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MODERNA I – TEORIA DA NATUREZA DO ESTADO ABSOLUTISTA

A) Estado burguês – Poulantza


B) Estado Feudal – P. Anderson, Dobb
C) Estado neutro – Engels, Sweezy
D) Estado de transição – Falcon

 Observações sobre a explicação esquemática de aliança entre Rei e burguesia.

I) Monarquia absolutista  Forma clássica do Estado Moderno.


Predomínio: séc.XVII e XVIII – estruturação típica das instituições políticas européias neste
período.

II) Falcon – (era Pombalina)


A) Caráter do estado Moderno:
1º) Não é possível reduzi-lo a definição única e excludente (feudal ou capitalista)
2º) nem tampouco de caráter neutro.

Para Falcon: a resposta deverá ser tentada em função da analise do regime político que
caracteriza a maioria dos estados modernos = Monarquia Absoluta.
Para Falcon: o processo básico para esta analise é o da transição  2 fatos
Diacronia entre o nível econômico e político (sem correspondência)
Papel determinante desempenhado pelo político.

B) A determinação do caratê do Estado Moderno, não pode utilizar como critério de


referência:
 Origem desse tipo de Estado
 As origens sociais dos agentes do Rei

1.Porque não apenas a burguesia,mas também setores aristocráticos e até mesmos populares,
apoiaram o processo de centralização e fortalecimento do poder real, e até ao contrário,
setores burgueses, em alguns casos, foram á resistência.
2.Porque seria o mesmo que admitir que o Estado é um somatório de vontades individuais que
determinam em função da situação de classe de sés integrantes, é inútil esta explicação
porque:
 Os monarcas e a maioria dos ministros são aristocratas.
 O monarca é um “senhor feudal”, o mais poderoso deles.
 O possível apoio entre o burguês e o monarca não explica o tipo de Estado.
 Procurar no econômico a explicação é condenável. (p.35)

Para Falcon a situação do problema: é importante considerar em cada período, em cada


conjunto, as características, objetivos e relações das classes ou frações de classes qe
integram o bloco no poder.

 Considerações sobre o Estado Neutro:

P. Anderson – Classe dominante: econômica e politicamente: durante a fase inicial da


Idade Moderna era a mesma da fase medieval  Aristocracia Feudal.
Mesmo passando pó “profundas metamorfoses” nos séculos seguintes ao fim da Idade
Moderna, “nunca foi desalojada do poder político.”.
“ O absolutismo era um aparelho de dominação feudal recolocado e forçado(...)”

FALCON – não é capitalista. Mesmo apoiando a burguesia.


Vantagem para o burguês: o apoio do Estado contra rivais internos e externos.
O Estado com sua política do mercado interno e possibilidade de conquistar mercados
externos novos, os coloniais principais.
– O apoio ao capitalismo comercial e mesmo as empresas capitalistas nascentes não se opõe
à defesa daqueles interesses senhoriais em amplos setores da economia e mesmo a nível
político
Para compensar o declínio das rendas feudais da aristocracia, é necessária que se estimulem
as atividades produtivas em geral e aquela revolta para a comercialização dos produtos,
incluindo o capital industrial que depois ira se opor a mesma ordem social.
A burguesia comercial é o que se alia ao Estado Absolutista, que as suas práticas
mercantilistas ira lhe beneficiarem.
No entanto, a burguesia industrial (verd. Capitalista) se choca com a burguesia comercial e
rejeita depois de certo tempo o intervencionismo, e defende o liberalismo econômico.

MONARQUIAS ABSOLUTISTAS

Estado neutro : onde existe equilíbrio de classes:burguesia e nobreza

Paul Sweezy  Utilizando-se de textos de Engels.

 varias classes dominantes , com diferentes formas de propriedade  equilib.=> poder estatal
mediados ,ganha independência delas
C.Hill se opõe a esta idéia de que “na Inglaterra do séc. XVI e XVII havia certo equilíbrio de
forças de classes em oposição, com o resultado de que “varias” classes compartilham e
disputavam o poder.”.
Para Hill o texto de Engels foi usado indevidamente  fora de contexto.
No Anti-dühring, Engels expõe melhor o trecho conciso usado por Sweezy., onde fica claro que
a evolução nas condições econômicas da sociedade nos séc. XV e XVI não foi seguida por
nenhuma alteração correspondente imediata na sua estrutura política.
Para Engels: a ordem estatal permanecia feudal enquanto a sociedade se torna cada vez mais
burguesa.
 Excepcionalidade do equilíbrio citado por Engels, se da por períodos, e não pode ser
generalizado e aplicado a todos os Estados Absolutistas, e ao longo de vários séculos.
 Hill diz que Sweezy, tal como outros, se evitam a chamar Monarquia Absoluta de Estado
Feudal é porque entre outras confusões: equiparam Estado Feudal um Estado onde predomine
a servidão e não observavam que*:(vide abaixo, e em Hill pgs: 121-122, ou na defesa do
estado Feudal).

*O fim da servidão econômica não quer dizer fim da servidão pessoal – Dobb

Estado-capitalista:

Identifica o Absolutismo como um possuidor de um caráter burguês


 seus defensores: N. Poulantzas => grande importância ao desenvolvimento de uma
economia mercantil e manufaturada .
 acreditando que uma vez perdido o poder econômico de nobreza => perda do poder político.
esquecem que as relações sociais continuam essencialmente feudais. Mesmos com o
desenvolvimento mercantil e manufaturado do período.
 Dobb, combateu a expressão capitalismo mercantil  esfera de circulação como não
adequado para definir M.P. em si.
 Quanto ao M.P. dominante na época.
Dobb  concorda com Sweezy que seja a sociedade européia do séc. XIV e XIV complexa
formação histórica e em fase de transição => no sentido de que antigas formas econômicas
estão se desintegrando enquanto novas emergem. No entanto, essa fase de transição não se
constituiu em M.P. sui generis, nem em fase histórica distinta ou era intermediaria entre F. e C.
Tudo que indica é que: o novo surgiu do velho.
Emergência e desenvolvimento de formas capitalista dentro da estrutura do MPF em
sobrevivência.

Falcon nega o estado capitalista.

Outra critica feita por Dobb na réplica à Sweezy  Se a classe dominante fosse burguesa como
explica as revoluções burguesas do séc. XVII e XVIII.

Para Dobb (p.62) – Se a classe dominante é feudal  Estado feudal  instrumento político do
poder da classe dominante. (vide P. Anderson, p. 18).

(p.62) A classe dominante (feudal) – terá que depender sua renda de remanescentes
métodos dos métodos feudais de exploração do pequeno modo de produção. já que o
comercio ocupava lugar preponderante na economia e a classe dominante dele se interessava
a exploração feudal não era a mesma de séculos anteriores, não se encontrava,se não
raramente,a forma de prestação direta de serviços  a exploração feudal na época e que o
poder estatal estava centralizado era em geral a forma : renda e dinheiro.

Se havia restrição política e pressões do costume senhorial dominando as relações


econômicas.

E não havia  mercado livre de terras e nem mobilidade de trabalho livre  não podia dizer que
a forma desta exploração já não apresentava características feudais – embora em
desintegração.

Imp Dobb  Se o M.P. dominante num determinado pais foi o m. feudal isto não que dizer que
tal predominância excluía a presença no seio do velho modo, de forma ou germes
capitalistas no interior do antigo M.P.

Estado Absolutista  feudal


Sendo o Absolutismo uma forma de estado feudal e que este só foi superado pelas
Revoluções Burguesas.

P. Anderson : a classe dominante : aristocracia feudal.


 O absolutismo era essncial mente : aparelho de dominação feudal  sujeitas as massas
camponsas a sua posição social tradicional.
 O Estado absolutista nuca foi um árbitro entre nobreza e burguesia, nem um instrumento
da burguesia nascente contra a aristrocacia  era a nova carapaça política de uma nobreza
atemorizada.

Hill e Dobb: também acreditam nesta natureza feudal.

Hill: Para aqueles que equiparam Estado feudal a um Estado que predomine a servidão. Dobb
refuta essa equiparação:
 a emancipação parcial do pequeno modo de produção( o produtor possui os meios de
produção – unidade de produção individual) não muda por si mesma, a base econômica da
sociedade nem a superestrutura política,embora prepare as condições para o
desenvolvimento do capitalismo
se feudalismo tivesse sido abolido com a servidão  França não seria em 1788 um Estado
feudal ao qual  a Revolução burguesa derrubar.
 P. Anderson – o fim da servidão não significou ai o desaparecimento das relações feudais
no campo.

FALCON –o caráter do Estado Moderno deve ser procurado em “função da analise do regime
político que caracterizou a maioria do Estado Moderno: monarquia Absoluta.

Hill A nação de que um estado Feudal deve ser descentralizado,não procede, foi em
decorrência da crise geral da sociedade feudal que levou a classe dominante feudal, maados
do séc.XIV, a fortalecer o poder estatal central para :
 reprimir os camponeses revoltados
 Controlar os mov.de F.T. por meios de prescrições nac.

Monarquia Absoluta foi uma forma de monarquia feudal, diferente das monarquias das
propriedades feudais anteriores.

Estado capitalista – Poulantzas

 caráter burguês  graças a burguesia que os príncipes puderam vencer a opsição dos
senhores feudais.
O defasamento cronolog. Entre Estado Absolutista e a instância econômica explicados pó:
função do Estado na A.P.C.

Função do Estado Absolutista:


– expropriação dos pequenos proprietários fiscalização
– fiscalização
– fornecimento
– ataque ao poder senhorial
– ruptura das barreiras comerciais no interior do território nacional

Para Poulantzas  só podem ser preenchidas por um Estado de caráter capitalista.


 Seria através das instituições ”nacional-populares” que lhe permitiam funcionar contra os
interesses da nobreza, quando ainda não podia apoiar claramente na burguesia.
 a “força” desempenhada pelo Estado absolutista à força da burguesia nacional se explca
como intervenção do Estado Absolutista de transição.
A transição atribui ao estado Absolutista funções que só podiam ser preenchidas por um
Estado com caráter capitalista.

Estado Absolutista – P. Anderson

Como explica a introdução Exercito regulares


Burocracia permanente característica capitalista
Sistema tributário nacional
primórdio de um merc. Unif.

Coincidindo com o desaparecimento da servidão


Não => em fim das relações feudais no campo
 Enquanto o trabalho não foi separado se suas condições sociais de existência para se
transformar em “força de trabalho” – as RP rurais continuara feudais .(p.17)
O capital
Marx  a transformação de Renda em trabalho em renda espécie não altera
fundamentalmente a natureza da renda fundiária.

 As alterações na forma de exploração feudal (decorrente da crise do séc. XIV e XV )


modificaram as formas do Estado  o absolutismo  instrumento de dominação feudal
recolocado e forçado (p.18) que se destinava a sujeitar as massas camponesas à sua
posição social tradicional
 O absolutismo nunca foi um árbitro entre aristocracia e burguesia, nem instrumento da
burguesia nascente contra aristrocacia.
A nova forma de poder da nobreza : determinada pela difusão da produção e troca de
mercadorias

Althusser : “O regime político da monarquia absoluta é apenas a nova forma política


necessário a manutenção da dominação e da exploração feudais, no período de
desenvolvimento de uma economia de mercado”

Hill: monarquia absoluta forma de monaquia feudal diferente das monarquias medievais.
 uma vez que a comutação => transf. Renda monetária => a unidade celular d operação
política e econômica do campesinato foi debilitada  o poder de classe dos senhores feudais
em risco com o gradual desaparecimento da servidão.
Resultado => deslocamento da coerção político-legal em sentido ascendente em direção à
cúpula centralizada e militares– O estado absoluto .

 os antagonismo entre aristrocacia e burguesia mercantil (p.20/21)


 A vitalidade econômica das cidades atuava diretamente na luta entre nobreza e campesinato
=> bloqueava a solução regressivas dos nobres.

Direito Romano – Arma intelectual para a integração territorial e centralismo administrativo.

Pontos econômicos  propiciaram a expressão do livre k na cidade e no campo => concepção


de propriedade privada absoluta e incondicional.

Política  Exigências constitucionais dos Estados feudais reorganizados => direito feudal 
relação entre Estado e súdito.
A modernização jurídica => reforço da dominação da classe feudal
 As estruturas das monarquias absolutas que se apresentam superficialmente modernas, são
frequentemente subterrneant arcaicas.(p.29)
Exército : diferente característica tanto na forma quanto na função que o distingue de um
exercito moderno do Estado Capitalista.
 visto como função : meio rápido de expansão da extração de excedente ao alcance de
qualquer classe dominante sob o feudalismo a guerra.
 Sistema fiscal e burocrat. Civil – tratada como prpiedade vendável a idividuos privados a
nobreza se integra ao Estado Absolutista no ocidente adquirindo cargos públicos => resssarci
seus gastos com abusos de privilégios e corrupção.
Mercantilismo : Função econômica do absolutismo ( sistema tributário funcionalismo)
 Representa as concepções de uma classe dominante feudal que se adaptava a um mercado
integrado... (p.36).
 Ampliado e reorganizado o Estado feudal Absolutista era: profundamente sobredeterminado
pela expansão do capitalismo no seio de suas formações sociais – as estruturas do Estado
absolutista revelam a influencia à distancia da nova economia .
O paradoxo aparente : Proteção da propriedade e dos privilégios aristocráticos
Meios através dos quais esta proteção – simuntaneam –
Assegurava os interesses básicos das classes burguesas
emergentes
O estado absolutista – cumpriu certas funções parciais na A.P. necessária para o triunfo
ulterior do M.P.C.
 Razões para o papel dual :
 o k. Merc. e manuf. Não se a assentava na produção de massas (característica da industria
mecanizada )
 não exigiam, por si, uma ruptura radical com a ordem agrária feudal, que ainda englobava a
ampla maioria da população.
Ou seja: Podia se desenvolver dentro dos limites estabelecidos no quadro do feudalismo
“reorganizado”  não quer dizer que o faziam em toda parte.
Razo~es do papel dual – P. Anderson
Na competição internacional das varias nobrezas => estado de guerra  era importante o
volume do setor de mercadoria em patrimônio nacional => importante para sua força militar e
política relat.
Assim toda monarquia tinha interesse em concentrar tesouros e incentivar comercio sob sua
bandeira, na luta contra os rivais.
 A centralização econômica , r protecionismo, expansão marítima :(p.40)
Engrandeceram o Estado feudal, ao mesmo tempo em que beneficiaram a burguesia
emergente.
A. Expandir os rendimentos tributários
B. Oportunidades comerciais
O mercantilismo  Expressão Eloqüente desta coincidência provisória de interesses
Importante: O caráter feudal do estado absolutista acabava constantemente por frustrar
ou falsificar as suas promessas ao K
– O domínio do Estado Absolutista era o da nobreza feudal, na época transição do K , o fim
do domínio assinalaria a crise do poder de sua classe : o advento das Revoluções burguesas
e emergências do capitalismo.

A explicação esquemática entre Rei/Burguesia (Ocidente)


 A burguesia e a nobreza nem sempre se opunham  burguesia se nobilitava e a nobreza se
aburguesava (Inglaterra)
A aliança entre rei e burguesia não era irrestrita.
 O rei se via obrigado a buscar apoio dos nobres, em muitos casos de guerra
 Os privilégios dos nobres assim se reafirmavam
 a nobreza se reservava altos cargos políticos, diplomáticos
 A nobreza foi isenta de pagamento de impostos

Se ate a Renascença as relações entre monarquia /nobreza se manteve estável


 Quando a depressão demográfica e agrária veio  as guerras de expansão  coação fiscal
das massas
Ao mesmo tempo  venda de cargos públicos e honrarias => expediente financeiro
Fundamental para as manufaturas => integração de números crescente de burgueses nas
fileiras de funcion. do Estados  absolutismo mais brando e mais avançado

Oriente  Sem uma burguesia urbana para infletir o caráter do estado Absolutista, este não
tinha a temperá-lo um setor mercantil.
– habitante das cidades eram também servos
– O fenômeno da venda de cargos era impraticável  princípios rigorosamente feudais irão
presidir à construção da monarquia do Estado nobreza de serviço
– Na Rússia a classe dos junkers
– Na Áustria, não havia entrosamento tão rigorosos entre o aparelho do Estado Absolutista e a
aristrocacia – difícil e incompleto a criação da nobreza de serviço.
– Rússia – princípios da nobreza de serviços mais longes que os de Prússia.
DESPOTAS ESCLARECIDOS OU ABSOLUTISMO ILUSTRADO

 FALCON, Princípios – Ática

– Visão dos livros didáticos – Reforma do Estado pelo outro Estado


– Visão dos historiadores – que chamam de Absolutismo Ilustrado.

 Diferença entre monarquia absoluta e despotismo.


Para alguns em 1955:  sem diferença qualitativa entre os que os déspotas esclarecidos
fizeram de seus antecessores, ou seja, sem novidades grandes.

–Recentemente: a realidade do despotismo à época do iluminismo pode ser compreendida


como resultado do encontro de uma política com uma filosofia. (p.8)
– Definição – nenhuma é satisfatória
– função: estudar as relações especificas entre o Estado Absolutista e a ideologia política
ilustrada, em nível das idéias a das praticas.
– não confundir: segundo W.Naef.

Ilustração política
– abrangência mais cronológica e geográfica, séc.XVII e XVIII e estende-se a Inglaterra,
França e América do Norte. (ou seja, onde não houve absolutismo ilustrado)
– conceito : “Manifestações do pensamento político e social mais significativas e permanentes
associadas a época do iluminismo.” (p.11)

Absolutismo Ilustrado
– conceito: corresponde ao “despotismo esclarecido” – “à concepção do estado que se
expressa através das formas assumidas pelos governos ilustrados, entendidas esta ultima
como conseqüência das idéias filosóficas do Iluminismo.”.
– se aplica a breve período e a alguns estados europeus, exemplos típicos, Prússia , Áustria e
os paises Ibéricos – e pouco representativo a Rússia.
– Principal mudança deste para o Absolutismo clássico: na teoria política
 “redefinição da natureza do poder do príncipe, ficando intacto o estado em si.” (p.14)
– modificação dos métodos e objetivos da ação do estado através da ampliação da esfera da
governabilidade, que a

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