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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Escola de Artes, Ciências e Humanidades


EACH - USP

Breve História da Hospitalidade Brasileira:


dos Invasores Portugueses à Globalização Mundial

Kaio Augusto - Nº USP 13822561

Everton Sobral - Nº USP -3714608

Lucas Celestino de Oliveira - Nº USP 13744794

Sandra Regina Marins- nº USP 1770440

São Paulo, 2023


Breve História da Hospitalidade Brasileira: dos Invasores Portugueses à
Globalização Mundial

Este trabalho tem como objetivo abordar de forma sistematiza e aprofundada o


tema "História da Hospitalidade Brasileira", expandindo as discussões realizadas
em sala de aula. Além de examinar as perspectivas de diferentes autores sobre o
assunto, também buscaremos refletir sobre a importância da hospitalidade na
sociedade contemporânea.

Nas últimas décadas, o turismo no mundo vem aumentando de forma acelerada,


devido às divulgações de destinos turísticos, internet, globalização e maior
mobilidade urbana, entre outros. Em 2007 a organização mundial do turismo, um
órgão da ONU reforçou a ideia de que o turismo deveria ser usado como um
mecanismo de combate à pobreza, pois o turismo é um setor que vem crescendo
e nos últimos ano e vem recebendo muitos investimentos e consequentemente
gerando muitos empregos em consequência da globalização que possibilitou o
crescimento do turismo, devido a maior difusão cultural dos povos e países ao
redor do mundo.

Com o turismo crescendo cada vez mais é necessário a hospitalidade, os


visitantes retribuírem e respeitam as normas vigentes do lugar visitado, nesta
relação bilateral a hospitalidade é cada vez mais necessária, para que seja
possível haver um turismo sustentável e recíproco com maior interação entre o
anfitrião e o hóspede, que seja benéfico para todos

O Brasil pôde-se beneficiar com o avanço do turismo, desde de que melhore a


infraestrutura e as instalações da cidade e capacitem os funcionários do receptivo
hoteleiro e tornem o inglês a segunda língua oficial, oferecendo cursos em larga
escala para melhorar a conversação com os turistas. O fato de os brasileiros
serem conhecidos por sermos um povo acolhedor e hospitaleiro já ajuda bastante
o Brasil a ter um maior fluxo de turistas e colocar melhor em prática um Projeto de
Atividade Turística com novos itinerários e atrações.
A hospitalidade brasileira é frequentemente elogiada por sua calorosa recepção e
gentileza com os visitantes. Além disso, a hospitalidade brasileira é vista como
positiva e é expressada de que os brasileiros estão sempre abertos a conhecerem
pessoas de vários países e culturas diferentes. No entanto, ao problematizar e
debater a democracia da hospitalidade brasileira para os hóspedes, é importante
considerar diferentes perspectivas e aspectos do tema. Além disso, é
importante considerar a perspectiva dos hóspedes estrangeiros. A hospitalidade
brasileira nem sempre é equiparada a um tratamento igualitário para todos os
visitantes, especialmente quando se trata de estrangeiros, ou próprios brasileiros
de diferentes regiões. O turismo no Brasil pode ser afetado por estereótipos,
preconceitos ou até mesmo discriminação, o que pode impactar a experiência dos
hóspedes estrangeiros e sua percepção da hospitalidade brasileira.

Este trabalho tem o objetivo de debater e aprofundar o tema da história da


hospitalidade brasileira, incorporando diferentes perspectivas e visões sobre o
assunto. Essa abordagem é essencial para uma análise mais completa e
enriquecedora.

A Hospitalidade Brasileira

É verdade que o povo brasileiro geralmente é conhecido por sua hospitalidade,


amabilidade e gentileza, essa percepção é amplamente difundida tanto entre os
próprios brasileiros quanto entre os estrangeiros que visitam o país. A cultura
brasileira valoriza o acolhimento e a cordialidade, e isso se reflete nas interações
sociais cotidianas.
Ao pesquisar sobre o tema para compreender como essas visões foram
difundidas em nossa sociedade, encontramos o texto de (Oliveira e Martins 2009),
que aborda as razões por trás dessas impressões. Os autores discutem o que
vem à mente dos estrangeiros ao pensarem no Brasil, com base na pesquisa que
eles analisaram. De acordo com esse estudo, as primeiras coisas que os
estrangeiros associam ao Brasil são as belezas naturais, o clima, a cultura e
muito mais. Com isso, é possível perceber a influência cultural que temos no
mundo como um todo. Não discordamos dessas percepções, mas vamos tentar
entender melhor. Para isso, recorremos à obra utilizada em sala de aula, a fim de
compreender como tais ideias foram difundidas.
O texto aborda as experiências de um europeu no Brasil no século XIX, quando
ele estava hospedado onde hoje se encontra o sul do Brasil. Conforme o artigo de
(SAINT' HILAIRE, 2002) o hóspede era sempre bem recebido nas casas onde
chegava no sul do Brasil. Ele notou que essa hospitalidade variava de acordo com
a importância que cada pessoa representa. No texto é bem explícito que tais atos
de hospitalidade eram espontâneos, mas não igualitários para todas as pessoas
que estavam inseridas, os europeus eram colocados em acomodações melhores,
com todas as variedades de comidas, entre outros detalhes.

Se pensarmos no contexto atual do Brasil, podemos observar que até os dias de


hoje é comum ver que pessoas da Europa ou dos Estados Unidos geralmente são
melhor recebidas em nosso país. No entanto, não precisamos ir muito longe para
entender que existe distinção no tratamento aos hóspedes. Um exemplo que
ilustra essa questão é o filme "Que Horas Ela Volta?" (Anna Muylaert, 2015), O
filme retrata a história de Val, uma empregada doméstica nordestina que trabalha
em São Paulo e vive na casa de seus patrões, o casal Bárbara e Carlos, e sua
filha Fabinho. A chegada de Jéssica, filha de Val, à casa de seus patrões causa
desconforto e revela as desigualdades sociais e os preconceitos presentes no
ambiente doméstico. O filme aborda a falta de hospitalidade e os preconceitos
enfrentados por Jéssica, evidenciados na dificuldade de Bárbara em aceitá-la sem
ser uma relação de Patrão e empregado.

Com esses exemplos, podemos compreender melhor o debate e perceber que no


Brasil há uma diferenciação no tratamento com base na classe econômica, etnia,
país ou estado de origem, e até mesmo na orientação sexual das pessoas. Neste
capítulo, buscamos questionar se a hospitalidade brasileira é realmente igualitária
e democrática para todos.
O Enfrentamento dos Mundos

“As Opostas Visões

Os índios perceberam a chegada do europeu como um acontecimento


espantoso, só assimilável em sua visão mítica do mundo. Seriam gente
de seu Deus Sol-Maíra-que vinha misteriosamente pelo mar grosso.

Não havia como interpretar seus desígnios, tanto podiam ser ferozes
como pacíficos, espoliadores ou doadores

Provavelmente seriam pessoas generosas achavam os índios. Mesmo


porque do seu mundo mais belo era dar do que receber. Ali ninguém
jamais espoliara ninguém e a pessoa alguma se negava louvor por
sua bravura e criatividade. Visivelmente os recém-chegados, saídos do
mar, eram feios, fétidos e infectos.

Não havia como negá-lo. É certo que, depois do banho e da comida,


melhoraram de aspecto e de modos. Maiores terão sido, provavelmente,
as esperanças do que os temores daqueles primeiros índios. Tanto
assim é que muitos deles embarcaram confiantes nas primeiras naus,
crendo que seriam levados às Terras sem Males, moradas de Maíra
(Newen Zeytung 1515). Tantos embarcaram, que o índio passou a ser,
depois do pau-brasil, a principal mercadoria de exportação para a
metrópole.

Pouco mais tarde, essa visão idílica se dissipa. Nos anos seguintes, se
anula e se reverte no seu contrário: os índios começam a ver a
hecatombe que cairá sobre eles.

Maíra, seu deus, estaria morto? Como explicar que seu povo predileto
sofresse tamanhas provações? Tão espantosas e terríveis eram elas,
que para muitos índios melhor fora morrer do que viver.

Mais tarde, com a destruição das estruturas da vida social indígena, a


negação de todos os seus valores, o despojo, o cativeiro, muitíssimos
índios deitavam em suas redes e se deixavam morrer, como só eles
teriam o poder de fazer. Morriam de tristeza, de fome e certos de que
todo o futuro possível seria a negação mais horrível do passado, uma
vida indigna de ser vivida por gente verdadeira. Os povos que ainda o
puderam fazer, fugiram mata à dentro, horrorizados com o destino que
lhes era oferecido no convívio dos brancos, seja na cristandade
missionária, seja na pecaminosidade colonial. Muitos deles levando nos
corpos contaminados as enfermidades, que os iriam dizimando a eles e
aos povos indenes de que se aproximassem.”

Nesse trecho do capítulo “O Enfrentamento dos Mundos” do livro “O Povo


Brasileiro” de Darcy Ribeiro o antropólogo fala sobre os primeiros contatos dos
povos de nossa terra com os colonizadores europeus. Os nativos foram
hospitaleiros e o resultado foi o início de um dos maiores ou talvez o maior
genocídio que a humanidade jamais conheceu.

O que o povo brasileiro aprendeu disso? Provavelmente nada. Tanto que nos dias
de hoje o brasileiro ainda se mostra altamente hospitaleiro e principalmente em
relação aos estrangeiros oriundos de nações com tradições imperialistas
romanas, países esses que saquearam as riquezas de inúmeros povos nas
Américas, na Ásia, na Oceania e na África.

Não estamos dizendo de forma alguma que o povo brasileiro deveria adotar
posições xenófobas aos estrangeiros vindos de qualquer lugar do mundo, ou que
não deva ser um povo hospitaleiro e aproveitar essa característica como
vantagem competitiva no setor de turismo, mas, o que vemos muitas vezes na
postura do povo brasileiro em relação a brancos de olhos azuis é uma atitude não
de hospitalidade como nas leis descritas no artigo de Luiz Otávio de Camargo,
mas, uma atitude de cordialidade e completa submissão.

Para piorar quando o visitante vem de outras regiões do Brasil ou de nações e


povos latino-americanos e indígenas, povos de origem africana ou asiática, a
atitude tende a ser opostas.

O povo brasileiro parece ter uma séria crise de identidade e tende a se identificar
mais com os seus algozes do que com os seus iguais. Atitude essa que foi muito
bem retratada no Filme Bacurau em uma das cenas mais emblemáticas para
discutir a questão da identidade racial no Brasil. Nela, uma personagem brasileira,
que se apresenta como Teresa (Bárbara Colen), tenta se aliar aos estrangeiros,
que estão caçando os moradores de Bacurau. Ela diz que é branca e que não tem
nada a ver com os sertanejos, mas é ridicularizada e morta pelos gringos, que
afirmam que ela não é branca como eles.

Essa cena revela a ilusão de muitos brasileiros que se consideram brancos, mas
que não são reconhecidos como tais pelos padrões eurocêntricos e racistas. Ela
também mostra a violência e o preconceito que os brasileiros sofrem por parte
dos estrangeiros, que os veem como inferiores, exóticos e descartáveis. Além
disso, ela evidencia a diversidade e a mestiçagem do povo brasileiro, que é
formado por diferentes origens e influências étnicas e culturais.

Identidade essa que tem sido objeto de pesquisas em várias épocas envolvendo
muitos dos nossos melhores pensadores como Gilberto Freyre, Guimarães Rosa,
Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Oliveira Viana, Caio Prado Jr,
Celso Furtado, Darcy Ribeiro, etc.

A identidade brasileira de acordo com Sérgio Buarque de Holanda é um tema


complexo e polêmico, que envolve diferentes aspectos da cultura, da política e da
economia do Brasil. O autor desenvolveu sua análise da identidade brasileira em
seu livro Raízes do Brasil, publicado em 1936, e em outros textos posteriores. Um
dos conceitos centrais da sua obra é o de homem cordial, que se refere à
natureza emotiva e afetiva dos brasileiros, que agem mais pelo coração do que
pela razão, e que confundem as esferas pública e privada, tratando o Estado
como uma extensão da família. Aponta as influências da colonização portuguesa,
do patriarcado rural, do aventureirismo e do personalismo na formação do povo
brasileiro. O autor também compara a colonização brasileira com a hispânica e a
holandesa, e aponta os desafios e as possibilidades para o desenvolvimento de
uma sociedade moderna, democrática e civilizada no Brasil. A identidade
brasileira de acordo com Sérgio Buarque de Holanda é uma identidade híbrida,
contraditória e em constante transformação, que reflete a diversidade e a
complexidade da realidade brasileira.
Já na obra de Gilberto Freyre o autor desenvolveu sua análise da identidade
brasileira em sua obra Casa-Grande e Senzala, publicada em 1933, e em outros
textos posteriores. Um dos conceitos centrais da sua obra é o de
luso-tropicalismo, que se refere à ideia de que os portugueses foram os
colonizadores que melhor se adaptaram aos trópicos, por meio da miscigenação
com os indígenas e os africanos. O autor também aponta as influências da
casa-grande, do patriarcado, da escravidão, da religião e da alimentação na
formação do povo brasileiro. O autor também valoriza a diversidade e a
originalidade da cultura brasileira, que seria resultado de um equilíbrio de
antagonismos entre as diferentes etnias e classes sociais. A identidade brasileira
conforme Gilberto Freyre é uma identidade híbrida, pluralista e harmônica, que
reflete a capacidade de convivência e tolerância dos brasileiros.

Oliveira Viana desenvolveu sua análise da identidade brasileira em sua obra Raça
e Assimilação, publicada em 1932, e em outros textos posteriores. Um dos
conceitos centrais da sua obra é o de eugenia, que se refere à ideia de que as
raças humanas possuem características físicas e psicológicas distintas e
hierarquizadas, e que a miscigenação entre elas pode gerar degeneração ou
melhoria da população. O autor também aponta as influências da colonização
portuguesa, do patriarcado rural, da escravidão, da religião e da educação na
formação do povo brasileiro. O autor também defende a necessidade de uma
intervenção estatal para orientar e controlar o processo de assimilação das raças
no Brasil. A identidade brasileira conforme Oliveira Viana é uma identidade elitista,
conservadora e autoritária, que reflete a visão de uma classe dominante, que
busca preservar seus interesses e privilégios com coerção social.

Caio Prado Junior desenvolveu sua análise da identidade brasileira em sua obra
Formação do Brasil Contemporâneo, publicada em 1942, e em outros textos
posteriores. Um dos conceitos centrais da sua obra é o sentido da colonização,
que se refere à ideia de que o Brasil foi colonizado pelos portugueses, com o
objetivo de explorar as suas riquezas naturais e humanas, sem se preocupar com
o desenvolvimento interno do país. O autor também aponta as influências da
estrutura agrária, da escravidão, da dependência externa e das lutas de classe na
formação do povo brasileiro. O autor também defende a necessidade de uma
revolução socialista para superar os problemas históricos e estruturais do Brasil.
A identidade brasileira de acordo com Caio Prado Junior é uma identidade crítica,
marxista e revolucionária, que reflete a visão de um intelectual comprometido com
a transformação da realidade brasileira.

Florestan Fernandes desenvolveu sua análise da identidade nacional em suas


obras sobre os índios tupinambá, os negros escravizados e a revolução burguesa
no Brasil. Um dos conceitos centrais da sua obra é o de integração híbrida, que
se refere à ideia de que o Brasil foi formado por processos de assimilação e
exclusão dos diferentes grupos étnicos e sociais que compõem a nação brasileira.
O autor também aponta as influências da colonização portuguesa, do patriarcado
rural, da dependência externa e das lutas de classe na formação do povo
brasileiro. O autor também defende a necessidade de uma revolução socialista
para superar os problemas históricos e estruturais do Brasil.

Celso Furtado foi um dos mais importantes intelectuais brasileiros do século XX,
que se dedicou a estudar e promover o desenvolvimento do país, especialmente
do Nordeste. Ele foi economista, historiador, professor, escritor, ministro e
fundador da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).
Segundo Furtado, a identidade brasileira é marcada por uma diversidade de
origens, influências e experiências, que se manifestam na cultura, na política e na
economia. Ele reconhecia a existência de um caráter nacional, que se expressa
na criatividade, na tolerância, na capacidade de adaptação e na busca de
soluções originais para os problemas do país. Mas ele também apontava as
contradições e os desafios, que o Brasil enfrentava para superar o
subdesenvolvimento, a dependência externa, a desigualdade social e a exclusão
de grandes parcelas da população. Para Furtado, o desenvolvimento não era
apenas um processo econômico, mas também social e cultural. Ele defendia que
o Brasil deveria buscar um projeto nacional que valorizasse suas potencialidades
internas, sua diversidade regional e sua soberania política. Ele propunha uma
reforma estrutural que ampliasse o mercado interno, diversificasse a produção,
fortalecesse o planejamento estatal e promovesse a integração nacional.

A identidade brasileira segundo Guimarães Rosa envolve a valorização da cultura


popular, da linguagem regional, da diversidade étnica e da experiência mítica do
sertão. Guimarães Rosa foi um dos mais importantes escritores brasileiros do
modernismo, que se destacou pela sua originalidade e criatividade na prosa. Ele
foi também médico e diplomata, e ocupou uma cadeira na Academia Brasileira de
Letras.

Segundo Guimarães Rosa, a identidade brasileira é marcada por uma pluralidade


de vozes, de costumes, de crenças e de paisagens, que se manifesta na sua obra
através de personagens complexas, de situações inusitadas, de neologismos e de
regionalismos. Ele explorou o universo do sertão como uma metáfora do Brasil,
revelando seus conflitos, suas contradições e suas riquezas. Ele também buscou
resgatar as raízes históricas e culturais do país, dialogando com a tradição oral, a
literatura de cordel, o folclore e a religiosidade popular. Para Guimarães Rosa, a
identidade brasileira é também uma busca constante por sentido, por
transcendência, por autoconhecimento. Ele criou uma literatura que questiona os
limites entre o real e o imaginário, entre o humano e o divino, entre o bem e o mal.
Ele propôs uma reflexão sobre os valores morais, éticos e existenciais, que
orientam a vida dos brasileiros, especialmente dos marginalizados, dos excluídos
e dos oprimidos.

A identidade brasileira na obra do filósofo Roberto Gomes é um tema que envolve


a crítica da razão ocidental e a valorização da cultura popular e da diversidade
étnica do país. Roberto Gomes é um escritor, professor, editor, jornalista e filósofo
brasileiro, nascido em Blumenau (SC) em 1944. Ele é autor de vários livros, entre
eles Crítica da Razão Tupiniquim (1977), que se tornou um clássico da filosofia
brasileira.

Segundo Roberto Gomes, a identidade brasileira é marcada por uma


ambiguidade entre a adesão à razão ocidental, de origem europeia, e a
resistência à sua imposição colonialista. Ele afirma que o Brasil é um país híbrido,
que mistura elementos de diferentes culturas, especialmente as indígenas e as
africanas, que foram marginalizadas e oprimidas pela dominação branca. Ele
propõe uma revisão do conceito de razão, que não seja exclusivo nem universal,
mas que reconheça a pluralidade e a especificidade das formas de pensar e de
viver dos povos.
Para Roberto Gomes, a identidade brasileira é também uma possibilidade de
construir uma sociedade mais justa, democrática e solidária. Ele defende que o
Brasil deve valorizar sua cultura popular, sua criatividade, sua alegria e sua
capacidade de convivência com as diferenças. Ele propõe uma alternativa ao
modelo de desenvolvimento capitalista, que seja baseado na cooperação, na
participação e na preservação do meio ambiente.

Roberto Gomes contrapõe a razão tupiniquim à razão ocidental, que ele considera
rígida, dogmática, abstrata e escrita, e que teria sido imposta ao Brasil pelo
colonialismo e pelo capitalismo. Ele critica a submissão dos intelectuais brasileiros
aos modelos estrangeiros, que ignoram ou desprezam a realidade e a diversidade
do país. Ele defende que o Brasil deve valorizar sua razão tupiniquim, que é mais
adequada às suas condições históricas, sociais e culturais.

Nesse sentido, Roberto Gomes propõe uma reforma da educação brasileira, que
seja baseada na razão tupiniquim. Ele afirma que a educação deve ser um
processo de libertação, participação e criação, que estimule o pensamento crítico,
a expressão oral, a imaginação e a sensibilidade dos alunos. Ele também defende
que a educação deve respeitar a diversidade regional, étnica e cultural do país, e
promover o diálogo entre as diferentes formas de saber.

A posição de Roberto Gomes em relação à cordialidade do brasileiro de Sérgio


Buarque de Holanda é ambígua. Por um lado, ele reconhece que a cordialidade é
um traço da razão tupiniquim, que se expressa na capacidade de convivência
com as diferenças, na tolerância, na simpatia e na solidariedade do povo
brasileiro. Por outro lado, ele critica a cordialidade como uma forma de alienação,
submissão e manipulação, que impede o exercício da cidadania, da democracia e
da justiça social. Ele denuncia a cordialidade como um instrumento das elites
dominantes, que usam o paternalismo, o clientelismo e o populismo para manter o
status quo.

A identidade nacional segundo Darcy Ribeiro é um tema que envolve a


compreensão da formação histórica, social e cultural do povo brasileiro. Darcy
Ribeiro foi um educador, político, etnólogo, antropólogo e escritor brasileiro, que
se dedicou a estudar e defender os povos indígenas, a educação pública e a
cultura popular.
Segundo Darcy Ribeiro, a identidade nacional é resultado de um processo de
mestiçagem entre os portugueses, os africanos e os indígenas, que deram origem
a uma nova matriz cultural, diversa e original. Ele afirmava que o Brasil era um
povo novo, que não se enquadrava nos modelos europeus ou norte-americanos
de nação, mas que tinha suas próprias características e potencialidades. Ele
também reconhecia as diferenças regionais e as desigualdades sociais que
marcavam o país, fruto de uma colonização exploratória e de uma elite
dominante.

Para Darcy Ribeiro, a identidade nacional era também um projeto de construção


de uma sociedade mais justa, democrática e solidária. Ele defendia que o Brasil
deveria valorizar sua diversidade cultural, investir na educação pública e popular,
fortalecer a soberania nacional e promover o desenvolvimento econômico e
social. Ele propunha uma reforma das estruturas políticas, educacionais e
culturais do país, que superasse o colonialismo interno e externo.

Muitos foram os autores que desenvolveram nas mais variadas obras e em


distintos momentos da nossa história a discussão sobre a identidade nacional
brasileira possibilitando os mais ricos pensamentos e reflexões sobre o nosso
país, sua formação, seu povo, sua cultura e seu sentido, por trás dessas
discussões além da obsessão do Brasil por entender a si mesmo estão uma série
de disputas políticas, ideológicas e materiais, mas, está também a necessidade
de um projeto de país ou melhor, de um projeto de civilização.

Dessas discussões surgiu o conceito de homem cordial de Sérgio Buarque de


Holanda , conceito esse que embasa o artigo de (Oliveira e Martins 2009) que
corretamente ao nosso ver aponta para essa característica do povo brasileiro
como uma possível vantagem competitiva para o brasil desenvolver o seu setor
de turismo, mas, é preciso alertar para os perigos dessa cordialidade, dessa
amabilidade e dessa hospitalidade brasileira e nossa história mostra que essas
características das quais tanto nos orgulhamos, escondem preconceitos, racismo,
corrupção e turismo sexual.

A burocracia é, segundo Weber (1963, p.344), “uma estrutura de dominação legal


caracterizada pela existência de áreas de jurisdição fixas e oficiais, ordenadas de
acordo com regulamentos”. O modelo burocrático weberiano define-se então
como tendo as características de: “racionalidade funcional, hierarquia,
impessoalidade e distinção entre o domínio público e privado”. É por meio de
relações cordiais que o “jeitinho” aparece para quebrar a impessoalidade da
burocracia e atingir determinados fins pessoais. Utiliza-se o “jeitinho” para “driblar”
hierarquias e desfazer a distinção do público pelo privado quando necessário. A
reação da burocracia ao “jeitinho brasileiro” foi justamente o recrudescimento das
normas fazendo aparecer a questão do formalismo que, segundo os autores,
seria a diferenciação das normas prescritas legalmente e a sua real aplicação.
Riggs (1964, p.123) considera que o formalismo corresponderia: O “jeitinho” seria
a maneira cordial de convívio do indivíduo com o formalismo.

Em um extremo estariam os dominadores fazendo uso das leis para seu benefício
próprio ou de seus protegidos, e no outro, os dominados utilizando-se da
cordialidade dos fortes para escaparem dos rigores legais. Nesse sentido
poder-se-ia considerar a cordialidade como uma maneira de amenizar os rigores
da lei quando há conveniência para o poder concedente. Se a lei é para todos,
então porque não se observa igual aplicabilidade delas? Vale o ditado popular:
“Aos amigos, tudo; aos indiferentes, nada; aos inimigos a lei.”

O tão conhecido “jeitinho brasileiro” - forma encontrada para se contornar


obstáculos e dobrar a dureza da burocracia - tem também sua faceta de
cordialidade. Weber (1963) utiliza o conceito de civilidade para descrever o
processo de racionalização e impessoalidade das relações humanas. A
cordialidade se contrapõe à civilidade, pois ela representa as relações humanas
assimétricas, medidas pela afetividade e pelo poder.

A herança colonial rural e patriarcal, marcada pelo personalismo iria


gradativamente cedendo espaço à civilidade. A cidade dominaria o campo e não
mais o contrário. O Estado passaria a se impor aos poucos através de um
conjunto de regras mais universais e impessoais ao invés de personalistas e
patrimonialistas. A razão deveria prevalecer ao sentimento na evolução urbana e
com isso nossas raízes ibéricas seriam resquícios do passado, assim como
desapareceria a cordialidade nas relações sociais. O homem cordial daria espaço
ao homem civilizado, à medida que o processo de urbanização e industrialização
ocorresse, segundo Holanda (1995).
A civilidade seria condição de desenvolvimento social e seria uma consequência
da relação urbanização/industrialização, como expressa Avelino (1990, p.9).

Segundo Beni (2001, p.37), a atividade turística depende basicamente dos


atrativos turísticos (naturais e culturais) e da qualidade dos serviços prestados
pelo setor e oferecidos ao mercado. Para esse autor, turismo pode ser definido
como: [...] um elaborado e complexo processo de decisão sobre o que visitar,
onde, como e a que preço.

Quanto ao entendimento de atrativo turístico Beni (2001) afirma ser todo lugar,
objeto ou acontecimento de interesse turístico que motiva o deslocamento de
grupos humanos para conhecê-los e que “atrativos turísticos é outro nome para
recursos turísticos, que constituem o patrimônio turístico”. São estes recursos,
considerados os principais elementos passíveis de provocar deslocamentos de
pessoas, e que por sua vez integram o “marco geográfico-ecológico-cultural” de
um lugar.

Globalizando o olhar do turista

A globalização trouxe à tona importantes reconfigurações do olhar turístico,


tanto para os corpos sempre em movimento, que param intermitentemente,
quanto para os corpos imobilizados que se encontram em alguns desses
“estranhos encontros” da nova ordem mundial. Tais encontros envolvem níveis
excepcionais de “não interação” ou de anonimato urbano, especialmente dentro
das curiosas “cidades muradas” conhecidas como aeroportos (Gottdiener, 2001,
p.34-35).

Ainda, há cada vez mais similaridades entre os comportamentos que são


“domésticos” e os que são “estrangeiros” Locais turísticos se proliferam ao redor
do globo à medida que o turismo se torna massivamente midiatizado, enquanto
locais cotidianos são recriados de maneira “turística”, do mesmo modo que ocorre
com muitos ambientes temáticos. A mobilidade é cada vez mais central para as
identidades dos jovens, para aqueles que são parte de diásporas e para os muitos
relativamente ricos e aposentados que podem viver em movimento. A
“reflexividade turística” leva quase todos os locais – não importa quão “tediosos” –
a conseguir desenvolver algum nicho de localização dentro dos rodopiantes
contornos da ordem global emergente.

Obviamente, nem todos os membros da comunidade mundial participam


igualmente do turismo global. Ao lado dos turistas e dos viajantes globais, nos
muitos “lugares vazios de encontro” ou “não lugares” da modernidade, como a
sala de embarque do aeroporto, a rodoviária, o terminal ferroviário, o posto de
serviço da estrada, o porto, entre outros, estão incontáveis exilados globais
(maCCanneLL,1992; aUGé, 1995).

Eles estão fugindo da fome, da guerra, da tortura, da perseguição do genocídio, à


medida que a desigualdade social e econômica – e os deslocamentos
populacionais que são sua consequência – se expandiu nos anos recentes,
forçando muitas pessoas a se moverem. Em um fenômeno significativo para o
“olhar do turista”, uma série de desenvolvimentos está retirando o turismo das
margens da ordem global, e mesmo da academia, para colocá-lo quase no centro
deste emergente mundo da “modernidade líquida”. Primeiramente, infraestruturas
turísticas têm sido construídas em lugares outrora impensáveis. Se, obviamente,
a maioria das pessoas no mundo não são turistas globais, no sentido de serem
visitantes, isso não significa que os lugares onde elas vivem e suas imagens de
natureza, nação, colonialismo, sacrifício, comunidade e ancestralidade não sejam
constitutivos de um voraz turismo global.

A viagem corpórea, em particular, adquiriu dimensões imensas e compõe o


maior movimento de pessoas, através de fronteiras nacionais da História. Devido
a essa liquidez, as relações entre quase todas as sociedades ao redor do globo
são mediadas por fluxos de turistas e os lugares são reconfigurados como
receptores de tais fluxos. Assim, há um processo de produção e “consumo de
lugares” ao redor do mundo. Essa reflexividade se preocupa em identificar a
localização de um lugar geográfico, históricos e culturais que circundam o globo,
e, especialmente, em identificar seu potencial material e seus recursos
semióticos. Essa reflexividade não diz respeito simplesmente a indivíduos e a
suas possibilidades de vida, mas a um quadro de procedimentos sistemáticos,
regularizados e avaliativos, que possibilitam que cada lugar monitore, modifique e
maximize sua localização na turbulenta ordem global. Tais procedimentos
“inventam”, produzem, divulgam e circulam, principalmente por meio da televisão
e da internet, lugares novos, diferentes, repaginados e relacionados a um nicho
específico, bem como suas imagens correspondentes. “A circulação dessas
imagens contribui ainda mais para a ideia da globalização”. ( Urry, 2001)

Considerações Finais e Conclusão

É importante, pois, compreender a dinâmica do mercado turístico para que as


potencialidades da cultura hospitaleira do brasileiro possam agregar valor ao
produto turístico nacional. Como este aspecto subjetivo cedeu lugar à civilidade
nos países desenvolvidos, os povos mais civilizados reencontrariam no Brasil o
calor das relações afetivas perdidas.

As tradições e cultura de um povo representam o conjunto de valores que


conferem uma identidade social a uma nação. São esses valores que uma
sociedade tem em alta conta para si mesma. Como, por exemplo, a liberdade do
indivíduo e igualdade de oportunidades nos EUA, que atraíram milhões de
imigrantes àquele país, em busca de prosperidade. Por outro lado, Porter (1991)
diz que a competitividade de uma nação depende da capacidade da sua indústria
em inovar e evoluir. Vantagens competitivas são criadas e sustentadas através de
processos locais.

As diferenças de valores nacionais, culturais, institucionais e históricos são todos


contribuintes para o sucesso de sua competitividade e são muito diferentes de
país para país. Nenhuma nação pode ser competitiva em todas as indústrias ou
mesmo na maioria delas.

O resultado da pesquisa encomendada pela EMBRATUR/ à FIPE mostra que não


foram as belezas naturais, a cultura, o clima ou a curiosidade pelo país os fatores
que mais atraíram os turistas pesquisados, mas sim a “hospitalidade/gosto pelo
Brasil”. Dessa forma, seria então a característica de
hospitalidade/cordialidade, o real diferencial explicativo do encantamento dos
estrangeiros em viagem ao Brasil?.
O Brasil tem um grande potencial turístico, mas para que esse potencial seja
desenvolvido de forma eficaz e sustentável, gerando benefícios para a economia
e para a população, as políticas de turismo devem ocupar lugar de destaque no
planejamento federal, assim como a sua execução não deve ser negligenciada,
prática que se mostrou bastante presente em especial nas políticas que propõe
descentralização de estratégias e ações as unidades subnacionais.

A perspectiva histórica demonstra que passos importantes já foram dados, mas


um longo caminho ainda precisa ser percorrido para a consolidação de uma
política pública realmente eficiente para o desenvolvimento integral e sustentável
do turismo no Brasil e para uma gestão de fato descentralizada, que leve em
consideração as particularidades e iniciativas de cada região

Lohmann e Panosso Netto (2012) alertam para a falta de continuidade dos


projetos de turismo nos organismos públicos, que são iniciados em uma gestão
pública e descontinuados na próxima, sem que os objetivos sejam alcançados.
Segundo os autores: Esse problema vem de uma cultura que pode ser
caracterizada, no mínimo, como mesquinha e míope, pois os administradores do
setor público que sobem ao poder a cada mandato encerram os projetos
originários no mandato anterior, a fim de não dar o crédito do sucesso ao possível
adversário político

Locais turísticos se proliferam ao redor do globo à medida que o turismo se torna


massivamente midiatizado, enquanto locais cotidianos são recriados de maneira
“turística”, do mesmo modo que ocorre com muitos ambientes temáticos e
cidades históricas. A mobilidade é cada vez mais central para as identidades dos
jovens, para aqueles que são parte de diásporas e para os muitos relativamente
ricos e aposentados que podem viver em movimento. A “reflexividade turística”
leva quase todos os locais – não importa quão “tediosos” – a conseguir
desenvolver algum nicho de localização dentro dos contornos da ordem global
emergente.

Houve uma mudança massiva do olhar do turista mais ou menos singular, próprio
do século XIX, para a proliferação de incontáveis discursos, formas e
incorporações do olhar do turista que atua, à medida que múltiplos olhares se
tornaram centrais para a cultura global. Há, então, inúmeras mobilidades, físicas,
imaginativas e virtuais, voluntárias e coercitivas. Ademais, há muito menos
“turismo”, em si, que ocorre em tipos específicos de espaço-tempo; há cada vez
mais homogeneização de culturas e similaridade dos comportamentos, fica cada
vez mais difícil separar o comportamento “doméstico” e o “estrangeiro”.

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