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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


FÍSICA LICENCIATURA

DERICK ALLAN RIBEIRO DE SOUZA

Distribuição de Fermi-Dirac

ALFENAS
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 2
2. PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI 2
3. PARÂMETROS PRINCIPAIS 2
3.1. ENERGIA DE FERMI
3.2. CONSTANTE DE BOLTZMANN
3.3. TEMPERATURA
4. A DISTRIBUIÇÃO DE FERMI-DIRAC 5
4.1. INTERPRETAÇÃO DA EQUAÇÃO
5. APLICAÇÕES PRÁTICAS 8
6. OUTROS CAMPOS DA CIÊNCIA 9
6.1. QUÍMICA
6.2. BIOLOGIA
7. CONCLUSÃO 10
8. REFERÊNCIAS 11

1
1. Introdução

A distribuição de Fermi-Dirac é uma estatística quântica que descreve o


comportamento de partículas chamadas férmions, que são partículas que têm um
spin semi-inteiro. Tem o nome dos principais contribuidores dela, o físico
ítalo-americano Enrico Fermi e o inglês Paul Dirac. Essa distribuição estatística tem
como objetivo descrever sistemas quânticos, onde não há possibilidade de
distinção entre partículas por conta da superposição de suas funções de onda. Ela é
baseada na mecânica quântica e se baseia nas restrições do princípio da exclusão
de Pauli, que proíbe a presença de mais de um férmion em um estado quântico
idêntico.

2. Princípio da exclusão de Pauli

O princípio da exclusão de Pauli é uma das leis fundamentais da mecânica


quântica para a compreensão do comportamento dos férmions. Ele afirma que dois
férmions idênticos não podem assumir estados, como velocidade, spin e posição,
iguais ao mesmo tempo. Esse princípio tem várias aplicações na física em sistemas
com muitas partículas e explica diversos fenômenos como a estrutura cristalina de
materiais sólidos, o preenchimento de bandas de metais, a formação de valência e
condução em semicondutores, e também é usado para descrever o comportamento
de elétrons, estrelas de neutrons e buracos negros. Imprime a seguinte condições:

ψ𝑖 ≠ ψ𝑗 𝑠𝑒 (𝑟𝑖 , 𝑠𝑖) ≠ (𝑟𝑗 , 𝑠𝑗)

ψ = 𝐹𝑢𝑛çã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎 𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑞𝑢â𝑛𝑡𝑖𝑐𝑜


𝑟 = 𝑃𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎
𝑠 = 𝑠𝑝𝑖𝑛 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎

Isso quer dizer que duas partículas não podem estar no mesmo estado
quântico (posição e spin) ao mesmo tempo.
É um princípio fundamental para a distribuição de Fermi-Dirac, pois está
totalmente ligada aos estados e comportamento dos férmions, além de serem
utilizados em muitos outros campos da ciência.

3. Parâmetros principais

Existem 3 parâmetros fundamentais na descrição da distribuição de


Fermi-Dirac que são utilizados para encontrar uma partícula de energia E em um
sistema. A interação desses 3 parâmetros dita a forma que a distribuição irá tomar
e, consequentemente, a ocupação dos estados de energia em um sistema de vários

2
corpos, assim sendo possível realizar previsões sobre as propriedades físicas dos
corpos.

3.1. Energia de Fermi

A energia de Fermi é um parâmetro muito importante na distribuição de


Fermi-Dirac e é usada para descrever a ocupação dos estados de energia em um
mesmo sistema com muitos corpos. Ela é a energia mais alta ocupada por elétrons
em um material à temperatura zero. Ela tem influência de vários fatores, como a
concentração de elétrons no sistema, a interação entre eles e a temperatura, quanto
maiores tais fatores,dependendo do tipo de interação entre os elétrons, maior é a
energia. A energia de Fermi contribui para a distribuição de Fermi-Dirac com o papel
de dividir os estados de energia do sistema em ocupados e vazios, por conta de
estudar em sistemas em temperatura do zero absoluto, podendo a definir também
como a média das energia de cada estado energético afetado pela excitação
térmica. A energia de Fermi para um conjunto não-interativo de férmions idênticos
com spin -½ (spin down) em um sistema tridimensional (não-relativístico) é dada
por:

2 2
ℏ 3π 𝑁 2/3
𝐸𝐹 = 2𝑚0
( 𝑉
)

ℏ = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑃𝑙𝑎𝑛𝑐𝑘 𝑟𝑒𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎


𝑚0 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑓é𝑟𝑚𝑖𝑜𝑛
𝑁 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠
𝑉 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎

Com a energia de Fermi também podemos encontrar a temperatura de Fermi,


que é a temperatura acima do zero absoluto que as partículas começam a se mover
com uma velocidade considerável, e é expressada pela relação:

𝐸𝑓
𝑇𝐹 = 𝑘𝐵

𝑘𝐵 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐵𝑜𝑙𝑡𝑧𝑚𝑎𝑛𝑛

Com isso, é possível chegar ao cálculo da distribuição dos níveis de energia


nos férmions em temperaturas acima do zero absoluto, que é o foco da distrubuição
de Fermi-Dirac.

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3.2. Constante de Boltzmann

A constante de Boltzmann relaciona a temperatura absoluta de um sistema


com energia térmica presente, mostrando que na distribuição de Fermi-Dirac a
ocupação dos estados de energia por elétrons depende tanto da temperatura
quanto da energia térmica do sistema. Quanto maior a temperatura, maior será a
energia térmica média das partículas, resultando em uma distribuição mais ampla
dos estados de energia e vice-versa. A constante de Boltzmann é uma constante
universal que é usada nessa relação independente do sistema específico e pode ser
descrita como:

𝑅 −23
𝑘𝐵 = 𝑁𝐴
= 1, 381 × 10 𝐽/𝐾

𝑅 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜𝑠 𝑔𝑎𝑠𝑒𝑠


𝑁𝐴 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐴𝑣𝑜𝑔𝑎𝑑𝑟𝑜

A constante de Boltzmann é fundamental na distribuição de Fermi-Dirac e na


física de sistema de muitos corpos.

3.3. Temperatura

É a medida da quantidade de energia térmica ou da agitação térmica das


partículas do sistema. Por ser uma grandeza escalar pode ser comparada em
diferentes sistemas. Por quantizar a energia térmica do sistema, influencia na
Energia de Fermi e a distribuição dos estados de energia. Quanto maior a
temperatura, maior a agitação térmica do sistema, o que consequentemente resulta
em uma maior distribuição dos estados de energia e da Energia de Fermi. A
temperatura se relaciona com a constante de Boltzmann, sendo:

𝐸 = 𝑘𝐵 · 𝑇

𝐸 = 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
𝑘𝐵 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐵𝑜𝑙𝑡𝑧𝑚𝑎𝑛𝑛
𝑇 = 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎

Essa equação permite a comparação entre sistemas termodinâmicos por


relacionar a energia térmica e a temperatura. Além disso, a temperatura se
relaciona à Entropia, tornando-a uma grandeza fundamental para o estudo de
sistemas.

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4. A distribuição de Fermi-Dirac

A função de Fermi-Dirac é uma função matemática que descreve a


probabilidade de um estado de energia estar ocupado por um elétron em equilíbrio
térmico em um sistema quântico. Como as partículas são indistinguíveis na
estatística de Fermi-Dirac, o número de partículas do sistema já é suficiente para
determinar o estado de um gás. Como elas obedecem o princípio da exclusão de
Pauli, que diz que duas partículas não podem ocupar o mesmo estado ao mesmo
tempo, então se soma o número de partículas de cada estado, que só pode variar
entre 0 ou 1, está ou não ocupado, sendo então:

𝑛𝑟 = 0 𝑜𝑢 1 , 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑛𝑟 𝑜 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜

Assim a soma das partículas seria:

∑ 𝑛𝑟 = 𝑁 , 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑁 𝑜 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎


𝑟

Dado um sistema com N férmions em equilíbrio térmico em uma temperatura


T, o número médio de partículas (< 𝑛𝑆 >) em um sistema 𝑆 com energia 𝐸𝑠(energia
de Fermi) , é obtido por uma distribuição canônica, logo:

−β𝑛𝑠𝐸𝑠 −β(𝑛𝑖𝐸𝑖+𝑛𝑖+1𝐸𝑖+1+...)
∑𝑛𝑠𝑒 ∑𝑒
𝑛𝑠 𝑛𝑖
< 𝑛𝑆 >= −β𝑛𝑠𝐸𝑠 −β(𝑛𝑖𝐸𝑖+𝑛𝑖+1𝐸𝑖+1+...)
∑𝑛𝑠𝑒 ∑𝑒
𝑛𝑠 𝑛𝑖

1
β= 𝑘𝐵𝑇

𝑘𝐵 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐵𝑜𝑙𝑡𝑧𝑚𝑎𝑛𝑛

−β(𝑛𝑖𝐸𝑖+𝑛𝑖+1𝐸𝑖+1+...)
Renomeando ∑𝑒 como a função partição 𝑍 (𝑁)
𝑠
𝑛𝑖

e somando 𝑛 = 0 𝑒 1 , obtemos:
𝑠

5
−β𝐸𝑠
𝑒 𝑍𝑠(𝑁−1)
< 𝑛𝑆 >= −β𝐸𝑠 , simplificando:
𝑍𝑠(𝑁) +𝑒 𝑍𝑠(𝑁−1)

1
< 𝑛𝑆 >= −β𝐸𝑠
[𝑍𝑠(𝑁)/𝑍𝑠(𝑁−1)]𝑒 +1

Sendo ∆𝑁 ≪ 𝑁 , é possível apresentar:

𝑙𝑛[𝑍𝑠(𝑁 − ∆𝑁)] =
δ𝑙𝑛𝑍𝑠
𝑙𝑛[𝑍𝑠(𝑁)] − δ𝑁
∆𝑁 =
𝑙𝑛[𝑍𝑠(𝑁)] − α𝑠∆𝑁 , 𝑙𝑜𝑔𝑜
−α𝑠∆𝑁 δ𝑙𝑛𝑍𝑠
𝑍𝑠(𝑁 − ∆𝑁) = 𝑍𝑠(𝑁)𝑒 , com α𝑠= δ𝑁
.

Como 𝑍𝑠(𝑁) é uma soma de vários estados, seu número de partículas N não
é afetado por algum estado particular 𝑆 que tenha se perdido no somatório, podendo
deixar α independente desse estado particular, se tornando somente α. Sendo
𝑠
assim, podemos aproximá-lo da função partição para vários estados:

δ𝑙𝑛𝑍
α= δ𝑁

Se utilizarmos ∆𝑁 = 1 , na função partição obtemos então:

1
< 𝑛𝑠 >= −α+β𝐸𝑠
𝑒 +1

Assim obtivemos a distribuição de Fermi-Dirac. Da função partição Z,


relacionando a energia livre de Helmholtz F, temos:

𝐹 = 𝑘𝐵 · 𝑇 · 𝑙𝑛𝑍 , 𝑙𝑜𝑔𝑜:
1 δ𝐹 μ
α= 𝑘𝐵𝑇 δ𝑁
= 𝑘𝐵𝑇

α =− βμ , onde μ é o potencial químico.

Então, podemos colocar a distribuição de Fermi-Dirac da seguinte forma:

6
1
< 𝑛𝑠 >= −β(𝐸𝑆−μ)
𝑒 +1

Substituindo β podemos chegar então à função de Fermi, que é dada por:

1
𝐹(𝐸) = (𝐸−μ)/𝑘𝐵𝑇 , com:
𝑒 +1

𝐸 = 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
μ = 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑞𝑢í𝑚𝑖𝑐𝑜
𝑘𝐵 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐵𝑜𝑙𝑡𝑧𝑚𝑎𝑛𝑛
𝑇 = 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎

4.1. Interpretação da equação

Para temperatura de 0 K, a função de Fermi se comporta como uma função


degrau, uma função descontínua com valor zero quando seu argumento é negativo
e valor unitário quando seu argumento é positivo, sob a condição de valer 1 quando
𝐸 < μ e valer 0 quando 𝐸 > μ , o que indica que todos os estados com a energia
em que a energia é menor que o potencial químico, estão ocupados e que todos os
estados em que ela é maior que o potencial químico estão vazios. A energia do
último nível de energia ocupado a 0 K é a energia de Fermi (𝐸𝐹) e se relaciona ao
potencial químico do sistema. Contudo, para se chegar a uma definição mais
1
precisa da energia de Fermi é necessário igualar a função de Fermi à 2
, sem
depender da temperatura do sistema, assim a 𝐸𝐹 ainda tem uma relação
com a temperatura, porém mais fraca e mais simples de trabalhar e também
equivale ao potencial químico do sistema. Com o aumento de temperatura, as
partículas nos estados um pouco abaixo do nível de Fermi, estado em que a
energia pode ser descrita como (𝐸𝑓 − 𝑘𝐵𝑇) , são excitadas, por conta da
agitação térmica, até que a energia do sistema seja maior que a energia de
Fermi, 𝐸 > 𝐸𝐹 → (𝐸𝐹 + 𝑘𝐵𝑇) , e a função de Fermi deixa de ser uma função
degrau e se apresenta de maneira mais suave. Estados com energia menor
que a do nível de Fermi não são levados em conta por causa do princípio de
exclusão de Pauli. Esse é o gráfico da função de Fermi:

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Em ciano a temperatura do sistema é de 0 K, o que mostra a função de Fermi
se comportando como uma função degrau, e nas outras cores a temperatura
aumenta gradualmente com a curva se suavizando.

5. Aplicações práticas

A distribuição de Fermi-Dirac é usada para sistemas quânticos com partículas


consideradas indistinguíveis e com efeitos quânticos apreciáveis. Tais efeitos
quânticos se dão quando a concentração de partículas do sistema (𝑁/𝑉) é maior
que a concentração quântica 𝑛𝑄 , que ocorre quando as funções de onda das
partículas se superpõem e por conta disso as partículas se tornam indistinguíveis,
tornando os resultados, para qualquer grandeza mensurável, não identificáveis em
relação a partícula. A concentração quântica depende da temperatura é ligada a
temperatura, sendo assim altas temperaturas vão cair em casos dos limites de
sistemas clássicos, salvo em casos de corpos que não possuam uma densidade
muito alta, como uma anã branca. A estatística de Fermi-Dirac é usada para estudar
férmions, partículas com spin semi-inteiro que obedecem o princípio da exclusão de
Pauli, uma vez que sistemas constituídos de férmions devem ser descritos como
uma função de onda antissimétrica, o que implica que duas partículas não podem
ocupar o mesmo estado.
Ela é usada para estudar o comportamento de elétrons em um material
semicondutor em equilíbrio térmico, o que ajuda a entender as propriedades e a
estrutura eletrônica desse material e caracterizá-lo com base na distribuição de
energia dos elétrons. Com a compreensão desses materiais é possível criar
dispositivos eletrônicos, como transistores e diodos, com o uso da distribuição
importante para dinâmica eletrônica de tais dispositivos e como respondem a sinais
externos. Também se pode analisar algumas propriedades como a

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supercondutividade por meio da modelagem de ocupação de estados em sistemas
quânticos que estão em equilíbrio térmico.
Também é usada para estudar a distribuição de elétrons em plasmas, que
são gases altamente ionizados. Isso é importante para estudar fisicamente diversos
campos como a física de fusão, a astrofísica, como é o caso das estrelas anãs
brancas, e da tecnologia de plasma

6. Outros campos da ciência

A distribuição também é usada em outros campos da ciência como a química e a


biologia. Veja a seguir como cada campo a usa:

6.1. Química

A distribuição de Fermi-Dirac tem diversas aplicações na química na


descrição de estados eletrônicos em átomos, moléculas, partículas e sólidos,
estudando as propriedades eletrônicas de sistemas e como afetam as reações
químicas e propriedades físicas.
O potencial químico de elétrons é uma medida de energia livre dos elétrons
em um sistema e é afetado por sua quantidade presente e quando o sistema está
em equilíbrio térmico a estatística de Fermi-Dirac é usada para descrever a
ocupação dos estados eletrônicos por elétrons, considerando a temperatura e o
potencial químico do sistema. Também tem usos na química quântica para calcular
e descrever moléculas e sistemas moleculares complexos, sendo usada em
cálculos da estrutura eletrônica, propriedades magnéticas, espectroscopia
eletromagnética e reatividade química.

6.2. Biologia

A distribuição de Fermi-Dirac tem várias aplicações na biologia,


principalmente em sistemas biológicos que envolvem estruturas eletrônicas
moleculares.
O cálculo de estruturas eletrônicas em sistemas biológicos permite aos
pesquisadores preverem propriedades eletrônicas de moléculas como a polaridade,
energia de ionização e estudar forças intermoleculares, o que ajuda na
compreensão da função biológica de tais moléculas. Também é fundamental no
estudo da fotossíntese, ajudando a entender a transferência de energia pelos
elétrons, descrevendo a excitação de elétrons a estados de energia mais elevados
durante a absorção de fótons de luz e como se suavizam depois a estados de
energia mais baixos, produzindo a energia para a síntese de ATP. A distribuição de
Fermi-Dirac também se faz presente no estudo das ressonâncias magnéticas
nucleares, que são uma técnica para se estudar a estrutura molecular e a
composição química de uma amostra, sendo usada para calcular a probabilidade do

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núcleo atômico estar ocupando diferentes níveis de energia, ajudando no estudo da
estrutura molecular.

7. Conclusão

A distribuição de Fermi-Dirac é muito útil para descrever a ocupação de


estados de energia de sistemas quânticos, o que a tornou uma peça chave do
entendimento de camadas eletrônicas de muitas coisas, ajudando muitos campos a
terem um avanço e clareza de alguns acontecimentos. É indiscutível sua
importância nos diferentes campos da ciência e a sua grande contribuição para o
desenvolvimento científico.

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8. Referências

● https://pt.wikipedia.org/wiki/Estat%C3%ADstica_de_Fermi-Dirac
● http://plato.if.usp.br/1-2007/fnc0376n/marcia/Notas_aula/aula17.pdf
● https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/11113327032012Introdu%C3
%83%C2%A7%C3%83%C2%A3o_a_Fisica_Estatistica_aula_8.pdf
● https://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_exclus%C3%A3o_de_Pauli
#:~:text=Um%20%C3%A1tomo%20eletricamente%20neutro%20cont%C3%A
9m,no%20interior%20de%20um%20%C3%A1tomo.
● https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_de_Fermi
● https://en.wikipedia.org/wiki/Fermi_energy
● https://pt.wikipedia.org/wiki/Constante_de_Boltzmann
● https://en.wikipedia.org/wiki/Fermi%E2%80%93Dirac_statistics
● LÜDKE, E.. Medidas de elétrons livres no vácuo e estatística de Fermi-Dirac.
Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 33, n. Rev. Bras. Ensino Fís., 2011
33(4), out. 2011.

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