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A Constituição federal de 1988, estabeleceu, a competência comum entre União,

Estado e Município, para a regulamentação, no que tange a matéria ambiental, tendo em


vista a flexibilização da mesma, com o intuito de facilitar a aplicação da mesma em
âmbito nacional.
Por ser competência comum e cumulativa é que o parágrafo único do art. 23 da
CF previu que lei complementar iria disciplinar a cooperação. A previsão da
competência comum é para que nenhuma agressão ao meio ambiente fique impune por
falha de algum órgão, tendo o art. 255 estabelecido a proteção ao ambiente como
responsabilidade de todos.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
Ocorre que a falta de uma estrutura organizacional pré-definida acabou por gerar
mais problemas que soluções, instaurando inúmeras incertezas quanto a
responsabilidade de cada ente para lidar com certas ações, assim como, quanto a
hierarquia entre tais poderes.
Foi realizada uma tentativa de solução do presente conflito com a resolução de
n° 237/97 do CONAMA, que buscou repartir de forma mais clara a competência entre
os entes federativos, no que verse sobre licenciamento ambiental. Apesar de ter
apresentado algumas soluções para o debate doutrinário, tal resolução mostrou-se
insuficiente para aplacá-lo por inteiro, além de disciplinar matéria reservada a Lei
Complementar, adotando um caráter inconstitucional. Com o intuito de por fim ao
imbróglio, foi criada a Lei Complementar n° 140/11, que pôs um fim a grande parte do
impasse legislativo, que se submetia o Direito Ambiental.
A Lei Complementar nº 140/11 fixa normas para a cooperação entre os entes
federativos, nas ações decorrentes do exercício da competência comum em matéria
ambiental, regulamentando o art. 23, parágrafo único, da CF, no que concerne ao temas
previstos nos incisos III, VI e VII do caput desse artigo. Tendo como principais
objetivos a defesa e proteção do ambiente, a garantia do desenvolvimento econômico, a
organização de competências entre os entes federativos e a uniformização da política
ambiental do país, sem deixar de lado as particularidade regionais.
Importante frisar que a Lei Complementar 140/11 não reduziu a competência
comum dos entes da Federação. Pelo contrário, confirmou o poder de fiscalização de
todos os entes para toda e qualquer situação, Prevendo em seu § 3º, art. 17, que a
competência do órgão licenciador para fiscalizar não impede a competência comum dos
demais entes.

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