Você está na página 1de 25

Bacharelando em Arquitetura e Urbanismo

Centro Universitário Ages

Rafaela Andrade Menezes


rafamenezzes@outlook.com

Arquitetura social: modelo de


habitação para a população de
baixa renda na região Nordeste
atrelada aos princípios da
Arquitetura Vernacular.

ARTIGO APRESENTADO AO CURSO DE


ARQUITETURA E URBANSMO DO
CENTRO UNIVERSITÁRIO AGES, COMO
REQUISITO PARCIAL À OBTENÇÃO DO
GRAU BACHAREL.

Orientador: Me. Bruno Fontes Almeida


Arquiteto e Urbanista
Coorientadora: Me. Waleska Diniz Santana
Arquiteta e Urbanista

Junho de 2022
Paripiranga- Ba
AGRADECIMENTOS

" Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois
o senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar" (Js 1:9). É com essa passagem
bíblica que agradeço ao meu grandioso Deus, que possibilitou esse sonho acontecer, sem Ele
nada seria possível, algo que no ano de 2016 eu achava que seria inviável de acontecer, hoje
Deus está me mostrando que quando ele quer, nada é impossível. Ele que me iluminou, me
deu forças e ânimo para prosseguir nessa jornada e chegar até aqui, minha eterna gratidão.
Quero aqui agradecer a todos os meus familiares, que me ajudaram de maneira direta e
indireta nessa jornada. Agradeço ao meu pai, Evangelista, e a minha mãe, Esmeralda, ela que
desde que nasci esteve ao meu lado me ensinando tudo o que esteve ao seu alcance, sempre me
apoiando e incentivando a seguir em busca dos meus sonhos, sem duvida, é um dos principais
pilares na minha vida. Sou grata aos meus avôs paternos, Maria Caçula e Aprigio (in
memoriam) por todo apoio, também sou grata aos meus avôs maternos, Vivaldo (in memoriam)
e Elisabete que sempre deixou as portas de sua casa abertas para me acolher quando eu precisei.
Deixo os meus agradecimentos as minhas amigas de infância, Maria Lúcia, Ruane,
Vitória e Josenilda, que desde o jardim de infância até hoje estiveram ao meu lado me
apoiando e me ajudando no que fosse preciso. Ressalto aqui minha amiga Josenilda, que
entrou comigo nessa jornada e dividimos as alegrias e dores vividas nesse período, mesmo
estando em cursos diferentes. Também quero agradecer a minha amiga Karoline, que mesmo
morando distante esteve ao meu lado, ajudando sempre que fosse preciso e, ao meu namorado,
Lucas, que chegou quase no fim do curso, mas seu incentivo, apoio e compreensão foram
fundamentais.
Não posso deixar de agradecer ao meu orientador, Bruno Almeida, grande profissional
e uma peça fundamental para fazer com que meu projeto fosse o melhor possível, como
também a minha coorientadora, Waleska Diniz, que me ajudou e sempre deu o seu melhor.
Agradeço a todo corpo docente que passaram por mim nesses cinco anos de estudo, sendo eles
Andreia Reis, Renata Dantas, Flávio Novais, Daniel Vieira, Mayana Carvalho, Mayara Silva,
Elaine Lima, Rafael Santa Rosa, Bruno Almeida, Raphael Sapucaia, Leonardo Andrade e Elso
Moisinho, esse último, um excelente profissional e ser humano, que me ajudou de uma
maneira singular no momento que mais necessitei.
Por fim, e não menos importante quero agradecer aos meus amigos que a faculdade me
presenteou, Reinaldo, Sara e Maurício, o companheirismo e apoio que vocês me deram nessa
jornada foram essenciais. Destaco aqui meu amigo Maurício, que com esse seu jeito
espontâneo e divertido fez os dias que passamos na faculdade serem melhores e mais leves,
como ele mesmo gostava de falar "aqui a gente ganha pouco, mas se diverte" (rsrs). Deixo
meu agradecimento aos meus dois outros amigos que o curso me presenteou, Denison e
Mailson, que estiveram comigo no início dessa jornada e até hoje, sempre ajudando quando
precisava. Também quero agradecer a Bianca Sotero e Renata Oliveira, que me forneceram o
estágio, o tempo que passei com vocês foi enriquecedor e importante para minha formação.

A todos vocês, os meus sinceros agradecimentos!


RESUMO

A habitação social no Brasil vem sofrendo um grande abandono, no qual milhares de


pessoas que necessitam desse tipo de programa acabam sofrendo as consequências. A
região Nordeste exemplifica bem essa realidade, pois concentra a maior parte da
população carente do país, diante disso o presente artigo traz a proposta de uma
habitação para o fim social, atrelada a arquitetura vernacular, utilizando o tijolo adobe.
Além disso, a edificação está alinhada aos princípios sustentáveis, que é uma questão
importante nos dias atuais. Diante do exposto, foi levantado um estudo acerca do
material aplicado, visando suas vantagens e desvantagens a fim de fornecer um projeto
completo e com custo acessível a todos os cidadãos da região Nordeste.

Palavras-chave: Habitação Social. Nordeste. Arquitetura vernacular. Sustentabilidade.


Adobe. Custo.

ABSTRACT

Social housing in Brazil has suffered a great abandonment, in which thousands of


people who need this program type end up suffering the consequences. The
Northeast region exemplifies this reality well, as it concentrates most of this country
poor, before that, this article brings A House proposal for the social purpose, linked
to vernacular architecture, using the social adobe brick. In addition, the building is
aligned with sustainable principles, which is an important issue today. In view of the
above, a study was carried out about the material applied, aiming at its advantages
and disadvantages in order to provide a complete and affordable project to all
Northeast region citizens.

Keywords: Social Housing. Northeast. Vernacular Architecture. Sustainability.


Adobe. Cost.

pagina 03
INTRODUÇÃO

A pobreza desde muitos anos é uma problemática enfrentada no Brasil e diante do cenário
pandêmico que está sendo vivenciado, o número de pessoas em estado de indigência elevou-
se, fazendo com que o Brasil voltasse a estar presente no mapa da fome. Devido a isso, o
número do déficit habitacional no país aumentou gradativamente, e de acordo com os dados
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020) são milhares de brasileiros
desempregados e passando por dificuldades financeiras.

Uma das principais questões que influenciou o crescimento do déficit foi o aumento do
aluguel na região urbana, um fato crucial para um país com tantos desempregados. Segundo
dados do IBGE (2020), as regiões que comportam o maior número do déficit habitacional é o
Norte e Nordeste, que são influenciados devido as condições de moradia precária e o alto
índice de pobreza. O IBGE (2020), ressalta que a região Nordeste possui quase metade da
concentração de pessoas vivendo em situação de pobreza e uma grande parcela vive em
moradias irregulares.

Além do mais, a área da construção civil foi uma das vítimas que a pandemia mais afetou,
no último ano teve um grande aumento no valor do CUB (Custo Unitário Básico). Esse
crescimento acabou sendo motivado devido ao preço elevado dos materiais de construção
civil, tendo isso em vista que para aqueles que procuram uma moradia própria para fugir do
preço alto do aluguel encontram muitas dificuldades, enquanto isso, o governo apresenta
grande descaso na área de moradias sociais. Dessa forma, isso se torna um forte propulsor para
que vários cidadãos busquem fazer suas residências em lugares inadequados, com materiais de
péssima qualidade e ambientes totalmente desconfortáveis. Dados do IBGE (2020), relata que
cerca de 5 milhões de pessoas não têm se quer acesso a um banheiro.

A Constituição Federal de 1988 garante moradia digna a todo cidadão, fazendo, assim,
com que esses números do déficit habitacional se tornem ainda mais preocupantes. Diante
disso, vê-se a necessidade de buscar meios que possam melhorar essa problemática. Por isso, o
presente trabalho traz o desenvolvimento de um modelo residencial, tendo enquanto matéria-
prima principal o adobe, fomentando questões sustentáveis na sua construção, atrelada a
arquitetura vernacular, assim, possibilitando que ao final da obra o custo fique de total acesso a
todos os cidadãos.

pagina 04
OBJETIVO GERAL
O presente estudo tem como objetivo geral desenvolver um modelo residencial atrelado
a técnica do adobe, visando os aspectos de baixo custo e sustentabilidade, como forma de
diminuir o déficit habitacional da região Nordeste.

OBJETIVO ESPECÍFICO

·Entender a arquitetura vernacular e a técnica construtiva do adobe

·Analisar a história da habitação social no Nordeste como forma de compreender esse


déficit habitacional

METODOLOGIA

Para a realização da pesquisa foi realizado um estudo qualitativo, com o auxílio de


ferramentas bibliográficas como livros, revistas, artigos e monografias, para a
obtenção de dados referentes à problemática abordada. Usou-se de dados retirados de
sites, como o IBGE, o qual fornece de forma clara a situação do déficit habitacional e
da pobreza que se encontra no Brasil e, especialmente, na região Nordeste.

O artigo foi dividido em algumas seções para que se tenha uma boa explicação
acerca do assunto discutido. O primeiro tópico traz uma breve explanação sobre a
região Nordeste e a pobreza que ela enfrenta. Junto com esse tópico serão relatados o
déficit habitacional e o custo de moradia nos dias atuais, já o segundo entra em uma
breve abordagem sobre a arquitetura vernacular atrelada ao uso do adobe sobre as
técnicas construtivas e as aplicadas atualmente nas construções civis.

O terceiro tópico já se aprofunda no projeto que será elaborado, trazendo


referenciais arquitetônicos que foram utilizados como inspiração para a sua
elaboração. No quarto e último tópico, tem-se a explicação do projeto da habitação
unifamiliar para a população de baixa renda, junto com uma tabela orçamentaria
mostrando o comparativo do uso do adobe com as outras técnicas construtivas.

pagina 05
REGIÃO NORDESTE
O Nordeste é formado por nove estados, sendo uma das maiores regiões que compõe o
Brasil, abrangendo cerca de 18,27% do território brasileiro e com uma área de 1.561.177,8
km² (ARAÚJO, 2011). A região Nordeste é conhecida pelo seu forte turismo, possuindo belas
praias, clima quente e diversos aspectos culturais que atraem o olhar dos turistas, como o São
João no mês de Junho (SOUZA, s.d.).
Contudo, o Nordeste há muitos anos está preso a imagem de uma região de pobreza e seca
extrema, fato esse que ainda persevera nos tempos atuais. Cerca de dois terços da população
nordestina vivem em uma grande pobreza e condições de moradia precária (GARCIA, 2017).
Pobreza extrema é definida de acordo com a renda que as famílias recebem, quem tem uma
renda per capita abaixo de 70,00 reais se encaixa nessa linha. No ano de 2010, os dados
apontavam que cerca de 16 milhões de cidadãos eram extremamente pobres e 59% desses se
encontram na região Nordeste (OTTONELLI, 2014).
A pobreza do Nordeste está muito associada às questões climáticas, sendo uma região
quente e pouco chuvosa, a agricultura depende principalmente desse elemento ambiental,
sendo a mesma uma das principais fontes de renda dos cidadãos. Porém, a pobreza também
está interligada aos fatores socioeconômicos e políticos, vindo do descaso governamental
referente à desigualdade preexistente desde a época da colonização (AQUINO, 2015). Mesmo
em casos em que a região se torna bem sucedida economicamente muitos cidadãos não
acabam sendo beneficiados, pois a desigualdade de renda é muito alta (ROCHA, 2006).
Diante desses dados relacionados à pobreza, fica evidente que muitos cidadãos passam por
dificuldade financeira, isso está relacionado ao alto índice de déficit habitacional, já são 3
milhões de moradias desocupadas no Brasil, além da falta de assistência governamental em
relação à habitação social (LIS,2021). De acordo com o IBGE (2020), o aluguel é fator de
maior relevância nas despesas de uma moradia, sendo que entre o ano de 2017 e 2018 estava
com um valor de 202,08 reais, logo abaixo na figura 1, segue uma tabela que explica as
despesas existentes em uma moradia.
Atualmente o preço do aluguel teve um reajuste
Figura 1- Gráfico Das Despesas Com Moradia de 23,14%, maior alta desde o ano de 2002, para
alguns economistas esse aumento veio devido o
cenário pandêmico (CAVALLINI, 2021). Além
disso, segundo Neves (2014), a área da construção
civil também teve um aumento significativo e o
preço do solo continua aumentando no mercado,
esse crescimento de valor gera grande lucro para
os donos de imobiliário, mas, acaba forçando
muitos cidadãos procurarem meios de moradia
Fonte: IBGE, 2020
indigna. Cerca de 23,5% dos brasileiros vivem em
(Disponível em: Diretoria de Pesquisas, moradias inadequadas, 15,7% se encontram na
Coordenação de Trabalho e Rendimento, área urbana e 7,8% na área rural, onde boa parcela
Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-
2018: Perfil das Despesas no Brasil:
dessas pessoas se encontra na região Nordeste e
Indicadores Sudeste do Brasil (IBGE,2020).
Selecionados. Rio de Janeiro: IBGE, 20220)

pagina 06
ARQUITETURA VERNACULAR

Desde a Idade da Pedra o homem viu a necessidade de ter uma moradia para a proteção
contra ataques de animais e as condições climáticas, como viviam em constante movimento se
abrigavam em cavernas, porém na época em que o homem primitivo descobriu a técnica da
agricultura acabou se fixando em um determinado lugar e construindo a sua própria habitação,
usando os materiais que ele tinha acesso como madeira e pedras (NAVARRO, 2006).
Essa técnica é chamada de arquitetura vernacular, a qual consiste na técnica que emprega
materiais e recursos do próprio ambiente em que a construção será feita, caracterizando um
estilo arquitetônico a caráter do local ou regional (MARQUES, 2009). Os edifícios
vernaculares são construídos pela população local sem o auxílio de um arquiteto, sendo essas
técnicas passadas de geração e geração, as quais acabam exprimindo a cultura dos cidadãos que
residem naquele espaço (REIS, 2020).
A arquitetura vernacular está espalhada pelo mundo, sendo de fundamental importância
para o desenvolvimento da construção civil e do conhecimento cultural (REIS, 2020). Muitas
técnicas construtivas ficaram mundialmente conhecidas tanto pela sua beleza quanto pela sua
complexidade, dentre elas estão o estilo gótico, arquitetura egípcia e a arquitetura românica
(BRASIL, 2013). Abaixo segue uma linha do tempo com cada estilo e técnica construtiva
usada em cada determinada época.

Figura 2- Linha do Tempo

Fonte: Elaborada pelo Autor

pagina 07
A arquitetura vernacular no Brasil é bem diversificada, as primeiras técnicas de moradia
executadas em terras brasileiras foram aquelas utilizadas pelos índios, porém com a chegada dos
portugueses houve a proliferação de novas técnicas para construir habitações. O primeiro tipo
de construção que proliferou nas terras brasileiras foi o engenho, uma fazenda que se dedicava
unicamente a trabalhar com a cana de açúcar, o engenho era o retrato da época colonial que
foi vivenciada no Brasil (BRASIL,2013).

Esses e outros tipos de construções


vernaculares eram feitos de materiais como
Figura 3- Casa-Grande e Igreja do Engenho paredes de taipa, tijolo e pedras, a cobertura
Poço Comprido, na cidade de Vicência-PE. geralmente era de palha como as ocas dos
índios ou de telha cerâmica, já o piso era de
terra batida ou assoalho de madeira. Porém
com o alto índice de extração de ouro, muitos
arquitetos, pintores e escultores vieram da
Europa para o Brasil e com isso trouxeram o
estilo barroco para as construções, sendo ela
caracterizada por obras exuberantes, muito
decoradas e com pinturas de cores vivas
(BRASIL, 2013).
Figura 4- Casa de Taipa

Fonte: Secretaria de Turismo de Pernambuco.


(Disponível em: <
http://www2.setur.pe.gov.br/image/journal/article?img
_id=598018&t=1316809904305. Acesso em 03 mar. 2013.)

Contudo, o uso da taipa foi a técnica


construtiva predominante nessa época,
principalmente, na região Nordeste onde até os
dias atuais podemos encontrar habitações feitas de
taipa. Essa técnica consiste em fazer um
entrelaçado de madeira com cipó e depois
preenchida com barro misturado com fibras
naturais, era o meio mais barato e popular de
Fonte: Daniel Coelho, 2019
construção que existia na época, porém tem a
(Disponível em: https://panoramacoletivo.com/a-
desvantagem de não possuir muita resistência, mas romantizacao-da-pobreza-e-a-casa-de-taipa/)
até hoje ela é utilizada pela população mais
carente ou até mesmo como decoração
(AMARAL, 2017).

pagina 8
USO DO ADOBE NA ARQUITETURA VERNACULAR

O uso da terra nas obras foi uma técnica


Figura 5- Camada de Solo a ser
muito utilizada nos tempos passados na Desprezada
arquitetura vernacular, uma prova é o tijolo
adobe que se encontra presente em muitas
edificações. Contudo, com o passar dos anos
essa técnica foi deixada de lado devido a alguns
problemas com a umidade que deixava no
ambiente e também ouve o surgimento de
novos métodos construtivos mais tecnológicos
(PEREIRA, 2019).
Fonte: ARAUJO,2009
Para a coleta do material que vai ser usado

na fabricação do adobe é preciso escavar o local

com uma profundidade de 30 a 40 cm, Figura 6 Teste da Garrafa


descartando o material retirado, esse processo é
necessário devido a presença de organismos que
não são bons para o tijolo (ARAUJO, 2009). A
terra precisa ter um percentual de 20% a 30% de
argila e 70% a 80% de areia, para se ter esse
resultado é feito o "teste da garrafa". Esse
processo consiste em pegar uma garrafa pet
preencher 1/4 com terra e água, depois veda a Fonte: VARUM,2002
garrafa e agita bastante, e após deixa secar por 1

hora, faz o mesmo processo, porém deixa secar Figura 7 – Procedimento manual de
por 24 horas. Feito isso é só medir a altura de fabricação de tijolos de adobe
cada camada da terra que se formou e calcular o
percentual (ARAUJO,2009).
Após esse processo começa a fabricação da
matéria-prima do adobe, formado por uma
mistura da terra devidamente selecionada, junto
com fibras e água, logo depois que a massa é
feita coloca-se em moldes sem a necessidade de
compressão e põe no sol para secar de forma
natural, para a sua fixação é feito uma argamassa
de terra, com ou sem fibras, que auxiliam na
junção dos tijolos (NEVES et al., 2011). A massa
para a fabricação do adobe é preparada fazendo
o amassamento da terra, geralmente esse
Fonte: BUSON, 2009
processo ocorre usando os próprios pés, no qual
(Disponível em: BUSON, Márcio Albuquerque. Krafterra:
várias pessoas vão pisando na massa até que ela desenvolvimento e análise preliminar do desempenho
chegue ao seu ponto ideal (OLIVEIRA, 2016). técnico de componentes de terra com a incorporação de
fibras de papel kraft provenientes da reciclagem de sacos de
cimento para vedação vertical. [Tese]. Universidade de
Brasília, 2009.

pagina 9
Como já citado, a matéria-prima para fabricação do adobe
é a terra, porém é preciso agregar alguns materiais de acordo
com a característica do solo que vai ser utilizado, aqueles que
Figura 8: Tijolos de adobe secando
são mais argilosos e com pouco silte não devem ser usados, pois
ao Sol.
correm grande risco de aparecer fissuras na secagem e se
degradar com mais facilidade (BARROS, 2016). Os aditivos
que são mais empregados a massa são fibras vegetais, areia,
emulsão asfáltica e, mais recentemente, foi aplicado o cimento
que confere mais resistência a umidade (PEREIRA, 2019).
As fibras vegetais empregadas na produção do adobe são o
esterco, pelos de animais, fibras de coco, sisal e bambu, essa adição é
feita para auxiliar na retenção da água no tijolo e não causar fissuras,
Fonte: XAXÁ, 2013 assim como também, a areia é adicionada com o mesmo objetivo
(Disponível em: XAXÁ, (XAXÁ, 2013). A emulsão asfáltica é a mistura feita mais moderna,
Matheus Soares da Silva. tem a capacidade de impermeabilizar o tijolo e podem ser
Construção com terra crua:
empregadas as primeiras fiadas, contudo tem um custo elevado e
bloco mattone. [Monografia].
Universidade Federal Rural do
não é um material sustentável (XAXÁ, 2013). Como já descrito, o
Semiárido Campus Mossoró. cimento faz com que o adobe seja resistente a umidade, um bom
Mossoró, 2013. 44pp.) aditivo para as áreas molhadas, além disso, é um bom isolante
térmico (FURUKAWA, 2011).

Além da construção de paredes, o adobe é usado para estruturas, pois o tijolo de barro
possui espessura favorável para essas aplicações, mesmo esse material tendo problema com a
umidade ele tem uma boa credibilidade devido a várias casas que duram até hoje (BOUTH,
2005). Para esse processo existe normas que auxiliam na caracterização da terra, a NBR
6457/2016 que trata da amostra do solo, NBR 16097/2012 mostra sobre a umidade do solo e a
NBR 6459/2016 que aborda sobre a determinação do limite de liquidez do solo (BARROS,
2016).
Usar o tijolo adobe como material de construção civil tem algumas desvantagens, dentre
elas estão a fabricação artesanal que exige esforço humano, o uso de muita água na sua
fabricação, dificuldade de obter dimensões regulares e a sua alta absorção a água (PEREIRA,
2019). Porém, de acordo com Pereira (2019), esse material possui grandes vantagens, e como
tem a capacidade de ser isolante, permite a diversidade de formas, é um material 100%
reciclável, não requer mão de obra especializada e é uma matéria-prima disponível de forma
abundante, ou seja, o adobe ainda se torna um forte meio construtivo a ser utilizado nos dias
atuais.
Além dessas vantagens citadas, o adobe possui o benefício da sustentabilidade. Nos tempos
atuais houve um aumento no interesse de desenvolver construções sustentáveis, as quais
produzam menos resíduos e impactos ambientais, para que uma obra seja sustentável é preciso
atender a quatro requisitos, sendo eles adequação ambiental, viabilidade econômica, justiça
social e aceitação cultural (CORRÊA, 2009). As construções de tijolos de adobe se encaixam
nesses requisitos, uma vez que, o material é retirado do próprio local não precisando do uso de
transporte, reduzindo o consumo de energia e materiais não renováveis (XAXÁ, 2013).

pagina 10
TÉCNICA CONSTRUTIVA USADA ATUALMENTE

Com o passar dos anos novas técnicas construtivas foram sendo desenvolvidas para o setor
construtivo, o qual é uma área que gera uma atividade de suma importância para a economia
e, a cada dia que se passa, nota-se a necessidade de buscar meios para cortar custos, tempo e
prever possíveis contratempos que poderão aparecer na obra (GOMES et al.,2018). Sendo
assim, atualmente as técnicas construtivas mais utilizadas são a alvenaria convencional e
estrutural, steel frame e painéis de concreto pré-moldadas.
A alvenaria de vedação ou convencional é um
dos tipos mais comuns usados para construção.
Figura 9: Alvenaria convencional de
Segundo Thomaz et al. (2009), esse tipo
vedação
construtivo se destina a dividir espaços e preencher
os vãos de estruturas, elas não suportam altas cargas
e só podem sustentar seu peso próprio, por isso
devem acompanhar uma estrutura de concreto ou
de aço para receber as cargas verticais. Algumas das
vantagens da alvenaria de vedação são o
isolamento acústico, resistência ao fogo,
durabilidade, facilidade de produção e montagem,
já suas desvantagens é o desperdício de matérias,
problemas de ligação da estrutura, soluções
(Fonte:https://suaobra.com.br/public/uplo
construtivas improvisadas e entre outros
ads/dicas/alvenaria-em-bloco-ceramico-
(UNAMA, 2009). sua-obra.jpg).

Figura 10: Alvenaria Estrutural Alvenaria estrutural é caracterizada como um


elemento estrutural, esse método tem como
característica paredes que apresentam dupla
função, além de ser usada como vedação elas
suportam o peso da construção fazendo com
que seja dispensado o uso de pilares e vigas, os
blocos usados nessas paredes não podem ser
cortados ou furados e é por isso que existe vários
tipos de blocos disponíveis no mercado
(AMORIN, 2017). Algumas vantagens desse
método construtivo é a redução de 30% dos
(Fonte:https://qualidadeonline.wordpress.com/2 custos da obra, isolamento acústico e térmico,
020/08/26/a-conformidade-das-obras-em- além de baixa absorção de umidade, já as
alvenaria-estrutural/). desvantagens é a restrição de reformas não
planejadas, limitação para grandes vãos e
balanços e mão de obra especializada (UNAMA,
2009).

pagina 11
O sistema construtivo Steel Frame é
conhecido por sua estrutura de aço
Figura 11: Streel Frame
galvanizado como seu principal elemento
estrutural fazendo com que a edificação tenha
um baixo peso, pois essa técnica dispensa o
uso do concreto, a vedação das paredes é feita
por placas, as quais podem ser de madeira,
alumínio e cimentícias (TEIXEIRA, 2018).
Esse método possui muitas vantagens, como a
redução do prazo de construção, melhor
desempenho acústico, facilidade na
manutenção e barateamento nos custos,
porém tem suas desvantagens sendo elas a falta (Fonte:
https://construindocasas.com.br/blog
de conhecimento desses sistemas por ser algo /construcao/steel-frame/)
novo e a fragilidade de possíveis revestimentos
usados no interior da edificação (TEIXEIRA,
2018).

Figura 12: Painéis de concreto Pré-


Moldado

(Fonte: https://maiscontroleerp.com.br/steel-
frame-construcao-civil/)

Os painéis de concreto pré-moldado,


segundo a NBR 9062, são elementos
executados fora do local da obra e são
produzidos em condições menos rigorosas de
controle de qualidade. Os painéis são moldados
através de formas com as medidas exatas da
construção, na hora da concretagem já são
embutidas as instalações elétricas e hidráulicas e
seu transporte é feito através de caminhões até
o local da obra, a vantagem desse método é a
velocidade de execução e a sustentabilidade,
(Fonte:
contudo apresenta a desvantagem de impedir
https://www.mapadaobra.com.br/in de fazer qualquer modificação depois que a
ovacao/abnt-nbr-16475/) obra esteja pronta (IGLESIA, 2006).

pagina 12
REFERENCIAL ARQUITETÔNICO

Habitação de Interesse Social, Pinotepa Figura 13- Fachada e Planta Baixa


Nacional da Habitação de Interesse Social

As casas feitas na cidade de Pinotepa Nacional


no México foi um projeto elaborado por um grupo
de arquitetos que visaram sanar as necessidades de
de 38 famílias que se dedicam a agricultura. A
partir dos dados coletados os arquitetos elaboraram
cada casa conforme a necessidade que a família
apresentava, o projeto se divide em dois volumes,
separando as áreas comuns das privadas, e na sua
fachada foram dispostas aberturas para permitir a
ventilação entre os espaços. O telhado da casa é em
laje, porém seu formato remete às casas
vernaculares, típicas daquela região. O material
utilizado para a construção desse projeto foi os
blocos de adobe pré-fabricado, visto que é um
elemento de muita disponibilidade e possui um Fonte: Jaime Navarro, 2020
baixo custo (ARCHDAILY, 2020). (disponível em:
https://www.archdaily.com.br/br/932890/
habitacao-social-pinotepa-nacional-hda-
Figura 14: a Casa na Chapada dos
hector-delmar-arquitectura-plus-m-plus-
Veadeiros
n-diseno)

A casa na Chapada dos Veadeiros em Goiás


A casa foi construída pelos próprios moradores sendo eles


uma gastrônoma por nome Juliana Luz e o arquiteto Bruno
Ferreira. O casal residia em Brasília e tinha o sonho de
construir uma residência na chapada dos veadeiros, onde a
mesma possuísse um baixo custo e princípios ecológicos.
Diante disso, foi aplicada a arquitetura vernacular, sendo
usado os materiais que predominavam na região, dentre eles
adobe, aço, taipa de pilão, pedras naturais e seixos. No total a
casa tem 100m² e separados por três módulos, ficou com um
estilo rústico e com um paisagismo natural de encher os
olhos (CASA DE VALENTINA, 2020).

Fonte: Casa De Valentina,2020


(Disponível em:
https://www.casadevalentina.com.br/blog/o-
casal-ergueu-essa-casa-do-zero/)

pagina 13
CONCEITO

ARQUITETURA
VERNACULAR

PARTIDO

TIJOLO
ADOBE
Como partido vai ser usado o uso do
adobe como principal material de
construção da edificação, o qual
advém de um material natural que
não agride o meio ambiente e é
retirado do próprio local da
construção.

pagina 14
PROGRAMA DE NECESSIDADES

2 QUARTOS Q1= 14,72M² SALA DE 14,7 M²


Q2= 11,76M² ESTAR

BANHEIRO COZINHA
5,03 M² 10,90 M²
SOCIAL

ÁREA DE 5,57 M² VARANDA 8,20 M²


SERVIÇO

CISTERNA DE
ÁREA DE 2,31 M²
1,95 M² COLETA DE
VENTILAÇÃO ÁGUA

SETORIZAÇÃO

ÁREA DE
SALA DE TV
VENTILAÇÃO

QUARTOS ÁREA
SOCIAL
VARANDA

ÁREA ÁREA DE
PRIVADA LAZER

ÁREA DE
BANHEIRO SERVIÇO FLUXOGRAMA

COZINHA LAVANDERIA CISTERNA ÁREA DE


VENTILAÇÃO
BANHEIRO
VARANDA

QUARTO 02 CIRC. SALA DE TV

QUARTO 01
COZINHA

CISTERNA LAVANDERIA

pagina 15
DESCRIÇÃO DO PROJETO

A casa foi toda pensada para o conforto


dos moradores com o tamanho máximo
exigido pela Portaria N°269 de março de Figura 15: Planta de Layout

2017 do programa de Minha Casa Minha


Vida, contudo houve adaptações no
programa de necessidades para que os
ambientes trouxessem mais qualidade de
vida. Ao todo a casa ficou com 72,83m²,
possuindo dois quartos, área de ventilação,
sala, cozinha, banheiro e área de serviço.
O projeto foi desenvolvido em um
terreno de 250 m², valor máximo que as
normas urbanísticas exige para lote de
habitação social. Porém, dependendo do
local que esse projeto poderá ser aplicado,
pode ser feito em um terreno menor. A
planta feita a partir desse programa de
necessidades está na figura 15,
respectivamente com o seu layout.
Figura 16: Parede em Adobe Amostra
Fonte: Autor

Toda a casa foi projetada



para ser feita
com adobe seguindo as descrições citadas
no artigo para a sua fabricação. Foi
optado por deixar as paredes sem
nenhum acabamento, e assim o adobe
ficando todo a mostra, exceto nos
Fonte: Agcuesta, 2019 ambientes molhados que irá ser colocado
Disponível em: revestimentos nas paredes para a
https://www.istockphoto.com/br/foto/parede-de-
tijolo-do-adobe-gm1182503669-332079806
proteção do tijolo. A dimensão prescrita
para o adobe foi de 15x25x10 cm, essas
Figura 17: Fundação medidas serão aplicadas na fabricação do
tamanho da forma do adobe.
Esse tipo de técnica construtiva
vernacular dispensa o uso de estrutura
como pilares, porém para a sua fundação
é necessário fazer uma estrutura de
pedras na qual a parede fique no mínimo
com 30 cm de altura em relação ao solo,
para que não corra o risco de obter
Fonte: LENGEN, 2004. umidade.

pagina 16
SUSTENTABILIDADE APLICADA NO PROJETO

Figura 18: Diagrama Esquemático da Além do uso do adobe como material


Energia Solar
sustentável, foram aplicados outros
aspectos visando o objetivo da
sustentabilidade. O telhado, pergolado e
detalhes feitos de madeira foram todos
pensados com o uso da madeira de
demolição, além de visar a economia
ajuda o meio ambiente.
Para a economia de energia elétrica
foram dispostas placas fotovoltaicas no
telhado, para a capitação da energia solar.
Fonte: Site luz solar Esse tipo de energia não é poluente, é
Disponível em:https://luzsolar.com.br/como-funciona-o-
sistema-fotovoltaico/ renovável e auto suficiente, trazendo
economia financeira para os usuários
Mais um sistema sustentável proposto (CAFÉ,2020).
para a residência foi a captação das águas
Figura 19: Painel solar no Telhado Da
pluviais. O sistema foi desenvolvido com Casa Projetada
seis tambores de plástico com a capacidade
de 220 litros cada um, ao todo são capazes
de armazenar 1.320 litros. Logo abaixo na
figura 19, mostra-se de maneira
explicativa como funciona esse sistema de
captação, é algo simples feito com canos
de pvc de 100mm dispostos em cima de
um apoio de cimento e protegidos com
paredes de adobe ao arredor e uma
Fonte: Autor,2022
cobertura em pergolado.

Figura 20: Sistema de Captação de Figura 21: Sistema de Captação de


Água Água em 3D

Fonte: Autor,2022
Fonte: Autor,2022

pagina 17
ACESSIBILIDADE APLICADA NO PROJETO

A acessibilidade é uma questão muito


Figura 22: Rotas Acessíveis
importante na nossa sociedade, e em
qualquer ambiente construído ela deve ser
empregada. Com o projeto do modelo
residencial de habitação social não foi
diferente, obedecendo a NBR 9050, toda
casa foi pensada para que um cadeirante
possa circular livremente por todos os
cômodos sem nenhum impedimento. Na
figura 21, mostra-se as rotas que um
portador de deficiência pode percorrer
dentro da residência.
O banheiro foi projetado com um
espaço apropriado para receber todas as Fonte: Autor,2022
adaptações necessárias para a acomodação
de um deficiente, como as barras de apoio
Figura 23: Planta Baixa do Banheiro Acessível
e o assento de banho localizado no box.
Foi feito um detalhamento a parte do
banheiro seguindo as orientações da NBR
9050, com todas as medidas corretas de
todas as partes do banheiro, para que caso
seja necessário fazer um banheiro
adaptado é só seguir o modelo detalhado.
Como a estrutura da casa de tijolo adobe
exige que as paredes sejam elevadas a uma
altura mínima de 30 cm, houve a Fonte: Autor,2022
necessidade de implantar rampas nas duas
entradas principais da casa. As rampas Figura 24: Rampas em 3D
foram calculadas com o percentual
exigido pela norma de 8,33% de
inclinação, ambas possuem corrimão para
o auxílio dos deficientes ou pessoas com
mobilidade reduzida. Os corrimões
obedecem as orientações da NBR de
acessibilidade, possuindo as alturas
adequadas para o conforto dos usuários.

Fonte: Autor,2022

pagina 18
ORÇAMENTO PRELIMINAR DA ALVENARIA

Figura 26: Tabela de Orçamento

Fonte: Autor,2022
Na figura 26, mostra-se a tabela de orçamento feita com os tipos de alvenaria mais usadas
nas construções atualmente, fazendo um comparativo com o tijolo do adobe. No primeiro
item está o orçamento do tijolo de adobe, não mostra nenhum valor, pois esse será feito pelos
próprios donos da construção, como são materiais advindos da natureza não tem custo,
todavia, dependendo da técnica que vão fazer o adobe, pode vir a necessidade de comprar
materiais como areia e cimento, mas não tem como saber o valor exato, contudo, terá um
custo baixo. Figura 27: Orçamento do Adobe

Fonte: Autor,2022

Os seguintes itens, sendo o 2, 3 e 4, são os tipos de vedação aplicados nas construções


atualmente, principalmente o tijolo cerâmico. O tijolo cerâmico deu uma quantidade de
6.400,00 unidades, com um valor total de R$ 7.616,00 reais, isso sem contar com as estruturas
necessárias. O bloco estrutural de concreto por ser maior que o cerâmico obteve uma quantia
menor, sendo ela de 3.100,00, porém seu valor foi bem mais alto, com um custo de R$
10.230,00 reais. O tijolo ecológico está sendo um dos meios aplicados para a construção
sustentável, foram estimados cerca de 7.700,00 tijolos e ao final ficou com um valor de
7.700,00 reais. Dentre esses 3 itens o mais barato foi o bloco cerâmico, mas levando em
consideração a sua fabricação e os outros itens essenciais para a construção, o mais viável e que
terá um menor valor será o tijolo ecológico. É importante frisar que esses valores podem
variar, sendo que em cada local o preço desses elementos construtivos sofrem uma alteração.
Figura 28: Orçamento do Adobe

Fonte: Autor,2022

A figura 28 mostra o orçamento do tijolo adobe caso ele seja comprado e não fabricado
pelos próprios donos da construção. Segundo uma pesquisa de valores o bloco pode variar de
0,25 a 0,80 centavos a unidade, na tabela mostra-se o resultado feito com os respectivos preços.
A quantidade de blocos é a mesma de 9.200,00, no item 5 o preço final foi de 2.300,00 reais, já
no item 6 o total foi de 7.600,00 reais. Temos uma grande diferença de valores entre eles, mas
se analisarmos com os outros tipos de blocos, pode-se perceber que o adobe sai com grande
vantagem na questão de valores ao se observar às necessidades de cada item.

pagina 19
PROPOSTA DE PROJETO

Figura 29: Planta Baixa Figura 31: Planta de Setorização

Figura 30: Planta de Cobertura

Fonte: Autor,2022
Fonte: Autor,2022

Figura 32: Cortes Figura 33: Fachadas


Fonte: Autor,2022

Fonte: Autor,2022 Fonte: Autor,2022

Figura 34: Planta de Implantação e Paisagismo

Fonte: Autor,2022
pagina 20
IMAGENS EM 3D DO PROJETO

Figura 35: Imagem da Fachada Norte

Fonte: Autor,2022
Figura 36: Imagem da Fachada Sul

Fonte: Autor,2022
Figura 37: Imagem da Fachada Oeste

Fonte: Autor,2022
Figura 38: Imagem Interna da Cozinha da casa

Fonte: Autor,2022

pagina 21
Figura 39: Imagem Interna do Banheiro da Casa

Fonte: Autor,2022 Figura 40: Imagem Interna da Sala da Casa

Fonte: Autor,2022

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto de habitação social é um aspecto muito importante para a população brasileira,
pois garante uma moradia àqueles que não possuem ou vivem em condições precárias.
Contudo, esse programa está sendo esquecido pelos governos, deixando muitos cidadãos a
viver em situações difíceis. Os programas que ainda atuam com habitação social, acabam
apresentando um projeto mal elaborado, sem pensar muito no morador, ocasionando, assim,
uma moradia desconfortável para aqueles que usufruirão do projeto.
Diante disso e das análises feitas no decorrer do projeto, chegou-se a conclusão de que é
possível elaborar um bom projeto utilizando os recursos da natureza, sem precisar usar
somente a velha técnica do concreto. Sendo ele um projeto sustentável, por usar recursos que
não agride o meio ambiente, como também aplica a captação da energia solar, visando um
meio de economia, além do armazenamento de água pluvial para o uso diário.
Foi possível mostrar com essa proposta que em todo tipo de casa pode-se aplicar a
acessibilidade, pois toda a casa foi planejada para que uma pessoa que possua deficiência circule
livremente, especialmente no banheiro, que tem o espaço suficiente para o acesso do
cadeirante. Conclui-se, assim, que para se fazer uma boa habitação não é preciso gastar tanto e
usar os melhores materiais existentes, com recursos vindo da terra e técnicas sustentáveis é
possível construir um bom lugar, o qual seja confortável e acessível a toda população
nordestina.

pagina 22
REFERÊNCIAS

AMARAL, Francisco Armond do. Bloco de Adobe: efeitos da adição de fibra do epicarpo do
babaçu. [Dissertação de Mestrado] Curso de especialização em Design. São Luiz: Universidade
Federal do Maranhão, 2017. 68fls.

AMORIM JUNIOR, Jorge Alberto Lira de; RODRIGUES, Raul Vitor Lemos. Um estudo
comparativo entre as vantagens construtivas das paredes de concreto e alvenaria
convencional. 2017.

Archdaily. Habitação Social Pinotepa Nacional/HDA: Hector Delmar Arquitetura + M + N


Disêno. Archdaily Brasil, 2020. Disponível em:
https://www.archdaily.com.br/br/932890/habitacao-social-pinotepa-nacional-hda-hector-
delmar-arquitectura-plus-m-plus-n-diseno Acesso em: 22 NOV 2021.

Araújo, Sergio Murillo Santos de. A Região semiárida do Nordeste do Brasil: Questões
ambientais e possibilidades de uso sustentável dos recursos. Rios Eletrônica Revista
Cientifica da FASETE. N 5, p. 90-98, DEZ de 2011.

Aquino, Joacir Rufino de; Baiardi Amílcar; Schneider Sergio. A seca é a causa da pobreza rural
no Nordeste? Revista em Gestão, Inovação e Sustentabilidade- Brasília. V. 1, n. 1, p. 194-
203, DEZ de 2015.

Araujo, Herbert Gurgel. Manualização de Construção de Adobe. Monografia do curso de


engenharia Civil da Universidade Federal do Ceara. Fortaleza, 2009.

BARROSO, Paula Rodrigues. Recuperação de Construções em Terra Crua. [Monografia]


Curso de Especialização em Produção e Gestão do Ambiente
Construído. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, 2016. 101
fls.
Brasil. Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional: Tecnológica-
Técnicas de Construção.4. ed. Cuiabá: Universidade Federal de Mato Groso: Rede E-Tec
Brasil, 2013.

CORRÊA, Lázaro Roberto. Sustentabilidade na construção civil. Monografia de


Especialização. Belo Horizonte, UFMG, 2009.

Casa de Valentina. O Casal que ergueu essa casa do zero. Casa de Valentina, 2020.
Disponível em: https://www.casadevalentina.com.br/blog/o-casal-ergueu-essa-casa-do-zero/
Acesso em: 22 NOV 2021.

pagina 23
CAVALLINI, Marta. Como Fica O Aluguel em 2021 com a alta do IGP-M. G1, 2021.
Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/01/08/como-fica-o-aluguel-em-
2021-com-a-alta-do-igp-m.ghtml Acesso em 221 de NOV de 2021.

Café, Leandro Sales; Pinheiro, José Guilherme Leitão. Estudo da Implementação de um


Sistema de Energia Solar Fotovoltaico. Revista Episteme Transversales, Volta Redonda - RJ,
V.11, n.3, o. 302-318, 2020

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO- Publicado em: 24/03/2017 | Edição: 58 | Seção: 1 | Página:


119- Órgão: Ministério das Cidades/GABINETE DO MINISTRO. Disponível em :
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20122352/do1-
2017-03-24-portaria-n-269-de-22-de-marco-de-2017-20122235

DA PURIFICAÇÃO MARQUES, Caroline Salgueiro; AZUMA, Maurício Hidemi;


SOARES, Paulo Fernando. A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA VERNACULAR.
Akrópolis-Revista de Ciências Humanas da UNIPAR, v. 17, n. 1, 2009.

FURUKAWA, Fábio Massaharu; CARVALHO, Bruno Branco de. Técnicas construtivas e


procedimentos sustentáveis – estudo de caso: edifício na cidade de São Paulo. 2011. 1 CD-
ROM. Trabalho de conclusão de curso - (bacharelado - Engenharia Civil) – Universidade
Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2011. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/11449/119174>. Acesso em 22 NOV 2021.

GOMES, Jarbas Herinson Dias et al. Análise Comparativa do sistema construtivo de alvenaria
convencional e sistema construtivo de alvenaria estrutural em uma casa térrea em Teófilo
Otoni. Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro–Unipac ISSN, v. 2178, p. 6925,
2018.
Garcia, Carlos. O que é o Nordeste brasileiro. Brasiliense, 2017.

IGLESIA, TIAGO BORGES. Sistemas construtivos em concreto pré-moldado.


Universidade Anhembi Morumbi-São Paulo-2006, 2006.

IBGE. Coordenação de trabalho e rendimento: Pesquisa de orçamento familiares: 2017-


2018: Perfil das despesas no Brasil: Indicadores selecionados. Rio de Janeiro: IBGE, 2020.

LIS, Laís. Déficit Habitacional do Brasil cresceu e chegou a 5,876 milhões de moradias em
2019, diz estudo. G1, 2021. Disponível em:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/04/deficit-habitacional-do-brasil-cresceu-e-
chegou-a-5876-milhoes-de-moradias-em-2019-diz-estudo.ghtml Acesso em 21 de NOV de
2021.

NEVES, Claudete Simone Cabral. Materiais e técnicas construtivas de baixo custo para a
construção em Cabo Verde. 2014. Tese de Doutorado.

pagina 24
NAVARRO,R.F. A Evolução dos Materiais:Parte1:da Pré-história ao Início da Era
Moderna.2006.Disponível em:
<https://aplicweb.feevale.br/site/files/documentos/pdf/32246.pdf>.Acessoem:21 NOV.2021.

NEVES, Célia; FARIA, Obede Borges. Técnicas de construção com Terra. Bauru: FEB-
UNESP/ PROTERRA, 2011. 79 p.

OLIVEIRA BRASIL, Cristiano Manuel. Estudo das construções tradicionais de adobe na


região de Tomar. [Relatório de Projeto de Mestrado]. Mestrado em Reabilitação Urbana.
Tomar: Escola Superior de Tecnologia de Tomar, 2016. 117 fls.

Ottoneli, Janaina; Mariano, Jorge Luiz. Pobreza multidimensional nos municípios da Região
Nordeste. Adm. Publica – Rio de Janeiro, p. 1253-1279, SET/OUT de 2014.

PEREIRA, Luiz Henrique Meneses et al. Edificações sustentáveis: construções com tijolo de
adobe. 2019.

REIS, Henrique; CASTRO, Maria. Arquitetura vernácula e sustentabilidade Arquitetura


montessoriana e características vernaculares brasileiras. Brazilian Journal of Development,
v. 6, n. 1, p. 2076-2083, 2020.

Rocha, S. Pobreza no Brasil: Afinal, de que se trata? . 3. Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

Souza, Poema Isis Andrade de; Guilhoto, Joaquim José Martins; Neto, Raul da Mota Silveira.
O setor de turismo na região Nordeste: Medidas e impactos a partir da Matriz Insumo
produtor inter – Regional. ÁREA- Economia Regional Agrícola. [s.d], p. 1-41.

THOMAZ, Ercioet al. Código de Práticas Nº 01: Alvenaria de vedação em blocos


cerâmicos. São Paulo: IPT, 2009. 65 p.

TEIXEIRA, Lucas Alves Silva; SIMPLICIO, Maria da Conceição Azevedo. A Modernização


da Construção Civil Através do Uso do Steel Frame. Boletim do Gerenciamento, v. 2, n. 2,
2018.

UNAMA. Alvenaria. 2009. Universidade da Amazônia, Belém. Disponível em:


<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAiOIAF/alvenaria-vedacao#>. Acesso em: 22
NOV 2021.

XAXÁ, Matheus Soares da Silva. Construção com terra crua: bloco mattone. [Monografia].
Universidade Federal Rural do Semiárido Campus Mossoró. Mossoró, 2013. 44pp.

pagina 25

Você também pode gostar