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4/26/23, 3:39 PM Conteúdo Online

Aplicar as tecnologias da comunicação e


da informação na escola, no trabalho e
em outros contextos relevantes para sua
vida.

Habilidade 1
Identificar as diferentes linguagen s e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas
de comunicação.

Provérbios e ditos populares

Provérbio, máxima, dito, adágio, aforismo: frase curta, geralmente de origem popular, frequentemente com
ritmo e rima, rica em imagens, que sintetiza um conceito a respeito da realidade ou uma regra social ou moral.

Exemplos:

Deus ajuda a quem cedo madruga.


Quem tudo quer, tudo perde.
Devagar se vai ao longe.
Amor com amor se paga.

Habilidade 2
A carta é uma modalidade redacional livre, pois nela podem aparecer a narração, a descrição, a reflexão ou o
parecer dissertativo. O que determina a abordagem, a linguagem e os aspectos formais de uma carta é o fim a que
ela se destina: amizade, negócio, interesse pessoal; o destinatário: um ente amado, um familiar, uma seção de
jornal ou revista etc. Assim, as cartas podem ser de amor, familiares, didáticas, apreciativas ou críticas,
doutrinárias.

Carta

A estética da carta varia conforme a finalidade. Se o destinatário é um órgão do governo, a carta deve observar
procedimentos formais, como a disposição da data, do vocativo (nome, cargo ou título do destinatário), do
remetente e a assinatura.

No caso de correspondências comerciais e oficiais — textos jurídicos, comunicados, ofícios, memorandos emitidos
por órgãos públicos —, a linguagem é muitas vezes feita de jargão e expressões de uso comum ao contexto que
lhes é próprio.

Uma obra literária pode também apresentar a forma de carta sem, contudo, pertencer ao gênero epistolar, como é,
por exemplo, o caso de Lucíola, de José de Alencar: a história é narrada por intermédio de cartas dirigidas a uma
senhora, o que não descaracteriza a obra como romance.

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Há exemplos famosos de correspondências aprecia tivas ou críticas, como as de Machado de Assis, Eça de Queirós,
Mário de Andrade e outros escritores.

Entre as cartas doutrinárias, temos as religiosas, como as epístolas de São Paulo, e as políticas, como algumas
cartas de Pe. Antônio Vieira.

Habilidades 3 e 4
3.  Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social
desses sistemas.

4.  Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e
informação.

A LINGUAGEM: INSTRUMENTO ESSENCIAL DO HOMEM

Costuma-se definir o homem como animal racional, distinto dos outros animais pela capacidade de pensamento e
uso da razão. Ocorre que o pensamento racional, como qualquer forma de pensamento, é inconcebível sem a
linguagem. A linguagem, portanto, deve ser tomada como o verdadeiro elemento definidor do homem em relação
ao reino animal, antes ainda do pensamento ou da razão, pois estes não seriam possíveis sem ela. Na abertura de
sua obra sobre teoria da linguagem, o grande linguista dinamarquês Louis Hjelmslev (pronuncia-se ielmsleu) assim
apresenta o que chama “a patente da nobreza do gênero humano":

A linguagem — o falar humano — oferece uma abundância inexaurível de múltiplos tesouros. A linguagem é
inseparável do homem e o acompanha em cada uma de suas atividades. A linguagem é o instrumento com que o
homem pensa e sente, forma estados de alma, aspirações, volições e ações, o instrumento com que influencia e é
influenciado, o fundamento último e mais profundo da sociedade humana. Mas a linguagem é também o
sustentáculo último, indispensável, do indivíduo, o seu refúgio na hora da solidão, quando a mente luta com o
problema da existência, e o conflito se resolve no monólogo do poeta e do pensador. Anteriormente ao primeiro
despertar da nossa consciência, a linguagem soava à nossa volta, pronta a enlaçar os primeiros tenros semens de
pensamento, e a acompanhar-nos, inseparável, por toda a vida, nas mais simples atividades cotidianas, como nos
momentos mais íntimos e sublimes, aqueles dos quais haurimos força e calor para a vida diária, graças à posse da
memória, que nos é fornecida pela própria linguagem. Mas a linguagem não é um acompanhamento exterior, ela
está no mais profundo da mente humana, tesouro de memória herdado pelo indivíduo e pelo grupo, consciência
vigilante que recorda e alerta. E o falar é o signo distintivo da personalidade, para o bem como para o mal, o signo
distintivo da família e da nação, a patente da nobreza do gênero humano. A linguagem se desenvolveu em uma
associação de tal forma inextricável com a personalidade, a família, a nação, a humanidade e a própria vida, que
podemos por vezes ter a tentação de nos interrogar se a língua é somente um reflexo, ou se não é, ela própria,
todas estas coisas, o gérmen do seu desenvolvimento.

(HJELMSLEV, Louis. Fundamentos da Teoria da Linguagem. Tradução de Francisco Achcar da tradução italiana, I


Fondamenti della Teoria del Linguaggio, Torino: Einaudi, 1968, p. 5.)

Vamos agora reler o belo e denso texto de Hjelmslev, num simples exercício de análise, numerando e destacando
as características atribuídas à linguagem para melhor distingui-las e visualizá-las, e apresentando sinônimos das
palavras menos usuais.

A linguagem — o falar humano — oferece uma abundância inexaurível  [inesgotável]  de múltiplos tesouros. A
linguagem é inseparável do homem e o acompanha em cada uma de suas atividades. A linguagem é o instrumento
com que o homem  [1] pensa  e  [2] sente,  [3] forma estados de alma,  [4] aspirações,  [5]
volições  [desejos, escolhas]  e  [6] ações,  [7] o instrumento com que influencia e é influenciado,  [8] o
fundamento último e mais profundo da sociedade humana. Mas a linguagem é também [9] o sustentáculo
último, indispensável, do indivíduo, o seu refúgio na hora da solidão, quando a mente luta com o problema da
existência, e o conflito se resolve no  [10] monólogo do poeta  e  [11] do pensador. [12]  Anteriormente ao
primeiro despertar da nossa consciência, a linguagem soava à nossa volta, pronta a enlaçar os primeiros tenros
semens de pensamento, e a acompanhar-nos,  inseparável, por toda a vida, nas mais simples atividades
cotidianas, como nos momentos mais íntimos e sublimes, aqueles dos quais haurimos  [retiramos (de dentro),
absorvemos] força e calor para a vida diária, graças à [13] posse da memória, que nos é fornecida pela própria
linguagem. Mas a linguagem não é um acompanhamento exterior, ela está no mais profundo da mente humana,
tesouro de memória herdado pelo indivíduo e pelo grupo, consciência vigilante que recorda e alerta. E o falar é o

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signo distintivo da personalidade, para o bem como para o mal, o signo distintivo da  família e da nação, a
patente [título, diploma] da nobreza do gênero humano. A linguagem se desenvolveu em uma associação de
tal forma inextricável [inseparável] com a personalidade, a família, a nação, a humanidade e a própria vida, que
podemos por vezes ter a tentação de nos interrogar se a língua é somente um reflexo, ou se não é, ela própria,
todas estas coisas, o gérmen do seu desenvolvimento.

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