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Unidade II
5 CAPACIDADE FUNCIONAL DO IDOSO E AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
A capacidade funcional é um dos principais preditores de saúde na população idosa. Atualmente, saber
as atividades que o idoso é capaz de realizar é mais importante que o conhecimento sobre sua doença.
A capacidade funcional é a possibilidade de planejar e executar tarefas necessárias para uma vida
independente, a aptidão do idoso de realizar atividades que lhe permitam cuidar de si mesmo e participar
da vida em comunidade de forma ativa. Você já deve ter percebido que a capacidade de realizar tarefas
que tenham significado para o idoso faz com que ele volte a ter alegria de viver.
Variaç
ã
nos ino da funçã
divídu o
os
Limiar da incapacidade
Reabilitação e garantia de
qualidade de vida
Idade
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Unidade II
O fisioterapeuta que atende idosos tem como objetivo principal resgatar ou melhorar a funcionalidade
tanto em tarefas simples, como levantar de uma cadeira e tomar banho sozinho, quanto em tarefas mais
avançadas, como dirigir, viajar e fazer trilha. Não há limites impostos pela idade. O mais importante é
promover a realização de sonhos funcionais.
Fisioterapia
gerontológica
Reabilitação Multidimensão
Envelhecimento
Funcionalidade
Para um idoso que sofreu uma queda, com consequente fratura de fêmur e redução da capacidade de
andar, a fisioterapia possibilita o retorno independente às atividades funcionais. É gratificante observar
a alegria do idoso reabilitado ao devolver dispositivos como cadeira de rodas, andador e bengala, os
quais não precisará mais usar.
Idosos que realizam com independência atividades que têm significado e trazem motivação atingem
o envelhecimento ativo ou bem-sucedido. Um exemplo disso são os idosos que mantêm as atividades
laborativas após os 60 anos. Não há limitação cronológica para desempenhar atividades desafiadoras.
O idoso pode andar numa montanha-russa, andar de bicicleta, fazer rafting, surfar, ter relações sexuais.
Desde que seja motivador para ele, tudo é possível.
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Você, futuro fisioterapeuta, tente descobrir os sonhos funcionais do idoso que atender e procure
criar estratégias terapêuticas para auxiliá-lo nessa realização.
Como saber qual é o sonho funcional do idoso? Podemos perguntar a ele e utilizar instrumentos
que avaliam a capacidade de realizar tarefas, os quais vão nos direcionar às atividades que precisam
ser trabalhadas.
A avaliação da capacidade funcional nos fornece parâmetros para resgatar o desempenho funcional
dos idosos e posteriormente proporcionar uma vida mais saudável e independente. Ela deve ser específica
ao perfil do idoso, para que fiquem claras suas habilidades e necessidades de reabilitação.
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Unidade II
Observação
O Índice de Katz avalia o desempenho em atividades da vida diária, seguindo uma hierarquia
de complexidade através de cinco tarefas: alimentação, transferência, higiene pessoal, capacidade de se
vestir e se banhar, e uma função (controle esfincteriano). Está incluído na maioria das avaliações
multidimensionais.
Sua elaboração é baseada na conclusão de que a perda funcional segue um padrão de declínio.
Ou seja, primeiro se perde a capacidade de se banhar, uma tarefa mais complexa; depois a
capacidade de se vestir e se transferir; por último a capacidade de se alimentar, uma função mais
básica (FREITAS; PY, 2006; PERRACINI; FLÓ, 2019).
• estabelecer prognósticos;
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Dependência
Independência (0 ponto)
(1 ponto)
Atividades
Pontos (1 ou 0) Com supervisão, orientação,
Sem supervisão, orientação ou assistência pessoal ou cuidado
assistência pessoal integral
Necessita de ajuda para banhar-se
Banha-se completamente ou necessita de
Banhar-se em mais de uma parte do corpo,
auxílio somente para lavar uma parte do entrar e sair do chuveiro ou
Pontos: ___ corpo, como as costas, os genitais ou uma banheira, ou requer assistência total
extremidade incapacitada no banho
Vestir-se Pega as roupas do armário e veste as Necessita de ajuda para vestir-se ou
roupas íntimas, externas e cintos. Pode
Pontos: ___ necessita ser completamente vestido
receber ajuda para amarrar os sapatos
Ir ao banheiro Dirige-se ao banheiro, entra e sai dele, Necessita de ajuda para ir ao
arruma as próprias roupas, limpa a área banheiro ou limpar-se, ou usa urinol
Pontos: ___ genital sem ajuda ou comadre
Transferência Senta-se/deita-se e levanta-se da cama Necessita de ajuda para sentar-se/
ou cadeira sem ajuda. Equipamentos deitar-se e levantar-se da cama ou
Pontos: ___ mecânicos de ajuda são aceitáveis da cadeira
Continência Tem completo controle sobre suas É parcial ou totalmente incontinente
Pontos: ___ eliminações (urinar e evacuar) do intestino ou da bexiga
Alimentação Leva a comida do prato à boca sem ajuda. Necessita de ajuda parcial ou total
Preparação da comida pode ser feita por com a alimentação ou requer
Pontos: ___ outra pessoa alimentação parenteral
6 = independente
Total de
pontos = ___ 4 = dependência moderada
2 ou menos = muito dependente
Fonte: The Hartford Institute for Geriatric Nursing (1998 apud DUARTE; ANDRADE; LEBRÃO, 2007, p. 324).
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Unidade II
Gostaria de perguntar sobre algumas atividades e tarefas do seu dia a dia. O(a) senhor(a) consegue
fazer as atividades a seguir sem necessidade de auxílio, precisa de ajuda ou não consegue fazer essas
atividades de forma nenhuma?
Sem Dificuldade Não
Atividade Não sabe
dificuldade Pouca Muita respondeu
Deitar e levantar da cama
Comer
Pentear o cabelo
Andar no plano
Tomar banho
Vestir-se
Ir ao banheiro em tempo
Subir um lance de escada
Medicar-se na hora
Andar perto de casa
Fazer compras
Preparar refeições
Cortar as unhas dos pés
Sair de condução
Fazer limpeza de casa
Total
Pontuação: quantifica-se o total de atividades que o sujeito tem dificuldade de realizar
Classificação:
– Não houve relato de dificuldade: sem comprometimento
– 1 a 3 atividades comprometidas: comprometimento leve
– 4 a 6 atividades comprometidas: comprometimento moderado
– 7 ou mais atividades comprometidas: comprometimento grave
A Medida de Independência Funcional (MIF) surgiu na década de 1980 com o objetivo de formar
um grande banco de dados com a avaliação e a evolução de pacientes em processo de reabilitação.
Apresentando sucesso e ótima aplicabilidade, foi traduzida e validada para a população idosa em
diversos países, incluindo o Brasil.
Essa avaliação vem sendo utilizada em diferentes cenários de atenção à saúde do idoso, especialmente
no campo da reabilitação, apresentando boa aceitação científica quanto à capacidade de mensurar o
grau de independência de idosos ou quantificar a necessidade de cuidados ou supervisão.
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
A MIF é composta de 18 itens, com escore total variando entre 18 e 126 pontos, e possibilita quantificar
a necessidade de ajuda de terceiros experimentada pelo idoso para realizar determinada atividade da
vida diária. As atividades avaliadas são autocuidado, controle dos esfíncteres, mobilidade e transferência,
locomoção, comunicação e cognição social. Cada atividade avaliada apresenta uma pontuação que
varia entre 1 (totalmente dependente) e 7 (totalmente independente) (RIBEIRO et al., 2018).
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Unidade II
O idoso precisa realizar atividades rotineiras, buscando os recursos disponíveis no meio ambiente
para manter uma vida ativa e independente na comunidade (FREITAS; PY, 2006).
As atividades mais complexas e necessárias para viver em comunidade são denominadas atividades
instrumentais da vida diária, entre as quais podemos incluir arrumar a casa, telefonar, fazer compras, usar
transporte de deslocamento, preparar alimentos, administrar os próprios medicamentos e administrar as
finanças. A capacidade de realizar essas atividades determina se o indivíduo pode ou não viver sozinho.
Em 1969, Lawton e Brody elaboraram uma escala com 9 itens, denominada Atividades Instrumentais
da Vida Diária (AIVDs). Os itens são:
• usar telefone;
• fazer compras;
• preparar refeições;
• arrumar a casa;
• tomar medicações;
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Verifique que algumas tarefas podem ser influenciadas por cultura e gênero, especialmente no caso
das gerações que consideram a mulher responsável por cuidar do lar e das tarefas domésticas, e o
homem por ser o provedor, sair para trabalhar e realizar reparos em casa, como arrumar o telhado ou
trocar uma lâmpada.
O escore máximo (27 pontos) corresponde à independência. Quanto menor a pontuação, maior a
dependência (FREITAS; PY, 2006; PERRACINI; FLÓ, 2019; SANTOS; VIRTUOSO JR., 2008).
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Unidade II
Lembrete
Cada atividade a ser recuperada deve ser analisada, identificando-se as habilidades necessárias para
ela acontecer. A partir dessa análise, deve-se buscar a superação de limites e o sucesso do resultado final.
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Diagnóstico
Tanto o processo como o
resultado final da avaliação
da informação obtida no
exame, quando o fisioterapeuta
organiza os dados em grupos,
síndromes ou categorias
para auxiliar a determinar as
Avaliação estratégias de intervenção mais
O processo dinâmico no apropriadas Prognóstico
qual o fisioterapeuta realiza Determinação do nível de melhora
julgamentos clínicos baseados ideal que pode ser alcançado
na informação coletada durante por meio da intervenção, bem
o exame como da quantidade de tempo
necessária para atingir esse nível
Exame
O processo de obter a história,
realizar a revisão dos sistemas Intervenção
relevantes e selecionar e Interação proposital e hábil do
administrar os testes e medidas fisioterapeuta com o paciente/
específicos para conseguir cliente e, se apropriado, com
informação outros indivíduos envolvidos
no cuidado do paciente/cliente,
Resultados utilizando diversos métodos e
Resultados do tratamento do técnicas de fisioterapia para
paciente/cliente, que incluem produzir mudanças na condição
remediar a limitação funcional que são consistentes com o
e a disfunção, otimizar a diagnóstico e o prognóstico
satisfação do paciente/cliente e
proceder à prevenção primária
ou secundária
Exemplo de aplicação
Caso clínico: um idoso de 78 anos refere perda de peso de 5 kg e redução da força muscular dos
membros inferiores, em especial da musculatura de tibial anterior, gastrocnêmio e sóleo, o que promoveu
piora do desempenho para dirigir. Diante desse caso, escolha um instrumento que avalie a tarefa, cite
um objetivo e descreva uma conduta para melhorar essa atividade e, consequentemente, a capacidade
funcional do idoso.
6.1 Definições
Quedas são eventos comuns experimentados por todos durante a vida, porém no idoso o impacto
é maior pelas consequências que podem ter. A queda pode ser definida como um deslocamento não
intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo
hábil e de etiologia multifatorial (PERRACINI; FLÓ, 2019; SBGG, 2008).
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Unidade II
Muitos idosos sofrem quedas após episódios de tontura, ao tentar levantar de uma cadeira e em
outras situações comuns do dia a dia. Além disso, percebemos que a queda nunca tem uma causa única;
vários fatores interferem na sua possível ocorrência.
A queda é considerada a sétima causa de morte acidental em idosos de 75 anos ou mais, ou seja,
tem impacto nos indicadores de morbidade e mortalidade da população idosa. Daí a importância de
preveni‑la (PEREIRA; MAIA; SILVA, 2013).
Em relação ao local das quedas, o mais comum é o próprio domicílio, seguido da via pública.
Os mecanismos são queda da própria altura, escorregão, tropeço ou passo em falso (GAWRYSZEWSKI, 2010).
A idade avançada está associada às quedas. Quanto maior a idade, maiores as alterações físicas e
funcionais e as doenças que afetam o equilíbrio. O sexo feminino apresenta maior chance de sofrer
quedas, talvez por maior exposição a comportamentos de risco, maior incidência de osteoporose e maior
impacto da alteração muscular (GAWRYSZEWSKI, 2010).
Duas condições prevalecem para que a queda ocorra: existência de perturbação do equilíbrio e
falência dos sistemas antecipatórios e compensatórios dessa perturbação. Portanto, a queda está quase
sempre relacionada a uma alteração no equilíbrio postural, variável essencial a ser observada em idosos.
O equilíbrio pode ser definido como a capacidade de manter o centro de gravidade projetado
sobre a base de sustentação em situações estáticas, semiestáticas ou dinâmicas (KLEINER; SCHLITTLER;
SÁNCHEZ ARIAS, 2001; PEREIRA; MAIA; SILVA, 2013). A base de sustentação varia de acordo com o
posicionamento do indivíduo, sendo maior quando ele está sentado e menor quando ele permanece em
apoio unipodal – por exemplo, durante a fase de balanço na marcha.
As situações estáticas ou semiestáticas são aquelas em que o indivíduo permanece com pouco ou
nenhum descolamento da base de sustentação, como quando fica em pé com a base de sustentação
alargada, sem deslocá-la por 2 minutos. O termo semiestático é mais adequado, pois partimos do
pressuposto de que ninguém fica completamente parado; são feitos pequenos deslocamentos corporais,
como movimentos com o tronco ou com a cabeça, para promover ajustamentos.
As situações dinâmicas são aquelas em que o indivíduo realiza deslocamentos constantes da sua
base de sustentação, como durante a marcha, ou promove conflitos na base de sustentação, como
quando fica de olhos fechados em cima de uma espuma.
Na abordagem do equilíbrio, devemos entender a teoria dos sistemas, que compreende a integração
dos sistemas sensoriais (aferentes), do processamento central e do sistema efetor (eferentes). Para que o
indivíduo consiga manter o equilíbrio postural, todos esses sistemas devem estar em perfeito equilíbrio.
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Sistema efetor
(músculos, articulações e
ligamentos; estratégias
antecipatórias e reativas
de equilíbrio)
Os sistemas sensoriais incluem três sistemas de igual importância, que trazem a informação
de como está a nossa estabilidade/equilíbrio (KLEINER; SCHLITTLER; SÁNCHEZ ARIAS, 2001;
PERRACINI; FLÓ, 2019):
As informações provenientes dos sistemas sensoriais são analisadas e processadas no sistema nervoso
central, que chamamos de processamento central ao nível de córtex, cerebelo e medula. Esse sistema
sofre alterações no processo de envelhecimento, como diminuição da velocidade de condução nervosa
(sinapses) e perda neuronal, além de estar sujeito a doenças como demência e acidente vascular cerebral,
com acometimento cerebelar, o que afeta o processamento das informações, tornando-o mais lento.
Se o idoso usar alguma dessas estratégias, não sofrerá uma queda. Portanto, elas são de extrema
importância no processo de envelhecimento.
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Observação
As quedas em idosos têm relação com fatores de risco intrínsecos e extrínsecos, que quase
sempre estão associados no evento (FERREIRA et al., 2013; KATO-NARITA; NITRINI; RADANOVIC,
2011; SBGG, 2008; VENTURA; MENDONÇA; COUTO, 2015).
• Fatores extrínsecos: são quase sempre relacionados ao ambiente em que o idoso está inserido.
Incluem:
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Unidade II
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Lembrete
A anamnese específica de quedas deve estar voltada para a história e os motivos que levaram o
idoso a cair. Para isso, é importante perguntar o número de quedas no último ano, onde elas ocorreram,
qual o horário, se o idoso apresentou algum desconforto ou ingeriu alguma bebida alcoólica antes de
cair, e quais foram o mecanismo e as consequências da queda. Todos os detalhes são importantes para
entender o processo.
Um exemplo é o caso do idoso que tropeça no tapete à noite ao levantar da cama. Fatores extrínsecos,
como má iluminação e tipo de tapete, podem influenciar a queda, mas talvez algum dos sistemas
responsáveis pelo equilíbrio não esteja íntegro e atuando da melhor forma. Os idosos que apresentam
alteração em um ou mais sistemas responsáveis pelo equilíbrio evoluem para o aumento do risco de
quedas, fazendo-se necessária uma avaliação minuciosa e específica.
As avaliações funcionais de equilíbrio e risco de queda vêm sendo amplamente utilizadas nas pesquisas
científicas e na prática clínica com o objetivo de identificar alterações nos sistemas responsáveis pelo
equilíbrio, avaliar a repercussão do desequilíbrio nas atividades funcionais simples (como ficar em pé
sem apoio) e complexas (como andar e realizar movimentos de cabeça), identificar o risco de quedas,
programar um tratamento específico e verificar a progressão do paciente.
Observação
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Unidade II
A Escala de Equilíbrio de Berg avalia o status funcional do equilíbrio através de tarefas do dia a
dia que exigem equilíbrio, como levantar da cadeira, permanecer em pé com os olhos fechados ou
inclinar‑se para a frente. Ela tem sido usada amplamente em pesquisas científicas e na prática clínica,
pois apresenta baixo custo e fácil aplicabilidade, avalia o risco de queda nas tarefas avaliadas e identifica
idosos que sofreram quedas no último ano.
Os materiais usados são uma cadeira com apoio e outra sem apoio de braço, um degrau de 20,5 cm,
uma fita métrica e um cronômetro.
As tarefas funcionais são avaliadas por meio de 14 itens. O desempenho nessas tarefas recebe
de 0 a 4 pontos: 0 significa o pior desempenho e 4 o melhor. O máximo de pontos que o idoso
pode obter nesse instrumento é 56. Quanto menor a pontuação, pior o equilíbrio. Além disso, essa
escala avalia o risco de quedas mediante a nota de corte 45: pontuação igual ou acima desse
valor demonstra menor risco; pontuação abaixo de 36 aponta um risco de queda de quase 100%
(MIYAMOTO et al., 2004; PEREIRA; MAIA; SILVA, 2013; PERRACINI; FLÓ, 2019).
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Instruções gerais
Por favor, demonstrar cada tarefa e/ou dar as instruções como estão escritas. Ao pontuar,
registrar a categoria de resposta mais baixa que se aplica a cada item.
Na maioria dos itens, pede-se ao paciente que mantenha determinada posição durante
um tempo específico. Progressivamente, mais pontos são deduzidos, se o tempo ou a distância
não forem atingidos, se o paciente precisar de supervisão (o examinador necessita ficar bem
próximo do paciente) ou se fizer uso de apoio externo ou receber ajuda do examinador.
Os pacientes devem entender que eles precisam manter o equilíbrio enquanto realizam
as tarefas. A escolha sobre em qual perna ficar em pé ou qual distância alcançar ficará a
critério do paciente. Um julgamento pobre irá influenciar adversamente o desempenho e o
escore do paciente. Os equipamentos necessários para realizar os testes são um cronômetro
ou um relógio com ponteiro de segundos e uma régua ou outro indicador de 5 cm, 12,5 cm
e 25 cm. As cadeiras utilizadas para o teste devem ter altura adequada. Um banquinho ou
uma escada (com degraus de altura padrão) podem ser usados para o item 12.
Instruções. Por favor, levante-se. Tente não usar as mãos para se apoiar.
3. Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os pés apoiados no chão
ou num banquinho
Instruções. Por favor, fique sentado sem apoiar as costas, com os braços cruzados,
por 2 minutos.
( ) 2 Utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar a descida
5. Transferências
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
( ) 1 Necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer com os pés juntos
durante 15 segundos
Instruções. Levante o braço a 90°. Estique os dedos e tente alcançar à frente o mais
longe possível. (O examinador posiciona a régua no fim da ponta dos dedos quando o braço
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Unidade II
estiver a 90°. Ao serem esticados para a frente, os dedos não devem tocar a régua. A medida
a ser registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar quando o paciente se inclina
para a frente o máximo que ele consegue. Quando possível, peça ao paciente que use ambos
os braços para evitar rotação do tronco.)
( ) 2 Incapaz de pegá-lo, mas se estica até ficar a 2-5 cm do chinelo e mantém o equilíbrio
independentemente
10. Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros direito e esquerdo enquanto
permanece em pé
Instruções. Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do seu ombro esquerdo
sem tirar os pés do chão. Faça o mesmo por cima do ombro direito. (O examinador poderá
pegar um objeto e posicioná-lo diretamente atrás do paciente para estimular o movimento.)
( ) 3 Olha para trás somente de um lado; o lado contrário demonstra menor distribuição
do peso
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
( ) 3 Capaz de girar 360° com segurança somente para um lado em 4 segundos ou menos
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Unidade II
Instruções. Fique em pé sobre uma perna o máximo que você puder sem se segurar.
( ) 1 Tenta levantar uma perna, mas é incapaz de permanecer por 3 segundos, embora
permaneça em pé independentemente
Saiba mais
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
O Índice de Marcha Dinâmica avalia o equilíbrio durante a marcha de forma quantitativa e qualitativa,
através de 8 tarefas. Cada tarefa recebe uma pontuação que varia de 0 (pior desempenho) a 3 (sem
disfunção). O escore da escala varia de 0 a 24 pontos, sendo o maior escore relacionado ao melhor
desempenho. Uma pontuação de 19 pontos ou menos associa-se ao risco de queda nas tarefas avaliadas
(CASTRO; PERRACINI; GANANÇA, 2006; PERRACINI; FLÓ, 2019).
Os materiais utilizados são uma caixa de sapatos, empregada como obstáculo (não se especifica o
tamanho), dois cones de sinalização de trânsito, para fazer a marcação de distância e desvio, e uma
escada com corrimão (CASTRO; PERRACINI; GANANÇA, 2006; PERRACINI; FLÓ, 2019).
Instruções. Ande em sua velocidade normal, daqui até a próxima marca (6 m).
(3) Normal. Anda 6 m, sem dispositivos de auxílio, em boa velocidade, sem evidência de
desequilíbrio, marcha em padrão normal.
(2) Comprometimento leve. Anda 6 m, velocidade lenta, marcha com mínimos desvios,
ou utiliza dispositivos de auxílio à marcha.
(0) Comprometimento grave. Não consegue andar 6 m sem auxílio, grandes desvios da
marcha ou desequilíbrio.
Instruções. Comece andando no seu passo normal (1,5 m). Quando eu disser “Rápido”,
ande o mais rápido que você puder (1,5 m). Quando eu disser “Devagar”, ande o mais devagar
que você puder (1,5 m).
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Unidade II
Instruções. Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “Olhe para a direita”,
vire a cabeça para o lado direito e continue andando para a frente até que eu diga “Olhe
para a esquerda”. Então vire a cabeça para o lado esquerdo e continue andando. Quando eu
disser “Olhe para a frente”, continue andando e volte a olhar para a frente.
(0) Comprometimento grave. Realiza a tarefa com grave distúrbio da marcha, ou seja,
cambaleando para fora do trajeto (cerca de 38 cm), perde o equilíbrio, para, procura
apoio na parede ou precisa ser amparado.
Instruções. Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “Olhe para cima”,
levante a cabeça e olhe para cima. Continue andando para a frente até que eu diga “Olhe
para baixo”. Então incline a cabeça para baixo e continue andando. Quando eu disser
“Olhe para a frente”, continue andando e volte a olhar para a frente.
(2) Comprometimento leve. Realiza a tarefa com leve alteração da velocidade da marcha,
ou seja, com mínima alteração da progressão da marcha, ou utiliza dispositivo de
auxílio à marcha.
(0) Comprometimento grave. Realiza a tarefa com grave distúrbio da marcha, ou seja,
cambaleando para fora do trajeto (cerca de 38 cm), perde o equilíbrio, para, procura
apoio na parede ou precisa ser amparado.
Instruções. Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “Vire-se e pare”,
vire-se o mais rápido que puder para a direção oposta e permaneça parado de frente para
(este ponto) seu ponto de partida.
(3) Normal. Gira o corpo com segurança em até 3 segundos e para rapidamente sem
perder o equilíbrio.
(2) Comprometimento leve. Gira o corpo com segurança em um tempo maior que
3 segundos e para sem perder o equilíbrio.
(1) Comprometimento moderado. Gira lentamente, precisa dar vários passos pequenos
até recuperar o equilíbrio após girar o corpo e parar, ou precisa de dicas verbais.
(0) Comprometimento grave. Não consegue girar o corpo com segurança, perde o
equilíbrio, precisa de ajuda para virar-se e parar.
(3) Normal. É capaz de passar por cima da caixa sem alterar a velocidade da marcha. Não
há evidência de desequilíbrio.
(2) Comprometimento leve. É capaz de passar por cima da caixa, mas precisa diminuir
a velocidade da marcha e ajustar os passos para conseguir ultrapassar a caixa
com segurança.
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Unidade II
(1) Comprometimento moderado. É capaz de passar por cima da caixa, mas precisa parar
e depois transpor o obstáculo. Pode precisar de dicas verbais.
Instruções. Comece a andar na sua velocidade normal. Quando chegar ao primeiro cone
(cerca de 1,80 m de distância), contorne-o pelo lado direito. Quando chegar ao segundo
(1,80 m após o primeiro), contorne-o pela esquerda.
(3) Normal. É capaz de contornar os cones com segurança, sem alteração da velocidade
da marcha. Não há evidência de desequilíbrio.
(1) Comprometimento moderado. É capaz de contornar os cones sem bater neles, mas
precisa diminuir significativamente a velocidade da marcha para realizar a tarefa,
ou precisa de dicas verbais.
8. Degraus ___
Instruções. Suba estas escadas como você faria em sua casa (ou seja, usando o corrimão,
se necessário). Quando chegar ao topo, vire-se e desça.
(1) Comprometimento moderado. Coloca os dois pés em cada degrau. Precisa usar
o corrimão.
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Saiba mais
Exemplo de aplicação
Caso clínico: uma idosa de 67 anos refere duas quedas no último ano, após episódio de tontura
ao levantar da cama, tendo como consequência escoriações leves no joelho e medo de cair. Na Escala
de Equilíbrio de Berg, obteve pontuação de 35 pontos; no Índice de Marcha Dinâmica, 17 pontos.
Ela apresenta risco de quedas?
O Timed Up and Go Test quantifica em segundos a mobilidade funcional e o risco de queda por
meio de uma tarefa em que, ao comando do fisioterapeuta, o idoso levanta de uma cadeira com apoio
de braço de 46 cm de altura, percorre uma distância de 3 m, volta e senta novamente. Esse trajeto é
cronometrado, e deve-se avisar ao idoso que o teste se inicia quando ele tira as costas do encosto da
cadeira e termina quando ele senta novamente na cadeira e apoia as costas no encosto. Também é
necessário orientar o idoso a realizar o teste em velocidade habitual, com segurança, podendo usar
dispositivos de auxílio à marcha (ALEXANDRE et al., 2012; CABRAL, 2011; PERRACINI; FLÓ, 2019;
SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).
Idosos que realizam o teste em até 10 segundos são considerados saudáveis. Entre 11 e 20 segundos é
o tempo esperado para idosos frágeis ou com alguma incapacidade. Um valor acima de 20 segundos sugere
prejuízo da mobilidade e a necessidade de uma investigação mais minuciosa do equilíbrio e da mobilidade.
O risco de queda se associa a este teste quando o idoso realiza o trajeto em mais de 13,5 segundos
(ALEXANDRE et al., 2012; CABRAL, 2011; PERRACINI; FLÓ, 2019; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).
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Unidade II
É importante compreender qual é o sistema sensorial mais afetado no idoso. É esse o objetivo do
Teste Clínico para Interação Sensorial no Equilíbrio, que utiliza um pedaço de espuma de 60 × 60 cm
com densidade média, uma venda de olhos e uma lanterna japonesa cortada ao meio.
Essas situações vão pôr em conflito um ou mais sistemas sensoriais responsáveis pelo equilíbrio
(vestibular, somatossensorial ou visual). Na primeira situação, há estímulo adequado de todos os
sistemas; na segunda e na terceira, há privação ou conflito no sistema visual; na quarta, há conflito
no sistema somatossensorial; na quinta e sexta, há conflito tanto no sistema visual quanto no
sistema somatossensorial.
Os idosos que apresentam maior deslocamento ou perda de equilíbrio nas situações 2, 3 e 6 são muito
dependentes da visão para manter o equilíbrio. Portanto, é interessante trabalhar com eles situações de
privação ou conflito no sistema visual durante a fisioterapia.
Os idosos que apresentam dificuldade nas situações 4, 5 e 6 são muito dependentes de superfícies
mais firmes. Assim, durante o treinamento é preciso trabalhar com eles em superfícies instáveis.
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Uma versão mais recente propõe a avaliação nas situações 1, 2, 4 e 5 sem as tarefas que utilizam a
lanterna (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).
A abordagem multifatorial em relação às quedas parece ter um efeito bastante positivo, embora
sempre ocorra a associação de exercícios a outras estratégias para obter sucesso.
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Unidade II
A abordagem psicológica é de extrema importância quando identificamos idosos com medo de cair,
ansiedade, síndrome do pânico ou depressão, o que lentifica os movimentos e piora a concentração e a
participação na reabilitação (PENA et al., 2019; PERRACINI; FLÓ, 2019).
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Treinar força e mobilidade articular de forma específica tem mostrado excelentes resultados em
idosos que apresentam quedas. Isso porque, para que sejam ativadas as estratégias de equilíbrio e haja
recuperação de uma instabilidade, faz-se necessária a ação de músculos e articulações, especialmente
de membros inferiores e tronco inferior. Podemos, por exemplo, realizar os seguintes procedimentos
(BENTO et al., 2010; PERRACINI; FLÓ, 2019; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010):
• trabalhar a força do glúteo médio, o que vai auxiliar na mobilidade do quadril, promover a
recuperação do equilíbrio em situações de maior instabilidade e melhorar a força de extensores
e flexores de joelho e quadril, facilitando a execução de movimentos simples que exigem
equilíbrio, como levantar e sentar em uma cadeira ou ultrapassar um degrau;
• estimular a musculatura estabilizadora do tronco inferior, o que vai garantir boa resposta postural
durante situações de instabilidade.
A base de sustentação em ortostase são os nossos pés. Portanto, é importante pensar em estímulos à
mobilidade de tornozelo e à planta dos pés. Para manter boa mobilidade articular do tornozelo, podemos
incentivar o idoso a realizar atividades descalço, estimular a planta do pé com massagem e diferentes
texturas, além de trabalhar exercícios que exigem essa mobilidade, como andar apoiado nos calcanhares
ou na ponta dos pés.
95
Unidade II
A mobilidade da cervical também deve ser estimulada, já que sintomas como tontura ocorrem ao
movimentar a cabeça, e o idoso tende a restringir sua mobilidade ou contrair a musculatura de trapézio,
escalenos e esternocleidomastóideo em situações de medo de queda ou instabilidade. Estratégias usadas
para a região da cervical incluem alongamento, pompage, tração e massagem, que podem ser aplicados
ao final da terapia (PERRACINI; FLÓ, 2019).
Os exercícios aeróbicos devem estar presentes nos programas de prevenção de quedas, pois garantem
eficiência ao movimento e aos deslocamentos mais longos. Podemos incluir atividades como:
• caminhar, especialmente em terrenos com desnível e ruas próximas à casa do paciente;
Assim, possibilitamos ao idoso vivenciar situações de desafio para reinseri-lo na comunidade, além de
promover uma melhor capacidade aeróbica, tão importante para a realização de tarefas mais complexas
(BENTO et al., 2010).
A reabilitação vestibular deve ser usada com idosos independentemente de terem labirintopatias, já
que o sistema vestibular é um dos responsáveis pelo equilíbrio, porém é a terapia de primeira escolha
quando o idoso apresenta sintomas como tontura ou vertigem. Baseia-se em exercícios específicos e
repetitivos com olhos, cabeça e tronco, que visam ativar os mecanismos de neuroplasticidade, tendo por
alvo a habituação e compensação vestibular, proporcionando a retomada das atividades diárias.
• deslocamento do olhar para cima e para baixo, ou de um lado para o outro, sem mexer a cabeça;
• rotação de tronco;
97
Unidade II
Figura 37 – Exemplo de exercício de reabilitação vestibular: movimentação da cabeça para cima e para baixo.
Também podem ser realizados movimentos horizontais da cabeça para a direita e para a esquerda ou inclinação
98
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
A prática do tai chi chuan é efetiva na prevenção de quedas em idosos saudáveis ou sedentários,
pois proporciona a melhora do equilíbrio através da ativação das estratégias antecipatórias e reativas
(BENTO et al., 2010; SBGG, 2008; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).
Figura 39 – Posições do tai chi chuan que estimulam a diminuição da base de sustentação e o equilíbrio
A equoterapia, que utiliza o cavalo treinado como instrumento terapêutico, tem demonstrado efeitos
positivos em relação ao equilíbrio e à mobilidade de idosos. O movimento do cavalo é tridimensional e
simula a marcha humana, estimulando os deslocamentos anteroposteriores, médio-laterais e sagitais,
além dos sistemas sensoriais do equilíbrio.
Figura 40 – A equoterapia proporciona a interação entre o idoso e o animal, que apresenta movimento
similar à marcha humana, promovendo a movimentação especialmente de quadril e tronco
99
Unidade II
É interessante pôr o idoso em situações de conflito sensorial que simulem situações de risco de sua
rotina. Por exemplo:
• Vendar os olhos durante o exercício de sentar e levantar ou durante a marcha pode simular o
acordar à noite para ir ao banheiro em um ambiente mais escuro.
• Andar com movimentos de cabeça voltados a olhar para a direita ou para a esquerda pode se
aproximar da ida ao supermercado.
• Subir ou andar em cima de uma espuma ou cama elástica pode simular o caminhar na areia da
praia, atividade prazerosa que é possível retomar.
O treinamento do equilíbrio deve estimular múltiplas tarefas, pois durante o dia realizamos tarefas
simultâneas, como falar durante a marcha, usar o celular enquanto fazemos outra atividade em casa, e
dirigir e cantar uma música que toca no rádio. Portanto, devemos estimular duplas tarefas motoras ou
cognitivo-motoras. Por exemplo, realizar a marcha em diferentes velocidades e ultrapassar obstáculos,
manter a posição tandem ou semitandem e dizer o nome de cidades que já conheceu ou de bebidas,
jogar bola e contar, e andar e fazer cálculos simples.
100
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Figura 42 – Idosa jogando e pegando a bola, interagindo com a fisioterapeuta, inicialmente contando
até dez e depois dizendo o nome de cidades que já conheceu a cada vez que joga a bola
101
Unidade II
Figura 44 – Apoio unipodal, iniciando com toque leve das mãos numa superfície firme e aos poucos
desencostando-as para diminuir a base de sustentação e promover maior instabilidade
Por fim, podemos incluir nos programas de prevenção ou reabilitação pós-queda a realidade virtual
não imersiva, que inclui video games, sendo possível interagir com o ambiente ao redor, e a realidade
virtual imersiva, em que se utilizam óculos específicos e o idoso tem interação completa e intensa com
o ambiente virtual.
Essas realidades proporcionam cenários desafiadores, como passeios no fundo do mar, na floresta ou
na montanha-russa, promovendo diferentes estímulos visuais e auditivos, que estimulam os movimentos
sacádicos dos olhos e os movimentos da cabeça e do tronco de forma divertida; melhorando a velocidade
da marcha, o equilíbrio dinâmico e o controle postural estático em superfície estável e com os olhos
fechados; aumentando os limites de estabilidade; diminuindo o medo de cair; e contribuindo para a
adesão à terapia (KAMIŃSKA et al., 2018; PHU et al., 2019; SÁPI et al., 2019).
Figura 45 – Uso da realidade virtual, que através da interação com a tela estimula
movimentos oculares, da cabeça e do tronco, promovendo as estratégias de equilíbrio
102
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
O importante em relação aos exercícios é que apresentem progressão para atingir o melhor potencial
do idoso, mas respeitando sua individualidade. Para alguns idosos que utilizam dispositivos de auxílio à
marcha, como bengala, andar ou manter-se em pé por certo tempo, com a base normal, sem apoio das
mãos, pode ser desafiador, enquanto para outros o desafio será a posição tandem, o apoio unipodal ou
ainda a permanência em cima de uma cama elástica. Esses desafios nunca devem se associar à idade ou
à modalidade em que o idoso está inserido. Dependerão antes da interpretação da avaliação, que deve
ser minuciosa (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).
O sucesso da prevenção ou reabilitação pós-queda é resultado de uma boa avaliação, que possibilite
a identificação dos sistemas acometidos e das situações de risco; uma abordagem com diferentes
estímulos de exercícios e manipulações; a atuação de uma equipe interdisciplinar; e estratégias
educativas voltadas para as quedas.
7 CUIDADOS PALIATIVOS
Segundo a OMS, cuidados paliativos são uma abordagem que, através da prevenção e do alívio de
sofrimento, promove a qualidade de vida de pacientes com doenças que ameaçam a continuidade
da vida. Requer identificação precoce, bem como avaliação e tratamento da dor e de outros
problemas de natureza física, psicossocial e espiritual (GOMES; OTHERO, 2016).
Por que pensar nesses cuidados com idosos? Porque muitas doenças do envelhecimento são
progressivas e sem possibilidade de tratamento modificador, como doença de Alzheimer, doença de
Parkinson e câncer. Algumas intervenções causam mais sofrimento do que benefício, tornando a vida
mais longa, repleta de desconfortos e procedimentos invasivos e dolorosos (GOMES; OTHERO, 2016).
A dor é um sintoma muito desagradável, que interfere nos aspectos físicos, funcionais e emocionais
do idoso. Sabemos que afeta a vida social, o humor, os relacionamentos, o apetite, o sono e o
bem‑estar. Portanto, é um sintoma que deve constantemente ser avaliado, e intervenções terapêuticas
medicamentosas e não farmacológicas devem ser implementadas o mais rápido possível.
103
Unidade II
O fisioterapeuta tem um arsenal de estratégias para promover a analgesia, como terapias manuais,
eletroestimulação, acupuntura, crioterapia, termoterapia e hidroterapia. Assim, é um dos membros
da equipe que pode promover alívio do sofrimento e melhora da qualidade de vida de idosos sob
seus cuidados.
Afirmar a vida e considerar a morte um processo natural
É preciso entender que, como profissionais da saúde, não somos deuses, capazes de tornar o idoso
imortal. A morte é uma certeza, e ninguém sabe quando ela chegará. Logo, o mais importante é enfatizar
com idosos em cuidados paliativos a valorização da vida a cada dia. O presente é o que temos nas mãos.
As medidas de prolongamento da vida podem ser utilizadas desde que não interfiram no bem-estar e
na autonomia do idoso.
O fisioterapeuta pode auxiliar nesse princípio valorizando cada ganho físico, funcional ou emocional
do idoso, compartilhando os ganhos terapêuticos. Sabemos que movimento é vida. Assim, a fisioterapia
pode resgatar a alegria de viver do idoso, ao lhe permitir voltar a andar sozinho (mesmo que com um
dispositivo de auxílio à marcha), ao amenizar a sua dor ou ao diminuir o medo de realizar atividades.
Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao idoso viver tão ativamente quanto
possível até a morte
Esse é um princípio com o qual o fisioterapeuta tem muito a contribuir. Hoje a capacidade funcional
tornou-se mais importante do que a doença em si. Se o idoso está bem funcionalmente, ele pode
realizar tudo o que quiser. Com isso em mente, podemos usar diferentes estratégias com a equipe para
manter e/ou melhorar a força, o equilíbrio, a marcha e a capacidade funcional do idoso.
104
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
evoluções e as abordagens que realizamos. Temos sucesso nessa área quando somos atentos a cada
detalhe e humanos a ponto de entender a dor do outro e saber acolher.
Vale sempre lembrar que o idoso é um ser biográfico – ou seja, tem uma história de vida – e que
deve ser respeitado em relação às suas decisões e desejos. É muito fácil atender idosos, pois descobrimos
rapidamente suas aptidões, desejos e preferências, uma vez que eles gostam de conversar. Se soubermos
ouvir, será fácil trabalhar de forma humana e individualizada.
Não existe uma receita de bolo da fisioterapia para melhorar a qualidade de vida; ela é pessoal e muda
de indivíduo para indivíduo. Para alguns idosos, ter qualidade de vida é estar perto dos filhos e netos.
Para outros, é ser independente. Para outros, é viajar pelo mundo. Para outros ainda, é simplesmente
não ter dor. Entender o paciente idoso e o que ele considera qualidade de vida fará da sua abordagem
a melhor para ele.
Existe um preconceito em relação aos cuidados paliativos, e por isso eles demoram a acontecer,
causando sofrimento desnecessário ao idoso.
Quanto antes forem iniciados, melhor, pois teremos a possibilidade de avaliar e entender as
necessidades e decisões do idoso quando a sua cognição ainda está preservada e ele pode fazer escolhas
mais assertivas, de acordo com a sua vontade. Além disso, muitos tratamentos apresentam excelente
prognóstico quando iniciados precocemente.
Hoje se entende mais claramente que os cuidados paliativos envolvem fazer tudo o que for necessário
para promover alívio do sofrimento. Nenhum procedimento é descartado. As decisões são tomadas
em conjunto, entre os profissionais de saúde, o idoso e os familiares ou pessoas que ele queira que
participem do processo.
105
Unidade II
Ser fisioterapeuta em cuidados paliativos significa poder promover o alívio do sofrimento através
de abordagens analgésicas e manter o idoso o mais ativamente possível por meio do estímulo
ao movimento.
Começamos com uma avaliação gerontológica, tendo como ponto de partida a queixa principal do
idoso, que deve ser levada em conta assim como o que ele deseja conquistar com a fisioterapia.
• eletroestimulação transcutânea;
• massagem terapêutica;
• termoterapia;
• crioterapia;
• hidroterapia;
• pompage;
• ensino de posicionamento adequado.
106
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Além disso, podemos ensinar exercícios respiratórios e tosse assistida para melhorar a capacidade
respiratória do idoso, diminuindo o risco de complicações e a necessidade de um procedimento invasivo,
como a aspiração ou ventilação mecânica.
Podemos ainda ensinar diferentes formas de o idoso se movimentar e se manter ativo, mediante
mobilizações, treinos de força, equilíbrio e marcha, e a indicação de dispositivos de auxílio à marcha,
caso sejam necessários.
Lembrete
O fisioterapeuta que atua com a equipe de cuidados paliativos auxiliará
o idoso a viver o mais ativamente possível, proporcionando a realização
de atividades prazerosas, usando estratégias que aliviem a dor e outros
sintomas estressores, e empregando o toque terapêutico para promover o
acolhimento e diminuir a sensação de abandono e fragilidade emocional.
8 ENVELHECIMENTO ATIVO
107
Unidade II
A fisioterapia tem muito a contribuir para o envelhecimento ativo. Quando o idoso melhora a força,
o equilíbrio e a marcha através de novos processos de aprendizagem, consegue resgatar a independência
e a autonomia, conquista segurança, passa a participar da sociedade e volta a realizar seus sonhos.
• acesso a uma dieta balanceada, rica em elementos necessários para manter um bom nível de
massa magra e diminuir o risco de doenças ou eventos negativos em saúde, como obesidade,
desnutrição, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemias;
• resiliência, ou seja, emoções positivas diante de perdas ou dificuldades impostas pela vida.
Ainda de acordo com a OMS (WHO, 2005), programas e políticas podem ser implementados nos
diferentes municípios para promover o envelhecimento ativo. Por exemplo:
• vias públicas iluminadas, seguindo os princípios da acessibilidade universal, de modo que idosos
com mobilidade reduzida, usuários de dispositivos auxiliares à marcha e cadeirantes possam
circular livremente, sem barreiras arquitetônicas;
108
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
• programas de educação básica ou continuada voltados para idosos que não tiveram a oportunidade de
alfabetização, ou que queiram aprender novidades para ganhar experiência, estimular a cognição
ou ter a possibilidade de trabalhar em um projeto novo e evoluir em sua carreira;
• programas de acesso a tecnologias assistivas visuais (óculos ou lentes), auditivas (prótese auditiva)
e locomotoras (bengala e andadores);
• oportunidades de negócio independentemente da idade, com suporte para iniciar um novo projeto
ou realizar um sonho antigo;
• políticas de apoio a cuidadores, especialmente os não formais, muitas vezes familiares que
precisam deixar de trabalhar para dar suporte ao idoso em sua rotina diária.
A prática de atividade física se associa fortemente com o envelhecimento ativo. Afinal, quando estão
presentes boa qualidade muscular e aptidão aeróbica, torna-se mais fácil a realização de atividades, a
independência, a participação em eventos sociais, a superação de desafios e, portanto, a autonomia
de decisões.
No Brasil, temos algumas políticas que direcionam as práticas de atividade física nos municípios.
Nelas se preconiza descentralizar a oferta de atividades, levando para mais perto da vida do idoso a
possibilidade de participar de programas de envelhecimento ativo. Em tais programas é essencial
a presença de um profissional de fisioterapia e/ou de educação física, que supervisione as atividades.
Estas sempre devem ter foco educativo e preventivo, através de uma abordagem gerontológica.
É preciso realizar atividades que envolvam a comunidade, como caminhadas, trilhas, passeios ciclísticos
ou turísticos e bailes.
Aptidão cardiorrespiratória
109
Unidade II
Essa aptidão é essencial para promover a eficiência de atividades como a marcha, em que se recrutam
grandes grupos musculares. Os exercícios aeróbicos promovem muitos benefícios, como redução de
tecido adiposo, aumento do gasto energético, diminuição da resistência vascular periférica e redução
da pressão arterial.
Força muscular
Força muscular é a capacidade de exercer tensão muscular a ponto de vencer uma resistência ou
carga. O melhor treinamento para ganho de força são os exercícios resistidos (RASO, 2007).
Capacidade funcional
110
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
O idoso fisicamente inativo deve realizar uma adaptação, iniciando com atividades menos vigorosas,
com o objetivo de progredir a intensidade, a frequência e a duração, de modo que não tenha desconforto,
uma vez que, para uma melhor adesão, a atividade deve ser prazerosa e segura.
O trabalho com grupos terapêuticos na gerontologia demanda uma visão global do idoso. Os grupos
devem ser desenvolvidos de forma específica, com um número reduzido de participantes, e é preciso
ficar atento a pequenas alterações, que podem evoluir e promover a piora da saúde do idoso (PERRACINI;
FLÓ, 2019).
Um exemplo prático é o caso de um idoso que entra no grupo de osteoartrite de joelho e apresenta
sobrepeso e hipertensão arterial sistêmica. O papel do profissional é minimizar os sintomas relacionados
à osteoartrite, como a dor no joelho, porém a abordagem deve visar à redução do peso corporal, à
melhora da aptidão aeróbica e à prevenção de doenças cerebrovasculares. É necessário ter em mente que
o idoso não é formado por partes isoladas; ele é um indivíduo em meio ao processo de envelhecimento,
e o seu organismo passa por mudanças constantes, que podem trazer riscos à sua saúde.
O exercício regular promove mudanças cardíacas, respiratórias, musculares, ósseas, funcionais, emocionais
e cognitivas, tornando o indivíduo mais saudável e favorecendo o envelhecimento bem‑sucedido (GOMES;
OLIVEIRA NETO, 2018).
A recomendação para o idoso é de pelo menos 30 minutos diários de atividades moderadas, todos
os dias da semana. Essas atividades podem incluir (BALADY et al., 2003):
• caminhar rápido;
• andar de bicicleta;
• nadar;
111
Unidade II
• dançar;
• jardinar;
Figura 49 – Grupo de caminhada ao ar livre, supervisionada, em terrenos irregulares, nas ruas da cidade,
colocando o idoso em situações comuns do dia a dia, reinserindo-o na comunidade
Existem muitas opções de atividade, que podem ser escolhidas de acordo com a preferência do
idoso. O importante é que ela seja prazerosa e estimule diferentes componentes da aptidão física.
O ambiente de grupo proporciona um importante reforço social para a adesão. Nessas atividades, o
idoso aumenta o vínculo com seus companheiros, troca ideias, dificuldades e alegrias, e um estimula
o outro (BALADY et al., 2003).
112
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
O fisioterapeuta nunca deve ministrar aulas com grupos grandes de idosos. Essa é uma ação do
professor de educação física. O que fazemos é montar grupos com número reduzido de idosos com a
mesma doença, sintoma ou alteração física ou funcional. Aplicamos uma avaliação específica em cada
participante, visando atingir objetivos específicos para cada um. Podemos montar:
• grupos para o sistema respiratório, com exercícios para prevenir complicações respiratórias que
podem acometer idosos;
• grupos de osteoartrite por segmentos, cujo objetivo principal é a redução da dor e o resgate da
funcionalidade independente, o que pode ser realizado no solo ou na piscina;
• grupos de estímulo cognitivo, que incluam idosos com demência e recorram a exercícios de
dupla tarefa, com ações compartilhadas com outros profissionais da saúde, como terapeutas
ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos;
• grupos de dança terapêutica, em que se trabalha a música em associação à dança, o que pode ser
realizado com idosos sentados ou em pé, estimulando todos os movimentos corporais.
113
Unidade II
Figura 51 – Idosa andando de bicicleta, em direção à praia: atividade que produz diferentes
e importantes estímulos, garantindo o envelhecimento bem-sucedido
Figura 52 – A dança terapêutica pode ser uma excelente alternativa para resgatar memórias
e prazeres do idoso, além de contribuir para a melhoria da postura e do equilíbrio
Esses grupos terapêuticos devem ser realizados em diferentes modalidades de atenção à saúde
do idoso, como nas instituições de longa permanência, nos centros de convivência, nas clínicas e no
ambiente hospitalar. O importante é sempre manter o idoso ativo e participativo em atividades com
pessoas da mesma faixa etária, para que haja troca de experiências, aumento do vínculo e motivação.
114
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Resumo
115
Unidade II
Exercícios
Questão 1. A realização das tarefas do dia a dia de forma independente, o que possibilita o
autocuidado e a participação no convívio social, caracteriza a capacidade funcional do idoso. Trata‑se
de uma definição abrangente e complexa, uma vez que considera a deficiência, a incapacidade, a
desvantagem, a autonomia e a independência.
C) A melhora nos índices que avaliam a capacidade funcional de idosos institucionalizados requer
condutas e adaptações na instituição, como a instalação de corrimão e solo antiderrapante, o que
não envolve a participação do fisioterapeuta.
E) A aplicação prática dos diferentes métodos e escalas que avaliam a capacidade funcional do idoso
está associada a estudos e a pesquisas científicas que investigam essa variável, o que não envolve
o fisioterapeuta na elaboração dos objetivos e das metas terapêuticas com o idoso.
116
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa correta.
Justificativa: o Índice de Katz é baseado na prerrogativa de que a perda funcional do idoso segue
um padrão de declínio: inicialmente, observamos a perda de uma tarefa complexa (como banhar-se) e,
gradativamente, a perda de tarefas mais simples (como alimentar-se). É um instrumento que auxilia a
abordagem fisioterapêutica, sobretudo com idosos institucionalizados.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: uma forma de utilização dos recursos que avaliam a capacidade funcional do idoso é
a promoção de adaptações na instituição que possibilitem a melhora na capacidade funcional, o que
requer participação ativa do fisioterapeuta.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a escala que verifica a capacidade do idoso de realizar tarefas instrumentais em seu
dia a dia é a desenvolvida por Lawton e Brody em 1969. Trata-se de um preditor que indica se o idoso
pode ou não morar sozinho.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) propõe que a etiologia das
quedas no idoso é multifatorial e que pode ser definida como um deslocamento não intencional do
corpo a um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil. A ocorrência
da queda na vida do idoso gera impactos importantes no âmbito emocional (medo de cair), estrutural
(fraturas) e social (tendência à reclusão social).
I – O ambiente domiciliar é o local preferencial das quedas em idosos, sendo antecedidas, geralmente,
por tropeço, escorregão ou passo em falso. O mais comum é a queda da própria altura.
117
Unidade II
II – As quedas ocorrem com maior frequência no sexo masculino, e um dos fatores predisponentes é
a dependência alcoólica, mais comum nos idosos do gênero masculino.
III – As alterações do sistema nervoso que estão relacionadas ao maior risco de queda na população
idosa são redução da acuidade visual, menor velocidade de condução nervosa nas vias de propriocepção e
aumento da ocorrência de labirintopatias.
A) I, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) III, apenas.
E) I, II e III.
I – Afirmativa correta.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: as quedas são mais frequentes nas idosas, podendo ser apontadas diferentes causas
para essa relação: maior exposição aos riscos domiciliares, ocorrência de osteoporose e alterações do
sistema musculoesquelético.
118
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000