Você está na página 1de 72

FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Unidade II
5 CAPACIDADE FUNCIONAL DO IDOSO E AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

5.1 Capacidade funcional

A capacidade funcional é um dos principais preditores de saúde na população idosa. Atualmente, saber
as atividades que o idoso é capaz de realizar é mais importante que o conhecimento sobre sua doença.

A capacidade funcional é a possibilidade de planejar e executar tarefas necessárias para uma vida
independente, a aptidão do idoso de realizar atividades que lhe permitam cuidar de si mesmo e participar
da vida em comunidade de forma ativa. Você já deve ter percebido que a capacidade de realizar tarefas
que tenham significado para o idoso faz com que ele volte a ter alegria de viver.

Na figura a seguir, podemos observar que a capacidade funcional é um preditor do envelhecimento


ativo. Na infância, adquirem-se diversas habilidades no desenvolvimento motor que acompanham o
desenvolvimento das funções corporais. Na fase adulta, obtém-se um equilíbrio entre esses componentes.
No envelhecimento, existe uma tendência ao declínio das funções corporais e, portanto, da capacidade
funcional. Em todas as fases da vida, porém, podemos potencializar essa capacidade com a adoção
de um estilo de vida saudável, em que incluímos a atividade física e as relações próximas com amigos
e familiares.

Vida juvenil Vida adulta Velhice


Crescimento e Manter o mais alto nível Manter a independência e
desenvolvimento de função possível prevenir as deficiências
Capacidade funcional

Variaç
ã
nos ino da funçã
divídu o
os

Limiar da incapacidade
Reabilitação e garantia de
qualidade de vida

Idade

Figura 22 – Capacidade funcional ao longo da vida

Fonte: Perracini, Guerra e Pereira (2019, p. 9).

63
Unidade II

O fisioterapeuta que atende idosos tem como objetivo principal resgatar ou melhorar a funcionalidade
tanto em tarefas simples, como levantar de uma cadeira e tomar banho sozinho, quanto em tarefas mais
avançadas, como dirigir, viajar e fazer trilha. Não há limites impostos pela idade. O mais importante é
promover a realização de sonhos funcionais.

Fisioterapia
gerontológica

Reabilitação Multidimensão

Envelhecimento
Funcionalidade

Figura 23 – A fisioterapia gerontológica está inserida na equipe de reabilitação do idoso,


processo que deve ser abordado de forma multidimensional, com o objetivo
principal de melhorar a funcionalidade

Os avanços em saúde têm buscado e conquistado o aumento da expectativa de vida da


população, porém a fisioterapia tem o desafio de garantir qualidade e valor a esses anos adquiridos
(PERRACINI; FLÓ, 2019).

Para um idoso que sofreu uma queda, com consequente fratura de fêmur e redução da capacidade de
andar, a fisioterapia possibilita o retorno independente às atividades funcionais. É gratificante observar
a alegria do idoso reabilitado ao devolver dispositivos como cadeira de rodas, andador e bengala, os
quais não precisará mais usar.

Idosos que realizam com independência atividades que têm significado e trazem motivação atingem
o envelhecimento ativo ou bem-sucedido. Um exemplo disso são os idosos que mantêm as atividades
laborativas após os 60 anos. Não há limitação cronológica para desempenhar atividades desafiadoras.
O idoso pode andar numa montanha-russa, andar de bicicleta, fazer rafting, surfar, ter relações sexuais.
Desde que seja motivador para ele, tudo é possível.

64
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Figura 24 – Exemplo de idosos com excelente capacidade funcional


para atividades da vida diária, como andar de bicicleta

Disponível em: https://bit.ly/3vvc4go. Acesso em: 2 jun. 2021.

Você, futuro fisioterapeuta, tente descobrir os sonhos funcionais do idoso que atender e procure
criar estratégias terapêuticas para auxiliá-lo nessa realização.

Um exemplo de sonho funcional é a capacidade de tomar banho sozinho. Devemos pensar no


que é necessário para essa atividade: ficar em pé em apoio bipodal e unipodal, com olhos abertos e
fechados, e ter boa mobilidade de quadril e tronco para lavar os membros inferiores e boa mobilidade
da cintura escapular para lavar o rosto e o cabelo. Veja que tomar banho com independência exige bom
equilíbrio e boa amplitude de movimento e força, habilidades que devem ser trabalhadas para chegar
ao resultado final.

Como saber qual é o sonho funcional do idoso? Podemos perguntar a ele e utilizar instrumentos
que avaliam a capacidade de realizar tarefas, os quais vão nos direcionar às atividades que precisam
ser trabalhadas.

A avaliação da capacidade funcional nos fornece parâmetros para resgatar o desempenho funcional
dos idosos e posteriormente proporcionar uma vida mais saudável e independente. Ela deve ser específica
ao perfil do idoso, para que fiquem claras suas habilidades e necessidades de reabilitação.

Em contexto internacional, a medida da capacidade funcional se dá pela avaliação do desempenho


na realização das atividades da vida diária. O sucesso em realizar atividades simples, como comer
sozinho, ou avançadas, como sair de casa usando diferentes tipos de transporte (carro, ônibus, bicicleta
etc.), representa um importante indicador da condição funcional e da independência naquele momento
da vida do idoso.

65
Unidade II

Observação

O fisioterapeuta que tem conhecimento em gerontologia deve sempre


identificar as atividades que o idoso apresenta dificuldade em executar,
estudá-las, verificar quais são as barreiras e os facilitadores para essas
tarefas, e promover um treinamento especializado a fim de garantir ao
idoso a independência e a realização de seus sonhos funcionais.

A funcionalidade do idoso é determinada pelo seu grau de independência, e existe a possibilidade


de avaliá-la através de instrumentos específicos. Estes podem ser utilizados para identificar o status
funcional atual e como parâmetro para considerar diferentes abordagens associadas com o público
idoso. A seguir, veremos instrumentos de avaliação que são amplamente utilizados na população idosa,
com diferentes objetivos e particularidades.

5.2 Instrumentos de avaliação

5.2.1 Índice de Katz

O Índice de Katz avalia o desempenho em atividades da vida diária, seguindo uma hierarquia
de complexidade através de cinco tarefas: alimentação, transferência, higiene pessoal, capacidade de se
vestir e se banhar, e uma função (controle esfincteriano). Está incluído na maioria das avaliações
multidimensionais.

Sua elaboração é baseada na conclusão de que a perda funcional segue um padrão de declínio.
Ou seja, primeiro se perde a capacidade de se banhar, uma tarefa mais complexa; depois a
capacidade de se vestir e se transferir; por último a capacidade de se alimentar, uma função mais
básica (FREITAS; PY, 2006; PERRACINI; FLÓ, 2019).

É bastante utilizado para pacientes institucionalizados, em atendimento domiciliar e em atendimento


das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Segundo este índice, os idosos são classificados como
independentes se desenvolvem a atividade sem supervisão, orientação ou auxílio direto (DUARTE;
ANDRADE; LEBRÃO, 2007; PERRACINI; FLÓ, 2019).

Este instrumento é muito útil para:

• demonstrar a dinâmica da instalação da incapacidade no idoso;

• estabelecer prognósticos;

• avaliar a necessidade de assistência;

66
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

• determinar a efetividade de um tratamento;

• predizer o risco de dependência funcional.

Quadro 7 – Índice de Katz

Dependência
Independência (0 ponto)
(1 ponto)
Atividades
Pontos (1 ou 0) Com supervisão, orientação,
Sem supervisão, orientação ou assistência pessoal ou cuidado
assistência pessoal integral
Necessita de ajuda para banhar-se
Banha-se completamente ou necessita de
Banhar-se em mais de uma parte do corpo,
auxílio somente para lavar uma parte do entrar e sair do chuveiro ou
Pontos: ___ corpo, como as costas, os genitais ou uma banheira, ou requer assistência total
extremidade incapacitada no banho
Vestir-se Pega as roupas do armário e veste as Necessita de ajuda para vestir-se ou
roupas íntimas, externas e cintos. Pode
Pontos: ___ necessita ser completamente vestido
receber ajuda para amarrar os sapatos
Ir ao banheiro Dirige-se ao banheiro, entra e sai dele, Necessita de ajuda para ir ao
arruma as próprias roupas, limpa a área banheiro ou limpar-se, ou usa urinol
Pontos: ___ genital sem ajuda ou comadre
Transferência Senta-se/deita-se e levanta-se da cama Necessita de ajuda para sentar-se/
ou cadeira sem ajuda. Equipamentos deitar-se e levantar-se da cama ou
Pontos: ___ mecânicos de ajuda são aceitáveis da cadeira
Continência Tem completo controle sobre suas É parcial ou totalmente incontinente
Pontos: ___ eliminações (urinar e evacuar) do intestino ou da bexiga

Alimentação Leva a comida do prato à boca sem ajuda. Necessita de ajuda parcial ou total
Preparação da comida pode ser feita por com a alimentação ou requer
Pontos: ___ outra pessoa alimentação parenteral
6 = independente
Total de
pontos = ___ 4 = dependência moderada
2 ou menos = muito dependente

Fonte: The Hartford Institute for Geriatric Nursing (1998 apud DUARTE; ANDRADE; LEBRÃO, 2007, p. 324).

5.2.2 Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire

O Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire (Bomfaq) avalia a


dificuldade em 15 atividades da vida diária, constituídas de 8 atividades físicas mais simples (deitar
e levantar da cama, comer, pentear o cabelo, andar no plano, tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro
em tempo e cortar as unhas dos pés) e 7 atividades instrumentais da vida diária mais complexas
(subir um lance de escada, medicar-se na hora, andar perto de casa, fazer compras, preparar refeições,
sair de condução e fazer limpeza de casa). Ao fim da avaliação, quantifica-se o total de atividades
comprometidas e classifica-se em sem comprometimento, comprometimento leve, moderado ou
grave (PERRACINI; FLÓ, 2019).

67
Unidade II

Quadro 8 – Brazilian OARS Multidimensional Functional


Assessment Questionnaire (Bomfaq)

Gostaria de perguntar sobre algumas atividades e tarefas do seu dia a dia. O(a) senhor(a) consegue
fazer as atividades a seguir sem necessidade de auxílio, precisa de ajuda ou não consegue fazer essas
atividades de forma nenhuma?
Sem Dificuldade Não
Atividade Não sabe
dificuldade Pouca Muita respondeu
Deitar e levantar da cama
Comer
Pentear o cabelo
Andar no plano
Tomar banho
Vestir-se
Ir ao banheiro em tempo
Subir um lance de escada
Medicar-se na hora
Andar perto de casa
Fazer compras
Preparar refeições
Cortar as unhas dos pés
Sair de condução
Fazer limpeza de casa
Total
Pontuação: quantifica-se o total de atividades que o sujeito tem dificuldade de realizar
Classificação:
– Não houve relato de dificuldade: sem comprometimento
– 1 a 3 atividades comprometidas: comprometimento leve
– 4 a 6 atividades comprometidas: comprometimento moderado
– 7 ou mais atividades comprometidas: comprometimento grave

Fonte: Perracini, Guerra e Pereira (2019, p. 21).

5.2.3 Medida de Independência Funcional

A Medida de Independência Funcional (MIF) surgiu na década de 1980 com o objetivo de formar
um grande banco de dados com a avaliação e a evolução de pacientes em processo de reabilitação.
Apresentando sucesso e ótima aplicabilidade, foi traduzida e validada para a população idosa em
diversos países, incluindo o Brasil.

Essa avaliação vem sendo utilizada em diferentes cenários de atenção à saúde do idoso, especialmente
no campo da reabilitação, apresentando boa aceitação científica quanto à capacidade de mensurar o
grau de independência de idosos ou quantificar a necessidade de cuidados ou supervisão.

68
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Instrumento de avaliação do grau de independência funcional em várias dimensões do cotidiano,


apresenta propriedades psicométricas comprovadas e sensibilidade para detectar até mínimas alterações
funcionais, mensurando o que o indivíduo é capaz de realizar independentemente com a ajuda de
dispositivos assistivos ou com o auxílio de terceiros (PERRACINI; FLÓ, 2019; RIBEIRO et al., 2018).

A MIF é composta de 18 itens, com escore total variando entre 18 e 126 pontos, e possibilita quantificar
a necessidade de ajuda de terceiros experimentada pelo idoso para realizar determinada atividade da
vida diária. As atividades avaliadas são autocuidado, controle dos esfíncteres, mobilidade e transferência,
locomoção, comunicação e cognição social. Cada atividade avaliada apresenta uma pontuação que
varia entre 1 (totalmente dependente) e 7 (totalmente independente) (RIBEIRO et al., 2018).

Quadro 9 – Medida de Independência Funcional (MIF)

Atividade Admissão Alta Seguimento Comentários


Autocuidado
A. Alimentação
B. Higiene pessoal
C. Banho (lavar o corpo)
D. Vestir-se da cintura para cima
E. Vestir-se da cintura para baixo
F. Uso do vaso sanitário
Controle dos esfíncteres
G. Controle de urina
H. Controle de fezes
Mobilidade e transferência
I. Leito, cadeira, cadeira de rodas
J. Sanitário
K. Banheira, chuveiro
Locomoção
L. Marcha/cadeira de rodas
M. Escadas
Comunicação
N. Compreensão
O. Expressão
Cognição social
P. Interação social
Q. Resolução dos problemas
R. Memória
Total
Nota: não deixar nenhum item em branco; se não testável, marcar 1
MIF total ___ (18 a 126)
Subescore motor ___ (1 a 91)
Subescore cognitivo ___ (1 a 35)

69
Unidade II

18 tarefas: 1 a 7 pontos/6 dimensões


7. Independência completa (em segurança, em tempo normal)
Sem ajuda
6. Independência modificada (ajuda técnica)
Dependência modificada:
5. Supervisão
Níveis 4. Ajuda mínima (indivíduo ≥ 75%)
3. Ajuda moderada (indivíduo ≥ 50%) Ajuda
Dependência completa:
2. Ajuda máxima (indivíduo ≥ 25%)
1. Ajuda total (indivíduo ≥ 0%)

Fonte: Perracini, Guerra e Pereira (2019, p. 24).

5.2.4 Atividades Instrumentais da Vida Diária

O idoso precisa realizar atividades rotineiras, buscando os recursos disponíveis no meio ambiente
para manter uma vida ativa e independente na comunidade (FREITAS; PY, 2006).

As atividades mais complexas e necessárias para viver em comunidade são denominadas atividades
instrumentais da vida diária, entre as quais podemos incluir arrumar a casa, telefonar, fazer compras, usar
transporte de deslocamento, preparar alimentos, administrar os próprios medicamentos e administrar as
finanças. A capacidade de realizar essas atividades determina se o indivíduo pode ou não viver sozinho.

Em 1969, Lawton e Brody elaboraram uma escala com 9 itens, denominada Atividades Instrumentais
da Vida Diária (AIVDs). Os itens são:

• usar telefone;

• usar meios de transporte;

• fazer compras;

• preparar refeições;

• arrumar a casa;

• fazer trabalhos manuais domésticos;

• lavar e passar roupa;

• tomar medicações;

• cuidar do próprio dinheiro.

70
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Verifique que algumas tarefas podem ser influenciadas por cultura e gênero, especialmente no caso
das gerações que consideram a mulher responsável por cuidar do lar e das tarefas domésticas, e o
homem por ser o provedor, sair para trabalhar e realizar reparos em casa, como arrumar o telhado ou
trocar uma lâmpada.

Cada item tem três opções de resposta:

• Sem ajuda: 3 pontos.

• Com ajuda parcial: 2 pontos.

• Não consegue: 1 ponto.

O escore máximo (27 pontos) corresponde à independência. Quanto menor a pontuação, maior a
dependência (FREITAS; PY, 2006; PERRACINI; FLÓ, 2019; SANTOS; VIRTUOSO JR., 2008).

Quadro 10 – Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs)

Pergunta Resposta Pontos


Sem ajuda 3
1. O(a) Sr.(a) consegue usar o telefone? Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
Sem ajuda 3
2. O(a) Sr.(a) consegue ir a locais distantes usando algum transporte, sem a Com ajuda parcial 2
necessidade de planejamentos especiais?
Não consegue 1
Sem ajuda 3
3. O(a) Sr.(a) consegue fazer compras? Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
Sem ajuda 3
4. O(a) Sr.(a) consegue preparar as próprias refeições? Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
Sem ajuda 3
5. O(a) Sr.(a) consegue arrumar a casa? Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
Sem ajuda 3
6. O(a) Sr.(a) consegue fazer trabalhos manuais domésticos, como pequenos Com ajuda parcial 2
reparos?
Não consegue 1
Sem ajuda 3
7. O(a) Sr.(a) consegue lavar e passar sua roupa? Com ajuda parcial 2
Não consegue 1

71
Unidade II

Pergunta Resposta Pontos


Sem ajuda 3
8. O(a) Sr.(a) consegue tomar seus remédios na dose e no horário corretos? Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
Sem ajuda 3
9. O(a) Sr.(a) consegue cuidar de suas finanças? Com ajuda parcial 2
Não consegue 1

Fonte: Freitas e Miranda (2006, p. 1381).

Lembrete

Os instrumentos de avaliação da capacidade funcional ajudam o


fisioterapeuta a identificar de forma mais objetiva como está a independência
do idoso nas atividades básicas e instrumentais da vida diária e traçar
objetivos mais precisos, específicos e individuais para cada idoso avaliado.

5.3 Processo de avaliação e tratamento fisioterapêutico

A fisioterapia concorre para a melhora da capacidade funcional e, consequentemente, para a


mudança da população idosa, tornando-a mais ativa e saudável. Além disso, sempre que necessário,
é importante adotar uma abordagem interdisciplinar – por exemplo, com a nutrição, que contribui
para o desempenho funcional ao oferecer um ótimo suporte energético através da alimentação ou
da suplementação.

A melhora da capacidade funcional se dá por meio de mobilizações ativas e ativo-assistidas; exercícios


resistidos, aeróbicos e respiratórios; mudanças de decúbito; terapias manuais; atividades funcionais,
como subir e descer escadas; e treino de marcha e equilíbrio.

Cada atividade a ser recuperada deve ser analisada, identificando-se as habilidades necessárias para
ela acontecer. A partir dessa análise, deve-se buscar a superação de limites e o sucesso do resultado final.

Lembre-se: a capacidade funcional é um importante preditor de saúde. Use o melhor instrumento


para avaliá-la de acordo com a modalidade de atenção e o perfil do idoso. Depois, analise as atividades
comprometidas para mudar o cenário funcional do idoso e tornar o seu envelhecimento bem-sucedido.

72
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Diagnóstico
Tanto o processo como o
resultado final da avaliação
da informação obtida no
exame, quando o fisioterapeuta
organiza os dados em grupos,
síndromes ou categorias
para auxiliar a determinar as
Avaliação estratégias de intervenção mais
O processo dinâmico no apropriadas Prognóstico
qual o fisioterapeuta realiza Determinação do nível de melhora
julgamentos clínicos baseados ideal que pode ser alcançado
na informação coletada durante por meio da intervenção, bem
o exame como da quantidade de tempo
necessária para atingir esse nível
Exame
O processo de obter a história,
realizar a revisão dos sistemas Intervenção
relevantes e selecionar e Interação proposital e hábil do
administrar os testes e medidas fisioterapeuta com o paciente/
específicos para conseguir cliente e, se apropriado, com
informação outros indivíduos envolvidos
no cuidado do paciente/cliente,
Resultados utilizando diversos métodos e
Resultados do tratamento do técnicas de fisioterapia para
paciente/cliente, que incluem produzir mudanças na condição
remediar a limitação funcional que são consistentes com o
e a disfunção, otimizar a diagnóstico e o prognóstico
satisfação do paciente/cliente e
proceder à prevenção primária
ou secundária

Figura 25 – Modelo do processo de avaliação e tratamento fisioterapêutico


específico e personalizado do paciente idoso

Fonte: Shumway-Cook e Woollacott (2010, p. 139).

Exemplo de aplicação

Caso clínico: um idoso de 78 anos refere perda de peso de 5 kg e redução da força muscular dos
membros inferiores, em especial da musculatura de tibial anterior, gastrocnêmio e sóleo, o que promoveu
piora do desempenho para dirigir. Diante desse caso, escolha um instrumento que avalie a tarefa, cite
um objetivo e descreva uma conduta para melhorar essa atividade e, consequentemente, a capacidade
funcional do idoso.

6 EQUILÍBRIO, QUEDAS E ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS

6.1 Definições

Quedas são eventos comuns experimentados por todos durante a vida, porém no idoso o impacto
é maior pelas consequências que podem ter. A queda pode ser definida como um deslocamento não
intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo
hábil e de etiologia multifatorial (PERRACINI; FLÓ, 2019; SBGG, 2008).

73
Unidade II

Muitos idosos sofrem quedas após episódios de tontura, ao tentar levantar de uma cadeira e em
outras situações comuns do dia a dia. Além disso, percebemos que a queda nunca tem uma causa única;
vários fatores interferem na sua possível ocorrência.

A queda é considerada a sétima causa de morte acidental em idosos de 75 anos ou mais, ou seja,
tem impacto nos indicadores de morbidade e mortalidade da população idosa. Daí a importância de
preveni‑la (PEREIRA; MAIA; SILVA, 2013).

Em relação ao local das quedas, o mais comum é o próprio domicílio, seguido da via pública.
Os mecanismos são queda da própria altura, escorregão, tropeço ou passo em falso (GAWRYSZEWSKI, 2010).

A idade avançada está associada às quedas. Quanto maior a idade, maiores as alterações físicas e
funcionais e as doenças que afetam o equilíbrio. O sexo feminino apresenta maior chance de sofrer
quedas, talvez por maior exposição a comportamentos de risco, maior incidência de osteoporose e maior
impacto da alteração muscular (GAWRYSZEWSKI, 2010).

Duas condições prevalecem para que a queda ocorra: existência de perturbação do equilíbrio e
falência dos sistemas antecipatórios e compensatórios dessa perturbação. Portanto, a queda está quase
sempre relacionada a uma alteração no equilíbrio postural, variável essencial a ser observada em idosos.

O equilíbrio pode ser definido como a capacidade de manter o centro de gravidade projetado
sobre a base de sustentação em situações estáticas, semiestáticas ou dinâmicas (KLEINER; SCHLITTLER;
SÁNCHEZ ARIAS, 2001; PEREIRA; MAIA; SILVA, 2013). A base de sustentação varia de acordo com o
posicionamento do indivíduo, sendo maior quando ele está sentado e menor quando ele permanece em
apoio unipodal – por exemplo, durante a fase de balanço na marcha.

As situações estáticas ou semiestáticas são aquelas em que o indivíduo permanece com pouco ou
nenhum descolamento da base de sustentação, como quando fica em pé com a base de sustentação
alargada, sem deslocá-la por 2 minutos. O termo semiestático é mais adequado, pois partimos do
pressuposto de que ninguém fica completamente parado; são feitos pequenos deslocamentos corporais,
como movimentos com o tronco ou com a cabeça, para promover ajustamentos.

As situações dinâmicas são aquelas em que o indivíduo realiza deslocamentos constantes da sua
base de sustentação, como durante a marcha, ou promove conflitos na base de sustentação, como
quando fica de olhos fechados em cima de uma espuma.

Na abordagem do equilíbrio, devemos entender a teoria dos sistemas, que compreende a integração
dos sistemas sensoriais (aferentes), do processamento central e do sistema efetor (eferentes). Para que o
indivíduo consiga manter o equilíbrio postural, todos esses sistemas devem estar em perfeito equilíbrio.

74
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Sistemas sensoriais Processamento


(visual, somatossensorial central (sistema
e vestibular) nervoso central)

Sistema efetor
(músculos, articulações e
ligamentos; estratégias
antecipatórias e reativas
de equilíbrio)

Figura 26 – Modelo dos sistemas responsáveis pelo equilíbrio

Os sistemas sensoriais incluem três sistemas de igual importância, que trazem a informação
de como está a nossa estabilidade/equilíbrio (KLEINER; SCHLITTLER; SÁNCHEZ ARIAS, 2001;
PERRACINI; FLÓ, 2019):

• Sistema visual: reflete as informações do ambiente ao redor do indivíduo. O idoso apresenta


alterações fisiológicas, como diminuição da acuidade visual e da percepção estereoscópica (por
exemplo, enxergar degraus de uma escada rolante), e doenças, como catarata, que dificultam a
captação da imagem por esse sistema.

• Sistema somatossensorial: indica a posição e a velocidade dos segmentos corporais. Também


se modifica com o envelhecimento. A sensibilidade cutânea protetora dos pés altera-se, e
o idoso não apresenta a correta percepção do apoio dos pés no chão. Além disso, doenças
como diabetes mellitus podem provocar neuropatias periféricas, alterando a sensibilidade e a
percepção posicional.

• Sistema vestibular: é sensível a aceleração linear ou angular, orientação espacial e verticalidade


da cabeça. Esse sistema fica dentro do ouvido interno e é formado por três canais semicirculares
e dois órgãos otolíticos (utrículo e sáculo). Esses componentes têm cílios que se deslocam com o
movimento da cabeça e se sensibilizam para perceber esses deslocamentos. No envelhecimento,
esses cílios diminuem, alterando a percepção de movimento. Também se percebe no idoso o
aumento da prevalência de labirintopatias, como a vertigem posicional paroxística benigna,
em que cristais de carbonato de cálcio que ficavam aderidos à mácula dos órgãos otolíticos se
deslocam e provocam estímulos constantes no sistema vestibular, trazendo o sintoma de vertigem,
uma tontura rotatória em que existe a sensação de que todo o ambiente ao redor está rodando,
trazendo maior risco de quedas.
75
Unidade II

As informações provenientes dos sistemas sensoriais são analisadas e processadas no sistema nervoso
central, que chamamos de processamento central ao nível de córtex, cerebelo e medula. Esse sistema
sofre alterações no processo de envelhecimento, como diminuição da velocidade de condução nervosa
(sinapses) e perda neuronal, além de estar sujeito a doenças como demência e acidente vascular cerebral,
com acometimento cerebelar, o que afeta o processamento das informações, tornando-o mais lento.

O sistema efetor, formado por músculos, articulações e ligamentos, recebe as informações do


processamento central, gerando estratégias antecipatórias ou reativas para garantir a recuperação
da estabilidade e impedir a ocorrência de quedas. Esse sistema também é afetado pelo envelhecimento,
com redução de proteoglicanos e água no sistema articular, diminuindo a mobilidade; sarcopenia,
diminuindo a massa e a força muscular; e doenças comuns nessa fase, como as osteoartrites,
provocando respostas ineficientes e levando o idoso a quedas (FREITAS; PY, 2006; SHUMWAY-COOK;
WOOLLACOTT, 2010).

As estratégias compensatórias são (PERRACINI; FLÓ, 2019; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010):

• Estratégia do tornozelo: quando ocorre um pequeno deslocamento corporal, como ao


permanecer na posição tandem (um pé diante do outro).
• Estratégia do quadril: quando há um deslocamento maior, como ao inclinar o corpo para a
frente a fim de pegar um objeto no chão.
• Estratégia do passo: quando as estratégias anteriores não são suficientes para garantir a
recuperação do equilíbrio. Entre as apresentações desta estratégia estão o passo anterior direito
ou esquerdo, o passo posterior direito ou esquerdo, o passo lateral direito ou esquerdo, e o passo
cruzado direito ou esquerdo.

Se o idoso usar alguma dessas estratégias, não sofrerá uma queda. Portanto, elas são de extrema
importância no processo de envelhecimento.

Figura 27 – Estratégias de recuperação do equilíbrio: tornozelo, quadril e passo

Fonte: Shumway-Cook e Woollacott (2010, p. 166).

76
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Observação

É muito importante conhecer os sistemas responsáveis pelo controle


postural e suas funções para identificar as alterações ocorridas no
envelhecimento e entender de forma mais clara por que o idoso cai.

As quedas em idosos têm relação com fatores de risco intrínsecos e extrínsecos, que quase
sempre estão associados no evento (FERREIRA et al., 2013; KATO-NARITA; NITRINI; RADANOVIC,
2011; SBGG, 2008; VENTURA; MENDONÇA; COUTO, 2015).

• Fatores intrínsecos: são aqueles relacionados ao próprio idoso. Incluem:

— alterações fisiológicas do envelhecimento, como redução da acuidade visual, sarcopenia, inadequação


da marcha, declínio cognitivo, diminuição da capacidade funcional e idade avançada;

— doenças e eventos comuns no envelhecimento, como sedentarismo, osteoporose, catarata,


labirintopatias e efeito medicamentoso; por exemplo, o uso de benzodiazepínicos, neurolépticos
e antidepressivos retarda a ação do sistema nervoso central, provocando alteração no
processamento das informações.

• Fatores extrínsecos: são quase sempre relacionados ao ambiente em que o idoso está inserido.
Incluem:

— iluminação inadequada, especialmente na atividade de ir ao banheiro durante a noite;

— superfícies escorregadias no banheiro ou em áreas externas;

— tapetes soltos ou com dobras, em que o idoso pode tropeçar;

— degraus muito altos;

— obstáculos no caminho, como excesso de móveis, fios soltos e animais domésticos;

— ausência de corrimão nas escadas e barras nos corredores e banheiros;

— prateleiras muito altas, pois o idoso assumirá um comportamento de risco, subindo em


cadeiras, banquinhos ou escadas instáveis (o idoso pode apresentar tontura ao se abaixar de
forma rápida);

— vias públicas mal conservadas, com buracos e calçadas de diferentes alturas;

— calçados inadequados, como chinelo ou salto alto.

77
Unidade II

Figura 28 – Idosa subindo numa escada instável, usando um calçado inadequado,


para pegar algo numa prateleira alta, apresentando risco de cair

Figura 29 – Fatores de risco extrínsecos para quedas: tapete solto,


animal doméstico e degrau sem sinalização

78
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

As consequências mais comuns são hospitalização, traumatismo craniano, fratura do quadril,


fratura do fêmur, diminuição da capacidade funcional, medo de cair, institucionalização e morte
(GAWRYSZEWSKI, 2010; PENA et al., 2019).

Lembrete

Duas situações precisam acontecer para que o idoso sofra uma


queda: uma perturbação do equilíbrio e uma falência na compensação
dessa perturbação.

6.2 Avaliações funcionais de equilíbrio e risco de queda

A anamnese específica de quedas deve estar voltada para a história e os motivos que levaram o
idoso a cair. Para isso, é importante perguntar o número de quedas no último ano, onde elas ocorreram,
qual o horário, se o idoso apresentou algum desconforto ou ingeriu alguma bebida alcoólica antes de
cair, e quais foram o mecanismo e as consequências da queda. Todos os detalhes são importantes para
entender o processo.

Um exemplo é o caso do idoso que tropeça no tapete à noite ao levantar da cama. Fatores extrínsecos,
como má iluminação e tipo de tapete, podem influenciar a queda, mas talvez algum dos sistemas
responsáveis pelo equilíbrio não esteja íntegro e atuando da melhor forma. Os idosos que apresentam
alteração em um ou mais sistemas responsáveis pelo equilíbrio evoluem para o aumento do risco de
quedas, fazendo-se necessária uma avaliação minuciosa e específica.

As avaliações funcionais de equilíbrio e risco de queda vêm sendo amplamente utilizadas nas pesquisas
científicas e na prática clínica com o objetivo de identificar alterações nos sistemas responsáveis pelo
equilíbrio, avaliar a repercussão do desequilíbrio nas atividades funcionais simples (como ficar em pé
sem apoio) e complexas (como andar e realizar movimentos de cabeça), identificar o risco de quedas,
programar um tratamento específico e verificar a progressão do paciente.

Observação

Os instrumentos funcionais de equilíbrio e risco de queda avaliam


idosos em diferentes situações. Por isso, devemos ter cuidado ao dizer que
observamos ou não risco de queda, pois este não é um risco que aparece
somente nas situações avaliadas. Por exemplo, um idoso pode não
apresentar risco nas situações contempladas pela Escala de Equilíbrio de
Berg, mas sim nas situações abordadas pelo Índice de Marcha Dinâmica.
Portanto, o ideal é associar diferentes avaliações.

79
Unidade II

6.2.1 Escala de Equilíbrio de Berg

A Escala de Equilíbrio de Berg avalia o status funcional do equilíbrio através de tarefas do dia a
dia que exigem equilíbrio, como levantar da cadeira, permanecer em pé com os olhos fechados ou
inclinar‑se para a frente. Ela tem sido usada amplamente em pesquisas científicas e na prática clínica,
pois apresenta baixo custo e fácil aplicabilidade, avalia o risco de queda nas tarefas avaliadas e identifica
idosos que sofreram quedas no último ano.

Os materiais usados são uma cadeira com apoio e outra sem apoio de braço, um degrau de 20,5 cm,
uma fita métrica e um cronômetro.

As tarefas funcionais são avaliadas por meio de 14 itens. O desempenho nessas tarefas recebe
de 0 a 4 pontos: 0 significa o pior desempenho e 4 o melhor. O máximo de pontos que o idoso
pode obter nesse instrumento é 56. Quanto menor a pontuação, pior o equilíbrio. Além disso, essa
escala avalia o risco de quedas mediante a nota de corte 45: pontuação igual ou acima desse
valor demonstra menor risco; pontuação abaixo de 36 aponta um risco de queda de quase 100%
(MIYAMOTO et al., 2004; PEREIRA; MAIA; SILVA, 2013; PERRACINI; FLÓ, 2019).

Escala de Equilíbrio de Berg (versão brasileira)

Nome: ______________________________ Data: __/__/__

Local: ______________________________ Avaliador: _____________

Descrição do item escore (0-4)

1. Posição sentada para posição em pé ___


2. Permanecer em pé sem apoio ___
3. Permanecer sentado sem apoio ___
4. Posição em pé para posição sentada ___
5. Transferências ___
6. Permanecer em pé com os olhos fechados ___
7. Permanecer em pé com os pés juntos ___
8. Alcançar à frente com o braço estendido ___
9. Pegar um objeto do chão ___
10. Virar-se e olhar para trás ___
11. Girar 360° ___
12. Posicionar os pés alternadamente no degrau ___
13. Permanecer em pé com um pé à frente ___
14. Permanecer em pé sobre uma perna ___
Total ___

80
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Instruções gerais

Por favor, demonstrar cada tarefa e/ou dar as instruções como estão escritas. Ao pontuar,
registrar a categoria de resposta mais baixa que se aplica a cada item.

Na maioria dos itens, pede-se ao paciente que mantenha determinada posição durante
um tempo específico. Progressivamente, mais pontos são deduzidos, se o tempo ou a distância
não forem atingidos, se o paciente precisar de supervisão (o examinador necessita ficar bem
próximo do paciente) ou se fizer uso de apoio externo ou receber ajuda do examinador.
Os pacientes devem entender que eles precisam manter o equilíbrio enquanto realizam
as tarefas. A escolha sobre em qual perna ficar em pé ou qual distância alcançar ficará a
critério do paciente. Um julgamento pobre irá influenciar adversamente o desempenho e o
escore do paciente. Os equipamentos necessários para realizar os testes são um cronômetro
ou um relógio com ponteiro de segundos e uma régua ou outro indicador de 5 cm, 12,5 cm
e 25 cm. As cadeiras utilizadas para o teste devem ter altura adequada. Um banquinho ou
uma escada (com degraus de altura padrão) podem ser usados para o item 12.

1. Posição sentada para posição em pé

Instruções. Por favor, levante-se. Tente não usar as mãos para se apoiar.

( ) 4 Capaz de levantar-se sem utilizar as mãos e estabilizar-se independentemente

( ) 3 Capaz de levantar-se independentemente utilizando as mãos

( ) 2 Capaz de levantar-se utilizando as mãos após diversas tentativas

( ) 1 Necessita de ajuda mínima para levantar-se ou estabilizar-se

( ) 0 Necessita de ajuda moderada ou máxima para levantar-se

2. Permanecer em pé sem apoio

Instruções. Por favor, fique em pé por 2 minutos sem se apoiar.

( ) 4 Capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos

( ) 3 Capaz de permanecer em pé por 2 minutos com supervisão

( ) 2 Capaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio

( ) 1 Necessita de várias tentativas para permanecer em pé por 30 segundos sem apoio

( ) 0 Incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio


81
Unidade II

Se o paciente for capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, dê o número


total de pontos para o item 3. Continue com o item 4.

3. Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os pés apoiados no chão
ou num banquinho

Instruções. Por favor, fique sentado sem apoiar as costas, com os braços cruzados,
por 2 minutos.

( ) 4 Capaz de permanecer sentado com segurança e com firmeza por 2 minutos

( ) 3 Capaz de permanecer sentado por 2 minutos sob supervisão

( ) 2 Capaz de permanecer sentado por 30 segundos

( ) 1 Capaz de permanecer sentado por 10 segundos

( ) 0 Incapaz de permanecer sentado sem apoio durante 10 segundos

4. Posição em pé para posição sentada

Instruções. Por favor, sente-se.

( ) 4 Senta-se com segurança com uso mínimo das mãos

( ) 3 Controla a descida utilizando as mãos

( ) 2 Utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar a descida

( ) 1 Senta-se independentemente, mas tem descida sem controle

( ) 0 Necessita de ajuda para sentar-se

5. Transferências

Instruções. Arrume as cadeiras perpendicularmente ou uma de frente para a outra para


uma transferência em pivô. Peça ao paciente que se transfira de uma cadeira com apoio de
braço para uma cadeira sem apoio de braço, e vice-versa. Você poderá utilizar duas cadeiras
(uma com e outra sem apoio de braço) ou uma cama e uma cadeira.

( ) 4 Capaz de transferir-se com segurança com uso mínimo das mãos

( ) 3 Capaz de transferir-se com segurança com uso das mãos

82
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

( ) 2 Capaz de transferir-se seguindo orientações verbais e/ou supervisão

( ) 1 Necessita de uma pessoa para ajudar

( ) 0 Necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar para realizar a tarefa


com segurança

6. Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados

Instruções. Por favor, fique em pé e feche os olhos por 10 segundos.

( ) 4 Capaz de permanecer em pé por 10 segundos com segurança

( ) 3 Capaz de permanecer em pé por 10 segundos com supervisão

( ) 2 Capaz de permanecer em pé por 3 segundos

( ) 1 Incapaz de permanecer com os olhos fechados durante 3 segundos, mas mantém-se


em pé

( ) 0 Necessita de ajuda para não cair

7. Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos

Instruções. Junte seus pés e fique em pé sem se apoiar.

( ) 4 Capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 minuto


com segurança

( ) 3 Capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 minuto


com supervisão

( ) 2 Capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 30 segundos

( ) 1 Necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer com os pés juntos
durante 15 segundos

( ) 0 Necessita de ajuda para posicionar-se e é incapaz de permanecer nessa posição por


15 segundos

8. Alcançar à frente com o braço estendido, permanecendo em pé

Instruções. Levante o braço a 90°. Estique os dedos e tente alcançar à frente o mais
longe possível. (O examinador posiciona a régua no fim da ponta dos dedos quando o braço
83
Unidade II

estiver a 90°. Ao serem esticados para a frente, os dedos não devem tocar a régua. A medida
a ser registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar quando o paciente se inclina
para a frente o máximo que ele consegue. Quando possível, peça ao paciente que use ambos
os braços para evitar rotação do tronco.)

( ) 4 Pode avançar à frente mais que 25 cm com segurança

( ) 3 Pode avançar à frente mais que 12,5 cm com segurança

( ) 2 Pode avançar à frente mais que 5 cm com segurança

( ) 1 Pode avançar à frente, mas necessita de supervisão

( ) 0 Perde o equilíbrio na tentativa, ou necessita de apoio externo

9. Pegar um objeto do chão a partir de uma posição em pé

Instruções. Pegue o sapato/chinelo que está na frente dos seus pés.

( ) 4 Capaz de pegar o chinelo com facilidade e segurança

( ) 3 Capaz de pegar o chinelo, mas necessita de supervisão

( ) 2 Incapaz de pegá-lo, mas se estica até ficar a 2-5 cm do chinelo e mantém o equilíbrio
independentemente

( ) 1 Incapaz de pegá-lo, necessitando de supervisão enquanto está tentando

( ) 0 Incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair

10. Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros direito e esquerdo enquanto
permanece em pé

Instruções. Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do seu ombro esquerdo
sem tirar os pés do chão. Faça o mesmo por cima do ombro direito. (O examinador poderá
pegar um objeto e posicioná-lo diretamente atrás do paciente para estimular o movimento.)

( ) 4 Olha para trás de ambos os lados com boa distribuição do peso

( ) 3 Olha para trás somente de um lado; o lado contrário demonstra menor distribuição
do peso

( ) 2 Vira somente para os lados, mas mantém o equilíbrio

84
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

( ) 1 Necessita de supervisão para virar

( ) 0 Necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair

11. Girar 360°

Instruções. Gire-se completamente ao redor de si mesmo. (Pausa.) Gire-se completamente


ao redor de si mesmo em sentido contrário.

( ) 4 Capaz de girar 360° com segurança em 4 segundos ou menos

( ) 3 Capaz de girar 360° com segurança somente para um lado em 4 segundos ou menos

( ) 2 Capaz de girar 360° com segurança, mas lentamente

( ) 1 Necessita de supervisão próxima ou orientações verbais

( ) 0 Necessita de ajuda enquanto gira

12. Posicionar os pés alternadamente no degrau ou banquinho enquanto


permanece em pé sem apoio

Instruções. Toque cada pé alternadamente no degrau/banquinho. Continue até que cada


pé tenha tocado o degrau/banquinho quatro vezes.

( ) 4 Capaz de permanecer em pé independentemente e com segurança, completando


8 movimentos em 20 segundos

( ) 3 Capaz de permanecer em pé independentemente e completar 8 movimentos em


mais que 20 segundos

( ) 2 Capaz de completar 4 movimentos sem ajuda

( ) 1 Capaz de completar mais que 2 movimentos com o mínimo de ajuda

( ) 0 Incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair

13. Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente

Instruções. (Demonstre para o paciente.) Coloque um pé diretamente à frente do outro


na mesma linha; se você achar que não irá conseguir, coloque o pé um pouco mais à frente
do outro e levemente para o lado.

85
Unidade II

( ) 4 Capaz de colocar um pé imediatamente à frente do outro, independentemente, e


permanecer por 30 segundos

( ) 3 Capaz de colocar um pé um pouco mais à frente do outro e levemente para o lado,


independentemente, e permanecer por 30 segundos

( ) 2 Capaz de dar um pequeno passo, independentemente, e permanecer por 30 segundos

( ) 1 Necessita de ajuda para dar o passo, porém permanece por 15 segundos

( ) 0 Perde o equilíbrio ao tentar dar um passo ou ficar em pé

14. Permanecer em pé sobre uma perna

Instruções. Fique em pé sobre uma perna o máximo que você puder sem se segurar.

( ) 4 Capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por mais que


10 segundos

( ) 3 Capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por 5-10 segundos

( ) 2 Capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por mais que


3 segundos

( ) 1 Tenta levantar uma perna, mas é incapaz de permanecer por 3 segundos, embora
permaneça em pé independentemente

( ) 0 Incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair

( ) Escore total (máximo = 56)

Fonte: Miyamoto et al. (2004, p. 1419-1421).

Saiba mais

Se quiser conhecer como a Escala de Equilíbrio de Berg foi validada e


traduzida para o português do Brasil, leia o artigo:

MIYAMOTO, S. T. et al. Brazilian version of the Berg Balance Scale.


Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 37, n. 9,
p. 1411-1421, 2004.

86
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

6.2.2 Índice de Marcha Dinâmica

O Índice de Marcha Dinâmica avalia o equilíbrio durante a marcha de forma quantitativa e qualitativa,
através de 8 tarefas. Cada tarefa recebe uma pontuação que varia de 0 (pior desempenho) a 3 (sem
disfunção). O escore da escala varia de 0 a 24 pontos, sendo o maior escore relacionado ao melhor
desempenho. Uma pontuação de 19 pontos ou menos associa-se ao risco de queda nas tarefas avaliadas
(CASTRO; PERRACINI; GANANÇA, 2006; PERRACINI; FLÓ, 2019).

Os materiais utilizados são uma caixa de sapatos, empregada como obstáculo (não se especifica o
tamanho), dois cones de sinalização de trânsito, para fazer a marcação de distância e desvio, e uma
escada com corrimão (CASTRO; PERRACINI; GANANÇA, 2006; PERRACINI; FLÓ, 2019).

Índice de Marcha Dinâmica (4ª versão brasileira)

1. Marcha em superfície plana ___

Instruções. Ande em sua velocidade normal, daqui até a próxima marca (6 m).

Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.

(3) Normal. Anda 6 m, sem dispositivos de auxílio, em boa velocidade, sem evidência de
desequilíbrio, marcha em padrão normal.

(2) Comprometimento leve. Anda 6 m, velocidade lenta, marcha com mínimos desvios,
ou utiliza dispositivos de auxílio à marcha.

(1) Comprometimento moderado. Anda 6 m, velocidade lenta, marcha em padrão


anormal, evidência de desequilíbrio.

(0) Comprometimento grave. Não consegue andar 6 m sem auxílio, grandes desvios da
marcha ou desequilíbrio.

2. Mudança de velocidade da marcha ___

Instruções. Comece andando no seu passo normal (1,5 m). Quando eu disser “Rápido”,
ande o mais rápido que você puder (1,5 m). Quando eu disser “Devagar”, ande o mais devagar
que você puder (1,5 m).

Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.

(3) Normal. É capaz de alterar a velocidade da marcha sem perda de equilíbrio ou


desvios. Mostra diferença significativa na marcha entre as velocidades normal,
rápida e devagar.

87
Unidade II

(2) Comprometimento leve. É capaz de mudar de velocidade, mas apresenta discretos


desvios da marcha, ou não tem desvios, mas não consegue mudar significativamente
a velocidade da marcha, ou utiliza um dispositivo de auxílio à marcha.

(1) Comprometimento moderado. Só realiza pequenos ajustes na velocidade da marcha,


ou consegue mudar a velocidade com importantes desvios na marcha, ou muda de
velocidade e perde o equilíbrio, mas consegue recuperá-lo e continuar andando.

(0) Comprometimento grave. Não consegue mudar de velocidade, ou perde o equilíbrio


e procura apoio na parede, ou necessita ser amparado.

3. Marcha com movimentos horizontais (rotação) da cabeça ___

Instruções. Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “Olhe para a direita”,
vire a cabeça para o lado direito e continue andando para a frente até que eu diga “Olhe
para a esquerda”. Então vire a cabeça para o lado esquerdo e continue andando. Quando eu
disser “Olhe para a frente”, continue andando e volte a olhar para a frente.

Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.

(3) Normal. Realiza as rotações da cabeça suavemente, sem alteração da marcha.

(2) Comprometimento leve. Realiza as rotações da cabeça suavemente, com leve


alteração da velocidade da marcha, ou seja, com mínima alteração da progressão da
marcha, ou utiliza dispositivo de auxílio à marcha.

(1) Comprometimento moderado. Realiza as rotações da cabeça com moderada alteração


da velocidade da marcha, diminui a velocidade, ou cambaleia mas se recupera e
consegue continuar a andar.

(0) Comprometimento grave. Realiza a tarefa com grave distúrbio da marcha, ou seja,
cambaleando para fora do trajeto (cerca de 38 cm), perde o equilíbrio, para, procura
apoio na parede ou precisa ser amparado.

4. Marcha com movimentos verticais (rotação) da cabeça ___

Instruções. Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “Olhe para cima”,
levante a cabeça e olhe para cima. Continue andando para a frente até que eu diga “Olhe
para baixo”. Então incline a cabeça para baixo e continue andando. Quando eu disser
“Olhe para a frente”, continue andando e volte a olhar para a frente.

Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.

(3) Normal. Realiza as rotações da cabeça sem alteração da marcha.


88
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

(2) Comprometimento leve. Realiza a tarefa com leve alteração da velocidade da marcha,
ou seja, com mínima alteração da progressão da marcha, ou utiliza dispositivo de
auxílio à marcha.

(1) Comprometimento moderado. Realiza a tarefa com moderada alteração da velocidade


da marcha, diminui a velocidade, ou cambaleia mas se recupera e consegue
continuar a andar.

(0) Comprometimento grave. Realiza a tarefa com grave distúrbio da marcha, ou seja,
cambaleando para fora do trajeto (cerca de 38 cm), perde o equilíbrio, para, procura
apoio na parede ou precisa ser amparado.

5. Marcha e giro sobre o próprio eixo corporal (pivô) ___

Instruções. Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “Vire-se e pare”,
vire-se o mais rápido que puder para a direção oposta e permaneça parado de frente para
(este ponto) seu ponto de partida.

Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.

(3) Normal. Gira o corpo com segurança em até 3 segundos e para rapidamente sem
perder o equilíbrio.

(2) Comprometimento leve. Gira o corpo com segurança em um tempo maior que
3 segundos e para sem perder o equilíbrio.

(1) Comprometimento moderado. Gira lentamente, precisa dar vários passos pequenos
até recuperar o equilíbrio após girar o corpo e parar, ou precisa de dicas verbais.

(0) Comprometimento grave. Não consegue girar o corpo com segurança, perde o
equilíbrio, precisa de ajuda para virar-se e parar.

6. Passar por cima de obstáculo ___

Instruções. Comece andando em sua velocidade normal. Quando chegar à caixa de


sapatos, passe por cima dela, não a contorne, e continue andando.

Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.

(3) Normal. É capaz de passar por cima da caixa sem alterar a velocidade da marcha. Não
há evidência de desequilíbrio.

(2) Comprometimento leve. É capaz de passar por cima da caixa, mas precisa diminuir
a velocidade da marcha e ajustar os passos para conseguir ultrapassar a caixa
com segurança.
89
Unidade II

(1) Comprometimento moderado. É capaz de passar por cima da caixa, mas precisa parar
e depois transpor o obstáculo. Pode precisar de dicas verbais.

(0) Comprometimento grave. Não consegue realizar a tarefa sem ajuda.

7. Andar ao redor de obstáculos ___

Instruções. Comece a andar na sua velocidade normal. Quando chegar ao primeiro cone
(cerca de 1,80 m de distância), contorne-o pelo lado direito. Quando chegar ao segundo
(1,80 m após o primeiro), contorne-o pela esquerda.

Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.

(3) Normal. É capaz de contornar os cones com segurança, sem alteração da velocidade
da marcha. Não há evidência de desequilíbrio.

(2) Comprometimento mínimo. É capaz de contornar ambos os cones, mas precisa


diminuir o ritmo da marcha e ajustar os passos para não bater nos cones.

(1) Comprometimento moderado. É capaz de contornar os cones sem bater neles, mas
precisa diminuir significativamente a velocidade da marcha para realizar a tarefa,
ou precisa de dicas verbais.

(0) Comprometimento grave. É incapaz de contornar os cones. Bate em um deles ou em


ambos, ou precisa ser amparado.

8. Degraus ___

Instruções. Suba estas escadas como você faria em sua casa (ou seja, usando o corrimão,
se necessário). Quando chegar ao topo, vire-se e desça.

Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.

(3) Normal. Alterna os pés e não usa o corrimão.

(2) Comprometimento mínimo. Alterna os pés, mas precisa usar o corrimão.

(1) Comprometimento moderado. Coloca os dois pés em cada degrau. Precisa usar
o corrimão.

(0) Comprometimento grave. Não consegue realizar a tarefa com segurança.

Fonte: Castro, Perracini e Ganança (2006, p. 822-823).

90
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Saiba mais

Se quiser saber mais sobre a validação brasileira do Índice de Marcha


Dinâmica, leia o artigo:

CASTRO, S. M.; PERRACINI, M. R.; GANANÇA, F. F. Dynamic Gait Index:


Brazilian version. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 72, n. 6,
p. 817-825, 2006.

Exemplo de aplicação

Caso clínico: uma idosa de 67 anos refere duas quedas no último ano, após episódio de tontura
ao levantar da cama, tendo como consequência escoriações leves no joelho e medo de cair. Na Escala
de Equilíbrio de Berg, obteve pontuação de 35 pontos; no Índice de Marcha Dinâmica, 17 pontos.
Ela apresenta risco de quedas?

6.2.3 Timed Up and Go Test

O Timed Up and Go Test quantifica em segundos a mobilidade funcional e o risco de queda por
meio de uma tarefa em que, ao comando do fisioterapeuta, o idoso levanta de uma cadeira com apoio
de braço de 46 cm de altura, percorre uma distância de 3 m, volta e senta novamente. Esse trajeto é
cronometrado, e deve-se avisar ao idoso que o teste se inicia quando ele tira as costas do encosto da
cadeira e termina quando ele senta novamente na cadeira e apoia as costas no encosto. Também é
necessário orientar o idoso a realizar o teste em velocidade habitual, com segurança, podendo usar
dispositivos de auxílio à marcha (ALEXANDRE et al., 2012; CABRAL, 2011; PERRACINI; FLÓ, 2019;
SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).

Idosos que realizam o teste em até 10 segundos são considerados saudáveis. Entre 11 e 20 segundos é
o tempo esperado para idosos frágeis ou com alguma incapacidade. Um valor acima de 20 segundos sugere
prejuízo da mobilidade e a necessidade de uma investigação mais minuciosa do equilíbrio e da mobilidade.
O risco de queda se associa a este teste quando o idoso realiza o trajeto em mais de 13,5 segundos
(ALEXANDRE et al., 2012; CABRAL, 2011; PERRACINI; FLÓ, 2019; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).

91
Unidade II

Figura 30 – Timed Up and Go Test

Disponível em: https://bit.ly/3y05nE6. Acesso em: 22 jul. 2021.

6.2.4 Teste Clínico para Interação Sensorial no Equilíbrio

É importante compreender qual é o sistema sensorial mais afetado no idoso. É esse o objetivo do
Teste Clínico para Interação Sensorial no Equilíbrio, que utiliza um pedaço de espuma de 60 × 60 cm
com densidade média, uma venda de olhos e uma lanterna japonesa cortada ao meio.

No teste, o idoso deve sustentar o equilíbrio em pé por 30 segundos em 6 situações sensoriais


diferentes, mantendo os pés juntos e as mãos posicionadas próximas ao quadril (MACEDO; GAZZOLA;
RICCI, 2015; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).

Essas situações vão pôr em conflito um ou mais sistemas sensoriais responsáveis pelo equilíbrio
(vestibular, somatossensorial ou visual). Na primeira situação, há estímulo adequado de todos os
sistemas; na segunda e na terceira, há privação ou conflito no sistema visual; na quarta, há conflito
no sistema somatossensorial; na quinta e sexta, há conflito tanto no sistema visual quanto no
sistema somatossensorial.

Os idosos que apresentam maior deslocamento ou perda de equilíbrio nas situações 2, 3 e 6 são muito
dependentes da visão para manter o equilíbrio. Portanto, é interessante trabalhar com eles situações de
privação ou conflito no sistema visual durante a fisioterapia.

Os idosos que apresentam dificuldade nas situações 4, 5 e 6 são muito dependentes de superfícies
mais firmes. Assim, durante o treinamento é preciso trabalhar com eles em superfícies instáveis.

92
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Os idosos que apresentam deslocamentos ou grandes desequilíbrios nas situações 5 e 6 têm


alterações no sistema vestibular. Desse modo, na terapia vamos trabalhar com a reabilitação específica
desse sistema e com a compensação dos demais.

Uma versão mais recente propõe a avaliação nas situações 1, 2, 4 e 5 sem as tarefas que utilizam a
lanterna (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).

Figura 31 – Teste Clínico para Interação Sensorial no Equilíbrio

Fonte: Shumway-Cook e Woollacott (2010, p. 277).

6.3 Prevenção de quedas: atuação da equipe interdisciplinar

A abordagem multifatorial em relação às quedas parece ter um efeito bastante positivo, embora
sempre ocorra a associação de exercícios a outras estratégias para obter sucesso.

A abordagem médica acontece por adequação medicamentosa, para ajustamento emocional ou


comportamental, e por correção de alterações visuais, mediante cirurgias ou indicação de óculos (SBGG, 2008;
VENTURA; MENDONÇA; COUTO, 2015).

93
Unidade II

A abordagem psicológica é de extrema importância quando identificamos idosos com medo de cair,
ansiedade, síndrome do pânico ou depressão, o que lentifica os movimentos e piora a concentração e a
participação na reabilitação (PENA et al., 2019; PERRACINI; FLÓ, 2019).

A abordagem nutricional é eficiente especialmente em casos de desnutrição, fragilidade e obesidade,


fatores de risco para quedas. Uma adequação alimentar é possível através da suplementação, que auxilia
na melhora do desempenho nas atividades (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010; SILVA; MARUCCI;
ROEDIGER, 2016).

A correção de riscos ambientais – como a colocação de corrimão na escada, barras de apoio no


banheiro e elevador do vaso sanitário, a retirada de tapetes ou móveis pela casa e a orientação em
relação aos calçados adequados – também é algo significativo, porém esse trabalho educacional
deve se dar de forma pouco invasiva, sempre respeitando a autonomia do idoso (SHUMWAY-COOK;
WOOLLACOTT, 2010; VENTURA; MENDONÇA; COUTO, 2015).

As estratégias de prevenção ou reabilitação pós-queda sempre incluem o fisioterapeuta, o qual,


capacitado em gerontologia, sabe que o idoso pode e deve ser estimulado quanto a superar limites, a
fim de melhorar a sua funcionalidade e diminuir o medo e o risco de cair.

As estratégias terapêuticas que estimulam multicomponentes – ou seja, que trabalham diferentes


habilidades, como força, mobilidade, equilíbrio semiestático e equilíbrio dinâmico – são mais eficazes
em relação às quedas. Portanto, promover estímulos distintos durante a terapia leva o idoso a criar
novas adaptações e um maior número de estratégias antecipatórias e reativas, garantindo um menor
risco de quedas (ARAÚJO et al., 2018).

Figura 32 – Treino de equilíbrio em superfície instável,


promovendo maior mobilidade de quadril e tornozelo

Disponível em: https://bit.ly/3izNUMu. Acesso em: 22 jul. 2021.

94
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Treinar força e mobilidade articular de forma específica tem mostrado excelentes resultados em
idosos que apresentam quedas. Isso porque, para que sejam ativadas as estratégias de equilíbrio e haja
recuperação de uma instabilidade, faz-se necessária a ação de músculos e articulações, especialmente
de membros inferiores e tronco inferior. Podemos, por exemplo, realizar os seguintes procedimentos
(BENTO et al., 2010; PERRACINI; FLÓ, 2019; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010):

• priorizar o fortalecimento do tibial anterior e a mobilidade de dorsiflexão, o que vai contribuir


para uma boa estratégia de tornozelo;

• trabalhar a força do glúteo médio, o que vai auxiliar na mobilidade do quadril, promover a
recuperação do equilíbrio em situações de maior instabilidade e melhorar a força de extensores
e flexores de joelho e quadril, facilitando a execução de movimentos simples que exigem
equilíbrio, como levantar e sentar em uma cadeira ou ultrapassar um degrau;

• estimular a musculatura estabilizadora do tronco inferior, o que vai garantir boa resposta postural
durante situações de instabilidade.

A base de sustentação em ortostase são os nossos pés. Portanto, é importante pensar em estímulos à
mobilidade de tornozelo e à planta dos pés. Para manter boa mobilidade articular do tornozelo, podemos
incentivar o idoso a realizar atividades descalço, estimular a planta do pé com massagem e diferentes
texturas, além de trabalhar exercícios que exigem essa mobilidade, como andar apoiado nos calcanhares
ou na ponta dos pés.

Figura 33 – Realização de marcha com os pés descalços,


estimulando a base de sustentação e o sistema sensorial

Disponível em: https://bit.ly/3x0LiMC. Acesso em: 22 jul. 2021.

95
Unidade II

A mobilidade da cervical também deve ser estimulada, já que sintomas como tontura ocorrem ao
movimentar a cabeça, e o idoso tende a restringir sua mobilidade ou contrair a musculatura de trapézio,
escalenos e esternocleidomastóideo em situações de medo de queda ou instabilidade. Estratégias usadas
para a região da cervical incluem alongamento, pompage, tração e massagem, que podem ser aplicados
ao final da terapia (PERRACINI; FLÓ, 2019).
Os exercícios aeróbicos devem estar presentes nos programas de prevenção de quedas, pois garantem
eficiência ao movimento e aos deslocamentos mais longos. Podemos incluir atividades como:
• caminhar, especialmente em terrenos com desnível e ruas próximas à casa do paciente;

• subir e descer escadas;

• andar de bicicleta, estacionária ou não.

Assim, possibilitamos ao idoso vivenciar situações de desafio para reinseri-lo na comunidade, além de
promover uma melhor capacidade aeróbica, tão importante para a realização de tarefas mais complexas
(BENTO et al., 2010).

Figura 34 – Exercício aeróbico e funcional de subir e descer escadas no modelo de circuito,


simulando situações de desafio, inicialmente com apoio no corrimão e depois sem apoio

Disponível em: https://bit.ly/3hWtuyb. Acesso em: 22 jul. 2021.

Uma das estratégias utilizadas na recuperação do equilíbrio e na diminuição do risco e do medo de


novas quedas é a fisioterapia aquática. Diversos estímulos na água provocam a sensibilização dos sistemas
responsáveis pelo equilíbrio. Podemos usar a turbulência da água para gerar instabilidade e estimular o
sistema visual e vestibular. O empuxo promove diminuição da sobrecarga articular e, portanto, conflito
no sistema somatossensorial. As estratégias são amplamente estimuladas, especialmente as de quadril,
quando usamos atividades da técnica Halliwick e movimentos rotacionais. Vale ressaltar que dentro da
água temos menor risco de quedas (GABILAN et al., 2006; RESENDE; RASSI; VIANA, 2008).
96
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Figura 35 – Fisioterapia aquática: treino de equilíbrio em grupo, estratégias de equilíbrio, diminuição da


base de sustentação e simulação de tarefas funcionais que exigem equilíbrio dentro da piscina

Fonte: Resende, Rassi e Viana (2008, p. 60).

A reabilitação vestibular deve ser usada com idosos independentemente de terem labirintopatias, já
que o sistema vestibular é um dos responsáveis pelo equilíbrio, porém é a terapia de primeira escolha
quando o idoso apresenta sintomas como tontura ou vertigem. Baseia-se em exercícios específicos e
repetitivos com olhos, cabeça e tronco, que visam ativar os mecanismos de neuroplasticidade, tendo por
alvo a habituação e compensação vestibular, proporcionando a retomada das atividades diárias.

O objetivo dessa abordagem é promover a estabilização do olhar durante a movimentação da


cabeça, aumentar a interação vestíbulo-ocular, proporcionar melhor estabilidade estática e dinâmica
em situações de conflito sensorial e diminuir a sensibilidade durante a movimentação cefálica. Existem
diversos protocolos de reabilitação vestibular, que contêm exercícios como (MANTELLO et al., 2008;
MOROZETTI; GANANÇA; CHIARI, 2011; NISHINO et al., 2005; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010):

• movimentos oculares perseguindo um objeto;

• deslocamento do olhar para cima e para baixo, ou de um lado para o outro, sem mexer a cabeça;

• movimentos da cabeça, a fim de estimular a mobilidade cervical;

• atividades com os olhos abertos e fechados;

• rotação de tronco;

• marcha associada a movimentos de cabeça, alteração da velocidade e obstáculos.

97
Unidade II

Figura 36 – Exemplo de exercício de reabilitação vestibular: movimentação dos olhos para o


lado esquerdo e para o lado direito, sem movimentar a cabeça. O movimento pode ser realizado
com os olhos para baixo e para cima

Fonte: Mantello et al. (2008, p. 175).

Figura 37 – Exemplo de exercício de reabilitação vestibular: movimentação da cabeça para cima e para baixo.
Também podem ser realizados movimentos horizontais da cabeça para a direita e para a esquerda ou inclinação

Fonte: Mantello et al. (2008, p. 175).

Figura 38 – Exemplo de exercício de reabilitação vestibular: andar em linha reta


olhando para cima e para baixo, ou para a direita e para a esquerda

Fonte: Mantello et al. (2008, p. 176).

98
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

A prática do tai chi chuan é efetiva na prevenção de quedas em idosos saudáveis ou sedentários,
pois proporciona a melhora do equilíbrio através da ativação das estratégias antecipatórias e reativas
(BENTO et al., 2010; SBGG, 2008; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).

Figura 39 – Posições do tai chi chuan que estimulam a diminuição da base de sustentação e o equilíbrio

Disponível em: https://bit.ly/3uBXEts. Acesso em: 2 jun. 2021.

A equoterapia, que utiliza o cavalo treinado como instrumento terapêutico, tem demonstrado efeitos
positivos em relação ao equilíbrio e à mobilidade de idosos. O movimento do cavalo é tridimensional e
simula a marcha humana, estimulando os deslocamentos anteroposteriores, médio-laterais e sagitais,
além dos sistemas sensoriais do equilíbrio.

Figura 40 – A equoterapia proporciona a interação entre o idoso e o animal, que apresenta movimento
similar à marcha humana, promovendo a movimentação especialmente de quadril e tronco

Disponível em: https://bit.ly/2TXHZYW. Acesso em: 2 jun. 2021.

99
Unidade II

É interessante pôr o idoso em situações de conflito sensorial que simulem situações de risco de sua
rotina. Por exemplo:

• Vendar os olhos durante o exercício de sentar e levantar ou durante a marcha pode simular o
acordar à noite para ir ao banheiro em um ambiente mais escuro.

• Andar com movimentos de cabeça voltados a olhar para a direita ou para a esquerda pode se
aproximar da ida ao supermercado.

• Subir ou andar em cima de uma espuma ou cama elástica pode simular o caminhar na areia da
praia, atividade prazerosa que é possível retomar.

Figura 41 – Treino de marcha estacionária em cima de cama elástica,


simulando situações de instabilidade

Disponível em: https://bit.ly/2UBumiK. Acesso em: 22 jul. 2021.

O treinamento do equilíbrio deve estimular múltiplas tarefas, pois durante o dia realizamos tarefas
simultâneas, como falar durante a marcha, usar o celular enquanto fazemos outra atividade em casa, e
dirigir e cantar uma música que toca no rádio. Portanto, devemos estimular duplas tarefas motoras ou
cognitivo-motoras. Por exemplo, realizar a marcha em diferentes velocidades e ultrapassar obstáculos,
manter a posição tandem ou semitandem e dizer o nome de cidades que já conheceu ou de bebidas,
jogar bola e contar, e andar e fazer cálculos simples.

100
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Figura 42 – Idosa jogando e pegando a bola, interagindo com a fisioterapeuta, inicialmente contando
até dez e depois dizendo o nome de cidades que já conheceu a cada vez que joga a bola

Pensando na recuperação de uma instabilidade, podemos instituir no treinamento situações que


estimulem estratégias de tornozelo e quadril, diminuindo a base de sustentação. Pedimos ao idoso
para promover deslocamentos que favoreçam o alcance funcional e trabalhem a estratégia de passo, o
que poderá ser eficiente para evitar a queda. É possível treinar essa última estratégia com passo para a
frente, passo para trás, passo para o lado e passo cruzado, e associá-la à música e à privação de sentidos,
como a visão.

Figura 43 – Apoio alternado do pé no degrau, promovendo momentos


de apoio unipodal e deslocamentos

Disponível em: https://bit.ly/3zqI7zC. Acesso em: 22 jul. 2021.

101
Unidade II

Figura 44 – Apoio unipodal, iniciando com toque leve das mãos numa superfície firme e aos poucos
desencostando-as para diminuir a base de sustentação e promover maior instabilidade

Por fim, podemos incluir nos programas de prevenção ou reabilitação pós-queda a realidade virtual
não imersiva, que inclui video games, sendo possível interagir com o ambiente ao redor, e a realidade
virtual imersiva, em que se utilizam óculos específicos e o idoso tem interação completa e intensa com
o ambiente virtual.

Essas realidades proporcionam cenários desafiadores, como passeios no fundo do mar, na floresta ou
na montanha-russa, promovendo diferentes estímulos visuais e auditivos, que estimulam os movimentos
sacádicos dos olhos e os movimentos da cabeça e do tronco de forma divertida; melhorando a velocidade
da marcha, o equilíbrio dinâmico e o controle postural estático em superfície estável e com os olhos
fechados; aumentando os limites de estabilidade; diminuindo o medo de cair; e contribuindo para a
adesão à terapia (KAMIŃSKA et al., 2018; PHU et al., 2019; SÁPI et al., 2019).

Figura 45 – Uso da realidade virtual, que através da interação com a tela estimula
movimentos oculares, da cabeça e do tronco, promovendo as estratégias de equilíbrio

Disponível em: https://bit.ly/3oZoA5k. Acesso em: 2 jun. 2021.

102
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

O importante em relação aos exercícios é que apresentem progressão para atingir o melhor potencial
do idoso, mas respeitando sua individualidade. Para alguns idosos que utilizam dispositivos de auxílio à
marcha, como bengala, andar ou manter-se em pé por certo tempo, com a base normal, sem apoio das
mãos, pode ser desafiador, enquanto para outros o desafio será a posição tandem, o apoio unipodal ou
ainda a permanência em cima de uma cama elástica. Esses desafios nunca devem se associar à idade ou
à modalidade em que o idoso está inserido. Dependerão antes da interpretação da avaliação, que deve
ser minuciosa (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).

O sucesso da prevenção ou reabilitação pós-queda é resultado de uma boa avaliação, que possibilite
a identificação dos sistemas acometidos e das situações de risco; uma abordagem com diferentes
estímulos de exercícios e manipulações; a atuação de uma equipe interdisciplinar; e estratégias
educativas voltadas para as quedas.

7 CUIDADOS PALIATIVOS

Segundo a OMS, cuidados paliativos são uma abordagem que, através da prevenção e do alívio de
sofrimento, promove a qualidade de vida de pacientes com doenças que ameaçam a continuidade
da vida. Requer identificação precoce, bem como avaliação e tratamento da dor e de outros
problemas de natureza física, psicossocial e espiritual (GOMES; OTHERO, 2016).

Por que pensar nesses cuidados com idosos? Porque muitas doenças do envelhecimento são
progressivas e sem possibilidade de tratamento modificador, como doença de Alzheimer, doença de
Parkinson e câncer. Algumas intervenções causam mais sofrimento do que benefício, tornando a vida
mais longa, repleta de desconfortos e procedimentos invasivos e dolorosos (GOMES; OTHERO, 2016).

É importante pensar em abordagens de cuidado em que conhecimento técnico da melhor qualidade


é selecionado para o idoso, porém levando-se em conta a necessidade individual do paciente.

É frequente a retirada da autonomia do idoso diante da decisão de intervenções terapêuticas, mas


aqui cabe a reflexão: eles não são mais crianças; já passaram por experiências anteriores; com um bom
esclarecimento dos profissionais de saúde, podem escolher o que é melhor para a sua vida.

7.1 Princípios dos cuidados paliativos

Os cuidados paliativos devem ser de conhecimento de toda a equipe interdisciplinar. Apresentamos


a seguir alguns de seus princípios.

Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis

A dor é um sintoma muito desagradável, que interfere nos aspectos físicos, funcionais e emocionais
do idoso. Sabemos que afeta a vida social, o humor, os relacionamentos, o apetite, o sono e o
bem‑estar. Portanto, é um sintoma que deve constantemente ser avaliado, e intervenções terapêuticas
medicamentosas e não farmacológicas devem ser implementadas o mais rápido possível.

103
Unidade II

O fisioterapeuta tem um arsenal de estratégias para promover a analgesia, como terapias manuais,
eletroestimulação, acupuntura, crioterapia, termoterapia e hidroterapia. Assim, é um dos membros
da equipe que pode promover alívio do sofrimento e melhora da qualidade de vida de idosos sob
seus cuidados.
Afirmar a vida e considerar a morte um processo natural
É preciso entender que, como profissionais da saúde, não somos deuses, capazes de tornar o idoso
imortal. A morte é uma certeza, e ninguém sabe quando ela chegará. Logo, o mais importante é enfatizar
com idosos em cuidados paliativos a valorização da vida a cada dia. O presente é o que temos nas mãos.
As medidas de prolongamento da vida podem ser utilizadas desde que não interfiram no bem-estar e
na autonomia do idoso.

O fisioterapeuta pode auxiliar nesse princípio valorizando cada ganho físico, funcional ou emocional
do idoso, compartilhando os ganhos terapêuticos. Sabemos que movimento é vida. Assim, a fisioterapia
pode resgatar a alegria de viver do idoso, ao lhe permitir voltar a andar sozinho (mesmo que com um
dispositivo de auxílio à marcha), ao amenizar a sua dor ou ao diminuir o medo de realizar atividades.

Não acelerar nem adiar a morte


Em cuidados paliativos, não se realiza eutanásia. Antes, discute-se com toda a equipe a necessidade
ou não de intervenções invasivas, e muitas vezes dolorosas, que não estão de acordo com o desejo do
paciente. O mais importante é ter um acompanhamento prévio para entender quais são os desejos e as
limitações do paciente. Isso demanda tempo da equipe e uma abordagem interdisciplinar (CARVALHO;
PARSONS, 2012).

Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente


Quando o idoso ou a família se deparam com uma doença que ameaça a continuidade da vida, vêm à
tona muitos pensamentos e emoções relacionados à vida e à morte; surgem angústias, arrependimentos
e medo do que está por vir. É nesse momento que a ajuda psicológica e espiritual de profissionais
especialistas na área faz-se tão necessária (FREITAS; PY, 2006).

Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao idoso viver tão ativamente quanto
possível até a morte
Esse é um princípio com o qual o fisioterapeuta tem muito a contribuir. Hoje a capacidade funcional
tornou-se mais importante do que a doença em si. Se o idoso está bem funcionalmente, ele pode
realizar tudo o que quiser. Com isso em mente, podemos usar diferentes estratégias com a equipe para
manter e/ou melhorar a força, o equilíbrio, a marcha e a capacidade funcional do idoso.

Oferecer um sistema de suporte para a família durante a doença e no momento do luto


O fisioterapeuta é um dos profissionais mais presentes no processo de cuidados paliativos. Portanto,
conhecemos a família e as pessoas queridas que vão nos indagar sobre o quadro do paciente, as

104
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

evoluções e as abordagens que realizamos. Temos sucesso nessa área quando somos atentos a cada
detalhe e humanos a ponto de entender a dor do outro e saber acolher.

Recorrer a uma abordagem em equipe interdisciplinar

O trabalho em equipe interdisciplinar é essencial em gerontologia, especialmente em cuidados


paliativos, onde existe uma necessidade de diferentes olhares para o idoso, a fim de reduzir ao máximo
os seus diferentes sofrimentos, sejam eles físicos, funcionais, emocionais, sociais ou espirituais. Trabalhar
em equipe é sempre um desafio, pois escancaramos nossa atuação profissional e colocamos à prova
nossas vaidades. Por outro lado, é rico e gratificante perceber que o paciente tem todas as necessidades
atendidas e que temos um limite como profissionais.

Em cuidados paliativos, a abordagem em equipe promove a discussão de casos, muita aprendizagem


e as melhores tomadas de decisão.

Melhorar a qualidade de vida

Vale sempre lembrar que o idoso é um ser biográfico – ou seja, tem uma história de vida – e que
deve ser respeitado em relação às suas decisões e desejos. É muito fácil atender idosos, pois descobrimos
rapidamente suas aptidões, desejos e preferências, uma vez que eles gostam de conversar. Se soubermos
ouvir, será fácil trabalhar de forma humana e individualizada.

Não existe uma receita de bolo da fisioterapia para melhorar a qualidade de vida; ela é pessoal e muda
de indivíduo para indivíduo. Para alguns idosos, ter qualidade de vida é estar perto dos filhos e netos.
Para outros, é ser independente. Para outros, é viajar pelo mundo. Para outros ainda, é simplesmente
não ter dor. Entender o paciente idoso e o que ele considera qualidade de vida fará da sua abordagem
a melhor para ele.

Começar o mais precocemente possível, junto a outras medidas de prolongamento da vida

Existe um preconceito em relação aos cuidados paliativos, e por isso eles demoram a acontecer,
causando sofrimento desnecessário ao idoso.

Quanto antes forem iniciados, melhor, pois teremos a possibilidade de avaliar e entender as
necessidades e decisões do idoso quando a sua cognição ainda está preservada e ele pode fazer escolhas
mais assertivas, de acordo com a sua vontade. Além disso, muitos tratamentos apresentam excelente
prognóstico quando iniciados precocemente.

Hoje se entende mais claramente que os cuidados paliativos envolvem fazer tudo o que for necessário
para promover alívio do sofrimento. Nenhum procedimento é descartado. As decisões são tomadas
em conjunto, entre os profissionais de saúde, o idoso e os familiares ou pessoas que ele queira que
participem do processo.

105
Unidade II

7.2 O fisioterapeuta na equipe de cuidados paliativos

O fisioterapeuta tem um papel significativo na equipe de cuidados paliativos, pois se aproxima do


idoso de forma intensa, com seu toque terapêutico, que é uma bela forma de comunicação não verbal,
muitas vezes acalentadora, acolhedora, que oferece segurança e diminui a sensação de abandono e
angústia causada pela doença.

Figura 46 – Massagem terapêutica para promover alívio da dor,


comunicação não verbal, proximidade, cuidado e acolhimento

Disponível em: https://bit.ly/3kI5qAP. Acesso em: 22 jul. 2021.

Ser fisioterapeuta em cuidados paliativos significa poder promover o alívio do sofrimento através
de abordagens analgésicas e manter o idoso o mais ativamente possível por meio do estímulo
ao movimento.

Começamos com uma avaliação gerontológica, tendo como ponto de partida a queixa principal do
idoso, que deve ser levada em conta assim como o que ele deseja conquistar com a fisioterapia.

Com a avaliação, chegamos a um diagnóstico cinético-funcional e traçamos um tratamento específico,


individual e humano, respeitando as vontades do idoso e fazendo reavaliações diárias. É importante atentar
para qualquer mudança no cenário funcional do idoso e comunicar as informações para a equipe.
Podemos realizar abordagens de conforto e alívio de sofrimento com terapias como (REIS JR., 2007;
VENTURA; MENDONÇA; COUTO, 2015):

• eletroestimulação transcutânea;
• massagem terapêutica;
• termoterapia;
• crioterapia;
• hidroterapia;
• pompage;
• ensino de posicionamento adequado.
106
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Além disso, podemos ensinar exercícios respiratórios e tosse assistida para melhorar a capacidade
respiratória do idoso, diminuindo o risco de complicações e a necessidade de um procedimento invasivo,
como a aspiração ou ventilação mecânica.

Podemos ainda ensinar diferentes formas de o idoso se movimentar e se manter ativo, mediante
mobilizações, treinos de força, equilíbrio e marcha, e a indicação de dispositivos de auxílio à marcha,
caso sejam necessários.

O fisioterapeuta pode interferir muito positivamente na vida de um idoso em cuidados paliativos,


ajudando-o a viver tão ativamente quanto possível, compartilhando com ele as evoluções, motivando e
sempre respeitando a sua autonomia, algo essencial nessa fase da vida.

Lembrete
O fisioterapeuta que atua com a equipe de cuidados paliativos auxiliará
o idoso a viver o mais ativamente possível, proporcionando a realização
de atividades prazerosas, usando estratégias que aliviem a dor e outros
sintomas estressores, e empregando o toque terapêutico para promover o
acolhimento e diminuir a sensação de abandono e fragilidade emocional.

8 ENVELHECIMENTO ATIVO

Envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde à medida que as


pessoas ficam mais velhas (PERRACINI; FLÓ, 2019; WHO, 2005). Envolve a participação ativa do idoso
nas várias esferas da vida: tomada de decisões, busca por colocação profissional, aprendizado de uma
nova língua ou de um instrumento musical, ida a eventos sociais, namoro, prática de esportes radicais
etc. Ou seja, significa ter experiências novas e estar fisicamente ativo.

Figura 47 – Envelhecimento ativo: idoso andando na beira da praia, mantendo-se


participativo diante da vida, preservando a sua autonomia

Disponível em: https://bit.ly/2ThmKAP. Acesso em: 2 jun. 2021.

107
Unidade II

O envelhecimento ativo baseia-se nos princípios de independência, participação, dignidade,


assistência e autorrealização. Nesse novo cenário, o idoso precisa empoderar-se para assumir a
responsabilidade pela própria vida, bem como exigir políticas públicas voltadas ao envelhecimento
e ambientes favoráveis às suas necessidades. Portanto, ele deixa de ser um indivíduo passivo, que
aceita as soluções externas impostas, e passa a ser o personagem principal de sua vida (RASO, 2007;
WHO, 2005).

Existem muitas vantagens em promover o envelhecimento ativo. Os idosos continuam saudáveis e


dispostos a trabalhar, e isso se encaixa no cenário de países como o nosso, onde as pessoas tendem a
se aposentar cada vez mais tardiamente. Assim, é necessário investir em políticas públicas junto
com as reformas previdenciárias. Além disso, idosos ativos apresentam níveis adequados de saúde,
diminuindo‑se os gastos com atendimento em nível secundário e terciário e com medicamentos.

A fisioterapia tem muito a contribuir para o envelhecimento ativo. Quando o idoso melhora a força,
o equilíbrio e a marcha através de novos processos de aprendizagem, consegue resgatar a independência
e a autonomia, conquista segurança, passa a participar da sociedade e volta a realizar seus sonhos.

Segundo a OMS (WHO, 2005), os fatores determinantes do envelhecimento ativo são:

• prática regular de atividade física, no formato de exercícios, na fisioterapia ou nos momentos de


lazer (pescar, jardinar, surfar, andar de bicicleta, jogar futebol, nadar etc.);

• acesso a uma dieta balanceada, rica em elementos necessários para manter um bom nível de
massa magra e diminuir o risco de doenças ou eventos negativos em saúde, como obesidade,
desnutrição, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemias;

• controle de tabagismo e etilismo, que podem ter repercussões negativas na saúde;

• ausência de incapacidades, que limitam a realização de atividades com independência;

• resiliência, ou seja, emoções positivas diante de perdas ou dificuldades impostas pela vida.

Ainda de acordo com a OMS (WHO, 2005), programas e políticas podem ser implementados nos
diferentes municípios para promover o envelhecimento ativo. Por exemplo:

• ambiente de trabalho com acessibilidade, horários e jornadas flexíveis, e retorno financeiro


adequado ao cargo, e não à idade;

• vias públicas iluminadas, seguindo os princípios da acessibilidade universal, de modo que idosos
com mobilidade reduzida, usuários de dispositivos auxiliares à marcha e cadeirantes possam
circular livremente, sem barreiras arquitetônicas;

108
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

• programas públicos de exercício e reabilitação com supervisão profissional, para manter ou


recuperar a capacidade física e funcional do idoso;

• programas de educação básica ou continuada voltados para idosos que não tiveram a oportunidade de
alfabetização, ou que queiram aprender novidades para ganhar experiência, estimular a cognição
ou ter a possibilidade de trabalhar em um projeto novo e evoluir em sua carreira;

• programas de acesso a tecnologias assistivas visuais (óculos ou lentes), auditivas (prótese auditiva)
e locomotoras (bengala e andadores);

• oportunidades de negócio independentemente da idade, com suporte para iniciar um novo projeto
ou realizar um sonho antigo;

• políticas de apoio a cuidadores, especialmente os não formais, muitas vezes familiares que
precisam deixar de trabalhar para dar suporte ao idoso em sua rotina diária.

A prática de atividade física se associa fortemente com o envelhecimento ativo. Afinal, quando estão
presentes boa qualidade muscular e aptidão aeróbica, torna-se mais fácil a realização de atividades, a
independência, a participação em eventos sociais, a superação de desafios e, portanto, a autonomia
de decisões.

No Brasil, temos algumas políticas que direcionam as práticas de atividade física nos municípios.
Nelas se preconiza descentralizar a oferta de atividades, levando para mais perto da vida do idoso a
possibilidade de participar de programas de envelhecimento ativo. Em tais programas é essencial
a presença de um profissional de fisioterapia e/ou de educação física, que supervisione as atividades.
Estas sempre devem ter foco educativo e preventivo, através de uma abordagem gerontológica.
É preciso realizar atividades que envolvam a comunidade, como caminhadas, trilhas, passeios ciclísticos
ou turísticos e bailes.

A regularidade da prática de exercícios físicos melhora a aptidão cardiorrespiratória, a força muscular e


a capacidade funcional, favorecendo tanto a qualidade quanto a expectativa de vida do idoso (GOMES;
OLIVEIRA NETO, 2018; RASO, 2007).

Aptidão cardiorrespiratória

A aptidão cardiorrespiratória é a capacidade de captar e utilizar o oxigênio para a sustentação e o


trabalho muscular prolongado, especialmente em atividades aeróbicas, como caminhar, pedalar, nadar
e dançar (SILVA; MARUCCI; ROEDIGER, 2016).

109
Unidade II

Figura 48 – Treinamento em bicicleta estacionária

Disponível em: https://bit.ly/3ybpkbr. Acesso em: 22 jul. 2021.

Essa aptidão é essencial para promover a eficiência de atividades como a marcha, em que se recrutam
grandes grupos musculares. Os exercícios aeróbicos promovem muitos benefícios, como redução de
tecido adiposo, aumento do gasto energético, diminuição da resistência vascular periférica e redução
da pressão arterial.

Força muscular

Força muscular é a capacidade de exercer tensão muscular a ponto de vencer uma resistência ou
carga. O melhor treinamento para ganho de força são os exercícios resistidos (RASO, 2007).

Os idosos apresentam excelentes ganhos de força muscular independentemente da idade ou da


modalidade de atenção em que estão inseridos, seja com equipamentos de musculação, seja com
exercícios em cadeia cinética fechada, como sentar e levantar da cadeira de forma seriada.

Os exercícios resistidos trazem como benefício a diminuição da incapacidade funcional, do número


de quedas, das fraturas e da síndrome da fragilidade (SILVA; MARUCCI; ROEDIGER, 2016).

Capacidade funcional

Abordamos em tópico anterior o quanto a capacidade funcional é importante na vida de um


idoso para que ele possa realizar seus sonhos. A atividade física tem um impacto significativo nessa
habilidade. Idosos que praticam exercícios têm melhor desempenho funcional em comparação com
idosos sedentários.

110
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

O idoso fisicamente inativo deve realizar uma adaptação, iniciando com atividades menos vigorosas,
com o objetivo de progredir a intensidade, a frequência e a duração, de modo que não tenha desconforto,
uma vez que, para uma melhor adesão, a atividade deve ser prazerosa e segura.

O envelhecimento bem-sucedido acontece quando há baixo risco de doenças e incapacidades, bom


funcionamento físico e mental, participação ativa e capacidade de adaptar-se às mudanças ocorridas
no contexto biológico, psicológico e social (SILVA; MARUCCI; ROEDIGER, 2016).

8.1 Atendimento em grupo terapêutico

O trabalho com grupos terapêuticos na gerontologia demanda uma visão global do idoso. Os grupos
devem ser desenvolvidos de forma específica, com um número reduzido de participantes, e é preciso
ficar atento a pequenas alterações, que podem evoluir e promover a piora da saúde do idoso (PERRACINI;
FLÓ, 2019).

Um exemplo prático é o caso de um idoso que entra no grupo de osteoartrite de joelho e apresenta
sobrepeso e hipertensão arterial sistêmica. O papel do profissional é minimizar os sintomas relacionados
à osteoartrite, como a dor no joelho, porém a abordagem deve visar à redução do peso corporal, à
melhora da aptidão aeróbica e à prevenção de doenças cerebrovasculares. É necessário ter em mente que
o idoso não é formado por partes isoladas; ele é um indivíduo em meio ao processo de envelhecimento,
e o seu organismo passa por mudanças constantes, que podem trazer riscos à sua saúde.

O fisioterapeuta trabalha com atividades terapêuticas e educativas, especialmente em grupo.


É comum nos apegarmos somente a exercícios, manipulações e técnicas, mas precisamos inserir
a aprendizagem em saúde para a população de idosos. É muito especial observar o idoso que se
empodera e participa do seu processo de prevenção em saúde, por estar informado sobre fatores
de risco e mudança de hábitos. Esta é uma das formas de promover a autonomia do idoso: permitir
que ele tome decisões de acordo com um conhecimento prévio.

O exercício regular promove mudanças cardíacas, respiratórias, musculares, ósseas, funcionais, emocionais
e cognitivas, tornando o indivíduo mais saudável e favorecendo o envelhecimento bem‑sucedido (GOMES;
OLIVEIRA NETO, 2018).

A recomendação para o idoso é de pelo menos 30 minutos diários de atividades moderadas, todos
os dias da semana. Essas atividades podem incluir (BALADY et al., 2003):

• caminhar rápido;

• andar de bicicleta;

• nadar;

• jogar tênis, golfe, boliche, basquete, vôlei ou futebol;

111
Unidade II

• dançar;

• fazer musculação, hidroginástica, ioga ou tai chi chuan;

• jardinar;

• fazer trabalhos no quintal ou serviços domésticos;

• subir escadas em vez de usar elevador;

• levar o cachorro para passear;

• praticar atividades recreativas ativas, como bailes e carnaval.

Figura 49 – Grupo de caminhada ao ar livre, supervisionada, em terrenos irregulares, nas ruas da cidade,
colocando o idoso em situações comuns do dia a dia, reinserindo-o na comunidade

Disponível em: https://bit.ly/34qcyse. Acesso em: 2 jun. 2021.

Existem muitas opções de atividade, que podem ser escolhidas de acordo com a preferência do
idoso. O importante é que ela seja prazerosa e estimule diferentes componentes da aptidão física.
O ambiente de grupo proporciona um importante reforço social para a adesão. Nessas atividades, o
idoso aumenta o vínculo com seus companheiros, troca ideias, dificuldades e alegrias, e um estimula
o outro (BALADY et al., 2003).

112
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Figura 50 – Exercícios realizados em grupo, respeitando-se os limites de cada idoso

Disponível em: https://bit.ly/3p980Qr. Acesso em: 2 jun. 2021.

O fisioterapeuta nunca deve ministrar aulas com grupos grandes de idosos. Essa é uma ação do
professor de educação física. O que fazemos é montar grupos com número reduzido de idosos com a
mesma doença, sintoma ou alteração física ou funcional. Aplicamos uma avaliação específica em cada
participante, visando atingir objetivos específicos para cada um. Podemos montar:

• grupos de equilíbrio, com exercícios que estimulem os sistemas visual, vestibular e


somatossensorial, o processamento central e o sistema efetor, além de aulas sobre estratégias
de prevenção de quedas;

• grupos de prevenção de incontinência urinária, com exercícios que estimulem a musculatura do


assoalho pélvico e orientações comportamentais;

• grupos para o sistema respiratório, com exercícios para prevenir complicações respiratórias que
podem acometer idosos;

• grupos de osteoartrite por segmentos, cujo objetivo principal é a redução da dor e o resgate da
funcionalidade independente, o que pode ser realizado no solo ou na piscina;

• grupos de prevenção de complicações cardíacas e cerebrovasculares, com exercícios que estimulem


a capacidade aeróbica, como caminhar, andar de bicicleta e subir e descer degraus;

• grupos de estímulo cognitivo, que incluam idosos com demência e recorram a exercícios de
dupla tarefa, com ações compartilhadas com outros profissionais da saúde, como terapeutas
ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos;

• grupos de dança terapêutica, em que se trabalha a música em associação à dança, o que pode ser
realizado com idosos sentados ou em pé, estimulando todos os movimentos corporais.
113
Unidade II

Figura 51 – Idosa andando de bicicleta, em direção à praia: atividade que produz diferentes
e importantes estímulos, garantindo o envelhecimento bem-sucedido

Disponível em: https://bit.ly/3p2dIU5. Acesso em: 2 jun. 2021.

Figura 52 – A dança terapêutica pode ser uma excelente alternativa para resgatar memórias
e prazeres do idoso, além de contribuir para a melhoria da postura e do equilíbrio

Disponível em: https://bit.ly/3fCEDmF. Acesso em: 2 jun. 2021.

Esses grupos terapêuticos devem ser realizados em diferentes modalidades de atenção à saúde
do idoso, como nas instituições de longa permanência, nos centros de convivência, nas clínicas e no
ambiente hospitalar. O importante é sempre manter o idoso ativo e participativo em atividades com
pessoas da mesma faixa etária, para que haja troca de experiências, aumento do vínculo e motivação.

114
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Resumo

A capacidade funcional é um excelente preditor de saúde, mais significativo


do que a doença. Através dela, é possível descobrir quais são as reais
habilidades do idoso e o que é necessário para promover ganhos funcionais
nas tarefas que estão afetadas. Para conhecer a capacidade funcional, devemos
utilizar instrumentos que identificam o status funcional e a independência
nas atividades básicas e instrumentais da vida do idoso.

Uma boa avaliação vai permitir ao fisioterapeuta identificar qual


é a tarefa acometida, estudar quais são as habilidades necessárias para
executá-la e trabalhar com estratégias para a sua recuperação. Muitas
vezes, a incapacidade funcional para realizar atividades como levantar de
uma cadeira ou subir uma escada pode levar o idoso a sofrer quedas.

Eventos comuns em todas as fases da vida são as quedas, porém no


idoso elas trazem consequências muito negativas, como traumatismo
craniano, fratura de quadril, medo de cair e dependência, tornando-se um
problema de saúde pública.

As quedas estão essencialmente vinculadas a alterações no controle


do equilíbrio, pois o idoso apresenta mudanças significativas nos sistemas
sensoriais, no processamento central e no sistema efetor, em decorrência
de modificações fisiológicas, doenças do envelhecimento, efeitos de
medicamentos e situações de risco como subir numa escada instável ou
tropeçar num tapete.

A queda pode ser prevenida por meio de avaliações que identifiquem


idosos com risco de quedas, estratégias terapêuticas em equipe e
fisioterapia através de exercícios com multicomponentes, utilizando-se
treinamento de força e mobilidade, fisioterapia aquática, equoterapia,
reabilitação vestibular, conflitos sensoriais, tai chi chuan e estratégias de
recuperação do equilíbrio.

Algumas doenças que podem levar a quedas são consideradas incuráveis,


como é o caso do câncer ou das demências, e para os idosos que as possuem
há uma abordagem diferenciada, chamada de cuidados paliativos, os quais
garantem ao paciente alívio do sofrimento e qualidade de vida.

A fisioterapia tem um papel fundamental em cuidados paliativos, pois


oferece um contato próximo ao paciente mediante o toque terapêutico,

115
Unidade II

as técnicas de alívio de dor, os exercícios e abordagens respiratórios e o


estímulo ao movimento, fazendo com que o idoso se mantenha tão ativo
quanto possível.

Em síntese, a fisioterapia tem grande importância em relação à


promoção do envelhecimento ativo e bem-sucedido, por meio de propostas
individuais ou em grupo de estímulo ao movimento humano, fazendo com
que o idoso realize suas atividades com independência e preserve sua
autonomia, seu bem-estar e sua qualidade de vida.

Exercícios

Questão 1. A realização das tarefas do dia a dia de forma independente, o que possibilita o
autocuidado e a participação no convívio social, caracteriza a capacidade funcional do idoso. Trata‑se
de uma definição abrangente e complexa, uma vez que considera a deficiência, a incapacidade, a
desvantagem, a autonomia e a independência.

Sobre a capacidade funcional do idoso, assinale a alternativa correta:

A) A capacidade funcional é um preditor importante para identificar o processo patológico presente


no idoso e seus efeitos sobre sua saúde e sua independência.

B) No caso de idosos institucionalizados, a utilização do Índice de Katz auxilia o fisioterapeuta a


identificar a capacidade funcional dos idosos nesses ambientes.

C) A melhora nos índices que avaliam a capacidade funcional de idosos institucionalizados requer
condutas e adaptações na instituição, como a instalação de corrimão e solo antiderrapante, o que
não envolve a participação do fisioterapeuta.

D) A escala Medida de Independência Funcional é um instrumento que auxilia na observação da


capacidade funcional do idoso em realizar atividades instrumentais, como arrumar a casa, fazer
compras e administrar medicamentos e suas finanças.

E) A aplicação prática dos diferentes métodos e escalas que avaliam a capacidade funcional do idoso
está associada a estudos e a pesquisas científicas que investigam essa variável, o que não envolve
o fisioterapeuta na elaboração dos objetivos e das metas terapêuticas com o idoso.

Resposta correta: alternativa B.

116
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: a capacidade funcional é um preditor do processo de envelhecimento ativo, sendo


valorizada a independência do idoso em relação às suas atividades de autocuidado e em relação à
sua comunidade.

B) Alternativa correta.

Justificativa: o Índice de Katz é baseado na prerrogativa de que a perda funcional do idoso segue
um padrão de declínio: inicialmente, observamos a perda de uma tarefa complexa (como banhar-se) e,
gradativamente, a perda de tarefas mais simples (como alimentar-se). É um instrumento que auxilia a
abordagem fisioterapêutica, sobretudo com idosos institucionalizados.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: uma forma de utilização dos recursos que avaliam a capacidade funcional do idoso é
a promoção de adaptações na instituição que possibilitem a melhora na capacidade funcional, o que
requer participação ativa do fisioterapeuta.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: a escala que verifica a capacidade do idoso de realizar tarefas instrumentais em seu
dia a dia é a desenvolvida por Lawton e Brody em 1969. Trata-se de um preditor que indica se o idoso
pode ou não morar sozinho.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: o conhecimento do fisioterapeuta sobre os instrumentos de avaliação da capacidade


funcional do idoso auxilia-o na determinação dos objetivos de tratamento, bem como na evolução de
suas metas terapêuticas junto ao paciente idoso.

Questão 2. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) propõe que a etiologia das
quedas no idoso é multifatorial e que pode ser definida como um deslocamento não intencional do
corpo a um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil. A ocorrência
da queda na vida do idoso gera impactos importantes no âmbito emocional (medo de cair), estrutural
(fraturas) e social (tendência à reclusão social).

Sobre o risco de queda no idoso e suas causas, avalie as afirmativas.

I – O ambiente domiciliar é o local preferencial das quedas em idosos, sendo antecedidas, geralmente,
por tropeço, escorregão ou passo em falso. O mais comum é a queda da própria altura.

117
Unidade II

II – As quedas ocorrem com maior frequência no sexo masculino, e um dos fatores predisponentes é
a dependência alcoólica, mais comum nos idosos do gênero masculino.

III – As alterações do sistema nervoso que estão relacionadas ao maior risco de queda na população
idosa são redução da acuidade visual, menor velocidade de condução nervosa nas vias de propriocepção e
aumento da ocorrência de labirintopatias.

É correto o que se afirma em:

A) I, apenas.

B) I e II, apenas.

C) I e III, apenas.

D) III, apenas.

E) I, II e III.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa correta.

Justificativa: o ambiente domiciliar é considerado o principal para a ocorrência de quedas nos


idosos, que geralmente tropeçam em tapetes e degraus, escorregam no piso do banheiro etc. Assim, a
adequação da mobília desse ambiente é muito importante para a prevenção de quedas, que podem levar
o idoso ao óbito.

II – Afirmativa incorreta.

Justificativa: as quedas são mais frequentes nas idosas, podendo ser apontadas diferentes causas
para essa relação: maior exposição aos riscos domiciliares, ocorrência de osteoporose e alterações do
sistema musculoesquelético.

III – Afirmativa correta.

Justificativa: com o processo de envelhecimento do sistema nervoso, os elementos envolvidos


no controle do equilíbrio e da postura sofrem alterações que favorecem a ocorrência de quedas nos
idosos, como a redução da capacidade visual, a diminuição da propriocepção e o comprometimento
do sistema vestibular pelas labirintopatias.

118
REFERÊNCIAS

Textuais

AKIMA, H. et al. Muscle function in 164 men and women aged 20-84 yr. Medicine and Science in
Sports and Exercise, v. 33, n. 2, p. 220-226, 2001.

ALEXANDRE, T. S. et al. Accuracy of Timed Up and Go Test for screening risk of falls among
community-dwelling elderly. Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 16, n. 5, p. 381-388, 2012.

ANDRADE, A. G.; LIMA, C. F.; ALBUQUERQUE, A. K. B. Efeitos do laser terapêutico no processo de


cicatrização das queimaduras: uma revisão bibliográfica. Revista Brasileira de Queimaduras, v. 9,
n. 1, p. 21-30, 2010.

ARAÚJO, A. P. S.; BERTOLINI, S. M. M. G.; MARTINS JR., J. Alterações morfofisiológicas decorrentes do


processo de envelhecimento do sistema musculoesquelético e suas consequências para o organismo
humano. Perspectivas Online, v. 12, n. 4, p. 22-34, 2014.

ARAÚJO, T. B. et al. Efeito da equoterapia no equilíbrio de idosos: uma revisão sistemática com
metanálise. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 26, n. 3, p. 178-184, 2018.

ASSUMPÇÃO, A. M.; DIAS, R. C. The effects of physical therapy on prevention and reversing elderly
frailty: systematic review. Gerontology and Aging, v. 3, n. 3, p. 117-130, 2009.

BALADY, G. J. et al. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 6. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2003.

BAUMGARTNER, R. N. et al. Epidemiology of sarcopenia among the elderly in New Mexico. American
Journal of Epidemiology, v. 147, n. 8, p. 755-763, 1998.

BENTO, P. C. et al. Exercícios físicos e redução de quedas em idosos: uma revisão sistemática. Revista
Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v. 12, n. 6, p. 471-479, 2010.

BERTOLUCCI, P. H. F. et al. O Miniexame do Estado Mental em uma população geral: impacto da


escolaridade. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 52, n. 1, p. 1-7, mar. 1994.

BOTTINO, C. M. C. et al. Diagnóstico diferencial entre demência e transtornos psiquiátricos: critérios


diagnósticos e exames complementares. Dementia & Neuropsychologia, v. 5, supl. 1, p. 91-98, 2011.

BRASIL. Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras
providências. Brasília, 2003. Disponível em: https://bit.ly/34loETw. Acesso em: 2 jun. 2021.

BRASIL, V. J. W.; BATISTA, N. A. O ensino de geriatria e gerontologia na graduação médica. Revista


Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 39, n. 3, p. 344-351, set. 2015.
119
BRASSOLATTI, P. et al. Evaluation of the low-level laser therapy application parameters for skin burn
treatment in experimental model: a systematic review. Lasers in Medical Science, v. 33, n. 5,
p. 1159-1169, 2018.

BRUCKI, S. M. D. et al. Dados normativos para o Teste de Fluência Verbal categoria animais em nosso
meio. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 55, n. 1, p. 56-61, 1997.

BURLÁ, C. et al. Envelhecimento e doença de Alzheimer: reflexões sobre autonomia e o desafio do


cuidado. Revista Bioética, v. 22, n. 1, p. 85-93, 2014.

BURLÁ, C. et al. Panorama prospectivo das demências no Brasil: um enfoque demográfico. Ciência & Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 10, p. 2949-2956, 2013.

BURN, D. J. Cortical Lewy body disease and Parkinson’s disease dementia. Current Opinion in
Neurology, v. 19, n. 6, p. 572-579, 2006.

BUSSE, A. L. et al. Efeitos dos exercícios resistidos no desempenho cognitivo de idosos com
comprometimento da memória: resultados de um estudo controlado. Einstein, São Paulo, v. 6, n. 4,
p. 402-407, 2008.

CABRAL, A. L. L. Tradução e validação do teste Timed Up and Go e sua correlação com diferentes
alturas da cadeira. 2011. Dissertação (Mestrado em Gerontologia) – Universidade Católica de
Brasília, Brasília, 2011.

CAETANO, M.; AMORIM, I. Erisipela. Acta Médica Portuguesa, n. 18, p. 385-394, 2005.

CAIXETA, L.; VIEIRA, R. T. Demência na doença de Parkinson. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 30, n. 4,
p. 375-383, 2008.

CARMO, L.; DRUMMOND, L. P.; ARANTES, P. M. M. Avaliação do nível de fragilidade em idosos


participantes de um grupo de convivência. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 17-22, 2011.

CARMO, S. S. et al. Atualidades na assistência de enfermagem a portadores de úlcera venosa. Revista


Eletrônica de Enfermagem, v. 9, n. 2, p. 506-517, 2007.

CAROLYN, C. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 5. ed. Barueri: Manole, 2009.

CARVALHO, R.; PARSONS, H. (org.). Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 2. ed. Academia Nacional de
Cuidados Paliativos, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3fxpdQg. Acesso em: 2 jun. 2021.

CARVALHO FILHO, E. T.; PAPALÉO NETTO, M. Geriatria: fundamentos, clínica e terapêutica. 2. ed.
São Paulo: Atheneu, 2006.

120
CASTRO, S. M.; PERRACINI, M. R.; GANANÇA, F. F. Dynamic Gait Index: Brazilian version. Brazilian Journal
of Otorhinolaryngology, v. 72, n. 6, p. 817-825, 2006.

CHRISTOFOLETTI, G. et al. Aspectos físicos e mentais na qualidade de vida de pacientes com doença de
Parkinson idiopática. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 65-69, jan./mar. 2009.

CHUI, H. C. et al. Criteria for the diagnosis of ischemic vascular dementia proposed by the
state of California Alzheimer’s disease diagnostic and treatment centers. Neurology, v. 42, n. 3,
p. 473-80, 1992.

COMFORT, A. The biology of senescence. 3. ed. Edinburgh: Churchill Livingstone, 1979.

CRITCHLEY, M. The parietal lobes. New York: Hafner, 1953.

CRUZ-JENTOFT, A. J. et al. Sarcopenia: European consensus on definition and diagnosis. Age and Ageing,
v. 39, n. 4, p. 412-423, 2010.

DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana básica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1988.

DE VITTA, A. Atividade física e bem-estar na velhice. In: NERI, A. L.; FREIRE, S. A. (org.). E por falar em
boa velhice. Campinas: Papirus, 2000. p. 25-38.

DUARTE, Y. A. O.; ANDRADE, C. L.; LEBRÃO, M. L. O Índex de Katz na avaliação da funcionalidade dos
idosos. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 41, n. 2, p. 317-325, 2007.

EM 2019 expectativa de vida era de 76,6 anos. Agência IBGE Notícias, 26 nov. 2020. Disponível em:
https://bit.ly/34P4bGU. Acesso em: 2 jun. 2021.

EMRE, M. Dementia associated with Parkinson’s disease. The Lancet: Neurology, v. 2, n. 4, p. 229-237, 2003.

ESQUINAZI, D.; SILVA, S. R. B.; GUIMARÃES, M. A. M. Aspectos fisiopatológicos do envelhecimento


humano e quedas em idosos. Revista Hupe, v. 13, n. 2, p. 11-20, 2014.

FECHINE, B. R. A.; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: as principais alterações que


acontecem com o idoso com o passar dos anos. InterSciencePlace, v. 1, n. 7, p. 106-132, jan./mar. 2012.

FERREIRA, L. L. et al. Risco de queda em idosos com doença de Alzheimer institucionalizados.


ConScientiae Saúde, v. 12, n. 3, p. 379-385, 2013.

FERRIGNO, J. C. O estigma da velhice: uma análise do preconceito aos velhos à luz das ideias de Erving
Goffman. A Terceira Idade, São Paulo, v. 13, n. 24, p. 48-56, abr. 2002.

121
FOLSTEIN, M. F.; FOLSTEIN, S. E.; MCHUGH, P. R. Mini-Mental State: a practical method for grading
the cognitive state of patients for the clinician. Journal of Psychiatric Research, v. 12, n. 3,
p. 189-198, 1975.

FORLENZA, O. V.; NITRINI, R. Doença de Alzheimer. In: FRÁGUAS JR., R.; FIGUEIRÓ, J. A. B. (ed.).
Depressões secundárias: depressões associadas a condições médicas e medicamentos. Rio de Janeiro:
Atheneu, 2001. p. 109-118.

FÖRSTL, H. The Lewy body variant of Alzheimer’s disease: clinical, pathophysiological and conceptual
issues. European Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience, v. 249, supl. 3, p. 64-67, 1999.

FRAZÃO, P.; NAVEIRA, M. Prevalência de osteoporose: uma revisão crítica. Revista Brasileira de
Epidemiologia, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 206-214, jun. 2006.

FREITAS, E. V.; MIRANDA, R. D. Avaliação geriátrica ampla. In: FREITAS, E. V.; PY, L. Tratado de geriatria
e gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

FREITAS, E. V.; PY, L. Tratado de geriatria e gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

FREITAS, S. et al. Montreal Cognitive Assessment (MoCA): normative study for the Portuguese
population. Journal of Clinical and Experimental Neuropsychology, v. 33, n. 9, p. 989-996, 2011.

GABILAN, Y. P. L. et al. Fisioterapia aquática para reabilitação vestibular. Acta ORL, p. 25-30, 2006.
Disponível em: https://bit.ly/3fvbglX. Acesso em: 2 jun. 2021.

GALLUCCI NETO, J.; TAMELINI, M. G.; FORLENZA, O. V. Diagnóstico diferencial das demências. Revista de
Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 32, n. 3, p. 119-130, jun. 2005.

GARUFFI, M. et al. Atividade física para promoção da saúde de idosos com doença de Alzheimer e seus
cuidadores. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 16, n. 1, p. 80-83, 2011.

GAWRYSZEWSKI, V. P. The importance of falls on the same level among the elderly in São Paulo state.
Revista da Associação Médica Brasileira, v. 56, n. 2, p. 162-167, 2010.

GOMES, A. L. Z.; OTHERO, M. B. Cuidados paliativos. Estudos Avançados, v. 30, n. 88, p. 155-166, 2016.

GOMES, I. G.; OLIVEIRA NETO, L. Saúde do idoso: um olhar dos profissionais de educação física. São Paulo:
Lura, 2018.

GRIMBY, G. et al. Morphology and enzymatic capacity in arm and leg muscles in 78-81-year-old men
and women. Acta Physiologica Scandinavica, v. 115, n. 1, p. 125-134, 1982.

HACHINSKI, V. C. et al. Cerebral blood flow in dementia. Archives of Neurology, v. 32, n. 9, p. 632-637, 1975.

122
HACHINSKI, V. C.; POTTER, P.; MERSKEY, H. Leuko-araiosis. Archives of Neurology, v. 44, n. 1, p. 21-23, 1987.

HAYFLICK, L. Como e por que envelhecemos. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

HOGAN, D. B. et al. The prevalence and incidence of dementia with Lewy bodies: a systematic review.
The Canadian Journal of Neurological Sciences, v. 43, supl. 1, p. 83-95, 2016.

IBGE. Censo demográfico: população e habitação [1º de setembro de 1940]. Rio de Janeiro: IBGE, 1950.

IBGE. Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 2000-2060. Rio de Janeiro: IBGE, 2013.

KALACHE, A.; VERAS, R. P.; RAMOS, L. R. O envelhecimento da população mundial: um desafio novo.
Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 21, n. 3, p. 200-210, jun. 1987.

KAMIŃSKA, M. S. et al. The effectiveness of virtual reality training in reducing the risk of falls among
elderly people. Clinical Interventions in Aging, v. 13, p. 2329-2338, 2018.

KATO-NARITA, E. M.; NITRINI, R.; RADANOVIC, M. Assessment of balance in mild and moderate stages
of Alzheimer’s disease: implications on falls and functional capacity. Arquivos de Neuro-Psiquiatria,
São Paulo, v. 69, n. 2a, p. 202-207, 2011.

KENT-BRAUN, J. A.; NG, A. V. Skeletal muscle oxidative capacity in young and older women and men.
Journal of Applied Physiology, v. 89, n. 3, p. 1072-1078, 2000.

KLEINER, A. F. R.; SCHLITTLER, D. X. D. C.; SÁNCHEZ ARIAS, M. D. R. O papel dos sistemas visual,
vestibular, somatossensorial e auditivo para o controle postural. Revista Neurociências, v. 19, n. 2,
p. 349-357, 2001.

LANA, L. D.; SCHNEIDER, R. H. Síndrome de fragilidade no idoso: revisão narrativa. Revista Brasileira de
Geriatria e Gerontologia, v. 17, n. 3, p. 673-680, 2014.

LANDINEZ PARRA, N. S.; CONTRERAS VALENCIA, K.; CASTRO VILLAMIL, A. Proceso de envejecimiento,
ejercicio y fisioterapia. Revista Cubana de Salud Pública, v. 38, n. 4, p. 562-580, 2012.

LARSSON, L.; RAMAMURTHY, B. Aging-related changes in skeletal muscle: mechanisms and


interventions. Drugs and Aging, v. 17, n. 4, p. 303-316, 2000.

LAWTON, M. P.; BRODY, E. M. Assessment of older people: self-maintaining and instrumental activities
of daily living. The Gerontologist, v. 9, n. 3, p. 179-186, 1969.

LIMA, A. M. A. et al. O papel da fisioterapia no tratamento da doença de Alzheimer: uma revisão de


literatura. Boletim Informativo Unimotrisaúde em Sociogerontologia, v. 7, n. 1, p. 33-41, 2016.

123
LIMA, R. C. et al. Efeitos do fortalecimento muscular da panturrilha na hemodinâmica venosa e na
qualidade de vida em um portador de insuficiência venosa crônica: relato de caso. Jornal Vascular
Brasileiro, v. 1, n. 3, p. 219-226, 2002.

MACEDO, C.; GAZZOLA, J. M.; NAJAS, M. Síndrome da fragilidade no idoso: importância da fisioterapia.
Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, v. 33, n. 3, p. 177-184, 2008.

MACEDO, C.; GAZZOLA, J. M.; RICCI, N. A. Influence of sensory information on static balance in older
patients with vestibular disorder. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 81, n. 1, p. 50-57, 2015.

MACHADO, N. L.; LEITE, T. L.; PITTA, G. B. Frequência da profilaxia mecânica para trombose venosa
profunda em pacientes internados em uma unidade de emergência de Maceió. Jornal Vascular
Brasileiro, v. 7, n. 4, p. 333-340, 2008.

MANTELLO, E. B. et al. Efeito da reabilitação vestibular sobre a qualidade de vida de idosos


labirintopatas. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 74, n. 2, p. 172-180, 2008.

MARIN, L. F. et al. Clinical findings in Creutzfeldt-Jakob disease mimicking dementia with Lewy bodies.
Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, n. 66, 3b, p. 741-743, 2008.

MASSUD, T.; MORRIS, R. O. Epidemiology of falls. Age and Ageing, v. 30, supl. 4, p. 3-7, 2001.

MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. K. R.; BARROS NETO, T. L. Atividade física e envelhecimento: aspectos
epidemiológicos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 2-13, jan./fev. 2001.

MEYER, P. F.; CHACON, D. A.; LIMA, A. C. Estudo piloto dos efeitos da pressoterapia, drenagem linfática
manual e cinesioterapia na insuficiência venosa crônica. Reabilitar, v. 31, n. 8, p. 11-17, 2006.

MIYAMOTO, S. T. et al. Brazilian version of the Berg Balance Scale. Brazilian Journal of Medical and
Biological Research, v. 37, n. 9, p. 1411-1421, 2004.

MOLARI, F. Alzheimer: evidências fisiopatológicas, diagnóstico e terapia. 2011. Monografia (Graduação


em Farmácia) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2011. Disponível em:
https://bit.ly/3hWCx2t. Acesso em: 2 jun. 2021.

MOROZETTI, P. G.; GANANÇA, C. F.; CHIARI, B. M. Comparação de diferentes protocolos de reabilitação


vestibular em pacientes com disfunções vestibulares periféricas. Jornal da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia, v. 23, n. 1, p. 44-50, 2011.

MOTA, C. V. Longevidade surpreende projeções desde 1960. Valor Econômico, 2 jan. 2017. Disponível
em: https://glo.bo/3yBfXSK. Acesso em: 2 jun. 2021.

124
MOURÃO, D. Utilização e utilidade do Miniexame do Estado Mental no processo de diagnóstico
de demência com corpos de Lewy. 2013. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade de
Trás‑os‑Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal, 2013.

NASREDDINE, Z. et al. The Montreal Cognitive Assessment (MoCA): a brief screening tool for mild
cognitive impairment. American Geriatrics Society, v. 53, n. 4, p. 695-699, 2005.

NISHINO, L. K. et al. Reabilitação vestibular personalizada: levantamento de prontuários dos pacientes


atendidos no ambulatório de otoneurologia da ISCMSP. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia,
v. 71, n. 4, p. 440-447, 2005.

PAPALÉO NETTO, M. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo:


Atheneu, 2002.

PAWELEC, G. et al. Immunosenescence: ageing of the immune system. Immunology Today, v. 16, n. 9,
p. 420-422, 1995.

PENA, S. B. et al. Medo de cair e o risco de queda: revisão sistemática e metanálise. Acta Paulista de
Enfermagem, São Paulo, v. 32, n. 4, p. 456-463, 2019.

PEREIRA, V. V.; MAIA, R. A.; SILVA, S. M. C. A. The functional assessment Berg Balance Scale is better
capable of estimating fall risk in the elderly than the posturographic balance stability system.
Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 71, n. 1, p. 5-10, 2013.

PERRACINI, M.; FLÓ, C. Funcionalidade e envelhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2019.

PERRACINI, M.; GUERRA, R. O.; PEREIRA, D. S. Funcionalidade e envelhecimento. In: PERRACINI, M.;
FLÓ, C. Funcionalidade e envelhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

PHU, S. et al. Balance training using virtual reality improves balance and physical performance in older
adults at high risk of falls. Clinical Interventions in Aging, n. 14, p. 1567-1577, 2019.

PINTO, N. C. et al. Laser de baixa intensidade em deiscência aguda de safenectomia: proposta


terapêutica. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, v. 24, n. 1, p. 88-91, 2009.

RAMOS, L. R.; VERAS, R. P.; KALACHE, A. Envelhecimento populacional: uma realidade brasileira.
Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 21, n. 3, p. 211-224, jun. 1987.

RASO, V. Envelhecimento saudável. São Paulo: Edição do Autor, 2007.

REIS JR., L. C. Cuidados paliativos no paciente idoso: o papel do fisioterapeuta no contexto


multidisciplinar. Fisioterapia em Movimento, v. 20, n. 2, p. 127-135, 2007.

125
RESENDE, S.; RASSI, C.; VIANA, F. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de
quedas em idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, n. 1, p. 57-63, 2008.

RIBEIRO, D. K. M. N. et al. O emprego da Medida de Independência Funcional em idosos. Revista Gaúcha


de Enfermagem, v. 38, n. 4, p. e66496, 2018.

RIBEIRO, L. C. C.; ALVES, P. B.; MEIRA, E. P. Percepção dos idosos sobre as alterações fisiológicas do
envelhecimento. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 8, n. 2, p. 220-227, 2009.

RODRIGUES, A. J.; CAMARGO, R. S. Tratamento fisioterapêutico na osteoartrite de joelho: revisão de


literatura. Cadernos da Escola de Saúde, Curitiba, v. 2, n. 14, p. 101-111, 2015.

ROMÁN, G. C. Defining dementia: clinical criteria for the dignosis of vascular dementia. Acta Psychiatrica et
Neurologica Scandinavica, v. 106, supl. 178, p. 6-9, 2002.

ROSENBERG, I. Summary comments: epidemiological and methodological problem in determining nutritional


status of older persons . The American Journal of Clinical Nutrition, v. 50, n. 5, p. 1231-1233, 1989.

ROSIS, R. G.; MASSABKI, P. S.; KAIRALLA, M. Osteoartrite: avaliação clínica e epidemiológica de


pacientes idosos em instituição de longa permanência. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica
Médica, v. 8, n. 2, p. 101-108, 2010.

ROSSI, E. Envelhecimento do sistema osteoarticular. Einstein, São Paulo, v. 6, supl. 1, p. S7-S12, 2008.
Disponível em: https://bit.ly/3gcgwv6. Acesso em: 2 jun. 2021.

SANTOS, J. P. M. Cinesiologia e biomecânica. Londrina: Educacional S.A., 2016.

SANTOS, R. L.; VIRTUOSO JR., J. S. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Atividades


Instrumentais da Vida Diária. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 21, n. 1, p. 290-296, 2008.

SANTOS, V. V. et al. Fisioterapia na doença de Parkinson: uma breve revisão. Revista Brasileira de
Neurologia, v. 46, n. 2, p. 17-25, 2010.

SÁPI, M. et al. Is kinect training superior to conventional balance training for healthy older adults to
improve postural control? Games for Health Journal, v. 8, n. 1, p. 41-48, 2019.

SBGG. Quedas em idosos: prevenção. 2008. Disponível em: https://bit.ly/3c4vqBe. Acesso em: 2 jun. 2021.

SHEPHARD, R. J.; SHEK, P. N. Exercise, aging and immune function. International Journal of Sports
Medicine, v. 16, n. 1, p. 1-6, 1995.

SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle motor: teoria e aplicações práticas. 3. ed.


Barueri: Manole, 2010.

126
SILVA, G. A.; SANTOS, C. C. C.; ALMEIDA, C. D. F. Efeitos da cinesioterapia nos doentes de Alzheimer:
análise bibliométrica. Acta Biomedica Brasiliensia, v. 6, n. 1, p. 68-77, jul. 2015.

SILVA, M. L.; MARUCCI, M. F. N.; ROEDIGER, M. A. Tratado de nutrição em gerontologia.


Barueri: Manole, 2016.

SILVA, T. A. A. et al. Sarcopenia associada ao envelhecimento: aspectos etiológicos e opções


terapêuticas. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 46, n. 6, p. 391-397, 2006.

SUTHERLAND, D. H.; KAUFMAN, K. R.; MOITOZA, J. R. Cinemática da marcha humana normal. In: ROSE, J.;
GAMBLE, J. Marcha humana. 2. ed. São Paulo: Premier, 1998. p. 23-44.

TAVARES, B. B. et al. Impact of physical exercise on quality of life of older adults with depression
or Alzheimer’s disease: a systematic review. Trends in Psychiatry and Psychotherapy, v. 36, n. 3,
p. 134-139, 2014.

UN. World population prospects. 2019. Disponível em: https://bit.ly/34oCXqk. Acesso em: 2 jun. 2021.

VASCONCELOS, A. A. N.; GOMES, M. M. F. Transição demográfica: a experiência brasileira. Epidemiologia


e Serviços de Saúde, Brasília, v. 21, n. 4, p. 539-548, dez. 2012.

VASCONCELOS, K. S. S.; DIAS, J. M. D.; DIAS, R. C. Relação entre intensidade de dor e capacidade
funcional em indivíduos obesos com osteoartrite de joelho. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 10, n. 2,
p. 213-218, 2006.

VENTURA, M. M.; MENDONÇA, L. P.; COUTO, T. V. Cuidado integral ao idoso hospitalizado. São Paulo:
Zagodoni, 2015.

VIOLA, L. F. et al. Effects of a multidisciplinar cognitive rehabilitation program for patients with mild
Alzheimer’s disease. Clinics, v. 66, n. 8, p. 1395-1400, 2011.

WHO. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005.

127
128
129
130
131
132
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Você também pode gostar