do Ministério da Saúde, no qual estabelecem que a conduta diante de um
caso de Sífilis tardia na gestação seria: A administração de Benzilpenicilina benzatina 2,4
milhões UI, IM, 1x/semana (1,2 milhão UI em cada glúteo) por 3 semanas - Dose total:
7,2 milhões, para a gestante e também para parceria sexual. Tendo em vista que a opção
marcada no gabarito menciona 2 doses por semana, não sendo citado que essas 2 doses
deveriam ser feitas no mesmo dia e aplicadas uma dose para cada glúteo tornando a
conduta aberta para aplicar-se uma dose em um dia e outra dose em dia posterior e
administradas até mesmo na mesma região glútea, já que não foi especificado que
deveria dividi-las em regiões glúteas diferentes. Além de não ter sido citado a conduta
da parceria sexual que também faz parte do protocolo do Ministério da Saúde.
Contudo, diante da justificativa, gostaria de formalizar o pedido de ANULAÇÃO da
respectiva questão, por inconsistência da resposta. (78,04%)
• Argumento 2: Solicito anulação da questão, pois o tratamento para sífilis na gestação
varia de acordo com o estágio da doença de acordo com o ministério de saúde, PEBMED
e diversas bibliografias, ao qual cito que no enunciado a "paciente relata que nunca teve
sífilis, nem realizou nenhum tratamento para tal..." e ainda classifica como "paciente de
baixo risco, após diagnostico confirmativo" levando a crer que se trata de estágio inicial
da doença em latência, de acordo com a literatura e protocolos estágios iniciais
(Primaria, secundaria e latente recente) o tratamento é realizada com Penicilina G
benzatina 1.200.000 UI em cada glúteo em dose única (total 2.400.000 UI), ao qual não
havia resposta correta nesta, sendo a mais correta a letra D. A questão induz o
revalidando ao erro. (21,96%)

Referências utilizadas nos recursos:

https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/700-sifilis-na-gravidez
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_hiv_sifilis_hepatites.pdf

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A dose de Penicilina Benzatina indicada nas alternativas A e D estão


incorretas, assim como a temporalidade de monitoramento e o indicador de cura, apresentados
na alternativa C.

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A dose de tratamento, o monitoramento e o indicador de cura apresentados na alternativa B
estão de acordo com a evidência atual apresentada pelo Ministério da Saúde.
Para além disso, a sífilis latente (assintomática) com duração ignorada, como é o caso da
paciente em tela, deve ser tratada na mesma consulta, com primeira dose de benzilpenicilina
2,4MUI IM e repetir semanalmente por mais 2 semanas, conforme elencado na alternativa B.
Conforme a Lâmina 6 - Tratamento e monitoramento de sífilis. Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis
(IST), pág. 89.
A maior parte dos argumentos se baseia em viés de interpretação, opinião pessoal ou na prática
clínica do candidato, ou foram interpostos sem a apresentação da argumentação ou da
referência que a embasa. Sendo assim, os argumentos não são procedentes.

Referências Bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de


Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis
(IST)/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de
Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde,
2020. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2020/08/pcdt_ist_final_revisado_020420.pdf

Questão 11

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Aceitar a letra B (púrpura trombocitopênica trombótica) também como correta:
(0,083%)
• Anulação por ser uma questão de tema muito específico ou por não conter uma
resposta correta: (0,055%)

Manifestação da Banca

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NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,083% dos participantes, pois as
microangiopatias trombocitopênicas trombóticas (incluindo a púrpura trombocitopênica
trombótica) compreendem um grupo de distúrbios que se caracterizam por trombocitopenia,
anemia hemolítica microangiopática manifestada por eritrócitos fragmentados e evidências
laboratoriais de hemólise e trombose microvascular, de maneira que não foi observado nesta
paciente nenhuma evidência de hemólise nos exames laboratoriais apresentados.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,055% dos participantes, pois o conteúdo
abordado deve ser de conhecimento médico, inclusive de médico generalista, pela gravidade e
necessidade de conduta apropriada. Além disso, existe sim uma resposta correta, a letra D
(púrpura trombocitopênica imunológica grave), conforme gabarito.

Referências Bibliográficas:

KONKLE BA. Distúrbios das plaquetas e da parede vascular. In: Medicina interna de Harrison
[recurso eletrônico] / J. Larry Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia Islabão...[et al.] ;
[revisão técnica: Ana Maria Pandolfo Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2020. e-
PUB. p. 3060-3085.

Questão 12

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (único): solicita anulação considerando que além da ultrassonografia da
bolsa testicular poderá ser realizado antiinflamatório e compressa morna.
• Argumento 2 (único): não relacionado a questão.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O caso em questão não sugere causa inflamatória/infecciosa que


justifique a utilização de compressa morna e anti-inflamatório. A questão é clara quanto à

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ausência de sinais inflamatórios (eritema, febre e dor a palpação), corrimento uretral ou disúria
e enfatiza a presença de aumento testicular de consistência pétrea, indolor que sugere um caso
de neoplasia testicular a ser investigada.
Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Jesus LE de. Escroto agudo. Rev Col Bras Cir [Internet]. 2000Jul;27(Rev. Col. Bras. Cir., 2000
27(4)):271–8.

Questão 13

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: ANULAR QUESTÃO

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por necessitar de conhecimento específico
da área de Neonatologia - 51,4%
• Argumento 2: Anulação da questão por ter outras respostas a serem
consideradas - 48,6%

Manifestação da Banca

ACATAR - visto que conforme o “Guideline da International League Against Epilepsy”, a


segunda linha de medicações deve ser: fenitoína, levetiracetam, midazolam e lidocaína. Pode-
se considerar piridoxina e carbamazepina em situações especiais. Portanto, sugere-se a
anulação da questão.

Referência bibliográfica:
Treatment of Seizures in the Neonate: Guidelines and Consensus-based Recommendations. da
International League Against Epilepsy. 2022.

Questão 14

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SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 5,11% - Solicitam anulação da questão pois argumentam que o gabarito
propõe como resposta correta hidradenite supurativa e para concluir tal diagnóstico
seria necessário alguns dados no enunciado como lesões em axila, região genital,
perineal e perianal, nádegas, dobras infra e intermamárias e história de lesões
supurativas ou dolorosas.
● Argumento 2: 0,43% - Argumentam que a questão os induziu ao erro pelo fato de as
outras alternativas tratarem de ISTs, levando os candidatos a pensarem em
linfogranuloma venéreo que é a alternativa D. Além disso, justificam que a: "História de
lesões recorrentes dolorosas ou supurativas mais de 2 vezes nos últimos 6 meses; pode
ser confundida ao quadro de linfogranuloma venéreo.
● Argumento 3: 0,031% - Os participantes não colocam justificativas passíveis de
interpretação.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A hidradenite supurativa é uma doença inflamatória crônica que envolve
a unidade pilossebácea de indivíduos geneticamente predispostos. Acomete
predominantemente regiões axilares, inguinais e perigenitais, semelhante às lesões descritas
pela paciente do caso em questão. Desse modo, o conhecimento sobre a característica de
recorrência e regiões mais comuns de acometimento da hidradenite supurativa auxiliam o
candidato a escolher a letra C melhor diagnóstico. É esperado do candidato diferenciar uma IST
de uma doença inflamatória crônica dermatológica a fim de evitar tratamentos ineficazes e
iatrogênicos. Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. Magalhães RF, Rivitti-Machado MC, Duarte GV, Souto R, Nunes DH, Chaves M, Hirata SH,
Ramos AMC. Consensus on the treatment of hidradenitis suppurativa – Brazilian Society of
Dermatology. An Bras Dermatol. 2019; 94(2 Suppl 1):S7-19.

Página 19 de 109
2. Marangoni A, Foschi C, Tartari F, et al. Lymphogranuloma venereum genovariants in men
having sex with men in Italy. Sex Transm Infect. 2021; 97(6):441-5.

Questão nº 15

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: solicitar anulação da questão já que o uso de protetores faciais como
alternativa ao uso de máscaras é mencionado em algumas diretrizes e recomendações
do Ministério da Saúde relacionadas à prevenção da COVID-19 em ambientes de saúde.
O Ministério da Saúde recomenda o uso de protetores faciais como opção alternativa
de EPI para profissionais de saúde em algumas situações específicas. Eu posso até
afastar temporariamente, mas permanente o que caracteriza uma aposentadoria
humildemente não é o melhor para o paciente. O uso de corticoide também é
preconizado tornando a alternativa A, também correta. (51,24%)
• Argumento 2: Solicita anulação pois não há resposta compatível com a pergunta, já que
segundo o Saúde do Trabalhador Protocolos de Complexidade Diferenciada-Ministério
da Saúde 2006, nos apresenta que não é requerido afastamento temporário ou
permanente, tendo em vista a dermatose descrita tem tratamento tópico, sem a
necessidade de afastamento do trabalhador. O afastamento permanente do trabalho
jamais deve ser avaliado a partir de uma suspeita de uma moléstia superveniente. Deve-
se, obviamente, investigar a causa e proceder todos os atos ulteriores para a
confirmação diagnóstica, todavia, repita-se: não se pode partir do pressuposto que o
afastamento permanente é cabível com base em uma mera suspeita relacionada ao
trabalho. A suspeita dentro do contexto fático apresentado na questão 15 nada mais é
que um indício inicial para que se inicie uma série de atos posteriores nos quais podem
ou não resultar em uma confirmação diagnóstica, está sim, apta a opinar pelo
afastamento definitivo. Decisões sérias como afastamento permanente do trabalho com
base em suspeitas, tal como sugere a questão ao lê-la atentamente, é conjecturar
ilações desprovidas de qualquer elemento crível capaz de, efetivamente, aferir se uma
pessoa está apta ou não para exercer a atividade laborativa na qual vinha
desempenhando. Nesse sentido, a Lei n. 8213/91, assim dispõe: Art. 21-A. A perícia

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médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a
natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico
epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da
empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em
conformidade com o que dispuser o regulamento. Afere-se que suspeita não é sinonímia
de confirmação por perícia médica, estando aquela, portanto, inapta a afastar
permanentemente o funcionário de suas funções, conforme subscreve a questão.
(48,64%)
• Argumento 3: Solicita anulação sem apresentação de argumentação. (0,11%)

Referências utilizadas nos recursos:

Https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2020/nota-tecnica-sobre-
equipamentos-de-protecao-individual-para-profissionais-de-saude-durante-a-pandemia-de-
covid-19
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/06_0553_M.pdf
FILHO, Salomão Rodrigues e colaboradores. Perícia Médica. Goiânia, 2007 Conselho Regional de
Medicina de Goiás. 480p. ORIENTAÇÃO INTERNA INSS/DIRBEN Nº 73 DE 31.10.2002.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O tratamento varia de acordo com a causa e a gravidade das lesões.
Medicamentos tópicos, como pomadas e cremes contendo corticoides, picrato de butesin,
antimicóticos, prometazina, entre outros, se mal utilizados, podem produzir iatrogenia,
causando sensibilização.
Os testes epicutâneos constituem uma ferramenta somente auxiliar para a investigação de
processos alérgicos, e seus limites e regras para execução devem ser estritamente observados.
Não devem ser utilizados como critério exclusivo para o diagnóstico e podem apresentar
complicações, como iatrogenia ou agravamento do quadro.
As dermatoses ocupacionais são muito frequentes entre os(as) trabalhadores(as), porém é difícil
estimar sua real prevalência devido aos sub-registros.
O quadro clínico só melhorará com o afastamento do fator causal que no caso é a máscara,
sendo assim, o afastamento temporário, ou permanente desse trabalhador deve ser avaliado. E

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afastamento permanente não é sinônimo de aposentadoria, podendo ser uma mudança de local
e função, dentro das atribuições da categoria profissional
A maior parte dos argumentos se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do candidato,
ou foram interpostos sem a apresentação da argumentação ou da referência que a embasa.
Os que foram interpostos com referência de embase para a argumentação, apresentam viés de
interpretação da questão e da própria referência apresentada. Sendo assim, os argumentos não
são procedentes.

Referências Bibliográficas: Comentado [AO1]: Peço que analise as referências


inseridas, pois foram retiradas de um artigo com o texto bem
parecido com o embasamento realizado pela banca.
ADAMS, R.M. (Ed.) – Occupational Skin Disease. 2nd. Ed. Philadelphia, Saunders, 1990. 706 p.
ALI, S.A. - Dermatoses Ocupacionais. São Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p.
ALI, S.A - Dermatoses ocupacionais. In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,
Atheneu, 1995. p.139-72.
BUSCHINELLI, J. T. P. ; ROCHA, L.E. & RIGOTTO, R. M. (Orgs.) – Isto é Trabalho de Gente? Vida,
Doença e Trabalho no Brasil . são Paulo. Vozes, 1993.
FREEDBERG, I. M. et al (Eds) - FITZPATRICK’S Dermatology in General Medicine, 5th ed. New
York, McGraw-Hill, 1999.
ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety. 4th ed. Geneva, International Labour
Office, 1998. 4 v.
LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) - Occupational Health – Recognizing and Preventing Work-
Related Disease. 3rd ed. New York, Little, Brown and Co., 1995. 772 p.
SAMPAIO, S.A.P. & RIVITTI, E.A. – Dermatologia. São Paulo, Artes Médicas, 1998.

_____________________________________________________________________________

Questão 16

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Anular por ter 3 respostas possíveis [letras A (anticorpos anti-beta-2 glicoproteina 1
IgG e IgM), B (anticorpos anticardiolipina IgG e IgM) e C (proteína C e proteína S livre) -
(19,04%)

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• Anular por não ter uma resposta correta definitiva, uma vez que faltam informações
no caso clínico em questão (relato de idade gestacional anterior, por exemplo), além de
não detalhar as circunstâncias do histórico familiar (mãe) de trombose (idade, fator de
risco associado, possível pós-operatório de cirurgia ortopédica), podendo direcionar o
raciocínio para etiologias hereditárias, inclusive paciente jovens (< 45 anos) com
trombose venosa profunda recorrente devem pesquisar todas as cinco trombofilias
hereditárias (proteína S, proteína C, deficiência de antitrombina, mutação do fator V de
Leiden e mutação do gene da protrombina) - (9,93%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 19,04% dos participantes, pois a história
clínica da paciente em questão apresenta fatores de risco para a presença do fator V de Leiden,
quais sejam: cor branca, história familiar de trombose venosa profunda (TVP) e uso de
anticoncepcional oral. Além disso, as demais respostas (anticorpos anti-beta-2 glicoproteina 1
IgG e IgM, anticorpos anticardiolipina IgG e IgM e proteína C e proteína S livre), apresentam
exames cujos resultados são afetados na presença de medicação anticoagulante, a qual está
sendo usada (rivaroxabana) pela paciente em questão. Desta forma, o gabarito oficial apresenta
alternativa adequada para o caso clínico apresentado.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 9,93% dos participantes, pois a história
clínica da paciente em questão apresenta fatores de risco para a presença do fator V de Leiden,
quais sejam: cor branca, história familiar de trombose venosa profunda (TVP) e uso de
anticoncepcional oral. Portanto, o gabarito oficial apresenta alternativa adequada para o caso
clínico apresentado.

Referências Bibliográficas:

GOLDHABER SZ. Trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar. In: Medicina


interna de Harrison [recurso eletrônico] / J. Larry Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia
Islabão...[et al.] ; [revisão técnica: Ana Maria Pandolfo Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre:
AMGH, 2020. e-PUB. p. 6848-6870.
FREEDMAN JE & LOSCALZO J. Tromboses arterial e venosa. In: Medicina interna de Harrison
[recurso eletrônico] / J. Larry Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia Islabão...[et al.] ;

Página 23 de 109
[revisão técnica: Ana Maria Pandolfo Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2020. e-
PUB. p. 3115-3133.

Questão 17

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (0,3%): solicitada anulação da questão justificando que, segundo o ATLS
é necessário a realização de exames de imagem para a retirada do colar cervical.
• Argumento 2 (0,008%): solicitada a troca do gabarito para letra A, com a mesma
justificativa do argumento acima.
• Argumento 3 (0,008%): solicitada troca do gabarito para alternativa B, considerando
que a alternativa D não está de acordo com o ATLS.
• Argumento 4 (único): o candidato faz solicitação pessoal informando que marcou
errado no cartão resposta.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Segundo o ATLS, em sua última edição (2018), o paciente deverá ser
avaliado pela Regra Canadense da Coluna Cervical (Canadian C-Spine Rule) e pelos Critérios
NEXUS (National Emergency X-Radiograpgy Utilization Study). De tal forma, não há indicação da
realização de radiografia, devendo ser realizado o rolamento do paciente em bloco e palpação
da coluna, associados ao exame neurológico, estando autorizada a retirada do colar cervical e
prancha rígida na ausência de achados anormais na avaliação.
Imagens abaixo retiradas do ATLS:

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Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Advanced Trauma Life Support® Student Course Manual. 10th edition. 2018.

Questão 19

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.

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● Argumento 1: 0,077% - Solicitam anulação da questão, já que não foi abordado sobre a
possibilidade de tratamento cirúrgico e sobre o desejo da paciente de ter outros filhos.
Os participantes usam o seguinte argumento: o passo inicial para definição de conduta
frente a uma paciente com mioma é conhecer seu desejo reprodutivo. Paciente tem 45
anos, 2 filhos e marido vasectomizado, dados que apontam para o não interesse
reprodutivo. Não existe relato sobre a orientação a paciente quanto às possibilidades
de condutas cirúrgicas e não cirúrgicas, respeitando assim a autonomia do paciente.
Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Leiomioma de Útero, exposta
na Portaria conjunta N 11, de 31 de outubro de 2017. O tratamento de eleição de mioma
é cirúrgico. A histerectomia é o tratamento definitivo, e a miomectomia - exérese do
mioma que pode ser realizada por várias técnicas - é um procedimento alternativo. A
histerectomia elimina os sintomas e a chance de problemas futuros.
● Argumento 2: 0,046% - Participantes que solicitaram anulação sem justificativas ou
simplesmente colocaram frases soltas sem correlacionar com a questão.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A abordagem terapêutica da leiomiomatose uterina deve ser


individualizada com base em fatores como: tipo e gravidade dos sintomas; tamanho dos
miomas; localização; idade da paciente e planos reprodutivos/história obstétrica. A paciente em
questão possui idade próxima a de iniciar a transição menopausal da mulher brasileira (48 a 51
anos), é oligossintomática durante as menstruações (não apresenta relato de metrorragia ou
anemia associados ao enunciado), além de possuir o desejo de não gestar pelo método
definitivo da vasectomia do parceiro. Em virtude de todas as características, a melhor conduta
para esse caso é seguir o acompanhamento clínico e ultrassonográfico a fim de monitorar
queixas, volume e crescimento de miomas, apresentado pela letra A. Portanto, o gabarito
preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. Cope AG, Young RJ, Stewart EA. Non-extirpative treatments for uterine myomas: measuring
success. J Minim Invasive Gynecol. 2021; 28(3):442-452.e4.
2. Gomez E, Nguyen MT, Fursevich D, et al. MRI-based pictorial review of the FIGO classification
system for uterine fibroids. Abdom Radiol (NY). 2021; 46(5):2146-2155.

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Questão 21

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Anulação da questão ou mudança do gabarito para letra A (pneumonia viral
complicada com atelectasia): (0,013%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,013% dos participantes, pois as


pneumonias virais não costumam apresentar um quadro clínico arrastado, com astenia e febre
diária intermitente, sendo mais típico nas pneumonias bacterianas. Além disso, a alternativa
citada pelo candidato, refere complicação da pneumonia viral com atelectasia, tornando ainda
menos provável ser compatível com o paciente em questão.

Referências Bibliográficas:

MANDELL LA & WUNDERINK R. Pneumonia. In: Medicina interna de Harrison [recurso


eletrônico] / J. Larry Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia Islabão...[et al.] ; [revisão técnica:
Ana Maria Pandolfo Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2020. e-PUB. p. 3360-3395.

Questão 22

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (6,6%): solicitada anulação do item devido incompatibilidade do quadro
descrito com o diagnóstico de calázio, com base dos seguintes argumentos: 1) Não
especificado tempo entre o quadro de hordéolo e a consulta atual, não sendo possível
relacionar os casos; 2) Quando a questão descreve que houve resolução do quadro
anterior, infere-se que não houve lesão residual, não tendo a nova lesão relação com
quadro anterior, não podendo ser considerado calázio. Alguns recursos deram como

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diagnóstico o de hordéolo, ou que caberia espaço para os dois diagnósticos, porém
pediram anulação e não alteração de gabarito.
• Argumento 2 (0,016%): Com argumentação similar, esses recursos propuseram que
sejam consideradas tanto as letras A, quanto a B.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O termo calázio é utilizado quando há um processo inflamatório crônico


estéril da glândula meibomiana, onde inicialmente o paciente pode apresentar dor e hiperemia,
porém, com evolução para uma nodulação indolor e sem sinais inflamatórios, diferentemente
do hordéolo. O hordéolo é uma infecção aguda das glândulas palpebrais caracterizado por dor,
edema, hiperemia e presença de pus. De tal forma, o primeiro quadro apresentado pelo
paciente tratava-se de um hordéolo já que teve resolução total dos sintomas. Em um segundo
momento apresenta novo quadro com nodulação indolor. Considerando os sintomas relatados
como atuais, não tem como se caracterizar um hordéolo, apenas calázio. Portanto, sugere-se
manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Netto, AA. Rolim, APQ. Müller, TPS. Prevalência de doenças palpebrais no serviço emergencial
de oftalmologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Arquivos
Catarinenses de Medicina Vol. 35, nº 4, de 2006.
- https://bvsms.saude.gov.br/tercol-e-calazio/
- Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Série Oftalmologia Brasileira. Doenças Externas Oculares
e da Córnea. 4ª edição.
- American Academy of Ophtalmology. https://www.aao.org/eye-health/diseases/what-are-
chalazia-styes

Questão 23

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.

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• Argumento 1: Anulação da questão 100%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - visto que a dermatite de contato por níquel é observada em áreas
expostas ao níquel, como a região abaixo da cicatriz umbilical, que pode estar em contato com
botões e fechos de calças; no pescoço, em adolescentes que usam colares e atrás das orelhas
para quem usa óculos e em qualquer lugar em que houver brincos ou piercings. Em relação à
Síndrome de Turner são observados: baixa estatura, disgenesia gonadal, estigmas dismórficos,
anormalidades em órgãos, presentes em indivíduos do sexo feminino como no caso da paciente
descrita. Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referência bibliográfica:

Pediatria Básica – Tomo II. Pediatria Clínica Geral. Eduardo Marcondes, Flávio Adolfo Costa Vaz,
José Lauro Araújo Ramos, Yassuhiko Okay. Editora Sarvier. 9ª edição, Reimpressão em 2007.
Oitava Parte – Patologia do Sistema Imunitário. Anete Sevciovic Grumach (Coordenador).
Páginas 833 a 879. Doenças Causadas por fungos, Páginas 288 a 289.
Romano AA, Allanson JE, Dahlgren J, Gelb BD, Hall B, Pierpont ME, Roberts AE, Robinson W,
Takemoto CM, Noonan JA. Noonan syndrome: clinical features, diagnosis, and management
guidelines. Pediatrics. 2010 Oct;126(4):746-59. doi: 10.1542/peds.2009-3207. Epub 2010 Sep
27.
Lyons Jones K, Jones MC, Del Campo M. Smith’s recognizable patterns of human malformation
Seventh edition. Philadelphia. Elsevier Saunders. 2013.

Questão 24

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 3,27% - Solicitam anulação da questão por não haver alternativa correta.
Argumentam que o resultado da colposcopia da paciente apontam para uma ACS-US.
Por isso, segundo o Ministério da Saúde, é mandatório que as pacientes com resultados

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citopatológicos indicando células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-
US) entre 25 e 29 anos de idade DEVEM REPETIR A CITOLOGIA EM 12 MESES (1 ano). E
não 3 anos como a letra do gabarito coloca.
● Argumento 2: 0,56% - Pedem a anulação da questão por conter duas letras corretas:
LETRA C e D, com a seguinte justificativa: É indicado a realização do exame citológico do
colo de útero(rastreamento) para todas as mulheres que já tiveram atividade sexual,
faixa etária para a realização do exame preventivo é de 25 a 64 anos. Segundo o
Ministério da Saúde (MS), o exame deve ser REALIZADO ANUALMENTE e, após DOIS
exames consecutivos negativos, a periodicidade muda para de três em três anos.
Portanto a questão 24 apresenta uma paciente de 29 anos com um exame anterior sem
anormalidades, e que nesse segundo com alterações que permite a identificação de
METAPLASIA DE CÉLULAS ESCAMOSAS (achado muito comum), ou seja, existe uma
alteração das células superficiais indicando um processo inflamatório pequeno. Conclui-
se que a paciente com dois citológicos negativos e apenas uma inflamação que pode ser
tratada com metronidazol (creme vaginal) e deve ser acompanhada no período de três
anos já que o resultado de dois exames consecutivos resultaram em ausência alteração
indicativa para HPV.
● Argumento 3: 0,046% - Solicitam que a LETRA C seja aceita como resposta com a
seguinte justificativa: a conduta mais adequada para esta paciente seria a opção C, que
consiste em repetir a citologia em 6 meses. Isso se deve ao fato de que o exame atual
apresentou alterações inflamatórias moderadas, o que pode ser indicativo de uma
infecção ou inflamação localizada. A metaplasia escamosa é uma alteração benigna que
pode ocorrer no colo do útero e geralmente não é motivo de preocupação. A presença
de bacilos de Doderlein indica que há uma flora vaginal saudável, o que é considerado
um resultado normal. No entanto, as alterações inflamatórias moderadas podem indicar
a presença de uma infecção ou inflamação, o que pode interferir na interpretação do
exame citopatológico. Por esse motivo, é recomendável que a paciente faça um novo
exame em 6 meses para verificar se as alterações persistem ou desaparecem.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A questão descreve uma paciente em idade adequada para se realizar o
rastreamento por meio de exame colpocitológico para prevenir câncer de colo uterino. Espera-
se do candidato compreender os achados descritivos no laudo e correlacionar com o grupo e

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assim, definir o seguimento e a periodicidade de novo rastreio. Desse modo, os achados de sua
citologia atual foram:
1. Metaplasia escamos: achado reparativo incluído dentro das alterações celulares
benignas;
2. Alterações inflamatórias moderadas, que na ausência de corrimento anormal ou
evidência clínica de colpite, como é o caso da paciente da questão 24, apresentam baixa
proporção (6,9%) de NIC II/III e câncer e alta proporção de NIC I (35,9%). Desse modo,
não há necessidade de encaminhamento para exame ginecológico ou tratamento ou
repetição do exame citopatológico;
3. Presença de bacilos de Doderlein, que são considerados achados normais, pois fazem
parte da microbiota normal da vagina. Na ausência de sinais e sintomas, a presença
desses microorganismos não caracteriza infecção que necessite tratamento.
Desse modo, os achados são considerados normais. Por apresentar dois exames consecutivos
normais a paciente deste caso deve seguir a próxima rotina de rastreamento com novo exame
colpocitológico em 3 anos. Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. BRASIL. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero / Instituto


Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância.
Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – 2. ed. rev. atual. – Rio de
Janeiro: INCA, 2016.

Questão nº 25

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: As opções não condizem com a pergunta. (100%)

Manifestação da Banca

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NÃO ACATAR - Conforme a literatura especializada e as estatísticas, aproximadamente
80% dos casos os agressores são membros da família ou conhecidos da vítima.
Conforme a literatura especializada e as estatísticas, aproximadamente 80% dos casos os
agressores são membros da família ou conhecidos da vítima.
O abuso sexual infantil gera repercussões importantes e graves no desenvolvimento do
indivíduo tendo muitas repercussões sobre a saúde mental das pessoas na fase adulta.
Os casos de abuso sexual infantil são situações importantes de acompanhamento das equipes
de saúde, tanto para notificação compulsória, quanto para acompanhamento das vítimas,
considerando repercussões no desenvolvimento neurológico, emocional e social.
O argumento se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do candidato, e foi interposto
sem a apresentação da argumentação ou da referência que a embasa. Sendo assim, o
argumento não foi desenvolvido, não procede e não há apontamentos a refutar.

Referências Bibliográficas:

DUNCAN BB; SCHMIDT MI; GIUGLIANI ERJ; DUNCAN MS; GIUGLIANI C. Medicina Ambulatorial:
Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
GUSSO G; LOPES JMC; DIAS LC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios,
Formação e Prática. 2 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2019.

Questão 26

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Não seria necessário o encaminhamento por se tratar de um caso para ser atendido
na atenção primária, na UBS: (0,027%)
• Que seja aceita a letra D (encaminhar a paciente para o ambulatório de atenção
terciária para avaliação quanto à colocação de sonda nasoentérica), pois o IMC de 14 já
seria indicação para a colocação da sonda nasoenteral: (0,083%)

Manifestação da Banca

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NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,027% dos participantes, pois se trata de
um caso grave, com bradicardia, hipotensão postural importante e desidratação, além da
possibilidade de risco de suicídio, devendo ser imediatamente encaminhada para avaliação em
hospital terciário.
NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,083% dos participantes, pois a colocação
de sonda nasoentérica em pacientes com anorexia nervosa geralmente não é bem aceita por
estes pacientes, desenvolvendo ampla intolerância à nutrição enteral, além de serem expostos
à distensão abdominal, vômitos, distensão gástrica com sensação de empachamento, íleo
adinâmico e, também, pancreatite aguda.

Referências Bibliográficas:

REUS VI. Transtornos psiquiátricos. In: Medicina interna de Harrison [recurso eletrônico] / J.
Larry Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia Islabão...[et al.] ; [revisão técnica: Ana Maria
Pandolfo Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2020. e-PUB. p. 11509-11555.

Questão 27

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (0,008%): solicita anulação argumentando não ser competência do
médico generalista procedimentos de alta complexidade como a cirurgia do caso.
• Argumento 2: o recurso não é compatível com o tema da questão.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Segundo a matriz de conhecimento do INEP para o Revalida é esperado


do candidato o conhecimento sobre as neoplasias benignas e malignas de cabeça e pescoço
conforme consta no trecho a seguir “Art. 7º O Revalida tomará como referencial os conteúdos
que contemplam: (...) Neoplasias benignas e malignas de cabeça e pescoço.” Portanto, sugere-
se manutenção do gabarito.

Página 34 de 109
Referências Bibliográficas:
- Matriz de Referência do Exame Nacional de Revalidação dos Diplomas Médicos (acessado
em:https://download.inep.gov.br/educacao_superior/revalida/portaria/2020/Portaria_540_1
7092020.pdf)

Questão 28

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por necessitar de conhecimento específico da
área de Pediatria- 10%
• Argumento 2: Anulação da questão por considerar o quadro clínico como de outras
doenças respiratórias (asma, bronquiolite viral aguda) - 90%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - visto que quadro clínico apresentado é de crupe viral com gravidade
moderada e o tratamento preconizado é a utilização de dexametasona e nebulização com
epinefrina. Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referência bibliográfica:

Crupe viral e bacteriano. Guia Prático de Conduta. Departamento de Emergências da Sociedade


Brasileira de Pediatria. Número 1. Janeiro, 2017.

Questão 29

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.

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● Argumento 1: 0,062% - Solicitam anulação da questão, pois o tratamento indicado na
alternativa B não corresponde ao tipo de sífilis citado. Segundo Ministério da Saúde o
tratamento para sífilis recente secundária seria 2 doses de penicilina benzatina
2.400.000UI com intervalo de uma semana, totalizando 4.800.000UI, conforme mostra
o Manual de Bolso, Diretrizes para o controle da Sífilis, do Ministério da Saúde página
46, Tabela 2 - Resumo dos esquemas terapêuticos para sífilis na gestação e controle de
cura.
● Argumento 2: 0,015% - Solicita que LETRA C seja aceita. Justifica que questão relata que
a paciente é primigesta, não informando tratamento anterior para sífilis e que dado o
Ministério da Saúde o tratamento para sífilis requer 1 dose de penicilina benzatina
2.400.000 UI (intramuscular) 1 vez por semana, por 3 semanas.
● Argumento 3: 0,015% - Solicita que LETRA A seja aceita. Sem argumentação sobre o
porquê.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - As lesões descritas na questão devem fazer o candidato lembrar das
manifestações clínicas maternas de sífilis secundária (lesões cutâneas papulosas eritêmato-
acastanhadas no abdome e nas regiões palmar e plantar com VDRL positivo). Por ser uma
paciente sintomática é inapropriado utilizar o termo “sífilis latente”, destinado para os casos
justamente quando não se observam sinais e sintomas clínicos, sendo o diagnóstico feito por
meio de exames, diferente da paciente em questão. Por conta disso, a opção de tratamento
para sífilis recente secundária é a administração da Penicilina G benzatina 2.400.000 UI
intramuscular em dose única, sendo como única e apropriada opção a letra B. Portanto, o
gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. Ministério da Saúde (BR), Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia o SUS (CONITEC),


Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília:
Ministério da Saúde, 2015.
2. Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Atenção ao Pré-natal: Rotinas para gestantes
de baixo risco. 1ª ed. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Saúde, 2016.

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3. Duncan BB, Schmidt MI, Giuliani ERJ. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária
baseadas em evidências. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

Questão nº 30

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: De acordo com a pesquisa Renovação de Prescrição Médica na atenção
primária: uma análise crítica publicada na Revista Médica de Minas Gerais e o
documento de Situações Administrativas na APS disponibilizado pelo Ministério da
Saúde, podemos abordar pontos importante, citados em ambos documentos: - Como
descrito na pesquisa, a renovação de receitas médicas na atenção básica deve observar
alguns princípios éticos e da boa prática médica, sob o risco de causar danos superiores
aos benefícios que se costuma buscar com a realização desse ato. As renovações
automáticas ou "urgentes" de prescrições médicas, mais do que reflexos de problemas
de gestão e de sobrecarga na atenção primária, são também frutos de uma cultura
instalada em alguns serviços e alimentadas tanto por profissionais como por usuários.
Renovação de receitas de medicamentos de uso controlado, prescritas pelo médico da
Equipe poderão ser feitas, mas o médico deverá definir o prazo em que deseja reavaliar
o paciente, e seu retorno com o médico deverá estar garantido em agendamento prévio.
Pelos riscos e vulnerabilidades maiores desse grupo de pacientes, essas drogas devem
ser sempre renovadas com a avaliação do médico da equipe, que orientará sobre
encaminhamentos especializados como o CAPS, desmame das drogas, outras
alternativas terapêuticas, entre outras. (50%)
• Argumento 2: Para fazer uma receita, o Médico deve dominar o conhecimento sobre
aquela determinada prescrição, pois ele assume as consequências dessa conduta. Aqui
cabe uma ressalva: Todo médico devidamente registrado no CRM tem autonomia para
o exercício da Medicina com liberdade, direito esse garantido pela Lei nº 3268 de 1957
. Contudo, para se apresentar como psiquiatra ou como Médico de Família e
Comunidade, por exemplo, o médico deve respeitar as determinações das Resoluções
CFM nº 2148/2016, nº 2149/2016 e nº 1974/2011 (16, 17) . Destacamos que deve ter
título de especialista conferido pela Sociedade Brasileira daquela especialidade e pela

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Associação Médica Brasileira, ou pela Comissão Nacional de Residência Médica,
registrado no Conselho. Assim não é todo o Médico que pode renovar, A receita é o
resultado da indicação terapêutica adequada a cada paciente, após avaliação médica
específica dele. Não existe, para o médico, o ato renovação ou transcrição de receitas.
O médico prescritor assume a responsabilidade pela receita por ele emitida. As
estratégias de educação em saúde com grupos de pacientes não substituem a consulta
médica e não devem ser condição para confecção de receita de medicamentos. O
encaminhamento ao especialista focal fica a critério do médico assistente, de acordo
com a necessidade do paciente. (50%)

Referências utilizadas nos recursos:

https://rmmg.org/artigo/detalhes/2360
https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/87400/Situações+Administrativas+na+APS+¿
+Fluxograma.pdf/f019a4fb-8e3f-986c-9f7e-5848290d8810?t=1648648022760
Madruga CMD. Manual de Orientações Básicas para a Prescrição Médica. Joao Pessoa: Idéia;
2009. CREMESP. Código de Ética Médica: Código de Processo.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Os argumentos colocados apontam a execução de uma renovação de


receita médica sem o seguimento/acompanhamento do paciente, o que não é a proposta da
alternativa correta elencada. A alternativa correta elenca que, além da renovação da prescrição,
deve ser realizado o seguimento multiprofissional no núcleo ampliado de saúde da família e
iniciadas medidas de abordagem da síndrome metabólica.
A maior parte dos argumentos se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do candidato,
ou foram interpostos sem a apresentação da argumentação ou da referência que a embasa.
Os que foram interpostos com referência de embase para a argumentação, apresentam viés de
interpretação da questão e da própria referência apresentada. Sendo assim, os argumentos não
são procedentes.

Referências Bibliográficas:

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DUNCAN BB; SCHMIDT MI; GIUGLIANI ERJ; DUNCAN MS; GIUGLIANI C. Medicina Ambulatorial:
Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2022.
GUSSO G; LOPES JMC; DIAS LC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios,
Formação e Prática. 2 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2019.

Questão 31

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Anulação por não ter alternativas corretas nesta questão, baseado em documento
publicado recentemente (ISPD – International Society for Peritoneal Dialysis, 2022), o qual
preconiza terapia antimicrobiana combinada (2 fármacos), por até 5 dias e, somente em caso de
falência terapêutica, estaria indicada a retirada do cateter: 1625 (22,48%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 22,48% dos participantes, pois o mesmo
documento citado pelos candidatos sugere, com o mesmo nível de evidência (2D) do que foi
argumentado pelos mesmos, a retirada do cateter nos casos de peritonite que estão realizando
diálise peritoneal ambulatorial contínua, portanto, o gabarito oficial apresenta alternativa
adequada para o caso clínico apresentado.

Referências Bibliográficas:

LI PK-T, CHOW KM, CHO Y et al. ISPD peritonitis guideline recommendations: 2022 update on
prevention and treatment. Peritoneal Dialysis International. 2022;42(2):110-153.
doi:10.1177/08968608221080586
LIU KD & CHERTOW GM. Diálise no tratamento da insuficiência renal. In: Medicina interna de
Harrison [recurso eletrônico] / J. Larry Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia Islabão...[et
al.] ; [revisão técnica: Ana Maria Pandolfo Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2020.
e-PUB. p. 7580-7595.

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Questão 32

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (0,008%): solicitada alteração do gabarito para letra A considerando que
um pH alcalino corresponde ao empiema e que o DHL alterado corresponde ao
diagnóstico de quilotórax.
• Argumento 2 (0,008%): solicitada anulação da questão com a seguinte argumentação:
Lights cunhou o termo derrame parapneumônico complicado ao estudar uma série de
pacientes portadores de derrame parapneumônico, com aspecto amarelo citrino, sem
a presença de germes, mas que evoluíam, na sua subtotalidade, para as fases mais
avançadas da doença com pus e necessidade de drenagem pleural. A grande
contribuição do trabalho do autor foi estabelecer critérios bioquímicos, que
antecipassem, precocemente, a necessidade de drenagem dos casos de derrame
parapneumônico. pH < 7,00; glicose < 60 mg/dl; desidrogenase láctica (DHL) > 1000 UI/L
são as características bioquímicas que caracterizam os derrames parapneumônicos
complicados. O parâmetro bioquímico mais sensível nesta situação é o pH, o qual
costuma apresentar uma queda mais precoce que a glicose. Níveis de pH entre 7,00 e
7,20, com glicose e DHL normais, são considerados limítrofes para indicação de
drenagem pleural, devendo-se avaliar cada caso individualmente. Na opção por uma
atitude conservadora, é recomendada uma nova punção em 12 a 24 horas. A elevação
do pH será indicativa de que o derrame parapneumônico está em fase de resolução e a
drenagem pleural e na questão tem outros parâmetros que se encaixam dentre as
outras respostas.
• 2 recursos que não são relacionados ao tema do item em questão.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O derrame parapneumônico complicado é caracterizado pela pH ácido


e não alcalino, sendo considerado pH < 7,20. De tal forma, no caso em questão já foi realizada a
drenagem torácica e é solicitado qual alteração que guiou a realização dessa drenagem. No caso
em questão e nas alternativas oferecidas, o item que indica a drenagem torácica é a presença

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de DHL/LDH > 1000 UI/L, bem como um dos critérios de Light para a definição de exsudato é a
DHL/LDH do líquido > 200 U/L.

Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Hashizume, RT. Derrame Pleural na Sala de Urgência. Revista QualidadeH.


- Maranhão, BHF. Junior, CTS. Chibante, AMS. Cardoso, GP. Dosagem de proteínas totais e
desidrogenase lática para o diagnóstico de transudatos e exsudatos pleurais: redefinindo o
critério clássico com uma nova abordagem estatística. J Bras Pneumol. 2010;36(4):468-474.
- Maranhão B, Silva Junior CTS, Cardoso GP. Transudatos e exsudatos pleurais. Pulmão RJ
2005;14(4):315-320.

Questão 33

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

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Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes:
• Argumento 1: Anulação da questão por considerar alternativa D como correta - 100%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - visto que o paciente apresenta diabete tipo I e adoção de condições de
vida saudáveis e suporte familiar são fundamentais para o melhor controle e consequentemente
o prognóstico dessa doença. Como o DM1 se caracteriza por produção insuficiente de insulina,
o tratamento medicamentoso depende da reposição desse hormônio, o que exclui a alternativa
D. Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referência bibliográfica:

BRASIL. Posicionamento Oficial SBD nº 01/2019 - Conduta Terapêutica no Diabetes Tipo 2:


Algoritmo SBD 2019. Brasília: Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019.
Brasil. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. Brasília: Sociedade Brasileira
de Diabetes, 2019.

Questão 34

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 29,54% - Solicita anulação da questão, pois a GESTAÇÃO SERIA DE ALTO
RISCO. Argumentam que: 1) Mutação do gene MTHFR, já foi demonstrado em vários
estudos. Como a enzima que o gene codifica está ligada com desenvolvimento
neurológico, constatamos que os fetos com malformação frequentemente apresentam
essa mutação e a natureza segue seu rumo com um abortamento espontâneo, na
maioria das vezes 2) Paciente já procurou o pré-natal de alto risco por outro motivo:
razão de história de abortamento espontâneo na oitava semana. Com isso, justificam
que não podem anular este último motivo e dar seguimento habitual como diz a
alternativa A do gabarito já que a paciente se caracteriza em um pré-natal de alto risco.

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Sendo assim, defendem que a questão em si, traz divergências no assunto essa conduta
caberia risco para a gestação atual.
● Argumento 2: 2,72% - Solicita anulação da questão, informando que a é uma GESTAÇÃO
DE ALTO RISCO. Porém, diferente da justificativa anterior (que foca mais no
desenvolvimento neurológico), argumenta que a conduta de acompanhar como pré-
natal de risco habitual caberia risco para a gestação atual, pelo fato da paciente ter uma
Doença Autoimune (TROMBOFILIA), sendo o objetivo na consulta atual buscar fatores
de risco, doenças familiares de qualquer origem, uso de anticoncepcionais ou
medicações em uso que causaria trombofilia adquiridas. Usa como documento o
Protocolo de Investigação de trombofilias do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar. A
trombofilia é uma condição que necessita de atenção e de diagnóstico preciso para que
as pacientes recebam um tratamento eficaz, evitando diversas complicações como
ABORTO DE REPETIÇÃO, PERDAS FETAIS E PRÉ-ECLAMPSIA, nesse contexto, solicitam
anulação.
● Argumento 3: 0,015% - Solicita anulação da questão por se tratar de um
questionamento de especialista, não compatível com o proposto pelo edital.
● Argumento 4: 0,015% - Solicita anulação da questão sem argumentação.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A paciente em questão possui história de um abortamento, não


recorrente, em que foi iniciada investigação inapropriada para abortamento habitual
(recorrente) com equívoca pesquisa de mutação no gene da metilenotetrahidrofolato redutase.
O aconselhamento, diante desse resultado, não traz significado clínico relevante e os familiares
não devem ser testados. Em virtude do conhecimento da patologia, a questão foi elaborada no
sentido de averiguar se o candidato está ciente das reais condições de encaminhamento para o
pré-natal de alto risco, tais quais: hipertensão arterial, diabetes, anemia grave, lúpus,
tireoidopatias, abortamento recorrente, risco de prematuridade, doenças psiquiátricas,
neurológicas ou cardíacas ou infecções crônicas, como Hepatite B e C ou HIV, toxoplasmose,
sífilis, alterações ecográficas, isoimunização Rh, gemelaridade, etc.
A paciente nega no enunciado condições que seriam necessárias para se rastrear as
principais trombofilias hereditárias (Fator V de Leiden, protrombina, proteína C, proteína S,
antitrombina) como história pessoal ou familiar de trombose. Ademais, a paciente não possui
critérios para se investigar a Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo.

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Não se pode presumir que o feto possui malformações antes do rastreio realizado pela
ultrassonografia morfológica do primeiro trimestre preconizada entre 11 semanas e 13 semanas
+ 6 dias. Nesse sentido, a paciente deve manter o seguimento em pré-natal de risco habitual,
sendo a letra A a melhor alternativa.
Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. BAUER, K. A et al. Screening for inherited thrombophilia in asymptomatic adults. UpToDate,


2021.
2. BRASIL. Protocolos de encaminhamento para Obstetrícia (Pré-Natal de Alto Risco). UFRGS,
2019.

Questão nº 35

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: QUESTÃO ANULADA

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: A meta pressórica fica em valores de PA sistólica entre 130-139 mmHg e
PA diastólica entre 70-79 mmHg no caso de idosos com fragilidade leve (para idosos
frágeis, somos mais tolerantes com os níveis tensionais, mas esse paciente apresenta
apenas uma fragilidade leve). Repare que a meta pressórica está errada, motivo pelo
qual vamos sugerir a anulação da questão. (99,97%)
• Argumento 2: Solicita anulação da questão, sem argumentação como justificativa.
(0,02%)
• Argumento 3: Solicita anulação da questão, pois argumenta que neste paciente o
tratamento inicial é monoterapia com betabloqueador. (0,01%)

Referências utilizadas nos recursos:

Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, publicada em 2020, em anexo, o quadro 6.2, retirado
da página 558. Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA,
Feitosa ADM, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2020. Arq Bras Cardiol. 202

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Manifestação da Banca

ACATAR - Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, na escolha do(s)


anti-hipertensivo(s) para idosos, devem-se considerar elevada prevalência de comorbidades,
contraindicações específicas, prováveis interações medicamentosas e custo, bem como a
disponibilidade do fármaco e a experiência clínica com ele (GR: I; NE: C).
É prudente iniciar com monoterapia ou combinação em doses baixas e, se necessário, realizar
aumento ou combinação gradual de anti-hipertensivos, com intervalo mínimo de duas semanas
(GR: I; NE: C).
O anti-hipertensivo inicial pode ser um diurético tiazídico (ou similar), um bloqueador dos canais
de cálcio (BCC) ou um bloqueador do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA): inibidor
da enzima conversora da angiotensina (IECA) ou bloqueador do receptor AT1 da angiotensina II
(BRA). As quatro classes têm um grande número de estudos clínicos e são referência em
diretrizes de idosos. As indicações e cuidados no monitoramento são, em geral, semelhantes
aos adultos.
Os betabloqueadores (BB) não devem ser utilizados como monoterapia inicial em idosos, exceto
na presença de algumas comorbidades, em que podem ter, inclusive, indicação obrigatória,
como insuficiência cardíaca (IC) ou insuficiência coronariana aguda (GR; I; NE: A).
Pacientes com asma brônquica ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), mas com
indicação clínica para o uso de BB, devem ser tratados com BB cardiosseletivo de forma
cuidadosa e após compensação respiratória, não devendo ser privados dos benefícios do
medicamento.
Quando usados em combinação com fármacos inibidores da acetilcolinesterase, comumente
utilizados na doença de Alzheimer, podem induzir bradicardia severa.
Outras classes de anti-hipertensivos (medicamentos de ação central, antagonistas da
aldosterona e vasodilatadores diretos), bem como outras modalidades de tratamento invasivo
no sistema simpático, devem ser vistas como exceção e não habituais para o tratamento do
idoso (GR: III; NE: C).
O risco de quedas em idosos pode aumentar nas primeiras semanas de tratamento com o uso
dos diuréticos e, no primeiro dia, com as demais classes. A longo prazo, o uso de anti-
hipertensivos pode até mesmo ter um efeito protetor.
Em relação à meta pressórica, o Quadro 14.1 elenca as recomendações para idosos com
fragilidade leve, a qual deve ser a mesma meta alvo para a população de idosos hígidos.

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Fonte: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial - 2020

Considerando o exposto, a questão não possui alternativa correta plausível.


A maior parte dos argumentos é procedente e se baseia em referência mais atualizada do que a
utilizada pelo autor da questão.

Referências Bibliográficas:

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Disponível em:


http://departamentos.cardiol.br/sbc-dha/profissional/pdf/Diretriz-HAS-2020.pdf Acesso em 24
de mar de 2023.

Questão 36

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Anulação da questão por ter duas respostas possíveis (letra A: fibromialgia; e letra D:
transtorno depressivo maior): (0,041%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 22,48% dos participantes, pois o quadro
clínico apresentado não possui os critérios mínimos necessários para o diagnóstico de
transtorno depressivo maior, ou seja, cinco ou mais dos seguintes sintomas: humor deprimido
e pelo menos; desânimo acentuado ou anedonia; redução ou aumento do apetite, com ganho

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ou perda de peso em 1 mês; alterações do sono (hipersonia ou insônia); pessimismo associado
a sentimentos de culpa e/ou inutilidade; baixa autoestima; agitação psicomotora ou retardo;
ideação suicida e pensamentos constantes sobre a morte; prejuízo da concentração com
dificuldades para pensar; portanto, o gabarito oficial apresenta alternativa única e adequada
(fibromialgia) para o caso clínico apresentado.

Referências Bibliográficas:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos


mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
CROFFORD LJ. Fibromialgia. In: Medicina interna de Harrison [recurso eletrônico] / J. Larry
Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia Islabão...[et al.] ; [revisão técnica: Ana Maria Pandolfo
Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2020. e-PUB. p. 9374-9382.

Questão 37

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (0,085%): solicitada a anulação da questão considerando que a
alternativa C também é correta, com os argumentos: a intubação orotraqueal está
indicada pela inconsciência do paciente (ECG <8); a utilização do ultrassom FAST está
correta, sendo exame feito de rotina na avaliação inicial do trauma torácico com
avaliação da janela pericárdica e como guia da pericardiocentese.
• Argumento 2 (0,025%): solicitada anulação considerando que a conduta seria
ressuscitação volêmica e medidas de suporte como monitorização e controle do
sangramento. Bem como houve um recurso que apenas descreve “anulação”.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O caso em questão se trata- de um paciente com quadro clínico de


tamponamento cardíaco. Como determina o ATLS, a sequência de atendimento, independente
da situação, deverá ser o ABCDE, de tal forma, como paciente está ventilando espontaneamente

Página 47 de 109
e considerando a presença do murmúrio vesicular, apesar da inconsciência, o A (vias aéreas)
está preservado, não tendo indicação, neste momento de via aérea definitiva. A justificativa de
intubação orotraqueal devido ECG < 8 não se aplica, visto que esta indicação ocorreria apenas
no D, avaliação neurológica, sendo o C, sistema cardiovascular avaliado antes. O uso de exames
de imagem, como a ultrassonografia, ocorre no exame secundário, não cabendo neste
momento. O uso do FAST/eFAST como adjunto na avaliação primária está bem estabelecido pelo
ATLS, contudo, a questão traz a ultrassonografia convencional, não o protocolo FAST.
Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Advanced Trauma Life Support® Student Course Manual. 10th edition. 2018.

Questão 38

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: ANULAR QUESTÃO

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por considerar tempo de tratamento incorreto –
100 %

Manifestação da Banca

ACATAR - visto que segundo o Guia para profissionais de Saúde – Atenção à saúde do
recém-nascido, quando indicado o tratamento de citomegalivirose congênita, utiliza-se
Ganciclovir, na dose de 8 a 12 mg/Kg/ dia, de 12/12 horas, rediluído em soro fisiológico 0,9% ou
soro glicosado a 5%, não ultrapassando 10mg/mL, em infusão endovenosa lenta por 1 hora,
durante 14 a 21 dias e não seis meses, seguido de valganciclovir (oral) 16 mg/kg/dose duas vezes
ao dia completando 6 meses de tratamento. Portanto, sugere-se a anulação da questão.

Referência bibliográfica:

Página 48 de 109
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de
saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. – 2. ed. atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
Tratado de pediatria / organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP] :
Manole, 2022.

Questão 39

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 0,49% - Solicitam anulação da questão. Argumentam que a questão
aborda uma paciente que possui histórico de pré-eclâmpsia e atualmente na 16ª
semana de gestação, o objetivo da questão é testar conhecimento do candidato para o
tratamento
● Argumento 2: 0,046% - Solicitam que a letra B seja aceita como resposta. Argumentam
que a paciente apresenta já um quadro de hipertensão arterial sistêmica que deveria
ser tratado de forma medicamentosa. Sendo a metildopa como medicamento de
escolha para tratamento de primeira linha.
● Argumento 3: 0,015% - Solicita anulação da questão justificando que a administração de
AAS é somente administrado antes das 16 semanas de gestação, com preferência pelas
12 primeiras. Não cita referência.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A paciente da questão é uma gestante com alto risco para novo episódio
de pré-eclâmpsia (história de pré-eclâmpsia em gestação anterior), sendo mandatório iniciar
ácido acetilsalicílico na dose de 50-100mg/dia após o 1º trimestre. Ademais, se pressão arterial
< 140 x 90 mmHg e proteinúria de fita negativa, deve-se manter seguimento ambulatorial com
vigilância pressórica, medidas tomadas habitualmente em contexto de pré-natal de alto risco.
Sendo a letra C a única alternativa adequada.
Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Página 49 de 109
Referências bibliográficas:

1. Laura A, et al. Preeclampsia. N Engl J Med 2022; 386:1817-1832.


2. American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). Gestational Hypertension and
Preeclampsia: ACOG Practice Bulletin Summary, Number 222. Obstet Gynecol. 2020;
135(6):1492-1495.
3. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Comissão
nacional de pré-eclâmpsia. Pré-eclâmpsia nos seus diversos aspectos. São Paulo: FEBRASGO,
2017.

Questão nº 40

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: O enunciado solicita interpretação e conduta, mas o enunciado não
menciona sobre a caderneta de vacinação da paciente, então não temos conhecimento
do esquema de vacinas de hepatites B e se foi completado. A serologia Anti-HBS
somente nos informa sobre vacinação, mas de acordo com os protocolos do ministério
da saúde, confirmamos a efetividade da vacina se o dosagem for acima de 10 mUI/Ml
que confere proteção por pelo menos 10 anos. Mas no enunciado não temos essa
informação para poder afirmar que a paciente apresenta o esquema completo de
vacinas contra Hepatite B. O gabarito indicado pela banca indica imunidade da paciente,
mas pelos motivos comentados não poderíamos afirmar essa situação, por tanto a
paciente também poderia ser suscetível ao vírus se seu esquema de vacinas não estiver
completo sendo indicado iniciar ou completar o esquema. Resposta que não está nas
opções da questão. Dessa forma, venho muito respeitosamente solicitar a anulação
dessa questão ou bem considerar incluir a opção C como correta. (100%)

Referências utilizadas nos recursos:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0044_M2.pdf

Página 50 de 109
Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Se o Anti-HBS está reagente, é porque a paciente é soroconvertida e


apresenta o exame dentro do parâmetro de estar superior a 10mUI/ml.
Imunidade adquirida por vacina = AgHBs não reagente, Anti-HBc total não reagente e Anti-HBs
reagente. Continuar o acompanhamento pré-natal na USF, sendo que a identificação de risco
que foi iniciada na primeira consulta de pré-natal, deverá ser dinâmica e contínua, sendo revista
a cada consulta. As gestantes em situações de alto risco exigirão, além do suporte no seu
território, cuidados de equipe de saúde especializada e multiprofissional, eventualmente até em
serviço de referência secundário ou terciário com instalações neonatais que ofereçam cuidados
específicos.
O argumento apresenta viés de interpretação da questão e da própria referência apresentada.
Sendo assim, o argumento não procede.

Referências Bibliográficas:

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e


Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções.
Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2017. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-
br/pub/2016/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-hepatite-b-e-coinfeccoes.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e


Hepatites Virais. Manual técnico para o diagnóstico das hepatites virais. Departamento de
Doenças de Condições Crônicas E Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília, DF:
Ministério da Saúde; 2018. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/manual-
tecnico-para-o-diagnostico-das-hepatites-virais.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia.


TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS). Telecondutas Hepatite B. Porto Alegre: TelessaúdeRS-
UFRGS, 2017 [ atualizado em 26 Fev 2020, citado em 16 Jun 2020]. Disponível em:
https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/telecondutas/Telecondutas_Hepatite_B_201
90213_ver003.pdf.

Ferraz ML, Strauss E, Perez RM, Schiavon LL, Ono SK, Pessoa MG, et al. Brazilian Society of
Hepatology and Brazilian Society of Infectious Diseases Guidelines for the Diagnosis and
Treatment of Hepatitis B. Braz J Infect Dis 2020;24:434-51. Doi 10.1016/j.bjid.2020.07.012.

Lok ASF. Hepatitis B virus: Screening and diagnosis [Internet]. Waltham (MA): UpToDate;
[atualizado em 2 Jul 2019, citado em 26 Maio 2021] Disponível em:
https://www.uptodate.com/contents/hepatitis-b-virus-screening-and-diagnosis.

Página 51 de 109
Bennett MD J, Dolin R, Blaser MJ. Mandell, Douglas, and Bennett’s Principles and Practice of
Infectious Diseases: 2-Volume Set. Elsevier Health Sciences; 2014.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância


Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. Brasília, DF: Ministério da
Saúde; 2010. Disponível:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de


Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis
Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2020. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-
br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-
infeccoes.

Questão 41

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Em qualquer coleta de líquido cefalorraquidiano o paciente deve ser submetido a
tomografia como forma de evitar herniação ou descartar aumento da PIC: (0,013%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,013% dos participantes, pois as


contraindicações para a punção liquórica são: absolutas (recusa do paciente ou do seu
responsável legal, herniação do SNC, lesão neurológica com efeito de massa e infecção de pele
no local da punção ou no trajeto); e relativas (sinais clínicos de hipertensão intracraniana não
pesquisada ou não tratada, suspeita de efeito de massa intracraniana, alterações da coagulação
sanguínea, comprometimento cardiorrespiratório grave que impeça a mobilização adequada,
cirurgia lombar prévia e obesidade mórbida); portanto, o gabarito oficial apresenta alternativa
única e adequada para o caso clínico apresentado.

Referências bibliográficas:

Página 52 de 109
ROOS KL & TYLER KL. Meningite aguda. In: Medicina interna de Harrison [recurso eletrônico] / J.
Larry Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia Islabão...[et al.] ; [revisão técnica: Ana Maria
Pandolfo Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2020. e-PUB. p. 3671-3703.

Questão 42

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: ANULAR QUESTÃO

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (10,13%): solicitada a anulação visto que na página 235 do ATLS 10ª
edição existe dados limitados que apoiem a cesariana peri mortem considerando que,
em pacientes grávidas vítimas de trauma que apresentem parada cardíaca por
hipovolemia, o feto já sofreu um período prolongado de hipóxia.
• Argumento 2 (0,008%): solicitado mudança do gabarito para alternativa C visto ser
necessária a avaliação da vitalidade fetal com ultrassom.
• Argumento 3 (0,032%): solicitado anulação considerando que a questão é mal
elaborada e faltam informações.
• Argumento 4 (0,008%): solicitado troca de gabarito para letra A considerando que,
como a mão teve morte encefálica, não há chance de manter o feto vivo.

Manifestação da Banca

ACATAR - Segundo o ATLS 10ª edição “Existem dados limitados para apoiar a cesariana
perimortem em pacientes grávidas com trauma que sofrem parada cardíaca hipovolêmica.
Lembre-se, o sofrimento fetal pode estar presente quando a mãe não apresenta anormalidades
hemodinâmicas e a instabilidade materna progressiva compromete a sobrevivência fetal. No
momento da parada cardíaca hipovolêmica materna, o feto já sofreu hipóxia prolongada. Para
outras causas de parada cardíaca materna, cesariana perimortem ocasionalmente pode ser
bem-sucedida se realizada dentro de 4 a 5 minutos após a parada”. De tal forma, não há suporte
para a cesariana perimortem no trauma, devendo esta ser uma avaliação da equipe assistente
e das condições disponíveis para realização do procedimento.
A Federaçao Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia- FEBRASGO orienta que, se em 4 minutos a
mulher grávida (com altura do fundo uterino acima do umbigo) não conseguiu retorno ao ritmo

Página 53 de 109
sinusal com as medidas de reanimação habituais, é aconselhável iniciar o preparo para a
histerotomia de emergência ou cesárea perimortem (CPM), enquanto a reanimação continua.
A CPM deve ser realizada até o 5º minuto de RCP. Não transportar para outros locais ou esperar
por equipamentos cirúrgicos para iniciar o procedimento; apenas um bisturi é necessário. Não
gastar tempo em procedimentos antissépticos. Desvio manual do útero para a esquerda
contínuo deve ser realizado ao longo da CPM. Não interromper a RCP em nenhum momento.
Durante toda a reanimação, avaliação fetal não deve ser realizada, pois a vitalidade fetal não
modificará a conduta e essa avaliação pode prejudicar e retardar as manobras de reanimação. O
enunciado da questão não deixa claro há quanto tempo está sendo feita a RCP quando a
paciente dá entrada no hospital, não sendo possível então ter a resposta correta, se o item A ou
C. Portanto sugere-se a anulação.

Referências Bibliográficas:

Advanced Trauma Life Support® Student Course Manual. 10th edition. 2018
-Https://www.uptodate.com/contents/disaster-settings-care-of-pregnant-
patients/contributors

Questão 43

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por necessitar de conhecimento específico - 100%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - visto que pela gasometria descrita, trata-se de uma acidose mista,
respiratória e metabólica, evidenciada pelo aumento de PCO2 acima de 45 mmHg e metabólica,
pelo excesso de BE. O assunto é prevalente na prática médica, independente da especialidade.
Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referência bibliográfica:

Página 54 de 109
Gomes, E. B., & Pereira, H. C. P. (2021). Interpretação de gasometria arterial. VITTALLE - Revista
De Ciências Da Saúde, 33(1), 203–218.
Tratado de pediatria / organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP] :
Manole, 2022. (seção 31)

Questão nº 45

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: ANULAÇÃO da questão 45 por existir duas alternativas corretas (B e C), a
letra B relata uma verdade, são previstas políticas públicas específicas relativas à saúde
mental, álcool e outras drogas, para a população LGBTQIA+ na rede de atenção
psicossocial, mas a alternativa C também apresenta uma afirmação correta, as mulheres
lésbicas e bissexuais não apresentam dificuldade na realização do Papanicolau, é
realizado em todas as mulheres sexualmente ativas a partir dos 25 anos, independente
da sua orientação sexual, enquanto os outros grupos mencionados (gays, travestis e
transexuais) não possuem indicação para realização de tal exame por não possuírem
útero, esse exame é indicado para rastreamento de câncer de colo do útero. (100%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O argumentos se baseia em opinião pessoal, tem viés de interpretação


e foi interposto sem a apresentação da referência que o embasa. Sendo assim, os argumentos
não procedem.

Referências Bibliográficas:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à


Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de

Página 55 de 109
Apoio à Gestão Participativa. Brasília : 1. ed., 1. reimp. Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf

Questão 46

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• A resposta correta seria a letra A (iniciar terapia de substituição renal com
hemodiálise), pela disfunção renal grave do paciente: (0,013%)
• A resposta correta seria a letra C (proceder a hemotransfusão com 2 concentrados de
hemácias): (0,027%)
• Anulação da questão porque os primeiros cuidados essenciais para salvar a vida do
paciente já foram tomados: (0,013%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,013% dos participantes, pois o


tratamento para o choque séptico, claramente apresentado pelo paciente, está baseado em dois
“pacotes” de cuidados: um pacote de cuidados iniciais para serem completados dentro de 3
horas da apresentação e um pacote de manejo para ser completado dentro de 6 horas. O pacote
de manejo inicial inclui (1) administração precoce de antibióticos de amplo espectro adequados,
(2) coleta de sangue para cultura antes da administração de antibióticos e (3) medida dos níveis
séricos de lactato. O pacote de manejo inclui (1) um bolus de fluido intravenoso, (2) tratamento
com vasopressores para hipotensão persistente ou choque e (3) repetição das medidas de
lactato sérico. Sendo assim, o gabarito oficial apresenta alternativa única e adequada para o
caso clínico apresentado.
NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,027% dos participantes, pois a transfusão
de hemácias é recomendada apenas quando a concentração de hemoglobina diminui para < 7,0
g/dL, na ausência de infarto agudo do miocárdio, hipoxemia grave ou hemorragia aguda. Sendo
assim, o gabarito oficial apresenta alternativa única e adequada para o caso clínico apresentado.
NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,013% dos participantes, pois dizer que
foi iniciado o tratamento indicado para o quadro clínico que apresenta não especifica

Página 56 de 109
justamente o que a questão pergunta e deve ser assinalado pelo candidato, que é a
administração de cristaloides intravenosos para resgate volêmico. Sendo assim, o gabarito
oficial apresenta alternativa única e adequada para o caso clínico apresentado.

Referências bibliográficas:

SEYMOUR CW & ANGUS DC. Sepse e choque séptico. In: Medicina interna de Harrison [recurso
eletrônico] / J. Larry Jameson... [et al.]; tradução: André Garcia Islabão...[et al.] ; [revisão técnica:
Ana Maria Pandolfo Feoli... [et al]. – 20. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2020. e-PUB. p. 7335-7356.

Questão 47

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (14,39%): solicitada anulação da questão considerando os seguintes
argumentos: que a paciente está evoluindo com hipotensão arterial e que a conduta
imediata seria a abordagem cirúrgica; que a transferência para outro centro não é
razoável devido a paciente precisar de intervenção imediata; pacientes com
instabilidade hemodinâmica não podem realizar ressonância magnética. Alguns
recursos solicitaram anulação considerando que a paciente apresenta Pêntade de
Reynolds, estando a alternativa C correta e a conduta seria antibioticoterapia. Como a
conduta correta e completa não é contemplada em nenhuma das alternativas, solicitam
anulação.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A questão traz o quadro de uma paciente obesa submetida a


colecistectomia descrita como difícil devido à obesidade e às aderências inflamatórias, fatores
que contribuem para o aumento do risco de lesão iatrogênica da via biliar. A evolução descrita
de icterícia, febre e aumento das enzimas canaliculares sugerem possível lesão da via biliar
extra-hepática com obstrução da drenagem biliar. Além disso o quadro descrito é compatível
com colangite aguda, secundária à provável lesão de via biliar durante a colecistectomia.

Página 57 de 109
Considerando o quadro clínico como um todo a conduta correta seria o início de medidas clínicas
para quadro de sepse, com hidratação, antibioticoterapia e transferência para leito de Terapia
Intensiva. Em relação ao diagnóstico e tratamento da lesão de via biliar a literatura atual
recomenda transferência para serviço especializado que possa diagnosticar (a
colangiorressonância magnética é o exame padrão-ouro para tal) e tratar cirurgicamente o mais
breve possível a lesão, com vistas a evitar maiores danos aos pacientes. Além disso, a
possibilidade de lesão de via biliar deve ser compartilhada com a paciente e familiares. A
questão cita a colangiorressonância como um método possível de estudo da via biliar, não que
necessariamente a paciente será submetida a este procedimento no momento da instabilidade
hemodinâmica. A única alternativa que contem todas as afirmações corretas é a letra D.
Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Yokoe, Masamichi et al. “Tokyo Guidelines 2018: diagnostic criteria and severity grading of
acute cholecystitis (with videos).” Journal of hepato-biliary-pancreatic sciences vol. 25,1 (2018):
41-54. doi:10.1002/jhbp.515
- Milcent M, Santos EG, Bravo Neto GP. Lesão iatrogênica da via biliar principal em
colecistectomia videolaparoscópica. Rev Col Bras Cir [Internet]. 2005 Nov;32(Rev. Col. Bras. Cir.,
2005 32(6)):332–6.
- Salim MT, Cutait R. Complicações da cirurgia videolaparoscópica no tratamento de doenças da
vesícula e vias biliares. ABCD, arq bras cir dig [Internet]. 2008 Oct;21(ABCD, arq. bras. cir. dig.,
2008 21(4)):153–7.
- Sabiston Textbook. 20Th edition. Chapter 54.
- Schanaider, A. et al. Clínica Cirúrgica.Teoria e Prática. 1a ed. Atheneu. 2018.

Questão 48

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: ANULAR QUESTÃO

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por não conter alternativa correta ou conter mais
de uma alternativa correta.

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Manifestação da Banca

ACATAR - visto que a alimentação está deficiente em fontes de proteínas animais como
leite, ovos, peixes e carne, que são importantes fontes dos aminoácidos essenciais, além de
deficiência de cobalamina (Vitamina B12), comum em lactentes que não tem acesso às fontes
alimentares de origem animal. Portanto, sugere-se a anulação da questão.

Referência bibliográfica:

Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia e Pediatria Ambulatorial. Guia


prático de alimentação da criança de 0 a 5 anos. São Paulo: SBP, 2021. 74 f.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de
Promoção da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos / Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2019.

Questão 49

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: ITEM ANULADO

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 17,72% - Solicitam anulação da questão usando como referência o
MANUAL DE GESTAÇÃO DE ALTO RISCO, do Ministério da Saúde, de 2022. Nele, há a
explicação de que no exame físico, a mensuração cuidadosa e seriada da altura uterina,
a palpação uterina e o inadequado ganho ponderal materno poderão contribuir para o
rastreamento da RCF. Na suspeita de RCF, a ultrassonografia deve ser usada para
confirmar ou excluir o diagnóstico. Dessa forma, essa mensuração rastreada da altura
uterina serve para rastreamento e não diagnóstico de crescimento intra-uterino
restrito, que é feito pelo ultrassom.
● Argumento 2: 13,84% - Solicitam anulação da questão usando como referência principal
o Tratado de Obstetrícia da Febrasgo, capítulo 32, sobre: Restrição do Crescimento
Fetal, que expõe que: "Algumas situações podem comprometer a acurácia da medida

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de altura uterina como a obesidade materna, o polidrâmnio, a situação transversa e a
gestação múltipla. Quando a medida obtida da altura uterina se encontra acima do
percentil 10, a chance de crescimento normal é superior a 90%. Por outro lado, quando
a medida obtida for inferior ao percentil 10, a probabilidade de feto restrito é de cerca
de 60%." - Tópico "Diagnóstico clínico". "Quando existe suspeita de RCF por meio de
fatores de risco ou exame clínico, a ultrassonografia deve ser o método escolhido para
ratificar ou excluir esse diagnóstico". - Tópico "Diagnóstico ultrassonográfico". Deste
modo, percebe-se que a medida da altura uterina possui grande sensibilidade, porém a
especificidade para detecção crescimento restrito não é alta, motivo pelo qual é
utilizada como rastreio pré-natal de desordens de crescimento. Na suspeita clínica de
CIUR, o método de escolha para detecção é a ultrassonografia.
● Argumento 3: 0,015% - Solicita anulação da questão. Argumenta que o método clínico
mais importante para se avaliar o crescimento fetal durante o pré-natal é a medida da
altura uterina. Para avaliar a acurácia da curva de altura uterina, como padrão para o
diagnóstico de RCF ao longo da gestação, os resultados mostraram maior sensibilidade
e especificidade entre as semanas 28-31 de gestação, conforme indicado no artigo da
revista brasileira de ginecologia e obstetrícia -Predição da restrição do crescimento fetal
pela medida da altura uterina-, não entre 24 e 38 semanas de gestação.

Manifestação da Banca

ACATAR - A definição de crescimento fetal restrito é quando acontece no 2º trimestre


da gestação e, portanto, inferior a 28 semanas. Associado a isso, a medida de fundo uterino é
importante método que auxilia na SUSPEIÇÃO pela facilidade de execução quando se identifica
uma medida inferior ao percentil 10 na curva do crescimento do fundo uterino, sendo um
importante marcador para se prosseguir a investigação com ultrassonografia obstétrica, com
baixa especificidade podendo ser influenciado por múltiplos fatores como obesidade,
polidramnia, situação transversa. No estágio I, o acompanhamento com ultrassonografia deve
ser semanal e parto com idade gestacional maior ou igual a 37 semanas. No estágio II, ocorre
diástole zero ao doppler das artérias uterinas, o que requer acompanhamento a cada 48-72h
com programação de interrupção máxima por cesariana entre 33 e 34 semanas. Desse modo,
conclui-se que a questão não apresentou alternativas plenamente apropriadas a fim de que o
candidato pudesse interpretar e aplicar plenamente seus conhecimentos à questão. Em virtude

Página 60 de 109
disso, o item será anulado. Portanto, o gabarito preliminar será alterado e o item será
ANULADO.

Referências bibliográficas:

1. American College of Obstetricians and Gynecologists’ Committee on Obstetric Practice,


Society for Maternal-Fetal Medicine. Medically Indicated Late-Preterm and Early-Term
Deliveries: ACOG Committee Opinion, Number 831. Obstet Gynecol. 2021; 138(1):e35-e39.
2. Al-Hafez L, Bicocca MJ, Chauhan SP, et al. Prostaglandins for induction in pregnancies with
fetal growth restriction. Am J Obstet Gynecol MFM. 2022; 4(2):100538.
3. Gynecologists Committee on Practice Bulletins—Obstetrics, Society for Maternal-Fetal
Medicine Publications Committee. Fetal Growth Restriction: ACOG Practice Bulletin, Number
227. Obstet Gynecol. 2021; 137(2):e16-e28.
4. Bhide A, Acharya G, Baschat A, et al. ISUOG Practice Guidelines (updated): use of Doppler
velocimetry in obstetrics. Ultrasound Obstet Gynecol. 2021; 58(2):331-339.
5. Vollgraff Heidweiller-Schreurs CA, van Osch IR, Heymans MW, et al. Cerebroplacental ratio in
predicting adverse perinatal outcome: a meta-analysis of individual participant data. BJOG.
2021; 128(2):226-235.

Questão nº 50

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Refere-se à implementação de saúde dos povos indígenas, e, de maneira
bastante objetiva. No gabarito preliminar selecionam a RESPOSTA D como correta,
porém, acredito que, nesse caso poderia também ser a questão C que melhor se
enquadra a resposta, pois mesclam princípios e diretrizes. Como há duas alternativas
que podem ser corretas ( C e D). Peço ANULAÇÃO da questão e explico com fontes: "1-
Competência da Funai para implementação da saúde: " A Lei n. 5.371/67, que instituiu
a Fundação Nacional do Índio assim menciona, na parte que interessa: Art. 1º. Fica o
Governo Federal autorizado a instituir uma fundação, com patrimônio próprio e
personalidade jurídica de direito privado, nos termos da lei civil, denominada "Fundação

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Nacional do Índio", com as seguintes finalidades: {...} IV - promover a prestação da
assistência médico-sanitária aos índios; {...} Diante do que determina a própria Lei,
afere-se que a FUNAI foi fundada pelo Governo Federal e obedece diversificadas normas
de Direito Público, e, tem entre suas funções, prestar toda assistência médico-sanitária
aos povos indígenas, atuando de forma direta e paralelamente aos demais órgãos que
tem possibilidade para tanto. Ou seja: Os subsistemas de atenção à saúde indígena não
estão veiculados tão somente as ordens emanadas do Ministério da Saúde, já que a Lei
acima citada também consentiu a FUNAI competência para promoção, proteção e
recuperação da saúde e dos demais direitos silvícolas, exatamente como se afere do
inciso IV, art. 1.-1.2 Redação da alternativa D. Ainda, cabe mencionar que a alternativa
D, considerada como correta por esta Egrégia Comissão, menciona assim, na parte final:
D" aplicação dos princípios e diretrizes de A questão em voga se reporta a
implementação ... (97,8%)

• Argumento 2: Solicitam a anulação da questão por falta de alternativa correta. Usam


argumentos parecidos com a justificativa esplanada acima: argumentam que a LETRA D,
no modo em que foi escrita, pode induzir o candidato ao erro ao explanar de forma
imprecisa e/ou desordenada o que são diretrizes e princípios do SUS. (1,6%)
• Argumento 3: Solicita a anulação da questão. Sem propor uma argumentação. (0,14%)

Referências utilizadas nos recursos:

Lei n. 5.371/67

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde


Indígena (Sesai/Ministério da Saúde) trabalham de forma articulada para a promoção da saúde
indígena em todo o país. A Funai tem o papel de monitorar as ações e serviços de atenção à
saúde indígena, enquanto a oferta e execução dos trabalhos são de responsabilidade do
Ministério da Saúde, por meio da Sesai.
Por força do Decreto nº 9.795, de 17 de maio de 2019, fica a cargo da Sesai a coordenação e
execução da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de

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gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no Sistema Único de Saúde (SUS),
com participação dos estados e municípios.
O monitoramento da Funai se dá via Coordenação de Acompanhamento de Saúde Indígena
(Coasi), com o apoio das 39 unidades descentralizadas do órgão espalhadas pelo país, e contribui
para o fortalecimento do Subsistema, bem como para a garantia do direito à atenção
diferenciada e valorização das medicinas tradicionais indígenas.
A maior parte dos argumentos se baseia em opinião pessoal ou foram interpostos sem a
apresentação da argumentação ou da referência que a embasa.
Os que foram interpostos com referência de embase para a argumentação, apresentam
embasamento enviesado para a sustentação da argumentação. Sendo assim, os argumentos não
são procedentes.

Referências Bibliográficas:

Funai e Sesai são parceiras na promoção da saúde indígena no país. Ministério dos Povos
Indígenas. Disponível em: https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2021/funai-e-
sesai-sao-parcerias-na-promocao-da-saude-indigena-no-pais Acesso em: 25 mar de 2023

Questão 52

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (0,008%): solicitado anulação visto ser conduta específica da cirurgia,
fugindo da competência do médico generalista.
• Argumento 2: assunto não relacionado a questão.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Segundo a matriz de conhecimento do INEP para o revalida “Art. 5º O


Revalida tomará como referência de atendimentos os seguintes contextos de atuação:
I - Atenção Primária;
II - Atenção Secundária: Ambulatorial e Hospitalar;

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III - Atenção Terciária: Ambulatorial e Hospitalar;
IV - Urgência e Emergência;
V - Comunidade
(...) Urgências cirúrgicas: gerais, traumatológica, queimadura, cardiovascular, torácica,
abdominal, urológica, proctológica, oftalmológica, otorrinolaringológica.” Portanto, sugere-se
manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Matriz de Referência do Exame Nacional de Revalidação dos Diplomas Médicos (acessado em:
https://download.inep.gov.br/educacao_superior/revalida/portaria/2020/Portaria_540_17092
020.pdf

Questão 53

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por necessitar de conhecimento específico da área
de Neonatologia - 40 %
• Argumento 2: Anulação da questão sem argumentação – 40 %
• Argumento 3: Anulação da questão por considerar correta a assertiva B - 20%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - visto que após 30 segundos de se aplicar os passos iniciais, que são:
colocar o RN em berço de calor radiante; posicionar a cabeça do RN em leve extensão; aspirar
as vias aéreas, se houver secreções; secar e desprezar os campos úmidos; reposicionar o RN
novamente; contar a frequência cardíaca com estetoscópio no precórdio, durante 6 segundos e
multiplicar por 10, isso durante 30 segundos. Caso a frequência cardíaca seja inferior a 100
batimentos por minuto ou o RN mantiver hipotônico, deverá ser iniciada imediatamente a
ventilação por pressão positiva com balão auto inflável e máscara em ar ambiente.

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Além da sua sustentação com a referência citada, vai ao encontro do fluxograma da reanimação
neonatal do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Referência bibliográfica:

Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN- SBP; Conselho
Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥ 34 semanas em
sala de parto: Diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade
Brasileira de Pediatria; 2022.
Maria Fernanda Branco de Almeida, Ruth Guinsburg, Márcia Gomes Penido Machado Leni
Marcia Anchieta, Assistência ao nascimento na sala de parto. In: Tratado de pediatria /
organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP]: Manole, 2022. ISBN
9786555767476.

Questão nº 55

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: o IVFC-20 é um questionário que se mostrou positivamente
correlacionado com a avaliação geriátrica ampla. Ele mostrou-se viável como
instrumento de rastreio na atenção básica que identifica o idoso com fragilidade (idoso
em risco de fragilização ou idoso frágil). Entretanto, esse instrumento pode ser utilizado
como triagem inicial na atenção básica e é fundamental ressaltar que o IVCF-20 não
substitui a avaliação realizada por equipe geriátrica-gerontológica especializada. O idoso
frágil necessita de abordagem especializada, em uma unidade de referência para o
idoso, e a avaliação multidimensional completa é imprescindível para um correto
projeto terapêutico interdisciplinar. Portanto, independente o resultado do IVFC20, os
idosos devem ser avaliados por geriatras, uma vez que a mesma não substitui a equipe
geriátrica-gerontológica como citada acima. E por este motivo, solicito anulação da
questão, pois a letra B também estaria correta. (66,66%)

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• Argumento 2: Solicito anulação da questão devido ao seu conteúdo altamente
específico. O conhecimento necessário para sua resposta não é de competência do
médico generalista, e sim do médico geriatra. (33,33%)

Referências utilizadas nos recursos:

https://saude.sulamericaseguros.com.br/data/files/F0/D4/F9/E7/2634C6103B4950C60808080
8/Artigo_Indice_Vulnerabilidade.pdf
https://www.ivcf20.org/
https://rsp.fsp.usp.br/artigo/indice-de-vulnerabilidade-clinico-funcional-20-ivcf-20-
reconhecimento-rapido-do-idoso-fragil/

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Conforme o resultado, a proposta é que os idosos avaliados como baixo
índice de vulnerabilidade clínico-funcional não precisem passar pela Avaliação Geriátrica Ampla
e muito menos por avaliação do especialista focal, no caso, o geriatra.
Parte dos argumentos se baseia em opinião ou prática clínica pessoal ou foi interposta sem a
apresentação da argumentação ou da referência que a embasa. Os que foram interpostos com
referência de embase para a argumentação, apresentam viés de interpretação da questão e da
própria referência apresentada. Sendo assim, os argumentos não são procedentes.

Referências Bibliográficas:

MORAES EN, et al. Clinical-Functional Vulnerability Index-20 (IVCF-20): rapid recognition of frail
older adults. Revista de Saúde Pública [online]. 2016, v. 50 [Acessado 22 Maio 2022], 81.

Questão 57

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.

Página 66 de 109
• Argumento 1 (8,25%): solicitadad anulação considerando não haver melhor opção
para tratamento da disfagia no câncer de esôfago segundo o protocolo e diretrizes
clínicas em oncologia do Ministério da Saúde na página 288. Outras fontes indicam a
tunelização cirúrgica citando fontes como esta:
https://www.scielo.br/j/rcbc/a/6Zjp7HGMg65ry5FCBmkyF6P/?lang=pt, considerando
que a tunelização tem baixa mortalidade e melhora da qualidade de vida, fato não
observado na gastrostomia que não melhora não melhora a qualidade de vida de
pacientes com fístulas, visto não ser resolvido o problema da fístula esofagotraqueal.
Segundo o UpToDate: “para pacientes com tumores maligno envolvendo o esôfago
médio a proximal, deve-se realizar stent nas vias aéreas (normalmente tradqueal), além
do stent esofágico”. Outras alternativas concordam que a gastrostomia é um
procedimento correto, mas argumentam
que a tunelização cirúrgica também o é.
• Argumento 2 (0,04%): solicitada consideração também da letra B com a mesma
argumentação anterior.
• Argumento 3 (0,008%): solicitado aceite da letra A considerando que a melhor opção
paliativa é redução da obstrução esofágica para possibilitar alimentação propondo
esofagectomia com jejunostomia.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O caso em questão traz um paciente com diagnóstico de neoplasia de


esôfago cervical. Dentre as alternativas, a única possível, nesse caso, é a realização da
gastrostomia paliativa. A invasão da árvore traqueobrônquica, demonstra se tratar de uma
lesão T4 com critérios de irressecabilidade, de tal forma, não seria possível a realização da
esofagectomia. A localização da lesão, esôfago cervical, não permite a realização da tunelização
cirúrgica dado que ao tunelizar o estômago ou o cólon, por exemplo, é necessária a realização
de uma anastomose com o esôfago cervical, local acometido da doença. O uso de prótese no
esôfago cervical também não é indicado devido a presença de sensibilidade tátil da prótese com
a sensação permanente de corpo estranho.
Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

Página 67 de 109
- R. Obermannová et al. Oesophageal cancer: ESMO Clinical Practice Guideline for diagnosis,
treatment and follow-up. Annals of Oncology. Volume 33, Issue 10. 2022
- Sabiston Textbook. 20Th edition. Chapter 41.
- Coelo, JCU. Aparelho Digestivo: Clínica e Cirurgia. 4ª edição. São Paulo, Editora Atheneu. 2005

Questão 58

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Considerar correta a alternativa C – 16,5%
• Argumento 2: Anulação da questão por necessitar de conhecimento específico da área
de Pediatria - 33,5%
• Argumento 3: Anulação da questão por considerar o quadro descrito de sinovite
transitória do quadril - 50%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - visto que o caso da questão sugere quadro de epifisiólise femural, tanto
pela faixa etária (adolescente) quanto pela presença do principal fator predisponente – a
obesidade. O quadro de sinovite transitória do quadril atinge crianças em uma faixa etária
menor, frequentemente associado a antecedentes traumáticos ou infecciosos ausentes.
Em relação ao quadro clínico descrito no enunciado da questão, ele se refere a epifisiólise
femoral. Durante a adolescência, uma das entidades de grande morbidade e que pode evoluir
de forma aguda ou crônica é a epifisiólise femoral superior do adolescente (EFSA). Ela é o
deslizamento entre o colo do fêmur e a epífise femoral no nível da zona de hipertrofia celular
na cartilagem epifisária ou fise. A EFSA, em sua forma característica, incide em adolescentes no
período pré-puberal e puberal. A etiologia não está bem definida, porém se acredita que seja
multifatorial. Geralmente são pacientes com alterações hormonais associadas a sobrecarga
mecânica (mais comum acima do percentil 90 do peso) e/ou com componente hereditário.

Referência bibliográfica:

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Tratado de pediatria – Sociedade Brasileira de Pediatria – 4ª edição. Manole, 2017.
Ana Laura Cunha. Dor nos membros inferiores em crianças. In: Tratado de pediatria /
organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP] : Manole, 2022. ISBN
9786555767476.

Questão 59

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 0,015% - Solicita anulação da questão. Argumenta somente com
questionamentos vagos, como os seguintes: Tipo de choque de acordo com a frequência
cardíaca e PA? Shock Index (SI)? Causa de má involução uterina em puerpério imediato?
14 horas de trabalho de parto em multípara?

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A paciente da questão apresenta o quadro de hemorragia pós-parto por


provável atonia uterina por exposição prolongada à ocitocina. Essa definição é atribuída quando
há estimativa de perda sanguínea > 500 mL em parto vaginal. Alguns sintomas deixam o quadro
evidente, tais como: paciente confusa, regular estado geral, taquicárdica e hipotensa, com útero
amolecido com provável perda superior a 1500 mL. A abordagem terapêutica deve ser baseada
na etiologia mais provável e sempre levando em consideração o desejo de fertilidade futura da
paciente.
Desse modo, a única alternativa que inicia a estabilização hemodinamicamente por
meio da compressão uterina, reanimação volêmica a fim de restabelecer a perfusão e
uterotônicos é a letra A. Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. Edwards HM. Aetiology and treatment of severe postpartum haemorrhage. Dan Med J. 2018;
65(3):B5444.

Página 69 de 109
2. Neary C, Naheed S, McLernon DJ, Black M. Predicting risk of postpartum haemorrhage: a
systematic review. BJOG 2020 Jun 23 [ahead of print].
3. Althabe F, et al. Postpartum hemorrhage care bundles to improve adherence to guidelines: A
WHO technical consultation. Int J Gynaecol Obstet. 2020; 148(3):290-9.
4. Ende HB, et al. Risk Factors for Atonic Postpartum Hemorrhage: A Systematic Review and
Meta-analysis. Obstet Gynecol. 2021; 137:305.

Questão nº 60

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: De acordo com a Lei 8.142/90 e Resolução nº 453/2012 do CNS (Conselho
Nacional de Saúde), a constituição dos órgãos em questão se dá de forma paritária entre
usuários e o conjunto dos demais segmentos representativos da sociedade, sendo "50%
de entidades e movimentos representativos de usuários, 25% de entidades
representativas dos trabalhadores da área de saúde e 25% de representação de governo
e prestadores de serviços privados conveniados ou sem fins lucrativos". Sendo assim, os
gestores não compõem 25% dos Conselhos, mas sim dividem essa parcela com os
prestadores de serviços privados, de forma que a alternativa (B) está incorreta. Devido
isso solicito a anulação da mesma. (99,91%)
• Argumento 2: a resposta correta é o item, pois a palavra deliberativo significa poder
decisório sobre ações da administração, que é o trabalho das conferências. O conselho
julga e acompanha elaboração, implementação e revisão de planos; então seria
consultivo. (0,08%)

Referências utilizadas nos recursos:

Resolução nº 453/2012 do CNS (Conselho Nacional de Saúde).

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE:

Página 70 de 109
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto
por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua
na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários
Municipais de Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde.
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em
relação ao conjunto dos demais segmentos.
“Prestadores de serviços privados conveniados ou sem fins lucrativos”, assim como
“representantes do governo” são considerados “gestores”, independentemente de serem
representantes do setor público, privado ou terceiro setor.
A maior parte dos argumentos foi interposta com referência de embase para a argumentação,
porém a argumentação é enviesada. Sendo assim, a argumentação não é procedente.

Referências Bibliográficas:

RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012. Que aprova as diretrizes para instituição,


reformulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2012/res0453_10_05_2012.html Acesso em:
25 mar de 2023.

Questão 62

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (0,016%): solicitada anulação visto que o tratamento cirúrgico não é
indicado para o caso por não apresentar sinais flogísticos, afastando o diagnóstico de
abscesso.
• Argumento 2 (0,008%): solicitada ampliação para letra D, considerando que pode se
tratar de uma hemorróida interna que não se exterioriza devido a dor, principalmente
quando é dito que não há flogose.

Página 71 de 109
• Argumento 3 (0,008%): solicita anulação por se tratar de conduta de especialista.
• Argumento 4 (0,008%): solicita ampliação para letra B sem justificativa.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Conforme a matriz de competência do INEP para o revalida, tal assunto
encontra-se no esperado dentro da matriz da cirurgia geral. Além disso as afecções perianais
são extremamente prevalentes em todos os níveis de atenção à saúde, sendo um conhecimento
essencial para o médico generalista.
O quadro clínico da questão traz uma paciente com dor anal associada a febre, com
abaulamento a 6 cm da margem anal. Não há sinais de flogose na nádega, porém paciente
apresenta sinais e sintomas compatíveis com abscesso perianal. Os abscessos perianais se
apresentam de forma diferente que os demais abscessos superficiais, apresentando flutuação
somente em fases tardias, ou nem mesmo apresentando flutuação. Na suspeita clínica de
abscesso perianal a conduta correta seria início da antibioticoterapia, avaliação com exame de
imagem e drenagem cirúrgica da lesão. O atraso no tratamento dessas afecções leva a quadros
infecciosos graves, com sepse e possibilidade de evolução para Gangrena de Fournier.
A doença hemorroidária não complicada não cursa com febre e o “abaulamento” que poderia
surgir seriam as varizes/hemorróidas provenientes de dentro da região anal, e não a distância
da margem anal, como citado no caso clínico.
Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Folhetos Informativos em Coloproctologia - SBCP. Fístula e Abscesso. 2019


<https://sbcp.org.br/pdfs/publico/fistulaAbscesso.pdf>
- Povedano, A; Vassallo, E. C. Conduta nos Abscesso Anorretais. Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
PROACI Programa de Atualização em Cirurgia (Sistema de Educação Continuada à Distância),
Ciclo 16, Volume 4. Porto Alegre: Artmed Panamericana, 2020.
- Martins, I. Pereira, JC. SUPURAÇÕES PERIANAIS ABCESSOS E FÍSTULAS ANAIS. Rev Port
Coloproct. 2010; 7(3): 118-124.

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Questão 63

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por considerar a alternativa B correta- 97,5 %
• Argumento 2: Anulação da questão por considerar que há necessidade inicial de
estabilização do paciente 2,5%
Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - a lavagem gástrica e o carvão ativado não devem ser realizados. Os
pacientes assintomáticos, sem evidência de lesão oral, disfagia, vômitos ou outros sintomas,
podem ser observados por 2 a 4 horas. Após esse período, oferecer líquidos e, se houver boa
ingesta e não houver sintomas, podem ser liberados sem necessidade de endoscopia digestiva.
Através do quadro clínico descrito, observa-se paciente clinicamente estável.
A ingestão do desinfetante foi há cerca de 1 hora, a criança encontra-se com e físico normal,
sem sinais de qualquer tipo de intoxicação. Portanto, qualquer outro procedimento invasivo
como a indução do vômito está contraindicada pela possibilidade de agravar a lesão esofágica
inicial. A lavagem gástrica e o carvão ativado também não devem ser realizados, bem como o
uso de agentes neutralizantes ou de substâncias diluentes, como leite e água .
Assim, os pacientes assintomáticos, sem evidência de lesão oral, disfagia, vômitos ou outros
sintomas, podem ser observados por 2 a 4 horas. Após este período, oferecer líquidos e, se
houver boa ingesta e não houver sintomas, podem ser liberados sem necessidade de endoscopia
digestiva alta (EDA).

Referência bibliográfica:

Tratado de pediatria – Sociedade Brasileira de Pediatria – 4ª edição. Manole, 2017.


Milena De Paulis. Intoxicações exógenas agudas. In: Tratado de pediatria / organização
Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP]: Manole, 2022. ISBN 9786555767476.

Questão 68

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SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão pois há referências com variação de contagem de
colônias para o diagnóstico laboratorial de infecção urinária- 73,8%
• Argumento 2: Anulação da questão por considerar correta outras alternativas 22,2%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - pois conforme a Sociedade Brasileira de Pediatra, a cultura de urina por
cateterismo vesical acima de 1000UFC/ml confirma infecção do trato urinário.
Entre 1.000 -50.000 UFC/mL, na coleta por cateterismo vesical, na a interpretação da urocultura,
estabelece o diagnóstico de infecção do trato urinário. Por outro lado, no jato médio é
necessário mais de 100.000 UFC/mL de um patógeno urinário único para este diagnóstico.

Referência bibliográfica:

Sociedade Brasileira de Pediatria. Infecção do Trato Urinário em Pediatria – Existe consenso


entre os consensos? – Atualização 2021. Sociedade Brasileira de Pediatria. Documento Científico
Departamento Científico de Nefrologia (2019-2021). n7 22 de setembro de 2021.
José Maria Penido Silva, Luiz Sérgio Bahia Cardoso, Vandrea Carla de Souza Eduardo Araujo
Oliveira. Infecção do trato urinário. In: Tratado de pediatria / organização Sociedade Brasileira
de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP]: Manole, 2022. ISBN 9786555767476.

Questão nº 70

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: anular questão primeiramente não tem o diagnóstico da doença , e os
sintomas são muito parecidos leptospiroses, dengue, zika, hepatites virais, lúpus,
sarampo e os principais sintomas segundo o ministério de saudê são febre ,cefaleia
intensa e não cefaleia , dor muscular constante e não intensa mialgia , pode ter diarreia

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e vômitos inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e solas do pês e manchas
vermelhas e não exantema como fala o enunciado e nem faz menção que poderia ser
causado por garra patos (100%)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O caso em tela tem como principal hipótese diagnóstica, a picada por
carrapatos.
A reação de imunofluorescência indireta (Rifi) é o método sorológico padrão-ouro para o
diagnóstico das riquetsioses. Deve-se coletar a primeira amostra de soro nos primeiros dias da
doença (fase aguda), e a segunda amostra de 14 a 21 dias após a primeira coleta. A redução da
letalidade por febre maculosa está associada à precocidade do início do tratamento, sendo a
doxiciclina o antimicrobiano de escolha. O cloranfenicol pode ser utilizado como droga
alternativa. A febre maculosa é doença de notificação compulsória. Não é recomendada a
antibioticoterapia profilática para indivíduos assintomáticos que tenham sido recentemente
picados por carrapatos.
O argumento foi redigido de maneira confusa e interposto sem referência de embase para a
argumentação. A argumentação não é procedente.

Referências Bibliográficas:

A reação de imunofluorescência indireta (Rifi) é o método sorológico padrão-ouro para o


diagnóstico das riquetsioses. Deve-se coletar a primeira amostra de soro nos primeiros dias da
doença (fase aguda), e a segunda amostra de 14 a 21 dias após a primeira coleta. A redução da
letalidade por febre maculosa está associada à precocidade do início do tratamento, sendo a
Doxiciclina o antimicrobiano de escolha. O cloranfenicol pode ser utilizado como droga
alternativa. A febre maculosa é doença de notificação compulsória. Não é recomendada a
antibioticoterapia profilática para indivíduos assintomáticos que tenham sido recentemente
picados por carrapatos.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação
Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério
da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de
Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022.

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Questão 72

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (0,024%): solicitada anulação considerando ser assunto específico raro,
fugindo à competência do médico generalista.
• Argumento 2 (0,016%): solicitada anulação, considerando que o gabarito certo é a
letra A, que o procedimento deve ser realizado pela equipe endovascular de urgência,
sob radioscopia.
• Argumento 3 (0,008%): solicita anulação considerando que há pouco sucesso na
técnica descrita como certa no gabarito preliminar e que o mais adequado seria
tratamento na câmara hiperbárica.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Segundo Figueiredo e Neto “A embolia gasosa é um risco potencial de


qualquer acesso venoso central, sendo uma rara, porém grave complicação, com uma taxa de
mortalidade relatada de 30 a 50%. Deve ser suspeitada em qualquer paciente com cateter
venoso central que subitamente desenvolva hipoxemia inexplicável ou colapso
cardiocirculatório. Os pacientes com suspeita de embolia gasosa devem ser imediatamente
posicionados em decúbito lateral esquerdo e com a cabeça abaixada (posição de
Trendelemburg), colocando desta maneira a via de saída do ventrículo direito em uma posição
inferior à cavidade ventricular direita, facilitando a migração do ar para a porção mais elevada.
A aspiração de ar do ventrículo direito pode ser tentada se o cateter estiver posicionado, porém
não se justifica a passagem de outro cateter apenas para este fim. Para reduzir o tamanho das
bolhas, todos devem ser colocados em oxigênio a 100%. Em pacientes que não respondem a
estas medidas, a oxigenoterapia hiperbárica deve ser considerada, visando a redução do
tamanho das bolhas de ar pela difusão do nitrogênio, induzida pelo alto PO2 alveolar.”
A passagem do acesso venoso central é um procedimento médico, devendo todos, inclusive os
generalistas, conhecerem suas complicações possíveis e como conduzi-las adequadamente,
principalmente uma complicação com morbimortalidade tão alta.
Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Página 76 de 109
Referências Bibliográficas:

- FIGUEIREDO LFPD, CAPONE NETO A. Como identificar, tratar e prevenir a embolia gasosa
relacionada a cateteres venosos centrais? Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2001Jul;47(Rev. Assoc.
Med. Bras., 2001 47(3)):179–80.

Questão 73

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por não existir relação entre infecções virais de
vias aéreas e a apresentação clínica descrita- 100%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - pois as infecções virais podem causar hiperplasia linfóide intestinal e
estas servirem de ponto de intussuscepção.
É bem estabelecida a relação entre infecções virais e a invaginação idiopática em lactentes,
sustentada inclusive pela referência apresentada pela banca examinadora.

Referência bibliográfica:

NELSON ESSENTIALS OF PEDIATRICS, NINTH EDITION. INTERNATIONAL EDITION. Elsevier, 2022.

Questão 74

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.

Página 77 de 109
● Argumento 1: 7,15% - Solicitam anulação da questão por haver duas opções corretas:
LETRA C e D. Argumentam que de acordo com o livro: Obstetrícia de Williams, capítulo
19 (Gravidez Ectópica), página 387 (item tratamento clínico versus cirúrgico), lê-se:
"Vários estudos randomizados compararam o tratamento com metotrexato e a cirurgia
laparoscópica. Com base nesses estudos, concluímos que as mulheres
hemodinamicamente estáveis, nas quais a trompa uterina tem diâmetro pequeno, não
há atividade cardíaca fetal e as concentrações de beta-hCG sérica são < 5.000 mUI/mL,
têm prognósticos semelhantes com o tratamento clínico ou cirúrgico." Assim, em
relação a paciente em questão, que está estável hemodinamicamente, com massa
anexial pequena e concentração de beta-hCG menor do que 5.000 mUI/mL, tanto a
administração de Metotrexato quanto a abordagem videolaparoscópica são condutas
corretas, havendo duas opções corretas.
● Argumento 2: 6,7% - Solicitam anulação da questão. Argumentam que segundo o
Manual da Gestação de Alto Risco, do Ministério da Saúde, os principais critérios para
indicação do metotrexato são: estabilidade hemodinâmica; diâmetro da massa anexial
<3,5 cm; beta-hCG inicial <5.000 mUI/mL; ausência de dor abdominal; desejo de
gravidez futura; termo de consentimento assinado. Os preditores de insucesso da
terapia medicamentosa são: atividade cardíaca embrionária, massa maior que 4 cm,
concentração inicial de beta-hCG maior que 5.000 mUI/mL,presença de sangue na
cavidade peritoneal, aumento do beta-hCG acima de 50% nas 48 horas que antecedem
o uso do MTX,aumento rápido e contínuo do beta-hCG durante o uso do MTX. Na
questão, por não evidenciar a quantidade de líquido livre na cavidade pélvica e termo
de consentimento ou desejo da paciente pelo tratamento clínico, esta letra não poderia
ser marcada como a correta segundo os participantes.
● Argumento 3: 0,046% - Argumentos soltos, como: “outra conduta deveria ser realizada”
ou “a conduta expectante é melhor”. Justificativas sem embasamentos.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A paciente do caso possui provável diagnóstico de gestação ectópica por
apresentar B-hCG quantitativo > 1500 mU/mL sem evidência de gestação intrauterina, o que é
esperado em gestação com viabilidade adequada devido à dosagem hormonal do b-hCG.
Ademais, o enunciado da questão traz uma dosagem seriada do b-hCG que indica crescimento
inadequado não atingindo níveis esperados acima de 66,6% a cada 48h, reforçando a gestação

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ectópica como principal diagnóstico. Em contrapartida, a ecografia transvaginal evidencia
massa anexial de 2cm, o que é esperado esse mesmo raciocínio do candidato dadas informações
apresentadas.
Diante da estabilidade hemodinâmica da paciente e ausência de líquido livre, entende-
se a gestação ectópica íntegra como o melhor diagnóstico. Para esse quadro, a conduta mais
apropriada é a letra C com uso de terapia com metotrexate. Embora comparado à abordagem
cirúrgica, o tratamento com metotrexato apresente índices de eficácia, segurança, recorrência
e fertilidade subsequente similares, a salpingostomia traz um risco de remoção incompleta do
tecido trofoblástico, devendo ser tentada quando há desejo de preservação da fertilidade e a
trompa contralateral está ausente ou muito danificada. O que não é plenamente o caso da
paciente em questão, revelando que a indicação de salpingostomia possui um contexto bastante
restrito.
Assim, as pacientes submetidas a salpingostomia (salpingoplastia) devem ser
acompanhadas com dosagem semanal de beta-HCG quantitativo até sua negativação. Caso
necessário, devem receber tratamento adicional com Metotrexato, ou mesmo reabordagem
cirúrgica com salpingectomia. Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. Mann LM, Kreisel K, Llata E, et al. Trends in Ectopic Pregnancy Diagnoses in United States
Emergency Departments, 2006-2013. Matern Child Health J. 2020; 24(2):213-221.
2. Brady PC. New Evidence to Guide Ectopic Pregnancy Diagnosis and Management. Obstet
Gynecol Surv. 2017; 72(10):618-25.
3. Dardalas I, Rigopoulos P, Pourzitaki C. Treatment of ectopic pregnancy with methotrexate.
Arch Gynecol Obstet. 2019; 300(4):1093-4.

Questão nº 75

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: A conduta médica adequada seria a letra A, orientando a suspensão da
tintura de mulungu.

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Embora a tintura de mulungu seja uma planta utilizada popularmente para tratar insônia
e ansiedade, não há evidências científicas robustas que comprovem sua eficácia ou
segurança para uso em seres humanos. Além disso, o uso de plantas medicinais deve ser
acompanhado por um profissional de saúde qualificado, que possa avaliar a dose,
interações medicamentosas e possíveis efeitos adversos.
Nesse sentido, o médico deve alertar a paciente sobre o risco de intoxicação pela tintura
de mulungu e orientar sua suspensão imediata. É importante ressaltar que a insônia do
paciente não pode ser tratada de forma isolada, mas sim como parte de um conjunto de
fatores, que incluem mudanças no estilo de vida, hábitos alimentares e de sono, além
do acompanhamento médico regular.
Uma fonte que pode ser utilizada para argumentar contra o gabarito C é o Consenso
Brasileiro de Insônia, publicado em 2020 pela Associação Brasileira de Sono (ABS). De
acordo com o consenso, as terapias comportamentais são a primeira linha de
tratamento para a insônia, devendo ser consideradas antes do uso de medicações. Além
disso, o documento recomenda a utilização de fitoterápicos somente quando há
evidências científicas suficientes e segurança comprovada, o que não é o caso da tintura
de mulungu. Por outro lado, o uso da auriculoterapia é considerado uma terapia
complementar, que pode ser útil em alguns casos, mas não é a primeira escolha no
tratamento da insônia. Portanto, manter o uso da tintura de mulungu e o tratamento
da auriculoterapia, como propõe o gabarito C, pode não ser a conduta médica mais
adequada segundo o consenso da ABS.
Outra fonte que pode ser utilizada para embasar o recurso contra o gabarito C é o artigo
"Plantas medicinais utilizadas para o tratamento de distúrbios do sono. (33,33%)
• Argumento 2: A questão refere que a paciente mesmo após o uso da tintura de mulungu,
apresentou, 1 episódio de insônia, pela qual procurou atendimento médico, a resposta
correta segundo a banca, seria manter o uso da tintura, e procurar atendimento caso
volta a sentir os sintomas, sendo que ela procurou atendimento pelo fato de ter
apresentado, peco que anulem a questão.
• Argumento 3: Pelo entendimento do STF, Acupuntura configura ato exclusivo da
medicina, sendo, inclusive, uma especialidade médica. Sendo expressamente proibido
de forma definitiva, a outros profissionais da saúde a prática da Acupuntura. Assim
quando se fala Manter o uso da tintura de mulungu e o tratamento da Auriculoterapia,
pedir à paciente que retorne se houver piora ou novos sintomas, o Médico se em função
pública está cometendo o crime de prevaricação ou crime comissivo por omissão ou

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omissivo impróprio, o dever de agir é para evitar um resultado concreto. Nesses crimes,
o agente não tem simplesmente a obrigação de agir, mas a obrigação de agir para evitar
um resultado, isto é, deve agir com a finalidade de impedir a ocorrência de determinado
evento. Acredito ser a resposta letra D Orientar a enfermeira informando que a prática
de Auriculoterapia e de acupuntura devem ser realizadas exclusivamente em centros
especializados. Ressaltando que quanto a ser, ou não, prática invasiva, o Ministro
Napoleão Nunes Maia Filho, do Superior Tribunal de Justiça, define o referido
procedimento como prática invasiva sim, porque se vale de material perfurante que
atinge neuroreceptores específicos e desencadeiam uma resposta neuro-endócrino-
imuno-humoral com efeitos potencializadores do sistema endógeno de inibição da dor
e também efeitos sobre a atividade funcional de órgãos e sistemas corporais, e ainda
que no âmbito do Direito Público, ao contrário do que faz entender o réu, a ausência de
previsão legal para a prática de certo ato importa na sua proibição, pela própria
definição do princípio da legalidade estrita.

Referências utilizadas nos recursos:

REsp 1357139/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
18/04/2013, DJe 24/04/2013 (AO 1014957-42.2019.4.01.3400, 14a Vara Federal Cível da SJDF)
(RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.220.294 DISTRITO FEDERAL 0005140-
64.2002.4.01.3400) Dr. Fernando Geschow Presidente do Colégio Médico Brasileiro de
Acupuntura Fonte: CMBA

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Considerando que as práticas integrativas e complementares têm na


Atenção Básica um lugar preferencial de uso, a questão reforça a importância da compreensão
e abordagem correta da competência cultural da comunidade, e que o uso da planta, mesmo
que desconhecida pelo médico é do conhecimento popular e uso da família, devendo ser
respeitada e levada em consideração a cultura da paciente.
A paciente teve uma boa resposta ao chá e auriculoterapia não sendo necessário outras
medicações já que não existem mais sintomas. E uma vez que a paciente respondeu bem ao uso
de plantas medicinais e auriculoterapia, deve-se manter e aguardar a evolução do quadro.

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O argumento se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do candidato, ou foi interposto
sem a apresentação da referência que a embasa. A argumentação não é procedente.

Referências Bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Política nacional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de ampliação de
acesso / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
– 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 96 p
SIMIONATO, CP (et al.). Capítulo 96: Introdução às Plantas Medicinais. In: Gusso, Gustavo (et
al.)(ORG). Tratado de Medicina de Família e Comunidade: princípios, formação e prática. 2ª Ed.
Porto Alegre: Artmed, 2019.

Questão 77

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (0,048%): solicitam anulação considerando a baixa resolução da imagem,
bem como abre possibilidade para diagnóstico de hidrotórax.
• Argumento 2 (0,008%): solicita anulação considerando ser procedimento invasivo
realizado por médico especialista, não sendo competência do médico generalista.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A imagem mostra claramente a presença de um pneumotórax à direita.


Quando comparado ao lado esquerdo, é nítido a ausência das tramas vasculares. A possibilidade
de hidrotórax é totalmet eafastada pelo fato de os seios costofrênicos serem totalmente
visualizados e livres de qualquer alteração.
A passagem do acesso venoso central é um procedimento médico, devendo todos, inclusive os
generalistas, conhecerem suas complicações possíveis e como conduzi-las adequadamente.
O conteúdo desta questão encontra-se englobado pela matriz de referências no INEP para o
REVALIDA. Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

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Referências Bibliográficas:
- Matriz de Referência do Exame Nacional de Revalidação dos Diplomas Médicos (acessado
em:https://download.inep.gov.br/educacao_superior/revalida/portaria/2020/Portaria_540_1
7092020.pdf)

Questão 78

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão sem argumentação- 0,4 %
• Argumento 2: Anulação da questão por considerar outras alternativas corretas – 99,
6%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - pois o quadro descrito é de dermatite seborreica, sendo que o prurido é
pouco intenso ou ausente e não há eosinofilia em sangue periférico.
O quadro clínico descrito é de uma dermatite seborreica caracterizada no lactente, pela
presença de placas eritematodescamativas arredondadas, localizadas ou confluentes, com
crostas amareladas aderidas a uma base eritematosa. Localizam-se nas áreas com maior
concentração de glândulas sebáceas, como pregas retroauriculares, cervicais, flexoras dos
membros e períneo. Crostas amareladas e oleosas aderidas ao couro cabeludo e sobrancelhas
são frequentes, e, nessa região, denominada crosta láctea. Das alternativas apresentadas,
somente a alternativa indicada como correta completa o enunciado da questão.

Referência bibliográfica:

LEÃO, Ennio et al. Pediatria ambulatorial. 5 ed. Belo Horizonte: Coopmed, 2013.p 1163-1184
Tratado de pediatria – Sociedade Brasileira de Pediatria – 4ª edição. Manole, 2017.
Susana Giraldi Janine Horsth Silva. Dermatite seborreica. In: Tratado de pediatria / organização
Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP]: Manole, 2022. ISBN 9786555767476.

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Questão 79

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 1,23% - Os participantes pedem pela ANULAÇÃO da questão, em virtude
do fato de não informar se a placenta é normoinserida e trazer achado de sangramento
vivo, mais característico de placenta prévia. Além disso, apontam que a paciente possui
instabilidade hemodinâmica, o que contraindica amniotomia. Outra questão colocada é
a fase de latência a paciente, o que também tornaria a amniotomia proibitiva.
Finalmente, apontaram a relação existente da amniotomia com maior risco de embolia
amniótica como fator confundidor para resolução da questão.
● Argumento 2: 0,031% - Os participantes argumentam que a amniotomia realmetne está
relacionado a um menor tempo de dequitação da placenta após o parto pois é um
procedimento que acelera o trabalho de parto. Logo propõem duas alternativas
corretas, LETRAS B E C.
● Argumento 3: 0,015% - Participante propõe que o conhecimento referente a
amniotomia em urgência obstétrica não seja pertinente ao médico generalista, mas sim
somente ao especialista, e solicita ANULAÇÃO da questão.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Diante do quadro de descolamento prematuro de placenta, a


amniotomia sempre que possível deve ser executada e encorajada, sendo suas principais
vantagens: reduz a compressão da veia cava inferior; dificulta a ampliação da área do
descolamento; melhora a hipertonia uterina; coordena as contrações; diminui a hemorragia;
evidencia o hemoâmnio; diminui a pressão intrauterina; diminui a incidência de coagulopatias
ou melhora-as quando já instaladas; induz ou acelera o trabalho de parto. Portanto, o gabarito
preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

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1. Souza E; Camano L. Descolamento prematuro da placenta. Rev. Assoc. Med. Bras. 52 (3),
2006.

Questão nº 80

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Segundo o GINA, crianças maiores de 5 anos devem ter sua saturação
entre 94 e 98% como meta e para isso devemos lançar mão de oxigênio suplementar
(no caso), bem como beta-2 agonista de curta ação em 6 a 10 jatos a cada 20 minutos
em 3 ciclos. Associam-se corticoide sistêmico e ipratrópio nas crises graves como a
descrita. O único problema da questão é o manejo do período entre crises, a
manutenção. Segundo as diretrizes GINA, corroboradas por todas as entidades
nacionais, incluindo o Tratado da SBP, 5ª edição, seção 12, capítulo 11, o passo a ser
usado agora é o ajuste da dose do corticoide inalatório de manutenção (que está baixa
- 200mcg/dia de ), para dose média (200mcg 12/12h) OU associar um beta-2 de longa.
Com base nisso, solicitamos a anulação da questão por falta de resposta correta a ser
marcada. (100%)

Referências utilizadas nos recursos:

GINA (Global Strategy for Asthma Management and Prevention) 2022. Disponível em
https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2022/07/GINA-Main-Report-2022-FINAL-22-07-
01-WMS.pdf.
Tratado da SBP, 5ª edição, seção 12, capítulo 11

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O autor e os candidatos que interpuseram recurso indicando referência,


usaram a mesma referência, ou seja, o GINA 2022.
O cerne da argumentação dos recursos não é referente ao manejo da crise e sim da proposta de
tratamento de manutenção. Porém a resposta do autor, na abordagem do tratamento de

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manutenção se refere a “aumentar Beclometasona para 200mcg 12/12h, e associar agonista
beta-2 de longa duração”, enquanto os recursos sugerem “ajuste da dose do corticoide
inalatório de manutenção (que está baixa - 200mcg/dia de ), para dose média (200mcg 12/12h)
OU associar um beta-2 de longa”.
O GINA 2022 reforça que o track 1 segue como via de tratamento preferencial. Esta
recomendação é feita dada as evidências de que o uso de formoterol + CI sob demanda reduz o
risco de exacerbações quando comparado ao uso de SABA sob demanda com o mesmo nível de
controle de sintomas e parâmetros espirométricos.
Com isso, segue a orientação que o track 2, que utiliza SABA sob demanda, é uma estratégia não
preferencial (alternativa) dado que é menos efetiva que o track 1 na redução das exacerbações.
Devemos utilizar o track 2 em algumas situações como impossibilidade do uso do track 1,
paciente está adaptado ao track 2 com boa adesão ao tratamento e não tenha tido exacerbação
nos últimos 12 meses. Entretanto, ao utilizarmos o track 2 devemos considerar a adesão do
paciente ao corticóide inalatório de uso contínuo (step 2) e o uso concomitante de corticóide
inalatório no step 1. Caso não tenha adesão deixaremos o paciente exposto aos riscos do uso do
SABA de forma isolada.
As outras opções de controle descritas abaixo do track 2 ficam apenas como opções de uso dado
que apresentam menor evidência e/ou segurança quando comparado tanto ao track 1 quanto
ao track 2.
No step 5 temos uma novidade que é a incorporação do tezepelumabe ( Anti – TSLP) como opção
de tratamento para perfis específicos de pacientes GINA 5 como veremos adiante. O TSLP é a
linfopoetina estromal tímica que é uma das alarminas que compõe o processo inflamatório da
asma participando tanto da via T2 quanto da via não T2.
Com a atualização do GINA, não houve nenhuma mudança com relação ao tratamento destes
pacientes. Apenas foram trazidos dados novos de estudos e meta-análises que reforçaram ainda
mais as diretrizes já estabelecidas. Abaixo seguem os dados mais importantes já previamente
conhecidos junto a alguns mais recentes que fazem com que as recomendações sejam mantidas.
Os pacientes com asma leve aparente seguem com risco de eventos graves relacionados a asma
visto que: 30-37% dos adultos apresentam exacerbação em algum momento da vida, 16% asma
ameaçadora da vida e 15-27% podem vir a falecer por asma. Os grandes desafios nestes
pacientes são relacionados a fatores de exposição que muitas vezes não são previsíveis e
também ao uso do corticóide oral sob demanda já que 4-5 cursos de corticóide oral ao longo da
vida já aumenta o risco de osteoporose, diabetes e catarata.

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O GINA 2022 reforça os benefícios de não se utilizar apenas o SABA de forma isolada
(recomendação já vigente desde o GINA 2019). O SABA foi o tratamento utilizado por cinco
décadas quando a asma ainda era reconhecida como uma doença essencialmente
broncoconstrictora apenas. Entretanto, observou-se que o uso regular de SABA mesmo 1 a 2
vezes por semana está associado a redução do efeito broncodilatador, aumento da resposta
alérgica e aumento de eosinófilos. O uso de SABA de forma isolada leva a um ciclo de uso
irrestrito que está associado a aumento das exacerbações e aumento da mortalidade. Esta
atualização mantem a recomendação de não utilizarmos SABA de forma isolada para os nossos
pacientes com asma.
A atualização também traz dados sobre o uso de formoterol/budesonide dose baixa sob
demanda. Em pacientes com asma leve o uso de formoterol/ budesonida em dose baixa sob
demanda quando comparado ao uso de SABA sob demanda gera redução de risco de
exacerbação grave em torno 60-64%. Quando comparado ao uso de corticóide inalatório de
manutenção o risco de exacerbação grave é similar ou menor. Meta-análise de quatro estudos
randomizados e controlados com n = 9565 publicada em 2021 demonstrou redução de 55% nas
excerbações graves quando comparado ao SABA isolado e risco similar foi observado quando
comparado a corticóide inalatório de manutenção junto a SABA sob demanda. Nesta mesma
meta-análise quando avaliada idas à emergência ou hospitalizações observou-se uma redução
de 67% quando comparado ao uso de SABA isolado e 37% quando comparado ao uso de
corticoterapia inalatória de manutenção.
Outras mudanças nas recomendações de tratamento trazidas por alguns estudos em 2021 :

Antagonistas muscarínicos de longa duração (LAMA) não deve ser utilizado como monoterapia
devido ao aumento do risco de exacerbações graves. Estudos de meta-análise confirmaram
dados em relação a adição de LAMA a LABA + CI. Foi observado pequeno aumento dos
parâmetros espirométricos, não apresentou benefícios clínicos em relação a sintomas e
qualidade de vida (desta forma, não prescreva para dispnéia) , modesta redução no número de
exacerbações quando comparado a LABA + CI e pacientes não controlados devem receber pelo
menos LABA + CI em dose média antes de considerar adicionar LAMA.
Cromonas como o cromoglicato de sódio não devem ser mais prescritos.
O manejo da terapia em países em desenvolvimento é um grande desafio ainda em 2022. Dado
recente demonstra que 96% das mortes por asma ocorrem nestes países. Muitas dessas mortes
poderiam ser evitadas apenas com a prescrição de corticoterapia inalatória. A falta de acesso e
a não priorização do cuidado com as doenças crônicas são responsáveis por parte destes dados

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alarmantes. Nestes países o track 2 deve ser utilizado quando não for possível o track 1 devendo-
se evitar ao máximo o uso de corticoterapia oral mesmo em cursos ocasionais.
Mudanças relacionadas ao tratamento da asma grave:
O GINA 2022 sugere investigações adicionais sendo as principais:
Considere screening de insuficiência adrenal em pacientes em uso de corticóide oral ou uso de
corticóide inalatório em dose alta.
Pacientes com eosinófilos acima ou igual a 300 céls/mL devem ser investigados antes de iniciar
terapia biológica para outras causas que não asma incluindo Strongiloidíase mesmo que
assintomático.
Pacientes com eosinófilos acima ou igual a 1500 céls/mL devem ser investigados quanto a
possibilidade de granulomatose eosinofílica com poliangeíte (GEPA).
Acesse sempre o fenótipo inflamatório e caso o eosinófilo ou FeNO não estejam elevados repita
pelo menos 3 vezes; e caso em uso de corticóide oral faça nova medida pelo menos 1 a 2
semanas após retirada ou com a menor dose possível de corticóide oral.
Um dos critérios para definirmos inflamação T2 foi retirado nesta nova edição do GINA. A
presença de dependência à corticoterapia oral não faz mais parte dos critérios para definirmos
asma T2. Com isso, pacientes corticodependentes orais podem ser classificados agora como T2
caso tenham algum dos outros critérios ou podem ser classificados como não T2.
Pacientes sem evidência de inflamação T2 após repetidas avaliações considere LAMA ou
azitromicina em baixa dose caso ainda não tentados. Considere anti -IL4R (dupilumabe) se
apresentar corticodependência oral ou anti-TSLP (ainda sem evidência suficiente para aqueles
com corticodepência oral). Perceba que com a retirada do critério de corticodependência oral
como sendo T2 e a imcorporação do anti -TSLP como ferramenta de tratamento o GINA 2022 já
se considera tratamento biológico para aqueles não T2. Convém salientar que o anti- TSLP
apresentou resultados modestos em pacientes não T2 tendo apresentados resultados melhores
naqueles pacientes T2 (eosinófilo alto e/ou FeNO alto).
Segue a recomendação de uso de corticóide oral apenas em caso de exceção dado seus efeitos
colaterais.
Quanto aos biológicos temos o seguinte estado da arte:
Omalizumabe (Anti-IgE) – Asma alérgica grave em pacientes com idade acima ou igual a 6 anos.
Outras indicações são: Polipose nasal e urticaria crônica espontânea.
Mepolizumabe (Anti-IL5) – Asma T2 eosinofilica grave em pacientes com idade acima ou igual a
6 anos. Outras indicações são: GEPA, rinosinusite com polipose nasal e syndrome
hipereosinofílica.

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Reslizumabe (Anti – IL 5) – Asma T2 eosinofilica grave em pacientes com idade acima ou igual a
18 anos.
Benralizumabe (Anti IL5R) – Asma T2 eosinofilica grave em pacientes com idade acima ou igual
a 12 anos.
Dupilumabe ( Anti IL4R) – Asma T2 eosinofílica grave ou pacientes que apresentem asma grave
dependente de corticoterapia oral. Pacientes com idade acima ou igual a 6 anos. Dupilumabe
não deve ser utilizado em pacientes com eosinófilo acima ou igual a 1500 céls /mcL.
Tezepelumabe (Anti- TSLP ) – Pacientes com asma grave com idade acima ou igual a 12 anos ,
A maior parte dos argumentos apresenta viés de interpretação da própria referência
apresentada. A argumentação não é procedente.

Referências Bibliográficas:

Global Initiative for Asthma. Global Strategy for Asthma Management and Prevention, 2022.
Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias (Organizadores). Tratado de
medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática [recurso eletrônico] ;
[coordenação editorial: Lêda Chaves Dias]. – 2. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019. 2 v.

Questão 82

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (3,7%): solicitada anulação considerando que o ATLS orienta a
transferência de todos os pacientes que sofreram queimadura elétrica em geral, sem
especificar voltagem, bem como a questão não identificava a voltagem, podendo a
resposta se tratar das letras C e D.

Manifestação da Banca
NÃO ACATAR - Segundo o ATLS, a queimadura elétrica, incluindo lesões por raio, está
dentro dos critérios de transferência, contudo, ele traz mais adiante “Como esses critérios são
muito abrangentes, os médicos podem optar por consultar um centro de queimados e

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determinar um plano mutuamente aceitável”. De tal forma, o choque de baixa voltagem, a
critério do médico assistente, poderia ser manejado na unidade de origem.
Além disso a pergunta da questão foi “Um critério que justifica a solicitação da transferência
pedida pelo médico”. O caso apresentado não é condizente por queimadura por arco voltaico.
As queimaduras por arco voltaico ocorrem quando um acidente estabelece uma voltagem tão
intensa que a corrente elétrica flui pelo próprio ar, aquecendo-o e produzindo temperaturas de
até dez mil graus centígrados, ocorrendo carbonização da pele e dos tecidos subjacentes.
O paciente em questão apresenta sinais de queimadura elétrica de alta voltagem (energia da
rua) com entrada em mão com comprometimento de todo o membro superior direito e pescoço
e saída da corrente com queimadura em calcâneo. De tal forma, a única alternativa que
contempla o questionamento feito é a queimadura elétrica em extremidade do corpo com
passagem de corrente. Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Advanced Trauma Life Support® Student Course Manual. 10th edition. 2018.
- Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras / Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção á Saúde, Departamento de Atenção Especializada. – Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, 2012.

Questão 83

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por considerar o quadro descrito como
tuberculose- 100%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - pois o quadro descrito é de linfoma de Hodgkin, sendo que a


manifestação clínica inicial em 80% das crianças é de linfonodomegalia periférica indolor,
preferencialmente na região cervical ou supraclavicular. Os linfonodos comprometidos são

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endurecidos, geralmente formando um conglomerado nodal (para crianças conglomerado nodal
≥ 6 cm), aderidos a planos profundos. Podem ocorrer sintomas constitucionais como tosse e
sistêmicos como febre e sudorese noturna.
Com relação à tuberculose pulmonar, na maioria das vezes, o diagnóstico em crianças é baseado
em uma combinação de critérios clínicos e epidemiológicos, associados à prova tuberculínica e
à radiografia de tórax, não existindo padrão-ouro para esse diagnóstico – portanto, não se aplica
item B.
Em 80% das crianças com LH a manifestação clínica inicial é de linfonodomegalia periférica
indolor, preferencialmente na região cervical ou supraclavicular.13 Os linfonodos
comprometidos são endurecidos, geralmente formando um conglomerado nodal (para crianças
conglomerado nodal ≥ 6 cm), aderidos a planos profundos (Figura 2), podendo ser avermelhados
e sensíveis à palpação, mas não dolorosos como nos processos inflamatórios.

Referência bibliográfica:

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Tratado de pediatria / organização Sociedade Brasileira


de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP]: Manole, 2022. Capítulo 3 - v. 2. p. 461-467
Andréa Gadelha Nóbrega Lins, Denise Bousfield da Silva. Linfomas. In: Tratado de pediatria /
organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP] : Manole, 2022. ISBN
9786555767476.

Questão nº 85

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: A questão traz um enunciado que contextualiza a situação da febre
amarela com aspectos geopolíticos e econômicos, mas o que realmente importa é
determinar as ações de prevenção da doença no território.
Segue a recomendação descrita no material CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO ATUALIZAÇÃO
2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria, página 4: Em municípios com circulação
comprovada do vírus da febre amarela (casos de febre amarela em humanos e/ou
epizootias), a vacinação deve ser considerada também para crianças com idade entre

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seis a nove meses, não sendo esta dose considerada válida para a rotina¿. Sendo assim,
a alternativa B, também está correta, uma vez que no contexto exposto pelo enunciado,
de enfrentamento da febre amarela em eventual epidemia, a vacinação poderia se
expandir, de forma a antecipar a faixa etária inicial para crianças a partir dos seis meses
de idade. De forma que, alternativa B e alternativa D podem ser consideradas corretas.
(99,87%)
• Argumento 2: Se deve reforçar ação de prevenção e promoção de saúde, logo a LETRA
C é a mais adequada.
• Argumento 3: O isolamento da alternativa correta na verdade deveria se chamar de
quarentena, já que se trata de um caso suspeito, do ponto de vista epidemiológico. Logo
a alternativa deve ser ANULADA. (0,04%)
• Argumento 4: A LETRA A é a correta já que a doença não é autóctone da região e a
questão não menciona a presença do mosquito. (0,04%)
• Argumento 5: Solicito a ANULAÇÃO da questão tendo em vista que a doença deve ser
notificada de maneira obrigatória, fazendo com que a alternativa A seja incorreta. Seu
recurso é interrompido depois desse argumento. (0,04%)

Referências utilizadas nos recursos:

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO - ATUALIZAÇÃO 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A notificação da febre amarela é compulsória e imediata, logo, todo caso
suspeito deve ser prontamente comunicado à vigilância epidemiológica e autoridades por
telefone ou e-mail.
Crianças entre 6 e 8 meses apresentam maior risco para eventos adversos pós-vacinação, e uma
avaliação criteriosa dos riscos e benefícios, de forma individualizada, deve ser realizada antes da
recomendação, levando em consideração o cenário epidemiológico. Como o objetivo do
médico, nesse caso, é evitar um surto, ou seja, ainda não há uma situação epidemiológica de
risco imediato ou de emergência, não há recomendação para a antecipação da vacina pelo
calendário vacinal e diretrizes do Ministério da Saúde - MS (lembrando que o calendário a ser
seguido é o do MS e não da Sociedade Brasileira de Pediatria).

Página 92 de 109
Crianças entre 9 meses e 5 anos de idade devem receber uma dose da vacina aos 9 meses e um
reforço aos 4 anos de idade. Pessoas entre 5 e 59 anos de idade devem receber apenas uma
dose, válida para toda a vida.
E por fim, o isolamento dos casos suspeitos no quadro agudo previne a reurbanização da febre
amarela e contribui para o controle do número de casos.
Os argumentos foram interpostos com referência no calendário vacinal proposto pela Sociedade
Brasileira de Pediatria, e não o calendário nacional de vacinação do Ministério da Saúde para o
embase da argumentação. A argumentação não é procedente.

Referências Bibliográficas:

Calendário Nacional de Vacinação – Ministério da Saúde. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-
vacinacao/calendario-vacinal-2022/anexo-calendario-de-vacinacao-da-crianca_atualizado_-
final-20-09-2022.pdf Acesso em 26 mar 2023
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de articulação
estratégica de vigilância em saúde. Guia de vigilância em saúde [recurso eletrônico] / ministério
da saúde, secretaria de vigilância em saúde. Departamento de articulação estratégica de
vigilância em saúde. – 5. Ed. Rev. E atual. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022.

Questão 87

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (9,7%): solicitam anulação considerando que a entubação orotraqueal e
sua verificação pode envolver a realização de uma radiografia de tórax, de tal forma,
alternativa A e B estariam corretas, conforme as seguintes fontes:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4510360/mod_resource/content/2/ED5%20-
%20Sondas%2C%20cateteres%20e%20outros%20aparatos.pdf
-Godoy MCB, Leitman BS, Groot PM, Vlahos I, Naidich DP. Chest Radiography in the ICU:
Part 1, Evaluation of Airway, Enteric, and Pleural Tubes. Am J Roentgenol.
2012;198(3):563-571. doi:10.2214/AJR.10.7226

Página 93 de 109
- Hunter TB, Taljanovic MS, Tsau PH, Berger WG, Standen JR. Medical Devices of the
Chest. Radiographics. 2004;24(6):1725-1746. doi:10.1148/rg.246045031
• Argumento 2 (0,008%): um participante solicita troca de gabarito para alternativa C
considerando que o quadro clínico é compatível com hemotórax cuja conduta imediata
seria a toracocentese.
• Argumento 3 (0,008%): um participante solicita anulação considerando que o
conhecimento de manejo de via aérea em contexto de trauma não é competência do
médico generalista.
• Argumento 4 (0,016%): dois candidatos solicitam anulação visto que o socorrista
treinado não deveria errar a intubação ou fazê-la de forma seletiva, devendo a questão
ser anulada considerando a múltiplas possibilidades diagnósticas para o quadro.
• Argumento 5 (0,008%): um participante solicita anulação informando que várias
alternativas estão corretas e são compatíveis com o quadro e que a letra B não é a mais
urgente.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O paciente em questão foi submetido a intubação orotraqueal na cena


do acidente e, posteriormente, transportado ao hospital. Segundo o ATLS, a primeira medida,
toda vez que o paciente for movimentado, deverá ser a reavaliação da posição do tubo por meio
da ausculta pulmonar e CO2 exalado, devido à possibilidade de mobilização do tubo com saída
dele ou seletivação da entubação. A mobilização do tubo não tem relação com treinamento do
socorrista. Em um contexto de queda de saturação e alteração da simetria dos murmúrios, em
paciente com intubação orotraqueal que foi transportado, a primeira conduta é checar o tubo
e, caso descartado seletividade, prosseguir com a investigação de outras causas conforme os
trechos a seguir “Depois de determinar a posição correta do tubo, prenda-o no lugar. Se o
paciente for movido, reavalie a colocação do tubo com ausculta de ambos os campos
pulmonares laterais para igualdade de sons respiratórios e reavaliação para CO2 exalado.” e
“Reavaliar frequentemente as vias aéreas antes da transferência e durante a transferência.”.
Portanto, sugere-se manutenção do gabarito

Referência Bibliográfica:

- Advanced Trauma Life Support® Student Course Manual. 10th edition. 2018

Página 94 de 109
Questão 88

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por considerar outras alternativas corretas – 99,3
%
• Argumento 2: Anulação da questão por considerar que pela altura média de um fogão,
a criança de 2 anos não alcançaria a panela – 0,7%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - visto que a negligência é a submissão a atos ou atitudes de omissão de


forma crônica, intencional ou não, com prejuízos à higiene, nutrição, saúde, educação, estímulo
ao desenvolvimento, proteção e afetividade da criança. O caso apresentado encaixa-se no item
de negligência física " descuido na guarda, preparo ou oferta de alimentos" que independe da
idade da criança.
Queimaduras em crianças, principalmente em lacentes e pré-escolares, caracterizam uma
negligência. Nesta faixa etária, a principal causa de queimaduras são os escaldamentos,
principalmente nas cozinhas das casas na companhia dos pais ou responsáveis
Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referência bibliográfica:

Sociedade de Pediatria de São Paulo. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de atendimento


às crianças e adolescentes vítimas de violência. Coordenação: Renata Dejtiar Waksman, Mário
Roberto Hirschheimer, Luci Pfeiffer. – 2.ed. Brasília, DF: Conselho Federal de Medicina, 2018.
Fernanda Maria Ferreira Guimarães Sulim Abramovici. Queimaduras. In: Tratado de pediatria /
organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP]: Manole, 2022. ISBN
9786555767476.

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Questão 89

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 0,015% - O participante solicita ANULAÇÃO da questão tendo em vista
que na ausência do DIU podemos pensar em malefícios e benefícios em relação ao uso
de ACOs, e pesando ambos, seria possível usá-los em paciente com câncer de mama.
Fonte: Anticoncepcional - Anticoncepcional e câncer de mama: qual é a relação?
(silviobromberg.com.br)

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A questão em si independente da patologia usada como exemplo deseja


averiguar se o candidato compreende o significado de cada categoria dos critérios de
elegibilidade da OMS ao se deparar com comorbidades de cada paciente na escolha do método
hormonal, detendo-se à categoria 4 que remete que o método não deve ser usado, pois
apresenta um risco inaceitável, informações contidas tanto em definição quanto em
exemplificação da patologia na letra C. Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da


Mulher. Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico/Secretaria de Políticas de
Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher – 4a edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002

Questão nº 90

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.

Página 96 de 109
• Argumento 1: Solicito a anulação da questão 90 uma vez que a mesma deixa margem
de interpretação que duas alternativas podem estar corretas. Considerando que na
alternativa D é colocado que a implantação de, pelo menos, 3 equipes da estratégia
saúde da família (ESF) para atenderia ao que foi perguntado no enunciado da questão.
Sendo assim caso o gestor implante 3 ou mais ESF podemos considerar sim que seriam
ações corretas a serem implantadas no município para reestruturação da APS
pretendida no município. O termo "pelo menos" usado na alternativa D deixa margem
para dúvidas na interpretação e induz o candidato, considerando ainda que a alternativa
A, dada como correta pelo gabarito oficial, cita apenas 2 critérios (demográficos e
socioeconômicos) para definição do número de Agentes Comunitários de Saúde por ESF,
uma vez que existem outros fatores muito relevantes a serem considerados como por
exemplo o índice de vulnerabilidade de cada família e/ou território, o que nos leva a
pensar que essa alternativa está incompleta e que não seria a correta. (50%)
• Argumento 2: A questão deve ser anulada tendo em vista a inexistência de resposta
correta, considerando que a alternativa apresentada como correta pela banca apresenta
a informação que definimos o número de agentes comunitários de saúde por ESF com
base em critérios demográficos... e sabemos que as ESF não são definidas por limites
demográficos e sim são formadas conforme a necessidade da população local, podendo
juntar bairros diferentes mas que tenham questões socioeconômicas parecidas
(necessidades parecidas), assim não respeitando critérios demográficos, sendo assim a
questão tendo que ser anulada por não apresentar alternativa correta. (25%)
• Argumento 3: Cada Estratégia de Saúde da família poder atender até no máximo 4000
a 4500 pessoas. E no normal de 3000 a 3500. Visto que 3000 em caso de vulnerabilidade
social e 4000 sem vulnerabilidade. O enunciado nos dava 12. 366 habitantes que
divididos por 3 ESF seriam 4.122 para cada estratégia. Logo, embora o gabarito tenha
selecionado como resposta correta a letra A peço ANULAÇÃO da questão pois sim seria
possível implantar 3 ESFs nesse local, logo a letra D também se encaixa. (25%)

Referências utilizadas nos recursos:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Política Nacional de Atenção Básica\ MS. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA - BRASÍLIA:
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012. Referência: BORGES,C; TAVARES, V. R.

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Territorialização. In: Gusso, G et al. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: princípios,
formação e prática. Porto alegre: ARTMED, 2012 p 241 – 247

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Segundo a PNAB (2017), “o número de ACS por equipe deverá ser
definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos, de acordo com definição local”, logo, a base populacional, os critérios
demográficos e socioeconômicos podem ser consultados a partir da consolidação dos dados
levantados pelo censo e, associados aos dados epidemiológicos, orientam a decisão do gestor.
O número de equipes do NASF implantadas não é baseado em critérios demográficos, e sim pelo
número de equipes de Saúde da Família a que estão vinculados, que pode variar de acordo com
a modalidade do NASF. Além disso, o papel do NASF não é o de assistência especializada focal,
por não ser um serviço de livre acesso para atendimento individual ou coletivo, devendo atuar
de forma horizontal e interdisciplinar com os outros profissionais da equipe de Saúde da Família,
no sentido de aumentar a resolutividade dos problemas da população adstrita.
O censo demográfico não avalia as condições de saúde bucal da população brasileira e, segundo
a PNAB 2017, a equipe de Saúde Bucal é uma “modalidade que pode compor as equipes que
atuam na atenção básica”, mas não há definição de parâmetros precisos para sua implantação.
E por fim, segundo a PNAB (2017), a “população adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e
de Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do seu território,
garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica”, ou seja, para uma população de
aproximadamente 13.600 habitantes, seriam necessárias, pelo menos, 4 equipes de Saúde da
Família para atender a essa distribuição, sem exceder o máximo recomendado de pessoas
adscritas, podendo chegar até a 6 equipes.

A maior parte dos argumentos se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do candidato,
ou foram interpostos sem a apresentação da argumentação ou da referência que a embasa.
Os que foram interpostos com referência de embase para a argumentação, apresentam viés de
interpretação da questão e da própria referência apresentada. Sendo assim, os argumentos não
são procedentes.
Referências Bibliográficas:

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Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política
Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da
Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF: Ministério da Saúde,
2017. Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/index.php/legislacoes/gabinete -do- -
ministro/16247-portaria-n-2-436-de-21-de-setembro-de-2017.
IBGE, 2022. Questionário básico completo. Cd 2022. Disponível em:
https://censo2022.ibge.gov.br/np_download/censo2022/questionario_basico_completo_cd20
22_atualizado.pdf.

Questão 92

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: ALTERAR GABARITO - OPÇÃO D.

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (16,81%): solicitado anulação considerando que segundo a Diretriz
Brasileira intitulada “Ação Programática no Câncer Colorretal” os pacientes entre 50 e
75 anos são classificados como risco moderado.
• Argumento 2 (1,3%): solicitado a troca do gabarito para letra D frente a argumentação
acima e que o método de rastreio pelo Ministério da Saúde é o sangue oculto nas fezes.

Manifestação da Banca

ACATAR PARCIALMENTE - Conforme argumentação acima, segundo as diretrizes


brasileiras, os pacientes entre 50 e 75 anos encontram-se no grupo de médio risco (paciente da
questão apresenta 53 anos) conforme tabela abaixo

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Segundo a diretriz Ação Programática no Câncer Colorretal, evidencia-se: "Os pacientes com
indicação para rastreamento do Câncer Colorretal são os considerados de risco moderado.
Nestes, está indicada a realização de Pesquisa de Sangue Oculto nas fezes anualmente (Método
Imunoquímico – FIT), além de avaliação clínica com questionário específico sobre sintomas
intestinais. Sintomas e sinais sugestivos de Neoplasia Colorretal serão reforçados junto a equipe
de Médicos de Família e Comunidade (ALTERAÇÃO DO RITMO INTESTINAL, HEMATOQUEZIA,
PERDA DE PESO, ANEMIA SEM CAUSA ESCLARECIDA, TUMOR ABDOMINAL PALPÁVEL)13 com o
objetivo de detectar precocemente a doença.”
Bem como os pólipos hiperplásicos são conhecidos por não terem potencial maligno. Portanto,
sugere-se a troca do gabarito para letra D.

Referências Bibliográficas:

- Ação Programática no Câncer Colorretal - Prevenção e Rastreamento - Portaria SES-DF Nº 1123


de 05.11.2021, publicada no DODF Nº 215 de 18.11.2021
-https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/intestino/versao-para-profissionais-de-
saude
- Torres Neto J da R, Arcieri JS, Teixeira FR. Aspectos epidemiológicos dos pólipos e lesões plano-
elevadas colorretais. Rev bras colo-proctol [Internet]. 2010Oct;30(Rev bras. colo-proctol., 2010
30(4)):419–29.
- Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Detecção precoce do câncer /
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro : INCA, 2021.

Questão 93

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão sem argumentação- 0,1%
• Argumento 2: Anulação da questão por não ter informações suficientes sobre o
número de socorristas- 99,9 %

Manifestação da Banca

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NÃO ACATAR - visto que em ambiente intra-hospitalar o atendimento é feito em equipe
- com mais de um socorrista.
A argumentação dos candidatos não tem relação com a interpretação do enunciado da questão,
com o comando da mesma e com as alternativas apresentadas, seja a alternativa correta ou as
alternativas com os distratores. Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referência bibliográfica:

AHA. Manual do Aluno Suporte Avançado de Vida em Pediatria (PALS / SAVP) em português -
Diretrizes AHA 2020

Questão 94

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 0,031% - Os participantes argumentam que pela clínica de uma paciente
com descompressão brusca, taquicardia e hipotensão, há, por necessidade, uma
gravidez ectópica ROTA, ou, pelo menos, uma ROTURA tubária. Nenhuma das opções
são contempladas pelas alternativas e, portanto, os participantes pedem anulação.
● Argumento 2: 0,031% - De maneira similar, esses participantes destacam a instabilidade
hemodinâmica da paciente para apontar que o diagnóstico de gravidez ectópica é uma
descrição insuficiente para a paciente, tendo vista que ela apresenta um abdome agudo
hemorrágico. Pedem pela ANULAÇÃO da questão.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A questão traz uma paciente com amenorreia secundária a esclarecer
com histórico de evitar gestação com método de barreira irregular com dor em FIE com sinais
de hipotensão e taquicardia, afebril, sem leucorreia patológica, sem dor à mobilização do colo,
com discreto sangramento vaginal em OCE ao exame especular. Desse modo, era esperado do
candidato descartar a causa mais comum de amenorreia secundária para a idade da paciente

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uma gestação com provável foco ectópico roto pelas queixas e exame clínico contemplados
plenamente na letra A. Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. Brady PC. New Evidence to Guide Ectopic Pregnancy Diagnosis and Management. Obstet
Gynecol Surv. 2017; 72(10):618-25.

Questão nº 95

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Segundo a Resolução CFM nº 2314/2022 considerando o Código de Ética
Médica vigente que as informações sobre o paciente identificado só pode ser
transmitidas a outro profissional com prévia permissão do paciente, mediante livre e
esclarecido e com protocolos de segurança capazes de garantir a confidencialidade e
integralidade das informações. O médico deve buscar capacitação no uso das
tecnologias digitais de informação e de comunicação, telepropedêutica e bioética digital
que define e regulamenta o ato profissional médico. No uso do método telemedicina
os princípios da autonomia pela ação interpessoal entre médico e paciente são
fundamentais para a segurança e responsabilidade do ato médico, mas não deve
substituir o atendimento presencial os mesmos problemas éticos que podem ser
encontrados no atendimento pessoal estão presentes na telemedicina. A pandemia da
covid-19 trouxe a liberação da telemedicina no Brasil pelo governo durante a crise
sanitária prevista no texto da lei federal em caráter excepcional e transitório, porém não
foram criadas limitações de segurança ao seu uso e a falta de uma regulamentação
adequada mostrou fragilidades em, por si só, garantir os princípios da ética médica
obrigatórios ao exercício da medicina assim como a segurança dos pacientes além da
privacidade, confidencialidade, integralidade de seus dados. Solicito anulação. (76,19%)
• Argumento 2: A única diferença entre a LETRA A e a LETRA C é basicamente o uso de
“grupo recreativo” na alternativa A, e, portanto, ambas dizem em essência a mesma
coisa. Solicito anulação da questão. (14,28%)

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• Argumento 3: Todas as alternativas falham em serem corretas pois não levam em conta
que a resolução no 2.314 do CFM esclarece que o grupo pode ser composto também
por acadêmicos de Medicina. As alternativas estabelecem uma exclusividade quanto
aos grupos sempre compostos apenas por médicos com registro em conselhos de
Medicina. (9,5%)

Referências utilizadas nos recursos:

Resolução CFM nº 2.324, de 14 de outubro de


2022file:///D:/Downloads/Questao%2095%20recurso.pdf

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Para a discussão de casos clínicos, o grupo de aplicativo de troca de


mensagens deverá ter essa finalidade, não podendo haver troca de informações de pacientes
em grupos recreativos, ainda que estes últimos sejam formados apenas por médicos.
A comunicação de informações de casos clínicos em aplicativos de troca de mensagens pode ser
realizada entre médicos e seus pacientes, assim como entre médicos e médicos, em caráter
privativo, não precisando de prévia autorização do paciente para que as informações sejam
trocadas em grupos cuja finalidade seja a discussão de casos clínicos.
Os argumentos se baseiam em opinião pessoal ou na prática clínica do candidato.
O que foi interposto com referência de embase para a argumentação, apresenta a Resolução
sobre Canabidiol e não sobre o tema em tela.

Segundo o parecer nº 14/2017 do CFM, “é permitido o uso do Whatsapp e plataformas


similares para comunicação entre médicos e seus pacientes, bem como entre médicos e
médicos, em caráter privativo, para enviar dados ou tirar dúvidas, (...) com a ressalva de que
todas as informações passadas tem absoluto caráter confidencial e não podem extrapolar
os limites do próprio grupo, nem tampouco podem circular em grupos recreativos, mesmo
que composto apenas por médicos”. Sendo assim, o caso poderá ser discutido em um grupo
formado apenas por médicos, desde que a função do grupo seja a de discussão de casos clínicos.
E por fim, os grupos de aplicativos de troca de mensagens, com a finalidade de discussão de
casos clínicos, deverão ser formados, exclusivamente, por médicos registrados nos Conselhos
de Medicina. Sendo assim, os argumentos não são procedentes.

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Referências Bibliográficas:

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Processo-consulta CFM nº50/2016 – Parecer CFM


nº14/2017. Disponível em:
https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2017/14.

Questão 97

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1 (12,71%): solicitado anulação ou considerar também a letra D.
Consideram a pancreatite aguda como diagnóstico, porém pontuam o fato de a amilase
não estar aumentada 3x acima do limite superior da normalidade, conforme os critérios
de Atlanta. Ademais, citam também a hiperlactatemia e acidose metabólica, sugerindo
que possa ser compatível com um abdômen agudo isquêmico. Conforme o Manual do
Médico-Residente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, cap.
abdome agudo vascular, pág. 157, o cirurgião deve sempre pensar na possibilidade de
infarto intestinal em população de risco com dor abdominal significativa. Alguns
afirmam não haver compatibilidade do quadro de pancreatite, tanto pela clínica, como
pelo laboratório.
• Argumento 2 (0,008%): solicita troca para letra A utilizando a argumentação acima.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - Nos casos de isquemia mesentérica aguda (IMA) a dor geralmente é
súbita e desproporcional em relação aos outros achados, geralmente com identificação de
alguma fonte embólica. Não há exames laboratoriais específicos para isquemia mesentérica
aguda, contudo, a hemoconcentração, acidose lática e/ou D-dímero positivo na vigência de dor
abdominal intensa desproporcional ao exame físico, pode sugerir IMA. Não há referência na
questão de a dor abdominal ser desproporcional ao exame físico, fato inferido pelos candidatos,

Página 104 de 109


mas que não consta na questão. Além disso não há descrição de fatores que levam à lesão
endotelial vascular, trombofilias e estase sanguínea.
Não há também fatores que levem a considerar a hipótese de abdome agudo perfurativo devido
ausência de irritação peritoneal e dor em crescendo.
A pancreatite aguda é caracterizada por um quadro inflamatório com dor em andar superior do
abdome, por vezes descrita como dor em barra com irradiação para o dorso, estando associados
outros sintomas como náuseas e vômitos, porém possui amplo espectro de manifestações,
podendo variar de um simples desconforto abdominal até um quadro sistêmico grave. Segundo
a Associação Americana de Gastroenterologia “O diagnóstico de pancreatite aguda requer pelo
menos 2 das seguintes características: dor abdominal característica; evidência bioquímica de
pancreatite (ou seja, amilase ou lipase elevada > 3 vezes o limite superior do normal); e/ou
evidência radiográfica de pancreatite em imagens transversais”. No caso em questão, o paciente
apresenta o quadro de dor aguda e súbita, icterícia e um dado importante nos antecedentes que
é o etilismo (2 doses de destilado/dia), levando à hipótese de pancreatite aguda de provável
etiologia alcoólica. Ademais, pacientes etilistas crônicos frequentemente tem pancreatite
crônica que evolui com agudização, de tal forma, devido a lesão pancreática já existente, os
níveis de amilase e lipase não serão tão elevados quanto no caso de paciente sem lesão prévia,
devendo-se ter alta suspeição do quadro mesmo que os valores não preencham os critérios.
Portanto, ao solicitar a principal hipótese diagnóstica, temos a pancreatite aguda como melhor
resposta. Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referências Bibliográficas:

- Cardo, CM et al. Trombose mesentérica: aspectos clínicos e manejo terapêutico. Brazilian


Journal of Development, Curitiba, v.9, n.1, p. 625-640, jan., 2023.
- Pacheco RC, Oliveira LCM de. Relação lipase/amilase nas pancreatites agudas de causa biliar e
nas pancreatites agudas/crônicas agudizadas de causa alcoólica. Arq Gastroenterol [Internet].
2007Jan;44(Arq. Gastroenterol., 2007 44(1)):35–8.
- Crockett, SD. Wani, S. Gardner, TB. Falck-Ytter, Y. Barkun, AN. American Gastroenterological
Association Institute Guideline on Initial Management of Acute Pancreatitis. Gastroenterology
2018; 154:1096–1101.
- Okabayashi, NYT. Casaca, MCG. Rodrigues, MVR. Martins, EP. Pancreatite aguda grave:
Diagnóstico e tratamento. Braz. J. Hea. Rev, Curitiba, v. 3, n. 6, p. 17487-17506, nov./dez. 2020.

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Questão 98

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Anulação da questão por necessitar de conhecimento específico - 50%
• Argumento 2: Anulação da questão por considerar duas alternativas corretas -
50%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - visto que o acompanhamento do desenvolvimento das crianças


portadoras da Síndrome de Down segue as curvas específicas de desenvolvimento de zero a 2
anos (Mustacchi, Z) e o peso corporal não pode ser utilizado como um dos marcadores diretos
da massa proteica e reservas de energia.
A solicitação dos requerentes de que a questão se remeteria a um conhecimento específico, de
pediatria, não se aplica, uma vez que o tema está previsto na ementa do edital do Revalida.
As curvas de crescimento recomendadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pelo
Ministério da Saúde do Brasil (MS) são da OMS (2006-2007), disponibilizadas em escore Z e/ou
em percentil, que podem ser encontradas no site:https://www.sbp.com.br/departamentos-
cientificos/endocrinologia/graficos-de crescimento/.
Além das curvas padrões da OMS, existem também gráficos para populações especiais como as
do CDC e do Brasil para síndrome de Down, uma curva para os portadores de síndrome de Turner
e as de Fenton, e de Inter-Growth para prematuros.
Portanto, sugere-se manutenção do gabarito.

Referência bibliográfica:

Tratado de pediatria – Sociedade Brasileira de Pediatria – 4ª edição. Manole, 2017.


Samir Buainain Kassar. Vigilância do crescimento. In: Tratado de pediatria / organização
Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP]: Manole, 2022. ISBN 9786555767476.

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Questão 99

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


● Argumento 1: 0,015% - O participante afirmou que a questão é subjetiva e que deu a
entender que os exames tinham sido contaminados e os resultados errados.
● Argumento 2: 0,031% - Os participantes solicitam ANULAÇÃO da questão,
argumentando que a solicitação da colposcopia deve ser feita via SISREG, com a
paciente comparecendo pessoalmente para tanto, e que portanto o médico não pode
simplesmente solicitar à paciente a procurar a atenção secundária.

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - A conduta diante de um resultado de lesão intraepitelial de alto grau é


encaminhar para a realização de colposcopia que é feito em contexto de atenção secundária,
resposta contemplada em item C. Portanto, o gabarito preliminar será mantido.

Referências bibliográficas:

1. BRASIL. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero / Instituto


Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância.
Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – 2. ed. rev. atual. – Rio de
Janeiro: INCA, 2016.

Questão nº 100

SUGESTÃO DE GABARITO DEFINITIVO: MANTER O GABARITO PRELIMINAR

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes.


• Argumento 1: Solicito a anulação da questão 100, uma vez que existem duas respostas
corretas. O enunciado traz o clássico modelo de Dahlgren e Whitehead, que fala sobre

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os determinantes sociais de saúde, e solicita a alternativa correta. O gabarito preliminar
informa a alternativa D como a correta, no entanto, a alternativa C também está correta
pois, de fato, todos os fatores citados são importantes, uma vez que todos estão na
imagem trazida pela própria questão. Ainda, embora saibamos que existe uma
hierarquia entre os fatores, Rouquayrol e colaboradores e o próprio relatório da
Comissão Nacional de Determinantes Sociais pontuam sobre as particularidades do
processo de determinação da doença em território brasileiro, uma vez que os fatores
socioeconômicos podem ser tão ou até mais importantes que aqueles ditos biológicos
ou proximais. Nesse sentido, como a questão pergunta o que os profissionais da ESF
deveriam saber para que consigam organizar o processo de trabalho, está correto
afirmar que devem ¿considerar que os fatores hereditários; estilo de vida; condições
socioeconômicas, culturais e ambientais gerais, são os fatores mais importantes para a
determinação das suas ações¿, conforme descrito na alternativa C e em ampla literatura
brasileira. (99,69%)
• Argumento 2: A banca examinadora determinou a letra D como correta, porém, a
alternativa C igualmente está correta. A questão questiona o que os profissionais da ESF
deveriam saber para que consigam organizar o processo de trabalho, está correto
afirmar que devem considerar que os fatores hereditários; estilo de vida; condições
socioeconômicas, culturais e ambientais gerais, são os fatores mais importantes para a
determinação das suas ações, conforme descrito na alternativa C e em ampla literatura
brasileira. Sendo assim, a alternativa D não responde à pergunta do enunciado, apenas
descreve o modelo, por tanto, solicito a ANULAÇÃO da questão Solicito anulação pois
a letra D não responde a pergunta do enunciado referente ao planejamento da ESF, e
apenas na verdade descreve o modelo. (0,21%)

Referências utilizadas nos recursos:

Rouquayrol MZ e colaboradores. Epidemiologia & Saúde, 8ª edição, 2017

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR - O modelo de Dahlgren e Whitehead dispõe os DSS em diferentes


camadas, segundo seu nível de abrangência, desde uma camada mais próxima aos
determinantes individuais até a camada mais distal, em que se situam os macrodeterminantes.

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Os indivíduos, com suas características individuais de idade, sexo e fatores genéticos, que
exercem influência sobre o seu potencial e suas condições de saúde, estão na base do modelo
(determinantes proximais).
Em seguida, em uma camada subjacente, estão o comportamento e os estilos de vida
individuais, situados no limiar entre os fatores individuais e os DSS. Na camada seguinte,
encontram-se os fatores relacionados às condições de vida e de trabalho (determinantes
intermediários), e a disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes saudáveis e serviços
essenciais, como saúde e educação, indicando que as pessoas em desvantagem social
apresentam diferenciais de exposição e de vulnerabilidade aos riscos à saúde. Por fim, o último
nível apresenta aqueles que são considerados os macrodeterminantes, que possuem grande
influência sobre as demais camadas e estão relacionados às condições socioeconômicas,
culturais e ambientais da sociedade, incluindo também determinantes supranacionais, como o
modo de produção e consumo de uma cidade, Estado ou país e o processo de globalização.
Assim sendo, os fatores hereditários; estilo de vida; condições socioeconômicas, culturais e
ambientais gerais, são os fatores importantes, mas não os mais importantes para a
determinação das ações.
Os argumentos se baseiam em opinião pessoal ou na prática clínica do candidato.
O que foi interposto com referência de embase para a argumentação, apresentam viés de
interpretação da questão. Sendo assim, os argumentos não são procedentes.

Referências Bibliográficas:

SOBRAL, André; FREITAS, Carlos Machado de. Modelo de Organização de Indicadores para
Operacionalização dos Determinantes Socioambientais da Saúde. Saúde Sociedade. São Paulo,
v.19, n.1, p.35-47, 2010.

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