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● Fatores de Risco
É qualquer situação que aumente a probabilidade de ocorrência de uma doença ou
perturbação ou o agravamento destas.
São condições ou variáveis associadas à alta probabilidade de ocorrência de
outcomes negativos ou indesejáveis. Estes fatores podem ser de natureza pessoal,
ambiental/contextual ou social. De entre tais fatores encontram-se os
comportamentos do indivíduo que podem comprometer a saúde, o bem-estar ou o
desempenho social do indivíduo.
Assim, considera-se risco todo o evento que se configura como obstáculo ao nível
individual ou ambiental e que potencializa a vulnerabilidade do indivíduo a
resultados desenvolvimentais negativos.
Fatores de Risco
a) Fatores de manutenção
A tarefa principal é definir o problema e os modos como este se mantém,
habitualmente em termos de círculos viciosos.
Exemplo: A sente-se deprimido e isola-se, pensa acerca do facto de estar
sozinho e torna-se
progressivamente mais deprimido
b) Fatores precipitantes
Pensar nos fatores que precipitaram o problema (p. ex. acontecimento de vida)
adiciona um outro nível à conceptualização clínica. Pode ter sido um
acontecimento stressante (ou conjunto de acontecimentos stressantes) ou
vulnerabilidade pessoal.
Fatores de Risco
c) Fatores predisponentes
São os fatores que predispõem alguém a ficar, por exemplo, deprimido. Fatores
biológicos ou psicológicos adicionam outro nível à formulação.
A este nível mais profundo a formulação seria capaz de reproduzir o significado
das estruturas pelas quais as pessoas interpretam e pensam acerca, recordam e
contam as suas experiências.
Fatores de Proteção
Um fator protetor pode ser definido como "uma característica ao nível biológico,
psicológico, familiar ou comunitário (incluindo pares e cultura) que está associada
a uma menor probabilidade de outcomes negativos, ou que reduz o impacto
negativo de um fator de risco.
Multifinalidade e Equifinalidade
⚫ 1. Vulnerabilidade
A vulnerabilidade de um indivíduo para qualquer doença representa e
determina o risco, nomeadamente a facilidade e a frequência com que
determinados desafios à sua “homeostasia” possam levar à perturbação.
A pessoa com elevada vulnerabilidade é aquela para quem as numerosas
contingências, mais ou menos complexas da sua vida diária, são
suficientes para desencadear um episódio de perturbação.
A pessoa de baixa vulnerabilidade é aquela em que “parece não haver
nada” que as possa perturbar, só uma situação excecional e catastrófica
poderia conduzir a um episódio de doença.
⚫ 1. Vulnerabilidade
Dois tipos de vulnerabilidade
Considera-se existirem dois tipos de vulnerabilidade: a inata e a adquirida.
⚪ A inata refere-se à vulnerabilidade que está registada nos genes e refletida no ambiente interno e
na neurofisiologia do organismo.
⚪ A adquirida é a vulnerabilidade que decorre da influência da experiência de situações
anteriores com trauma, doenças específicas, complicações perinatais, experiências na família,
falta de intimidade nas amizades interpares na adolescência, e outros acontecimentos críticos
de vida que contribuam para estimular ou para inibir o desenvolvimento de subsequente
perturbação.
Trajetórias de Vulnerabilidade e Resiliência
• 2. Resiliência
Capacidade que um indivíduo ou uma população apresenta, após um
momento ou período de adversidade, conseguindo adaptar-se ou
evoluir positivamente após e face a essa situação.
A resiliência pode ser definida como a forma como percecionamos as
adversidades e a capacidade para lidar e recuperar das adversidades no
dia-a-dia e ao longo da vida.
A resiliência não é um traço de personalidade mas pressupõe uma forma
de pensar, sentir e agir perante as adversidades onde a regulação
emocional é fundamental.