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CONCEITO

Coerência se trata de quando um conjunto de ideias apresenta uniformidade e nexo,


deixando de maneira clara quais são os argumentos oferecidos. Sendo necessário
apresenta uma sequência que dê um sentido geral e logico ao receptor, de forma que não
haja contradições ou dúvidas acerca do assunto.
Para que um texto seja coerente, é essencial que possua elementos que conduzam o
leitor a uma linha de pensamento lógica. Sendo estes elementos:
Escrita
Sendo utilizada de forma simples e objetivo, fazendo com que o leitor compreenda as
ideias que estão sendo apresentadas.
Estruturação
Permite que seja notável a diferença entre a ideia principal e as ideias secundárias que o
texto pode vir a abordar.
Linha de Pensamento
Os argumentos devem ser apresentados de forma lógica, com uma linha de pensamento
de fácil compreensão.
Nada de contradições
A composição entre argumentos e fatos devem concordar entre si, de forma concisa para
que não haja contradições entre elas.
Conhecimento do assunto
Textos coerentes apresentam fatos verdadeiros e igualmente relevantes, sendo
necessário o aprofundamento do tema em um ponto de vista atual, para que haja
repertório para compor um texto ou uma redação.
CLASSES DE COERÊNCIA
Na coerência existe seis tipos, sendo elas: Sintática, Semântica, Temática, Pragmática,
Estilística e Genérica. Ao se ter conhecimento sobre elas facilitara na hora de
desenvolver uma redação, um texto, entre outras formas de escrita. Podemos denomina-
los como:
Sintática: está relacionada com a estrutura linguística, como termo de ordem dos
elementos, os princípios básicos é construir frases nas quais os elementos da oração
estejam dispostos na ordem correta. Além disso, a coerência sintática evita a
ambiguidade e garante o uso adequado dos conectivos.
Ex: “Quando chegamos ao supermercado, cujo dono foi preso por agressão, havia
muitas pessoas lá. Elas protestavam e impediam a nossa entrada.”
Agora, façamos esta alteração:
“Quando chegamos ao supermercado, que o dono foi preso por agressão, havia muitas
pessoas lá. Elas protestavam e impediam a nossa entrada.”
Note que o pronome relativo “que” retoma um termo anterior, portanto, é incoerente o
seu uso nesse enunciado. Já o pronome “cujo” indica uma relação de posse entre o
elemento seguinte e o anterior, ou seja, “o dono do supermercado” foi preso por
agressão.
Semântica: Quando se fala em semântica, estamos nos referindo ao desenvolvimento
lógico das ideias, ou seja, à construção de argumentos harmônicos e livres de
contradições. A semântica é a área da linguística que estuda o significado das palavras e
as relações entre os signos e os seus referentes.
Ex: "Nesse país, a maioria das pessoas é rica e quase 90% dos cidadãos sãos pobres.”
É perceptível, nesse enunciado, a incoerência. Afinal, se a maioria é rica, a porcentagem
de pobres não pode ser de 90%.
Portanto, é coerente dizer:
“Nesse país, a minoria das pessoas é rica e quase 90% dos cidadãos são pobres."
Temática: É receber um determinado tema para discorrer sobre. Você escolhe
enunciados que estejam de acordo com a proposta. Esse é o princípio da coerência
temática, é privilegia apenas ideias que sejam relevantes para o bom desenvolvimento
do tema.
Ex: “Luiz Gama foi um escritor, advogado e abolicionista do século XIX, e defendeu
várias pessoas escravizadas. Ele é considerado o patrono da abolição da escravidão no
Brasil.”
Assim, seria tematicamente incoerente este texto:
“Luiz Gama foi um escritor, advogado e abolicionista do século XIX, e defendeu várias
pessoas escravizadas. Quando Santos Dumont contornou a Torre Eiffel, em 1901, todos
ficaram impressionados."
Pragmática: é quando o texto é visto como uma sequência de fala. Os textos orais ou
escritos, são como exemplos dessas sequências por isso exige que ele elabore uma
resposta, dando sequência aos atos de fala e comunicação.
Se mandar alguém fazer algo seria contraditório que faça ao mesmo tempo um pedido.
Quando fazemos uma pergunta para alguém, esperamos receber como resposta
afirmativa ou negativa, não falas fora do contexto. Quando essas condições são
ignoradas, temos a incoerência pragmática.
Ex: João ficou feliz, pois sua casa tinha pegado fogo.
A princípio, esse enunciado parece contraditório. Contudo, se o(a) leitor(a) ou ouvinte
sabe que João odiava a sua casa e que tinha feito um seguro milionário, o enunciado é
totalmente coerente. Portanto, o sentido vai depender do conhecimento prévio do
receptor da mensagem.
Estilística: é uma variedade de língua adequada, que deve ser mantida do início ao fim
do texto. Mesmo assim ela não provoca prejuízos para interpretar um texto, contudo, a
mistura de registros. Como o uso simultâneo da linguagem coloquial e linguagem
formal., Deve ser evitada principalmente nos textos não literários.
De uma maneira mais direta é o uso de gírias em textos acadêmicos.
Ex: Ce vai ir à escola no sábado?
“Ce” seria a abreviação ou gíria para se referir a “você” e como dito no começo não
causa prejuízo a interpretação.
Genérica: é a escolha adequada do gênero textual, que tem que concordar com o
enunciado. E a linguagem tem que ser precisa e objetiva, pois essas características são
essenciais do gênero. Porém é importante sabermos que em alguns tipos de texto
principalmente nos textos literários pode ocorrer uma ruptura com os tipos anteriores de
coerência. Seria incoerente um enunciado de vendas de brigadeiro por meio de uma
bula.
Está relacionada à adequação da construção textual ao gênero que ela pertence. Um
bilhete, por exemplo, tem como característica ser conciso, ou seja, mais breve. Por outro
lado, uma carta pode ser mais extensa.
COERÊNCIA TEXTUAL
Coerência textual é fator que possibilita a compreensão da mensagem transmitida no
texto.
Em conjunto a coesão, tem a função de construir sentidos da textualidade, ocorrendo a
formação de uma cadeia de ideias que se complementam, fazendo com que o
interlocutor apreenda os sentidos do texto.
Possuindo 5 classificações:
1. Coerência Narrativa:
Neste tipo de texto é observável uma lógica entre ações e personagens, que nos
possibilita conhecer a ordem dos acontecimentos sem contradições.
Ex: Ele segurou em suas mãos frias. Olhou no fundo de seus olhos, que não parecia lhe
corresponder. Seus lábios se aprontavam para dizer a ela aquelas palavras. Ela por sua
vez, se afastou o interrompendo, em um breve suspiro ela o disse um frio adeus. Ela se
foi, sem nem sequer olhar para trás.

2. Coerência Argumentativa:
São apresentados exemplos, opiniões e dados utilizados para sustentar uma conclusão
concisa e lógica.
Ex: A violência escolar é um problema que envolve toda a comunidade. Do núcleo
familiar ao convívio em sociedade, é o Estado, contudo, o responsável por oferecer as
condições necessárias para a redução do problema até a sua quase eliminação.
Cabe à sociedade interferir para que o estado desempenhe de maneira satisfatória o seu
papel e evite que problemas como a violência na escola prejudiquem o desenvolvimento
da comunidade. Em suma, o problema só terá fim com o envolvimento conjunto da
sociedade e Estado.

3. Coerência Descritiva:
É apresentado um retrato das pessoas, coisas e ambientes com detalhes sobre suas
particularidades.
São utilizadas figuras que se interligam com a cena, o ambiente e o tempo onde estão
situados os personagens e acontecimentos.
Ex: Naquela madrugada fria, sentia os respingos da chuva escorrer por minhas roupas
deixando aquela sensação desagradável das roupas coladas devido a umidade. Mais
confesso que aquela sensação não era tão ruim quanto a rejeição que havia sofrido. Ao
olhar para o céu não avistei uma estrela sequer, fechei meus olhos mais uma vez para
que pudesse respirar, sentindo o ar frio da noite inundar meus pulmões. Embora, isto
não me impediria de voltar pra casa.
4. Coerência Recorrencial:
Se destaca pela utilização do ato da repetição de um vocábulo ou de estruturas frasais
semelhantes.
Ex: Para que pudesse chegar a tempo, ela correu, correu, correu até chegar lá.
5. Coerência Sequencial:
Sendo responsável por criar condições para a progressão textual. De forma geral, as
flexões de tempo e de modo dos verbos e as conjunções que são utilizados para as partes
e as informações do texto possam ser articuladas e relacionadas.
Ex: Adição/inclusão - Foi possível arrecadar toda a verba necessária. Além disso,
restou alguns doces para nós.
Oposição - Eu gosto muito de amarelo, embora eu não utilize muitas roupas nesta cor.
Afirmação/igualdade - Felizmente a dor se encerrou.
Exclusão - A comida dela era maravilhosa, exceto pelos doces.
Enumeração - A princípio gostaria de dizer que sinto muito.
Explicação - Eu não como doces pois sou diabética.
Conclusão - Por fim pude notar que ele era um completo babaca.
Continuação - Depois de hoje, eu nunca mais saio sem guarda chuva.
PRINCÍPIOS DA COERÊNCIA TEXTUAL
A coerência textual é formada de acordo com três princípios básicos:
● Princípio da não contradição: o texto deve apresentar ideias lógicas e
interligadas de maneira clara, evitando assim a falta de nexo.
● Princípio da não tautologia: uso de diferentes palavras ao longo do texto, mas
que transmitem a mesma ideia. Esse vício de linguagem interfere na interpretação, pois
impede a progressão textual e, consequentemente, o entendimento da mensagem.
● Princípio da relevância: depende diretamente da coesão textual, pois as
informações precisam apresentar uma conexão lógico-semântica em cada um dos
parágrafos. Quando um texto possui ideias fragmentadas, sem ordenamento e relação
entre si, torna-se incoerente, mesmo que os trechos tragam algum tipo de significado
isolado.

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