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7.

DESCARGA

7.1 INTRODUÇÃO

Quando o navio chega ao terminal de descarga, as pressões e temperaturas do tanque de carga devem estar adequadas às
exigências do terminal para permitir que sejam obtidas vazões máximas de descarga. Antes de começar a operação de
descarga, devem ser realizados os procedimentos pré-operacionais do navio/terra, isto é., troca de informações
navio/terra, lista de checagem de segurança navio/terra, etc... .

Serão necessárias as seguintes informações para o estabelecimento dos principais parâmetros da planta de descarga:

De que lado o navio irá atracar ?


Há uma linha de retorno de vapor ?
Quais são as dimensões das linhas de vapor e descarga ?
Quais são as contrapressões normal e máxima permitidas ?
Temperatura exigida para a carga.
Procedimentos de redução e aumento de vazão/pressão e de emergência.

NOTA: ANTES DE SE USAR UM RETORNO DE VAPOR DE TERRA, A COMPANHIA E O FRETADOR


DEVEM SER SEMPRE INFORMADOS, UMA VEZ QUE ISSO PODE TER IMPLICAÇÕES IMPORTANTES QUE
AFETAM O CONTRATO DE FRETAMENTO OU OUTRAS CONSIDERAÇÕES COMERCIAIS.

Podem ser usados três métodos básicos para a descarga:

Pressão do vapor.
Bombas de carga com ou sem boosters.
Bombas de carga em série com um aquecedor de carga e uma bomba booster.

QUANDO UMA CARGA ESTIVER SENDO TRANSFERIDA PARA UM ARMAZENAMENTO


PRESSURIZADO, É QUASE CERTO QUE SEJA NECESSÁRIO AQUECÊ-LA DURANTE O
DESCARREGAMENTO.

VCM não deve ser descarregado com bombas de profundidade e bombas booster operando em série, porque a elevada
densidade do VCM pode causar sobrepressão. As próprias bombas booster podem ser usadas para descarregar VCM em
situações de emergência. 

7.2 DESCARGA

Antes do inicio da descarga, devem estar concluídos todos os contatos preliminares com o pessoal do terminal
(operação), incluindo-se os sistemas de comunicação, procedimentos de segurança e emergência, inspeções e
preparação de um plano de descarga mutuamente acordado. Após a equalização da pressão entre os sistemas do navio e
de terra, a primeira bomba deverá ser acionada, recirculando o tanque. Quando estiver operando satisfatoriamente, a
válvula de descarga poderá, lentamente, ser aberta e a carga enviada para terra. As outras bombas poderão, em
seqüência, ser então iniciadas.

Caso as bombas booster sejam usadas para aumentar a pressão de descarga, elas deverão ser ativadas por uma bomba de
profundidade. As bombas booster podem ser usadas para descarregar a baixas vazões.

7.3 AQUECIMENTO DA CARGA DURANTE A DESCARGA

Quando a carga estiver sendo transferida para um armazenamento pressurizado, pode ser necessário aquecer a carga
durante a descarga; isto significa operar a bomba booster e o aquecedor da carga em série com a bomba principal de
carga. Para operar a bomba booster e o aquecedor, é necessário definir primeiro a correta vazão da água do mar através
do aquecedor.

Depois disso, para evitar a ocorrência de choques térmicos, a bomba e o aquecedor devem ser lentamente resfriados
antes de entrarem em operação, por meio de uma cuidadoso pré-resfriamento através de drenagem do líquido
proveniente da descarga da bomba de carga. Uma vez resfriado, a válvula de descarga poderá ser aberta até que seja
atingida a temperatura desejada de saída.

 Éimportante assegurar-se que as bombas de carga mantenham, a todo momento, adequada sucção para a bomba
booster.
O maior perigo no que se refere ao aquecimento da carga é o congelamento da água nos tubos do trocador de calor. Isto
pode ser evitado mantendo-se uma alta vazão de água do mar no feixe tubular.

A temperatura mínima de descarga é definida pelo conjunto transmissor-controlador e pela válvula limitadora. O
controle de temperatura da carga, acima da temperatura mínima, é feito por intermédio do controle da vazão através do
aquecedor, por linha de recirculação.

Para cargas com temperaturas de entrada no aquecedor mais quentes do que - 15 0C, a temperatura da água do
mar não pode ser inferior a + 5 C; para cargas com temperaturas mais frias do que - 15 0C, a temperatura da água do
0

mar não pode ser inferior a + 10 0C.


 
7.4 DRENAGEM DO TANQUE DE CARGA

7.4.1 DRENAGEM NORMAL

Com as bombas de profundidade operando a máxima capacidade, o tanque pode ser esvaziado até aproximadamente 65
cm do fundo do tanque. Neste nível, a descarga pode ser estrangulada na válvula de controle de descarga, para manter a
sucção. A pressão acima do líquido pode ser aumentada pelo vapor fornecido de terra ou pelo uso de compressores. Ao
usar compressores, o vapor pode ser removido de um tanque já descarregado, ou do vaporizador.

Ao usar este método para drenar um tanque contendo VCM, a diferença de pressão entre os dois tanques deverá ser de
2,5 bar; 1,5 bar ao drenar propano e 1,7 bar para amônia.

Uma quantidade mínima de líquido, calculada, permanece nos tanques para mantê-los frios durante a viagem em lastro.

Ao término da descarga e drenagem, o líquido deve ser drenado de todas as linhas de convés, mangotes de carga e/ou
braços . Isto pode ser feito seja do navio para terra, usando-se um compressor de carga ou, de terra para o navio,
soprando-se, em geral, o líquido para os tanques do navio através do uso de nitrogênio injetado na base do braço de
carregamento. Somente após a despressurização de todas as linhas de convés, a ligação navio/terra poderá ser desfeita.

7.4.2 DRENAGEM PARA DESCARGA COMPLETA

A drenagem é necessária para a descarga completa antes da mudança entre cargas incompatíveis, quando da
desgaseificação e quando são dadas instruções para evitar qualquer mistura da carga anterior com a nova.

É importante não subestimar a quantidade de vapor remanescente nos tanques após a completa descarga de todo líquido.

O vapor é removido do tanque, aquecido na seção do superaquecedor do vaporizador, e retorna ao poceto do tanque
através da linha de drenagem ou da linha de distribuição do fundo. O jato de vapor quente pulverizado sobre o líquido
coletado no dreno rapidamente vaporiza-se. Um aumento na temperatura do dreno do tanque indica o término da
vaporização.

ESTE PROCEDIMENTO NÃO DEVE SER APRESSADO. Durante o boiling off, é importante obter uma leitura de
temperatura positiva no termômetro do dreno (poceto).

Quando todo líquido for finalmente liberado do tanque, o vapor aspirado pelos compressores pode ser condensado e
descarregado para terra ou tanque do convés.
Ao término da descarga e drenagem, o líquido deve ser drenado de todas as linhas do convés, mangotes e/ou braços de
carregamento. Isto pode ser feito seja do navio para terra, usando-se um compressor de carga ou, de terra para o navio,
soprando-se, em geral, o líquido para os tanques do navio através do uso de nitrogênio injetado na base do braço de
carregamento, por exemplo. Somente após a despressurização de todas as linhas do convés, a ligação navio/terra poderá
ser desfeita.
 Um dos seguintes procedimentos deve ser seguido após a descarga:

- carregamento da mesma carga ou compatível;

- purga e/ou desgaseificação para uma carga incompatível, inspeção do tanque ou dique seco (os tanques devem
estar totalmente descarregados, o vapor dos tanques liquefeitos e descarregados para terra ou tanque do convés);

- viagem em lastro (uma quantidade de carga deve permanecer nos tanques para manter a temperatura do
tanque)
 
8. MUDANÇAS DE CARGAS, CARGAS COMPATÍVEIS

8.1 INTRODUÇÃO
Cargas compatíveis são aquelas substâncias que podem ser carregadas consecutivamente sem a necessidade prévia de
desgaseificação dos tanques. No entanto, deve-se tomar cuidado para o total cumprimento do Contrato de Fretamento,
nas relações com os embarcadores ou outras exigências mencionadas para a mudança de carga, uma vez que isto pode
exigir procedimentos mais rigorosos.

A conclusão da descarga do líquido drenado dos tanques irá depender da informação disponível sobre a carga seguinte.
Se não for fornecida nenhuma informação prévia, então a drenagem normal será feita manualmente.

8.2 VAPORIZAÇÃO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS

As bombas de profundidade podem ser usadas, normalmente, para a remoção dos resíduos líquidos, mas se o nível de
remoção não for suficiente para a operação satisfatória, os resíduos podem ser liberados pela remoção de vapor do
tanque, aquecendo-o no compressor de GLP ou vaporizador e retornado-o ao poceto do tanque através da linha de
drenagem ou linha de distribuição do fundo. O jato de vapor quente pulverizado sobre o líquido coletado no poceto
rapidamente vaporiza-se. Um aumento na temperatura do dreno do tanque indica o término da vaporização.

ESTE PROCEDIMENTO NÃO DEVE SER APRESSADO.

Durante o boiling off, é importante obter uma leitura de temperatura positiva no termômetro do poceto.

Ao término desta operação, o vapor do tanque deve ser resfriado para manter ou alcançar a temperatura do tanque
exigida para a próxima carga.
 
9.MUDANÇAS DE CARGAS -NÃO-COMPATÍVEIS E PREPARAÇÃO PARA REPAROS A QUENTE OU DIQUE
SECO

A desgaseificação é necessária quando houver mudanças entre cargas incompatíveis e quando o navio for preparado
para dique seco ou reparos a quente. Os resíduos líquidos podem ser removidos por procedimentos de aquecimento total
do tanque ou através de boiling off.

9.1 AQUECIMENTO TOTAL DO TANQUE

O processo de aquecimento total do tanque pode ser alcançado pela remoção de vapor através dos compressores e da
plataforma superior de borrifo. O vapor comprimido passa através do vaporizador e retorna ao tanque pela linha de
distribuição inferior.

9.2 BOILING OFF

O vapor é removido dos tanques através da linha de sucção de vapor, comprimido, onde recebe um moderado grau de
superaquecimento e retorna ao poceto através da linha de drenagem.

O término do processo de boiling off será indicado por um aumento na temperatura do poceto.

Ao fim do boiling off é importante obter-se uma leitura de temperatura positiva no poceto antes do fechamento da
corrente de gás quente, uma vez que qualquer líquido remanescente irá aumentar,  enormemente, o tempo levado para
concluir a inertização, estágio que virá a seguir.

*IMPORTANTE : A inertização não poderá ser executada até que seja confirmado que o boiling off tenha sido
concluído.

9.3 VENTING DO EXCESSO DE VAPOR

Durante os processos de vaporização acima, a pressão do vapor irá aumentar lentamente. Este excesso de pressão pode
ser reduzido pelos seguintes métodos:

Se o excesso de vapor deve ser retido a bordo, ele pode ser removido pelo uso dos compressores, reliquefeito e
retornado a um outro tanque ou para o tanque do convés;
Retornado a terra como líquido;
Retornado a terra como vapor para o flare ou tanque de armazenamento em terra, usando um compressor ou por
transferência de pressão direta do tanque;
Estando no mar, o vapor pode ser ventilado para a atmosfera via mastros do vent.
 
Durante este processo deve se levar em conta as condições do vento de modo que seja assegurado que não haja a
possibilidade do vapor entrar, tanto nas acomodações quanto na praça de máquinas.

9.4 INERTIZAÇÃO

Nota: O gás inerte não pode ser usado com amônia devido à reação química entre a mesma e o CO2 presente no gás
inerte. Ar seco deve ser sempre usado.

A inertização é alcançada por DESLOCAMENTO do vapor da carga ou por DILUIÇÃO do vapor da carga.

9.4.1 INERTIZAÇÃO POR DESLOCAMENTO

O método por deslocamento é o mais econômico, sendo realizado através da introdução de gás inerte/ar, de mais alta
densidade, na linha de distribuição do fundo do tanque e deslocando o vapor mais leve da carga proveniente da linha da
plataforma superior de distribuição , ou vice-versa.

Qualquer carga líquida remanescente no poceto no processo de boiling-off fará com que haja um significativo aumento
de tempo e da quantidade de gás inerte/ar necessária para completar o processo de inertização.

Os tanques podem ser inertizados em série ou em paralelo, sendo a inertização em série, das duas, a mais econômica.

O vapor da carga de saída é enviado para o flare de terra ou, se no mar, ventilado para a atmosfera através do mastro de
vent.

Ao inertizar em série com gás oriundo da planta de geração de gás inerte de bordo, as etapas devem estar em
conformidade com o manual do fabricante da planta de gás. O gerador de gás inerte pode também ser usado para soprar
ar para purga.

9.4.2 INERTIZAR POR DILUIÇÃO

No método de inertização por diluição, o gás de entrada mistura-se com o vapor já existente no tanque. Isto pode ser
realizado de diversas maneiras:

Pressurização Repetida

A diluição pode ser realizada através de um processo de pressurização repetida do tanque com gás inerte, usando-se um
compressor, seguida da liberação para a atmosfera dos conteúdos comprimidos. Cada repetição fará com que os
conteúdos do tanque aproximem-se do nível de concentração de oxigênio contido no gás inerte injetado. Assim, visando
trazer os conteúdos de um tanque para um nível de 5 % de oxigênio com um razoável número de repetições, é
necessário que o gás inerte tenha uma concentração em termos de teor de oxigênio menor do que 5 %.
Serão obtidos resultados mais rápidos usando-se um maior número de repetições a baixos  níveis de pressurização, do
que usando-se poucas repetições a níveis mais altos de pressurização considerando a capacidade do compressor e do
tanque.

Diluição Contínua

A inertização através da diluição pode ser um processo contínuo. Um aumento na vazão de gás inerte implica numa
melhor mistura, podendo-se obter uma redução no tempo global, mantendo-se o tanque sob vácuo através da passagem
do vapor diluído pelo compressor. Deve-se tomar o cuidado para que seja mantida, continuamente, a boa qualidade do
gás inerte diante do aumento da vazão de descarga do gerador de gás inerte.

As localizações da entrada de gás inerte e saída do tanque não são importantes desde que se obtenha uma boa mistura.
Em geral, é mais satisfatório introduzir o gás inerte a alta velocidade através da linha de vapor e permitir sua saída pela
linha de carregamento de líquido.

Quando vários tanques tiverem que ser inertizados, pode ser possível obter-se uma redução na quantidade total de gás
inerte, e no tempo global, pela inertização de dois ou mais tanques em série. Este procedimento também oferece uma
maneira imediata para inertizar redes e equipamentos ao mesmo tempo.
 
9.5 AERAÇÃO

Quando a carga seguinte não for compatível com a anterior, poderá ser necessário aerar os tanques depois de inertizá-
los, como parte do processo de preparação dos tanques para a carga seguinte. Isto é comum ao carregar-se gases
químicos tais como VCM, eteno, butadieno, etc.. Ao preparar-se os tanques para dique seco ou reparos a quente é
sempre exigida a aeração dos tanques, após a inertização.
A tabela que acompanha esta seção do manual, fornece orientações para as condições exigidas para o tanque ao mudar-
se de cargas.

9.5.1 PROCEDIMENTO PARA AERAÇÃO

A aeração pode ser feita com tanques ligados em série ou em paralelo, e com escoamento da mistura vapor-gás inerte
para dentro dos tanques, do topo para o fundo ou do fundo para o topo, dependendo das densidades relativas, do ar e
vapor da carga. Nesta seção deste manual, é incluída uma tabela de densidades relativas.

O procedimento continua até que os tanques estejam completamente livres de gás, ou seja, o teor de oxigênio seja
restabelecido para 21 %.

9.5.2 AERAÇÃO EM TANQUES CONTENDO AMÔNIA

A aeração dos tanques contendo amônia é sempre feita com ar fresco e este é soprado através do sistema de carga, uma
vez que as temperaturas do tanque aumentaram acima do ponto de orvalho do ar, evitando, assim, a condensação e a
contaminação das superfícies do tanque.
O ar, sendo mais pesado do que o vapor de amônia, é introduzido nos tanques pelo fundo e o vapor de amônia é
deslocado pelo topo, sendo liberado até o mastro. A lavagem com ar deverá continuar até que a concentração de vapor
de amônia seja reduzida para cerca de 700 ppm, quando o elipse do tanque poderá ser aberto,e, através de dutos
flexíveis, levar mais ar ao fundo dos tanques; a amônia é liberada através do elipse do tanque até que a concentração de
vapor de amônia seja reduzida para abaixo de 20 ppm. Então, os tanques poderão ser considerados livres de gás.

9.6 LAVAGEM DO TANQUE DE CARGA

A lavagem do tanque de carga, com água, será necessária na mudança de certos tipos de carga, especialmente
amônia e óxido de propeno, e antes do dique seco ( dependendo do tipo de carga):

A lavagem poderá ser iniciada após a desgaseificação.

No âmbito das exigências do MARPOL Anexo II, desde que os tanques tenham sido drenados e ventilados de forma
apropriada, qualquer água que seja introduzida no tanque para a preparação do mesmo para o recebimento da carga
seguinte, pode ser considerada como limpa, e não está sujeita às restrições no que concerne a descarga incluídas no
Anexo II.
 
9.6.1 PROCEDIMENTO

O correto procedimento irá depender do sistema de lavagem do tanque instalado , especificamente para cada navio.
 
Consulte o Manual de Carga do fabricante para a adoção do procedimento correto.

A pressão da água na conexão deve ser no mínimo 3 bar acima da pressão no tanque.

Se a pressão de água não for suficiente, a lavagem terá que ficar restrita a um tanque por vez.

Para evitar o excesso de água, deve ser usada a lavagem em série, da seguinte maneira:

- As paredes do primeiro tanque devem ser lavadas até que haja uma quantidade suficiente no fundo, que possa
ser bombeada para o segundo tanque via linha de pulverização, usando-se a bomba de profundidade.

- Este processo é repetido para o terceiro tanque e, dali, a água é descarregada para a terra via cross-over de
líquido.

O procedimento acima deve ser repetido diversas vezes com água doce.

9.6.2 LAVAGEM DOS TANQUES QUE CONTÊM AMÔNIA

Diferentemente das outras cargas, a amônia exige uma considerável quantidade de água para lavar de forma eficiente os
tanques.
Deve-se ter o máximo cuidado para evitar a corrosão nos tanques.

Quando a água for pulverizada para dentro de um tanque contendo amônia, a pressão do tanque irá cair rapidamente,
uma vez que o vapor de amônia é absorvido pela água, e a temperatura irá subir, como resultado da reação exotérmica.
Para evitar a formação de vácuo no tanque, as linhas de distribuição superiores devem ser abertas para a atmosfera.
MANTENHA LIVRE O VENTING DE AMÔNIA PARA A ATMOSFERA.
10. INERTIZAR O TANQUE DE CARGA ANTES DA GASIFICAÇÃO

Lembrete:

* Use ar para cargas de amônia

* Nitrogênio para VCM/Butadieno/PO., misturas de PO-EO, Eteno

* Gás inerte para hidrocarbonetos

10.1 INFORMAÇÕES GERAIS

A inertização dos tanques de carga e linhas é feita principalmente para assegurar a condição de não-inflamável para a
fase seguinte - gaseificação com vapor da carga a ser carregada. Em geral, para este objetivo, julga-se ser adequada uma
redução da concentração de oxigênio para 5 % em volume, embora valores inferiores sejam freqüentemente obtidos e
preferidos.

Para alguns dos mais ativos gases químicos, VCM ou butadieno, níveis de oxigênio de até 0,1 % podem ser necessários
para evitar reação química com o vapor de entrada da gaseificação. Esse nível será difícil de ser conseguido usando-se a
planta de gás inerte de bordo. 

10.2 INERTIZAÇÃO POR DESLOCAMENTO

Este é geralmente considerado o método mais eficiente para a inertização de tanques. Ele é baseado na estratificação no
tanque, resultado das diferenças entre as densidades do vapor do gás que entra nos tanques e do gás já existente no
tanque. O gás mais pesado é introduzido sob o gás mais leve e a baixa velocidade, para minimizar a turbulência.
Antes da introdução de nitrogênio é usual uma purga com ar seco. As densidades relativas do nitrogênio e do  ar são
semelhantes, o que torna difícil a mudança do ar por nitrogênio e a liberação de todo ar do tanque. De modo a melhorar
a separação durante este processo, o ar seco no tanque deve estar o mais frio possível e o nitrogênio o mais quente
possível.

O nitrogênio deve ser introduzido através da linha de distribuição superior com o deslocamento ocorrendo na direção do
topo para o fundo.

Este processo não deve ser apressado. O gás nitrogênio é caro e a necessidade de re-inertizar após uma primeira
tentativa frustrada é dispendioso e exige tempo.

Os tanques podem ser inertizados em paralelo ou em série e com o fluxo dentro dos tanques ou do topo para o fundo ou
do fundo para o topo, dependendo das densidades relativas dos dois gases.

10.3 INERTIZAR POR DILUIÇÃO

No método de diluição, o gás de entrada mistura-se com o vapor que já se encontra no tanque. Isto pode ser feito de
diversas maneiras:

1. PRESSURIZAÇÃO REPETIDA

2. VÁCUO REPETIDO

3. DILUIÇÃO CONTÍNUA

10.4 AMÔNIA

Gás inerte proveniente de um gerador do tipo combustão nunca deve ser usado na preparação para o transporte de
amônia, devido a reação do vapor de amônia com o dióxido de carbono contido naquele gás inerte, formando
carbamatos. No entanto, em geral, não é necessário inertizar antes de carregar a amônia, porque é sabido que vapor de
amônia, embora inflamável, não é se inflama com facilidade. Amônia líquida nunca deverá ser pulverizada num tanque
contendo ar, uma vez que há o risco do desenvolvimento de eletricidade estática que pode ocasionar uma ignição. Se a
Administração da Bandeira do navio ou o terminal de carga exigir a inertização antes do carregamento de amônia, então
ar ou nitrogênio deve ser usado.

10.5 COMPRESSORES E RELIQUEFAÇÃO

Se os compressores são usados para gerar vácuo nos tanques, eles devem estar ligados às linhas de sucção de vapor dos
tanques no convés (aspiração) e nas linhas de descarga de vapor no convés.
Caso o vapor condensável for removido dos tanques, este pode ser reliquefeito e descarregado para terra através das
linhas de cross-over de condensado e líquido ou para o tanque do convés ou outro tanque de carga.

Deve ser tomado cuidado ao se usar os compressores para evitar o aumento do nível dos gases não-condensáveis
(nitrogênio/gás inerte) causando, por conseguinte, um aumento na temperatura e pressão do condensador,
superaquecendo a saída de vapor uma vez que isto irá interromper o processo de reliquefação. 

10.6 PREPARAÇÃO PARA GASEIFICAÇÃO E RESFRIAMENTO

Caso possível, uma quantidade da carga seguinte, ou compatível, deve ser carregada no tanque do convés para a viagem
ao porto de carregamento. Isto irá permitir que os processo de gaseificação e resfriamento iniciem-se durante a viagem
em lastro. A quantidade limitada de carga pode significar que somente um ou dois tanques podem ser preparados, mas
isto seria uma contribuição útil para a minimizar o tempo de porto.

11. PURGA DO TANQUES DE CARGA (GASEIFICAÇÃO)


11.1 INFORMAÇÃO GERAL

Nem nitrogênio nem CO2, principais componentes do gás inerte, podem ser condensados pela planta de
reliquefação do navio porque, nas temperaturas da carga, eles estão acima de suas temperaturas críticas. É necessário
purgar o gás inerte para fora do tanque de carga com vapor da carga a ser carregada, de modo que a planta de
reliquefação possa operar contínua e eficientemente. Igualmente, ao mudar-se de carga sem inertizar, poderá ser
necessário purgar o vapor da carga anterior com o vapor da carga a ser carregada.

11.1.1 PURGA NO MAR

O líquido pode ser levado diretamente do tanque do convés (se montado), através das plataformas de borrifo dos
tanques (com exceção de amônia), a uma vazão cuidadosamente controlada para evitar que o líquido frio se choque com
as superfícies quentes do tanque. Neste caso, a mistura tende a predominar e a carga resultante desta mistura com gás
inerte pode ser levada para outros tanques ou ventilado pelo mastro do vent.

11.1.2 PURGA ATRACADO

Caso o navio chegue ao terminal de carregamento total ou parcialmente inertizado, a gasificação será completada
utilizando a carga fornecida pelo terminal. Há instalações em certos terminais que permitem que a operação seja
conduzida atracado, mas estas tendem a ser exceção, uma vez que ventilar vapores de hidrocarbonetos atracado poderá
representar um perigo e é, por conseguinte, proibido pela maioria dos terminais e autoridades portuárias.

Assim sendo, antes do navio chegar no terminal com os tanques inertizados, os seguintes pontos devem ser
considerados:

É permitido venting no costado ? Caso afirmativo, o que é permissível ? 


Há uma instalação de retorno de vapor disponível ?
Há fornecimento de líquido ou vapor para a purga ?
Será apenas um tanque, em princípio, a ser purgado e resfriado por terra ?
Quanto líquido deve ser levado a bordo para purgar e resfriar os tanques remanescentes ?

Caso não estejam disponíveis para o navio instalações (linha de retorno) para a purga no terminal, é uma prática usual
para o navio preparar um tanque de carga e levar líquido suficiente a bordo de modo que o navio possa deixar o berço
de atracação, purgar e resfriar os tanques de carga remanescentes usando este líquido e, então, retornar pronto para o
carregamento.

11.2 OPERAÇÕES DE PURGA

Se um produto líquido é recebido, ele terá que ser vaporizado nos vaporizadores.

Se duas cargas tiverem que ser transportadas e se for obtido calor suficiente no vaporizador , as duas purgas podem ser
feitas ao mesmo tempo.

Para purgar todos os tanques com um mesmo gás, os sistemas de manuseio de gás do navio podem ser integrados pela
inserção de carretéis e removendo-se os flanges cegos .

A purga pode ser feita com os tanques ligados em paralelo ou em série, com a sentido de fluxo de gás nos tanques sendo
do topo para o fundo ou do fundo para o topo, usando-se as linhas de distribuição do tanque, superior ou inferior, e a
linha de sucção de gás, conforme apropriado.
 
Os compressores podem ser necessários para amplificar a pressão do vapor de purga nos tanques de carga. Pode ser
usada compressão simples ou de dois estágios, porém o resfriamento intermediário é raramente necessário.

Antes de purgar com o novo gás - todo o tanque, planta e equipamento devem ser drenados, os gases expandidos e os
líquidos vaporizados.

O oficial com a responsabilidade total pelas operações de carga deverá checar com sua contra-parte em terra, se é
permitido que o gás residual seja soprado pelo mastro.

Permitir que os tanques de carga liberem pressão para atmosfera antes da purga.

É estritamente proibido soprar pelo mastro durante tempestade, ou se uma tempestade for iminente.

 Butadieno e VCM não podem ser ventilados para a atmosfera.

11.2.1 FORNECIMENTO DE LÍQUIDO POR UM TANQUE DE CONVÉS

Quando a fonte de líquido é um tanque de convés, os compressores devem ser usados para aumentar a pressão no
tanque de convés. Podem ser usados um dos seguintes métodos:

- Com altas pressões de vaporização, líquido com baixo ponto de ebulição, a principal porção do gás de purga do
vaporizador é conduzido aos tanques de carga, com o restante indo para o compressor para a pressurização do tanque de
convés.

- Com baixas pressões de vaporização, líquido com alto ponto de ebulição, os compressores podem ser usados
para pressurizar simultaneamente o tanque de convés e os tanques de carga. A principal porção do gás de purga do
vaporizador é conduzido aos tanques de carga, com o restante indo pressurizar o tanque de convés. A linha de passagem
entre a injeção de butadieno e as linhas de descarga de gás serão usadas para aumentar a pressão do gás que entra no
vaporizador.

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