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1. Radiologia do abdome.............................................. 3
2. Radiografia abdome.................................................. 3
3. Ordenamento da avaliação .................................... 4
4. Distribuição dos gases.............................................. 4
5. Avaliação das vísceras ............................................ 5
6. Estruturas ósseas ...................................................... 7
7. Calcificações................................................................. 8
8. Sondas .........................................................................12
9. Patologia de alças.....................................................13
10. Patologias vísceras sólidas................................15
11. Tomografia de abdome........................................17
12. Patologias intestinais............................................24
13. Patologias hepáticas.............................................30
14. Patologias pancreáticas......................................38
15. Patologias renais....................................................42
16. Patologias abdominais vasculares..................48
17. Trauma abdominal.................................................53
Referências bibliográficas .........................................63
RADIOLOGIA DO ABDOME 3
3. ORDENAMENTO DA
HORA DA REVISÃO: Anatomia AVALIAÇÃO
A cavidade abdominal abriga diversos
órgãos dos Sistema Digestório, Sistema
A radiografia de abdome, assim como
Linfático, Sistema Endócrino e Sistema qualquer método de imagem, apre-
Urinário. Para um entendimento satis- senta uma sistematização de avalia-
fatório da radiografia de abdome, deve- ção, que visa garantir a análise com-
mos relembrar a localização de algumas
dessas estruturas: pleta de todo exame, sendo composto
pelas fases:
• Observação da distribuição de ga-
ses nas vísceras ocas e na cavida-
de abdominal
• Avalição de órgãos Sólidos
• Caracterização das estruturas
ósseas.
Figura 2. Anatomia Sistema Digestório, retirado
do site www.planetabiologia.com
4. DISTRIBUIÇÃO DOS
Como pode ser visto nessa ilustração da GASES
vista frontal da cavidade abdominal, há
grande sobreposição de órgãos na ca- Para uma melhor avaliação da distri-
vidade, de forma que, certos órgãos não buição dos gases na cavidade abdo-
são visíveis. Dentre os órgãos visíveis minal, é importante estar habituado
na vista frontal estão: Fígado, superior-
mente a direita; Estômago, em posição
com a distribuição normal dos gases:
central; Baço, superiormente na extre-
midade esquerda da cavidade; Intestino
Grosso e suas estruturas, situadas peri-
fericamente na cavidade, abaixo dos ór-
gãos supracitados; e Intestino Delgado,
emaranhado e alocado centralmente na
cavidade. Dentre os órgãos não visíveis
podemos citar: Rins, localizados poste-
riormente as Flexuras do Colón direito
e esquerdo; Pâncreas, alocado profun-
damente ao Estômago; Glândulas Su-
prarrenais, alocadas superiormente aos
Rins; dentre outros.
5. AVALIAÇÃO DAS
VÍSCERAS
A segunda etapa da avaliação da ra-
diografia Simples de abdome é com-
posta pela caracterização de vísceras
sólidas, por meio da visualização de
suas sombras e de seus limites. Po-
demos visualizar as sombras dos se-
guintes órgãos: Fígado, Baço, Rins e
Músculo Iliopsoas.
6. ESTRUTURAS ÓSSEAS
O último passo da avaliação de uma
radiografia simples é a observação de
suas estruturas ósseas, compostas
pelos ossos pélvicos: Juntas Sacroilí-
acas, Ossos Pélvicos, Articulação do
Quadril, Ossos Sacro, Cóccix e Fêmur.
A caracterização de tais estruturas
é importante em diversos cenários, Figura 12. Radiologia pélvica, evidenciando as estrutu-
como no contexto de trauma; as- ras, retirada do site https://www.sanarflix.com.br/
8. SONDAS
Após a colocação de sondas e cate-
teres, é comum a realização de radio-
grafias para que haja confirmação do
posicionamento correto dos disposi-
tivos. Como é possível observar nas
imagens abaixo:
9. PATOLOGIA DE ALÇAS
Quanto a observação das patologias
intestinais, deve-se ter atenção re-
dobrada na avaliação dos sinais de
Figura 34. Filtro de veia cava, retirada do site. https://
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obstrução intestinal, com enfoque
principal na diferenciação de suas lo-
calizações de origem. As obstruções
de Intestino Delgado geralmente se
localizam centralmente e apresentam
o sinal radiológico conhecido como
RADIOLOGIA DO ABDOME 14
Figura 38. Ilhas de Figura 39. Ilhas de muco- Figura 40. Colón em Cano Figura 41. Colón em Cano
mucosa, retirada do site. sa, retirada do site. https:// de Chumbo, retirada do site. de Chumbo, retirada do site.
https://www.sanarflix. www.sanarflix.com.br/ https://www.sanarflix.com. https://www.sanarflix.com.
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RADIOLOGIA DO ABDOME 15
10. PATOLOGIAS
VÍSCERAS SÓLIDAS
Entre as patologias de vísceras sóli-
das, podemos observar a hepatome-
galia, esplenomegalia e nefromegalia,
por meio da observação dos limites
desses órgãos, deslocamento do co-
lón ou sobreposição dos órgãos au-
mentados sobre ele.
ANÁLISE
OBSTRUÇÃO ARTICULAÇÕES
VISCEROMEGALIAS
INTESTINO DELGADO SACROILÍACAS
OBSTRUÇÃO
CALCIFICAÇÕES OSSOS PÉLVICOS
INTESTINO GROSSO
PNEUMOPERITÔNIO
DOENÇA DE CROHN
Figura 57. Fase Arterial Tomografia, retirada do site. Figura 59. Fase de Equilíbrio Tomografia, retirada do
https://www.sanarflix.com.br/ site. https://www.sanarflix.com.br/
Já na fase tardia, ou excretora, é possi- Figura 64. Janela de Partes Moles Tomografia, retirada
bilitada a visualização de todo o sistema do site. https://www.sanarflix.com.br/
RADIOLOGIA DO ABDOME 22
Diverticulite
A diverticulite é a inflamação ou in-
fecção dos divertículos, estruturas
presentes no quadro chamado de di-
verticulose. Os divertículos são sacu-
lações compostas pela mucosa e sub-
mucosa do cólon, que se projetam em
direção a camada muscular do órgão.
O quadro de diverticulose é assinto-
mático, enquanto o da diverticulite é
composto por dor em quadrante infe-
Figura 73. Apendicite, retirada do site. https://www.
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rior esquerdo ou em região suprapú-
bica, desconforto abdominal, febre e
náuseas; sendo necessária, para con-
SE LIGA! DIFERENCIAÇÃO DE ABS- firmação do diagnóstico, a realização
CESSOS E ALÇAS INTESTINAIS:
de Tomografia Computadorizada. O
Um dos possíveis equívocos na identifi-
padrão de imagem dos divertículos
cação de abscessos se deve a dificulda-
de de diferenciação entre tais estruturas não inflamados é de bolsas arredon-
e alças intestinais. Para sanar tal dúvida, dadas ocas, preenchidas por ar, en-
é necessária a observação dos outros quanto os divertículos inflamados se
níveis de corte da tomografia. Se a es-
trutura se continua nos outros planos, é
apresentam com os sinais clássicos
provável que seja uma alça; porém, se a de inflamação: espessamento da pa-
estrutura se limita a alguns planos, ten- rede intestinal e borramento da gor-
de a ser um abscesso. dura adjacente.
RADIOLOGIA DO ABDOME 26
SE LIGA! DIVERTICULITE
COMPLICADA
Uma das possíveis complicações da Di-
verticulite é o quadro conhecido como
diverticulite complicada, que é composto
pela lesão da parede intestinal, que leva
a saída dos gases e fezes na cavidade
abdominal. Seu aparecimento na Tomo-
grafia Computadorizada se dá pela ob-
servação de pneumoperitônio e da pre- Figura 77. Pneumoperitônio, retirada do site. https://
sença de fezes fora das alças intestinais. www.sanarflix.com.br/
Pneumoperitônio
Como já visto anteriormente neste
material, a avalição de pneumoperitô-
nio é feita, classicamente, com reali-
zação de Radiografia Simples de Ab- Figura 78. Sinal de Rigle, retirada do site. https://www.
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dome, em incidência anteroposterior.
RADIOLOGIA DO ABDOME 27
Pneumatose
A pneumatose intestinal, presença de
gás na parede do trato gastrointestinal
(TGI), é um sinal clínico-radiológico de
uma série de morbidades intestinais
que promovem sofrimento ou isque-
mia de alças. Tal quadro é sugerido
pela observação, na TC, da presença
de ar periférico dentro da alça intesti-
nal, e confirmado com a observação
de pequenos pontos hipoatenuantes
difusos nos ramos hepáticos da Veia
Porta no Parênquima Hepático. Tais
estruturas puntiformes representam
a presença de gases no Sistema Por-
ta, sendo também visualizáveis na
Radiografia Simples de Abdome. Figura 80. Tomografia Computadorizada com Pneuma-
tose Intestinal, retirada do site. https://www.sanarflix.
com.br/
Obstrução intestinal
A obstrução intestinal é constituída
pelo bloqueio mecânico significati-
vo ou total do trato gastrointestinal
(TGI), tendo como etiologias mais co-
muns a presença de aderências, hér-
nias, tumores ou torções intestinais,
conhecidas como vólvulos. Tal qua-
dro pode ocorrer tanto no Intestino
Delgado quanto no Intestino Grosso,
tendo sua sintomatologia relaciona-
da a parte acometida. Obstruções
de Intestino Delgado resultam em
sintomas mais fortes, com ocorrên-
cia de vômitos, cólicas, obstipação e
Figura 79. Radiografia Pneumatose Intestinal na Ra-
diografial, retirada do site. https://www.sanarflix.com.br/
dor em região umbilical ou epigástri-
ca; enquanto obstruções de Intestino
RADIOLOGIA DO ABDOME 28
Figura 84. Radiografia Vólvulo de Sigmoide, retira- Figura 85. Vólvulo de Sigmoide, sinal do grão de café. retirada do
da do site. https://www.sanarflix.com.br/ site. https://www.sanarflix.com.br/
FLUXOGRAMA 2
PATOLOGIAS
INTESTINAIS
ABDOME
APENDICITE DIVERTICULITE PNEUMOPERITÔNIO
OBSTRUTIVO
AUMENTO AUMENTO DO
SINAL DE RIGLE INTESTINO DELGADO
DO ORGÃO DIVERTÍCULO
DIVERTICULITE
APENDICOLITO INTESTINO GROSSO
COMPLICADA
DILATAÇÕES
APENDICITE GROSSEIRAS E
COMPLICADA POSICIONAMENTO
PERIFÉRICO
VOLVO SIGMÓIDE
SINAL DO
FONTE: Radiologia Básica 2ª edição; Fundamentos de Radiologia 3ª edição GRÃO DE CAFÉ
RADIOLOGIA DO ABDOME 30
Hamartoma
O hamartoma biliar, também conheci-
do como complexo de Von Meyenburg,
representa uma má-formação be-
nigna congênita da arquitetura dos Figura 88. TC Hamartoma Biliar, retirada do site. ht-
tps://www.sanarflix.com.br/
RADIOLOGIA DO ABDOME 31
Lesões hipervasculares
Hemangioma
Os hemangiomas hepáticos são as
principais lesões benignas que aco-
Figura 91. Doença de Caroli, retirada do site. https:// metem o parênquima hepático, sen-
www.sanarflix.com.br/
do compostos pelo enovelamento
de vasos sanguíneos. Acometem
Doença policística do adulto cerca 3 - 20% de toda a população,
sendo múltiplos em 70% dos casos.
A Doença Policística Autossômica
Geralmente, tais lesões são assinto-
Dominante do Adulto se trata de uma
máticas. Seu padrão de aparecimen-
anomalia genética rara, que evolui
to na TC sem contraste é hipoatenu-
com aparecimento de cistos de ta-
ante, enquanto na TC com contraste
manho variável em diversas vísce-
apresenta comportamento singular
ras sólidas, principalmente Fígado e
com aparecimento de um realce glo-
Rins. Seu padrão de aparecimento na
buliforme periférico na Fase Arterial,
Tomografia Computadorizada é ca-
que segue em direção centrípeta na
racterizado pela presença de cistos
Fase Portal do exame. Ao adentrar na
difusos no parênquima de diversos
Fase de Equilíbrio, as lesões passam
órgãos abdominais.
a apresentar padrão isoatenuante ou
hipoatenuante.
RADIOLOGIA DO ABDOME 33
Adenoma hepático
Figura 97. TC sem contraste HNF, retirada do site.
https://www.sanarflix.com.br/ O Adenoma Hepático é a terceira
neoplasia benigna mais comum do
Fígado, apresentando aparecimento
mais comum em mulheres do que em
homens (4:1), sendo relacionado ao
uso de anticoncepcionais orais com
estrogênio. Geralmente, tais tumores
se apresentam assintomáticos e úni-
cos (70 – 80% dos casos), tendo bom
prognóstico. Seu aparecimento na TC
não contrastada é de padrão hipoa-
Figura 98. TC (Fase Arterial) HNF, retirada do site.
https://www.sanarflix.com.br/ tenuante. Porém, na TC contrastada,
em Fase Arterial, apresenta padrão
hiperatenuante, que começa a se
mostrar isoatenuante a partir da Fase
Portal, mostrando-se com densida-
de isoatenuante completa na Fase de
Equilíbrio.
Carcinoma hepatocelular
Em relação ao Carcinoma Hepatoce-
lular (CHC), lesão maligna mais pre-
valente do Fígado, devemos estar
atentos a maior incidência relaciona-
da a pacientes cirróticos e pacientes
infectados pelos vírus da Hepatite B
e C. Geralmente, tais tumores apre-
sentam sintomatologia inespecífica,
Figura 102.TC (Fase Arterial) Adenoma, retirada do
site. https://www.sanarflix.com.br/ com presença de dor abdominal no
quadrante superior direito com pre-
sença de massa, perda ponderal e
deterioração clínica aguda. O padrão
de aparecimento de tais tumores em
Tomografias Computadorizadas sem
contraste é de densidade hipo ou iso-
atenuada. Já em TC contrastadas, na
Fase Arterial, tais lesões se realçam
bem, em um padrão conhecido como
Wash In. Porém, nas Fases Portal e
de Equilíbrio, a lesão perde o realce,
Figura 103.TC (Fase Portal) Adenoma, retirada do site.
https://www.sanarflix.com.br/ adquirindo densidade hipoatenuante,
em um processo denominado Wash
Out. Além disso, é relativamente co-
mum a presença de uma pseudocáp-
sula envolvendo o tumor.
RADIOLOGIA DO ABDOME 36
Padrão cirrótico
A Cirrose é uma doença hepática
constituída por um processo de fibro-
se hepática, sendo caracterizada pela
presença de nódulos de regeneração
cercados por fibrose. Tal patologia
conduz ao quadro chamado de Hi-
pertensão Portal, caracterizado pela
estase sanguínea no Sistema Porta,
Figura 106. TC (Fase Arterial) CHC, retirada do site.
https://www.sanarflix.com.br/ que pode evoluir com ascite. Sua vi-
sualização na Tomografia é possível
com a observação de um fígado atro-
fiado, com limites serrilhados, envolto
por ascite, observável por sua den-
sidade líquida. Além disso, como si-
nal de Hipertensão Portal, é possível
observar aumento do calibre do Hilo
Esplênico.
Padrão esteatose
A Esteatose Hepática é uma doença
caracterizada pelo excesso de lipídios
nas células do Fígado, os hepatócitos.
Tal condição pode ter diversas etiolo-
Figura 112. USG Esteatose hepática, retirada do site.
gias, como a hepatopatia alcoólica e a https://www.sanarflix.com.br/
esteatohepatite decorrente da gesta-
ção. Seu padrão de aparecimento na
RADIOLOGIA DO ABDOME 38
FLUXOGRAMA 3
PATOLOGIAS
HEPÁTICAS
LESÕES
LESÕES CISTICAS CIRROSE ESTEATOSE
HIPERVASCULARES
ASCITE, FIGADO
SERRILHADO, TC: FÍGADO MAIS
CISTOS SIMPLES HEMANGIOMA
AUMENTO DO HILO ESCURO QUE BAÇO
ESPLÊNICO
DOENÇA
AUTOSSÔMICA CARCINOMA
DOMINANTE DO HEPATOCELULAR FONTE: Radiologia Básica 2ª edição;
ADULTO Fundamentos de Radiologia 3ª edição
Pancreatite crônica
A Pancreatite Crônica é a inflamação
do Pâncreas, com padrão de fibrose e
dano estrutural permanente, que leva
ao declínio da funcionalidade do ór-
gão. Dentre os fatores de risco para
tal patologia se encontram o alcoo-
lismo, tabagismo e histórico de pan-
creatite aguda. Apresentam como
sintomas dor abdominal pós-prandial
em região epigástrica e insuficiência Figura 115. Pancreatite Crônica, retirada do site. ht-
pancreática. Seu diagnóstico é difícil, tps://www.sanarflix.com.br/
FLUXOGRAMA 4
RADIOGRAFIA
PANCREÁTICAS
Pielonefrite
A Pielonefrite é a infecção dos Rins, Figura 122. TC Pielonefrite, retirada do site. https://
geralmente causada pela transição www.sanarflix.com.br/
Figura 125. TC Pielonefrite enfi- Figura 126. USG Pielonefrite enfi- Figura 127. Abcesso renal, retira-
sematosa, retirada do site. https:// sematosa, retirada do site. https:// da do site. https://www.sanarflix.
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RADIOLOGIA DO ABDOME 46
BENIGNA MALIGNA
INFILTRATIVA LOBULADA/EXPANSIVA
Figura 128. Tumor Renal Benigno, Figura 129. Tumor Expansivo, reti- Figura 130. Tumor infiltrativo, retirada do
retirada do site. https://www.sanar- rada do site. https://www.sanarflix. site. https://www.sanarflix.com.br/
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RADIOLOGIA DO ABDOME 47
FLUXOGRAMA 6
PATOLOGIAS
RENAIS
RADIOGRAFIA
TOMOGRAFIA BENIGNOS
SENSIBILIDADE 60%
USG
USG DOPPLER MALIGNOS EXPANSIVOS
SENSIBILIDADE 28%
Figura 134. Aneurisma com Trombo Mural identificado, Figura 136. Túnicas Arteriais, retirada do site. https://
retirada do site. https://www.sanarflix.com.br/ www.sanarflix.com.br
Dissecção
Para o entendimento da dissecção
aórtica, é necessário entendimen-
to prévio das camadas histológicas
do vaso e das patologias da cama-
da íntima. Dentre essas doenças se
destacam o hematoma intramural e
a dissecção da aorta, que são con-
Figura 135. Aneurisma, retirada do site. https://www. sideradas espectros de uma mesma
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doença. O hematoma é constituído
por uma coleção sanguínea restrita à
parede arterial, provocado por uma le-
HORA DA REVISÃO: CAMADAS
AÓRTICAS são de estruturas denominadas Vasa
A organização histológica da Aorta é di-
Vasorum. Enquanto na dissecção, há
vidida em 3 camadas: Camada Íntima, uma rotura na camada íntima, criando
Camada Média e Camada Externa. A um caminho alternativo ao fluxo san-
camada íntima é constituída por tecido guíneo, o lúmen falso. Dessa forma, a
epitelial pavimentoso simples, o endo-
télio. Enquanto a camada média, túnica diferença entre os dois quadros se dá
mais espessa, é composta por células pela presença de uma lesão da cama-
musculares lisas entrepostas entre lâmi- da íntima na dissecção.
nas elásticas. Por fim, a camada externa,
ou adventícia, tem como composição te-
cido conjuntivo frouxo.
RADIOLOGIA DO ABDOME 50
NORMAL
O aspecto de imagem de
uma dissecção aórtica
na Tomografia Compu-
tadorizada é dado pela
observação de um lúmen
verdadeiro, geralmente
menor e hiperatenuado,
e um lúmen falso, geral-
mente menor e hipoate-
nuado, separados por um
septo constituído pela
túnica íntima, conhecido
como Flap.
FLUXOGRAMA 7
PATOLOGIAS
VASCULARES
DOENÇAS DA ATEROMATOSE,
FUSIFORME TROMBOEMBOLISMO
CAMADA INTIMAL ARTERIAL
CLASSIFICAÇÃO
TROMBO MURAL
DE STANFORD
DILATAÇÃO DA AORTA
TRAUMA
ABDOMINAL
FECHADO
INSTÁVEL ESTÁVEL
Sinais de peritonite
hemodinamicamente hemodinamicamente
V X
Lesão de órgão sólido
LAPAROTOMIA
Considerar possibilidade
de tratamento
conservador
Procurar outra
causa de instabilidade
Protocolo
de TCMD
Contraste VO Desnecessário
Contraste vesical
Se suspeita de lesão na bexiga
(250ml diluído a 5 – 10%)
Imprescindível
Fases:
Contraste IV
Dose: 1 – 2ml/kg • Sem contraste
Vel injeção: 4 – 5ml • Arterial
• Portal
• Equilíbrio
RADIOLOGIA DO ABDOME 55
Quanto aos possíveis padrões de lesão que são indicativos de maior gravidade
encontrados na Tomografia Computa- que podem modificar a conduta para
dorizada após um trauma abdominal, abordagens cirúrgicas, como o Hemo-
temos: Laceração, que apresenta as- peritônio, representado pela presença
pecto linear, geralmente partindo da de sangue na cavidade abdominal, em
borda do órgão em direção ao parên- padrão de imagem que lembra a asci-
quima; Hematoma Subcapsular, que te, porém com conteúdo de densidade
se apresenta como uma meia-lua em sanguínea; Pneumoperitônio, repre-
volta do órgão acometido, com den- sentado pela presença de ar na cavida-
sidade sanguínea; Hematoma, que é de abdominal fora de alças intestinais;
um acúmulo de sangue envolto pelo Desvascularização, que representa
parênquimado órgão, apresentando uma lesão vascular, na qual podemos
densidade padrão de líquidos; e Con- observar a obstrução do vaso respon-
tusão, que pertence ao mesmo es- sável pela irrigação do órgão e pela is-
pectro de lesão dos hematomas, visto quemia deste; e Sangramento Ativo,
que se apresenta como uma área hi- representado pelo escape de contraste
poatenuante envolta por parênquima em regiões onde não existem vasos. O
normal, porém com densidade dife- aspecto de imagem destas lesões está
rente da densidade de líquidos. Além demonstrado na imagem abaixo:
disso, também existem outros sinais,
Espaço esplenorrenal
Espaço pericárdico
Espaço pélvico
Trauma esplênico
Em traumas abdominais fechados, o
órgão mais comumente lesionado é o
Baço, sendo 75% de suas lesões tra-
tadas com tratamento conservador.
Os traumas nesse órgão resultam,
em sua maioria, em lesão parenqui-
matosa com ou sem rotura capsular. Figura 148. Trauma Esplênico, retirada do site. https://
Os principais tipos de lesão de baço www.sanarflix.com.br/
são: Hematoma, Laceração, Fratura e
Desvascularização.
CATEGORIA LESÃO
Avulsão capsular, laceração <1cm
I Hematoma subcapsular <10% área
de superfície
Laceração de profundidade de 1 a 3cm
II Hematoma subcapsular 10-50% área Figura 149. Trauma Esplênico, retirada do site. https://
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ou central <5cm
Laceração de profundidade > 3cm
III Hematoma subcapsular >50% da
SE LIGA! Apesar da grande quantidade
área, central > 5cm, ou em expansão
de informações presentes nas tabelas
Laceração envolvendo de vasos hila- para caracterização das lesões no Trau-
IV res ou segmentares com desvascula- ma Abdominal, existe certo padrão para
rização >25% guiar a interpretação de tais classifica-
Laceração completa do baço ções. Deve-se sempre buscar entender
V Lesão vascular hilar com desvascula- 3 pontos primordiais em tais tabelas: 1 –
rização completa Padrão de lesão; 2 – Extensão da Lesão;
*Categorias em destaque necessitam de intervenção
3 – Mudanças de condutas possíveis
cirúrgica. Tabela retirada do site. https://www.sanarflix.
com.br/
Trauma hepático
O segundo órgão mais lesado durante o
Trauma Abdominal Fechado é o Fígado,
sendo que o seu lobo direito é acometi-
do cerca de 3 vezes mais do que o lobo
esquerdo (75 – 25%). Seu padrão de
lesão mais frequente é lesão parenqui-
matosa com ou sem rotura capsular. Os
Figura 147. Laceração e contusão do Baço. Retirada principais padrões de lesão são: Hema-
do site. https://www.sanarflix.com.br/
toma, Laceração e Desvascularização.
RADIOLOGIA DO ABDOME 59
Figura 157. Trauma Vesical, retirada do site. https:// Figura 158. Trauma Vesical, retirada do site. https://
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ESPAÇO
HEPATORRENAL
ESPAÇO
ESPLENORRENAL
ROTURA
HEMATOMA
INTRAPERITONEAL
ESPAÇO VESICAL
ROTURA
FRATURA
EXTRAPERITONEAL
FAST
TRAUMA
TRAUMA ESPLÊNICO TRAUMA VESICAL
ABDOMINAL
HEMATOMA CONTUSÃO
LACERAÇÃO HEMATOMA
DESVASCULARIZAÇÃO LACERAÇÃO
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CHEN, Michel Y. M.; POPE, Thomas L.; OTT, David J.. Radiologia Básica. 2 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012
BRANT, W.; HELMS, C. A. Fundamentos de Radiologia: diagnóstico por imagens. 3. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13.
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NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
RADIOLOGIA DO ABDOME 64