Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila Prática Bio Cell
Apostila Prática Bio Cell
Práticas em
Biologia Celular
01 - Microscópio de luz............................................................................................... 1
08 – Movimentos Celulares....................................................................................... 49
09 – Núcleo................................................................................................................... 55
11 – Meiose................................................................................................................... 64
12 –Microscopia eletrônica....................................................................................... 70
Normas de Conduta no Laboratório
Como se comportar no Laboratório de Biologia Celular
Alguns cuidados devem ser tomados por parte dos professores, técnicos, monitores e
estagiários durante a utilização do Laboratório de Biologia Celular:
1 – Não fumar.
12 – Guardar casacos, pastas e bolsas, nas áreas indicadas, e não na bancada onde
podem ser danificados pelos produtos químicos.
17 – Sempre usar material adequado e seguir o roteiro de aula prática fornecido pelo
professor, nunca fazer improvisações ou alterar a metodologia proposta.
23 – Nunca apanhar cacos de vidro com as mãos ou pano. Usar escova ou vassoura.
24 – Evitar contato dos produtos com pele, olhos e mucosas, utilizar sempre que
solicitado luvas e óculos de segurança.
27 – O laboratório deve ser mantido limpo e livre de todo e qualquer material não
relacionado às atividades nele executadas.
A Biologia Celular tem como objeto de estudo a Célula. As células são as menores
unidades morfológicas e fisiológicas de todos os seres vivos, sendo pequenas, complexas e
transparentes, portanto, difícil de estudar em termos de organização, composição e estrutura.
Mais difícil ainda é a elucidação do funcionamento dos diversos compartimentos sub-celulares
e o estabelecimento de como as moléculas atuam determinando a estrutura e função celular.
Neste sentido a Biologia Celular depende, mais do que qualquer outro campo da Biologia, do
desenvolvimento de novos instrumentos e tecnologias que permitem entender como funciona
o “Universo Celular”.
1
estruturas que são indistintos à vista humana. Analisando a fórmula do aumento apresentada
acima é possível concluir que para a obtenção de maior aumento do objeto, com mais nitidez,
a, distância focal (f) deve ser diminuída. Este fato implica na diminuição do diâmetro da lente
utilizada na observação e, conseqüentemente, na maior aproximação da lente com o olho.
Desta forma, entre os séculos XVI e XVII foram desenvolvidos os microscópios compostos que
apenas no século XIX atingiram padrão de qualidade adequado para os estudos citológicos.
Logo, o microscópio óptico, ou de luz, que conhecemos hoje é fruto de avanços no
conhecimento das propriedades da luz e das lentes. Consiste em um microscópio composto
com um conjunto de lentes que, combinadas com uma fonte de luz, são capazes de gerar
uma imagem ampliada do objeto de estudo.
A) PARTE MECÂNICA:
2
7 – Alavanca de pré-focalização: na lateral esquerda do braço, entre o controle
macrométrico e o braço do microscópio, encontra-se uma alavanca que impede que a lente
frontal da objetiva toque a superfície da lâmina ou lamínula. Depois de focalizar a amostra
com a ajuda do macrométrico, esta alavanca deve ser girada no sentido horário para
estabelecer o limite superior do ajuste macrométrico. Essa peça é extremamente frágil e deve
ser movimentada com um toque leve, não sendo necessário o uso de força por parte do
usuário.
B) PARTE ÓPTICA:
3
sendo:
AN = n sen α
n = índice de refração do meio que separa a objetiva e a amostra; e
α = metade do ângulo do cone de luz que atinge a objetiva.
Figura 1.2 – Esquema representando a maior captação de luz pela objetiva. Presença
do óleo de imersão entre a lâmina de vidro e a lente objetiva, no lado direito do desenho.
12 – Filtro: disco de vidro azul (ou verde) fixado abaixo do diafragma e que permite
a conversão da iluminação de halogênio em luz branca, exibindo a amostra em suas cores
naturais.
4
O funcionamento do Microscópio de Luz
Agora que você já está familiarizado com o microscópio de luz, é possível entender
como ocorre a formação da imagem produzida por este aparelho. Os efeitos de refração e
absorção da luz são fenômenos importantes a serem considerados na formação da imagem
ao microscópio. Esses fenômenos ocorrem em consequência da interação da luz com o meio
que ela percorre. Logo, a interação da luz com o espécime avaliado gera absorção e refração,
criando contrastes entre o objeto e o meio que o envolve, permitindo a distinção das
diferentes estruturas no material analisado.
Antes que a imagem gerada pelo microscópio chegue a retina do observador, a luz
responsável por sua formação passa por alguns componentes do aparelho: os feixes
luminosos que saem da fonte de luz atravessam as lentes do condensador, passam pela
preparação microscópica (o espécime), atingem as lentes objetivas e por fim atravessam as
lentes oculares chegando a retina onde são focalizados. Durante todo esse percurso a luz
passa por lentes e pelo ar, sofrendo desvios que geram os índices de refração e absorção
discutidos acima.
O princípio para a formação de imagens nos microscópios segue leis da Física que não
cabem serem discutidas com detalhes aqui. Vale ressaltar somente que as lentes dos
microscópios funcionam como sistemas convexos, ou seja, são lentes convergentes cuja
formação da imagem, como apresentado anteriormente, depende da posição do objeto em
relação ao plano focal (f) ou ao centro focal da lente. Neste sentido, a lente objetiva forma
uma imagem invertida e ampliada da preparação, enquanto a lente ocular funciona apenas
como uma lupa que amplia a imagem formada pela objetiva. Como resultado, a imagem final
captada na retina do observador é virtual, ampliada e invertida em relação à preparação.
5
10 – Agora, observando através das oculares e utilizando o controle macrométrico,
abaixe lentamente a platina, até que o material a ser observado seja visto. Assim que isto
ocorrer, corrija a focalização utilizando o controle micrométrico.
11 – Caso seja necessário ajuste as diferenças que podem ocorrer entre o olho
esquerdo e direito (dioptrias) por meio do anel de correção de dioptrias no tubo esquerdo.
12 – Explore o material, movimentando os controles dos eixos X e Y com a mão
direita e o controle micrométrico com a mão esquerda. Coloque sempre o material a ser
analisado no centro do campo de observação, antes de passar para a objetiva de aumento
imediatamente superior.
13 – Após percorrer todo o campo, passe para a objetiva de aumento médio e corrija
a focalização utilizando somente o micrométrico. Observe o campo e passe para a objetiva
seguinte. A cada mudança de objetiva centralize, com o Charriot, o material que está sendo
observado. Lembre-se sempre que à medida que o aumento da objetiva é maior o diâmetro
da lente diminuiu, assim, a objetiva seguinte focaliza o centro do campo anterior, perdendo o
campo mais periférico. Se você não observar tal fato, poderá perder o objeto do foco, o que
lhe forçará a voltar na objetiva de menor aumento.
14 – Sempre ajustar a abertura do diafragma de acordo com a objetiva em uso.
15 – Verifique se a focalização melhora, se você manipular os pontos de controle de
luz: potenciômetro, diafragma e condensador.
16 – A atividade ao microscópio é estritamente dinâmica. A postura correta, além dos
dois olhos abertos, inclui o fato de uma das mãos ficarem nos parafusos Charriot, e a outra,
no parafuso micrométrico.
17 – Terminada a observação: (i) encaixe a objetiva de menor aumento; (ii) reduza
ao potenciômetro mínimo; (iii) desligue a luz; (iv) retire a lâmina; (v) limpe e cubra o
microscópio; (vi) deixe seu lugar no laboratório limpo e organizado.
1 – Não arraste o microscópio sobre a mesa e nem faça movimentos bruscos com o
equipamento. Muitas peças são de plástico e podem quebrar quando forçadas, é o caso da
alavanca de pré-focalização e do controle de abertura e fechamento do diafragma.
2 – Caso necessite de mudar o microscópio de lugar, chame o professor ou o monitor.
3 – Não use a força ao movimentar os diferentes controles (macrométrico,
micrométrico, alavanca de pré-focalização e do controle de abertura e fechamento do
diafragma, etc). Quando perceber que algum controle não se movimenta por algum motivo,
não force! Chame o professor ou o monitor.
4 – Somente movimente o botão macrométrico na objetiva de menor aumento.
5 – Sempre ligue ou desligue com o controle da intensidade luminosa na menor
posição.
6 – Não limpe as lentes oculares e objetivas com pano, papel higiênico ou papel
toalha. Chame o professor ou o monitor toda vez que perceber que as lentes estão sujas.
7 – Não deixe cair nenhum líquido sobre a platina e não toque a objetiva com
nenhuma solução.
6
Atividade 1
Objetivos:
1. Treinar o uso do microscópio de luz.
2. Compreender as etapas necessárias para a focalização do material de observação.
7
1_______________________________________________________________
2_______________________________________________________________
3_______________________________________________________________
4_______________________________________________________________
5_______________________________________________________________
6_______________________________________________________________
7_______________________________________________________________
8_______________________________________________________________
9_______________________________________________________________
10______________________________________________________________
11______________________________________________________________
12______________________________________________________________
13______________________________________________________________
14______________________________________________________________
15______________________________________________________________
16______________________________________________________________
17______________________________________________________________
18______________________________________________________________
19______________________________________________________________
2 – Descreva todo o percurso da luz, desde a sua origem até a formação da imagem
no olho do observador.
8
3 - Focalização de letras no microscópio.
Procedimento: (i) recorte as letra “H”, “A” e “E” de um jornal, revista, bula ou texto
qualquer; (ii) coloque uma gota de água sobre a lâmina, com o auxílio de um conta-
gotas ou pipeta; (iii) coloque as letras na posição de leitura sobre a gota; (iv) coloque a
lamínula em posição de 45o, com relação a lâmina, para evitar a formação de bolhas; (v)
caso haja excesso de líquido, retire com papel absorvente, para manter a lamínula fixa;
(vi) seguir as etapas de focalização do material.
a) Faça esquemas da posição e do tamanho das letras observadas à olho nu e ao
microscópio.
Olho nu Microscópio
Olho nu Microscópio
Olho nu Microscópio
9
d) Quais são as características da imagem formada pela lente ocular em relação à
imagem formada pela lente objetiva?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
10
2 – Óptica do Microscópio e
Qualidade da Observação
Princípios do funcionamento do microscópio
LR = (k.ʎ)/(AN)
em que:
K = constante experimental estimada em 0,61;
ʎ = comprimento de onda da energia utilizada (luz branca = 550 nm ou feixe de elétrons);
AN = abertura numérica da lente objetiva. Esse valor é calculado por meio da fórmula:
AN = n sen α
em que:
n = índice de refração do material intercalado entre a lamínula e a lente objetiva (ar, óleo de
imersão, glicerina, água, etc, dependendo do tipo de objetiva utilizada).
senα = metade do ângulo de abertura da lente objetiva (ângulo formado entre o feixe óptico
da lente objetiva e o raio de luz mais externo utilizado na formação da imagem).
11
Por meio dessa fórmula, verifica-se que o limite de resolução é diretamente
proporcional ao comprimento de onda da fonte de iluminação utilizada e inversamente
proporcional a abertura numérica. A diminuição do comprimento de onda (ʎ) pode ser feita
utilizando-se outras fontes de iluminação como a luz ultravioleta (400 nm) ou utilizando-se
um feixe de elétrons cujo ʎ = 0,005 nm (microscópio eletrônico). A média dos comprimentos
de onda da luz branca é de aproximadamente 550 nm ou 5,55 µm o qual representa a
média dos comprimentos de onda do espectro da luz visível. O quadro 2.1 mostra os
comprimentos de onda que compõe a luz branca.
Com relação à luz, quanto menor o comprimento de onda, menor o limite de
resolução. De fato, detalhes estruturais menores que cerca de metade do comprimento de
onda utilizado não podem ser observados. Assim, analisando a tabela abaixo, podemos
depreender que, considerando apenas a influência da luz, o limite de resolução de um
microscópio óptico pode variar entre 200 nm e 400 nm.
Cor ʎ (nm)
Violeta 400 424
Azul 424 491,2
Verde 491,2 575
Amarelo 575 585
Laranja 585 647
Vermelho 647 700
12
menor limite de resolução, aumentando a abertura numérica. Isso pode ser feito por duas
maneiras: utilizando-se objetivas com diferentes aberturas angulares, isto é, diferentes valores
de α; ou variando-se o meio (índice de refração) que separa a objetiva da lâmina, utilizando-
se, por exemplo, óleo de imersão.
Quando o meio que separa a lâmina da objetiva é o ar, normalmente ocorrem desvios
do feixe luminoso em conseqüência da diferença de índice de refração (n) entre os dois meios
(vidro = 1,52 e ar = 1,00). Como resultado, uma menor quantidade de luz participa da
formação da imagem. O uso do óleo de imersão (n = 1,52) contorna o problema
mencionado, uma vez que a semelhança entre os índices de refração do óleo e do vidro
minimiza o desvio do feixe luminoso permitindo um maior aproveitamento da luz, o que
fornece, conseqüentemente, uma imagem com maior riqueza de detalhes (Figura 2.1).
O óleo de imersão é usado apenas com a lente objetiva de 100x, também chamada
de objetiva de imersão e caracterizada por um anel preto. Após o uso, o óleo é removido com
papel absorvente ou cotonete, embebidos em éter etílico.
Para cada objetiva do microscópio podemos calcular o limite de resolução, para que
possamos escolher a objetiva adequada para cada estudo. Para exemplificar, calcularemos o
LR de uma objetiva de 40x, cuja abertura numérica é 0,65:
LR = (0,61 x 0,55 µm)/0,65
LR = 0,51 µm
De acordo com os dados acima, somente pontos separados a uma distância igual ou
superior a 0,51 µm poderão ser observados com nitidez através dessa objetiva.
Para a mesma objetiva exemplificada anteriormente, teremos, com a utilização da luz
ultravioleta, um limite de resolução igual a:
LR = (0,61 x 0,20 µm)/ 0,65
LR = 0,19 µm
Como pode ser notado, com o emprego da luz ultravioleta poderemos distinguir
pontos muito próximos.
13
Abaixo estão apresentados alguns exemplos de limite de resolução de sistemas
ópticos importantes para estudos citológicos:
LR do olho humano normal = 0,1 a 0,2 mm.
LR do microscópio óptico = 0,25 µm.
LR do microscópio eletrônico = 2 a 5 Å.
Se associarmos estes valores aos níveis de organização dos seres vivos, fica
evidenciada a importância do uso microscópio para o estudo das células e suas estruturas.
Profundidade de campo
14
observado quando se movimenta o micrométrico com a objetiva de 40x encaixada. Devido à
pequena profundidade de campo dessa objetiva, um reduzido número de planos de um
objeto será focalizado simultaneamente. Pequenos movimentos do micrométrico permitem a
focalização de outros planos não observados anteriormente.
Na prática, pode-se obter uma maior profundidade de campo utilizando-se objetivas
com menores aberturas numéricas, ou diminuindo-se a abertura do diafragma, o que em
princípio envolve a redução do ângulo do cone de luz que atravessa o sistema.
15
Atividade 2
Objetivos:
1. Compreender os princípios de funcionamento do microscópio de luz: aumento,
poder de resolução e profundidade de campo.
2. Relacionar a variação do limite de resolução com as diferentes objetivas.
3. Relacionar a variação da profundidade de campo com o uso das diferentes lentes
objetivas.
d) Qual das combinações de lentes fornece uma imagem com mais detalhes?
Justifique.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
16
Procedimento: (i) passe o pincel seco sobre um pedaço de asa de borboleta e transfira as
esacamas que se soltarem para a lâmina; (ii) coloque uma gota de água com detergente sobre o
material e cubra-o com lamínula; (iii) observe o material ao microscópio e tente visualizar as
estrias longitudinais e transversais; (iv) após a observação complete os itens abaixo:
40x 100x
400x 1000x
17
3 – Demonstração da profundidade de campo utilizando grãos de pólen de Hibiscus sp.
Procedimento: (i) passe o pincel no pistilo (parte amarela) da flor de hibisco que se encontra
na bancada; (ii) com um conta-gotas, coloque uma gota de solução salina sobre uma lâmina,
passe o pincel com os grãos-de-pólen na gota, cobrindo-a com uma lamínula; (iii) observe este
material ao microscópio, centralize um grão de pólen da cor amarelo brilhante e proceda a
observação utilizando as diferentes lentes objetivas; (iv) após a observação, responda as
questões.
18
3 – Preparação de lâminas e
Cortes histológicos
Preparação de material biológico para observação no
microscópio de luz
A) Fixação
19
polissacarídeos); aldeídos (formaldeído, paraformaldeído e glutaraldeído), que são excelentes
fixadores de proteínas; ácido pícrico, ácido crômico e bicloreto de mercúrio (fixadores de
proteínas).
B) Desidratação
Após a fixação, o material deve ser lavado em água corrente para remoção do
excesso de fixador. Em seguida, realiza-se a desidratação utilizando-se uma solução
apropriada, como etanol ou acetona, em banhos sucessivos de concentrações crescentes. A
retirada de água é necessária para que o material utilizado na etapa de inclusão penetre nas
estruturas do corte, possibilitando maior consistência ao mesmo.
C) Diafanização ou clarificação
Etapa utilizada para promover a retirada do álcool e permitir que a parafina penetre
nos tecido. Além disso, remove gorduras dos tecidos, deixando-os translúcidos. São utilizadas
substâncias como o Xilol, benzeno ou tolueno, várias vezes.
D) Inclusão
E) Microtomia
F) Coloração
A coloração consiste numa etapa muito importante para a visualização das estruturas
do tecido. Normalmente são utilizados corantes hidrossolúveis, sendo necessária a remoção
da parafina ou resina da peça que foi preparada nas etapas descritas anteriormente e que
permanece na lâmina de vidro.
Existem muitos tipos de corantes, mas de um modo geral eles diferenciam os
componentes ácidos e básicos das células e os componentes fibrosos da matriz extracelular.
20
G) Montagem
Deve-se ter em mente que a figura que se vê representa apenas uma secção do
objeto. Essa figura é bidimensional, e as células têm três dimensões. Por esse motivo, deve-se
fazer uma série de cortes sequenciais e a partir deles, faz-se a reconstrução mental, por
superposição, da forma em 3 dimensões.
21
Figura 3.1 – Interpretação de cortes.
22
Atividade 3
Objetivos:
1. Mostrar como se faz coleta e fixação de material
2.Treinar a obtenção de cortes delgados à mão livre.
3.Distinguir os três tipos de cortes.
4.Observar células vegetais e diferenciá-las das células animais.
23
Esquematize agora um grupo de células epidérmicas nos cortes paramétrico, transversal e
longitudinal, utilizando as objetivas 10 e 40 x.
4 – As células epidérmicas têm a mesma forma nos 3 tipos de cortes? Por quê?
5 – Baseado em seus esquemas, indique como você poderia distinguir os cortes paradérmicos,
transversal e longitudinal, em uma observação microscópica.
24
4 – Métodos Citoquímicos e
Organização Molecular
Importância da coloração e identificação dos
componentes químicos da célula
Citoquímica
A citoquímica é uma área da biologia celular e estrutural dedicada aos estudos dos
métodos de coloração dos tecidos e dos constituintes celulares ou subcelulares, preocupando-
se não somente com os princípios químicos das reações de coloração, mas também com os
procedimentos protocolares para obtenção de preparados a serem avaliados ao microscópio.
Muitos são os elementos que podem ser estudados citoquimicamente, tanto para a pesquisa
25
científica como para fins de diagnóstico patológico. Dentre eles, podemos citar, os ácidos
nucléicos, os polissacarídeos, os lipídios, as proteínas, alguns íons e enzimas.
Para que essa técnica tenha sucesso são necessários que sejam cumpridos alguns
princípios básicos: a) o produto a ser pesquisado deve ser insolúvel, o que evita a sua difusão
para outras regiões das células e dos tecidos; b) é indispensável que o produto da reação
apresente cor ou, pelo menos, apresente-se na forma de um precipitado insolúvel no local da
reação; c) a reação colorida desenvolvida deve ser específica, isto é, só deve ocorrer com o
composto pesquisado; d) a reação também deve ser sensível para detectar quantidades muito
pequenas do produto colorido formado.
As reações citoquímicas podem ser divididas em 3 tipos diferentes, dependendo da
natureza da reação química envolvida: (a) por ligações eletrostáticas; (b) por ligações
covalentes; (c) por interações hidrofóbicas.
A) Ligações Eletrostáticas
Neste caso, um corante ionizado em uma solução reage com um substrato de carga
iônica oposta. Assim, podemos enumerar dois fenômenos citoquímicos: acidofilia e basofilia.
Entende-se por acidofilia como o fenômeno citoquímico no qual um substrato carregado
positivamente, chamado de substrato catiônico, reage eletrostaticamente com um corante
carregado negativamente, dito aniônico. Por ligação iônica, esses dois elementos reagem e
formam um composto colorido, evidenciado ao microscópio de luz. Como exemplos de
corantes aniônicos têm-se o xylidine ponceau, o Sirius Red, o Fast Green e a eosina.
Já no fenômeno da basofilia, o substrato carregado negativamente chamado de
substrato aniônico, reage eletrostaticamente com um corante carregado positivamente, dito
catiônico. Como exemplo de corantes catiônicos pode-se citar os corantes Azul de Toluidina,
Azul de metileno e o Azul de Alcien. A hematoxilina, embora não seja um corante, pode ser
considerada um complexo de corantes que comportam-se como corante catiônico. Esses
corantes reagem com os elementos ionizáveis nos tecidos que apresentam cargas negativas,
os grupamentos aniônicos.
Uma das técnicas de coloração, muito utilizada na citologia e na histologia animal, é a
coloração pela hematoxilina e eosina (HE). A hematoxilina, por ser um corante básico, cora o
núcleo (cor azul), devido aos ácidos nucléicos presentes. A eosina por ser um corante ácido
cora o citoplasma (cor rosa) dada a predominância de proteínas básicas nesta região celular.
Este tipo de coloração, envolvendo a afinidade ácido-base, embora facilite o estudo da
morfologia celular, não possibilita maiores informações a respeito da composição química das
estruturas coradas.
B) Ligações Covalentes
26
mediadas por ligações covalentes são a reação de Feulgen, para DNA e o teste do Ácido
Periódico Schiff (PAS), para polissacarídeos neutros. Ambas as reações são obtidas a partir de
um mesmo reagente chamado de Reativo de Schiff, que consiste num leucoderivado do
corante Fucsina Básica.
A reação de Feulgen utiliza como pré-tratamento do material uma hidrólise ácida com
ácido clorídrico (HCl). Essa hidrólise remove da molécula de DNA as bases púricas, adenina e
guanina, processo chamado de depurinação do DNA, que consequentemente abre o anel
liberando grupos aldeídos. No tratamento com o reativo de Schiff ocorre a reação radicais
aldeídos-reativo de Schiff promovendo uma coloração rósea ou magenta ou bonina.
O teste de PAS é muito utilizado para avaliações citoquímica de polissacarídeos
neutros, como o glicogênio, o amido e a celulose. Ele utiliza como pré-tratamento do material
o ácido periódico (HIO4). Esse ácido oxida os grupos hidroxila livres em dois átomos de
carbono adjacentes (grupos glicólicos, chamados de vic-glicol ou amino glicol, dependendo do
tipo de carboidrato), produzindo radicais aldeídos, ou seja, há quebra da ligação entre os
carbonos e conversão à aldeído. Os radicais aldeídos reagem com o reativo de Schiff
promovendo uma coloração rósea ou magenta ou bonina.
Na técnica de PAS, como vários carboidratos respondem positivamente à reação de
PAS, pode utilizar reações complementares para se fazer a distinção entre eles. A distinção
entre glicoproteínas neutras e glicoproteínas ácidas e de outros glicoconjugados, por exemplo,
é feita associando-se à técnica PAS com a técnica de Alcien Blue (azul de Alcien). A
positividade ao Alcien Blue é indicada pelo aparecimento de componente corado de cor azul
celeste. O Alcien Blue, quando preparado em diferentes pHs, marca componentes celulares
ditintos: no pH 0,5 evidencia glicoconjugados ácidos sulfatados e no pH 2,5 glicoconjugados
ácidos sulfatados, glicoconjugados ácidos carboxilados e glicoproteínas ácidas.
Vale ressaltar que a técnica de Feulgen é semelhante à do PAS, ou seja, ambas
utilizam o reativo de Schiff, após exposição dos radicais adeídos. A diferença é que na técnica
do PAS usa-se o ácido periódico enquanto na de Feulgen usa-se o ácido clorídrico para
quebrar as moléculas pesquisadas.
C) Interações Hidrofóbicas
Essas reações são específicas para lipídios não polares, como, por exemplo, os
triglicerídeos e derivados de colesterol. Essas colorações partem do princípio que os lipídios
não polares são altamente hidrofóbicos, portanto esses corantes interagem com os lipídios
hidrofobicamente. Dentre os corantes específicos para os lipídios, podemos citar o Sudan
Black, o Sudan III, e o Azul de Nilo. Os métodos para evidenciar lipídios requerem fixação em
formol ou cortes por congelamento. Apenas os fosfolipídios podem ser evidenciados em cortes
de parafina, pois resistem ao tratamento com álcool, xilol e a própria inclusão em parafina.
27
Atividade 4
Objetivos:
1. Conhecer os diferentes tipos de corantes.
2. Observar o material biológico antes e após a coloração.
3. Relacionar a constituição química da célula e a utilização de corantes ácidos e
básicos.
4. Justificar a importância dos corantes na microscopia de luz.
a) Nesta lâmina podemos observar alguns detalhes das células da mucosa. Por que
nem todas as estruturas citológicas puderam ser vistas?
________________________________________________________________
______________________________________________________________
28
b) Houve dificuldade na observação das células antes da coloração? Justifique.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
2 – Sobre a sua bancada encontram-se raízes de cebola coradas com reativo de Schiff
(Reação de Feulgen). O que é evidenciado pelo reativo de Schiff nas células dessas
raízes? Qual o princípio dessa reação? Compare a reação de Feulgen com o teste de
PAS.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
29
a) Qual é a cor predominante no citoplasma das células coradas e qual é o corante
responsável?
_______________________________________________________________
30
5 – Células Procariotas e
Eucariotas
Diferenciação das células procariotas e eucariotas sob o
microscópio de luz
A célula é a unidade estrutural e funcional de todo ser vivo. Sabemos que o universo
biológico é constituído por diferentes grupos de organismos que são classificados e ordenados
em gêneros, família, ordem e reinos. Encontramos, portanto, uma diversidade de tipos
celulares nesses organismos. A Biologia Celular atua identificando tipos celulares e seus
componentes, compreendendo a organização estrutural desses elementos e de suas
respectivas funções. Apesar dessa diversidade, apenas duas categorias celulares podem ser
reconhecidas: células procariotas e células eucariotas. Estas classes de células são
diferenciadas por seu tamanho e pelos tipos de estrutura interna e organelas que as
compõem.
As células procariotas são estruturalmente mais simples e são representadas por
todos os tipos de bactérias e algas azuis que constituem o Reino Monera. Todos os outros
tipos de organismos – protistas, fungos, plantas e animais – são constituídos por células
eucariotas, mais complexas.
Ao microscópio óptico, o que mais chama a atenção é a grande diferença de tamanho
entre as células eucarióticas e procarióticas típicas. Por vezes pode-se observar células
procarióticas, como as cianofíceas, cujo tamanho está próximo ou mesmo é maior que
algumas células eucarióticas. Entretanto, a regra é que os procariontes geralmente têm
células muito menores que os eucariontes.
Outra diferença bem marcante é a presença do núcleo nos eucariontes e sua
ausência nos procariontes. Internamente, não só a presença do núcleo difere os dois tipos de
células, mas também a intensa compartimentalização das diversas funções celulares em
organelas envoltas por membranas – o sistema de endomembranas – característico das
células eucariontes. O sistema de endomembranas é de difícil visualização ao microscópio
óptico, sendo observado somente ao microscópio eletrônico. Logo, utilizando microscópios
comuns, a característica mais notável para diferenciar os dois tipos de organização celular é a
observação de presença/ausência de núcleo.
Nesta aula iremos ver as características gerais dos dois tipos celulares, observando as
semelhanças e divergências referentes à sua organização. Posteriormente iremos observar
células eucariotas e procariotas no microscópio de luz a fim de diferenciá-las.
As células procariotas são assim denominadas, pois não possuem um núcleo envolto
por membrana (carioteca). A palavra procarioto é constituída do prefixo pro que significa
31
“antes” e do sufixo karyon que significa “parte central” ou núcleo, portanto tem o significado
de “anterior ao núcleo”. Sem o envoltório nuclear, o material genético dessas células ocupa
um espaço denominado nucleóide e está em contato direto com o citoplasma ao seu redor. O
DNA das células procariotas pode atingir comprimento entre 0,25mm a 3mm sendo
suficiente para codificar centenas e milhares de proteínas necessárias para seu
desenvolvimento. Além disso, o DNA é organizado como um simples cromossomo circular,
constituindo um DNA “nu”, sem associação com proteínas.
A organização do citoplasma das células procariotas é bastante simples: ele é
desprovido de estruturas membranosas, as organelas. No citoplasma estão presentes apenas
os ribossomos, estruturas supramoleculares constituídos de proteínas e RNA, que constituem
as bancadas para a síntese protéica, e o nucleóide.
As células procariotas são envoltas por membranas biológicas, tridimensionais e por
paredes celulares rígidas, as quais protegem a delicada forma de vida presente em seu
interior. Em relação à divisão celular, os procariotos têm um mecanismo simples: o DNA do
nucleóide é duplicado pela maquinaria protéica, as duas cópias são separadas unicamente e
de forma precisa através do crescimento de uma membrana celular divisória.
Os procariotos são seres assexuados, possuem uma única cópia de seu único
cromossomo e não produzem gametas. Logo, eles não têm fertilização verdadeira. No
entanto, alguns são capazes de trocar fragmentos de DNA entre cromossomos de células
diferentes, processo este denominado conjugação.
No que diz respeito à motilidade, os procariotos possuem flagelos, um filamento
protéicos fino que se projeta para fora da célula sendo capaz de girar. A rotação do flagelo
exerce pressão no fluido circundante e força a célula a propulsionar-se através do meio,
locomovendo o organismo.
Do ponto de vista evolutivo os procariotos são os seres mais antigos do planeta.
Acredita-se que durante 2 bilhões de anos eles foram os únicos residentes vivos da Terra. Os
primeiros eucariotos teriam surgido de procariotos, daí as semelhanças encontradas entre
esses dois tipos de células, as quais serão descritas a seguir.
32
genético está associado a proteínas e envolto por uma estrutura membranosa complexa
constituindo o núcleo da célula. A palavra eucarioto, portanto, tem significado de “núcleo
verdadeiro” em função do prepfixo eu que significa verdadeiro, seguido do sufixo karyon. O
DNA de uma célula eucariota é muito mais complexo e extenso do que de uma célula
procariota, podendo atingir metros de comprimento além de ser distribuído em numerosos
cromossomos.
Analisando superficialmente uma micrografia eletrônica de uma célula eucariota
observa-se que seu citoplasma é preenchido por uma diversidade de estruturas que
constituem as organelas membranosas. As mitocôndrias são as organelas mais notáveis no
citoplasma e estão presentes essencialmente em todas as células realizando a respiração
celular, onde energia química na forma de ATP é produzida a partir da oxidação de moléculas
orgânicas. Os plastídeos constituem outro grupo de organelas membranosas que estão
presentes apenas em cianobactérias e células vegetais. É nos cloroplastos que ocorre a
fotossíntese processo no qual a energia solar é transformada em energia química através da
fixação de carbono e liberação de oxigênio. Além dessas duas organelas membranosas o
citoplasma de uma célula eucariota é constituído por uma rede de endomembranas da qual
fazem parte o retículo endoplasmático (liso e rugoso), o complexo de Golgi, endossomos e
lisossomos. Juntas, essas organelas são responsáveis pela produção, ordenação, modificação e
transporte de moléculas biológicas a partir de em produto bruto. O destino final dessas
moléculas pode ser organelas celulares, membrana plasmática, meio extracelular ou
lisossomos. Os lisossomos constituem organelas amorfas cuja função é a digestão intracelular.
Além das organelas citadas até então uma célula eucariota possui em seu citoplasma
inúmeras vesículas membranosas simples que possuem formas, tamanhos e funções variadas.
Entre elas citam-se vesículas envolvidas no transporte de material de uma organela a outra e
vesículas enzimáticas, como os peroxissomos, responsáveis pela degradação do peróxido de
hidrogênio. Neste sentido as membranas presentes nas organelas das células eucariotas
funcionam como divisórias no citoplasma permitindo a compartimentalização e especialização
de atividades celulares.
O citoplasma da célula eucariota se comporta como um gel aquoso onde está contido
um gama de moléculas sendo o local de ocorrência de muitas reações químicas fundamentais
a existência da célula. Ele contém ainda túbulos e filamentos que são ancorados em uma das
extremidades das membranas que se irradiam por toda a célula, constituindo o citoesqueleto.
A rede interna de filamentos do citoesqueleto é constituída por proteínas e auxiliam na
estruturação e manutenção da forma da célula.
33
Atividade 5
Objetivos:
1. Diferenciar células procariotas e eucariotas.
2. Diferenciar células eucariotas animais de células eucariotas vegetais.
34
4 – Quais as características observadas nas células das bactérias, do levedo de pão e
do catafilo? Como você diferenciaria estas células através de suas observações?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
35
6 – A Célula Vegetal
Parede Celular, Vacúolo e Plastídios
A biologia celular das plantas é essencialmente similar à dos animais, ou seja, a célula
é a unidade estrutural do vegetal. No entanto, a célula vegetal apresenta alguns aspectos
especiais, como parede celular, mais ou menos rígida, envolvendo o protoplasto; um ou mais
vacúolos, que são cavidades cheias de líquido que se encontram no citoplasma; e organelas
exclusivas, os plastídios, relacionados com os processos de armazenamento e fotossíntese.
Nesta aula iremos ver os aspectos gerais destes três constituintes particulares da célula
vegetal.
Parede Celular
36
Vacúolo
Plastídios
A) LEUCOPLASTOS
37
1 – amiloplastos, armazenamento de amido, presentes em grande quantidade em
caules e raízes, além de serem encontrados em folhas, armazenando o excedente de
carboidrato oriundo da fotossíntese;
2 – proteoplastos, armazenamento de proteína, e
3 – elaioplastos, armazenamento de lipídios, encontrados em células de frutos e
sementes;
B) CROMOPLASTOS
Cloroplasto
Estioplasto
Cromoplasto
Proplastídio
Elaioplasto
Amiloplasto
oooo
C) CLOROPLASTOS
38
dispõem paralelamente à parede celular, podendo reorientar-se na célula sob influencia da
luz.
A estrutura interna dos cloroplastos é caracterizada pela ocorrência do estroma, o
qual é atravessado por um sistema de membranas na forma de sacos achatados denotados
tilacóides. Acredita-se que os tilacóides constituam um único sistema interconectado. O
conjunto de tilacóides empilhados é denominado grana, sendo que os diferentes granum
(plural de grana) são interligados pelos tilacóides que atravessam o estroma. Os carotenóides
e as clorofilas estão inseridos na membrana do tilacóide.
Os cloroplastos não são apenas o sítio da fotossíntese, mas também estão envolvidos
na biossíntese de aminoácidos e ácidos graxos, e no armazenamento temporário de
carboidratos como o amido.
39
Atividade 6
Objetivos:
1 . Diferenciar células de diferentes tecidos com base em suas paredes celulares.
2 .Observar a presença de substâncias no vacúolo.
3 . Observar inclusões sólidas no vacúolo.
4 . Observar os cloroplastos.
40
3 – Observação de amiloplastos evidenciados com lugol.
Procedimento: a) Faça cortes finos no tubérculo de Solanum tuberosum L. (batata); b)
Coloque os cortes em placa de Petri com água e retire o excesso de plastídios com o
auxílio do pincel; d) Coloque o corte lavado sobre uma gota de lugol e cubra-o com
uma lamínula; e) Observe ao microscópio utilizando a segunda objetiva a seco.
Plastídio (s)
Classificação Esquema
presente (s)
Batata
Tomate
Imaturo
Corte Obsevado
Tomate
Maduro
Cenoura
Espada de
São Jorge
4 – O que você observou nos cortes onde se utilizou o lugol? (Espada de São Jorge,
batata e tomate verde).
________________________________________________________________
______________________________________________________________
41
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
______________________________________________________________
42
7 – Permeabilidade Seletiva das
membranas
Introdução
43
Figura 7.1 – Representação esquemática da estrutura em mosaico fluido da membrana
celular.
44
Atividade 7
Objetivos
1. Descrever o efeito e o mecanismo de ação da acetona e da temperatura elevada
sobre a permeabilidade das membranas celulares.
2. Relacionar as alterações de formatos das células com a concentração do meio
extracelular e o fenômeno de osmose.
3. Observar e justificar a resistência de células vegetais em meios hipotônicos.
45
- As células de levedo são esféricas ou ovaladas e podem apresentar brotamentos
(uma célula pequena unida a outra maior) característicos de seu processo de
reprodução. Atente para a coloração destas células.
Procedimento 3: Monte outra lâmina colocando, com auxilio de pipetas uma gota da
suspensão de levedo do tubo número 2 em uma das extremidades da lâmina, uma gota
da suspensão de levedo do tubo número 3 na outra extremidade. Ao utilizar as pipetas
cuidado para que não as misture. Cubra cada gota com uma lamínula. Observe ao
microscópio com a lente objetiva de 40X, regulando a abertura do diafragma. Após a
observação responda as questões a, b, c e d.
Procedimento 1: Coloque sobre uma lâmina, com auxílio de uma pipeta de Pasteur,
uma gota de suspensão de sangue em solução isotônica (NaCl 0,9%) e cubra o material
com uma lamínula. Observe ao microscópio tendo o diafragma inicialmente fechado.
Ao utilizar a objetiva de 40X, regule a abertura do diafragma de modo a obter uma
imagem nítida. Observe a forma das hemácias.
Procedimento 2: Monte outra lâmina colocando, com auxilio de pipetas uma gota da
suspensão de sangue em solução hipertônica (NaCl 1,5%) em uma das extremidades da
46
lâmina e uma gota de sangue em solução hipotônica (NaCl 0,6%) na outra
extremidade. Ao utilizar as pipetas, cuidado para que não as misture. Cubra cada gota
com uma lamínula. Observe ao microscópio com a lente objetiva de 40X, regulando a
abertura do diafragma. Após a observação responda as questões a, b e c.
47
Procedimento 1: Monte uma lâmina colocando uma gota de água em uma extremidade
e uma gota de solução salina (NaCl 2%) na outra extremidade. Retire com auxílio de
uma pinça alguns fragmentos da epiderme inferior de uma folha de Tradescantia.
Coloque os fragmentos retirados em cada uma das gotas sobre a lâmina e cubra o
material com a lamínula. Observe ao microscópio, utilizando a lente objetiva de 10X.
Inicie a observação com o material montado em água.
c) O que ocorreu com as células após a substituição da solução salina por água
destilada? Explique.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
f) O que você esperaria que ocorresse com células animais, como as hemácias, caso
fossem colocadas em água destiladas?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
48
8 – Movimentos Celulares
Princípios e exemplos de movimentos celulares
As células não são estáticas, e pelo contrário, elas possuem movimentos que
permitem a locomoção, a contração muscular, a circulação do meio extracelular, a
movimentação das estruturas intracelulares e as atividades de endocitose e/ou de exocitose.
As alterações no conjunto de microtúbulos e/ou de filamentos de actina presentes no
citoplasma, que constituem o citoesqueleto, é que possibilitam os diversos tipos de
movimentos. Além de atuar na mobilidade da célula, o citoesqueleto está diretamente
relacionado às alterações coloidais citoplasmáticas, à sustentação de proteínas solúveis e
ribossomos e à manutenção do formato celular.
Os filamentos de actina ou microfilamentos são compostos pela proteína actina. Eles
apresentam espessura de aproximadamente 5 a 9 nm e formam uma gama bastante ampla
de estruturas diferentes, estando distribuídos por todo o citoplasma e aparecendo, algumas
vezes, também no núcleo. Entretanto, há uma concentração maior dos filamentos de actina
abaixo da membrana plasmática. Eles são responsáveis por diversos tipos de movimentos
celulares, como, por exemplo, a contração muscular, quando associados a proteínas motoras
de miosina.
O músculo estriado esquelético é formado por células alongadas, com numerosos
núcleos ovalados, dispostos na periferia, ao longo da célula. Cada célula multinucleada, ou
fibra muscular, apresentam muitas fibrilas, ao longo das quais as unidades contráteis
(sarcômeros) se repetem linearmente. A seqüência de sarcômeros é formada por grupos de
filamentos de actina associados à miosina, conforme pode ser visto na figura seguinte (Figura
8.1).
As regiões de acúmulo de actina formam faixas claras (bandas-I), enquanto que nas
faixas escuras há superposição parcial de filamentos de actina e da miosina (bandas-A). Em
uma banda-A, a região central, ocupada apenas por miosina, forma a banda-H. No centro da
banda-H observa-se uma faixa mais densa (linha-M), resultante da interconexão da miosina.
A interconexão entre os filamentos de actina forma a linha-Z, que dividi a banda-I ao meio e
representa o limite de cada sarcômero (Figura 8.1).
Ao microscópio de luz o alinhamento dos sarcômeros resulta numa alternância de
faixas claras e escuras, formando estriações transversais. O movimento de contração
muscular ocorre devido ao deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina,
resultando na diminuição do comprimento de cada sarcômero e na contração da fibra como
um todo.
Os movimentos citoplasmáticos, como a ciclose em células vegetais e o movimento
amebóide em, por exemplo, amebas e leucócitos são também realizados pelos filamentos de
actina e de miosina. Nesses casos, eles não estariam organizados em sarcômeros, mas
dispostos em outros arranjos no citoplasma. No movimento amebóide estão envolvidas três
etapas principais: polimerização dos filamentos de actina empurrando a membrana
49
plasmática para frente, formando pseudópodes, a adesão dos pseudópodes ao substrato por
proteínas transmembrana e, por último, a retração do citoplasma, pela interação da actina
com a miosina, deslocando-se como um todo. O movimento amebóide tem como
conseqüência o deslocamento da célula e também possibilita a fagocitose.
50
flagelos de eucariotos, os microtúbulos são arranjados em um padrão característico de “9 +
2”, no qual um par central de microtúbulos simples é circundado por nove duplas periféricas
de microtúbulos. Os cílios e flagelos originam-se a partir de corpúsculos basais, constituídos
por microtúbulos dispostos em um arranjo idêntico ao dos centríolos (9 trincas periféricas,
sem microtúbulos centrais).
Enquanto os microtúbulos e os filamentos de actina ocorrem em todas as células
eucarióticas, no citoesqueleto de metazoários ocorre um terceiro tipo de filamentos, os
filamentos intermediários. Mesmo nestes organismos, há tipos celulares que também não
possuem filamentos intermediários. Estes filamentos são compactos, com espessura por volta
de 10 nm e formados por uma variedade de proteínas fibrosas como, por exemplo, a
queratina. Entretanto, os filamentos intermediários, aparentemente, não participam de
movimentos celulares, eles são particularmente abundantes no citoplasma de células que
estão sujeitas ao estresse mecânico e sua principal função parece ser conferir resistência às
células e tecidos.
51
Atividade 8
Objetivos
1. Identificar as estruturas responsáveis pelo movimento de diferentes tipos celulares
na microscopia de luz
2. Relacionar as estruturas responsáveis pelos movimentos com as funções que
desempenham em diferentes tipos celulares.
52
3 – Observação do movimento de flagelo em células de espermatozóides de mamífero.
Procedimento: Coloque sobre a lâmina uma gota de sêmen e cubra com lamínula.
Comece a focalizar com a lente objetiva de 10x, vá até a de 40x e responda a próxima
questão. Esquematize um espermatozóide, indicando a cabeça e a cauda (flagelo)
53
b) Qual é a importância da mobilidade para os organismos unicelulares?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
54
9 – Núcleo
Principais aspectos estruturais do núcleo
55
Número tamanho, forma e posição dos núcleos
Em geral o número tamanho, forma e posição dos núcleos variam entre os tipos
celulares, estando relacionados à atividade metabólica da célula. Células que apresentem
intensa atividade de síntese protéica e/ou grandes volumes podem possuir mais de um ou
núcleos maiores. A diferença de tamanho do núcleo pode ser devido à duplicação ou
descondensação da cromatina durante o ciclo celular.
Algumas células altamente especializadas, como as hemácias de mamíferos são
anucleadas quando em seu estágio final de maturação. Por este motivo estas células são
incapazes de se reproduzir, o que determina sua curta vida média (em torno de 120 dias).
Nos diferentes tipos celulares normalmente o núcleo ocupa posição central no
citoplasma, entretanto em certos casos ele pode ser deslocado do centro, em decorrência do
acumulo de materiais no citoplasma ou ao grande tamanho de certas organelas como o
vacúolo em células vegetais.
Normalmente a forma do núcleo acompanha a forma da célula, esférico em células
cúbicas e alongado em células cilíndricas. Em leucócitos observamos núcleos multiformes e
irregulares. Por exemplo, os neutrófilos apresentam núcleos polimórficos com dois a cinco
lóbulos ligados por finas pontes cromatídicas. Em monócitos os núcleos variam de ovóide a
reniforme de acordo com o estágio de maturação da célula.
56
Atividade 9
Objetivos
1. Observar ao microscópio de luz, a forma, o tamanho, a posição e o número de
núcleos em diferentes tipos celulares.
2. Observar ao microscópio de luz, nucléolos em diferentes tipos celulares.
3. Relacionar o grau de condensação da cromatina com a atividade metabólica das
células observadas.
4. Observar a estrutura do núcleo e do nucléolo em eletromicrografias.
57
B) Fígado de Rato (hepatócitos)
Esquematize um hepatócito em um aumento final de 400X.
58
10 – Ciclo Celular - Mitose
Movimentos dos cromossomos durante a mitose
Mitose
59
Anáfase: ocorre rompimento de centrômeros e separação de cromossomos em dois
conjuntos idênticos, e a posterior migração destes para os pólos opostos da célula.
Telófase: inicia quando cada um dos conjuntos cromossômicos chega aos pólos do
fuso. Esta fase caracteriza-se pela reconstituição dos dois núcleos filhos, que assumem aos
poucos um aspecto interfásico.
Concomitante às duas últimas etapas inicias-se a citocinese, divisão do citoplasma.
Esta fase difere de maneira acentuada entre células animais e vegetais. Nas células animais a
separação das células filhas ocorre por um mecanismo contrátil, no qual participam
microfilamentos de actina e miosina. Nas células vegetais a citocinese começa com o
aparecimento do fragmoplasto, que é formado por componentes do fuso de divisão e por
vesículas oriundas do complexo de Golgi. A fusão destas vesículas determina a formação da
placa celular, que separa as células filhas, com a liberação de seu conteúdo para a formação
da matriz péctica.
60
Atividade 10
Objetivos:
1. Caracterizar as fases da mitose em raiz de cebola;
2. Identificar os diferentes tipos de cromossomos metafásicos;
61
b) Em que fase do ciclo celular ocorre a replicação do DNA?
________________________________________________________________
e) Por que se diz que a mitose é um processo conservativo, sob o ponto de vista
genético?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
f) O que é o centrômero?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
h) O que é cariótipo?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
62
i) Qual é a importância do estudo do cariótipo?
________________________________________________________________
_______________________________________________________________
63
11 – Meiose
Movimentos dos cromossomos durante a meiose
As fases da Meiose
64
seguinte, além de resultar na segregação dos homólogos, na anáfase. Ao
microscópio de luz não é possível ver as quatro cromátides dos homólogos
emparelhadas, uma vez que estão intimamente associadas e pouco condensadas.
C) Paquíteno – os cromossomos encontram-se mais condensados e totalmente
emparelhados e o evento mais importante dessa fase é a permuta ou crossing-
over, no qual cromátides homólogas trocam pedaços equivalentes, resultando em
uma nova combinação de genes dos pais.
D) Diplóteno – a separação dos cromossomos homólogos, iniciada no final do
paquíteno, continua neste estágio, quando podem ser observados os quiasmas,
ponto nos quais cromátides de cromossomos homólogos se entrelaçam. Os
quiasmas correspondem à evidência citológica do crossing-over ocorrido na fase
anterior.
E) Diacinese – os cromossomos homólogos, ainda unidos, continuam se condensando
e os quiasmas deslocam-se para as extremidades dos cromossomos, podendo
diminuir em número.
65
Segunda divisão meiótica
66
Atividade 11
Objetivos:
1. Preparar lâminas a partir de anteras de Lírio (Lilium sp.) e identificar as diferentes
fases da meiose em células mãe do grão de pólen
2. Relacionar o processo meiótico com a reprodução sexuada.
67
b) Desenhar as diferentes fases da meiose, destacando as alterações celulares mais
relevantes.
68
g) Considerando uma célula diplóide em G1 apresenta número de cromossomos 2n =
2x, conteúdo de DNA = 2C e 1 cromátide por cromossomo, dê o número de
cromátides por cromossomo, o conteúdo de DNA e o número de cromossomos por
célula em G1, G2 e nas diferentes fases da meiose.
69
12 – Microscopia Eletrônica
Princípios e Funcionamento do Microscópio Eletrônico
70
Figura 12.1 – Representação da estrutura de um MET.
O feixe de elétrons é emitido por um filamento, ou por um emissor que age como
cátodo, situado no topo de uma coluna cilíndrica com cerca de 2m de altura. Quando
submetida à alta voltagem, a fonte de elétrons é aquecida emitindo os elétrons que são
acelerados por meio de diferença de potencial elétrico. Dentro da coluna é criado um sistema
de alto vácuo evitando a colisão entre elétrons e as moléculas de ar e, consequentemente, a
dispersão dos elétrons. Além disso, um sistema de lentes eletromagnéticas está disposto no
interior da coluna funcionando lente condensadora dos feixes, concentrando-os e
direcionando-os para o plano onde se localiza o material. A imagem ampliada do espécime
em observação é gerada pelas lentes intermediárias que funcionam como uma lente objetiva;
posteriormente um terceiro conjunto de lentes eletromagnéticas, denominadas projetoras,
atua como lentes oculares ampliando mais uma vez a imagem. Por fim, a imagem final é
projetada em anteparo fluorescente, uma placa fotográfica ou em um monitor.
A imagem gerada no MET depende na dispersão diferencial de elétrons que, ao se
chocar com os núcleos dos átomos do espécime, se dispersam para fora da abertura das
lentes objetivas. A conseqüência da dispersão é a formação de uma imagem com pontos
eletrodensos e eletrolúcidos. Os pontos eletrodensos são observados em função de elementos
como ferro, ósmio, chumbo e ouro, enquanto pontos eletrolúcidos são observados quando os
elétrons encontram elementos como hidrogênio, carbono, nitrogênio ou oxigênio. Os materiais
biológicos são ricos nesses últimos elementos, portanto geram imagem eletrolúcidas, sendo
necessário contrastar o material com metais pesados, antes da sua observação no MET, a fim
de conseguir um bom contraste na imagem final observada.
71
Diante dessas informações é possível montar um quadro comparativo abordando as
principais diferenças entre as microscopias ML e MET quanto aos aspectos de funcionamento
e formação da imagem como mostrado a seguir:
Microscopia Eletrônica
Aspectos Microscopia de luz
de Transmissão
Fonte Luz visível Feixe de elétrons
Lentes Vidro Eletromagnéticas
Limite de Resolução 200 nm 0,2 nm
Formação da Imagem Absorção Elétron-opacidade
72
superfície do mesmo com grande nitidez de detalhes. Logo, a MEV é amplamente utilizada
para examinar superfícies de objetos quaisquer, seja biológico ou não, fornecendo imagens
tridimensionais dos mesmos. Além disso, MEV pode ser aplicado em estudos de objetos
grandes, inteiros, como vermes, insetos ou cabeça de um animal; em células livres como grão
de pólen, bactérias, vírus; em tecidos animais e vegetais; em fragmentos geológicos para
estudos de granulometria e textura de solos, ou objetos inanimados como prego, fibras, etc..
A estrutura de um MEV é bem diferente de um MET como pode ser observado na
figura 12.3:
73
A MEV difere em vários aspectos da MET apesar de em ambos os casos a imagem
ser formada a partir da interação de elétrons com lentes eletromagnéticas. As principais
diferenças estão relacionadas com a formação da imagem, como pode ser observado na
figura 12.4.
74
tecido ou material a ser analisado dever ser cortado de modo que tenha no máximo 1mm de
espessura, facilitando a etapa de fixação (o ideal são amostras com 1mm³).
Após a coleta o material deve ser imediatamente fixado. Esta etapa é critica para a
MET, pois uma má fixação pode danificar organelas celulares e prejudicar as análises. Os
fixadores que são utilizados na ME são os aldeídos (gluteraldeído, para-formaldeído,
gliceraldeído, etc.) e o tetróxido de ósmio. É comum realizar duas fixações, a primeira com
uma combinação de aldeídos (para-formaldeído e glutaraldeído), combinando a rapidez de
penetração do formol nas células com a capacidade de preservação das proteínas e estrutura
celular do gluteraldéido; e a segunda com tetróxido de ósmio, este penetra na célula
lentamente, reage com os carboidratos e lipídeos preservando a membrana plasmática. Além
disso, o ósmio é um metal pesado sendo capaz de dispersar os elétrons aumentando o
contraste da amostra na ocasião da observação no MEV.
Uma vez o material fixado deve-se realizar a desidratação no mesmo já que o
funcionamento do ME (vácuo, elétrons, etc) requer amostras sem umidade. A desidratação é
realizada através de séries alcoólicas ou acetônicas onde a água das células e tecidos é
lentamente substituída por um solvente.
Como a MET requer amostras extremamente finas o material deve ser incluso em
resinas para permitir os cortes ultrafinos sem danificar a amostra. As principais resinas
utilizadas neste processo são as plásticas, de epóxi (Epon ou araladite) ou Spurr e as acrílicas
(LRWhite). Durante a inclusão o liquido utilizado na desidratação é substituído pela resina, de
forma que a resina ocupe todos os espaços vazios da célula, proporcionando um corte
perfeito.
Após o emblocamento na resina, realizado em formas de silicone ou suportes de
plástico, o material deve ser cortado em um ultra-micrótomo. As seções obtidas com a ultra-
microtomia são realizadas com lâminas de vidro ou diamante de forma que sua espessura
não ultrapasse 100µm. Os cortes obtidos são posteriormente coletados com telinhas de liga
metálica que fazem a função da lâmina na ML. Em geral as telinhas são confeccionadas com
cobre, ouro ou níquel e possuem 3 mm de diâmetro.
Uma vez que a amostra está na telinha é necessário realizar a contrastação, etapa
que pode ser relaciona com a coloração na ML. A contrastação da amostra permite melhor
distinção dos componentes celulares em função da diferenciação de elementos eletrodensos e
eletrolúcidos gerando grande riqueza de detalhes na imagem. Nesta etapa utiliza-se acetato
de uranila ou citrato de chumbo, metais pesados que se ligam as macromoléculas fornecendo
densidade atômica necessária para dispersar os raios de elétrons.
A preparação de amostras para o MEV é um pouco mais simples que para MET já
que não é necessário fazer cortes no material. O material a ser fixado pode ter mais que
1mm de espessura recomendando-se no máximo 3 cm em função da distância de trabalho
do MEV. A fixação é realizada à semelhança do MET com uma fixação primária em aldeídos
e secundária no tetróxido de ósmio. Neste caso o ósmio é usado apenas para aumentar a
condutividade dos elétrons na superfície das amostras.
75
Após a fixação faz-se o processo de desidratação do material com séries de álcool ou
acetona. Posteriormente o material é levado a um aparelho de ponto crítico onde todo o
solvente é retirado, deixando o material totalmente seco, sem umidade, semelhante a uma
esponja. O material seco é montado em suporte especial para o MEV denominado “stub”.
Segue a impregnação da superfície do material com banho de ouro, facilitando a condução de
elétrons e a amostra está pronta para ser visualizada no MEV.
Microscopia Eletrônica de
Microscopia Eletrônica de Varredura
Transmissão
Fixação com aldeído
Pós-fixação com tetróxido de ósmio
Desidratação em série alcoólica ou acetônica
Inclusão do material em resinas Secagem especial em “ponto crítico”
Ultra-microtomia para obtenção de cortes Banho de ouro na superfície do material a
ultrafinos (< 100µm de espessura) ser analisado
Contrastação com metal pesado Sem contrastação
76
Atividade 12
(D)
78