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GESTÃO COMPORTAMENTAL

RECOMENDAÇÕES

LEMBRE-SE:

✓ Cada criança tem a sua personalidade e caracter: mais ou menos persistente,

mais ou menos reactivos, mais ou menos teimosos, mais ou menos sensíveis, mais

ou menos intensos… é preciso antecipar e adaptar as estratégias ao caracter da

criança/ jovem.

✓ Personalidade e comportamento são coisas diferentes, a nossa função como

educadores não é mudar a personalidade nem aceita-la completamente, mas sim

moldar para que o comportamento seja aceitável e leva-lo na direção correcta.

✓ O comportamento é moldado por:

o Exemplo dos pais

o Incentivos frequentes

o Consequências imediatas

✓ As crianças e jovens usam varias técnicas de manipulação para conseguirem o

que querem, os educadores precisam de estar atentos para não se deixar

manipular nem cair tao facilmente nessas armadilhas:

o Repetição: repetir até à exaustão o que querem;

o Provocação: dizer ou ter comportamentos que vão enervar, envergonhar

ou chantagear os pais até que os pais cedam e lhe façam as vontades

(não gosto de ti, atirar-se para o chão, gritar…)

o Ameaça: ameaçar os pais com algo dramático para os assustar (assim não

faço os TPCs, não janto, ou vou fugir de casa…);

o Mártir: é a técnica preferida das crianças introvertidas (eu não consigo,


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eu não sei, ninguém gosta de mim)

gabriela88cunha@gmail.com | Psicóloga Clinica Gabriela Cunha


o Anjo: a criança que habitualmente se porta mal, de repente torna-se o

maior santo para agradar e amolecer os pais até estas cederem;

o Agressão: é mais frequente em crianças mais novas, bater até conseguir

o que quer.

✓ Todos os adultos são diferentes mas existem quatro estilos educativos típicos:

autoritários, permissivos, democrático e negligente.

▪ Não devemos ser demasiado autoritários com regras muito rígidas, nem

o oposto deixar passar comportamentos inaceitáveis e permitir

incumprimento de regras e limites sem consequências.

▪ As regras devem ser claras, directas e concretas. Não é Não!

▪ As crianças devem aprender com as consequências naturais das suas

escolhas e responsabilizados.

▪ Os pais devem lembrar que o objetivo principal da disciplina não é só

controlar o comportamento mas que a criança no futuro consiga

desenrascar-se sozinha e que as regras e limites implicam ter em conta

os outros e resolver problemas de forma eficaz. É uma aprendizagem a

longo prazo.

✓ Não há formulas magicas, são três os componentes principais da disciplina

eficaz:

o Bom ambiente em casa e o exemplo dos pais

o Estimular e incentivar os comportamentos adequados

o Eliminar os comportamentos inadequados

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ESTRATEGIAS PARA MOLDAR O COMPORTAMENTO

AMBIENTE EM CASA:

✓ Saber ouvir e saber falar: é importante ser directo e especifico nas regras e

nas consequências, sem gritos.

✓ Saber agir: As crianças dão mais importância ao que os pais fazem do que ao

que os pais dizem. As ações dos pais devem ser imediatas e proporcionais aos

acontecimentos. Não se vai por uma semana de castigo. As regras são para ser

cumpridas e as consequências também, não se deve deixar passar, mas ter em

mente que o efeito não é imediato temos que insistir ao longo do tempo.

ESTIMULAR COMPORTAMENTOS ADEQUADOS:

✓ Devemos preferir a disciplina positiva e saber estimular os comportamentos

adequados, pois isso leva a que ela vá aprendendo o que está a fazer bem e ser

mais autonomia mesmo quando os pais não estão a controlar. Não devemos ter

exigências excessivas, sobretudo quando chegamos ao ponto de saturação, nem

deixar andar para não se chatearem. Na disciplina positiva as regras ou

tarefas claras e o reforço são a principal arma:

o Dar atenção à criança/jovem, fazer actividades com ela, ajuda-la,

mostrar como se faz;

o Encorajar e elogiar: independentemente dos resultados devemos

elogiar e focar a atenção na dedicação e esforço, nas qualidades, no que

corre bem mesmo que seja pouco (4 elogios por 1 critica).

o Fazer regras, pedidos simples, dar ordens e usar tabelas de

tarefas: ajuda a clarificar e simplificar na cabeça da criança e na do 3

educador de forma simples e pela positiva os comportamentos que

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queremos da criança. Falar muito, dar raspanetes só prejudicam a

relação.

o Limitar o tempo: O uso de cronómetro ou do tempo ajuda a evitar

desculpas, por exemplo para jantar, lavar os dentes, TPC...

o Oferecer escolhas limitadas: é uma forma de conseguir que a criança

faça o que queremos, para ela não sentir que algo lhe esta a ser imposto

(ex.: queres arrumar o quarto ao sábado ou ao domingo?)

o Deixar actuar as consequências naturais: os pais não tem que andar

constantemente a chamar atenção dos filhos ou fazer as coisas por eles

(se não jantar e ficar com fome vai comer os restos e não as bolachas).

o Recompensas: As recompensas sociais e as actividades preferidas são

as melhores recompensas ( ex.: elogios, ver TV, Telemovel, sair…)

o Negociar: é muito importante sobretudo para os adolescentes. Algumas

regras não são negociáveis. Podem ser negociadas, tarefas, horários,

recompensas e consequências. Isso ajuda a que as crianças façam parte

da decisão e mais facilmente cumprem, apesar de que a decisão final

deve ser dos pais. A negociação não é depois de a regra não ser

cumprida, depois vem a consequência. A negociação deve ser antes.

ELIMINAR COMPORTAMENTOS INADEQUADOS:

✓ Existem varias estratégias para terminar o comportamento inadequado das

crianças e para que eles percebam que os pais e educadores não aceitam aquela

atitude:

o Não dar atenção, ignorar, silencio ou um olhar: para pequenas falhas,

não se deve dar atenção (birras, chorar, dizer asneiras…)

o Dizer “não”: saber dizer não sem grandes explicações e não voltar com

a palavra atras é importante;


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o Repetir a tarefa fazendo bem: Pode ser usada com as boas maneiras à

mesa, arrumar o quarto, fazer os TPC, cumprir regras, falar com

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educação. Deve-se pedir à criança para repetir a tarefa bem de forma a

ter uma oportunidade de se redimir.

o Reprimenda: de forma calma, tranquila e firme, sem chegar ao ponto de

estar enervado deve-se chamar à atenção da criança de forma

construtiva, realçado que ela sabe fazer melhor. Aceitar desculpas

imediatas e não ficar com ressentimentos. Não usar de forma repetida,

pois assim a criança vai portar-se mal para chamar à atenção.

o Contar até três: Pode ser usado sempre que a criança se porta mal e

para dar a oportunidade de a criança se corrigir. Sem explicações.

o Colocar de castigo:

▪ A criança deve ser avisada de que se continuar o mau

comportamento vai ter um castigo, podendo ser usado qualquer

local, mesmo na rua, desde que não perigoso e sem distrações

(carro, num canto, sofá, cama)

▪ A duração deve ser cerca de 1 minuto por ano de vida, se a

criança sai deve-se recomeçar a contagem.

▪ Quando o tempo termina deve-se avisar a criança e tudo volta ao

normal.

o Estabelecer consequências logicas: sobretudo quando as crianças

desobedecem de propósito e para contrariar pode-se pensar em

consequências logicas que estejam relacionadas com os comportamentos

(chegou atrasado, para a semana vai ter que vir mais cedo todos os dias)

o Retirar privilégios: ficar sem telemóvel, sem a actividade, sem jogos…

o Pedir desculpa

o Executar tarefas: determinar uma consequência pelo mau

comportamento (arrumar a garagem, limpar a casa…)

o Usar o humor

Obrigada pela atenção!

gabriela88cunha@gmail.com | Psicóloga Clinica Gabriela Cunha

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