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CURSO DE PEDAGOGIA
Pauline Dahmer
Pauline Dahmer
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Lismar Dahmer e Rosane Dahmer, por sempre terem me
incentivado a estudar, estando ao meu lado em todos os momentos. Eu devo tudo o
que sou a vocês, e se sinto orgulho de mim e do lugar aonde cheguei é porque sei
que vocês vieram segurando a minha mão.
Fico muito feliz, também, de poder estar com meu namorado Wiliam Buchele,
que me acompanhou nessa caminhada com todo apoio, carinho e incentivo, como
também a minha segunda família, meus sogros, cunhadas e cunhadas, e a vó Hersi,
por deixarem meus dias mais alegres.
3
Aos meus amigos, por todo carinho e apoio, entendendo minha ausência
nessa caminhada.
Aos meus colegas e amigos que pude fazer nesses anos de faculdade, em
especial à Camila Bagio, Jéssica Patrícia Ribeiro e Suelen dos Passos, uma
amizade que se iniciou no primeiro semestre e que continuará para o resto de
nossas vidas. Obrigada pelos abraços nos momentos difíceis, e vocês sabem que
não foram poucos, pelos conselhos, risadas, obrigada pelos grandes momentos que
pude compartilhar com vocês.
Sendo assim, dedico minha vitória, o sonho realizado a cada uma dessas
pessoas e agradeço por fazerem parte de minha vida.
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RESUMO
Este trabalho tem por objetivo compreender em que medida práticas promovidas por
um grupo de voluntários se manifestam como ações pedagógicas em espaços não
escolares. Sabe-se que o pedagogo tem a possibilidade de atuar em diferentes
espaços que ultrapassam os muros escolares. Em termos metodológicos, esta
pesquisa caracteriza-se como qualitativa, com inspiração no estudo de caso e valeu-
se de observações, diário de campo, fotografias, grupo focal e entrevista com a
idealizadora do grupo como forma de gerar dados. Para conseguir responder a
problemática central deste estudo três caminhos foram trilhados: (a) Investigar o que
são ações pedagógicas; (b) Compreender as diferenças conceituais entre Educação
formal, não formal e informal, dando destaque ao espaço não escolar; (c) Investigar
o que um grupo de voluntariado compreende como ações pedagógicas
desenvolvidas em espaços não escolares. Os resultados preliminares deste estudo
apontam que: 1) ações pedagógicas podem se caracterizar como práticas
educativas intencionais, já que toda atividade pedagógica constitui uma prática
educativa de forma abrangente, formativa e planejada podendo acontecer em
qualquer espaço e não somente nos espaços escolares, desde que ocorra de
maneira intencional; 2) educação formal é a educação tradicional e
institucionalizada, que ocorre dentro das escolas; educação informal é a transmissão
da cultura, dos hábitos, tradições e os valores, ocorrendo nos grupos de amigos,
igrejas, comunidade, família; educação não formal é uma ação intencional, com
objetivos determinados, que busca a transmissão de conhecimento, a formação de
indivíduos, ocorrendo em espaços não escolares; e 3) as ações que o grupo de
voluntariado promove, são realizadas de forma intencional, o planejamento é
organizado de uma maneira mais flexível, o improviso faz parte da rotina, pois cada
porta que se abre é um novo começo, a missão do grupo é promover experiências
da alegria para os pacientes hospitalizados e seu entorno enxergando o hospital de
uma forma lúdica e menos dolorida. Após observar o grupo em ação no hospital, na
escola e na reunião de planejamento, e vários questionamentos realizados nos
grupos focais que buscaram esmiuçar a existência dos pré-requisitos que
configuram a ação pedagógica se percebeu que possuem pouco conhecimento
sobre essa construção pedagógica, mesmo porque, como salientaram várias vezes
não ser esse o foco deles. Os palhaços doutores estão mais relacionados com
6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Lista de figuras
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 9
3 CAMINHOS DA PESQUISA 27
CONSIDERAÇÕES FINAIS 53
REFERÊNCIAS 58
APÊNDICE A 65
APÊNDICE B 67
APÊNDICE C 68
APÊNDICE D 71
9
1 INTRODUÇÃO
Para Gomes, Silva e Silva (2012, p.4) "[...] a educação, assim, se caracteriza
como um processo contínuo que se desenvolve a todo momento onde haja pessoas
construindo conhecimentos em interação e inter-relação". Brandão complementa:
"Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja, ou na escola, de um
modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender,
para ensinar, para aprender e ensinar.” (BRANDÃO, 2007, p.7).
O problema central do presente estudo, assim como seu objetivo geral, foi
compreender e analisar em que medida práticas promovidas por um grupo de
voluntários se manifestam como ações pedagógicas em espaços não escolares.
Para auxiliar a responder o problema de pesquisa compus alguns objetivos
específicos que aprofundam os processos a serem analisados: a) investigar o que
são ações pedagógicas; b) compreender as diferenças conceituais entre educação
formal, não formal e informal, dando destaque ao espaço não escolar e c) investigar
o que um grupo de voluntariado compreende por o que sejam ações pedagógicas
desenvolvidas em espaços não escolares.
Atuo na área da saúde há dez anos e não cogitava, até aquele momento, a
possibilidade de um pedagogo poder atuar nesta área. O hospital que trabalho não
possui espaço de recreação e nenhuma ação pedagógica. Com o tempo foram
surgindo várias inquietações sobre a importância de ações pedagógicas em
diferentes espaços. Através disso, interessei-me em investigar e aprender sobre
esse assunto, até então desconhecido para mim.
Tendo em vista o exposto acima, esta pesquisa pode vir a contribuir com
futuros estudos com esta temática, além de servir como base prática para
professores, alunos, os mais variados representantes da sociedade civil, e
instituições interessadas no desenvolvimento de suas potencialidades.
A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim
através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)
construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão
importante investir na pessoa e dar estatuto ao saber da experiência.
(NÓVOA, 1995, p. 25).
Neste sentido, Freire defende a relação da prática com o sujeito, quando diz
que:
Toda a prática educativa requer a existência de sujeitos que ensinam e aprendem os conteúdos, por
meio de métodos, técnicas e materiais, e implica em função do seu caráter
diretivo, objetivos, sonhos, utopias, ideais. Daí a sua politicidade, qualidade
que tem a prática educativa de ser política, de não poder ser neutra
(FREIRE, 2011, p. 78).
Dessa forma, resgata a importância de se considerar o professor em sua própria formação, num
processo de auto-formação, de reelaboração dos saberes iniciais em
confronto com a prática vivenciada. Assim seus saberes vão se constituindo
a partir de uma reflexão na e sobre a prática. Essa tendência reflexiva vem-
se apresentado como um novo paradigma na formação de professores,
15
O curso de Pedagogia deve formar o pedagogo stricto sensu, isto é, um profissional qualificado para
atuar em vários campos educativos para atender demandas sócio-
educativas de tipo formal e não formal e informal, decorrentes de novas
realidades – novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação das formas
de lazer, mudanças nos ritmos de vida, presença dos meios de
comunicação e informação, mudanças profissionais, desenvolvimento
sustentado, preservação ambiental – não apenas na gestão, supervisão e
coordenação pedagógica das escolas, como também na pesquisa, na
administração dos sistemas de ensino, planejamento educacional, na
definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais [...] na
produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na requalificação
profissional etc. (LIBÂNEO, 2013, p. 38-39)
Na minha busca por uma definição sobre o que são ações pedagógicas não
encontrei uma resposta precisa a esse termo. Por isso neste capitulo procurarei
explicar, através da interpretação de alguns autores, o que estou entendendo por
este conceito. Para tanto, primeiramente é necessário explicitar os conceitos de
ação, Pedagogia e pedagógico.
decorar as lições e poemas, além de fazer valer sua autoridade quando necessário
(ARANHA, 2006). Ainda segundo Libâneo (2013), o ensino é primordialmente
dirigido para as crianças, e quem ensina para as crianças é o pedagogo. Portanto, a
pedagogia se ocupa de processos educativos, métodos, maneiras de ensinar;
buscando uma constante melhoria nos processos de aprendizagem dos indivíduos.
Outra definição pode ser encontrada em Cadinha (2007, p.21), para quem “a
pedagogia é o campo do conhecimento científico, que se ocupa do estudo
sistemático da educação em suas várias modalidades, e da prática educativa
concreta, que se realiza em todos os aspectos que formam uma sociedade de
ações”. Nesse sentido, Cadinha (2007, p.20), destaca que o profissional em
pedagogia não é apenas aquele que conduz a criança, mas “o pedagogo é um
estudioso dos resultados educativos que acontecem em todas as vidas sociais,
culturais e intelectuais do sujeito inserido em uma sociedade na qual contribui para o
seu desenvolvimento”.
A direção de sentido, o rumo que se dá às práticas educativas. É, pois, o caráter pedagógico que faz
distinguir os processos educativos que se manifestam em situações sociais
e concretas, uma vez que a análise pedagógica que explicita a orientação
do sentido (direção) da atividade educativa. (LIBÂNEO, 2013, p.142)
concluir que: definir quais atividades podem ser consideradas práticas pedagógicas
não é o mais importante, mas sim o quanto o “cliente” – indivíduo ou instituição –
está disposto a tomar consciência e criar atitudes a respeito do que lhe
proporcionará a construção de conhecimentos, de melhorias ou da obtenção de
benefícios e alcance de metas.
Então, a partir das leituras realizadas para este capítulo pude compreender
que ações pedagógicas podem se caracterizar como práticas educativas
intencionais, já que toda atividade pedagógica constitui uma prática educativa de
forma abrangente e formativa podendo acontecer em qualquer espaço e não
21
somente nos espaços escolares, desde que ocorra de maneira intencional. Impondo
assim, desafios e exigências para a sociedade, envolvendo as finalidades
educativas, especificidades institucionais dependendo de onde se atuará, como por
exemplo as unidades hospitalares, e também segundo o perfil da clientela a ser
atendida (LIBÂNEO, 2013).
Os termos não formal e informal são matéria base da idéia difundida por
Brandão (2017, p.17), para o qual a educação não é composta apenas pelas
tradicionais práticas de ensino desenvolvidas nas escolas, mas que: “abrange todos
os processos de formação dos indivíduos, de modo que, toda troca de saberes se
constitui como uma prática educativa e pode se desenvolver nos mais variados
ambientes sociais”.
Esse tipo de educação se denomina como formal por ter sido instituída e ser
controlada pelo governo como a forma de educação padrão. Ela é padrão
primeiramente em função de sua obrigatoriedade (dos 4 aos 17 anos), e por fornecer
ao aluno um currículo de estudos ao longo da vida, que é socialmente aceito pelas
mais variadas organizações e pessoas para as contratações e acordos profissionais.
Ou seja, este tipo de educação representa um padrão de formação universalmente
aceito pela sociedade (GOHN, 2001).
associações, grupos de interesses, etc.) E por sua vez, meio dessas interações, o
indivíduo o repassa esses conhecimentos para outras pessoas.
Gohn (2006) explica que a educação não formal é uma ação intencional, com
objetivos determinados, que busca a transmissão de conhecimento, a formação de
indivíduos, assim como o aprimoramento das qualidades dos participantes ou do
grupo participante, ocorrendo em espaços não escolares. Este tipo de educação é
desenvolvida nos mais diversos setores da sociedade, economia e política
(movimentos sociais, organizações, empresas, grupos de interesse, governo,
organizações não governamentais, entre muitos). Segundo Gohn (2006) a educação
não formal atua com a intenção de buscar resultados como:
Freire (2016) explica que a educação não formal possui uma forma própria de
organização e se associa com conteúdos de aprendizado de outra maneira a que a
escola o faz, pois as relações pessoais e a transmissão do saber, por se
encontrarem ligados à prática, transcorrem diferentemente do meio formal e escolar.
Segundo Trilla (2006) e Souza (2008), a educação não formal passou a ser
pensada no momento em que os diferentes setores da sociedade como a
agricultura, as indústrias, as empresas, a igreja, a saúde, a assistência social, a
cultura, e a própria pedagogia perceberam que a família e a escola não conseguiam
mais atender às demandas sociais, econômicas e políticas que emergiam a partir
daquele momento histórico.
meio em que se realizavam. Esta ideia de mudança está expressa nas palavras de
Paulo Freire:
Se estivesse claro para nós que foi aprendendo que aprendemos ser possível ensinar, teríamos
entendido com facilidade a importância das experiências informais nas ruas,
nas praças, no trabalho, nas salas de aula das escolas, nos pátios dos
recreios, em que variados gestos de alunos, de pessoal administrativo, de
pessoal docente se cruzam cheios de significação (FREIRE, 2016, p. 50).
Souza (2008) explica que as ações em educação não formal ao longo dos
anos somadas às transformações das relações sociais na família, no trabalho, no
lazer possibilitaram uma contínua reformulação das formas e meios de educação
nas escolas possibilitando ganhos pedagógicos e principalmente na sociedade como
um todo. E ao agente dessas ações fora do mundo escolar é denominado de
educador social, ou seja, o profissional envolvido com projetos e ações em
organizações e instituições. Esse educador não é apenas um profissional da
pedagogia, mas também estagiários, um número considerável de voluntários,
profissionais liberais dos mais diversos ramos, entre muitos.
3 CAMINHOS DA PESQUISA
1
O grupo autorizou a divulgação de seu nome neste estudo.
29
das relações, dos processos e dos fenômenos, sendo que estes não podem ser
quantificados (MINAYO, 2010).
Dentre o rol dos tipos de pesquisa existentes a que mais se aproxima com
esta investigação é o estudo de caso. O estudo de caso, para Molina (2010), pode
ser definido como um processo que tenta descrever e analisar algo ou um fenômeno
em termos complexos e compreensivos, desvendando suas características e
levantando dados relevantes. De acordo com Yin “A estratégia de estudo de caso
30
pode ser utilizada para explorar aquelas situações nas quais a intervenção que está
sendo avaliada não apresenta um conjunto simples e claro de resultados” (2003,
p.62).
Uma das ferramentas utilizadas no projeto foi a fotografia. Solicitei para que
cada integrante do grupo tirasse uma foto do que eles acreditam serem ações
pedagógicas durante as suas práticas. Essas foram registradas com seus aparelhos
celulares. Não foram fotografados pacientes internados, por uma perspectiva ética,
para evitar a identificação do hospital e dos pacientes envolvidos. A fotografia, uma
tecnologia de fácil acesso nos dias atuais, possui uma grande importância em
estudos de caso, pois permite a realização de amplos registros dos acontecimentos,
revelando em detalhes o ambiente de estudo. Tal fato não seria possível, ou se
tornaria um aspecto dificultador, caso apenas se utilizasse a escrita com simples
anotações de dados. Todos os integrantes do grupo autorizaram o uso de sua
imagem pessoal no presente estudo mediante a assinatura do TCLE (APÊNDICE A).
As outras pessoas que apareceram nas fotografias tiveram seus rostos distorcidos
em editor de imagem (Photoshop CS5) a fim de evitar seu reconhecimento.
Outra ferramenta utilizada foi o grupo focal, que veio ao encontro para
aprimorar o meu projeto. Segundo Gondim (2003) grupos focais representam uma
técnica de pesquisa que coleta dados por meio das interações grupais ao se discutir
um tópico especial sugerido pelo pesquisador. O grupo focal é um grupo pequeno
onde as pessoas estão reunidas com o objetivo de tratar ou debater um determinado
tema. Para que essa técnica seja bem sucedida deve haver uma pessoa que
funcione como administradora do grupo iniciando os assuntos, coordenando os
diálogos e estimulado a participação dos componentes de forma igualitária (BAUER;
GASKELL, 2010). Aconteceram dois encontros de grupo focal, com duração
aproximada de uma hora cada. E durante um dos encontros aproveitei para recolher
32
[...] um diário de campo é caracterizado, desta maneira: “...constam todas as informações que não
sejam o registro das entrevistas formais. Ou seja, observações sobre
conversas informais, comportamentos, cerimoniais, festas, instituições,
gestos, expressões que digam respeito ao tema da pesquisa. Falas,
comportamentos, hábitos, usos, costumes, celebrações e instituições
compõem o quadro das representações sociais”. (MINAYO, 2014, p. 100)
33
O diário de campo é uma boa forma de apoio ao estudo, pois nele é possível
registrar, de forma imediata, todos os fatos e acontecimentos observados no local de
pesquisa.
34
Inicio esta etapa do estudo lembrando Paulo Freire que certa vez escreveu: “A
alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da
busca. E ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e
da alegria” (Freire, 2016, p. 16). Freire aqui nos lembra que Educação e alegria são
valores indissociáveis e que o sucesso educacional está em um ensino prazeroso,
que estimule o aluno a aprender.
No Brasil, essa iniciativa teve seu início em 1991 com a fundação do grupo
Doutores da Alegria, uma organização sem fins lucrativos que busca promover a
cultura e a saúde intervindo junto à crianças, adolescentes e outros públicos em
situação de vulnerabilidade e risco social nos hospitais públicos e ambientes
desfavoráveis. A figura do palhaço é o meio que busca transmitir alegria e manter ou
até recuperar a dignidade do público convalescente (DOUTORES DA ALEGRIA,
2016).
Através da arte do palhaço contribuímos de forma efetiva com a qualidade de vida destes pacientes e
profissionais de saúde, contribuindo em sua recuperação clínica,
desmistificando o hospital como um local apenas de dor e tristeza
(DOUTORES P - MULTIPLICADORES DA ALEGRIA, 2008, texto digital).
36
Após a reunião foi realizada a oficina para escolha dos novos integrantes do
Doutores P Multiplicadores da Alegria.
Durante a reunião foi utilizada uma agenda em papel para programar os dias
para atuação de cada componente. Não foi realizado nenhum registro em ata após a
reunião e os assuntos comentados foram referentes aos participantes das oficinas,
qual deles teria mais chances de ser escolhido, como estavam atuando, qual estava
se saindo melhor em quesitos teatrais. Foi observada uma conversa para troca de
ideias, sustentada pela informalidade, entre um grupo de amigos.
A dupla que acompanhei levava consigo um violão e uma pasta com músicas.
Seu itinerário foi completo, entrar na porta da frente do hospital e dos quartos e
apenas sair na dos fundos. Primeiramente passaram nos postos de enfermagem
pedindo quais os quartos que poderiam visitar (FIGURA 2). Em seguida anunciaram
40
"Um fato que chamou a atenção foi um paciente muito debilitado, conectado à
vários aparelhos que mexeu a mão e os pés assim que começaram a tocar e cantar.
Também pacientes internados há mais tempo pediam pelos outros participantes do
grupo" (DIÁRIO DE CAMPO, 26/08/2017).
A maior parte das crianças em situação de fracasso são as de classe popular e elas precisam ter
prazer em estudar; do contrário, desistirão, abandonarão a Escola, se
puderem. Se não puderem, continuarão, mas não aprenderão muito. Quanto
mais os alunos enfrentam dificuldades - de ordem física e econômica - mais
a Escola deve ser um local que lhes traga outras coisas. Essa alegria não
pode ser uma alegria que os desvie da luta, mas eles precisam ter o
estímulo do prazer. A alegria deve ser prioridade para aqueles que sofrem
mais fora da Escola. Sei que é um pouco utópico, mas de vez em quando é
necessário sonhar. A grande maioria dos alunos das classes populares
freqüenta a escola pública durante sua escolaridade básica, portanto, é
fundamental que essa escola seja capaz de proporcionar-lhes prazer, prazer
de conquistas, prazer que prepare-os para a luta (SNYDERS apud
CAMILLIS, 2006, p. 164).
É preciso que saibamos que, sem certas qualidades ou virtudes como amorosidade, respeito aos
outros, tolerância, humildade, gosto pela alegria, gosto pela vida, abertura
ao novo, disponibilidade à mudança, persistência na luta, recusa aos
fatalismos, identificação com a esperança, abertura à justiça, não é possível
a prática pedagógico-progressista (FREIRE, 2004, p. 120).
A alegria deve fazer parte do clima ou atmosfera do espaço pedagógico, mas crianças e jovens
precisam saber que estudar é um “ato sério” no qual a alegria não pode ser
confundida com a “alegria fácil do não-fazer”. A alegria está relacionada à
esperança (ou certeza) de que se pode aprender, produzir e resistir aos
obstáculos. É falso também tomar como inconciliáveis seriedade docente e
alegria, como se a alegria fosse inimiga da rigoridade. Pelo contrário, quanto
mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e na minha
docência, tanto mais alegre me sinto e esperançoso também. A alegria não
chega apenas no encontro do achado mas faz parte do processo da busca.
E ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e
da alegria (FREIRE, 2004, p. 142).
44
Coordenadora: É levar a linguagem do palhaço pra dentro do hospital. Essa é nossa perspectiva,
nosso objetivo, levar esse trabalho artístico da linguagem do palhaço de
forma lúdica pra dentro do hospital.
Integrante W: A gente trabalha com uma subversão da realidade, então através do teatro, com esse
nosso trabalho dentro do hospital, a gente reverte a realidade da pessoa
que tá internada. Então a pessoa que está posta aquele quadro de dor,
aquele quadro de doença, através da arte. A gente subverte isso, a gente
transforma e faz a pessoa conseguir se modificar por conta própria.
Integrante W: A gente faz reuniões assim esporádicas, praticamente todos os meses nós fazemos
uma reunião, é assim.
Coordenadora: Não é que tem um planejamento.
Integrante W: São outros planejamentos, de como a gente vai agir, de como estão acontecendo as
visitas, a sistemática, o que acontece, as realidades que a gente tem.
Coordenadora: A gente trabalha muito na questão do improviso. O nosso trabalho do teatro, ele, é a
partir do não saber o que fazer, é chegar lá e trabalhar com o improviso, né.
Porque não tem como tu chegar com uma coisa planejada, porque tu não
sabe o destino que tu vai encontrar lá.
Integrante W: O nosso planejamento basicamente permeia essa lógica de formação, essa lógica de
fazer o treinamento, de estudar, sobre essa linguagem, sobre a linguagem
do palhaço no hospital. Então nossas reuniões de planejamento são uma
troca de conhecimentos, uma troca de informações, uma troca de idéias
sobre oficinas a fazer, sobre leituras, por ventura, que venhamos a fazer e
esse crescimento do nosso saber, sobre essa arte.
Tendo em vista o que foi respondido para a segunda pergunta, que o grupo
não possui um planejamento rígido, do tipo retroativo e fechado, trabalhando com o
2
Disponível em:
<https://www.doutoresdaalegria.org.br/blog/palhacos-acompanham-procedimentos-medicos-em-israel
/>. Acesso em: 22 out. 2017.
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improviso e que a sua preocupação se relaciona com o fato do integrante ser uma
pessoa hábil em técnicas de palhaço e que realize treinamentos regulares como
forma de planejar sua preparação, foi realizada uma terceira pergunta: “Então o
planejamento não é das ações, porque vocês trabalham no improviso, mas é um
planejamento das oficinas, de cursos, mais nesse sentido assim?”
Integrante M: Até porque a gente tem bastante, assim, eventos que a gente trabalha nas escolas, o
teatro nas escolas. A gente às vezes se reúne pra ver essas datas, como
vai fazer.
Integrante A: Pra organizar esse processo que a gente vai fazer nas escolas.
Integrante W: Até por que o evento nas escolas nós apresentamos uma peça. Então é algo pontual,
não é no improviso, são momentos que foram vividos dentro do hospital.
Mas a gente trabalha uma cena, uma cena que está escrita, mas a gente
tem um leve improviso nessas cenas. Então o que a gente apresenta nas
escolas é uma peça de teatro, não é a mesma linguagem especificamente
que a gente utiliza no hospital. Por que no hospital a gente não entra com
uma cena pronta, cada quarto é uma nova história, cada quarto quando
abre a porta surge a história. Então a gente não tem como entrar com uma
coisa pronta, por que a gente não sabe qual é a realidade, diferente desse
trabalho que a gente propõe nas escolas ou até nas comunidades carentes.
A gente vai pros interiores de Venâncio que são muito vastos levando a
arte, né, levando essa cultura.
Coordenadora: O que agente tem é um planejamento do ano, do semestre. A gente planeja as datas,
as duplas. Sábado que vem que é eu e o W, no outro sábado que é fulano e
beltrano. Então a gente tem esse planejamento de estrutura, do que vai
acontecer ao longo do semestre, quem vai que dia que vai.
Nessa etapa do grupo focal, voltando a atenção ao encontro dos alunos nas
escolas, sabendo que no hospital trabalham no improviso, o grupo realiza algum
encontro para decidir o que vai ser apresentado nas instituições de ensino?
Integrante W: Assim, nós já temos a peça desenhada, como ela acontece. Essa peça foi desenhada
já faz algum tempo e a gente vai aprimorando ela, modificando a cena. Faz
um ano que estamos com essa peça, foi no final do ano passado, e a gente
vai aprimorando nossa peça. Quando a gente inicia a apresentação, isso é
uma coisa que já tá desenhada. Desde a nossa entrada, já pintados, é
improviso. Antes de iniciar a peça a gente fica no improviso, pois já estamos
como palhaços e vamos interagindo com as pessoas. Então essa parte sim
é um improviso, mas depois disso, a peça, ela é desenhada, ela tem moldes
fixos e a gente dá uma leve mudada nela em cada interpretação, mas ela é
fixa.
E a peça foi montada pelo grupo. E ocorre algum tipo de modificação anual
motivada pelos fatores sociais externos?
Integrante W: Sim, e nessa lógica inspirada um pouco nos Doutores da Alegria, que tem uma roda
chamada Roda Bestereológica, que é exatamente isso. Eles pegam uns
recortes do que eles vivem no hospital e eles trazem para uma peça. Essas
cenas, elas não tem conexão umas com as outras e a gente se inspirando
nisso começamos a desenhar. Cada um propôs alguma cena, algumas
numa reunião, outras surgiram na hora.
Brincando e jogando a criança reproduz sua vivências, transformando o real de acordo com seus
desejos e interesses, por isso pode-se dizer que através do brinquedo e do
jogo a criança expressa, assimila e constrói a sua realidade (Vygotsky,
2010, p. 146).
A partir das respostas ficou claro que a mensagem passada pelo grupo é a da
alegria, a linguagem da palhaçaria, que busca a desconstrução do ambiente
desfavorável do hospital, ou da escola, visando uma transformação do paciente, ou
até do aluno, ao modificar sua atitude de forma positiva. Segundo Matos (2009), o
cerne da construção do repertório do palhaço é o resultado de sua vivência e suas
experiências junto ao público. Ser palhaço é aliar um conhecimento técnico e criativo
com a espontaneidade gerada pelo meio e pelo público com o qual ele interage. E
ao longe de sua trajetória o artista vai acumulando um repertório ao qual vai abrindo
mão no momento de interação com o público.
E nesta etapa a que chegou o grupo focal o objetivo de pesquisa passou para
a investigação de fatores externos, ou seja, procurar por elementos de
planejamento, controle e avaliação realizados por terceiros, a fim de ver o quanto o
grupo está próximo dessa forma de sistematização e, sobretudo, o quanto se
aproxima da área pedagógica. Também busquei verificar o quão promissora poderia
52
Integrante W: A E é a coordenadora do grupo, mas o nosso grupo é muito dinâmico. Então todos nós
temos voz, todos temos a mesma voz no grupo.
Integrante M: Até o J que está trabalhando em Porto Alegre no grupo de teatro, ele nos dá acessoria.
Integrante W: Nessa idéia de formação até sobre palhaço, existe pouca formação de palhaço no
mundo, existem pouquíssimas escolas no mundo. As maiores escolas de
palhaços são em Portugal e França. A linguagem do palhaço no contexto
histórico ela surge nos circos, de pai para filho. Geralmente tinha no circo o
pai palhaço que gera o filho palhaço. J é o que mais tem oficinas na área,
cursos sobre palhaçaria. A coordenadora também tem, eu tenho, as gurias
também já fizeram oficinas e a gente vai fazendo essa troca de informações.
Um troca o que aprendeu com o outro e agente vai crescendo dessa forma.
A formação não é tão assim excepcional pra gente, porque a gente
consegue fazer essa formação não tão puxada, não chega a ser um
bacharelado, mas não deixa de perder qualidade.
Integrante A: Como se fosse um curso, na verdade um aperfeiçoamento da pra dizer, não tem como
você ser formado naquilo, mas sempre aparecem experiências de outros
palhaços, oficinas com outras pessoas, que nada mais é a vivência, não tem
uma receita de bolo.
Coordenadora: Já teve um período em que eles estavam mais vivos dentro do grupo, mais
participativos, mas foi mais antigamente. A gente tinha uma equipe que era
composta pela L. A L até hoje em dia tem participado bastante ainda. Muito
eles me perguntam também, e nós perguntamos para o pessoal “E ai como
que ta?” Quando a gente precisa de alguma coisa deles também. A
psicóloga do hospital se dispôs sempre, principalmente a questão da
psicologia de dar um apoio. Como a gente passa por todo um processo
dentro do hospital, por toda uma situação, se precisar tem esse apoio
psicológico dela quanto ao nosso trabalho se a gente precisar. Então ela
sempre está bem disposta se agente precisar de alguma coisa. Já participou
de reuniões com a gente.
Integrante W: A minha seleção foi diferente, ela foi feita dentro do hospital. Eu fui selecionado dentro
do hospital. Então a junta médica, todos esses parceiros que estavam ali
com a gente, participaram tiveram voto também. Mas assim, na lógica que
eu iria falar antes, o grupo era novo, era mais novo ainda. Como o hospital
já conhece o nosso trabalho e sabe da nossa ética, o hospital atualmente
não interfere mais diretamente no nosso trabalho. Eles já sabem como a
gente se propõe, e que dá certo, então atualmente a gente tem uma
liberdade bem grande dentro do hospital. A gente sabe o que pode e o que
não pode. Até por ter esse contato mais aprofundado com o hospital no
início.
53
Coordenadora: Parece que a gente criou uma maturidade. A eles cresceram, a gente confia no
trabalho de vocês. Quando acontece alguma coisa. A gente esteve numa
reunião do Coren que tem que cuidar tal coisa. Quanto à ética no hospital
que estava acontecendo, que eles mesmo do hospital foi chamado a
atenção. Tirar foto com os funcionários por exemplo. Então o Coren pediu
para que não tirasse mais fotos com os funcionários do hospital, até
conseguirem uma forma legal de poder acontecer isso, suspende por
enquanto. Estamos trabalhando para que possa a vir, porque os
funcionários gostam.
Coordenadora: Um grupo de teatro que faz uma ação voluntária dentro de um hospital.
Integrante W: O trabalho voluntário é apenas a forma que a gente optou para levar o nosso trabalho,
não é um trabalho voluntário é um trabalho de teatro, que vai muito além
que um serviço voluntário, que se reúne apenas para fazer alguma coisa
sem muito critério. No nosso grupo existe critério, existe estudo, existe muito
embasamento.
Coordenadora: É teatro.
Coordenadora: Na verdade o que surgiu primeiro, vou contar a história que eu conheço. Existiam três
participantes e eles tinham um grupo de teatro que era na Casa de Cultura
aqui de Venâncio Aires, do museu, aliás, do museu, e ai o hospital entrou
em contato com eles para fazerem um trabalho de CIPA dentro do hospital.
Só que foi um negócio que deu tão certo que o pessoal do hospital queria
que eles continuassem. Aí que foi organizado todo o projeto. Era um grupo
de teatro que não existe mais e dali surgiu os Doutores P, que é o grupo de
teatro de hoje em dia. É uma trupe, na verdade, de palhaços que faz esse
trabalho no hospital.
Integrante W: Acredito que essa foto seja um exemplo de ação pedagógica por entender seu conceito
teleológico enquanto ação que visa a um fim através de meios menores, ao
que me proponho, o pouco que levo é capaz de subverter a realidade de
quem se aproxima, mesmo face às duas figuras tão ambivalentes, o médico
e o palhaço, desse encontro, há uma troca, cada um saindo dele um pouco
mais completo.
Integrante M: Escolhi essa foto por ser o momento em que levamos o teatro para as escolas.
Proporcionar momentos de cultura e junto o trabalho que realizamos dentro
do hospital para as escolas do interior, nada mais é que um momento
pedagógico. Espaço em que crianças do interior que não tem acesso ao
teatro, possam contar com um momento de alegria e aprendizado, levado
de maneira lúdica.
Integrante R: Escolhi essa foto, pois foi um convite da escola, nos proporcionando uma linda
oportunidade de explanar sobre nosso trabalho. Uma maneira da
comunidade escolar nos conhecer mais, como palhaços de hospital, e
também como grupo de teatro.
Coordenadora: A fotografia escolhida fala do encontro com o ser lúdico que é o palhaço. É através do
jogo entre palhaço e paciente que as relações se estabelecem, podendo
serem encontros de olhares, sorrisos, encontros tristes e encontros felizes.
Porém, sempre há uma relação estabelecida e algo sempre fica deste jogo
lúdico.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
(Jacquim, 1963, p. 7)
É com essa frase dos anos sessenta, mas tão atual, de Guy Jacquim que
inicio a apresentação das ideias que esse estudo me suscitou. Aliás, ao lado dessa
trupe de pessoas maravilhosas foi um estudo que me proporcionou momentos de
muita alegria e até, arrisco afirmar, de um reencontro comigo mesma. O palhaço é
aquele que com sua máscara derruba as máscaras da pessoa, libertando o ser
escondido por trás dos padrões sociais, dos medos, das angústias e dos
estereótipos. É o inusitado, o incoerente, que "senti na pele", que vivenciei com os
Doutores P Multiplicadores da Alegria capaz de libertar o ser para que este possa se
deslocar e ver as coisas de um modo, de um ângulo diferente. Nem sempre o jeito
como fazemos as coisas, "o meu jeito", é o único jeito de se fazê-las. Por isso, me
permito categoricamente afirmar que, primeiramente, em termos dos objetivos
propostos é possível afirmar que os mesmos foram satisfatoriamente cumpridos. E
também posso especular que uma parceria desse grupo teatral com profissionais da
Pedagogia, seja no hospital, seja na escola, viria a ser algo muito promissor em
termos de ações educacionais.
E para o segundo objetivo a leitura obrigatória foi Maria da Glória Gohn (2001,
2006 e 2010), que sempre esteve envolvida com o estudo dos movimentos sociais e
por isso é uma entusiasta do meio não formal de educação. Mas antes é preciso
saber que os tipos de educação, formal, não formal e informal, existem
primeiramente em função do local, do espaço social onde ocorrem, que conferem as
características próprias de cada um desses três estilos. A educação formal é aquela
que ocorre basicamente no espaço escolar e outros espaços oficializados pela
educação governamental, e por isso, possui currículo, protocolos e procedimentos
pré estabelecidos. Já a educação informal é aquela que assimilamos no convívio
com a família, com os amigos, na utilização das redes sociais, da Internet, em
bibliotecas, etc. Já a educação não formal é muito promissora em função das inter-
relações econômicas, sociais e políticas que vivenciamos na atualidade. É
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Os doutores podem não agir diretamente como uma ação educativa, mas são
componentes desta. O trabalho de palhaço já é estudado e aplicado pelos
profissionais em instituições de saúde e escolas. A alegria que o palhaço transmite
compõe um subsídio educacional, principalmente em se tratando de Pedagogia
Hospitalar. Assim como Snyders, Freire, Padilha e Gadotti disseram que a alegria no
ambiente escolar é um dos pilares do aprendizado também o palhaço pode ser
considerado como um promotor indireto da educação, pois dissemina alegria para as
crianças, seja no hospital, na escola, ou nos ambientes não formais do cotidiano.
REFERÊNCIAS
BAUER, Martin W.; GASKELL, George. Pesquisa Qualitativa com texto, imagem e
som - um manual prático. 12. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. 516p.
FREIRE, Paulo. Cartas a Cristina - Reflexões sobre minha vida e minha práxis. Paz
e Terra: São Paulo, 2012. 416p.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 39. ed. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 2011. 190p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 60. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.
280p.
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. 19. ed. Loyola: São Paulo,
2011. 112p.
GHIRALDELLI JR., Paulo. O que é Pedagogia. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 2014.
104p.
GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010. 184 p.
LIBÂNEO, José C. Pedagogia e Pedagogos, para quê? 12. ed. São Paulo: Cortez,
2013. 206p.
NÓVOA, António (org.). Vidas de professores. 4. ed. Lisboa: Porto Editora, 2014.
216p.
PADILHA, Paulo R. Uma escola mais bela, alegre e prazerosa. In: GADOTTI,
Moacir; GOMEZ, Margarita; FREIRE Lutgardes. Lecciones de Paulo Freire,
cruzando fronteras: experiencias que se completan. 1.ed. Buenos Aires: CLACSO,
2003, 256p. Disponível em:
<http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/formacion-virtual/20100720083511/gomez.pdf
>. Acesso em: 14 out. 2017.
PIAGET, Jean. A Formação do Símbolo na Criança. 4. ed. São Paulo: LTC, 2010.
340p.
SOUZA, Cléia R. T. de. A educação não-formal e a escola aberta. In: Anais do VIII
EDUCERE – Congresso Nacional de Educação: "Formação de professores". 06 a 09
out. 2008. Anais ... Curitiba: Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR,
2008. 11p. Disponível em:
<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/444_356.pdf>. Acesso
em: 05 mai. 2017.
Eu,.........................................................................................................................,
portador do CPF:............................................, voluntário do
grupo.............................................................................. aceito, pelo presente Termo,
participar de entrevista/grupo focal para o trabalho com o titulo provisório “Espaços
não Escolares: Em que medida práticas promovidas por um grupo de voluntários se
manifestam como ações pedagógicas?” da acadêmica/estudante do Curso de
graduação em Pedagogia do Centro Universitário UNIVATES, de Lajeado/RS,
Pauline Dahmer, orientada pela professora Dra. Danise Vivian, que tem por objetivo
Analisar em que medida praticas promovidas por um grupo de voluntários se
manifestam como ações pedagógicas em espaços não escolares?
Assim, este Termo será expedido em duas vias, sendo uma via da acadêmica
para inserção na atividade/trabalho de pesquisa e outra do entrevistado.
Acadêmica/estudante Entrevistado
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Eu, , aceito
participar de uma entrevista a ser desenvolvida pela aluna Pauline Dahmer, através
do Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Pedagogia do Centro Universitário
UNIVATES – Lajeado/RS. Orientada pela professora Dra. Danise Vivian. Esse
trabalho tem como objetivo analisar o que faz a criança sentir-se pertencente ao
espaço escolar da Educação Infantil.
Fui esclarecido (a) de que a pesquisa poderá se utilizar de observações e
gravações de voz, a fim de contribuir no campo educacional. As informações obtidas
nesta pesquisa terão o propósito único de pesquisa, respeitando-se as normas
éticas quanto ao seu uso e ao sigilo nominal, e identidades, assegurando o sigilo das
informações adquiridas.
Assim, este Termo será expedido em duas vias, sendo uma via da acadêmica
para inserção na atividade/trabalho de aula e outra do entrevistado.
Nome do entrevistado:
CPF
Nome:
"Acredito que essa foto seja um exemplo de ação pedagógica por entender seu
conceito teleológico enquanto ação que visa a um fim através de meios menores, ao
que me proponho, o pouco que levo é capaz de subverter a realidade de quem se
aproxima, mesmo face às duas figuras tão ambivalentes, o médico e o palhaço,
desse encontro, há uma troca, cada um saindo dele um pouco mais completo".
"Escolhi essa foto por ser o momento em que levamos o Teatro para as escolas...
proporcionar momentos de Cultura e junto o trabalho que realizamos dentro do
hospital para as escolas do interior, nada mais é que um momento pedagógico.
Espaço em que crianças do interior que não tem acesso ao teatro, possam contar
com um momento de alegria e aprendizado, levado de maneira lúdica".
"Adoro essa foto, por ser um momento em que todas crianças e adultos vivenciam e
compartilham da alegria mesmo nos corredores do hospital".
"Escolhi essa foto, pois foi um convite da Escola, nos proporcionando uma linda
oportunidade de explanar sobre nosso trabalho. Uma maneira da comunidade
escolar nos conhecer mais, como palhaços de hospital, e também como Grupo de
Teatro".
"Para mim esse foi um momento importante para o grupo, uma vez que no Roda
Artística foi numa intervenção com os alunos do curso de Pedagogia da UNIVATES,
em ambiente acadêmico, a convite da professora. Isto nos mostra a importância de
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COORDENADORA
"A fotografia escolhida fala do encontro com o ser lúdico que é o palhaço... é através
do jogo entre palhaço e paciente que as relações se estabelecem, podendo serem
encontros de olhares, sorrisos, encontros tristes e encontros felizes, porém sempre
há uma relação estabelecida e algo sempre fica deste jogo lúdico.