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Como você seduz uma mulher que já tem

tudo?
MAN
Meghan March
REAL DUET #1

Staff
Disponibilização: Cibele/Eva

Tradução e Rev. Inic: Equipe Sweet

Rev. final e Formatação: Equipe Rhealeza

10/2017
Apaixonar-se por uma mulher através de mensagens de texto?
Sem chance.
A realidade nunca é tão boa quanto a fantasia, não é mesmo?
Errado. É melhor.
Banner Regent é inteligente, engraçada, e ela está tão acima de
mim, que ela poderia muito bem ser da realeza.
Eu sou um mecânico do Kentucky. Ela é uma garota festeira de
Nova Iorque.
Nós nunca deveríamos nos conhecer, mas uma simples
mensagem de texto, começou algo que nenhum de nós
esperava.
Como você seduz uma mulher que já tem tudo?
Mostre a ela como é um homem de verdade.
CAPÍTULO 1

Banner

—Não é como se eu tivesse lhe enviado uma foto dos meus seios incríveis
ou algo assim, então não precisa fazer uma tempestade num copo d’agua, Frau
Frances.

Minha vizinha do outro lado do corredor, que eu acho que é mais velha do
que o Matusalém, cobre seus ouvidos e fecha os olhos como uma criança.

—Oh, isso é realmente maduro. Aqui estou eu tentando colorir esse seu
velho filme preto e branco, e você me ignora? Legal. Realmente legal.

Com toda a honestidade, eu não dou a mínima que Myrna Frances não
queira ouvir sobre estas mensagens de texto sem tom sexual que eu venho
recebendo, porque eu cheguei ao ponto que eu preciso contar para alguém.
Minha melhor amiga está sumida e, portanto, eu não tenho muita escolha, senão
falar com ela mesmo.

Na verdade, isso é uma mentira. De qualquer maneira, eu teria torturado


Myrna com isso, só para ver a reação dela. Considere isso a minha boa ação do
dia. Sem minhas doses diárias de diversão, ela poderia morrer de tédio.

Nossos apartamentos ocupam cada um, metade de um andar em nosso


prédio em Manhattan e, enquanto eu saio todos os dias, não importando o que,
mesmo que seja apenas para reabastecer o meu estoque de vodca, ou ir ao
trabalho, ela raramente passa além da calçada para o mundo exterior.

Myrna tira as mãos dos ouvidos e abre os olhos. As rugas ao redor de sua
boca se aprofundam quando ela faz uma careta para mim. —Por que você ainda
está aqui? E por que não devolve a minha chave, caramba?
—Porque sua filha me pediu para vir e verificar você há cinco anos atrás e,
por algum motivo que eu não sei explicar, eu realmente gosto dessa coisa
arqueada que você faz com sua sobrancelha, quando finge ficar chocada com as
coisas que eu digo. Uma coisa bem Malévola de sua parte. Admita, você assiste ao
filme e pratica, não é? —O semblante de Myrna se aprofunda como os de vilões
com a menção à sua filha.

—Criança ingrata. Nunca vem me visitar. Muito ocupada com sua vida
superficial para se lembrar da mulher que lhe deu à luz.

Esta não é a primeira vez que ela diz isso, nem mesmo a vigésima vez.

—Sim, ela é realmente superficial, sendo membro do Congresso e tudo o


mais.

—Tenho certeza de que ela dormiu com todos na sua escalada até o topo.

Eita, Myrna está especialmente chateada hoje. Eu jogo junto com ela de
qualquer maneira, porque pelo menos dessa forma, eu sei que ela está
aumentando o ritmo do seu coração. Ficar chateada é o mais próximo de um
exercício cardiológico que ela chega.

—Você sabe, eu vou ter que verificar. As chances são de que ela
realmente tenha feito com cada homem, mulher e transexual do círculo dela no
Congresso. Ela vai precisar de cirurgia para apertar a vagina dela.

—Saia!

O tom de Myrna subiu um pouco, mas eu posso ver que ela está lutando
contra um sorriso. O morcego velho, um dia, admitirá que ela ama o quanto eu a
incomodo. Um dia.

—Não até você abrir o seu presente.

Nossa troca de bobagens não vai acabar até que Myrna veja o que eu
trouxe para ela. Eu ainda não lhe causei um ataque cardíaco com os meus
presentes, então tenho certeza de que ela não vai chutar o balde justamente
hoje.
Resmungando algo para si mesma sobre o mundo estar indo para o
inferno, se eu sou um exemplo da qualidade da geração deixada no comando, ela
abre o papel rosa, sem perceber os pênis em tons claros de rosa (para minha
decepção), e tira a tampa da caixa.

—O que diabos é isso? — Ela tira da caixa o pênis de silicone preto e


prata.

—Você me disse para chupar um pau da última vez, aliás, bom uso do
dicionário urbano por sinal, então, eu lhe trouxe um grande pau preto. Ele até
vibra. Juro que essa coisa pode até salvar você.

Não sei se tenho como descrever o som que saiu dos lábios da velha
senhora, mas foi se transformando em um estridente grito de guerra, enquanto
ela lançava o lindo pau de silicone em minha direção. Jordana, a cachorrinha de
Myrna, saltou de sua almofada rosa de princesa, e avançou na direção do
vibrador.

—Você está tentando me matar com essa coisa?

Myrna retrocede enquanto o pau rola inofensivamente pelo chão, e a


cachorrinha chinesa sem pelos, vestida com um suéter xadrez verde e rosa, o
cheira. Francamente, estou impressionada que o compartimento da bateria não
abriu.

É bom saber que é durável.

Eu me levanto do dispositivo de tortura que Myrna chama de cadeira,


enquanto Jordana dá uma lambida no pau.

—Jordana, você não se atreva, argh, Banner! Afaste isso dela! Ela vai se
sufocar...

—Com um pau? Isso seria uma triste maneira de morrer para a Sra. Jordy.
—Minhas palavras são sinceras. Bem, elas são, mesmo com as minhas risadas.

Eu pego o vibrador do chão antes que a cadelinha possa afundar suas


gengivas desdentadas no silicone, e jogo-o de volta no colo de Myrna.
—Tudo bem prezada anciã do mundo. Tenha um lindo dia planejando a
minha morte.

—Saia! E leve isso com você!

—Não. Você precisa de um bom O1 mais do que eu. Mesma hora amanhã?

Ela me olha com tanta raiva, que fico um pouco chocada por não sentir os
punhais rasgarem a minha pele.

—Claro, sua criança horrível.

—Foi o que eu pensei. —Dou a ela uma olhada insolente e uma


piscadinha.

Sofia, a cuidadora de Myrna, sai da cozinha com o serviço de chá da tarde,


com sanduiches com pasta de agrião, chá de hortelã e bolachas de figo, enquanto
eu dirijo-me para a porta. Uma combinação desagradável, mas mesmo assim tiro
uma bolacha da bandeja e coloco-a na minha boca.

—É melhor que você não esteja roubando minhas bolachas. —Myrna grita
da sala de estar.

Sofia revira os olhos. —Por que vocês duas adoram se torturar? É um


mistério do universo que nunca vou entender.

O sotaque do leste europeu de Sofia se apega às palavras, apesar do


quanto eu sei que ela se esforçou para perdê-lo.

A morena escultural parece ter saído de uma passarela, mas a jovem de


vinte e dois anos teve um começo de vida muito difícil.

—Bebidas amanhã à noite?

Os olhos de Sofia iluminam-se. —Sim, por favor.

1
O, como costumam-se referir ao orgasmo.
—Bom. Venha quando você terminar seu turno. Eu já devo ter voltado do
trabalho.

Antes que eu possa escapar do apartamento, Myrna sai da sala de estar


apoiando-se pesadamente em sua bengala, para transmitir uma última sabedoria.

—Você sabe o que há de errado com sua geração, Banner? Você não
entende nada sobre relacionamentos. Vocês estão enviando mensagens, vídeos e
fotos de sexo explícito. Vocês não se conhecem pessoalmente ou falam entre si.
Vocês transam e fogem. Os homens não ligam depois, porque eles já conseguiram
o que eles queriam. Você não os segura e nem os faz se esforçar para conseguir
isso.

—Você está me chamando de fácil, Myrna?

Ela dá de ombros fragilmente. —Você disse isso, não eu.

Sua percepção me magoa, mas eu mantenho meu sorriso fixo no lugar.

—Desfrute do seu pauzão preto. Talvez mude a sua opinião sobre como
pode ser bom aproveitar um pau.

Ela me acena com o dedo do meio, e eu escapo de suas pérolas de


sabedoria e julgamento.

Myrna é a velha mais irritante que já conheci, mas por algum motivo, eu
adoro estar perto dela. Sua filha e o genro não aparecem mais do que três vezes
por ano, e o resto dos dias, ela é deixada com cuidadores remunerados como
Sofia, que são gentis, mas não substituem sua família.

Basicamente, Myrna é exatamente o que eu tenho pavor que o meu


futuro seja, uma velha sozinha, sem ninguém que se importe, exceto as pessoas
que recebem um salário pago por mim. Pelo menos, sua cachorrinha é leal. Se eu
ainda não fosse cem por cento egoísta, e pudesse manter um peixinho dourado
vivo, talvez eu arranjasse um. Não. Muito compromisso.

Eeeee, acabamos de atravessar a parte deprimente da tarde.


Meu celular vibra com uma mensagem de texto enquanto enfio a chave
na fechadura do meu apartamento. Eu congelo, a excitação percorrendo meu
corpo. Não consigo acreditar que eu fui atraída para esta estranha relação de
mensagens com um homem que eu não conheço. Mas eu não consigo parar.

Quero dizer, eu teria parado, mas as minhas habilidades investigativas


(tudo bem, pode chamá-las de assediadoras) ganharam o melhor de mim, e
descobri uma foto dele.

Vestindo farda, uma camiseta regata e botas de combate, Logan Brantley


parece com aqueles caras que as mulheres postam no Pinterest, mas sabem que
nunca encontrarão na vida real, a menos que estejam no palco de algum show de
strip estilo Magic Mike. Exceto que Logan é real.

Mas não trocamos mensagens de texto sexys. Não enviamos nudes. E não
há conversa sacana. Nós realmente nos tornamos amigos nas últimas semanas e,
suas mensagens, preenchem algum tipo de necessidade na minha vida, que eu
nem sabia que eu tinha.

A Rainha dos casos de uma noite, meu título autoproclamado, de repente,


acabou por fazer amizade com um cara que mora a milhares de quilômetros de
distância. E quanto mais nós escrevemos, mais percebo que talvez os homens de
Nova York, com os quais eu tenho passado uma noite, não são espécimes tão
masculinos.

Basicamente, cada vez que eu vou a um encontro, eu acabo enviando uma


mensagem para Logan com a mesma pergunta, mas com múltiplas variações. Um
homem de verdade... E eu preencheria o espaço em branco.

Usaria um lenço de caxemira rosa e cinza?

Combinaria a gravata com jeans apertados?

Pediria um Martini Elderflower 2?

2
é um drink produzido a partir de uma solução refinada de açúcar, Martini e água; usa-se as flores do sabugueiro
europeu ( Sambucus nigra L.)
Eu posso assegurar que a opinião de Logan Brantley sobre os homens de
Manhattan, pelo menos os que eu tenho saído ultimamente, está afundando mais
rápido do que o Titanic.

Puxo o meu celular para ler a mensagem, e a ansiedade toma conta de


mim. Ela morre rapidamente quando o nome na tela não é o de Logan. Em vez
disso, é o cara que conheci na calçada do meu escritório enquanto esperava pelo
motorista. Não há lenço de caxemira, gravata ou jeans apertados. Então, talvez
ele seja uma melhor aposta?

Deslizo a tela e leio a mensagem.

BRANDON DA CALÇADA3: Que tal tomarmos uma bebida às


20:00h? O novo bar do meu amigo abrirá amanhã, e ele
fará uma pré-estreia esta noite.

Meus dedos estão sobre o teclado para dizer não. Tudo o que quero agora
é um orgasmo incrível, e eu já sei que não vou conseguir isso com Brandon da
calçada. Tenho um sentido para essas coisas.

Mas... talvez eu possa tomar uma dose de martini. Eu sou louca por uma
safadeza extra.

BANNER: Onde?

BRANDON DA CALÇADA: Rua 8 com a 43. O bar é chamado


Olivesque.

Abro o Google e faço uma pesquisa rápida. Existem alguns artigos sobre a
iminente inauguração do Olivesque, e muitas coisas boas ditas sobre isso.
Aparentemente Brandon da calçada tem alguns amigos chiques, porque está
previsto que será impossível de entrar no Olivesque por pelo menos três ou
quatro meses após aberto.

3
Ela salvou o nome do carinha junto com aonde o conheceu. Quem nunca?
Como uma nova-iorquina nascida e criada com gosto pela exclusividade,
não posso dizer não.

Eu só vou pelo martini, eu digo a mim mesma.

BANNER: Vou encontrá-lo lá às 20:00h.

BRANDON DA CALÇADA: Ótimo! Estou ansioso por isso.


Capítulo 2

Banner

Sou grata que o cheiro de fumaça não tenha se agarrado às minhas roupas
enquanto entro no meu apartamento. Ah, e que eu escapei de Brandon,
excessivamente amigável, sem deixá-lo enfiar sua mão debaixo da minha saia. Eu
não esperava por isso. Achei que ele seria mais educado, mas em vez disso ele era
um idiota. Bem à altura de Manhattan, suponho.

Depois de uma boa dose de vodca nas minhas veias, ouço um zumbido, e
percebo que é meu celular.

BANNER: Um homem de verdade tentaria apalpar uma


mulher em um bar quando está claro que ela não está
interessada, e lhe diz para ficar com as mãos para si?
Pergunto ao meu amigo.

Vou para o meu banheiro, ligo o chuveiro e encho a banheira. Primeiro eu


preciso lavar a camada nojenta sobre mim, e então, ficar de molho por uma hora
e cuidar dos meus negócios. E por negócio, quero dizer que vou ter esse orgasmo
avassalador que estive ansiando o dia todo.

Já estou quase no final do meu banho, quando meu celular vibra no


balcão. Se for Brandon da calçada me pedindo para sair novamente, minha
resposta será épica.

Tiro o condicionador do meu cabelo e acabo mais cedo com meu banho.
Digo a mim mesma que é só porque me preocupo que a banheira vai transbordar
se não verificar o nível da água.

Ceerrto! Não tem nada a ver com a mensagem que me aguarda no meu
celular, e que eu espero que seja de Logan. Nada.
Saio, não me incomodando em me secar com a toalha antes de tirar meu
celular do balcão.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Quem eu preciso matar?

Essa resposta de homem-alfa das cavernas deveria enviar tremores em


todas as minhas melhores partes? Não, porque somos apenas amigos. Mas isso
não muda o fato de que meus mamilos estão duros e tenho arrepios pelos meus
braços.

BANNER: vou verificar com meu amigo.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Corta essa BANNER.


Nenhum homem de verdade toca uma mulher quando ela
diz não.

BANNER: Um homem de verdade gostaria que ela


implorasse, não é? Eu sei que você gostaria.

Eu congelo um segundo depois de clicar em ENVIAR.

Porcaria. Eu oficialmente cruzei a linha.

Eu seguro minha respiração enquanto aguardo uma resposta. Há coisas


que eu penso em dizer a Logan, especialmente quando estou deitada na minha
cama e o imagino nu, mas eu tenho sido tão boa em não lhe dizer isso por
telefone. Eu disse a mim mesma que não faria isso com ele. Gostaria de mantê-lo
na zona segura, então não estragaria tudo e perderia o que temos entre nós.

Mas, de qualquer maneira, eu estraguei, porque eu não presto.

Solto minha respiração com cuidado e, deliberadamente, coloco meu


telefone celular no balcão, e ando nua até a minha cozinha, com água escorrendo
por meu corpo, para tirar uma garrafa de vodca do congelador. Eu sirvo dois
dedos em um copo, e jogo dois cubos de gelo dentro dele antes de voltar para o
banheiro e para a minha banheira fumegante.
E se ele não responder?

E se ele nunca me enviar mensagens novamente?

Então, eu vou beber mais vodca, e lamentar a perda dessa conexão


ridícula com um homem que nunca conheci.

Afinal, qual é o meu fascínio por ele? As respostas vêm em uma rápida
sucessão.

Ele é contundente e direto, e nunca me enrola quando faço uma pergunta.


Ele não é como os homens de Manhattan que eu namoro. Ele é seguro, e de um
mundo completamente diferente, a mais de mil quilômetros de distância, e eu
achei que se não dormisse com ele, não haveria como arruinar isso.

Isso não é esclarecedor?

Ouço o final de uma vibração enquanto retorno ao meu banheiro, e os


meus batimentos cardíacos imediatamente aumentam.

Pego meu celular do balcão.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Se ela não está


implorando, ele está fazendo algo errado. As damas sempre
vêm em primeiro lugar. Eu quero um nome.

Minha mão treme enquanto levo o celular e a minha bebida para a


banheira, e coloco ambos na borda enquanto deslizo na água fumegante.

Depois de secar meus dedos molhados na toalha enrolada em uma cesta à


minha esquerda, eu digito minha resposta.

BANNER: Brandon da calçada, para nunca mais repetir.

Viro meu celular com a face voltada para a borda da banheira e afundo na
água.
Logan definitivamente poderia me fazer implorar. Jesus, esta é a pior ideia
que já tive. O que me fez pensar que eu poderia não arruinar isso?

Quando recebi pela primeira vez uma mensagem do número de Logan


Brantley, estava vindo da casa da minha melhor amiga, Greer, que estava sem o
seu telefone celular, devido a uma merda muito louca. Greer, sendo a amiga
incrível que ela é, encontrou um bom samaritano que a deixou usar seu telefone
para me enviar uma mensagem, para que eu não enlouquecesse.

Mas em vez de falar com Greer quando mandei uma mensagem de volta,
eu peguei o bom Samaritano Logan Brantley, ex-fuzileiro dos EUA, cem por cento
caipira do Kentucky, e o oposto de cada homem que eu já conheci. Então, eu o
persegui online e vi sua foto. E não é nenhuma surpresa que eu continuei
enviando mensagens para ele?

Toco-me abaixo da superfície da água, desejando que eu tivesse pego um


brinquedo para ajudar a conseguir o orgasmo Banner muito rápido, pois não
posso fazer o trabalho sem ajuda.

Ajustando-me em uma posição mais confortável, deixo minhas pernas


caírem para os lados da banheira. O prazer passa através das minhas veias
quando eu imagino o proibido: Logan em cima de mim, socando em mim uma e
outra vez.

Meu celular vibra na borda da banheira. Mexo-me na água, e mais uma


vez seco meus dedos em uma toalha.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Estarei aí na sexta-


feira. É melhor que BRANDON da calçada tenha um nome
real quando eu chegar aí.

Meu coração bate forte e em um ritmo acelerado enquanto meu telefone


desliza dos meus dedos e cai no chão, sobre os azulejos de mármore travertino³ e
fora do alcance. Imóvel na banheira, eu olho para ele enquanto enlouqueço.
Não. Não é possível. Logan não tem motivos para vir à Nova York. Ele está
brincando. Tudo bem. Minha fantasia não virá à vida apenas para ser destruída
logo que eu o conheça. Nada vai acontecer. Posso mantê-lo na zona de segurança.
Chega de mensagens sacanas. Só pensamentos sacanas. Tudo bem.

Eu fico na água até ela esfriar, sem orgasmo à vista, porque meu cérebro
não vai parar de pensar nas possibilidades.

Ele deve estar brincando. Não tem como Logan Brantley de Gold Haven,
Kentucky, vir para Nova Iorque. Não há nada para se preocupar aqui.

Quando finalmente saio da banheira e me enrolo em uma toalha macia,


dou passos comedidos para recuperar o meu celular. Minha mão não está
tremendo quando eu o pego, eu digo a mim mesma.

Com o ritmo acelerado do meu coração aproximando-se de níveis que


ameaçam a vida, eu olho para a tela quando ela ilumina.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Qual é o seu endereço?

Puta Merda.
Capítulo 3

Logan

Tomo um gole da minha cerveja, pego minha chave de fenda e me inclino


sobre o motor do carro em que estou trabalhando. Meu aperto é forte contra o
aço, ao pensar que um homem se atreveria a tocar uma mulher sem seu
consentimento. O que há de errado com esses idiotas de Nova York? Não foi
assim que planejei contar a Banner que eu estaria na cidade, mas foda-se se essa
mulher não me tem nas suas mãos.

Banner.

Que raio de nome é esse para uma mulher, afinal?

Depois de um encontro com sua amiga Greer, eu sei exatamente que tipo
de mulher ela tem que ser, o tipo que está tão longe do meu alcance, que eu nem
deveria estar pensando nela.

E, no entanto, aqui estou, passando o tempo que preciso para transformar


os carros em dinheiro, enviando mensagens de texto para ela.

Se você me perguntasse há um mês, eu teria rido bastante com a ideia de


que eu teria algo com uma mulher que nunca conheci pessoalmente. Nunca
pensei em tentar o desastre do namoro online. Mas de alguma forma, eu acabei
sugado para algo que eu não sei como explicar, com uma mulher que vive a
milhares de quilômetros de distância.

Mas droga, estou intrigado com ela. Quando ela faz as perguntas sobre
um homem de verdade, me faz rir. Que tipos de homens vivem lá? Jesus cristo!
Estes imbecis fazem com que seja fácil se divertir com eles.

São os mesmos caras que me olhariam e veriam um ex-fuzileiro, um


caipira, sujo de graxa tentando ganhar meu sustento em uma cidade um pouco
assustadora. Aqueles caras de Wall Street nem sequer apertariam a minha mão.
Fodam-se eles.

Então, por que estou indo até Nova York para entregar um carro, em vez
de enviar em um reboque?

Porque eu tenho que conhecê-la. Eu preciso descobrir de uma vez por


todas que ela não é tão engraçada e fofa quanto ela parece nessas malditas
mensagens. A melhor maneira de arruinar uma fantasia é conhecer a realidade,
não é? E tenho certeza que ela vai torcer o nariz quando der uma olhada em mim.

Mas e se ela não fizer isso?

O fato de ela ainda não ter respondido a minha mensagem não caiu bem.
Isso é bom, porque um homem de verdade não tem medo de lutar pelo que ele
quer, e o que eu quero é me curar desse fascínio.

Pelo menos, é o que digo a mim mesmo. Se eu admitisse a verdade, seria


que suas mensagens parecem tirar um sorriso de mim todas às vezes, mesmo
quando eu estou olhando para o prazo infernal dessa restauração. De alguma
forma, o que quer que esteja acontecendo, me lembra de que há mais na vida do
que ganhar dinheiro.

Eu coloco a chave de fenda de lado e pego um pano para limpar minhas


mãos. Já terminei por esta noite.

Sobre o som ensurdecedor de Metallica, alguém bate na porta da


garagem.

Que diabos?

São quinze minutos depois das dez, e toda essa cidade sonolenta está
escondida, exceto pelos moradores que bebem e que estão na pista de boliche
para o jogo da quarta-feira à noite. A única razão pela qual eu estou acordado, é
para cumprir esse prazo ridículo, para que eu possa colocar o carro em um
reboque amanhã, e recolher o resto do meu dinheiro.

Eu vou até a porta do serviço, viro a fechadura e a abro.


—Maldito, Logan. O que uma garota tem que fazer para chamar sua
atenção nos dias de hoje? — Julianne Liefer está na porta com uma garrafa de
Wild Turkey4 e um balde de frango frito do Cluck You5.

—Você precisa de alguma coisa? —Pergunto enquanto o aroma atinge


meu nariz.

—Achei que você precisava de um jantar. Terminei um longo trabalho,


transformando o cabelo de uma cliente em uma maldita obra de arte, e ela
mandou que seu marido me trouxesse um pouco de frango frito e uma bebida
quando ele a pegou. Eu vi a sua caminhonete, então imaginei que eu poderia me
oferecer para compartilhar. Tem batata canoa, biscoitos e salada também.

O salão de Julianne fica em frente à minha oficina, e temos uma boa


amizade. As pessoas de Gold Haven, por brincadeira, referem-se ao seu salão
como Cortar uma cadela, em vez do nome real, Cortar melhor 6. Cortar uma cadela
é bem verdadeiro, quando se refere ao modo como ela trata as pessoas que a
irritam.

Julianne rompeu recentemente com o meu amigo Granger, e realmente


espero que ela não tenha decidido me usar como vingança.

Eu “tô fora”, mesmo que ela não seja como a maioria das mulheres nesta
cidade, apenas procurando um homem para cuidar delas. Julianne trabalha tão
duro quanto eu.

—Eu já jantei.

Ela me dá um olhar que diz, ah sério? — Um Hot Pocket7 não conta como
comida de verdade. — Ela desliza para mim, esmagando as bordas do balde de
frango entre nós.

—Você vai acabar se sujando com graxa se você não tiver cuidado.

4
Bourbon original do Kentucky.
5
Cadeia de restaurante, especializado em frangos.
6
Trocadilho de Cut it best por Cut a Bitch. Infelizmente perdido na tradução.
7
Sanduiches prontos e congelados. A sadia tem uma linha aqui no Brasil.
Ela olha para trás e pisca para mim. —Um pouco de graxa não vai
machucar uma mulher de verdade. Eu gosto de ficar suja.

A mensagem contundente de Banner volta para mim. Um homem de


verdade a faria pedir, não é? Eu sei que sim.

Ela falou certo, porque não há nada que eu goste mais, do que ter uma
mulher à minha mercê, implorando por alívio.

Olho para onde o meu telefone está, na minha caixa de ferramentas, e me


pergunto se Banner respondeu com seu endereço, ou se ela vai me mandar dar o
fora.

Não tenho muito tempo para pensar, porque Julianne coloca o balde de
frango na bancada de trabalho, e puxa dois banquinhos. Ela abre a tampa do Wild
Turkey e toma um gole antes de passá-lo para mim.

—Hoje foi uma merda. Um dos meus cabelereiros discutiu com a minha
pseudo-esteticista e os dois saíram, deixando-me sozinha para lidar com a
confusão de compromissos que haviam agendado. Eu poderia ter ido para casa e
comido meu frango frito sozinha no meu sofá, mas isso me deixaria com o humor
ainda pior do que eu estou agora, então, apenas me faça rir, Logan.

Pego a garrafa dela, e fecho a tampa antes de pegar um pedaço de frango


do balde.

—Pelo menos você não precisa se preocupar que estou usando comida
para tentar prendê-lo como Emmy Harris. Eu quero apenas uma companhia.

Eu quase engasgo quando dou a primeira mordida no frango, com a


menção a Emmy Harris, gerente do Comida Caseira, que trazia bolinhos de maçã e
torta de pêssego para a oficina regularmente. Isso começou inocentemente cerca
de nove meses atrás, quando fiquei tão ocupado, que não tinha tempo para ir
para casa cozinhar, e acabei indo todos os dias da semana para o Comida Caseira,
que ficava perto.
Emmy me convenceu a levá-la ao cinema algumas vezes, e jantar em outro
lugar que não fosse o restaurante em que ela era gerente. Mas quando ela
começou a deixar dicas sobre querer me ver exclusivamente, e falar sobre como a
casa que ela está construindo seria ótima para uma família, eu recuei. Eu pensei
que fôssemos amigos, mas ela parece ter desenvolvido ideias diferentes. De
qualquer forma, ajudou que eu estivesse muito ocupado para ir a um encontro,
então, minhas desculpas para ela, não foram mentiras completas.

Especialmente desde que eu preferia trabalhar duro e fazer pausas


aleatórias, para enviar mensagens de texto para uma mulher que eu nunca
conheci.

Sim, não tenho explicação para isso.

Quanto mais eu penso nisso, enquanto escolho um pedaço de frango


gorduroso, eu decido que há algo seriamente errado comigo. Eu tenho mulheres
de carne e osso em Gold Haven, que entendem exatamente o tipo de homem que
eu sou, mas aqui estou eu, me preparando para dirigir até Nova York, porque
preciso satisfazer minha curiosidade sobre Banner. Ela é de um mundo
totalmente diferente, e não temos uma maldita coisa em comum, mas mesmo
esse conhecimento, não me impede de ir.

Julianne coloca outra dose de Wild Turkey, não esperando ou aguardando


minha resposta, o que é inteligente. Eu não tenho muito a dizer quando meus
pensamentos estão todos em torno de Banner.

Por que estou empurrando isso com ela?

Porque há algo sobre ela que não consigo tirar da minha cabeça.

Uma viagem. Um encontro. Isso é tudo que eu preciso, e vou saber


exatamente como isso foi ridículo desde o começo.

Meu telefone vibra em cima da tampa aberta da minha caixa de


ferramentas, e Julianne e eu olhamos para ele.

—Alguém que vai ficar com ciúmes por eu estar sentada aqui?
Banner ficaria com ciúmes? Não faço a menor ideia. Limpo minhas mãos e
o pego.

Em vez do endereço que eu pedi, recebo uma mensagem diferente.

BANNER NYC: você está falando sério?

Eu lhe dou a verdade.

LOGAN: Sim. Sexta-feira. É hora de nos encontrarmos


pessoalmente.

Espero por um momento, mas quando sua resposta não vem


imediatamente, coloco o telefone em seu lugar e respondo a Julianne.

—Uma amiga.

—Ela sabe que te ilumina assim? Ou que ela é uma cadela de sorte por
causa disso?

—Ela não está em discussão.

Julianne assobia enquanto agarra outro pedaço de frango. —A Emmy sabe


sobre essa concorrência?

—Isto não é da conta de Emmy.

Julianne levanta uma sobrancelha. —Então... quem é a mulher misteriosa?


Eu a conheço?

Finalmente, seguro a garrafa de Wild Turkey, retiro a tampa, e despejo na


caneca de café vazia que ainda estava sem ser lavada do meu último café esta
tarde. —Não.

—Bom, seja difícil. Tenho certeza que vou descobrir de uma maneira ou
de outra. —Ela faz uma pausa, e a encrenqueira nela ganha vida. —Você falou a
ela que está com outra mulher agora?
Eu lhe dou um olhar bravo. Se eu não tiver cuidado, Julianne vai espalhar
meu segredo por toda a cidade. Ela é a rainha da fofoca e não quero ter nada a
ver com isso.

—Não há nada para contar. Você mesma disse isso. Esta era uma
alternativa melhor do que ir para casa sozinha, e perceber que acabou com a
melhor coisa que já aconteceu com você.

Os ombros de Julianne endurecem. —Granger Ryan não foi o melhor que


já me aconteceu. Eu fui a melhor coisa que já aconteceu para ele. Ele
simplesmente não conseguiu tirar a cabeça do rabo tempo suficiente para
apreciar o que ele tinha, então, ele perdeu.

Meu amigo Granger, o chefe de bombeiros desta cidadezinha, ainda está


chateado com a forma como ela entrou na estação e disse que estava tudo
acabado, na frente de todos os seus bombeiros voluntários.

De qualquer forma, o assunto sobre quem me enviou mensagens de texto


acabou.

Agora, eu só tenho que pegar o endereço de Banner para que eu possa


localizá-la assim que este carro estiver nas mãos de seu dono.
Capítulo 4

Banner

Arrasto Sofia para o meu apartamento quando ela bate na minha porta na
quinta-feira à noite. Este é absolutamente o pior momento para não ter minha
melhor amiga por perto para desabafar, mas eu tenho que contar a alguém.

—Peço desculpas antecipadamente, mas você tem que ouvir tudo o que
eu disser e me dizer o que fazer. —Porque claramente, eu não posso confiar em
mim mesma para tomar decisões racionais sobre esse homem, eu adiciono
silenciosamente.

—O que está acontecendo? — O sotaque de Sofia é mais pesado do que o


normal por sua confusão.

—Você se lembra do cara com quem eu troquei mensagens?

—Aquele com quem você torturou a Sra. Frances por semanas?

—Eu posso contestar o uso da palavra tortura, mas sim. Ele. Ele está vindo
para Nova York. Amanhã.

—Aqui? Em Nova York, aqui?

—Sim. Aqui. Nova York. Manhattan. E não sei o que fazer. Socorro.

Raramente minha confiança era totalmente abalada, mas essa situação é


uma anomalia. Era para Logan ficar dentro da minha caixinha mágica chamada
telefone, onde eu sinto que ainda estou no controle, porque no segundo em que
tornar-se real, em carne e osso, todas as apostas serão lançadas.

—Você tem que conhecê-lo. Quero dizer, você não pode perder essa
chance.
—Eu não posso! Eu vou estragar tudo, e então... —Eu parei antes que eu
pudesse admitir que seria uma perda inestimável se eu o perdesse da minha vida.
Mesmo neste curto tempo, eu me apeguei a tudo o que temos.

—E então, o quê? O que você poderia estragar? Não é como se você


estivesse planejando se casar com o cara ou algo assim, não é mesmo?

A pergunta de Sofia me deixa gelada e me faz retornar ao passado.


Murmuro uma resposta enquanto sigo para a cozinha e pego minha garrafa de
vodca no congelador. Sofia é russa, eu acho, então ela pode aguentar isso.

Algum dia, serei capaz de enfrentar a ideia de casamento, sem pensar na


mãe de Livingston Armstrong dizendo a ele que eu sou o tipo de garota que você
fica em uma casa de fraternidade, não o tipo de garota que você traz para os
Hamptons para conhecer a família.

Eu deveria saber que com um nome como Livingston, ele seria um imbecil
pretensioso.

O resto da memória se repete na minha cabeça como se tivesse


acontecido ontem.

—Mas ela é de uma ótima família, mãe.

A arrogante Sra. Armstrong não se importava. —Ela pode ser de uma


boa família, mas isso não significa que ela seja farinha do mesmo saco. Essa
garota é problema. Anote minhas palavras. Aproveite a vida com ela, e então
encontre uma boa garota para se estabelecer. Sua mãe deve estar tão
envergonhada por ter uma filha tão impetuosa e sem classe. Não a traga de volta
aqui.

Livingston abaixou o seu olhar para o colo quando sua mãe olhou para
cima e me pegou observando-os ao virar da esquina. Ela não retirou uma única
palavra ou pediu desculpas. Não, em vez disso, inclinou a cabeça e ergueu uma
sobrancelha.

Puta.
Livingston não conseguiu aproveitar a vida comigo. Eu disse a toda à
população feminina em Amherst8, que seu pau era pequeno demais para se
incomodarem, e ele teve que procurar garotas de outras faculdades para namorar
até a formatura.

Essa foi à última vez que me permiti pensar sobre o meu futuro com um
único cara.

Eu não sou do tipo que se casa, e enquanto eu lutava para não pensar nas
palavras ferinas da Sra. Armstrong, ela me feriu com uma frase que era
verdadeira. Minha mãe estava envergonhada, não só sobre eu ser impetuosa e
sem classe, mas também sobre o fato de que eu me recusei a ir ao MIT 9, e seguir
os passos dos meus pais.

Acabei em Amherst, para sua decepção, e eles basicamente lavaram suas


mãos comigo depois disso. Então, ao invés de me tornar uma pequena cientista
estudiosa, me tornei outra coisa, com uma vida de festas e sem intenção de me
estabelecer.

—Banner? Você está me ouvindo?

Eu me viro com a garrafa de vodca na mão e sacudo a minha cabeça me


livrando do passado. —Desculpe, me distrai. O que você disse?

—Você está preocupada de que ele não goste de você? Não tenho certeza
que isso seja possível. Os homens te amam. Todos eles.

—Os homens amam meus peitos, bunda e boca suja. —Respondi com
meu tom irreverente. Meu orgulho não me deixaria admitir que estou
aterrorizada que Logan Brantley não goste do resto de mim.

Estou sendo ridícula. Ele que se lixe se não gostar de mim. Eu sou incrível.

Lembro-me que não me importo com o que os outros pensam, muito


menos com um cara que provavelmente nunca mais verei.

8
Faculdade privada em Massachusetts.
9
Instituto de Tecnologia de Massachusetts é uma universidade privada de pesquisa localizada em Cambridge,
Massachusetts.
Por que estou surtando com isso, afinal?

Tomando um gole diretamente da garrafa, eu me concentro na queima


suave da vodca escorregando pela minha garganta e anuncio: —Vamos sair.

Sofia joga as duas mãos no ar, e eu sei que ela precisa sair hoje à noite
tanto quanto eu. —Posso me trocar em seu banheiro? Não queria que a Sra.
Frances me visse vestida vulgarmente. Suas palavras, não as minhas.

Eu sorrio. —Sim, definitivamente. Vá colocar suas coisas de vadia.

Ela ri como a garota de vinte e dois anos que é, e que é tão fácil esquecer,
e faz uma pausa antes de virar em direção ao banheiro. —Minha saia é tão curta,
que não vamos pagar por bebidas a noite toda. Pode não resolver a sua questão
sobre o cara, mas não vai doer.

—Eu vou me preocupar com ele amanhã.


Capítulo 5

Logan

Ainda não recebi uma mensagem com o endereço de Banner, enquanto


carrego o Road Runner para sair antes do sol nascer amanhã de manhã. Tenho
uma ideia na cabeça de puxar alguns favores, e descobrir sozinho onde ela mora
se ela não responder. Eu não vou perder essa chance apenas porque ela, de
repente, está com medo. Além disso, essa não é a mulher que eu conheço. Ela
encara a vida de frente.

Quando aperto a última correia de segurança, eu decido que não vou


deixá-la perder a coragem. Mesmo sem o endereço dela, vou encontrar Banner e
satisfazer minha curiosidade. Independentemente de qualquer outra coisa que
aconteça ou não, o mínimo que posso fazer, é mostrar a ela como um homem de
verdade trata uma mulher.

Como se eu tivesse evocado isso através dos meus pensamentos, meu


celular soa com uma mensagem de texto.

Pego-o, e sorrio com o canto dos meus lábios.

É um endereço. Uma segunda mensagem vem imediatamente depois.

BANNER NYC: Não vamos nos encontrar na minha casa.

Digito minha resposta.

LOGAN: Você não confia em mim.

BANNER NYC: Talvez eu não confie em mim.

Bem, agora, isso é um progresso inesperado.


LOGAN: Talvez eu seja corcunda, caolho, e com
minúsculas mãos de T. Rex.

BANNER NYC: Impossível. Eu vi sua foto.

LOGAN: Como?

Não tem como Greer ter mandado uma para ela, porque ela estava
usando meu telefone, e eu li a mensagem que ela enviou a Banner. Então,
quando uma foto antiga dos meus dias como fuzileiro aparece na tela do meu
celular, fico um pouco surpreso.

LOGAN: Você está me perseguindo?

BANNER NYC: Você mudou muito desde então?

LOGAN: Eu não carrego uma M16 para todos os lugares.

BANNER NYC: Não, mas eu aposto que você tem um pacote


abaixo do cinto. Pelo menos, é o que eu suponho...

BANNER NYC: Eu não quis dizer isso. Eu estou bêbada.


Ignore tudo.

Agora a coisa está ficando interessante. Tenho cuidado de manter minhas


mensagens para ela no lado amigável da balança, mas Banner insinuou mais
agora, duas vezes. É hora de parar com os jogos e puxá-la para a realidade.

LOGAN: Você está me imaginando nu?


Capítulo 6

Banner

—Eu acho que acabei de cometer um erro terrível.

Enquanto Sofia retornava do banheiro, suas elegantes sobrancelhas


marrons se juntaram. —O que você quer dizer? —Ela olha para os copos vazios
entre nós. —E o que aconteceu com a minha bebida?

—Eu bebi. Isso foi uma emergência. —Seguro o meu celular. —Eu
basicamente disse a ele que eu penso nele nu.

Os olhos azuis de Sofia se alargam enquanto olha para mim. —Eu pensei
que você havia dito nada de mensagens enquanto estivéssemos bêbadas?

Eu dou de ombros e olho para o copo vazio. —Você me deixou sem a


supervisão de um adulto.

Ela desliza na cadeira em nossa mesa e ri. —Você é a adulta aqui, Banner.
Quantos anos você é mais velha do que eu? E por que isso importa, afinal? Você é
a rainha das mensagens sacanas.

—Você não pode estar seriamente me pedindo para fazer contas agora, e
isso importa porque eu não estava fazendo isso com ele. Eu estava tentando a
coisa de amigo.

Sofia me olha como se eu não estivesse falando em inglês. —Eu não


entendo.

Eu traço a borda do copo com meu dedo indicador, hesitando antes de


falar. —Eu sou basicamente boa em três coisas quando se trata de caras. Falar
sujo, uma ficada de uma noite e a caminhada da vergonha. E então há Logan. Ele
é o primeiro que falou comigo sem ser só para me foder. Ele nunca pediu para
enviar uma foto dos meus peitos. Ele realmente gosta de mim, e sem saber se eu
me pareço com a Cruella de Vil 10. Ele é... diferente. Então pensei que isso
significava que o que ele e eu estamos fazendo seria diferente. Mas não pude
evitar. Eu tinha que estragar tudo.

Eu olho para o bar ao invés de fazer contato visual com Sofia, mas meu
olhar volta para ela quando pergunta: —Ele tem um irmão? Eu poderia aproveitar
alguns diferentes também.

—Nós não chegamos tão longe. Talvez nunca cheguemos. Ahh, eu sou
péssima nisso.

Sofia aponta para o meu celular, que repousa na mesa entre nós. —Você
vai responder a ele?

—Eu tenho, não é?

—Ele vem aqui amanhã?

—Sim.

—E onde você vai encontrá-lo?

—Eu dei-lhe o endereço do Tapas Bar, na esquina.

—Mesmo?

Sua pergunta me faz reconsiderar a minha escolha. —Péssima ideia?

Sofia deu de ombros. —Se ele é tão diferente, talvez o Tapas não seja sua
melhor escolha. Você descobrirá amanhã, eu acho. Preciso de outra bebida, e não
vou esperar pela garçonete lenta. Não faça nada ridículo enquanto eu estiver
fora.

—Claro que não. —Digo com um tom indignado.

10
Personagem malvada do desenho 101 dálmatas.
Toco a tela do meu telefone assim que Sofia sai, e olho para a mensagem
de Logan.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Você está me


imaginando nu?

Estou tão ferrada, porque definitivamente estou imaginando ele nu agora.


Todas as minhas resoluções sobre como isso deveria ser diferente, não fazem
com que meus dedos parem de voar pela minha tela, com o álcool induzindo a
verdade. Já estraguei tudo. E pelo menos eu estou sendo sincera.

BANNER: Somente quando eu gozo.

Sua resposta chega em segundos.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Porra. Você não deveria


ter me contado isso, porque agora estou pensando em você
também.

BANNER: Isso é ruim?

LOGAN REAL MAN BRANTLEY: Me diga você.

Oh. Bem. Humm.

BANNER: Acho que vamos descobrir quando você chegar


aqui.
Assim que cliquei em enviar e li as mensagens anteriores, uma onda de
excitação caiu sobre mim, pois finalmente vou conhecê-lo pessoalmente. Mas há
uma pontada de arrependimento com ela. Quais são as chances de que eu possa
quebrar meus velhos hábitos com ele, e não terminar com a caminhada da
vergonha?

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Acho que sim.

O que isso significa? Ele acabou de jogar de volta para mim? Ahh, este
homem me tem caidinha.

Eu pauso, meus polegares acima do teclado do meu celular, sem saber


como responder.

Sofia retorna, me salvando de estragar ainda mais isso, falando demais. —


Ei! Encontrei uma amiga. Ela está servindo doses no bar.

—Doses? Eu poderia tomar umas doses. —Minha voz soa


extraordinariamente alegre, até mesmo para mim.

Quando nos dirigimos para nos juntarmos à amiga de Sofia, eu decido que
mais álcool é a maneira perfeita para me ajudar a descobrir como lidar com Logan
amanhã... embora possa não ser o mais inteligente.

***

Eu acordo na minha própria cama, mas não estou sozinha. Felizmente, a


cabeça escura no travesseiro ao meu lado pertence a Sofia. Recordo vagamente
que ela nos levou para um táxi por volta das três da manhã.
Graças a Deus que é fim de semana, ou eu estaria ligando para o trabalho
dando uma desculpa novamente, o que provavelmente resultaria em minha
demissão. E, de alguma forma, isso não soa como a pior coisa do mundo, com
exceção do fato de que eu estaria falida por um tempo.

Não, não posso perder esse emprego. Eu tenho que ficar por mais seis
meses, e então vou estar pronta.

Eu rolo e balanço minhas pernas para o lado da cama, demorando um


tempo enquanto me seguro, tendo certeza de que não vou cair de cara no chão.
Com o equilíbrio readquirido, me arrasto para o banheiro para encontrar minha
bolsa de mão no balcão.

Mais por hábito do que qualquer outra coisa, eu a abro e retiro meu
telefone celular. Duas mensagens de Logan estão esperando.

Uma onda familiar de excitação me inunda quando vejo seu nome na tela.
Em vez de desbloquear meu celular para ler a mensagem, forço-me a ir para o
chuveiro, para me livrar da fumaça e da sujeira do clube da noite passada. Meu
cabelo parece ter sido arrumado por uma criança de dois anos, e as manchas de
delineador devem me qualificar para o status de guaxinim honorário.

O vapor do chuveiro derrete tudo, e felizmente, meu estômago não está


com raiva de mim pelo o que eu coloquei nele. Eu me apresso para me ensaboar,
lavar e condicionar, porque preciso saber o que Logan disse. Agora mesmo, ele
está em algum lugar entre Kentucky e Manhattan. Ansiedade e apreensão lutam
em partes iguais em meu peito.

Eu gosto desse cara.

Essa é a parte assustadora. Eu não sei como é o seu pau, ou a sua posição
preferida na cama, mas eu gosto dele como pessoa. Isso não é algo que eu tenha
sido capaz de dizer há muito tempo.

Logan e suas mensagens não fazem parte da minha vida há muito tempo,
então, como os dois se tornaram importantes tão rápido?
Esta noite não pode ser o fim.

Eu não vou a nenhum encontro de uma noite com ele.

Certa da minha decisão, desligo a água e pego a minha toalha. Sentindo-


me confiante sobre a minha nova determinação, desbloqueio meu celular, e as
mensagens aparecem na tela.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Essas são coisas que eu


prefiro discutir pessoalmente.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Dorme um pouco,


Banner. Você vai precisar.

Oh Deus! O que foi que eu disse? Após muitas doses, pensei ter dito para
Sofia ficar com o meu celular. Eu rolo para cima através das mensagens que enviei
para ele.

BANNER: Então, anal... Preciso ver o equipamento


primeiro. Ser grande conta muita coisa.

Meu estômago torce e vai parar nos meus pés.

Sofia não ficou com o meu celular. Jesus Cristo! Isto é um acidente de
trem.

Além disso, perguntei se ele estava aparado ou não. Se ele gostava que
tocasse suas bolas enquanto era chupado. Se ele puxaria meu cabelo.

Olho para cima e me vejo no espelho. Toda a cor drenou do meu rosto, e
estou fazendo uma ótima personificação de um rato albino afogado. Isso é, se os
ratos albinos tivessem coloristas fabulosos.

Meu olhar volta para o celular enquanto leio o resto do estrago. Logan
desviou de todas as minhas perguntas, mas ele não foi rude ou desagradável.
Como eu vou encarar ele depois de tudo isso? O que ele deve pensar de
mim?

Com meu estômago ainda enjoado, eu vagueio pela minha sala de estar, e
confusa me enrolo no sofá com meu cobertor.

Se eu estivesse preocupada em estragar tudo antes... missão cumprida.


Essa é minha própria forma de auto sabotagem? Talvez eu esteja tão assustada
que eu realmente goste de Logan, que eu quero ter certeza de que não há
nenhuma maneira possível de que isso possa realmente dar certo?

Isto é o que acontece quando você sabe que precisa de um psiquiatra,


mas se recusa a ir a um. Você se analisa sozinha e faz um trabalho péssimo.

Preciso de uma voz de razão. Preciso de Greer, mas não consigo falar com
ela porque ela está muito ocupada resolvendo sua própria vida agora.

Agarrando um travesseiro, coloco-o sobre minha cabeça e gemo.


Capítulo 7

Logan

A viagem à Nova York é longa e me dá muito tempo para pensar. O que


diabos estou fazendo?

Gostaria que Banner não tivesse capturado minha atenção como ela fez,
mas como não poderia? Inteligente, sarcástica, confiante e engraçada pra
caramba. Ela não está procurando um homem para cuidar dela, porque ela tem o
mundo na palma das mãos.

Então, o que um cara como eu pode oferecer a uma mulher que tem
tudo? Pelo rumo que nossas mensagens tomaram ontem à noite, está claro que
tenho pelo menos uma coisa para lhe oferecer.

Ela poderia estar bêbada, mas é quando se está assim que a verdade é
falada. Eu queria ser uma mosca quando ela lesse as mensagens esta manhã.
Banner não apenas cruzou a linha. Ela a pulverizou.

Eu não estou chateado com isso, mas até eu encontrá-la pessoalmente,


estou me impedindo de fazer julgamento.

Meu objetivo para esta noite? Ter um tempo incrível com ela,
independentemente de nós acabarmos nus ou não. E se acabarmos assim, é
melhor acreditar, eu vou deixá-la me comparando com todos os homens que ela
já experimentou. Isso é o que um homem de verdade faz.

Banner ficou em silêncio durante todo o dia, e estou começando a me


perguntar se ela mudou de ideia. Isso me pegaria de surpresa? Claro que sim. Eu
deixaria por isso mesmo? De jeito nenhum. Se ela não está interessada em nada
além de uma bebida e uma refeição, essa é a decisão dela. Mas não tenho como
deixá-la perder a coragem antes de chegar a me encontrar cara a cara com ela.
Decisão tomada, volto a minha atenção para a estrada.
Capítulo 8

Banner

Depois que Sofia foi para sua casa, mudei de roupa quatorze vezes, e
agora parece que a 5ª avenida está toda espalhada no meu quarto.

O que você usa quando está tentando provar que você não é vadia e fácil,
apesar de suas mensagens de texto enquanto estava bêbada na noite passada?
Estou sem ideia. Seis vestidos, dois pares de jeans, quatro saias, dois macacões (o
que eu estava pensando quando comprei isso?), e inúmeras camisetas, camisas,
blusas e suéteres, estavam espalhados por toda a superfície plana e nem tão
plana do meu quarto.

Vou com roupa casual? Sexy? Insinuante? Chata?

Mais uma vez gostaria que Greer estivesse aqui para que ela pudesse
ajudar a me vestir. O que Greer vestiria?

Minha melhor amiga é elegante ao mais alto nível, então, provavelmente


ela iria com um dos vestidos mais conservadores. Ou, possivelmente, uma
combinação de saia e blusa.

Mas, novamente, eu não sou Greer.

Olho para os vestidos na minha cama e fecho meus olhos.

—Minha mãe mandou eu escolher este daqui. — Eu estendo a mão e pego


um punhado de tecido, e decido que seja o que for, eu vou usá-lo. Eu tenho
pouco mais de trinta minutos para terminar de me arrumar, então eu preciso
correr.

Abro meus olhos e olho para o que escolhi.


Um vestido com mangas compridas, verde oliva, com botões dourados e
um cinto. Tirei-o do meu armário com capricho enquanto imaginava Logan no seu
uniforme.

Eu realmente quero usar isso? Provavelmente é o menos sexy de tudo que


eu tenho, mas talvez seja exatamente por isso que é perfeito.

Porque eu não vou fazer sexo com Logan Brantley.

Visto sobre a lingerie preta, que nem sequer é de renda, antes de alisar
tudo e colocar o cinto. Eu pareço... conservadora. É como uma anti-Banner.

Eu digo a mim mesma que desabotoar o botão superior, faz com que
pareça um pouco mais Banner, mas ainda conservadora. Não como quando
desabotoei os três primeiros botões enquanto o experimentava na loja, para que
o decote escondesse meu sutiã.

Os acessórios clássicos completavam o meu look, e meu cabelo cai


encaracolado pelas minhas costas. Peguei minhas botas pretas favoritas que vão
até o joelho e um casaco preto.

Eu pareço muito Nova Iorquina.

Meu reflexo combina com o fato de que o cara que vou encontrar, é o
oposto completo de tudo em Nova York, e é exatamente por isso que estou tão
fascinada por ele.

Exceto que agora, não tenho certeza de que vou ser capaz de olhar para
ele nos olhos, após as minhas mensagens de ontem à noite. Com qualquer outro
cara, enviar mensagens sacanas ou insinuantes não me incomodaria. Isso é quem
eu sou, a menina que não tem medo de dizer todas essas coisas sacanas e segui-
las. Mas por algum motivo, o que Logan pensa de mim realmente importa, e eu
não quero que ele me coloque nessa categoria.

Então, por que eu fiz isso?

Porque sou uma idiota que não deveria ficar perto de uma garrafa de
vodca sem a supervisão de um adulto.
Eu não vou ficar chocada pelo que isso significa, pois estou
completamente por fora. Eu nunca antes quis impressionar alguém, estava apenas
sendo eu mesma.

Pelo amor de Deus, preciso parar de pensar tanto.

Tenho que me livrar desses pensamentos, então limpo a bagunça de


roupas, e certifico-me de que minha cama esteja feita. Por que estou me
incomodando? Não vamos dormir juntos. Ainda assim, levo um tempo para
examinar tudo novamente antes de olhar para o relógio.

É hora de ir.

***

Por que eu escolhi este lugar? Quando entro no Tapas Bar, questiono essa
decisão e todas as outras que eu fiz na minha vida, desde que recebi aquela
primeira mensagem de texto do número de Logan Brantley. Ele não é o tipo de
cara do Tapas. Ele é mais de bife, batatas e comida de homem. Ou comida de bar.
Qualquer coisa, exceto o Tapas.

Estou me castigando por ser uma estúpida absoluta, e não penso nisso
enquanto a anfitriã me leva para uma mesa na parte da frente, onde terei uma
visão da porta. Verifico o meu celular e a hora a cada trinta segundos.

Quando ele vibra, eu congelo.

SOFIA: Boa sorte esta noite. A Sra. F diz para você manter
as pernas fechadas.

Pelo menos isso me faz sorrir. E provavelmente, é um dos melhores


conselhos que já recebi. Obrigada, Frau Frances.
Esta noite, estou decidida a não deixar minha atitude normal de jogar-
cautela-ao-vento em rédea solta, porque cada vez que eu faço isso, eu caio em
meus velhos hábitos. Não vou fazer isso com Logan. Não mesmo. Eu não vou.

A porta se abre e eu prendo a respiração.

Não é ele.

Ela abre de novo e de novo pelos próximos catorze minutos, e nenhuma


das pessoas que entram em cena, parecem com o cara na foto com o qual estive
conversando por quase todas as noites durante as últimas semanas.

Finalmente, quinze minutos depois da hora que combinamos que nos


encontraríamos, Logan Brantley entra no Tapas Bar. Todos os palavrões
conhecidos, e vários outros que tento improvisar, tocam meu cérebro.

Isso não é justo. Logan Brantley é ainda mais sexy quando não está vestido
com farda camuflada e carregando uma grande arma. Mais de uma cabeça vira
em sua direção. As mulheres giram seus cabelos, descruzam e recruzam as pernas
enquanto ele aproxima-se do posto da anfitriã.

Uma luz de possessividade acende dentro de mim junto com uma energia
nervosa, e meu coração bate forte. Recuem, cadelas. Ele não está aqui por vocês.

Eu ouço o baixo som de seu sotaque enquanto ele fala com a anfitriã. Ela
gesticula na minha direção, e ele se vira. Olhos azuis penetrantes me acham na
mesa onde um copo de água solitário está na minha frente.

A coragem líquida definitivamente deveria estar no menu. Por que eu não


pedi uma bebida?

Porque eu sou uma idiota. Porque eu pensei que poderia lidar com isso.

Agora meu coração está batendo tão alto, minha voz provavelmente será
inaudível, ou pior ainda tremerá quando eu falar.

Logan anda em minha direção com passos largos e seguros. Ele é mais alto
do que eu imaginava. E maior. Em todas as partes. Ele está vestindo uma Henley
preta11 esticada no peito, não deixando nenhuma dúvida sobre o fato de que o
homem é bem constituído. E o jeans dele. Jesus. Eles são desgastados e
confortáveis em todos os lugares certos.

A foto que encontrei claramente não era recente, e não é apenas o fato de
que seu cabelo castanho está mais longo e mais majestoso. Ele é um daqueles
homens que envelhecem bem.

Logan para na minha frente quando chega na mesa alta do bar. Ele não diz
nada enquanto seu olhar cai para a ponta das minhas botas, e arrasta para cima
por cada centímetro do meu corpo.

—Você é uma mulher difícil de encontrar.

Seu sotaque é absolutamente delicioso. O timbre profundo chega até o


meu cerne, e eu me encontro cruzando e descruzando minhas pernas, assim
como o resto das mulheres neste bar.

—Eu lhe dei o endereço. —Eu banco a casual, e felizmente minha voz não
treme.

—E para um cara que teve que estacionar uma caminhonete cabine dupla
e um reboque, Deus sabe onde, esse endereço era um desafio.

Juro que sinto todo o sangue drenar do meu rosto. —Oh droga! Eu sinto
muito. Nem pensei...

—Não importa. Estou aqui. Você está aqui. —Ele estende a mão. —Logan
Brantley. É bom finalmente conhecê-la pessoalmente, Sra. Banner...

Isso me atinge, porque através de todas as nossas mensagens, eu nunca


disse a ele meu sobrenome. —Regent. — Eu deslizo minha mão na sua quando
ele fecha seus dedos largos ao redor.

11
—Banner Regent. —Ele diz devagar, testando meu nome.

Minha calcinha preta nada sexy, não vai sobreviver ao jeito que ele rola a
língua naquele sotaque. Todas as coisas sacanas que eu enviei na noite passada
estão de volta na minha cabeça e nas minhas partes femininas.

Não. Eu atiro um sinal mental.

Enquanto meu cérebro está sendo puxado em direções opostas, Logan


está esperando que eu responda.

—Você vai odiar o Tapas. —Deixo escapar.

—Eu nem sei o que são Tapas.

—Deveríamos sair daqui.

Ele levanta uma sobrancelha escura. —E ir para onde?

Minha reação instintiva é levá-lo para casa e foder pra caramba com o que
poderia ser o primeiro Homem de verdade que já conheci. Mas isso não vai
acontecer.

Mantenha suas pernas fechadas, Banner.

—Você já foi a Times Square?

Ele balança a cabeça. —Não. Nunca estive em Nova York antes de hoje.

Eu sorrio enquanto encontro à maneira perfeita de me manter longe da


cama com Logan Brantley.

—Então é melhor torná-la memorável.


Capítulo 9

Banner

Não é estranho quando você mora em um lugar turístico, e você não faz
nada das coisas turísticas, até que alguém de fora da cidade vem lhe visitar? Eu
sempre fui uma nova-iorquina, então, a menos que haja algum motivo específico
para estar lá, evito Times Square como a peste.

Mas não esta noite.

Esta noite eu preciso estar mais longe do meu apartamento do que deste
bar, e o que quer que esteja acontecendo entre Logan e eu, devo manter sob
controle, antes de ceder à vontade de montá-lo. Banner má

Ele pode pensar que é uma ideia boba, mas não consigo pensar em um
lugar menos provável para que eu salte sobre o homem incrivelmente sexy, do
que na gigantesca avenida.

Eu paro um táxi e Logan abre a porta amarela. Eu dou instruções para o


taxista enquanto entro.

Quando Logan sobe ao meu lado, a parte de trás do táxi diminui. Não só
Logan Brantley é maior do que a maioria dos caras com quem compartilhei a
parte traseira de um táxi, há outra coisa. Vai além do tamanho e da presença.
Logan Brantley tem isso em abundância, e estou apertando minhas coxas em um
esforço para matar a dor que está se construindo lá.

Eu tenho que começar a falar, ou Deus sabe o que vou fazer.

—Isso pode parecer pouco ortodoxo e provavelmente não era o que você
esperava, mas em vez de entrar em uma churrascaria cara e ficar horas
esperando por uma mesa, onde você poderia realmente obter comida para
homem, eu tomei uma decisão de fazer algo completamente diferente.
Ele me observa enquanto divago, e aquele intenso olhar azul não está me
ajudando a parecer coerente.

—O que você tinha em mente?

—Há um enorme bar esportivo na Times Square, e pensei que seria


divertido.

Ele acena, seus olhos nunca deixando os meus. —Eu posso lidar com isso.
—Ele faz uma pausa. —No entanto, você não parece o tipo que gosta de bares
esportivos.

É uma observação justa, especialmente porque ele está certo.

—Fui a muitos bares esportivos. —Digo a ele. —Eu sou uma nova-
iorquina, afinal de contas, então eu tenho os Mets, os Yankees, Giants, Knicks e
Rangers12 para animar.

—Você gosta de assistir esportes? —Seu tom é mais do que um pouco


surpreso.

É o momento da verdade. Eu minto e finjo que sou algum tipo de fã de


esportes? Ou eu apenas admito que só vou com amigos quando estamos
bebendo e ignoro o jogo? Eu nunca menti para impressionar um cara antes, e eu
não vou começar agora.

—A menos que alguém consiga um camarote em um jogo, eu realmente


não vejo nenhum esporte. E vou pela atmosfera.

—Justo. Não costumo ter tempo, mas tento assistir um jogo na TV de vez
em quando.

Como esperado, o taxista fica preso no trânsito enquanto se dirige para a


Sétima Avenida, mas Logan mantém a conversa.

—Que tal um fliperama? Não consigo imaginar você jogando videogames.

12
Ela cita os times de baseball, basquete.
Eu respondo com uma sacudida de cabeça antes de elaborar. —Nunca na
minha vida. Mas eu posso jogar um jogo decente de bilhar, e ligeiramente
passável num jogo de pebolim.

—Então, esta será uma experiência para nós dois. — Seu sorriso muda
para um sorriso malicioso. —Poderia fazer uma aposta em um jogo de pebolim.
Eu sou mais do que passável.

Eu gosto da sugestão de desafio em suas palavras, e retribuo com um


olhar descarado. —Oh, você vai ficar arrogante agora? Apenas espere.

O taxista interrompe da frente. —Vocês querem descer aqui? Nessa


confusão será mais rápido ir andando.

—Claro, tudo bem. —Eu dou uma nota de vinte através do vidro,
enquanto Logan ainda está procurando por sua carteira. Ele abre a boca para
protestar, mas eu aceno. —Você pode comprar as primeiras moedas.

Ele acena com a cabeça. —Vou comprar todas as moedas.

A mão de Logan agarra a minha enquanto me ajuda a sair do táxi. Ele


libera seu controle quando eu piso na calçada, mas eu as sinto novamente na
parte inferior das minhas costas ao avançarmos em direção à entrada.

O caipira do Kentucky é um cavalheiro. Isso não deveria me excitar, mas


excita. Afasto esses pensamentos enquanto ele faz uma pausa para reparar nos
edifícios atrás de nós.

—Parece exatamente com o que vemos na TV. Todas as luzes. Grandes


edifícios. Legal para férias, mas eu não sei como as pessoas se acostumam a viver
no meio de tudo isso.

Eu viro e vejo isso pelos olhos dele. Tudo é maior, mais brilhante e mais
alto em Nova York. Eu posso imaginar como isso deve parecer caótico para
alguém que não está acostumado. Talvez parecido como a presença de Logan me
faz sentir.
—Eu acho que quando você vive aqui a vida toda, você não acha nada
diferente. —Ele acrescenta, e sua observação é precisa.

—Praticamente. Quando eu era criança, implorava ao meu motorista que


seguisse a rota pela Times Square. Era um deleite ver todas as luzes, já que ele
normalmente evitava isso aqui.

—Seu motorista?

Quando o olhar de Logan pousa em mim, eu continuo. Eu não falo muito


sobre minha infância para ninguém. Apenas escapuliu.

Dou um passo em direção à porta. —Meus pais não estavam muito por
perto quando eu era criança, e eles definitivamente não dirigiam. Então, sim, eu
tinha um motorista quando criança.

A expressão de Logan é pensativa, quase divertida. —Nós realmente


somos de dois mundos diferentes. Eu pedalava três quilômetros para a escola
quando perdia o ônibus. Quando minha bicicleta quebrava, eu andava.

—Seus pais não o levavam?

Logan balança a cabeça. —Minha mãe trabalhava no turno da noite, então


ela não estava acordada até eu chegar da escola, se ela estivesse em casa.

—Então, basicamente, nós dois somos crianças que se criaram porque


nossos pais estavam ocupados fazendo outras coisas?

Mesmo que nossas circunstâncias fossem muito diferentes, parece que


Logan Brantley e eu tínhamos mais coisas em comum do que qualquer um de nós
percebeu.

O calor de sua mão queima através do meu vestido, enquanto ele me


aproxima para desviar de uma multidão de turistas tirando fotos, e não prestando
atenção para onde estão andando.

Olho para cima para encontrar seus olhos azuis fixos no meu rosto.
—Acho que você está certa. Entretanto, nossos parquinhos eram um
pouco diferentes.

Quebrando o olhar, aponto para o toldo vermelho à nossa esquerda. —


Verdade. Nós estamos indo direto para lá.

Logan lidera o caminho, e uma vez lá dentro, nos sentamos em uma


cabine com os menus, e uma garçonete vem anotar nossos pedidos de bebida.

Eu prometi a mim mesma que não haveria bebida esta noite, para que eu
não fizesse nenhuma escolha errada como eu fiz na noite passada. Jesus. Logan
provavelmente pensa que eu sou alguma psicopata com dupla personalidade. Eu
tenho que explicar. Assim como eu faço tudo, eu toco direto no assunto.

—Eu estava bêbada na noite passada. Eu disse a minha amiga que não me
deixasse enviar mensagem, mas enviei de qualquer maneira.

Logan recostou-se em sua cadeira, seu olhar caindo para o seu menu por
um momento. —Eu percebi.

—Então, podemos esquecer toda aquela conversa? — Meu tom é


esperançoso, e provavelmente um pouco ingênuo demais para mim. Agarro as
bordas da mesa enquanto aguardo pela resposta dele.

—Algumas dessas coisas foram bastante inesquecíveis, mas não dirigi


doze horas por isso, Banner. —Seu olhar é sério e intenso, e não posso deixar de
me perguntar se esse é o estado normal dele. —Eu não estou tentando ser um
idiota quando digo isso, mas eu não preciso vir até Nova York só para agarrar uma
bunda.

Algo em suas palavras faz com que eu relaxe meu aperto, e qualquer
consciência própria momentaneamente se esgota.

—Olha, você é gostoso. Você sabe. Eu sei. A menos que as mulheres no


Kentucky sejam cegas e estúpidas, não posso imaginar que seria difícil para você
ter sexo. A menos que... — Eu pauso e considero. —Todos os caras do Kentucky
se parecem com você? Se sim, então... caramba.
Ele joga a cabeça para trás, e sua risada ressoa no bar, provocando uma
vibração estranha no meu peito.

Nota para mim mesma: não o deixe rir novamente. Meu corpo não
consegue lidar com isso.

Quando Logan finalmente para, ele deixa o menu na mesa. —Deixe-me


colocar desta forma. Se você tem todos os seus dentes, não vive com seus pais, e
tem um emprego em tempo integral, você está praticamente no paraíso 13.

Meus olhos se alargam com suas palavras. —Então você é como o Santo
Graal. —Eu percebo meu erro assim que ele abre a boca e ri de novo.

—Eu não sei disso, mas se eu estivesse tentando pegar uma mulher lá, não
seria muito difícil.

Aparentemente, não seria muito difícil em Nova York também, porque


quando uma nova garçonete para na nossa mesa para anotar nossos pedidos, ela
tem que pedir a Logan que repita duas vezes. Não é o sotaque dele que está
dando problemas a ela... ela está muito ocupada memorizando cada músculo de
seu corpo para prestar atenção às palavras que saem de sua boca. Ela nem sequer
tenta ser sutil, e isso me irrita.

Não é porque estou com ciúmes ou qualquer coisa assim. Eu juro.

—Ele disse um cheeseburger. Malpassado. Queijo americano. Fritas.


Entendeu? — Repito para ela uma terceira vez para confirmar.

Pela primeira vez desde que ela parou em nossa mesa, ela finalmente olha
para mim. A sobrancelha perfeitamente arqueada e os peitos empinados podem
intimidar outra mulher, mas eu não. Eu olho para ela e mando uma mensagem
que vou cortá-la se ela não se mover.

Ela me entendeu alto e claro.

13
Trocadilho com o Nome da cidadezinha dele.
—Entendi. Obrigada. — Ela olha rapidamente para Logan antes de se
afastar. —Você me avisa se precisarem de mais alguma coisa.

De repente, ela está misturando um toque sulista com o de Jersey? Sim...


Isso é elegante.

—As garçonetes aqui são todas esquisitas? —Logan pergunta enquanto


ela se dirige para um computador para colocar nossos pedidos.

—Somente as que são burras o suficiente para acharem que você poderia
ser persuadido a levá-la para casa em vez de sair comigo.

As sobrancelhas de Logan disparam e seus traços assumem uma


expressão insultada. —Você está falando sério? Que tipo de homem ela acha que
eu sou?

—Um frívolo, provavelmente como todos os outros que elas namoraram,


e pelo menos metade dos caras nesta cidade.

Meu homem de verdade deve estar recordando todas as minhas


perguntas de novo, porque ele fica quieto por um momento antes de falar
novamente. —Você realmente não tem uma maldita pista de como um cara bom
é, não é?

Eu dou de ombros. —Eles não estão exatamente sobrando por aqui. Então
eles não precisam ser bons. Talvez Nova York não seja tão diferente do Kentucky,
porque se você tiver o emprego certo, a roupa certa e a atitude certa, você pode
impressionar muitas mulheres.

Antes que ele possa responder, a garçonete volta à mesa com uma risada
desagradável. —Eu odeio incomodá-los novamente, mas não consigo ler minha
própria escrita. O que você queria, senhora?

Você só pode estar de brincadeira comigo. A senhora é um golpe na minha


idade, e eu sei disso.

—Eu pedi o mesmo que ele pediu.


Constrangimento colore suas bochechas quando ela percebe o seu erro.
—Oh. Oops. Eu vou já pedir isso para você.

—Obrigada. Nós dois estamos famintos. —Logan acrescenta.

—Vou pedir à cozinha para se apressar. —Ela oferece rapidamente.

Logan a dispensa com um aceno de cabeça antes de voltar sua atenção


para mim e pegar sua bebida. —Então, você vai me dizer como você recebeu o
nome de Banner? É único, com certeza.

Eu sorrio e digo-lhe a verdade. —Tenho o nome do Hulk.

Logan está bebendo sua cerveja, e quase engasga. —O Hulk? Como o


Incrível Hulk?

Eu concordo. —O primeiro e único.

—Espere. Bruce Banner14?

—Sim. Meus pais são dois nerds, e meu pai, apesar de ser cientista de
renome mundial, ainda tem uma coleção de quadrinhos, que ele não permite que
ninguém toque. Quando descobriram que estavam grávidos, minha mãe tinha
certeza de que era algum tipo de erro, então, ela nem sequer pensou em nomes.
Meu pai escolheu Banner em homenagem ao seu cientista de quadrinhos
favorito, e minha mãe não discutiu.

—Você tem sorte de que não acabou se chamando Xavier. —Ele diz, em
referência ao professor X dos X-Men.

—Ou Logan. —Digo. —Fica melhor em você. Você tem uma aparência de
Hugh Jackman que combina com você. Você usa camisas de flanela com
frequência? Ou tem garras de metal que saem de suas mãos?

—Garras de Adamantium, você quer dizer?

14
“Bruce Banner” é o cientista dos HQs que se transforma no incrível Hulk. Logan passa a chamar Banner de
“Bruce” como sendo um apelido para brincar com ela.
Choque me atinge enquanto ele diz o termo correto para o metal que
compõe o esqueleto de Wolverine, um daqueles fatos aleatórios da Marvel da
minha infância que nunca esqueci.

—Oh meu Deus, não me diga que você é um geek de quadrinhos


também? Eu coloco a culpa na genética, então, qual é a sua desculpa?

Logan ri e toma outro gole de sua cerveja, e não consigo deixar de estudar
seus dedos. Sem garras à vista, apenas mãos grandes. Estão um pouco
machucadas, o que provavelmente é normal para alguém que trabalha com
carros o dia todo, mas elas também parecem capazes. Não há dúvida, mesmo
depois de passar apenas meia hora com ele, que ele é o homem mais real do que
qualquer cara que eu já conheci.

—Eu costumava fazer trabalhos estranhos para o cara que possuía a


oficina antes de mim. Todos os domingos, se eu fosse à igreja, ele se certificava
de que tivesse um quadrinho esperando por mim depois. Era algo que eu
aguardava ansiosamente, e eu acho que era sua maneira de fazer uma boa ação,
enquanto se certificava de que eu realmente fui.

—Isso foi muito legal da parte dele. Você disse que finalmente comprou a
oficina há mais de um ano?

Logan acena com a cabeça. —Sim, voltei dos fuzileiros e precisava de um


emprego, então ele me devolveu o que eu tinha antes de sair. Por algum motivo,
quando você se alista, você acha que sua vida será diferente. E é, enquanto você
está nos fuzileiros. Mas uma vez que você está fora, às vezes é como se nada
tivesse mudado além de você. Todo mundo está exatamente da mesma forma
que antes, e não há um prêmio especial pelo fato de você ter colocado sua vida
em risco por anos. Claro, as pessoas apreciam o seu serviço, mas é aí que termina.

—Eu nunca pensei nisso assim. Como deve ser difícil voltar e não ter
ninguém que entenda o que você passou. Para eles, é quase como se você
desaparecesse e depois reaparecesse sem pensar no que aconteceu.
Logan dá de ombros —É uma vergonha de muitas maneiras, mas,
novamente sou um dos sortudos. Eu voltei com todos os meus membros e minha
inteligência intacta, e agora tenho um negócio próspero.

O seu orgulho quando menciona o seu negócio é claro, e não posso deixar
de mostrar minha própria excitação.

—Espero que eu também seja independente até esta data no próximo


ano. Estou impressionada por você ter conseguido chegar tão longe tão rápido.
Espero ter metade do sucesso que você tem.

Logan inclina-se para frente em seu assento. —Você não mencionou isso
antes.

A garçonete escolhe esse momento exato para entregar os sanduiches do


tamanho da minha cabeça.

—Existe mais alguma coisa que eu possa fazer por você? —Sua pergunta é
dirigida a Logan.

Ele olha para mim. —Há mais alguma coisa que você precise, Banner?

Olho os condimentos no centro e observo que temos todos os que gosto.


—Não, eu estou bem. Obrigada.

A garçonete sai, mas Logan não se joga no hambúrguer imediatamente. —


Diga-me o que você tem feito. Estou curioso.

Parte de mim queria que eu não tivesse dito nada, então eu decidi mantê-
lo em termos vagos. —Eu projetei alguns produtos e tive alguns protótipos
fabricados. Agora estou acabando a fase de teste e me preparando para a
produção em breve.

—Você vai me dizer exatamente o tipo de produtos que você projetou? —


Logan alcança os condimentos e coloca ketchup e mostarda em seu hambúrguer.

Eu mordo o lábio, e pela primeira vez desde que nos sentamos, agradeço
quando a garçonete invade novamente.
—Posso pegar outra rodada de bebidas? O happy hour da cerveja está
quase no fim e eu não gostaria que você ficasse de fora.

Logan me desafia novamente. —Você quer outra?

—Ok. E um copo de água também.

Quando a garçonete se afasta, dou uma mordida gigante no meu


hambúrguer, terminando efetivamente a conversa.
Capítulo 10

Logan

Encontrar Banner em pessoa não diminuiu meu fascínio por ela. Na


verdade, ela me atingiu em alta velocidade. É fácil escolher a impressão que você
quer dar a alguém através de mensagens de texto, razão pela qual eu queria
conhecê-la cara a cara. Não achei que teríamos alguma coisa em comum, mas não
é o caso. Depois de nós enchermos com hambúrgueres e batatas fritas, ela
continua educadamente se esquivando das minhas perguntas sobre o que
exatamente é o seu negócio, e eu a deixo.

Nunca fui o tipo de cara que acha que uma mulher não poderia ter algum
segredo. Além disso, ainda estou tentando descobrir onde esta noite pode nos
levar, porque eu já sei que quero vê-la novamente.

Eu ainda não entendi onde as mensagens de texto sacanas que eu recebi


se encaixam na imagem de Banner Regent, mas espero que, quando chegarmos
mais longe nesta estrada, eu vá descobrir.

Ela é diferente de qualquer mulher que eu já conheci. Confiante. Segura


de si mesma. Não tem medo de seguir o que ela quer e não se preocupa de ser
ela mesma.

Sexy nem começa a cobrir sua atitude.

E então, quando você adiciona o fato de que ela tem um corpo de matar
escondido debaixo daquele vestido verde que ela está usando, o cabelo que um
homem não pode deixar de querer ver espalhado sobre seu travesseiro e olhos
castanhos que reluzem com uma sugestão de malícia, você tem um baita de um
pacote.
Inteligente, sexy e selvagem. Mas ela mora a mil quilômetros de distância,
e não é como se eu tivesse o tipo de estilo de vida onde poderia pegar um avião
para vê-la, ou fazer essa merda de viagem novamente em breve.

Então, onde é que isso nos deixa? Não tenho nenhuma pista, mas vou
aproveitar ao máximo desta noite e ver onde ela vai se eu deixá-la liderar.

Em vez de comprar fichas, eu tiro um pouco de dinheiro para comprar um


cartão para que possamos jogar alguns jogos.

Quando Banner se dirige para o Skee-Ball15, não posso deixar de rir.

—O que? Eu vi isso em filmes e nunca joguei. Eu tenho que tentar.

—Merda, você nunca jogou Skee-Ball? —Não sei por que isso me
surpreende, dado o que ela me disse sobre sua infância com motoristas, e os pais
que estavam muito ocupados para passar tempo com ela.

—Não. Nunca. Então você vai ter que me ensinar como isso funciona.

Há muitas coisas em que quero ensinar para essa mulher, mas estou
percebendo que ela já poderia ser muito sabida na maioria delas.

Eu deslizo meu cartão na máquina, e as bolas descem. —O objetivo é fazer


as bolas entrarem nos buracos e marcar mais pontos.

Banner se inclina para escolher uma, e mesmo que eu tente não olhar
para sua bunda, é impossível ignorar como ela é incrível.

—Bolas nos buracos. Eu juro que todos esses jogos foram inventados por
homens.

Eu rio com o seu comentário. —Tenho certeza de que você está certa
sobre isso.

15
Ela arremessa a bola em direção ao buraco, e quando atinge o painel com
um golpe, Banner salta. Ela cai no fundo da máquina sem marcar nenhum ponto.

—Eu fiz errado, não fiz? —Ela inclina a cabeça e olha para o jogo.

—Você pode fazer suas próprias regras, mas o método tradicional é fingir
que é como um salto de esqui, eu acho. —Pego uma outra bola e a jogo com uma
mão apertada para deslizar na rampa e voar no buraco central. —Assim.

Um olhar determinado cruza seu rosto enquanto ela pega outra bola. —
Entendi.

Ela se propõe a provar que sim. Bola após bola, Banner as aterra nos
buracos para acumular pontos, e cada vez mais, sua excitação é óbvia quando ela
salta e joga as mãos no ar.

Sua excitação é contagiante, e eu envolvo minhas mãos ao redor de seus


quadris e a pego enquanto ela marca muitos pontos.

Assim que eu a toco, meu pau se contrai contra meu jeans. Foda, ela é
sexy pra caramba.

Quando a abaixo, ela pressiona uma mão contra cada um dos meus
ombros, sorrindo como louca.

—Isso é muito divertido. Por que não fiz isso antes?

A empolgação dela me acerta fundo. —Não faço ideia, Bruce. Nenhuma


ideia.

Um sorriso puxa os cantos dos seus lábios carnudos. —Bruce, não é?

—Você não pode me dizer que odeia isso, porque não vou acreditar em
você.

Ela tenta segurar o sorriso, mas é apenas parcialmente bem-sucedida. —


Por que isso?
Levanto uma mão e deslizo meu polegar sobre a covinha na sua bochecha.
—Porque essa covinha aparece mesmo quando você está tentando não sorrir. É
reveladora.

Ela morde o lábio inferior, e foda, eu nunca quis beijar uma mulher mais
do que eu quero beijar Banner agora.

Ela se inclina, e o aroma sutil de algo cítrico e fresco deriva para mim e
minha cabeça instintivamente se abaixa para que eu possa tomar sua boca e
descobrir se ela sabe como ela cheira tão bem.

Seu olhar castanho se conecta com o meu, e nós dois congelamos. Eu vejo
o desejo lá, mas ela está lutando com mais força do que eu.

Em vez de entrar e pegar o que eu quero, me afasto. O que acontecer ou


não entre nós esta noite vai ser porque ela quer tanto quanto eu. Essa é a única
maneira que eu trabalho. Eu não dirigi até aqui para uma rapidinha, e não há
nenhuma maneira no inferno, que eu vá empurrá-la.

Dito isto, se ela me der o sinal, eu vou levá-la contra a parede mais
próxima tão malditamente rápido, que ela não terá tempo para questionar a
decisão.

Eu dou a volta nela e me abaixo para pegar outra bola, em seguida, jogo
para que atinja o centro, acumulando mais alguns pontos.

Uma bola permanece na calha.

—Último arremesso. Todo seu.

O sorriso de Banner vacila quando me afasto, mas ela se recupera


rapidamente.

—A pressão... não tenho certeza se posso lidar com isso. —Ela se


aproxima para pegar a bola e a joga entre as duas mãos. —Estou brincando. Eu
posso. —Ela dá uma piscadinha para mim.
Ela solta a bola e atinge o canto superior direito. Ela joga seus braços no ar
novamente. —Eu consegui! Eu finalmente consegui o buraco certo! —Ela gira em
um círculo e tropeça um calcanhar no tapete, caindo de encontro a mim.

Desta vez, meus braços se fecham ao redor dela e todo o seu corpo
pressiona contra o meu.

Porra, ela fica bem em meus braços.

—Cuidado aí, assassino. Temos muitos outros jogos para jogar esta noite.

O sorriso que atravessa seu rosto é pura tentação. —Sim. Nós realmente
temos.
Capítulo 11

Banner

Eu nunca quis tanto saltar sobre um cara em toda a minha vida. Nunca.

Logan não é como nenhum outro homem que já conheci antes. Ele é legal,
mas não da maneira que o torne aborrecido, como o agente alfandegário, que eu
saí uma vez. Ele tem essa confiança que é incrivelmente sexy, e eu gosto disso
muito mais do que deveria. Como eu poderia resistir quando ele diz e faz todas as
coisas certas, e eu posso afirmar que ele não está fingindo? Logan só está sendo
ele mesmo, e de alguma forma essa é a coisa mais sexy que eu já vi na minha
vida.

E eu quero montá-lo como uma vaqueira de rodeio num touro.

Só piora quando eu o venço no pebolim, e eu posso acrescentar, que


quando eu meio que me inclinei e me joguei em seus braços, a protuberância
considerável em seu jeans pressionou contra mim.

Jesus Cristo.

Isso deveria ser fácil. Logan e eu deveríamos nos encontrar, e eu o


mandaria de volta para Kentucky sem cair em meus velhos hábitos e dormir com
ele.

Mas estou apavorada. Estou perdendo a batalha.

Agora, minha mão está no fundo de um balde de pipoca de queijo, e eu


estou olhando a mais perfeita bunda que eu já vi encaixada em um jeans
enquanto ele dispara cesta após cesta.

Eu coloco um punhado de pipoca na minha boca, lembrando-me de


mastigar enquanto fico fascinada pela forma como seus músculos se movem sob
sua camisa. Eu não sou a única. Pelo menos quatro outras mulheres o estão
checando sem nenhuma sutileza, eu dou a elas um olhar enviesado.

Nunca antes fui tão territorial sobre um homem. É um terreno novo para
mim, e eu não tenho certeza se sei o que pensar sobre isso. Logan se vira e erro a
minha boca e jogo alguns grãos de pipoca no chão. Como vou manter as minhas
mãos longe dele?

Não posso.

—Nós temos mais alguns créditos no cartão, então você pode escolher o
próximo jogo. Ai poderemos decidir se queremos mais ou simplesmente
pegaremos outra bebida.

Eu aceno com a cabeça enquanto pego outro punhado de pipoca, mas não
tenho ideia de como responder.

Logan diminui os poucos metros de distância entre nós e acena para baixo
no balde. —Eu vou perder uma mão se eu tentar pegar um pouco disso?

Seu comentário me deixa momentaneamente sem saber o que pensar. —


Desculpa. Não, vá em frente.

Empurro o balde em suas mãos e me viro, procurando as luzes e os sons


para outro provável jogo ou máquina. Minha atenção para em uma que eu
reconheci ao assistir shows com a empregada dos meus pais. Plinko 16.

—Aquele ali. —Aponto para o jogo, que não será tão impressionante
quanto deixar cair às fichas de Plinko em mim, mas ainda estou muito animada.

—Por que estou surpreso que você tenha visto o Price is Right17?

—Claro que sim. Eu sou americana, afinal de contas.

16
17
Programa da tv, onde o convidado tinha que acertar os preços corretos dos produtos.
Ele me entrega o cartão e levanta o braço. —Tudo bem. Mostre o
caminho.

Eu posso senti-lo atrás de mim a cada passo, e eu me forço a focar no jogo


à minha frente, e não no homem de um metro e oitenta atrás de mim que eu
quero despir e cair de joelhos na frente.

Não faça isso. Não faça isso. Isso não vai acontecer.

—Você arrasou nos aros. Você já jogou esse? —Perguntei em um esforço


para me distrair.

—Somente no deserto enquanto estava destacado. Era mais quente do


que o inferno, mas fizemos o melhor que pudemos para dar alguma sombra ao
campo. Eu sempre gostei mais de futebol, mas quando você está na caixa de
areia, você pega qualquer distração que puder encontrar.

É difícil para mim compreender o que deve ter sido ir para a guerra. Eu
tenho tantas perguntas, mas estou hesitante em aprofundar o assunto.

—Você soa como se não tivesse odiado isso.

Logan desliza o cartão no jogo, e eu começo a pressionar os botões.

—Eu não odiei. Gostei de ser parte de algo maior do que eu. Gostei da
irmandade. Fora daquele mundo, muitas vezes você não conhece pessoas que se
jogariam em uma granada para salvar sua vida em detrimento da própria.

—Eu não posso nem imaginar.

O olhar que ele me dá é mais uma vez sério e intenso. —Você não deveria
ter que imaginar. Proteger as pessoas de ter que experimentar as coisas que fiz,
era uma grande razão pela qual fiquei nos fuzileiros.

O calor me inunda, e desta vez não é entre minhas pernas.

—Você é um bom homem, Logan Brantley. Um homem muito bom.


Ele dá de ombros, o que eu estou começando a reconhecer como uma
resposta típica de Logan.

—Eu não sei sobre isso, mas gosto de pensar que não sou ruim. —Ele
acena para o jogo. —Vamos nos divertir. —Seleciono a abertura na tela e libero a
ficha Plinko. Que cai em algum tipo de abertura bônus e as luzes e os sons da
máquina ficam ensandecidos.

—Parece que você acabou de ganhar um grande prêmio.

Eu olho Logan Brantley nos olhos. —Eu poderia ter dito isso antes mesmo
de começar o jogo.
Capítulo 12

Banner

É tudo culpa dele. Essa é a defesa que vou usar enquanto a minha força de
vontade bem limitada diminui um pouco a cada vez.

Eu disse a mim mesma que não faria isso. Mas é óbvio que sou uma
mentirosa.

É tudo culpa dele.

Nós caminhamos até o balcão de prêmios para descontar nossos bilhetes,


e quando temos o resultado final, ambos nos inclinamos sobre a borda do balcão
de vidro cheia de prêmios.

—Você confia em mim para escolher? —Logan pergunta.

—Vá em frente.

Estou realmente animada para ver o que ele vai escolher, e, além disso,
agora posso estudá-lo mais sem ele perceber. Tenho feito muito isso esta noite, e
quanto mais tempo eu passo olhando para ele, mais eu percebo como estou
ferrada.

Ele não é bonito daquele tipo espertalhão e sofisticado de Nova York. Não,
ele é mais do tipo impressionante, que eu nem sei se posso lidar com essa
intensidade focada em mim, enquanto eu estou sem defesas, nua.

Toda vez que eu falo, sua atenção está em mim. Ele ouve. Não apenas
para descobrir como ele vai responder, mas de uma forma que parece que ele
realmente quer ouvir o que tenho a dizer. Eu não acho que já experimentei isso
antes, porque eu não tinha ideia de como isso era sexy.
E isso está acima dos músculos ondulando debaixo da camisa dele, do
sorriso devastador, a barba em seu queixo, e os penetrantes olhos azuis.

Mas eu não estou realmente ciente de quanto estou ferrada até que ele
se vira, parecendo muito satisfeito consigo mesmo.

—Feche os olhos e estenda a mão.

Meu primeiro pensamento é que talvez ele coloque seu pênis nela, mas eu
afasto esse pensamento porque obviamente, estamos em um lugar público.
Talvez possamos tentar isso novamente mais tarde... pare com isso, Banner.

—Por quê?

—Escolhi algo para você...

Eu fecho meus olhos e seguro minha palma para cima, e Logan deixa cair
algo nela.

Quando abro os olhos e olho para baixo vejo um chaveirinho do Logan


Wolverine dos X-Men na minha mão. Eu levanto meu olhar para o dele, e ele está
segurando um chaveiro do Hulk pendurado em seu dedo.

—Achei que você poderia guardar isso para lembrar desta noite. Eu acho
que nunca vou esquecer, mas eu gosto da ideia de carregar um pequeno Bruce
para casa comigo.

É apenas um chaveiro, eu digo a mim mesma. Não é como se ele tivesse


deixado cair um diamante rosa de quatro quilates na minha mão. Mas por que
isso parece mais importante neste momento?

—Obrigada. Eu vou manter isso como uma lembrança. —Minhas palavras


são bobas, porque não há como esquecer esta noite também. E, além disso, não
quero que isso termine.

Nós nos afastamos do balcão de prêmios e caminhamos em direção à


porta. Ele me ajuda a colocar o meu casaco e eu o fecho com o cinto.
Não posso deixar Logan entrar naquela caminhonete e voltar para
Kentucky esta noite. Não posso.

Ele me segue em silêncio, com a mão na parte inferior das minhas costas
novamente. Meu coração, que já estava martelando em um ritmo insalubre, pula
algumas batidas.

O que eu estou fazendo? Eu honestamente não tenho ideia. Se eu levá-lo


para casa, eu sei que vou acabar nua com ele dentro de mim. E então ele será
mais um numa enorme lista, porque é tudo no que eu sou boa.

Mas quais são as minhas alternativas?

O silêncio paira entre nós, e eu tenho que dizer algo à medida que
abrimos o caminho pelas pessoas na calçada, as luzes da Times Square nos
cercam.

Eu tomo uma decisão precipitada. —Você não está pensando em dirigir de


volta esta noite, está?

—Eu pensei em sair da cidade e encontrar um lugar para estacionar, e


dormir na minha caminhonete por um tempo antes de dirigir de volta para casa.

—Eu tenho muito espaço na minha casa. Se a sua caminhonete estiver


num estacionamento durante a noite, você é mais do que bem-vindo para ficar.

Ele considera minha oferta por alguns momentos. —Eu agradeceria. E só


para que você saiba, eu não estou esperando...

Eu o corto levantando uma mão. —Eu sei. Vamos pegar um táxi.

Consegui sinalizar para um e dou o meu endereço ao taxista enquanto


entro no banco de trás.

A coxa de Logan pressiona contra a minha quando o motorista corta por


uma esquina quando encontra uma abertura no tráfego, nos fazendo deslizar pelo
assento.
—Eu te peguei. —Logan diz, envolvendo um braço em torno de meus
quadris para me estabilizar.

Ele não me pegou, no entanto. Na verdade, não. Mas eu quero que ele
pegue.

O táxi para em frente do meu prédio, e Logan paga desta vez antes de
sairmos.

O porteiro abre a porta de vidro para o lobby quando me vê chegando. —


Boa noite, Srta. Regent.

—Obrigada, Joe.

Joe não diz nada sobre o homem atrás de mim.

Logan não fala até que estamos dentro do elevador. —Regent combina
com você. É um nome infernal, mas você faz encaixá-lo. Você definitivamente
poderia ser a rainha de alguma coisa.

Não é um daqueles elogios descartáveis como você é linda ou eu amo seus


olhos. É sincero, e mais um pouco da minha força de vontade se evapora.

—Obrigada.

O passeio até o meu andar é incerto e estranho quando outros moradores


do prédio se aglomeram conosco, quebrando a regra não escrita de que você não
olha para outro no elevador. Um casal de meia idade olha de mim para Logan e
de volta para mim novamente, e posso ver o julgamento em seus rostos.

Outro caso de uma noite, tenho certeza de que estão pensando. Não é
como se eu tivesse tentado escondê-lo. Porque eu deveria?

Independentemente disso, eu abro a porta do meu apartamento


rapidamente. Não quero tentar o destino. A última coisa que eu preciso é de
Myrna espreitando com a bengala na mão e me aborrecendo, me dizendo para
manter minhas pernas fechadas.
Logan não diz nada sobre como eu fechei rápido a porta e a tranco atrás
de nós. Em vez disso, ele verifica meu apartamento. É todo branco, prata e cinza,
com toques de amarelo e turquesa. Nada como o que ele escolheria, presumo,
mas eu adoro.

—Belas instalações.

—Eu gosto.

Ele se vira para mim. —Eu gosto de você, Banner. Muito. Eu não esperava
exatamente que esta noite fosse tão boa.

Pressiono meus lábios, sem saber como responder a sua honestidade, mas
acabo respondendo de forma igual. —Eu também não.

Ele levanta uma mão para afastar uma mecha do meu cabelo. —Uma boa
surpresa para nós dois, porque você está tão longe da minha liga, que eu deveria
voltar para a minha caminhonete e dirigir pela estrada.

Minha boca cai aberta. —Eu estou fora da sua liga? Você não se viu?
Vocês não têm espelhos no Kentucky?

—Eu não sou nada especial. Eu vivo do que ganho com as minhas mãos. —
Ele mantém as duas mãos, grandes e fortes, diante de mim. —Eu gasto mais
tempo esfregando as mãos com desengraxante para que elas não fiquem
manchadas de preto do que provavelmente você faz as suas unhas. Não há uma
porcaria em mim que me torne o cara certo para você. Eu soube disso desde o
primeiro dia.

Suas palavras me cortam, e estou apavorada que ele vai me deixar aqui
sem nunca saber o que poderia ter acontecido entre nós. Se ele está decidido,
não sou o tipo de mulher que implora para um homem ficar.

—Então, por que você veio?

O olhar de Logan perfura o meu. —Não podia perder a chance de


conhecer uma mulher que me deixou intrigado como nenhuma outra fez.
—Intrigado. —Tento a palavra como se fosse russo ou algo assim. Mas não
é exatamente isso que eu senti?

—Sim, muito intrigado.

—Bem, você me conheceu.

O calor queima em seus olhos azuis. —E intrigado nem chega perto do que
estou pensando agora. Você é o pacote completo.

Mesmo sabendo que não deveria, tiro meu casaco e o jogo em direção ao
sofá de dois lugares. Sem parar, pego o cinto do meu vestido e solto-o.

Se eu pensei ter visto o calor em seu olhar antes, agora vejo chamas.

Logan avança e detém minhas mãos quando vou para os botões. —Eu não
vim aqui para foder você, Banner.

Todas as minhas boas intenções morrem rapidamente.

—Mas eu não vou deixar você sair sem me foder.

Suas mãos estão tensas na minha. —Então eu vou ter que tornar isso
inesquecível.

Meus músculos internos apertam com sua promessa.

—Este não era o meu plano. —Digo a ele.

—Nem o meu também, mas agora que você começou com esses botões,
eu quero que você vá com calma. Quero assistir você desembrulhar cada
centímetro desse corpo incrível como o presente mais doce que eu já ganhei.

Ele solta minhas mãos, mas eu quero seu toque de volta. Em outro lugar.
Em qualquer outro lugar.

Uma noite. Se isso é tudo que eu vou conseguir com Logan Brantley, então
vou ter certeza de que isso fique em nós por muito mais tempo.
Botão por botão, desabotoo meu vestido, deixando os lados mais abertos
à medida que cada um é liberado. Minha lingerie é preta e simples não é nada
que deixe um homem de joelhos, mas Logan nem sequer olhou para o que estou
revelando. Seu olhar está fixo no meu rosto, como se ele estivesse esperando por
algo, e fico estranhamente agradecida por isso. Não é até eu ter aberto cada
botão que ele finalmente desliza seu olhar para baixo.

Seu gemido é o som mais gratificante que já ouvi.

—Jesus Cristo, você tem um corpo feito para o pecado.

Eu deixo o vestido cair aos meus pés enquanto sua mão grande desliza no
meu cabelo para envolver a minha nuca.

—Quanto você confia em mim, Banner? —Suas palavras são baixas,


enviando arrepios na minha pele.

—O que você quer dizer?

—Eu sou o tipo de homem que gosta do que ele gosta e que não tem
problema em tomar as rédeas. Você me parece uma mulher que poderia ter um
problema com isso.

O calor queima entre minhas pernas.

—Não gosto que me digam o que fazer a menos que eu esteja nua. —
Sussurro. Tenho certeza de que eu tenho uma camiseta que diz isso também.

—Então eu vou nos dar o que queremos. —Seu agarre no meu pescoço
aumenta e aperto minhas coxas em antecipação.

Esta noite pode me matar. Mas valerá a pena.

—Me dê tudo.

Seus olhos piscam novamente, pouco antes que ele abaixe seus lábios
para os meus. Minhas mãos encontram o caminho para seus ombros, onde eu me
seguro enquanto o beijo enfraquece meus joelhos.
Um braço forte desliza sob minha bunda para me levantar e me pressionar
contra seu corpo. Não há como resistir quando o músculo sólido encontra minhas
curvas, e eu ajusto meu aperto para uma melhor retenção. Minhas pernas
serpenteiam os lados de seus quadris para quando eu for escalá-lo, o que não
está longe dos meus planos.

O beijo continua por longos minutos enquanto sua língua varre dentro da
minha boca. Eu me perco até que ele finalmente se afasta, dando-lhe um
centímetro para arrastar seus lábios pelo meu queixo. Logan me levanta mais
para sua língua pegar meu peito no meu sutiã e puxá-lo com os dentes.

Correntes de prazer mergulham dos meus mamilos direto para o meu


clitóris enquanto ele pulsa contra seu estômago duro. Eu arqueio em direção a
ele, buscando mais pressão quando ele desencadeia ondas de prazer com os
dentes, os lábios e a língua nos meus mamilos.

Quando ele desacelera por um momento, expiro o que acredito sejam


palavras. —Não pare. Por favor. Eu estou tão perto.

Ele empurra meu sutiã para cima, me descobrindo, e continua puxando


meu mamilo entre os dentes. Eu me contorço mais contra sua barriga, moendo
até que um orgasmo totalmente inesperado rompe dentro de mim. Meus olhos
se fecham enquanto eu o deixo rolar por dentro de mim.

Puta merda, isso acabou de acontecer?


Capítulo 13

Logan

Fui honesto quando disse a Banner que não vim aqui para fodê-la, mas
isso não significa que eu não tenha pensado muito sobre isso, especialmente
depois de suas mensagens bêbadas.

Ela poderia ter nos mantido naquele bar Tapas e me dizer para ter uma
volta segura para casa depois do jantar, e eu não teria usado isso contra ela.

Mas ela não fez.

Ela também poderia ter me enviado embora depois de ter uma noite
maravilhosa no salão de jogos, e deixado por isso mesmo. Eu teria voltado para
casa em Kentucky com meu cérebro trabalhando horas extras pensando em uma
maneira que eu pudesse arrastar meu traseiro para Nova York para vê-la
novamente.

Mas ela não fez.

Quando entramos em seu apartamento, eu não tinha planos, exceto de


deixá-la definir o ritmo. Eu não estava prestes a intervir e assumir o comando até
deixar claro que era o que ela queria. Posso deixar uma mulher puxar as rédeas
em muitas áreas da minha vida, mas quando se trata de sexo, eu gosto de estar
no controle.

Quando ela disse que não gostava que dissessem para ela o que fazer a
menos que estivesse nua, eu percebi que Banner e eu nos encaixamos melhor do
que eu poderia esperar. Quando ela gozou com nada mais do que a minha boca
em seus peitos e sua boceta esfregando contra meu estômago, eu não precisava
de mais confirmação do que isso.

Meu pau está duro e pronto para entrar no jogo.


Por um momento, considero abaixá-la até o chão, mas não quero deixá-la
sair dos meus braços. Em vez disso eu a levanto mais, colocando seu corpo sobre
meu ombro enquanto cubro sua bunda com uma mão para segurá-la firme.

Eu ando para o que eu suponho ser a direção de seu quarto e vejo uma
cama king-size cheia de travesseiros e um cobertor fofo. Primeiro passo: ficar de
joelhos e adorar essa bucetinha até ela gozar tantas vezes, que ela esquecerá
como é louca esta coisa entre nós. Se eu tiver algo a dizer sobre isso, ela não terá
a chance de esquecer esta noite, porque isso não será o fim.

Banner solta um suspiro quando eu a abaixo na cama e arranco suas botas


sexy e as meias debaixo delas.

—O que... o que você está...?

—Você acabou de gozar.

Não é uma pergunta, mas ela acena com a cabeça.

—E eu quero fazer isso novamente. E de novo. Quero saber como você é


doce quando gozar contra minha boca.

Seus olhos se alargam enquanto esfrego meus dedos na frente da sua


calcinha. Estou feliz que elas não se parecem daquelas que custam centenas de
dólares, porque não prometo não destruí-la para tirá-la mais rápido.

Afastando as pernas, coloco meus ombros entre elas e deslizo meu


polegar ao longo do tecido encharcado cobrindo sua fenda.

—Você está tão molhada. Eu não posso acreditar que você gozou com
apenas seus mamilos na minha boca. Você vai gozar mais forte desta vez. E então,
ainda mais forte quando eu tiver meu pau enterrado em você. Entende?

Ela acena com a cabeça de novo.

—Bom. Ainda bem que estamos na mesma página.


Paro e olho para ela. A fome se constrói em seus olhos castanhos, e meu
pau responde. Eu puxo sua calcinha para o lado e não vejo nada além da pele lisa.

—Você depilou essa bucetinha doce para mim? —Quando as sobrancelhas


de Banner levantam, eu acrescento: —Ou a sua buceta sempre parece perfeita?

Eu arrasto um dedo ao longo da borda, e ela treme contra o meu toque.


Eu sei que ela quer mais, mas eu quero uma resposta primeiro.

—Você quer que eu faça você gozar? —Pergunto.

Banner parece ter esquecido de como falar, porque ela acena com a
cabeça pela terceira vez.

—Então me diga.

Ela morde o lábio sexy antes de abrir a boca. —Depilei apenas no caso. —
Sua resposta vem com uma respiração rápida.

—Eu gosto do seu apenas no caso.

Abaixo meus lábios e a devoro, sugando, lambendo, provocando e,


finalmente, deslizando um dedo para bombear dentro e fora antes de encontrar
seu ponto G e fazê-la gritar. Banner não retém nada enquanto balança contra
meu rosto e grita com seu orgasmo. Suas respostas desinibidas me deixaram
completamente viciado.

Há muito pouco que seja mais satisfatório do que saber que você pode
fazer uma mulher gozar assim. Eu queria ter certeza de que ela se lembraria de
mim, mas ela está fazendo com que eu nunca mais a esqueça.

Enquanto deslizo entre suas pernas, alguém bate na porta com o que soa
como um cajado.

—Que diabos?

Banner bate uma mão sobre os olhos, e eu juro que a ouço contar até dez
em voz baixa.
Os golpes continuam.

—Finja que isso não aconteceu. Especialmente se eu tiver que esconder o


corpo dela. —Ela se afasta da cama e agarra seu vestido para colocá-lo de volta,
fechando os botões enquanto caminha em direção à porta.

Diante desse comentário, levantei e me detive na entrada do quarto.

Banner abre a porta. Não consigo ver quem está do outro lado, mas
permaneço no lugar em vez de me mexer para obter um vislumbre.

—O jeito que você está se comportando é vergonhoso. Todo mundo no


prédio provavelmente pode ouvi-la, sua vadia.

A voz ressoa pelo apartamento, e parece com a velha Sra. Rochester que
vive em Four Corners em Gold Haven e rotineiramente grita com às crianças para
saírem do seu gramado.

—Podemos não fazer isso agora? Ou apenas fingir que já acabamos para
que eu possa voltar ao melhor orgasmo da minha vida, Sra. Frances? Tenho
alguns fones de ouvido com bloqueio de ruído que você pode pegar emprestado,
porque posso prometer que essa não será a última vez que eu vou gritar esta
noite.

—Vergonhoso. —A velha se cala. —Aparentemente, você não prestou


atenção ao conselho que eu dei a Sofia para passar para você.

Banner se inclina contra a entrada, e vejo vislumbres de cachos brancos


fofinhos em cima de uma cabeça de mulher bem idosa. Volto um passo para me
certificar de ficar fora da vista. Com o veneno que ela está jorrando, tenho
certeza que minha presença só adicionaria combustível ao fogo.

—Se eu tivesse mantido minhas pernas fechadas, eu não teria tido aquele
O de matar, então vou deixar o seu conselho de lado enquanto posso. Quando eu
tiver sua idade, eu ainda vou ter essas memórias. Por sinal, como você tem se
saído com o grande pau negro? Era demais para lidar?
Eu sufoco a minha risada, me perguntando quem diabos essa velha
senhora é para Banner falar com ela assim.

É claro que este não é um novo estilo de conversa para elas a partir da
troca delas.

—Está no incinerador, onde pertence. Você nunca vai conseguir que


alguém se case com você se você insistir em ser tão vagabunda, você sabe.

Banner inclina a cabeça para o lado. —E como esse é o meu único objetivo
na vida, irei chorar no meu travesseiro.

Sua voz goteja sarcasmo, mas o tom muda dramaticamente quando ela
continua. —Agora, se você me desculpar Frau Frances, tenho algumas atividades
de vadia para voltar. E eu estava falando sério sobre os fones de ouvido, porque
tenho certeza de que esse cara poderá ser capaz de me fazer gozar a noite toda.

A velha mulher murmura outra coisa, mas Banner retrocede e fecha a


porta. Quando ela se vira, está tentando não rir.

—Vizinha? —Pergunto.

—Sim. Sra. Myrna Frances. É a maneira de mostrar que ela se importa.

Eu examino essa magnífica mulher enquanto ela caminha para mim, seus
quadris balançando apenas o suficiente para ter meu pau pressionando forte
contra o meu zíper.

—Parece que vocês duas têm alguma história.

Banner assente com a cabeça. —Mas eu realmente não quero falar sobre
minha velha vizinha agora. Eu estou muito mais interessada em continuar de
onde paramos.

—Então traga seu traseiro aqui, mulher. Vamos ver quantas vezes
podemos levá-la a bater na porta porque você não pode evitar gritar.
Capítulo 14

Banner

Todos os pensamentos persistentes de Myrna Frances são banidos


enquanto ando em direção a Logan. Paro a dois pés de distância e abro meus
botões novamente, deixando o vestido cair alguns centímetros.

—Todo o caminho.

—Você já viu o que está sob ele.

—Isso não significa que eu não quero ver novamente, e agora mesmo,
porra.

—Então, você não acha que eu deveria seguir o conselho da minha vizinha
e manter as minhas pernas fechadas?

Uma faísca surge nos olhos de Logan. —Só se você quiser que sua buceta
fique ainda mais apertada enquanto eu te fodo.

Ouvir essas palavras sacanas saírem da boca de Logan é minha perdição.


Não há nada mais sexy do que ver esse cara legal virar dominante no quarto. Meu
corpo inteiro responde, e eu solto o vestido em uma poça no chão.

Estou muito feliz por não me acovardar e me encontrar com ele.


Realmente. Feliz.

A última vez que um cara teve a ousadia para me dar ordens no quarto,
ele não teve habilidades para confirmar isso. Eu sei que Logan pode entregar
orgasmos puramente com base em suas habilidades orais, e eu estou esperando
que ele seja talentoso com essa protuberância, que ele está guardando.

Eu tento escorregar por ele, mas suas mãos travam ao redor da minha
cintura e sua voz profunda murmura no meu ouvido.
—Eu quero que você se incline sobre a cama para que eu possa colocar
minhas mãos nessa bunda perfeita.

Um arrepio viaja através de mim enquanto ele libera seu controle. —É isso
mesmo?

—Não me faça esperar, Banner. Estique os braços, palmas para baixo. Não
os mova.

Seguir ordens não vem naturalmente para mim nos meus melhores dias
em qualquer outra área da minha vida, mas há algo sobre desistir do controle no
quarto para um homem no qual confio e que posso me entregar.

—OK.

Elimino a distância restante até a cama e estico-me sobre ela, feliz por ter
escolhido a versão extra alta e não a plataforma em que meu decorador tentou
me convencer. Esta altura é exatamente perfeita. Eu pressiono minhas palmas
contra o edredom e aguardo o que vem depois. O golpe da palma de Logan na
minha bunda me envia para uma antecipação crescente.

—Deus do céu. —Isso sai calmamente, como se ele estivesse fazendo


algum tipo de oração.

Um cara que venera a minha bunda? Eu posso lidar com isso.

Dois dedos deslizam entre as minhas pernas em direção a minha boceta, e


não posso deixar de gemer e empurrar para trás contra ele. O único dedo que ele
me deu antes havia me preparado, mas eu quero mais.

—Boceta encharcada e uma bunda perfeita. —Seu polegar circunda meu


clitóris, enviando todas as terminações nervosas para fora de controle. —Isto é
pura tentação. Jesus, Banner. Você é tão doce para mim na cama.

Suas palavras provocam outra onda de umidade entre minhas pernas. Eu


me pressiono contra seu toque, querendo mais.
A outra mão de Logan se junta ao jogo e ambas deslizam pela minha pele,
provocando-me, mas nunca totalmente tocando onde eu acho que elas deveriam.
Eu pressiono para trás, tentando forçá-lo a me dar o que eu quero, mas as duas
palmas levantam antes de sentir uma onda de ar e uma palmada na minha
nádega direita.

Eu empurro, sorvendo uma respiração.

Ele me bateu.

Um pensamento sobre a minha lista de fantasias sexuais meio de


brincadeira aparece na minha cabeça. Eu posso finalmente riscar isso!

Sua mão acaricia a pele recém aquecida e me inclino nele, já viciada em


seu toque na minha pele.

—Eu adoro ver minha mão em sua bunda.

—Não posso acreditar que você fez isso. —Digo, minha voz mal é um
sussurro.

—Mas você gostou.

Sua grande mão finalmente desliza entre minhas pernas para arrastar
novamente a excitação escorrendo em minhas coxas

—Você está tão molhada para mim.

—Eu acho que são essas mãos mágicas do Kentucky. —Quando ele se
afasta, lamento a perda imediatamente e não hesito em contar a ele. —Não pare.
Estamos só começando a diversão.

Logan se inclina sobre meu corpo, sua pele roçando a minha. Sua voz
profunda e acentuada envia arrepios através de mim quando ele fala.

—Vou te foder com os meus dedos até você gritar de novo. Porque é isso
que eu vou fazer. Você não está pronta para o meu pau ainda. Não vou te dar isso
até que você implore.
Viro minha cabeça e olho para ele nos olhos. —Eu nunca imploro por pau.

Sua risada baixa endurece meus mamilos enquanto aperto minhas pernas.

—Eu acho que será uma experiência nova para você então.

Ele segura meu quadril com uma mão antes de pousar outro tapa na
minha nádega oposta.

—Para que isso?

Ele acalma a queimadura com os lábios desta vez, e só depois de um


tempo ele responde à minha pergunta.

—Porque eu posso.

A resposta quase me causa um orgasmo espontâneo.

Sua mão escorrega entre as minhas pernas novamente e um dedo


empurra para dentro, arrastando lentamente para dentro e para fora até que
estou recuando contra isso. Eu preciso de mais. Preciso de tudo dele.

Logan leva o seu tempo, provocando meu clitóris, depois me fode com
dois dedos antes que eu esteja caindo em direção ao desespero.

Uma palavra cai dos meus lábios. —Por favor.

Ele continua. —Por favor, o quê?

—Por favor, apenas me foda, já! —O pedido é tão áspero quanto a minha
necessidade.

Logan trilha um dedo pela minha coluna vertebral, parando logo acima da
minha bunda. —Você disse, por favor?

Ele recua, e ouço o som revelador de um zíper e o rasgo de um pacote.

—Você tem certeza de que pode lidar com isso?


Surpreendentemente, eu não tenho lidado com isso. Eu nem consegui pôr
a mão no pau de Logan porque estas preliminares têm sido só sobre mim. Não me
lembro da última vez que isso aconteceu.

—Sim. —Digo a ele, minha resposta atrasada a sua pergunta, mas


honesta. —Eu posso lidar com o que você me der.

A cabeça do pau de Logan desliza entre minhas pernas e cutuca contra


minha abertura. Mas ele não empurra para dentro. Não, ele desliza ainda mais, e
gemidos de prazer escapam dos meus lábios quando a cabeça de seu pênis
provoca meu clitóris.

Logan Brantley tem, literalmente, o maior pau provocador que já conheci.

—Por favor. Apenas... por favor. —As palavras saem antes de eu perceber
que estou implorando novamente.

Ele me fez infringir todas as minhas regras, e não consigo me arrepender.

Ele congela. —Eu adoro como você está gulosa pelo meu pau. Ansiosa e
carente. É a combinação perfeita, porra.

Ele retarda sua tortura sensual novamente, colocando a cabeça de seu


pênis contra a minha entrada. —Não que eu tivesse dúvidas de que você seria
perfeita, Banner. —Com um único impulso, ele se enterra em mim.

Eu arquejo. Grosso e longo, seu pau enche cada centímetro de mim antes
dele pausar e gemer.

—Tão apertada.

Logan começa a se mover, puxando para trás e empurrando para dentro,


sua mão deslizando ao redor do meu quadril para cobrir meu clitóris e me levar
até a borda. Meus braços balançam, e eu caio em meus cotovelos enquanto ele
me fode com golpes profundos e comedidos.

Abro a boca para gritar, mas enterro meu rosto no edredom para abafar o
som. Se alguém vier nos interromper, eu poderia cometer um assassinato.
O meu orgasmo lança através de mim, e com a pressão constante sobre o
meu clitóris, as ondas de prazer não param. Perco a noção do tempo, enquanto
Logan continua me fodendo até o esquecimento. Meus cotovelos pesam e eu
desfaleço nos meus antebraços. Quando ele tira, eu abro a boca para protestar,
mas antes que eu possa formar palavras, ele me vira de costas.

—Eu não terminei com você. Nem cheguei perto.

Ele me levanta e me desliza pelo seu corpo duro. Minhas mãos envolvem
seu pênis e guiam-no para dentro de mim de novo.

Foda-me.

Com ambas as mãos agarrando minha bunda, Logan me levanta e me


abaixa, forçando para dentro com cada golpe.

A pressão sobre o meu clitóris desencadeia onda após onda de prazer.


Minhas unhas cavam nos seus ombros enquanto grito com outro orgasmo.
Momentos depois, Logan joga a cabeça para trás e grita seu próprio clímax.

Quando ele cuidadosamente me abaixa na cama, tenho certeza de que


estou literalmente fodida. Minhas pálpebras tremulam enquanto ele tira e se
afasta, mas não me movo.

Eu nunca mais quero me mover de novo.

Um calor desliza entre as minhas pernas e abro os olhos. Logan está me


limpando com uma toalha de banho.

Ele também é doce, penso, antes de desmaiar.

***
Alguém batendo na porta me acorda, mas tudo o que eu quero fazer é
puxar um travesseiro sobre minha cabeça e voltar a dormir.

O calor irradia do homem ao meu lado. A cabeça escura de Logan está um


pouco afastada, e sou grata que a batida na porta não o despertou. Esta é uma
manhã seguinte que eu não tenho ideia de como lidar.

A noite passada foi incrível. Além de incrível, se eu for sincera. E ainda não
tenho ideia do que eu deveria fazer agora. Fodi tudo. Eu totalmente fodi.

Eu tive a melhor noite com o cara mais legal e verdadeiro que já conheci e
tive um sexo incrível, e agora acabou.

O que há de errado comigo?

A batida soa novamente.

Eu não preciso ouvir a Sra. Frances proferir um sermão da manhã seguinte


também. Mas a vantagem? Se ela está do lado de fora da minha porta, pelo
menos ela sobreviveu à noite, e não teve um ataque cardíaco com meus gritos.

O meu telefone começa a tocar, e definitivamente não vou ignorar. É a


canção tema do seriado Golden Girls 18, e esse toque pertence somente a uma
pessoa, a minha melhor amiga, Greer.

Eu rolo da cama, pego meu telefone da mesa de cabeceira e visto a


primeira camisa que vejo antes de sair na ponta dos pés do quarto. Abro a porta o
suficiente para passar e visto a camiseta branca de Logan antes de responder.

—O que está acontecendo, G?

Quero dizer rapidamente tudo o que aconteceu desde que falei com ela
da última vez, mas sei que no momento o que ela tem a dizer é muito mais
importante. Além disso, como direi a ela que acabei de adicionar Logan Brantley à
minha lista de conquistas? Deus, eu não presto.

18
https://youtu.be/KiQzUEc_FmI
Ela vai querer respostas sobre o que vai acontecer a seguir, e eu não
tenho nenhuma. Não. Tudo o que tenho é uma noite de memórias, e nenhuma
pista do que fazer a seguir.

—Desculpe. Eu acordei você?

—Hum, sim. Não é grande coisa. O que está acontecendo? —Digo


baixinho, tentando manter minha voz baixa, para não acordar Logan.

—Estou do lado de fora de sua porta. —Greer diz, e meu olhar se dirige
para ela.

—Oh. Merda. OK. Aguente.

Eu corro para a porta, solto a corrente e tiro a tranca antes de abri-la o


suficiente para espreitar para fora.

Ela olha para mim e para o que claramente não é minha camisa, e as
sobrancelhas dela sobem. —Estou interrompendo?

Seu tom é sem julgamento, mas isso não importa quando estou tão
ocupada me martirizando pelo que eu fiz.

Eu nego com a minha cabeça, mas mantenho a porta entreaberta. Se eu


contar a Greer quem está no meu apartamento, ela vai querer detalhes, e não
quero admitir que o tratei exatamente como qualquer outro cara, que é
exatamente o oposto do que prometi a mim mesma, que faria. Tanto quanto
posso usar o conselho da minha melhor amiga, isso é algo que eu terei que lidar
sozinha.

—Não, claro que não. Você nunca é uma interrupção. O que houve?

Por trás de mim, eu posso ouvir Logan dizer meu nome lá do quarto. Sua
voz fica mais alta quando ele vem para a sala de estar, e meu aperto na porta
aumenta. Por favor, não venha aqui.

Fecho um pouquinho mais a porta e finjo uma pose casual voltando à


conversa para Greer. —O que está acontecendo? Você está muito vestida para
uma manhã de sábado. Quando você voltou? Eles deram a causa da morte? O que
está se passando?

Minha perna salta por vontade própria, principalmente porque eu quero


atravessar este espaço entre nós e abraçar minha amiga e contar tudo que está
acontecendo comigo como normalmente faria, mas é hora de eu consertar meus
próprios problemas. Pelo menos eu não estou lidando com planejamentos de
funeral como ela.

Eu forço minha perna a ficar parada, mas Greer está me olhando como se
eu estivesse louca. Para minha sorte, louca é realmente o meu normal.

—Uh, ontem. Ainda não fizeram a autópsia. Eu só queria ver se você


gostaria de almoçar. Mas nós podemos ir amanhã ou quando você quiser...

Eu aceno com a cabeça para sua sugestão. Talvez amanhã eu já tenha


resolvido tudo. E amanhã Logan terá ido, porque eu perdi o único cara que já
gostou de mim por mim mesma. Bom trabalho, Banner.

O pensamento me atinge como um golpe no estomago. Eu me


recomponho para responder a Greer.

—Amanhã estará bom. Quero todos os detalhes. Me liga?

Ouço Logan novamente atrás de mim e entro em pânico, sorrindo e


batendo a porta na cara da minha melhor amiga.

Agora eu tenho que encarar o que fiz. Bem, o homem que transei, enfim.

É oficial. Eu sou péssima.


Capítulo 15

Logan

Eu olho quando Banner fecha a porta e se vira para descansar as costas


contra ela. —Havia um motivo para você não querer que Greer soubesse que eu
estava aqui?

Seu olhar se prende no meu. —Ela não precisa saber.

—Por que isso? —Não sei por que pergunto, porque parte de mim já pode
ver isso escrito na parede.

—Eu só... eu não queria que ela pensasse...

Memórias de me esconder em um armário quando eu tinha dezessete


anos enquanto o pai de Tessi Lee invadia seu quarto, volta para mim e me atinge
com força. Antigamente eu não era o tipo de cara com quem uma garota queria
estar em público, e parece que apesar de mais de uma dúzia de anos terem
passado desde esse incidente, Banner Regent me vê do mesmo jeito que as
garotas em Gold Haven me viam quando eu era um adolescente sem futuro.

Por alguma razão estranha, eu quero ouvi-la admitir isso. —Não queria
que ela pensasse o quê?

Banner dá de ombros —Você conheceu Greer. Ela adora inventar coisas


em sua cabeça, e se ela te visse aqui ela faria perguntas, e eu não tenho
respostas. Ela, sem dúvida, faria disso uma grande coisa, e isso não precisa ser
assim.

Eu sei que estou me enganando por pensar que isso vai fazer alguma
diferença, mas eu digo a ela mesmo assim o que estou pensando. —Eu não sei
sobre você, mas a noite passada foi uma grande coisa para mim.
Seu olhar cai para o chão. —Mas isso não significa que qualquer coisa
mudou hoje. Nós temos vidas totalmente diferentes. —Como se ela tivesse
finalmente encontrado coragem para me dizer na cara, Banner encontra meus
olhos. —Ainda podemos ser amigos, né?

Suas palavras me atingiram com mais força do que eu esperava. Giro no


calcanhar e dirijo-me para o quarto.

Depois de agarrar meu jeans, eu puxo-o e pego minha carteira e telefone


da mesa de cabeceira. Banner me espia da porta.

—Amigos? —Digo, meu tom áspero. —É assim que você trata seus
amigos? Por que eu deveria me surpreender que uma noite é tudo para o que eu
sirvo?

Ela cruzou os braços sobre o peito, sobre a minha maldita camisa. —Não é
isso que quero dizer...

—Então, o que você quer dizer, Banner? Que tal você explicar isso
lentamente ao caipira bobo em poucas palavras.

—O que mais podemos ser além de amigos, quando eu moro aqui e você
mora no Kentucky?

Eu cruzo meus braços para combinar com sua postura. —Eu acho que
nunca saberemos.

—Eu sinto muito.

—Não se desculpe por decidir que não consegue abrir os olhos por cinco
segundos para perceber que isto não foi apenas outra transa. Mas acho que é por
isso que você não queria que Greer soubesse. Não queria ter de explicar que você
transou com o caipira. O que ela pensaria de você?

Banner deixa cair às mãos, mas elas estão enroladas em punhos. —Você
está torcendo minhas palavras. Eu não quis dizer...
—Tenho certeza de que você não tem a mínima ideia do que queria dizer.
Se você apenas me der minha camisa, vou sair do seu caminho. Eu tenho uma
longa viagem de volta para casa.

Ela olha para a camiseta e volta para mim. —Talvez...

Pelo amor de Deus, não quero ouvir mais nada. Meu orgulho já foi surrado
o suficiente. Foda-se a porra da camisa.

—Deixa pra lá. Fique com ela.

Seu rosto cai. —Desculpe, Logan. Eu não queria...

—Guarde isso. Eu acabei por aqui.

Mas ela já está a tirando pela cabeça e jogando para mim.

—Apenas pegue.

Sua voz treme na última palavra enquanto eu me forço a olhar para longe
do seu corpo nu. Um caipira bobo como eu provavelmente deveria estar feliz, por
ter conseguido tê-la por uma noite. Mas o engraçado é que eu queria mais, e
agora isso só me irrita.

—Tenha uma boa vida, Banner. Boa sorte com qualquer coisa que você
esteja fazendo.

Com a camisa apertada na minha mão, caminho até a porta e não olho
para trás.
Capítulo 16

Banner

Karma é um filho da puta.

Esta semana era para ser incrível. Eu deveria aprovar os protótipos


enquanto eles terminariam a fase de teste e preparariam para agendar a minha
primeira linha de produção.

Mas um dos modelos teve uma pequena falha, então, depois de


algumas correções rápidas, a fábrica deveria enviar uma substituição. Em vez
disso, eles enviaram duas dúzias. Para o meu escritório. As caixas empilharam ao
redor do meu cubículo, e quando meu colega idiota decidiu abrir um, o caos se
instaurou.

Agora estou sentada na calçada, em cima de uma pilha de caixas,


esperando pelo meu motorista, que não poderei pagar por muito mais tempo, já
que eu não tenho mais emprego por causa de alguma política estúpida de
nenhum trabalho adicional.

Se você me perguntar, é uma política ridícula. Basicamente, não


tenho permissão para ter nenhum outro tipo de emprego ou interesse comercial
que não tenha sido aprovado antecipadamente, por escrito, pela empresa. Como
não li além da capa do manual do empregado eu não estava ciente. Mas eu tinha
assinado uma declaração dizendo que li e que eu concordava com tudo que
estava dentro.

Minhas explicações e desculpas não influenciaram o RH ou meu


chefe. Na verdade, eles provavelmente ajudaram na decisão de encerrar o meu
emprego imediatamente.

Porque isso merece ser repetido, vou dizer de novo. Karma é um filho
da puta.
Faz exatamente quatro dias que Logan Brantley saiu do meu
apartamento e me deixou sentindo como um coco de cachorro. Eu sei que é
minha culpa, e a culpa tem me devorado.

Talvez, se eu não tivesse arruinado tudo tão completamente, não


teria passado toda essa semana imaginando todas as mulheres naquela cidade
entrando em sua oficina para fazer algum trabalho em seus chassis.

Provavelmente foi isso o que me distraiu em usar a opção de


endereço de preenchimento automático, escolhendo o meu escritório como o
local de envio para a fábrica.

À medida que a chuva cai sobre mim, eu tento encontrar um lado


positivo. Eu tenho muito mais tempo para me dedicar ao trabalho que eu
realmente quero fazer em vez do trabalho que estava me prendendo.

Eu gastei quase todo o meu dinheiro no meu negócio, mas eu tenho


o suficiente no banco para me sustentar por um curto período de tempo
enquanto resolvo as minhas finanças e como vou custear a minha vida até a
primeira produção entrar no mercado. Meu fundo fiduciário só me permite retirar
uma certa quantia a cada ano, e eu atingi esse limite para os meus custos iniciais
há dois meses.

Quando o meu carro chega, sinto uma certa sensação de alívio.


Talvez ter sido demitida seja o melhor que já aconteceu comigo, ou serei
despejada, e acabarei vivendo em uma caixa de papelão e me alimentarei das
lixeiras. Não, definitivamente NÃO.

Estou me organizando com o porteiro para entrar com as caixas


quando Frau Frances entra no lobby com Jordana girando em sua coleira, e Irene,
outra de suas cuidadoras, ao seu lado.

Claro, a primeira coisa que ela vê sou eu, com a minha caixa de
arquivos, que eu limpei da minha mesa.

—Não me diga que você foi demitida.


Sua voz atravessa todo o lobby, e várias cabeças giram na minha
direção, enquanto Jude, o porteiro diurno, empurra um carrinho de mão cheio de
outras caixas em direção ao elevador de serviço para levar ao meu apartamento.
Por que eu não lhe dei esta também?

Eu tento dispensá-la. —Por que você supõe que eu fui demitida? Eu


poderia ter me demitido.

Eu honestamente não estou com humor para brigar com Myrna hoje.
E estou aliviada quando outro morador se junta a nós no elevador. Talvez uma
audiência reduza sua atitude mordaz.

—Você não é burra o suficiente para sair quando você sabe que os
estatutos da associação e seu contrato exigem que para ser um morador neste
edifício, você deve estar empregada com remuneração ou capaz de provar que
você tem renda regular e substancial todos os meses, por outros meios, ou ter no
mínimo um saldo bancário substancial.

Suas palavras me atingem como um trem. —Com licença?

—Você não leu o seu contrato?

Claro que não li, mas não posso dizer isso a ela. —Isso não pode ser
legal.

—É, se você concordou com isso por escrito. Eu estava no conselho


da associação quando instituímos a mudança após problemas financeiros. Muitos
moradores estavam perdendo seus empregos e as economias, e nós não
queríamos que eles ocupassem espaço aqui enquanto esperávamos expulsá-los
através dos meios tradicionais. Se você tivesse comprado seu apartamento
quando se mudou, você não teria um problema.

Jordana fica em suas patinhas traseiras colocando a pata dianteira na


minha coxa. Me inclino para dar um tapinha, mas meu coração não está nisso.
Isso não pode estar certo. E por que eu não comprei para começar? Oh, certo,
porque pensei que ter uma hipoteca era uma má ideia.
—O que significa renda regular e substancial de outros meios? —
Pergunto a ela.

—Isso é para inquilinos que vivem de pensões e tal. Você deve provar
que você recebe um depósito todos os meses.

O que não seria um problema se eu tivesse orçado o meu fundo para


depósitos mensais, mas isso está fora de questão agora, e meu saldo bancário
não vai impressionar ninguém.

—Certamente há algum tipo de período de carência para isso. Eles


não vão apenas me avisar amanhã que eu tenho que sair porque fui demitida.

O elevador para no décimo primeiro andar, e a outra passageira do


sexo feminino dá a Sra. Frances e a mim um olhar sério antes de sair.

Surpreendentemente, a Sra. Frances não se vira para mim com dois


quentes e um fervendo. —Eu acho que é melhor você ler os estatutos da
associação e seu contrato de arrendamento então, porque não me lembro do
período de carência. Essa associação sempre foi implacável, e apartamentos neste
edifício são muito procurados. Você sabe quantas pessoas esperam que eu morra
para que possam comprar o meu? É basicamente a única razão pela qual eu saio
da cama todos os dias e vou fazer aquela coisa horrível de ioga, para que eu possa
viver para sempre e fodê-los todos.

Eu acredito em cada palavra que ela diz.

Encontrando seus olhos azuis desbotados, digo: —Por favor,


apenas... não diga nada à associação. Eu tenho uma maneira de ganhar a vida. Eu
só preciso de alguns meses para que tudo se ajuste.

Ela estreita seu olhar para mim. —Você vai se tornar uma
acompanhante, não é? Não é que você não deva ser paga pelo que você está
dando de graça.

Eu engasgo chocada. —Com licença?


—Estou apenas dizendo, se for assim que você vai ganhar a vida, não vou
ficar quieta.

O elevador para em nosso andar, e respondo enquanto as portas se


abrem. —Não. Não, não vou me tornar uma acompanhante.

Ela se arrasta e atravessa o corredor com a bengala na mão. —Eu


acho que vamos ter que ver isso.

Antes que eu possa contra-atacar, a Sra. Frances já está a meio


caminho do seu apartamento com Irene disparando olhares simpáticos por cima
do ombro e Jordana entrando pela porta.

Estou tão ferrada.


Capítulo 17

Logan

Eu toco no topo da minha caixa de ferramentas em busca de um


lápis, e quando minhas mãos tocam o cetim, eu mentalmente me xingo. Há algo
seriamente errado com um homem que rouba calcinhas e as mantém em sua
caixa de ferramentas. E provavelmente um cantinho especial no inferno para o
filho da puta que para no meio do expediente para tocá-las.

Atirando-as de lado, pego um lápis e escrevo o número do chassi do


carro que acabei de fazer. Algo sobre isso me parece errado, e não apenas o fato
de eu não saber como Lonnie Benson conseguiu o dinheiro para comprar um
Camaro 69. Ele deve estar produzindo metanfetamina no seu trailer porque eu
teria ouvido se ele ganhasse na loteria.

Meu trabalho não é especular, e é uma restauração básica que


promete me fazer ganhar pelo menos cinco mil de lucro, isso não é algo que eu
possa recusar, então peguei o trabalho. Mas, primeiro, vou conferir o número do
chassi para garantir que o carro não seja roubado. Essa é a última coisa que eu
preciso me envolver.

Quando a ponta do meu lápis quebra, eu volto ao topo da minha


caixa de ferramentas e, mais uma vez, sinto o tecido da calcinha que jurei todos
os dias, jogar fora. E ainda está aqui, após mais de doze horas, e elas não estão no
fundo do meu lixo.

Por que não as joguei? Uma pergunta melhor é por que, no inferno,
as peguei para começar. Alguma coisa sobre Banner Regent me fodeu
grandemente.

Eu tentei tudo o que podia para não pensar mais nela... exceto me
livrar desse lembrete.
O sino da porta da frente toca quando enfio a calcinha sob um par de
luvas. Eu deveria ter trancado depois que Lonnie saiu, mas eu estava muito
ocupado verificando o carro.

Eu viro para ver Emmy Harris atravessando a garagem, carregando


uma cesta de piquenique.

—Eu juro que você terá que deixar o trabalho um dia desses antes do
anoitecer.

Seu corpo curvilíneo está em um jeans apertado que ela combina


com botas de vaqueiro de couro parecendo bem caras.

Não é o tipo de botas que ela usaria para o restaurante, porque elas
parecem muito chiques. Não há nada sobre a sua roupa que diz que ela estava
apenas passando pelo bairro.

Não é difícil reconhecer uma mulher à caça nesta cidade.


Aparentemente, Emmy está pronta, esperando que eu chegue até ela.

—O que aconteceu, Sra. Harris?

Ela sorri. —Oh, nada excitante demais. Apenas frango e bolinhos, e


uma torta de maçã. Eu estava tentando uma nova receita para o restaurante e
pensei que você poderia me dar a sua opinião. Eu sei que você tem um poderoso
paladar para frango e bolinhos.

Eu penso sobre a calcinha no topo da minha caixa de ferramentas e


decido, por que não. É melhor ter uma mulher trazendo o jantar para mim, do
que alguém que esconde minha existência de sua melhor amiga.

—É muito gentil de sua parte pensar em mim.

Seu sorriso torna-se ainda mais doce. —Você sabe que eu penso em
você o tempo todo, Logan. Que tal nós comermos na sala de espera em vez de no
meio de tudo isso. —Ela agita uma mão, gesticulando para a oficina.

—Vou te seguir.
E foi assim que acabei comendo o jantar em pratos de papel na sala
de espera da minha oficina com Emmy Harris, enquanto todas as pessoas que
dirigiam pelo Four Corners podiam nos ver claramente como o dia. Pelo menos
ela quer ser vista comigo, mesmo que seja apenas para mostrar a sua
reivindicação.

Quando terminamos a torta de maçã, o que, ela me lembra, é uma


vencedora da feira do condado, ela coloca seu prato de papel de lado e cruza as
pernas.

—Eu normalmente não costumo ser tão ousada, mas tenho que
perguntar... quando você finalmente vai me convidar para outro encontro, Logan?

Não posso deixar de me perguntar se Julianne falou sobre mim


conversando com outra mulher, e é isso que está fazendo com que Emmy seja
mais direta do que o normal. Então, novamente, Julianne e Emmy se dão tão bem
quanto gato e água.

Eu empurro um pedaço na minha boca para ganhar algum tempo


para responder. Por que estou adiando? Ela é uma boa mulher, uma ótima
cozinheira, e ela não emite a vibração de olhar-para-um-homem-com-um-salário
descaradamente.

Não é como se a mulher cuja calcinha está na minha caixa de


ferramentas fosse uma possibilidade real.

Vou jogá-la fora.

—Como esse fim de semana soa?

O sorriso de Emmy brilha triunfante, e eu me pergunto se cometi um


erro.
Capítulo 18

Banner

Quatro dias. É o tempo que leva antes do aviso da associação


aparecer na minha caixa de correio.

Eu desdobrei o papel, imaginando por que Frau Frances fez isso. Não
achei que ela me odiasse o suficiente para me denunciar e me despejar. De
acordo com o aviso, eu tenho cinco dias úteis para mostrar qualquer prova de
emprego remunerado, algum outro meio de renda estável, ou um saldo bancário
gordo, para ser avaliado no exclusivo critério da associação, ou o meu contrato
será nulo e sem efeito.

Depois das poucas semanas loucas que Greer teve, incluindo deixar
seu trabalho de advogada corporativa, a última coisa que quero fazer é
incomodá-la com essa bagunça. Então, novamente, ela já arrancou todas as coisas
sobre Logan de mim quando eu contei a notícia sobre ser demitida, então não
tenho mais nada a esconder. Não é como se eu pudesse pagar outro advogado
neste momento, e depois há o fato de que ela me mataria se eu não lhe pedisse
ajuda.

Eu tiro uma foto do aviso e envio para ela, juntamente com uma nota
para verificar seu e-mail em cinco minutos. Eu encaminho uma cópia do contrato
de arrendamento para ela, então, sento com a minha garrafa confiável de vodca e
aguardo.

O meu telefone toca dez minutos depois e eu o pego. —Isso não pode ser
legal!

—Eu realmente, realmente odeio dizer isso, mas você concordou


com essa ridícula regra draconiana quando assinou seu contrato de
arrendamento. Você realmente leu essas regras?
Eu me amaldiçoo, meu pequeno raio de esperança escurecendo
quando minha velha águia jurídica entrega as más notícias.

—Não. Claro que não. Assim como eu não li a política de não-


segunda-renda no manual de RH que me pegou desprevenida.

—Sinto muito, B. Você tem outro meio de renda que você possa
mostrar a eles? Depósitos mensais na sua conta em um valor não inferior a quatro
vezes o seu aluguel? Que tal seu fundo fiduciário? Você pode fazer o
administrador efetuar pagamentos mensais?

Abaixei a cabeça no balcão e golpeei minha testa contra ela. —Não,


não posso. Está no máximo este ano.

Há um momento de silêncio na outra extremidade da linha antes que


Greer responda. —OK. Vamos pensar.

Adoro que ela não questione como gastei o dinheiro, mesmo sabendo que
ela deve estar se perguntando. Eu não contei a ela sobre o meu novo
empreendimento porque não queria contar até que eu soubesse que não seria
outra grande ideia minha que não deu certo. Além disso, eu sei que ela vai
oferecer a sua ajuda de qualquer maneira que puder, e desta vez, sinto que tenho
algo a provar. Como posso ter sucesso ou falhar com base em meus próprios
méritos. Merda, talvez eu esteja finalmente amadurecendo.

—Você consegue que seus pais te ajudem?

Na verdade, eu rio da sugestão dela. —De jeito nenhum. Você sabe


como eles são.

Greer suspira. —Você vai me deixar ajudar? Você sabe que eu tenho
o dinheiro.

—Eu te amo tanto, mas não vou pegar o seu dinheiro. Talvez... eu
fale com os meus pais. Esforço desesperado para momentos desesperados. Onde
diabos eu vou viver se eu perder este apartamento e sem renda?

—Se você me deixasse ajudar... —Greer começa, mas a corto.


—Deixe-me tentar resolver isso primeiro.

—Tudo bem, mas você sempre pode bater na minha casa. Você faria
isso por mim.

Ela está certa, mas não vou aceitar esmola, pelo menos não de
alguém que não seja do mesmo sangue. —Está na hora de aprender a lidar com
os meus problemas, eu acho. Não se preocupe; Eu descobrirei.

—Merda, você vai. Você é Banner Fantástica Regent.

Eu sorrio para a confiança da minha melhor amiga, e espero que


possa provar que eu a mereço. —Eu vou agir como uma mulher adulta ou vou dar
o fora da cidade, eu acho.

Greer fica quieta por um longo momento. —Deixe-me saber se há


alguma coisa que eu possa fazer. Você sabe que vou fazer.

—Até logo, querida.

Ela diz adeus e desligamos.

Fico no meio do meu apartamento e giro em um círculo lento. —Isso


são apenas paredes. —Engulo de volta o nó crescendo na minha garganta. —Eu
posso resolver isso.

Não é como se eu tivesse uma escolha.

Eu vou para o meu quarto para vestir a armadura que preciso para
enfrentar os meus pais.

Deus me ajude.

***
Jansen e Jane Regent vivem em uma casa que eles possuem desde
que me lembro. Enquanto eu estava crescendo, nós saltamos entre Manhattan e
a propriedade de três acres que ainda possui um tapete verde dos anos 70 e os
aparelhos mais legais na cor verde abacate que você pode imaginar.

Não é como se eles não tivessem o dinheiro para renovar, mas meus
pais nunca teriam o tempo para lidar com esse tipo de projeto, quando eles
podem se esconder no seu laboratório de ponta, que eles construíram apenas a
vinte metros da casa. Na verdade, tenho certeza de que o laboratório e seu
conteúdo vale o triplo do que a casa e o terreno valem.

O que exatamente os meus pais geniais fazem? Pesquisa e


desenvolvimento freelance para as empresas de biotecnologia e de defesa, que
são tão secretas, que nem sequer falam sobre isso com a filha. Não que eles
falariam se pudessem.

Minha mãe ainda não me perdoou pelo C que eu tirei na aula de


química no décimo ano (de propósito, eu poderia acrescentar, para que eu
pudesse virar minha média e eliminar qualquer chance de entrar no MIT). Eu
acredito que esse dia foi quando ela oficialmente desistiu que eu seguisse seus
passos. Minha mãe nem pisca em gastar um milhão de dólares em ratos super
especiais para o seu laboratório, mas as chances de oferecer uma fração desse
valor para mim são reduzidas a nenhuma. E mesmo assim, dado que eu estou em
apuros e sem opção, vou sacrificar o meu orgulho e tentar.

Quando bato na porta da casa, Albright, o mordomo dos meus pais


desde sempre, atende a porta.

—Senhorita Banner é uma surpresa vê-la aqui.

Tenho certeza de que é uma surpresa, porque geralmente eu só


apareço para um ou dois feriados, e geralmente fujo o mais rápido possível.

Eu dou a Albright um abraço rápido e entro. —Os meus pais estão


disponíveis?
Ele sorri. —Eles estão no laboratório. No entanto, posso verificar com
eles, se são capazes de fazer uma pausa para falar com você.

Tanto quanto eu quero mudar de ideia e dizer-lhe para não se


incomodar, para que eu possa me virar e ir embora, decido que não posso
desperdiçar a tarifa do Uber que gastei para chegar até aqui se houver uma
chance no inferno de que eles vão me ajudar.

—Isso seria bom.

Albright desaparece na cozinha, sem dúvida para sair pela porta dos
fundos e encontrar meus pais. Ele reaparece cinco minutos depois. —Você quer
que eu prepare algo para comer? Levará cerca de trinta ou quarenta e cinco
minutos antes que eles possam fazer uma pausa.

Eu deveria ter percebido que isso não seria um processo rápido.

—Uma bebida seria fabuloso.

O sorriso de Albright torna-se tenso. —Seus pais não bebem mais,


então esta casa está seca agora.

Uau. Isso é novo.

Eu estudo o homem mais velho por um momento. —Eu aposto que a


casa não está completamente seca.

Albright vive nas instalações há mais de dez anos e invadi sua coleção
de bebidas uma vez assim que ele se mudou. Ele ficou esperto muito rápido e
trancou. Por que ele não me entregou para os meus pais, não tenho ideia.

Um canto de seus lábios se ergue. —Eu posso conseguir para você


um escocês.

—Eu estaria para sempre em dívida com você. Esta é uma conversa,
da qual tenho certeza, que não posso lidar sem uma bebida.
Ele assente e desaparece na direção dos aposentos do mordomo.
Quando ele retorna, é com um pequeno copo de Scotch. Três dedos, se não estou
enganada.

Albright me dá uma expressão sóbria. —Isso fica entre nós.

Aceito o copo e agarro-o com as duas mãos como se fosse à chave


para sobreviver esta tarde, o que pode muito bem ser.

—Você sabe que eu não vou contar. — Eu sorvo o líquido e escondo


minha careta. Scotch nunca foi meu favorito.

—Falando sobre isso, por que você nunca contou aos meus pais que
eu roubei sua bebida quando eu tinha dezessete anos? Eles provavelmente
teriam me enviado para o internato imediatamente.

Ele não responde imediatamente. —Talvez porque não pensei que


você precisava dar-lhes outro motivo para achar falhas em você.

Suas palavras me esmagam, mas elas são a verdade.

—Eles nunca precisaram de ajuda para encontrar razões. —Tomo o


resto do Scotch em três pequenos goles. —Mas foi uma das minhas melhores
lembranças de infância. Como você está? Você vai se aposentar?

—Eu estou bem. Minha saúde é boa, e seus pais geralmente são
fáceis de agradar desde que eu mantenha seus requisitos. Não tenho certeza de
que me aposentarei neste momento.

Eu quero perguntar sobre seus filhos, porque tenho certeza de que


Albright tem dois filhos que ele não vê com frequência, mas, a menos que ele
toque nisso, deixarei o assunto quieto.

—Justo.

—E você, Srta. Banner? O que a traz aqui hoje?


Eu penso sobre a merda completa que a minha vida se transformou
aparentemente da noite para o dia. Decidindo derramar tudo para Albright, eu
desabafo.

—Estou sendo despejada porque perdi meu emprego e, se eu não


puder provar que tenho dinheiro no banco ou um fluxo de renda estável, terei
que sair do meu apartamento em uma semana.

As sobrancelhas cinzentas de Albright subiram enquanto eu drenava


meu copo.

—Mesmo? Isso é terrível. Você não poderia provar uma renda do


fundo dos seus avós?

Não é surpreendente que Albright conheça o fundo. —Eu atingi o


máximo de retiradas para este ano. Eu não tenho mais nada para mostrar, ainda.
Eu só preciso de algum tempo.

Ele permanece em silêncio por vários momentos antes de falar. —E


você está aqui para pedir ajuda de seus pais para esta questão financeira?

Eu aceno lentamente. —Não espero um ótimo resultado, mas, ou é


isso, ou uma caixa de papelão em algum lugar, e não vou pedir ajuda aos meus
amigos.

Albright pega meu copo vazio. —Eu vou te pegar outra dose. — Ele
não precisa dizer mais nada. Está claro que ele sabe que meus pais vão dizer não.

Então, por que estou me incomodando com o que certamente será


um episódio incrivelmente humilhante? Provavelmente porque minhas opções
são limitadas e espero algum tipo de milagre

Improvável.

Eu bebo o próximo copo de Scotch mais devagar, deixando-o me dar


uma sensação. Quando Albright leva o copo vazio, eu sei que só tenho mais
alguns minutos antes que meus pais apareçam. O tempo é quase perfeito, porque
a porta dos fundos se abre e eles entram.
Eles não estão vestidos com os jalecos de laboratório e os óculos de
segurança como se poderia esperar. Meu pai está vestido com uma calça caqui
com um vinco na frente e uma camisa branca de botão. Minha mãe está vestindo
uma saia preta, blusa branca, casaco preto e sapatos feios. Parece que estão indo
em um passeio de domingo ao invés de sair de um laboratório de ponta.

—Esta é certamente uma interrupção surpreendente. —Minha mãe


diz. Seu uso da palavra interrupção em vez de uma agradável surpresa, não é um
bom presságio.

—Banner, como você está? —Meu pai pergunta.

—Obrigada por tirar alguns minutos da sua agitada agenda para ver
sua única filha. Eu aprecio isso.

Um tom inevitável de amargura soa, mesmo que eu tente afastá-lo.


Mas no fim das contas, estou amarga. Eles passam mais tempo se preocupando
com os ratos que vivem no laboratório do que comigo.

—Nós só temos quinze minutos antes que o próximo conjunto de


resultados precise ser gravado, então você terá que nos desculpar se isso parecer
breve. —Minha mãe também poderia estar conversando com um estranho, com
toda essa simpatia em sua voz.

—Eu vou fazer isso rápido então. —Digo, agradecida pelo calor do
Scotch na minha barriga. —Eu preciso de algum dinheiro emprestado.

Meus pais trocam olhares antes de responderem.

—Absolutamente fora de questão. —Minha mãe diz.

—Você tem seu próprio dinheiro, como você gosta de lembrar com
tanta frequência. —Acrescenta meu pai.

—Eu só preciso tê-lo na minha conta bancária. Eu nem vou gastá-lo.


Se eu não tiver, eu vou ser despejada.
As sobrancelhas grisalhas do meu pai se juntam. —Despejada? Por
qual razão?

Respira fundo, Banner. —Perdi meu emprego e, aparentemente, há


uma cláusula no meu contrato que diz que você tem que estar empregado ou ter
uma renda de outros meios para continuar alugando o apartamento.

—Você perdeu outro emprego?

Gostaria de dizer que minha mãe parece surpreendida, mas ela


realmente não parece. Meu histórico de emprego não é exatamente exemplar, ou
cheio com placas do empregado do mês, e é por isso que eu sei que meu futuro é
ser minha própria chefe. Mas não posso dizer aos meus pais sobre o negócio em
que estou trabalhando. Não só eles desaprovariam como destruiriam minhas
ideias. Método científico, meu rabo.

—Sim, fui demitida. Novamente.

Minha mãe envia a meu pai um olhar que diz: não tenho ideia de
onde erramos, você tem? A resposta silenciosa dele concorda que isso não é culpa
deles.

—Não importa. —Digo, erguendo uma mão. —Eu deveria ter sabido
que meus pais não se importariam de que sua única filha fosse despejada de seu
apartamento com a mínima antecedência.

—Você precisa aprender a gerenciar melhor o seu fundo fiduciário.


Que tipo de pais seríamos se não permitíssemos que você enfrentasse as
consequências de suas próprias ações?

Eu queria mais do que tudo gritar o tipo que se importa, mas não tem
sentido exibir emoções quando você está lidando com Jansen e Jane Regent.

Olá, sem-teto. Nós vamos nos familiarizar.

Eu endireito minha postura e dou a ambos um aceno de cabeça. —Eu


não quero ficar com vocês. Eu vou avisá-los aonde eu acabar.
—Esse tipo de auto piedade não é certo, Banner. Espero que você
aprenda algo dessa experiência para usar em situações futuras. —Minha mãe diz.

A vida é apenas uma grande experiência científica para eles.

O olhar desaprovador no rosto da minha mãe aprofunda os pés de


galinha, e eu tenho outra razão concreta para me esforçar em ser seu oposto.
Rugas por ser uma vaca julgadora exigem Botox, e eu tenho pavor de botulismo.

—Obrigada pela dica, mãe. Vou me certificar disso.


Capítulo 19

Banner

Eu disse a mim mesma que eu não bateria na porta dela, porque não é seu
problema, mas minha primeira ligação é para Greer.

Ela responde direto ao ponto. —O que seus pais disseram?

—O que você esperaria. Eles não vão ajudar. Que surpresa, e não de
uma maneira boa como quando um cara decide surpreendê-la com um dedo na
sua bunda.

Greer solta com uma risada, mas corta-a rapidamente. —Vá para
meu apartamento. Está tudo bem.

Eu balanço minha cabeça, mesmo que ela não possa ver. —Eu não
posso. Não pira, mas na verdade arruinei meu orçamento já abalado na corrida de
Uber para a casa dos meus pais, e eu preciso cortar todas as minhas despesas se
eu quiser viver por algum tempo. Eu acho que tenho que deixar Manhattan.

Alguns momentos de silêncio se estendem entre nós antes dela


responder. —Eu sei que você me disse que não acabou bem, mas... eu tenho uma
ideia.

—Do que você está falando?

—Logan.

—O quê? —O choque força a expressão soar vinte decibéis mais alta.

—Jesus, não precisa gritar. Apenas me escute. Você quer vê-lo


novamente?
Eu poderia me chutar pela rapidez com que a palavra sim surge na
minha boca.

—Eu acho que posso ter uma solução para você. Comecei a pensar
nisso anteriormente, mas não tinha certeza se você aceitaria. Agora, no entanto,
se você está pensando que precisa sair da cidade de qualquer jeito, pode ser um
pouco perfeito.

—Do que você está falando? —Eu não estou acompanhando ela.

—Eu teria que falar com meu irmão primeiro, mas Holly ainda tem a
casa do avô dela em Kentucky, e eu poderia dizer, que é uma área bastante
barata. Ela não precisaria se preocupar com isso e o bebê, então se você não tiver
problemas em ver Logan novamente... Eu estava pensando que você poderia
entrar em um acordo com Holly para garantir que o lugar permaneça em boa
forma.

As rodas começam a girar no meu cérebro imediatamente.

Kentucky?

No meio do nada?

Logan?

Um lugar barato para viver. Uma pausa da corrida maluca.

Um novo começo.

Eu posso trabalhar em qualquer lugar, desde que esteja trabalhando


para mim. Todas as minhas comunicações são online, e a fábrica pode enviar para
mim... isso pode realmente funcionar.

—Você fala sério? Você acha que eles me deixariam? Eu pagaria o


aluguel, no entanto. Eu não quero nada de graça.

Mesmo que o aluguel seja um quarto do que estou pagando em Nova


York, posso equilibrar.
—Deixe-me fazer uma ligação e retorno para você. Mas se eu
conheço os dois, eu diria que é hora de começar a embalar as suas coisas.

—Eu tenho que fazer isso de qualquer maneira, então poderia ser por
isso.

—Você quer que eu ajude?

Eu sei que Greer não tem tempo de sobra com tudo acontecendo em
sua vida agora, mas enfim ela é o tipo de amiga que deixaria tudo para me ajudar.

—Não, eu posso cuidar de tudo isso. Apenas me avise o que eles


disserem.

—Eu vou chamá-la de volta assim que eu souber alguma coisa.

—Te amo, Greer.

—Amo você, B.

Quando desligo o telefone, eu me foco a não ter esperanças. Poderia


haver um milhão de razões para isso não funcionar. Levanto meus pés do sofá e
envolvo meus braços ao redor dos meus joelhos para abraçá-los perto do meu
peito.

Mas e se isso funcionar?

Eu penso em como Logan saiu do meu apartamento sem olhar para


trás.

Estou pronta para enfrentá-lo?

Toda vez que eu pensava que nunca mais o veria novamente, essa
tensão estranha apertava o meu peito, fazendo-me pensar se eu era realmente
muito jovem para ter um ataque cardíaco, porque não poderia ser sentimentos
causando isso. Então eu dizia a mim mesma que assim foi melhor.

Mas agora que a oportunidade pode estar bem na minha frente...


não posso deixar passar a chance.
Isso provavelmente merece algum tipo de alerta vermelho. Não
estou pronta para acabar com um cara depois de uma noite.

Logan Brantley é diferente de qualquer homem que já conheci, então


por que estou surpresa por ele ser o único que me tira completamente do meu
jogo?

Eu deixo uma cena tocar na minha cabeça. O que aconteceria se eu


aparecesse em Gold Haven, Kentucky e entrasse em sua oficina? Posso apenas
imaginar a expressão em seu rosto. Choque. Mas talvez excitação também?

Mas eu teria a vantagem, pelo menos por um momento.

Eu tomo a minha decisão tão impulsivamente como faço com todo o


resto. Se o irmão e a cunhada de Greer disserem sim, vou fazer isso.

Banner Regent está empacotando suas porcarias (e vodca) e se


mudando para o Kentucky.
Capítulo 20

Logan

Enquanto empurro meu carrinho pelo corredor do supermercado


Piggly Wiggly, eu posso sentir os olhos em mim. Minhas mãos e roupas estão
limpas, sem vestígios de graxa, mas o cheiro do detergente Fast Orange ainda se
agarra em mim. Eu aceno com a cabeça para a Sra. Krispin, que trabalha na
agência de correios, e a Sra. Cheadle, que trabalha na farmácia.

Antes de sair da cidade para me juntar aos fuzileiros, o gerente teria


ido atrás de mim para ter certeza de que eu não roubei, mas hoje, os olhos me
seguem por uma razão completamente diferente.

Paro na frente do balcão de carne e pego alguns bifes. Estou


examinando os cortes quando Gloria Barnum empurra o seu carrinho para o lado
do meu.

—Aposto que você é ótimo com a churrasqueira.

Eu escolho um pacote e encontro seu olhar. — Sou bom. Mas tenho


certeza que há pessoas melhores.

Ela examina o conteúdo do meu carrinho, com duas dúzias de ovos,


dois quilos de bacon, suco de laranja e uma caixa de mistura para panqueca.
Ainda não cheguei ao almoço, carne, pão ou cerveja.

—Você está tentando viver a base de café da manhã, Logan Brantley?


Poderia acrescentar um toque de variedade na sua dieta. Minha filha Jessica faz
uma deliciosa caçarola de frango recheada de bacon. Ela grelha o seu próprio
queijo em vez de usar o industrializado, embora derreta mais rápido. Eu sei que
ela adoraria fazer para você alguma noite dessas.

O sorriso de Gloria é tão amável quanto o convite, mas eu sei o que


aconteceria se eu aceitasse.
—É muita gentileza, senhora, mas sou um cara muito simples e eu
posso cuidar de mim mesmo. Vou pegar algumas batatas para fazer junto com
esse bife. Talvez até um hambúrguer e pãezinhos, e eu vou ter comida por uma
semana.

Ela balança a cabeça, negando calmamente. —É uma pena que você


tenha que cozinhar todas as refeições para si mesmo ou sair para comer fora.
Jessica tem que carregar toda a carga de sua casa agora, desde que esse
namorado desprezível dela saiu antes que o bebê nascesse. Ligue para ela algum
dia. Aposto que vocês dois achariam muito bom ter alguém para compartilhar
uma refeição de vez em quando.

Gostaria de dizer que esta é a primeira conversa que tive em um


supermercado que saltou de falar sobre churrasco para alguém oferecendo a sua
filha, mas não é. No entanto, não posso culpar Gloria; Ela se preocupa com a filha
e a neta, como qualquer mãe digna. Não é preciso ser um gênio para descobrir
que um idiota que nem sequer fica para ver seu filho nascer não vai contribuir
para as despesas.

—Aprecio o esforço que ela está tendo, Gloria. É uma verdadeira


vergonha. Tenho certeza de que ela vai encontrar um cara ótimo que apreciará
tanto ela quanto aquela garotinha.

Ela finalmente pega a minha dica de que não vou ser esse cara, e
empurra seu carrinho para baixo pelo corredor. Eu preciso de uma mulher que
me queira mais do que pelo que tenho na minha carteira ou na minha conta
bancária.

Assim que eu alcanço um pacote de lombo temperado, não posso


deixar de balançar minha cabeça. É engraçado como as coisas mudam. Gloria
Barnum teria tido um ataque cardíaco se eu tivesse parado o meu Camaro para
levar Jessica em um encontro quando eu estava no ensino médio, e não teria sido
por causa da diferença de idade de três anos.

A reputação que eu tinha como o menino Brantley problemático me


assombrou por anos. Antes de deixar as forças armadas, minha mãe faleceu de
overdose de drogas e, quando voltei para Gold Haven, as pessoas não me
receberam de braços abertos.

Não foi até eu assumir a oficina de Chuck e a notícia de que eu estava


ganhando um bom dinheiro e mantendo meu nariz limpo, que as mulheres
começaram a aparecer na minha oficina com pneus e motores propositadamente
fazendo ruídos engraçados, que só elas podiam ouvir.

A Sra. Barnum desaparece ao virar no corredor dos laticínios.

O que me lembra, que eu me esqueci de pegar o queijo. Depois de


escolher um pouco de pimenta, pego carne para o almoço, pão e um pacote de
cerveja.

Eu encontro com outro rosto familiar quando empurro meu carrinho


para a fila do caixa. Infelizmente, esse não é amigável.

Roy Planter olha para mim enquanto sua filha, Rachel, entrega-lhe
uma caixa de cerveja e outra de cigarros.

Ele deixa um rastro de fumaça velha atrás dele enquanto entrega o


dinheiro. Ele mantém a carranca enquanto faz suas compras e sai da loja.

A expressão de Rachel não é muito diferente da do pai dela. —Você


sabe que ele precisava desse trabalho.

Coloquei minhas compras na esteira e lhe dou uma resposta que ela
não quer ouvir. —Eu precisava que seu pai não estivesse bêbado para fazer esse
trabalho.

O rubor de vergonha mancha suas bochechas. —É uma doença, você


sabe. Que tal um pouco de compaixão cristã? Não é fácil para ele lidar.

Pego minha carteira, admirado pela sua hipocrisia. —Você não está
colocando a culpa disso em mim. Você lhe vende uma maldita caixa de cerveja
todo dia em vez de empurrá-lo para ir para o AA...
Com certeza não deveria julgar, mas se ela vai me culpar por despedi-
lo depois de me custar milhares de dólares em danos, é melhor você acreditar
que vou apontar suas falhas em troca.

—Ele não vai para o AA. Eu tentei. Eu não sei mais o que fazer.

Seu desespero é alto e claro, e eu sinto isso profundamente. Eu


sentia a mesma coisa pela minha mãe, e ela era tão teimosa. Eu desisti dela, e
talvez eu não devesse ter feito isso. Rachel não deve cometer o meu erro.

—Peça para a sua mãe empurrá-lo também. Não é tão tarde. Caso
contrário, algum dia ele pode não apenas machucar a si mesmo. Ele pode
machucar outra pessoa, e toda essa cidade sofreria por isso.

Uma expressão de desespero passa pelo seu rosto, como se já tivesse


imaginado a situação cem vezes. —Eu sei. —Ela sussurra. —Mas minha mãe não
vai fazer nada. Ela não pode dizer uma palavra sem que ele fique irritado.

—Você já ouviu falar de uma intervenção? Talvez você, seu irmão e


sua mãe possam falar com ele ao mesmo tempo.

Ela dá de ombros e eu sei que a sugestão não será utilizada. Ela olha
de volta para mim, com dor no olhar.

—Quer me ajudar a esquecer por algumas horas? Saio às dez.

Quando voltei para a cidade, prometi a mim mesmo que não seria o
cara com essa reputação, aquele que come a carne onde ganha o pão. Eu fiz um
bom trabalho em permanecer fiel a isso, e não estou prestes a quebrar essa regra
por Rachel Planter.

—Desculpe, eu tenho planos.

Ela finalmente começa a passar minhas compras quando ouço vozes


na fila ao meu lado.
—Sim, ela se mudou hoje. Eu a vi. Acho que Holly Wix planeja usar o
lugar de Rosemary como um albergue para todos os seus amigos chiques de Nova
York.

Holly Wix, a garota da cidade que se deu bem, é quem no final das
contas, é a responsável por toda enrolação entre Banner e eu. Se Holly não
tivesse se casado com um bilionário e a irmã dele não tivesse ficado em sua casa,
eu não saberia que Banner existia.

E eu não teria deixado Nova Iorque com um reboque vazio e o meu


orgulho rasgado como a bandeira velha e rasgada dos veteranos.

—Quem é dessa vez? —Pergunta uma mulher.

—Não tenho certeza, mas ela é muito bonita. Seu cabelo é de vários
tons diferentes de loiros. Deve ser um novo estilo elegante. Gostaria de ter
conseguido uma foto para mostrar para a minha sobrinha. Ela saberia se é alguém
famoso.

Fala sério.

A descrição de diferentes tons de loiro, não parece muito específica,


mas conheço uma mulher que se encaixa muito bem nessa descrição.

Mas não há nenhuma maneira que Banner Regent pisaria nesse fim
de mundo ou qualquer outro lugar chamado Gold Haven, Kentucky.

A menos que ela esteja aqui por você, uma voz na minha cabeça diz.

Eu pago minhas compras, desejo sorte a Rachel com seu pai e


empurro meu carrinho para fora. Eu considero como obra do destino estar
estacionado ao lado de Wanda Jenkins, que apenas entregou as fofocas dentro do
supermercado.

—Posso dar-lhe uma mão carregando seus mantimentos, Sra.


Jenkins? —Pergunto.
Ela está deslizando sua chave no bloqueio da porta em seu carro, mas
faz uma pausa na minha oferta. —Um homem bonito quer me ajudar com minhas
sacolas? Eu seria boba se dissesse não.

Eu pego um dos sacos de papel quando ela termina de desbloquear e


abrir o porta-malas e coloco-o dentro. —Ouvi você dizer que há alguém
hospedado na casa de Holly? Normalmente, eu tento manter um olho nisso, mas
eu não tinha ouvido nada sobre alguém que viesse usá-la.

Os olhos da Sra. Jenkins se iluminam com a perspectiva de estar


sabendo de algo quando claramente eu não estou.

—Ah, sim, é exatamente como eu disse. Eu a vi carregando algumas


malas grandes para dentro, então talvez ela esteja ficando por um tempo. Mas
você conhece as meninas da cidade; Elas provavelmente carregam malas em
excesso para cada coisinha.

—Eu conheço algumas dessas meninas da cidade, e você geralmente


está certa. Talvez eu devesse passar e ver quem é, só por precaução.

Seu interesse aumenta mais um pouco. —Você provavelmente


deveria. Precisamos cuidar uns dos outros nesta cidade. Os forasteiros nem
sempre são bem-vindos.

Guardei um comentário sarcástico para sua resposta, porque, embora eu


venha dessa cidade, todos eles me consideravam um estranho até eu começar a
fazer dinheiro.

—Eu informarei o que encontrar.

Ela assente com firmeza. —Certifique-se de fazer isso.

Maldita Holly e seus amigos, e todos os problemas que eles trazem


para a minha porta.

Eu coloco minhas compras na minha caminhonete, e quando saio do


estacionamento, eu viro na direção oposta de casa.
Capítulo 21

Logan

A casa de Holly Gran está iluminada. Não apenas uma luz, mas todas,
como se a pessoa dentro tivesse medo do escuro. Não há nenhum carro na
frente, mas através das cortinas de renda, posso distinguir uma pessoa lá dentro.

Eu tenho duas escolhas: pegar o telefone e chamar Holly para


descobrir quem está lá ou bater na porta e descobrir por mim mesmo. Eu vou
para a opção dois.

Meus faróis atravessaram a varanda frontal branca e roxa. As cortinas


ondulam, então eu sei que quem está dentro sabe que têm companhia.

Eu saio da minha caminhonete, fecho a porta e cruzo os degraus da


frente. Quando bato na porta, uma cabeça loira aparece através das janelinhas de
vidro colocadas no topo da porta.

Sem chance, merda. Acontece que as fofocas o fizeram bem desta


vez.

Ela não é alta o suficiente, então ela tem que pular para espiar pela
janela. Seus olhos castanhos se alargam quando ela me vê.

—O que diabos você está fazendo aqui, Bruce? —Falo da varanda da


frente quando ela desaparece de vista.

Há alguns momentos de silêncio antes de abrir a porta e Banner


Regent olhar para mim atrás da porta de tela.

—O que diabos você está fazendo aqui?

Banner usa um jeans, e é impossível perder a pose que ela está


atirando para mim. A área do peito do suéter branco está suja de poeira, mas ela
ainda parece comestível. Meu pau percebe, apesar de me dizer que ainda estou
irritado com ela.

—O que eu estou fazendo aqui? Eu moro aqui. Mas na última vez que
chequei, as princesas de Nova York não colocavam o pé no meio do nada.

Seus lábios cheios pressionam em uma linha fina, mas ela ainda
parece sexy pra caramba. Foda-me.

—Primeiro, —Ela diz, levantando um dedo no ar. —Não sou uma


princesa. E se eu fosse, você estaria errado de qualquer forma, porque estou de
pé no meio do nada.

—Isso não responde a minha pergunta.

—Isso importa?

Eu trinco meus dentes. Esta mulher é mais frustrante do que


qualquer outra que já conheci, mas maldita seja, eu adoro vê-la irritada. —Claro,
especialmente se você está aqui para se desculpar por me jogar fora de seu
apartamento com um pontapé na bunda...

Ela arqueja. —Eu não joguei você com um pontapé na sua bunda.
Você que pirou e saiu. Há uma grande diferença, cara.

—Isso ainda não me diz por que você está aqui.

Ela apoia uma mão no quadril. —Realmente, isso não é da sua conta.
Estou passando algum tempo fora da cidade e fazendo um favor para uma amiga
cuidando da sua casa.

Talvez eu tenha passado apenas uma noite com a Banner, mas


consegui conhecê-la durante semanas através das mensagens de texto.

—O que diabos aconteceu?

Sua expressão se transforma em tristeza. —Por que você acha que


algo aconteceu?
—O inferno deve ter se congelado para que você deixasse seu
pequeno universo.

Ela inclina a cabeça para o lado para olhar para trás. —Não vejo o
diabo patinando atrás de você, então acho que você está errado. Agora, se você
me desculpar...

Um bip agudo soa lá dentro.

—Merda! —Banner gira e volta para dentro.

O inconfundível cheiro de fumaça atinge o meu nariz, e eu abro a


porta de tela. Uma nuvem cinza sai do que está no fogão, enquanto Banner
agarra um guardanapo e começa a acenar. Ela calcula mal seus movimentos e as
extremidades franjadas pegam fogo.

—Foda-se. —Empurro a mesa que ocupa o centro da cozinha e


movo-a para fora do caminho para desligar o queimador e tirar a toalha da sua
mão. Atravessando a cozinha, jogo na pia e apago as chamas. Eu abro as janelas
da frente antes de me virar para ela.

—Você está tentando queimar toda a maldita casa?

Seu rosto empalidece como uma folha branca. —Não.

A palavra sai trêmula, e é preciso muita força de vontade para me


impedir de puxá-la contra o meu peito e segurá-la até que o susto seja esquecido.
Em vez disso, eu observo a cozinha para garantir que mais nada esteja em
chamas, pois o alarme de fumaça finalmente se acalma. Minha atenção para na
frigideira e o que parece ser uma carne carbonizada dentro dela.

—Eu estava tentando fazer o jantar. —O tom de Banner começa


timidamente, mas cada palavra ganha volume e atitude. —Até que você apareceu
e começou a agir como um idiota e eu deixei queimar!

Ela é muito sexy quando está chateada. Não posso deixar de cutucá-
la um pouco mais. —Querida, eu acho que tudo o que você estava fazendo foi
condenado muito antes de eu aparecer.
Suas sobrancelhas franzem com irritação. —Por que eu já pensei que eu
gostava de você? Você é tão idiota quanto aqueles idiotas em Manhattan.

Eu não me ofendo pois sei que não é verdade. —Pelo menos eu sou
um idiota que não queima o jantar. O que você estava tentando fazer?

Ela balança a cabeça. —Como se você se importasse.

Eu me inclino para trás, descansando um quadril na mesa no meio da


cozinha e aguardo.

—Bacon. Eu estava tentando cozinhar bacon. —Ela atira as palavras,


soando tão miserável, que quase me sinto mal por rir dela.

—Não é o último porco do planeta, Bruce. Não há necessidade de


parecer que nunca mais terá bacon.

—Quando você não teve bacon de verdade por aproximadamente


cinco anos, com certeza parece que é sim. Esse era o único pacote.

Eu olho para o pacote na panela. —Todo o pacote em uma panela?


Droga, Bruce. Você não o separou?

Ela balança a cabeça. —Eu pensei que isso aconteceria quando ele
descongelasse e cozinhasse.

Tenho certeza de que minhas malditas sobrancelhas alcançam o meu


cabelo. —Você colocou bacon congelado em uma frigideira?

Os ombros de Banner caem quando ela leva a mão para seu rosto. —
Eu sabia que deveria ter procurado no google. Eu não sei cozinhar, ok?

—O que você fazia naquela cozinha elegante no seu apartamento?

—Aquecia comida pronta. Usava serviços de buffets ocasionalmente


para festas e jantares.

Não sei por que estou surpreso, mas eu estou. —Você está falando
sério?
—Tem algum delivery aqui? Sushi? Tailandês? Vietnamita? Eu
poderia pedir algum desses. — Ela para quando percebe que o que acabou de
dizer é ridículo, e levanta uma mão. —Deixe-me tentar isso novamente. Pizza?
Chinês?

Eu já estou indo para a porta quando respondo. —Há uma pizzaria na


cidade que pode entregar agora, mas nem mesmo eu deixaria você comer isso.
Capítulo 22

Banner

—Você vai simplesmente sair?

Primeiro Logan Brantley aparece para me ver acabar com o bacon, e


agora ele simplesmente vai sair sem outra palavra?

—Você realmente é um idiota. —Gritei enquanto a porta fechava


atrás dele.

Eu corro para a tela para olhar, e vejo-o tirando sacos de sua


caminhonete antes de voltar para a varanda da frente.

Por algum motivo desconhecido, não hesito em abrir a porta para


deixá-lo entrar. Eu digo a mim mesma que é porque ele está carregando sacolas
de compras, e eu estou com tanta fome que até mesmo comeria um cachorro-
quente non-kosher19.

Logan coloca as sacolas na mesa e se vira para encontrar meu olhar.


Merda. Como ele está ainda mais lindo do que antes? Não é justo.

—Você realmente não devia chamar de idiota o cara que está prestes
a fazer para você um jantar.

Suas palavras enviam uma vergonha por mim. Por que eu continuo
aparecendo quando se trata dele?

—Eu pensei que você estava apenas... indo. —Está na ponta da


minha língua pedir desculpas, mas ele me interrompe.

—Você realmente não sabe cozinhar?

19
Comidas que não são feitas de conformidades com as leis e rituais judaicos.
Eu balanço minha cabeça. —Eu sou de Manhattan. Não é uma
habilidade necessária.

—Você está muito longe de Nova York, Bruce. Quanto tempo você
vai ficar, mesmo? Você ainda não me disse por que você está aqui.

Odeio o fato de eu ter que lhe dizer a verdade. Se alguém, exceto


Logan, estivesse em pé na minha cozinha, eu ficaria com o meu papo, eu só
preciso de uma pausa da cidade, mas ele já sabe que isso é uma mentira.

—Eu não sei quanto tempo vou ficar.

Ele não diz nada, claramente esperando que eu continue a minha


explicação.

—Olha, é uma longa história, ok?

Com um aceno de cabeça, Logan gira e começa a descarregar os


sacos de compras na mesa. —Então você pode me dizer enquanto eu cozinho,
porque você não vai comer este bacon até que eu consiga uma história sem papo
furado.

Minha atenção se fixa nos sacos de mantimentos, assim que uma


sensação de excitação se enraíza. —Você tem bacon aí?

Ele olha sobre o ombro largo, os músculos esticados contra a camisa.


—Claro que sim. Isso é o que um homem de verdade compra quando ele vai ao
supermercado.

Um homem de verdade. Como se eu precisasse de um lembrete com


a forma como sua presença engole o espaço na pequena cozinha e faz parecer
dez graus mais quente do que o incêndio que quase comecei. Só eu...

—Se você quiser ir lá na caminhonete, também há um pacote de


cerveja. Talvez pudéssemos beber um pouco.

—Bacon e cerveja. Eu acho que os homens de verdade não brincam


em serviço.
Ele me dispara um olhar que acende outro tipo de fogo, desta vez
entre minhas pernas. Não. Não vá por aí.

—Nós levamos muita coisa a sério, não só a comida.

Como se eu estivesse escapando do massacre da motosserra no


Texas, eu corro para a porta e a fecho atrás de mim antes que eu perca a
respiração. Eu não posso ficar perto dele. Não é seguro. Recomponho-me,
percorro o caminho para a caminhonete e abro a porta.

O perfume único de Logan Brantley me atinge, é um cheiro cítrico e


todo homem. Eu digo a mim mesma que não é tão sexy quanto parece, quando
eu acho o pacote de cerveja no chão no lado do passageiro. Uma garrafa rolou
sob o assento, então eu retiro.

Um pedaço de papel está grudado na garrafa.

Se você estiver sozinho, sabe onde me encontrar.


687-7896

Humm. Com licença?

Eu vou empurrá-lo de volta para as entranhas da caminhonete de


onde eu puxei, mais encontro mais papeis.

Eu não deveria estar mexendo na caminhonete de Logan Brantley.


Além disso, apesar de parecer, eu não tenho ciúmes.

Eu não tenho. Sério.

Pego um punhado de notas semelhantes.

Estou disponível para fazer o seu jantar a qualquer


momento.
Me diga se você quiser que eu cozinhe a comida
que você está comprando. Eu sei como manter um homem
alimentado.

Traga o seu apetite para a minha casa e eu vou


consertar você.

Se eles estivessem todos na mesma caligrafia, eu diria que Logan


tinha uma perseguidora, mas a variedade de nomes e números na parte inferior
das notas revela que não é esse o caso.

Jesus, todas as mulheres nesta cidade se jogam em Logan Brantley? E


o que há com todas as mulheres que querem cozinhar para ele? É uma coisa do
Kentucky?

Sementinhas de inveja enraízam-se dentro de mim, e apesar de


tentar pisoteá-las, elas são pequenas idiotas que não pegam a dica.

Então, se cada mulher nesta cidade pensa que Logan Brantley é uma
caça? Eu me pergunto o que elas pensariam se soubessem que ele dirigiu quase
mil quilômetros para me ver... E depois fugiu do meu apartamento, depois do
nosso encontro de uma noite.

Nem pense nisso.

Eu coloco as notas de volta embaixo do assento, pego a cerveja e


volto para a casa. Embora eu tentasse apagá-las, duas perguntas não saem da
minha cabeça.

Ele aceita alguma dessas ofertas?

Por que ele guarda as notas?

Quando volto para a casa, Logan tem outra frigideira no fogão.


Felizmente, o cheirinho gostoso de bacon afugentou o cheiro acre de fumaça.
Ele olha para mim por cima do ombro. —Achei que você tinha sido
sequestrada pelo Pé Grande ou algo assim.

—Uma garrafa ficou presa sob o assento, e fiquei presa lendo seus
convites para o jantar.

Sua expressão se estreita, mas eu continuo.

—Você já cozinhou para si mesmo? Ou você apenas mantém todas


em rodizio? Como: ela faz bem frango, o bife dessa é melhor, mas os ensopados
são uma merda, então eu vou vê-la como um lanchinho noturno.

—O que te faz pensar que aceitei qualquer uma dessas ofertas?

Coloquei a cerveja na mesa. —Por que você não aceitou?

Logan volta para a frigideira. —Retire os ovos e misture a massa de


panqueca. Se tivermos bacon, podemos também ter um café da manhã completo.

Aparentemente, isso significa que o assunto está encerrado. Eu não


quero mantê-lo em aberto, então puxo a caixa de massa de panquecas da sacola
de compras e respiro em alívio quando é uma daquelas que apenas adiciona
água. Basicamente, menos chances para que eu estrague algo mais esta noite.

Abro o que parece ser cada porta do armário do meu lado da cozinha
sem encontrar uma tigela antes que eu vire para Logan.

—Você vê alguma tigela de mistura aí? Não tenho ideia de onde


estão as coisas.

Ele virou um pedaço de bacon antes de abrir um armário e puxar


uma. Eu atravesso a cozinha para tirá-la dele, mas ele a segura.

—Você acha que eu teria fodido você em Nova York, se eu estivesse


fodendo todas as mulheres nesta cidade?

As palavras saem silenciosamente, mas com força por trás delas.


Eu puxo a tigela, mas ele ainda não solta. —Não estou pedindo uma
explicação.

—E eu aqui que pensei que tivesse lhe dado uma quando disse que
não aceitava tudo o que era oferecido. Muitas dessas mulheres estão à procura
de um homem para lhes bancar, e não vou querer a chance de derrubar uma
delas e ficar preso em ser uma pensão por dezoito anos.

—E você não estava preocupado em me derrubar? —A questão sai


antes que eu possa engolir.

Ele balança a cabeça. —Garotas da cidade como você, eu pensei que


teriam suas coisas em ordem. E eu sempre uso um preservativo.

—Garotas da cidade como eu... —Repito as palavras. —Você quer


dizer, o tipo de vagabunda? O tipo que gosta de uma noite porque elas são fáceis,
e eu posso sair e ir embora sem complicações?

—Eu não disse nada disso.

—Você não precisava.

Um pesado silêncio paira sobre a cozinha, pontuado apenas pelo


aparecimento do aroma de bacon. Logan finalmente libera seu controle sobre a
tigela de mistura, e eu decido que vou ficar bêbada. Surpresa. Surpresa.

Eu preparo a mistura de panquecas no lado oposto da cozinha, me


aproximando de Logan apenas para entregar a ele. Quando pego uma cerveja,
vejo uma caixa de suco de laranja espreitando de uma das sacolas. Bem, inferno
durante a grande procura pela tigela, encontrei uma garrafa de vodca, e isso seria
a chave para melhorar o meu café da manhã, mais do que a cerveja, na minha
opinião. Pego o suco de laranja e volto para o armário de vodca para preparar
minha bebida.

Logan pega uma garrafa de cerveja antes de pegar outra frigideira


com panquecas.

—Quer um drink? —Pergunto, levantando a vodca.


Ele balança a cabeça enquanto tira a tampa da cerveja e toma um
gole. —Não, o que eu quero é a verdadeira história. Então, conte.

Com a minha bebida na minha frente, me sento numa cadeira e


inclino para trás.

—A verdadeira história... fui demitida do meu trabalho, despejada do


meu apartamento e quando meus pais não se incomodaram em me ajudar e eu
não consegui aceitar a ajuda de uma amiga, essa opção surgiu, e pensei por que
não?

Logan vira a panqueca antes de olhar por cima do ombro. —Essa não
é exatamente uma longa história.

—Talvez não, mas esses são os destaques.

—Então, vir aqui não tem nada a ver comigo.

Tomo um longo gole no meu drink. Mesmo agora, com o calor da


vodca filtrando pelo meu corpo, não sei como responder a essa pergunta.

Eu gesticulo na direção de sua caminhonete com o meu copo. —Você


precisa de outro tipo de mulher atrás de você, como eu preciso de outro golpe de
azar. Porque, caramba, isso é uma série bastante impressionante de Barbies
Donas de casa procurando pegar um homem.

Logan se afasta do fogão e encontra meu olhar por um longo


momento. —Talvez seja por isso que eu gosto mais de você. Você não está
procurando nada além de diversão, e isso é tudo o que eu tenho em mim agora.

Suas palavras doem muito mais do que eu gostaria de admitir.

Eu sou a garota para diversão. A festeira. A rainha das ficadas de uma


noite. Eu abracei o título nos últimos dez anos e curti cada pedacinho dele. Mas
algo sobre sentar aqui em uma cozinha, forrada com papel de parede lilás, com
este homem, me fez pensar se não é hora de tentar algo diferente.

Que diabos? Cale a boca, Banner. Você está parecendo uma louca.
Eu tomo outro gole rápido, esperando que isso afaste o estranho
sentimento, mas, em vez disso, miro na bunda de Logan e me lembro de como
seu pau era grande e perfeito.

Todas as bebidas no mundo não pararão o trem da luxúria rugindo


pelas minhas veias. Mas talvez isso seja bom. Luxúria, disso eu entendo. Então, e
se eu apenas quiser montá-lo como um touro?

O tom profundo de Logan interrompe meus pensamentos. —Você vai


me fazer subornar você com bacon para descobrir o porquê desse olhar no seu
rosto?

—Eu acho que a regra da ficada de uma noite pode precisar ser
modificada temporariamente para permitir uma repetição.

—É verdade? —Ele voltou para o fogão para terminar de cozinhar


sem mudar sua expressão.

Minha paciência acabou, e assim também o meu apetite pela


sutileza. —O que isso significa?

Ele alcança sua cerveja e toma um gole. —Significa que veremos o


que acontece. Agora, pegue alguns pratos. É hora de comer.
Capítulo 23

Logan

As mulheres pra começar são criaturas estranhas e únicas, mas Banner


está em sua própria categoria. Quando ela morde um pedaço de bacon crocante,
o gemido que ela solta vai direto para as minhas bolas, lembrando-me de como
ela soou quando gozou em meus dedos, boca e pau.

Existe alguma chance de eu recusar uma segunda noite com ela? De jeito
nenhum. De canto de olho, vejo ela comer enquanto termino de cozinhar os ovos
e depois sirvo em ambos os pratos.

—Provavelmente é bom que você não esteja cozinhando para nenhuma


dessas mulheres que desejam amarrá-lo, porque elas ficariam muito mais
criativas se soubessem que você poderia rebater isso tão facilmente.

Eu ri da sua franqueza. —Tenho certeza de que as habilidades delas de


cozinhar o café da manhã são melhores do que as minhas.

Ela levanta um pedaço de bacon no ar para gesticular com ele. —Mas você
não entende o apelo em assistir um homem cozinhar. Está bem ali, no mesmo
patamar de vê-lo gozar quando você está de joelhos entre suas pernas.

Eu engasguei com o ovo frito antes que minha visão ficasse vermelha ao
pensar nela com outro cara. Algo em Banner dispara o gatilho no meu controle.
Eu não me importo com quantos cara ela esteve, mas com certeza, não quero
ouvir nada sobre eles.

—Então, eu acho que você vai ter que se ajoelhar na minha frente e
comparar. —Não sei de onde vieram essas palavras, mas seus olhos fixam nos
meus e ela pisca.
Eu gosto desse olhar chocado em seu rosto, aquele que ela provavelmente
está mais acostumada a ver nos outros, dada a sua falta de filtro.

Sua surpresa desaparece rápido, e Banner está de volta ao jogo. —Ah, sim,
garotão? Você acha que consegue ficar parado e não deixar suas pernas te
entregarem?

Meu pênis pressiona tão forte contra o zíper do meu jeans que talvez
deixe uma marca permanente, mas eu me recuso a deixá-la ter a última palavra.

—Eu vou ficar parado até mesmo quando ver sua garganta engolir cada
gota.

Os olhos de Banner se ampliam de novo, e um rubor tinge suas


bochechas. Aposto que ela não sabia que podia ainda corar. Os cantos dos meus
lábios puxam em um sorriso malicioso. Eu nunca consideraria dizer algo assim a
ninguém, mas com Banner, isso simplesmente sai.

Ela não tem uma resposta rápida, então eu continuo empurrando. —


Aposto que se eu colocasse a minha mão na sua calcinha agora, você estaria
molhada para mim, não é?

Ela se mexe em sua cadeira e pega sua bebida. Ela a esvazia em dois
grandes goles antes de colocá-la de volta na mesa na frente dela. —Eu acho que
preciso tirá-la.

O brilho em seus olhos diz que ela está segura de que está me tentando.
Mas uma coisa que aprendi com Banner é que eu tenho que me esforçar para
manter a vantagem.

—Termine sua comida. Então você pode tirá-la.

Ela afasta o prato. —Eu não estou mais com fome disso.

—Do que você está com fome, Banner?

—Eu quero esse pauzão na minha boca para que eu possa lembrá-lo como
eu posso fazer você gozar forte.
Porra ... essa mulher.

—Você acha que eu esqueci? —Para mim, eu adiciono, de jeito nenhum,


Bruce. Eu me inclino para trás e observo seu rosto. —Mas um lembrete não seria
indesejável.

Minha provocação a atingiu. —Você também vai querer boceta para a


sobremesa, então é melhor você economizar espaço.

E eu estou oficialmente pronto. Eu solto meu garfo no prato com um


barulho. —Você está me matando com sua boca suja.

—Talvez eu não consiga manter seu estômago cheio, mas eu posso


manter suas bolas vazias. —Ela dá um sorriso de gato que comeu o rato. —Então,
o que você está esperando?

—Foda-se. —Me levanto da mesa e dou dois passos para chegar ao lado
dela antes de levantá-la da cadeira.

Eu não preciso de indicação para achar um quarto nesta casa, então subo
as escadas com as pernas de Banner enroladas em torno de meus quadris e seus
lábios no meu queixo.

Quando chego no quarto que Holly usava quando criança, eu coloco


Banner de pé. Ela não perde tempo para tirar o meu cinto e puxar meu pau, só
parou quando puxei a camisa para cima e sobre sua cabeça.

—Porra, senti saudade dos seus peitos.

—E eu do seu pau.

Um pensamento me atinge. —É melhor você não estar fazendo isso


porque está bêbada.

—Cale a boca, Logan. Isso foi só um suquinho de laranja com vodca. Nessa
altura, você já deveria saber que estou sóbria.

Envolvi sua nuca e forcei seu olhar para o meu. —Com certeza.
Capítulo 24

Banner

Logan esmaga sua boca na minha enquanto acaricio seu pênis, e seu
gemido vibra contra meus lábios. Quando eu terminar, ele nunca vai esquecer
esta noite. E toda vez que ele pensar em uma dessas mulheres fazendo o jantar,
ele vai lembrar o que ele ganhou depois que cozinhou para mim.

Odeio o ciúme que me corrói como ácido, mas não posso evitar. Eu tenho
algo para provar. Talvez eu seja apenas a garota para se divertir, mas pelo menos
eu sei que sou ótima nisso.

Afasto meus lábios dele, e ele puxa a camisa sobre sua cabeça. Arrastando
minha língua por seu peitoral e abdômen definidos, eu acaricio seu pau durante
todo o tempo. A mão de Logan finalmente cobre a minha quando eu caio de
joelhos.

Juntos, nós o acariciamos até o limite do orgasmo enquanto eu toco a


cabeça com a minha língua e os lábios. Eu pego suas bolas na minha mão livre, e
seu grunhido de prazer enche o quarto logo antes de suas bolas pulsarem, e eu
engolir cada gota.

Os olhos de Logan se abrem e ele me encara ajoelhada. —Jesus Cristo,


mulher. Você é perigosa.

—Nós não estamos nem perto de acabar.

Se sexo é tudo o que vamos ter entre nós, então vou ter certeza de que
seja o melhor que ele já teve.

—Me dê um minuto, e você está certa, não terminamos.


Antes de perceber o que está acontecendo, Logan me coloca de joelhos na
cama, segurando a cabeceira atrás de mim enquanto monto o seu rosto. Sua
língua cai contra o meu clitóris até que eu estou gritando o seu nome e
pressionando forte contra seus lábios.

Ele não espera que meu orgasmo diminua antes de me reposicionar de


quatro. Eu ouço o som de um invólucro antes que ele empurre em mim por trás.

Nunca vou admitir isso para ele, mas adoro como ele não me pergunta o
que eu quero e, em vez disso, só me dá o que eu preciso.

—Você ainda não terminou. —Ele diz. —Você vai continuar gozando para
mim. Você acha que eu quero ouvir você gritar meu nome só uma vez? De jeito
nenhum. Eu quero ouvir de novo e de novo.

A mão de Logan desliza ao redor do meu quadril para cobrir meu clitóris
enquanto ele empurra para dentro uma e outra vez. Quando ele atinge meu
ponto G perfeitamente e aumenta a pressão, eu me perco. Eu sou uma poça na
cama quando Logan grita seu próprio clímax e cai ao meu lado.

O sono me pega antes mesmo que eu possa rolar.


Capítulo 25

Banner

A luz solar ofuscante penetra em meus olhos e me arranca do sono. Eu


gemo e tento me virar, mas estou presa na menor cama em que já dormi.

Que diabos?

A noite passada volta com rapidez. Eu estou em Gold Haven, Kentucky, na


casa do avô de Holly, e o pau de Logan Brantley está pressionado contra minha
bunda.

Jesus. Fale sobre uma comemoração de boas-vindas.

Quando me mexo, Logan pula, sentando.

—Porra. —Ele já está fora da cama e puxando o jeans antes que eu me


sente.

—O quê?

—Eu tenho que sair daqui.

—Por quê? Você está atrasado para alguma coisa?

—Não, mas não posso estar aqui agora. —Ele veste sua camisa e está na
metade da porta antes que eu possa fazer a minha próxima pergunta.

—Por que não? Qual é a pressa?

Ele não responde porque já está descendo as escadas.

—Que diabos, Logan?


É assim como ele se sentiu depois da nossa última manhã? Para ficar
registrado, é uma droga.

Eu pego meu jeans e camisa da noite passada e visto. Quando chego no


final da escada e passo para a cozinha, Logan está pegando a maçaneta da porta.

—Realmente? É assim, desse jeito? É assim que um homem de verdade


lida com a manhã seguinte em sua cidade natal? Qual é o seu problema, porra? —
Estou fervendo e tentada a pegar o objeto mais próximo e jogar nele.

—Você não está entendendo, né? —Ele diz.

—Não, realmente não estou.

—Esta é uma cidadezinha. Você tem alguma ideia de quantas pessoas


provavelmente já sabem que passei a noite aqui? A fofoca está correndo, e
dentro de uma hora, todos estarão falando sobre isso. É por isso que eu não
aceito nenhuma dessas mulheres e suas ofertas. Não preciso ser a conversa da
cidade. Tenho um negócio para gerir, e isso é tudo o que me interessa.

Suas palavras são como uma bofetada fria da realidade.

Estive nesta cidade por menos de vinte e quatro horas e, aparentemente,


já vou ser rotulada como a “Prostituta de Gold Haven”. Não é uma maneira
fabulosa de começar o meu novo recomeço?

—Lamento arruinar a reputação perfeita de Logan Brantley. Eu não


percebi que estaria te prejudicando enquanto você estava me comendo. Eu acho
que é melhor você sair daqui para que você possa salvar sua imagem pública.

Ele balança a cabeça, a mão ainda na maçaneta da porta. —Você não


entendeu. Mas você irá. Você acha que Manhattan massacra alguém e cospe
fora? Você nunca morou em uma cidadezinha.
—Quão ruim pode ser ter um bando de adeptos de Betty Crocker 20
torcendo o nariz para mim? Não estou tão preocupada com a opinião deles. —O
sarcasmo goteja de minhas palavras como gasolina, pronto para entrar em fúria a
qualquer momento.

Por que eu achei que vir para cá era uma boa ideia? Por que eu achei que
deixar Logan entrar nesta casa e dentro de mim, era uma boa ideia? Eu poderia
me bater por deixá-lo chegar tão longe.

Logan balança a cabeça. —Eu dou-lhe vinte e quatro horas antes de pegar
um avião de volta para Nova York.

Que. Idiota.

—Você sabe o que? É oficial. Você é um idiota. Dê o fora.

Quando ele abre a boca, eu não quero saber se ele vai dar uma desculpa
ou mais palavras irritadas, então ergo uma mão. —Saia. Apenas saia, porra.

A boca de Logan fecha e ele se vai.

Eu sento em uma das cadeiras da cozinha, tentando descobrir o que


aconteceu. Não sei se aguento mais desta merda de karma.

Da última vez, ele foi aquele que saiu com o orgulho ferido, e agora sou eu
que estou cercada pelos meus restos esfarrapados.

Logan Brantley pode ser um homem de verdade e chutá-la na bunda.

20
***

Passei o resto da manhã fumando e trabalhando furiosamente no meu


laptop. Meu novo negócio não vai parar apenas porque algum idiota não quer
que as pessoas desta cidade, de lugar nenhum saibam que ele passou a noite
comigo.

Três horas passam antes de me levantar e esticar, espantada que realizei


tanto em tão curto período de tempo. Meu estômago ronca, me lembrando que
estou morrendo de fome. Os mantimentos de Logan estão na geladeira, mas não
há como tocá-los.

Mesmo se eu soubesse o que fazer com um bife, não o comeria.

Verifiquei novamente a hora; Meu carro de aluguel deve estar aqui a


qualquer momento. Holly e Crey insistiram em pagar por um, pois não gastariam
dinheiro para “cuidar da casa”. Tenho meu orgulho, e ninguém vai me pagar para
sentar minha bunda desabrigada aqui.

Abrindo a geladeira de novo, decido que o suco de laranja é um jogo justo.


Eu basicamente o reclamei como meu na noite passada.

Há uma batida na porta ao meio-dia, e olho através das cortinas de renda


para ver quem é. Dois carros estão estacionados na frente, e um homem ainda
está sentado na direção. Perfeito.

Destranco e abro a porta.

—Senhora Regent? —Pergunta o homem à porta.

—Sim.
Ele segura uma chave. —Este é seu pelo tempo que você precisar. Basta
chamar o número na etiqueta-chave para nos dar a localização quando quiser que
venha buscá-lo.

Isso é fácil.

—Obrigada. —Digo enquanto aceito as chaves, e ele se vira e volta para o


outro carro.

E assim, eu tenho rodas, o que significa que é hora de tomar banho, então
eu realmente não parecerei como uma sem-teto enquanto exploro Gold Haven.
Capítulo 26

Logan

Eu não ouço o toque da campainha sobre a minha música, mas, assim que
alguém desliga Black Sabbath, eu sei que tenho um visitante. Infelizmente, meus
dois funcionários estão fazendo uma pausa para fumar, então deslizo meu
carrinho de baixo do carro em que estou trabalhando e olho para cima.

Julianne apoia uma mão no quadril e me olha fixamente. —Bem, bem. Se


você não é a conversa da cidade esta manhã. Eu sabia que aquele Bad Boy do
colégio estava escondido em algum lugar dentro do garoto civilizado que você
bancou nos últimos dias.

Mesmo que eu esperasse isso, não é o que eu quero ouvir. —Quão ruim
é?

—As garotas no salão estavam falando sobre isso a manhã toda. Muitas
especulações sobre a mulher, com certeza. Alguns estão dizendo que Holly Wix
fugiu de seu marido e você é seu amante secreto.

—Você deve estar brincando comigo. —Levanto-me e limpo as minhas


mãos com um pano tirado do meu bolso traseiro.

—Não, não é tudo. Tenho certeza de que provavelmente estará nos


tabloides, porque sei que Deana tem fotos de sua caminhonete na frente da casa
de Holly, e provavelmente tentará vendê-las porque o seu ex está a sete meses
sem pagar pensão e ela está ficando desesperada.

—Porra. É melhor chamar Holly e avisá-la.

—Isso pode ser inteligente.

—O que mais? —Pergunto.


—Sua gerente de restaurante favorita parou para consertar uma unha e
soube de toda a história de camarote. Se você estava querendo fazer qualquer
movimento por lá, talvez vá ter que fazer algum controle de danos.

Eu não devo a Emmy quaisquer explicações, mas isso não é algo que
preciso dizer a Julianne, porque só vai adicionar fogo nas fofocas que já está em
chamas.

—Algo mais?

—Sim, sobre ela, mas com certeza quando quem quer que você esteve
fodendo a noite toda fizer uma aparição, ela vai receber olhares como ninguém.
Então, você pode querer se certificar de que ela esteja ciente do que está
acontecendo também. A menos que fosse uma coisa de páh pum, obrigado,
senhorita.

Eu sei que esta é a maneira de Julianne tentar descobrir quem exatamente


está na casa de Holly, e minha resposta definirá o tom de como a cidade inteira
tratará Banner enquanto ela estiver aqui.

Eu escolho minhas palavras com cuidado. —Quando sair, você pode dizer
a qualquer um que disser uma palavrinha atravessada para ela ou sobre ela que
eles vão responder a mim.

—Então é assim? —Julianne atira.

—É assim.

—Não é uma informação interessante? Então é sério entre vocês dois?

Eu olho sério quando me lembro da explosão que Banner e eu tivemos


essa manhã. —Isso não está em discussão.

—Mas você sabe que toda essa cidade vai especular sobre isso de
qualquer maneira.

—Eles podem continuar e especular tudo o que eles quiserem. Eu não me


importo. Mas se alguém disser...
Julianne termina minha frase. —Uma palavra para esta mulher misteriosa,
e então você fará com que eles engulam goela abaixo. —Ela inclina a cabeça para
o lado. —Você sabe que isso não vai pará-los.

—Isso deve ajudar.

Julianne ri e se vira para a porta. —Eu acho que vamos ver. —Ela faz uma
pausa no limiar entre a garagem e a sala de espera. —A propósito, você precisa
de um corte de cabelo. Eu posso encaixá-lo esta noite depois de fechar, se você
ainda estiver aqui.

Eu concordo. —Eu aviso você. Obrigado.

Eu puxo o meu celular assim que ela passa pela porta para ligar para Holly.
Cai no correio de voz dela, então deixo uma mensagem. Espero que ela e seu
marido, que para registro, não é o meu maior fã, ache essa confusão toda
engraçada.

***

Três horas depois, estou prestes a fechar as portas da minha oficina para
que eu possa trabalhar. Eu tive mais visitantes casuais querendo marcar
compromissos e jogar conversa fora do que posso contar em uma mão. Eles não
são tão sutis sondando informações.

—Então, você tem uma amiga na cidade?

—Eu ouvi que você chegou algumas horas atrasado.

Eu ainda não tive notícias de Holly, e não escrevi para Banner o dia todo.
Eu fui um idiota esta manhã, e eu sei disso. Mas percebendo o quanto eu
estraguei, por deixar minha caminhonete estacionada na frente da casa à noite
toda, me desarmou.

Em uma cidadezinha, você só tem uma chance de causar uma boa


primeira impressão. Eu sei como é difícil mudar essa impressão, e o que as
pessoas vão dizer sobre Banner já me irrita. O padrão está vivo e ativo, e ainda
mais pronunciado aqui. Ela será marcada como uma vagabunda antes mesmo de
pisar fora da casa, e é tudo minha culpa. Eu não deveria ter dito o que eu disse, e
eu preciso me desculpar, mas não tenho certeza de que eu vou conseguir sair da
mira de fogo dela.

Eu finalmente cedo ao desejo e pego meu telefone para enviá-la uma


mensagem.

LOGAN: Desculpe-me por esta manhã. Gostaria de pedir a


desculpa e me explicar pessoalmente.
Capítulo 27

Banner

Quem perpetuou o ideal de Hollywood que as cidades pequenas são


amigáveis e acolhedoras é totalmente louco.

Em todo lugar que eu fui hoje, que não foram muitos lugares, porque não
há muitos para ir, foi preenchido com pessoas que me olhavam, como se eu fosse
um tipo de prostituta. E isso sem usar nada chamativo ou escandaloso. Calças
skinny, botas de salto e uma longa camisa azul pálida era o que eu usava, mas as
mulheres nesta cidade estão me olhando como se eu estivesse andando com
saltos de stripper e um fio dental.

Estou no supermercado, procurando nas prateleiras altas e baixas por


aveia orgânica, quando finalmente ouço alguns dos comentários sarcásticos que
eu tenho certeza que me cercaram por toda a manhã.

—Eu ouvi que ela atraiu Logan Brantley lá dizendo que era Holly Wix, e
todos nós sabemos que ele teve uma queda pela Holly desde sempre.

—Oh, eu aposto que você está certa, Tricia. Caso contrário, ele já teria
colocado um anel no dedo de Emmy Harris. Por quanto tempo, Logan pode ter
uma paixonite por Holly? Ela é casada com aquele bilionário agora.

Uma terceira voz junta-se à conversa. —Não há nenhuma maneira de que


ele esteja apaixonado por Holly ainda, se ele está comendo uma piranha de Nova
York. Além disso, eu ouvi dizer de Julianne que ele vai lidar com isso
pessoalmente, se ele ouvir alguém dizer uma palavra sobre essa mulher
misteriosa.

A primeira voz responde. —Ele pode me responder pessoalmente sempre.


Eu sei como lidar com um homem.
—Já não tem uns dez anos desde que você teve um homem de verdade na
sua cama? Deixe isso para alguém que não precisa de tesoura de poda para estar
pronta para ele.

Uau. Essas cadelas não são moles. Minha curiosidade é mais forte do que
a minha vergonha, porque eu quero ver exatamente quem está falando essas
besteiras sobre mim, para que eu não acabe sendo legal com elas mais tarde.

Empurro meu carrinho para o final do corredor em sua direção, e lá estão


elas. Uma loira que precisa desesperadamente de um colorista melhor, uma
morena e uma mulher com cabelo grisalho em cachos curtos. As três cabeças
balançam na minha direção enquanto as rodas do meu carrinho rangem.

—Eu não quero interromper suas fofocas, mas você sabe se há uma seção
não transgênica ou orgânica nesta mercearia? Esta piranha de Nova York tem
alguns padrões.

Dois rostos empalidecem, como esperado quando as pego no meio de


uma sessão de fofoca épica, mas a loira endireita os ombros.

—Você provavelmente vai querer voltar para Nova York. Aqui, nós só
temos comida normal e nada dessas porcarias extravagantes.

—Não vou sair tão cedo, então acho que vou ter que pedir a Logan para
me ajudar a encontrar o que preciso.

Todos os olhos se alargam ao mencionar o nome dele.

—Parece que ele já encontrou o que você precisava. —Diz a loira com um
tom debochado.

—Meu ponto G, meu clitóris e o fundo da minha garganta?


Absolutamente. — Com um sorriso, viro meu carrinho e empurro-o na direção
oposta.

Engulam essa, suas cadelas fofoqueiras. Como se eu me importasse.

No caminho para o caixa, pego um saco de Doritos e um uísque.


***

Contrariamente ao que meus pais, e provavelmente o resto das pessoas


que me conhecem pensam, eu trabalho duro. Eu nunca deixo ninguém ver esse
lado das coisas. Por quê? Porque eles iriam rir como loucos se soubessem sobre o
meu projeto atual.

Danem-se os inimigos, porque vou ser um sucesso por mim mesma.

Eu trabalho na mesa da cozinha até que a bateria do meu telefone chega


ao fim, então tenho que me levantar e desenterrar o carregador para manter meu
ponto de acesso à internet. Se eu for ficar aqui mais tempo, precisarei procurar
um serviço de internet.

Quatro horas depois, estou cansada de trabalhar por hoje. Há sempre


mais que posso fazer, mas meus olhos estão turvos de tanto olhar para a tela do
computador o dia todo, e minha mente está esgotada.

Antes de guardar o telefone, respondi à Logan, mas não recebi nenhuma


resposta a minha mensagem de quando e onde.

Talvez ele tenha mudado de ideia?

Tanto quanto eu gostaria de pensar, eu não conheço Logan tão bem.


Algumas semanas de mensagens de texto, mesmo que em quase todas as horas
do dia, não garantem saber como uma pessoa vai reagir por você aparecer na sua
cidade natal e dizer que vai ficar por um tempo.

Talvez precisemos de um novo começo. Talvez seja minha vez de


encontrá-lo e oferecer a bandeira da paz. Fecho meu laptop e subo as escadas
para me trocar e retocar minha maquiagem antes de sair com o meu carro
alugado.

Trinta minutos depois, estou dirigindo por Gold Haven como uma
assediadora louca. Não há nenhum semáforo nesta cidade, apenas uma luz
piscando. Quando paro na frente da oficina de Logan e vejo todas as luzes
apagadas, meu estômago embrulha.

Eu ainda não obtive nenhuma resposta a minha mensagem, e não tenho


ideia de onde ele mora, então isso está fora de questão. São oito horas e não sei
mais onde procurar. Pego a esquerda à luz intermitente, e é quando vejo sua
caminhonete ainda estacionada ao lado de sua oficina, mas novamente, nenhum
sinal de vida lá dentro.

Só me custa uma virada de cabeça para a direita para descobrir


exatamente onde ele está, no salão do outro lado da rua. Através da janela bem
iluminada, vejo Logan na cadeira da cabeleireira, a capa enrolada em seu
pescoço. Uma mulher prende seu próprio cabelo acima de sua cabeça enquanto
dá uma gargalhada. Ele está rindo também. A mão de Logan desliza para fora da
capa para limpar o que deve ser uma lágrima nos olhos, e a mulher faz um
movimento semelhante.

A cena parece em câmera lenta enquanto eu me afasto, finalmente


virando a cabeça para olhar para a estrada na minha frente.

Esse lembrete me atinge fortemente.

Este é o mundo de Logan. Esta cidade está cheia com a sua gente.

E eu não me encaixo.

A compreensão continua me machucando enquanto freio no sinal de pare


logo à frente antes de voltar para minha casa temporária.

Eu não pertenço aqui.

Eu não pertenço a lugar nenhum.


Capítulo 28

Banner

A festinha de auto piedade no meu carro alugado está atingindo níveis


patéticos, enquanto estaciono no pátio de cascalho da casa de Holly e bato minha
testa contra o volante.

—E agora? —Pergunto para absolutamente ninguém.

Pelo menos se estivesse em casa, eu poderia atravessar o corredor e


receber um conselho não solicitado da Frau Frances. Mesmo com a mulher me
entregado ao conselho da associação, eu realmente sinto falta dela.

Antes que eu possa me impedir, pego meu telefone, e ligo para ela.

—Residência da Frances.

Reconhecendo a voz de Irene, uma de suas cuidadoras, digo: —Aqui é


Banner Regent. Eu podia sentir que Myrna sentiria minha falta durante meu
afastamento de Nova York.

—Senhorita Regent, é bom ouvi-la. Deixe-me ver se a Sra. Frances está


disponível para falar com você.

Eu reviro os meus olhos. —Nós duas sabemos que ela vai dizer não,
mesmo que ela queira dizer sim. Diga a ela que é Smith College querendo discutir
o nome de um prédio em homenagem a ela.

Passa um tempo em silêncio antes de Irene responder. —Eu vou dizer a


ela que você mentiu para mim, você sabe.

Uma risada sai do meu peito, já aliviando meu humor. —Perfeito.

—Espere, por favor.


Aguardo sessenta segundos antes da voz familiar de Myrna aparecer.

—Não vou te dar mais dinheiro, se é isso que você está querendo.

Meus lábios se abrem em um sorriso. —Você me deixa chocada, Myrna. E


eu aqui pensando que você me daria todos os seus milhões depois que eu fui
despejada.

—Quem é? Porque você soa como aquela garota ingrata que morava do
outro lado do meu corredor.

—A primeira e única. Você sabe que sentiu minha falta. Vamos lá... você
pode admitir isso.

—Por favor, me diga que você não é uma sem-teto e está se prostituindo
pelas ruas.

Isso me tira uma gargalhada. —Eu realmente não estou. Estou no


Kentucky, tentando a vida na cidade pequena. —Isso deveria derrubá-la em sua
cadeira de balanço. Eu não disse a Frau Frances onde eu iria antes de sair de Nova
York, porque eu ainda estava chateada com ela por me entregar para a
associação.

—Kentucky? —O choque em sua voz é claro. —Por que, em nome de


Deus, você iria para lá?

—Eu precisava de um lugar barato para viver, para não acabar como uma
sem-teto me prostituindo. —Digo, devolvendo suas palavras.

—Eles ainda fluoram suas águas? Não pode ser nem remotamente
civilizado. Você provavelmente será comida por algum animal estranho.

Não tenho certeza se Myrna saiu de Nova York pelos últimos vinte anos,
então sua reação incomum é apenas o alívio cômico que eu precisava.

—Até agora, a única que foi comida foi minha...


Ela me corta antes que eu possa terminar. —Aah! Ainda não aprendeu a
manter suas pernas fechadas, você...

O riso explode dos meus lábios, abafando o que ela diz em seguida, o que
provavelmente é melhor. Limpo as lágrimas dos meus olhos com os meus dedos
para que eu não manche o meu delineador.

—Obrigada, Myrna, por me dar exatamente o que eu precisava. Você não


precisa admitir isso, mas eu sei que você sente a minha falta.

Ela pigarreia, e é quase tão bom pelo telefone quanto em pessoa. —Se eu
sinto sua falta, é só porque o casal que se mudou para o corredor gosta de curry,
e eu estou sufocando até a morte com o desodorizador de ambientes para livrar-
me do cheiro. Se eu morrer por isso, vou culpar você.

Surpreendentemente, eu realmente não quis argumentar que a culpa é


dela se está presa com o aroma de curry.

—Boa noite, Myrna. Espero que você acorde amanhã.

—Se você sentir vontade de me incomodar novamente, faça isso em uma


hora decente.

O telefone clica, e fico com um sorrisinho no meu rosto. Eu realmente


sinto falta dessa velha. Eu sempre sei como ela vai me tratar, porque ela nunca
muda.

Ao contrário de Logan ultimamente.

Meu sorriso desaparece, e me dou uma bofetada mental por pensar nele.
O que preciso é de outra distração. Uma que sirva álcool.

Greer disse que há uma pista de boliche perto daqui. Uma caminhada a
pé. Eu desloco o carro no sentido inverso, a determinação fluindo para a
superfície.

É hora de ver o que Gold Haven tem para oferecer no sentido das
distrações.
Capítulo 29

Banner

O sinal de néon diz PINTS AND PINS 21, mas o N em PINTS está apagado,
então se lê PI TS E PINS 22. Considerando a pintura descascando no lado de fora do
prédio e o estacionamento de cascalho esburacado, este lugar definitivamente já
viu dias melhores.

Mas os mendigos não podem escolher, e este é o topo da minha lista de


opções, especialmente porque parece ser a única coisa aberta nesta cidade. Não
vou voltar para aquele salão de beleza e bater na janela e pedir a Logan para me
manter ocupada esta noite, isso é certo.

Enquanto entro, pergunto-me se meus jeans skinny e os saltos foram uma


má escolha. Você pode ver através da minha longa blusa o cami23 de renda preta.
Em Nova York, estaria mais escandalosa, vestindo apenas um sutiã, mas não
quero provocar ataques cardíacos nesta cidade. Pelos olhares que recebo
enquanto ando pela porta, aparentemente minha ideia do que é conservador e a
ideia de conservador de Gold Haven são duas coisas diferentes.

21
Cerveja e Boliche.
22
Sovaco e Boliche.

23
Os olhos curiosos me examinam da cabeça aos pés, tanto os homens
quanto as mulheres, mas não retardo meu passo. Eu vou diretamente para o bar.
Uma mulher está cantando no karaokê em um pequeno palco, e lembrei-me de
que foi aqui onde Holly Wix começou. Pitoresco.

—Você parece uma encrenca. —A atendente diz.

Ela tem uma aparência muito mais durona do que eu... ou talvez essa seja
apenas a impressão que sua cicatriz inspira. Começa em sua mandíbula e envolve
o lado oposto da base da garganta. Seus cabelos escuros estão presos em um
coque, mas não um bagunçado e sexy que você pode ver em algumas atendentes
em Manhattan. O dela é apertado e sem firulas.

Eu encontro seu olhar direto. —Eu realmente não sou encrenca.

Ela põe um copo sobre o velho bar de madeira na minha frente, me


analisando da cabeça aos pés, e depois se vira para pegar uma garrafa de Ketel
One da prateleira superior. Ela derrama uma dose o desliza para mim.

—Pra que isso?

—Não é por conta da casa, se é isso que você está pensando. Essa merda
sai do meu pagamento, que já é uma piada pra começo de conversa.

—Então, por que você me daria algo que eu não pedi?

—Você iria pedir algum tipo de coquetel sofisticado de vodca que eu não
tenho paciência para ir pesquisar no google, então estou cortando toda essa
besteira.

Surpreendentemente, eu gosto de sua atitude grosseira, sem-merdas-


comigo, mas isso não significa que vou deixá-la pensar que ela sabe alguma coisa
sobre mim.

—Por que é que os barmans pensam saber tudo? Quero dizer, eu poderia
ter vindo aqui procurando uma cerveja gelada.
Ela balança a cabeça e seus olhos castanhos se encontram com os meus.
—Você só fala merda. Aposto todas as minhas gorjetas desta noite que você
nunca pede cerveja.

Eu penso em pedir uma apenas para provar seu erro, mas é um


desperdício de pose. —Você está certa. Eu nunca peço cerveja.

Pego o copo e despejo a vodca em minha garganta. Queima, e em


seguida, o calor que deixa na sua trilha me dá a distração que preciso para hoje à
noite.

—Outra? —Ela pergunta.

—Você não vai presumir?

Ela me dá uma única sacudida de sua cabeça. —Não. Esse truque só


funciona uma vez. —Ela limpa as mãos com o pano do balcão e estica uma para
mim. —Eu sou Nicole.

Eu aperto a mão e percebo que é uma das únicas saudações sinceras que
recebi nesta cidade. —Banner.

Os olhos dela se alargam. —Não brinca? Já ouvi falar de você.

Empurro o copo vazio no balcão em direção a ela. —É melhor me servir


outro.

Ela se estica para servir o copo. —Você é a ianque que aparentemente


montou o pau de Logan Brantley na noite passada.

Eu engasgo com a bebida. Sua falta de filtro me faz lembrar de mim.

—Você presta muita atenção às fofocas? —Pergunto quando acabo de


tossir.

—Eu não posso evitar, trabalhando atrás desse balcão. Mas isso é apenas
meio expediente. Trabalho também um turno na fábrica de móveis. Eu pego tanto
trabalho extra quanto puder, incluindo às vezes trocar óleo para Logan na
garagem quando ele precisa de mãos extras.

Um homem mais velho desliza até o bar usando um chapéu de veterano,


uma camisa de flanela e calça preta amassada. —Preciso de outra cerveja Nicole,
porque Rosie está sumida?

—Desculpe Joe. O filho dela tem estado doente ultimamente, então ela
não tem podido vir. Eu vou consertar isso. —Ela puxa um copo de cerveja atrás do
balcão e enche-o.

O velho pega o banquinho ao lado do meu, mas me ignora


completamente. —Então você ouviu falar sobre a casa que explodiu na estrada
County Line esta noite? Foi ao lado de Millie Freeman, e isso está cheirando mal.
Os policiais não podem continuar ignorando essa merda por muito mais tempo,
porque Millie não vai.

—Outra casa de metanfetamina? —Nicole pergunta.

—Isso é o que eles estão dizendo.

—Que vergonha. Nós continuamos perdendo empregados aqui e na


fábrica porque eles chegam tão drogados, que mal conseguem dizer cinco
palavras juntas.

Joe balançou a cabeça. —O mesmo em todos os lugares. Eu juro que é


uma maldita epidemia. Alguém está ficando rico com isso enquanto eles
envenenam esta cidade.

—A polícia tem pistas? —Pergunto, me intrometendo na conversa.

—Quem diabos é você? —Joe pergunta, balançando a cabeça em minha


direção.

Estendo uma mão. —Banner Regent. Sou nova na cidade.

O velho Joe me olha de cima a baixo. —Merda, posso dizer que você não é
daqui. O que diabos te traz para Gold Haven?
Não é essa a questão de milhões de dólares?

—Eu acho que ela está aqui para prender Logan Brantley. —Nicole
oferece.

Eu viro meu olhar para ela. —Mesmo? Você só vai me jogar para baixo do
ônibus desse jeito? E, por sinal, não estou aqui para prender ninguém. Eu
precisava de uma mudança de lugar e de ritmo. Eu sou amiga da cunhada de Holly
Wix, então ela me deixou usar a casa em troca de vigiá-la.

Joe aceita minha explicação e acena com a cabeça. —É uma coisa boa,
porque acho que essas casas de metanfetamina que estão explodindo geralmente
estão vazias ou abandonadas. Teria sido terrível se a casa de Rosemary fosse a
próxima.

Esse pensamento, embora horrível, realmente me faz sentir um pouco


melhor sobre essa coisa toda. Talvez eu realmente esteja oferecendo um serviço
útil para Holly e Creighton.

—Isso seria uma vergonha. —Nicole diz, colocando a cerveja na frente de


Joe.

—Com certeza. Os malditos viciados não têm um único pensamento na


cabeça para os danos que estão causando. —Ele se inclina para a frente e
sussurra para Nicole. —Mas os policiais acham que não seja possível que apenas
alguns indivíduos aleatórios estejam por trás dessa merda. Há muita merda
acontecendo por esta cidade, pelo que ouvi.

—O que isso significa? —Pergunto.

Nicole responde em vez de Joe. —Isso significa que nós temos alguém
nesta cidade operando com as drogas bem debaixo dos nossos narizes.

—A merda vai ficar feia se começarmos a apontar os dedos uns para os


outros. —Joe diz.

Ela assente. —Suponho que seja melhor deixar os policiais descobrirem


antes que as pessoas comecem a lançar acusações.
—As coisas vão ficar bagunçadas de qualquer maneira, na minha opinião.
Não que alguém ligue para o que este velho tem a dizer.

Nicole esfrega o pano no balcão novamente, cobrindo o mesmo local pela


terceira vez. —É melhor você não arrumar bagunça aqui, velho.

Joe pega seu copo, empina o queixo e volta para uma mesa cheia de
homens de sua idade, todos com bonés esportivos ou dos veteranos. Várias
bengalas estão apoiadas contra a borda da mesa.

Nicole segue meu olhar. —A Liga veterana está fechada hoje, então toda a
equipe aparece aqui. É uma coisa regular.

Assim que ela termina de explicar, um dos velhos se levanta e vai para o
karaokê e começa a cantar “Proud to Be an American” 24, e não posso deixar de
sorrir. Isto é mais do que eu esperava que uma cidadezinha americana seria.
Como uma música de John Mellencamp.

—Então, você quer outra dose, ou você vai me fazer pesquisar no google
alguma porcaria elegante?

Eu sorrio. —E se eu mesma fizer? Eu não sou uma atendente ruim. Era


meu trabalho noturno na faculdade.

Nicole joga a cabeça para trás. —A universitária trabalhou?

—Chocante, certo? Eu precisava de dinheiro para pagar aluguel e as festas


depois que meus pais me cortaram a mesada. Eu fui muito boa em vender
coquetéis e obter gorjetas. —Olho para a camisa de trabalho, abotoada até o
topo. —Você disse que está sempre escolhendo turnos extras por dinheiro? E se
eu pudesse ensiná-la como maximizar os turnos que você tem aqui?

Ela me dá um olhar cético. —Você quer trabalhar no bar de uma pista de


boliche para me ensinar a ganhar mais dinheiro?

—Seu chefe vai se importar? Você precisa de mãos extras, né?

24
Orgulho de ser americano. De The tubes.
Nicole olha para o que eu suponho seja a direção do escritório. —Ele só
vai se importar se você quiser ser paga.

—Nahh. Mas fico com as minhas próprias gorjetas.

A porta da pista de boliche se abre e a atenção de Nicole se fixa no grupo


de seis caras caminhando.

—Merda. Eu vou precisar de toda a ajuda que conseguir.

Eu abro o botão superior da minha blusa e desfaço todos eles antes de


tirá-la. —Existe algum lugar onde eu possa colocar isso e que não suje? Não há
nenhuma maneira que eu vá confiar em qualquer lavanderia daqui se derramar
cerveja sobre ela.

Ela pega de mim e abre um armário onde vejo uma bolsa escondida. —
Está bom?

—Serve.

Eu também entrego minha bolsa, e ela coloca lá dentro. Bebo


rapidamente minha bebida enquanto os homens fazem pedidos de comida no
balcão do outro lado do bar.

—Eu vou brincar de garçonete enquanto você assiste e aprende. Essas


habilidades são tão fáceis de implementar atrás do bar, eu juro.

—Eu vou acreditar quando ver isso.

Eu dou uma piscadinha e começo a trabalhar. As habilidades que


aprimorei na faculdade retornam assim que pego o meu primeiro pedido.
Capítulo 30

Logan

Depois que eu termino com o meu corte de cabelo com Julianne, vou para
casa tomar banho e mudar para algo que não cheire como a minha oficina.

Enviei uma resposta à Banner quando saí da casa, dizendo-lhe que me


encontrasse no Pints and Pins para que possamos conversar, mas não recebi
resposta. Passei pela casa de Holly no caminho para cá, e estava tudo escuro,
então talvez Banner esteja aqui. O estacionamento está cheio, o que geralmente
nunca acontece, a menos que Holly esteja na cidade cantando, ou nas quartas de
final do Campeonato Estadual de Boliche.

Holly não volta á algum tempo, e eu sei que não há torneio esta noite.
Então, o que diabos está acontecendo para atrair essa multidão?

Eu entro e paro logo depois da porta.

Você deve estar de sacanagem comigo.

A cena na minha frente me dá uma ideia de como Creighton Karas se


sentiu quando entrou neste lugar e viu sua esposa entretendo uma sala inteira.

Exceto que Banner não está cantando. Ela está segurando a atenção de
todos apenas existindo e, aparentemente, servindo bebidas.

Eu vejo Ben saindo de seu escritório. —Você contratou gente nova, velho?

Ben é dono desse lugar desde que me lembro, mas os últimos anos
tiveram um grande impacto sobre ele. Rumores dizem que sua saúde está indo
ladeira abaixo, e ele está pensando em vender a pista de boliche, mas ainda não
encontrou nenhum comprador. Pouquíssimas pessoas nesta cidade têm dinheiro
o suficiente para cobrir todas as suas próprias despesas do mês, e menos ainda
para comprar um negócio estabelecido que requer uma boa quantidade de fluxo
de caixa para mantê-lo funcionando. Mesmo eu não tenho esse tipo de capital
agora, e Deus sabe que não vou pedir outro empréstimo no banco.

Ben segue o meu olhar para a área do bar, e nós dois observamos como
Banner passa de mesa em mesa, anotando os pedidos e entregando as bebidas.

—Ela certamente animou o lugar, não é?

—Você a contratou? —Pergunto novamente.

Ele balança a cabeça. —Nah, ela é uma das amigas de Holly da cidade de
Nova York, e disse que ajudaria a noite se pudesse manter suas gorjetas. Nicole
estava ficando atrapalhada depois que Rosie partiu para cuidar do filho, então
não era como se eu pudesse dizer não. A novidade deve ter se espalhado, porque
eu não vi esse lugar tão lotado, desde a última vez que Holly esteve por aqui.
Merda, eu posso realmente tentar contratá-la.

Mas de jeito nenhum. As palavras ecoam na minha cabeça, mas eu as


mantenho presa. —Banner está apenas se divertindo. Ela não vai ficar muito
tempo, e mesmo se ela ficasse, eu não acho que ela seja do tipo de trabalhar em
um trabalho de verdade.

Nós dois continuamos observando-a, e Ben responde: —Ela disse que foi
garçonete e bartender por quatro anos na faculdade em bares e clubes em Nova
York, então acho que você está errado sobre isso. Ela tem um dom para isso, e
merda, até mesmo o velho mais irritante dos veteranos já está meio apaixonado
por ela.

Saber que Banner realmente trabalhou durante a faculdade me


surpreende, e talvez isso me faça sentir como um idiota por presumir que ela foi
sustentada pelos pais.

O que mais eu não sei sobre ela?

Eu não tenho tempo para ponderar a resposta a essa pergunta porque


vejo que Rusty Mills agarra Banner pela cintura e a puxa para baixo em seu colo.
Ele é um idiota por muitas razões, e não apenas porque ele forjou uma lesão nas
costas para receber pensão por deficiência. O idiota tem uma caminhonete
melhor do que a minha, e ele não trabalhou um dia no ano passado.

Quando corro, Ben grita pra mim: —Você causa qualquer estrago, e você
paga por isso.

Foda-se.

Mas eu não chego lá rápido o suficiente, porque Rusty já tem seus lábios
sobre os dela. A mesa cheia com seus amigos bêbados está aplaudindo, mas tudo
o que vejo é vermelho.

Eu caminho para Banner, mas ela está um passo à minha frente quando
Rusty afasta sua boca.

—Calma lá, querida. —Solte isso agora, e não faremos mal nenhum.

A mão de Banner está plantada na virilha do jeans frouxo de Rusty, e suas


palavras me indicam exatamente o que está acontecendo, ela o tem pelas bolas.

—Eu fui amigável, Rusty. Eu ri de suas piadas, trouxe suas cervejas, até
reabasteci a mesa três vezes com castanhas porque você é um grande fã dessa
merda. Eu não pisei em sua bota com o meu salto na primeira vez em que você
“acidentalmente” agarrou a minha bunda. Eu nem envenenei sua bebida quando
você fez um comentário sobre as minhas tetas enquanto me afastava da última
vez. Mas uma menina tem que pôr um limite em alguma hora.

O rosto de Rusty fica ainda mais vermelho, e ele solta um grito quando
Banner torce o braço lateralmente.

—Então, este limite que mencionei, é onde você se desculpa e me diz que
nunca mais vai colocar as mãos em outra mulher sem sua permissão. Isso faz
sentido? Estou sendo suficientemente clara para você, Rusty?

Ele geme novamente e acena com a cabeça vigorosamente. —Eu juro que
não vou. Oh meu Deus, você vai esmagar as minhas bolas. Por favor, solte-as.
—Eu não ouvi um pedido de desculpas. —Banner diz com um sorriso doce,
e toda a mesa de homens ao seu redor caia na risada enquanto o rosto de Rusty
fica um tom mais profundo de vermelho.

—Eu sinto muito. Sinto muito, porra. Por favor, solte.

Banner solta e sai de seu colo. Ela pula tão rápido, que derruba a cadeira e
ele cai de joelhos.

Ela fala com sua voz suavemente: —É tão lindo que você deseje orar pelo
que acabou de fazer. Esse arrependimento instantâneo deve ser uma coisa de
sulistas.

Um rugido de riso soa dos amigos de Rusty, e tenho certeza de que


ninguém neste bar o deixará viver hoje à noite. Banner provavelmente se tornou
algum tipo de celebridade local, porque Rusty é conhecido por ter mãos bobas
em mais de uma ocasião, mas nenhuma mulher o colocou em seu lugar com tanta
eficácia.

Banner levanta a cadeira de Rusty e pisa no assento com suas botas de


salto alto. Ela examina todos no bar, exceto eu, porque estou atrás dela.

—Alguém mais tem dúvidas sobre se eu quero que agarrem a minha


bunda ou tentem me beijar enquanto trago suas bebidas?

—Não, senhora. —Os gritos ecoam.

Ela pode não perceber isso, mas Banner foi oficialmente aceita pela
cidade, e estou orgulhoso dela, pela forma como ela se portou.

Eu não precisava ver isso para saber que ela é uma mulher e tanto. Eu
teria que ser um idiota para não manter Banner Regent na minha vida enquanto
ela permitisse.

—Bom. Certo. Então, todo mundo entende que estarão mantendo suas
mãos para si mesmos a partir de agora?
—Sinto muito, mas eu tenho um problema com isso. —Gritei, e Banner
olhou por cima de seu ombro para mim.

—É isso mesmo?

—Sim, é isso mesmo. —Sigo em frente e levanto-a da cadeira. —Se você


ainda não ouviu as fofocas, tenho uma necessidade muito poderosa de ter minhas
mãos em você.

Minha declaração faz a multidão rugir.

Banner arregala os olhos. —E eu aqui pensei que você não queria que
ninguém soubesse sobre esse seu probleminha.

Todos no bar se calam para nos ouvir.

—Só será um problema se eu não puder ter a mulher que quero.

—Eu acho que você vai ter que esperar e ver o que ela quer. —Banner sai
dos meus braços para ficar de pé.

—Eu sei o que ela quer, mas nós dois somos muito teimosos às vezes.

—Teimosos? Essa é outra maneira de dizer que você é um idiota? —Ela


pergunta enquanto se vira para caminhar em direção ao bar e pegar outra rodada
de bebidas.

Eu a sigo. —Sim. Eu fui um idiota, e eu estou me desculpando por isso.

—E é por isso que você não conseguiu me responder durante o dia todo?

A veemência em seu tom me pega de surpresa, mas em vez de segui-la


novamente, Nicole me distrai.

—Você tem alguma ideia do que acabou de fazer? —Ela pergunta.

—Do que você está falando?


—A cidade inteira pensa que você e Emmy Harris vão acabar se casando e
tendo bebês, e você acabou de contar para um bar cheio de pessoas que você
está atrás dessa garota de Nova York. As fofocas terão um dia de festa com isso.

Eu não pensei exatamente nas minhas palavras antes de falar, mas não
vou retirá-las. Eu me sinto mal porque Emmy vai ouvir isso de outra pessoa em
aproximadamente cinco minutos? Sim. Ela é uma boa mulher, e ela merecia saber
por mim que meus interesses estão em outro lugar.

Nicole está enchendo copos de cerveja e esperando uma resposta.

—Não é como se eu tivesse planejado isso.

Ela levanta uma sobrancelha. —Quando é que um homem planeja alguma


coisa?

Banner retorna com uma bandeja vazia e coloca em cima do balcão para
pegar um coquetel e tomar um gole. —Eu não vou sair até que essa multidão se
vá, então você pode esperar ou conversaremos amanhã.

—Desde quando você trabalha aqui? E se você trabalha aqui, por que
diabos você está bebendo no trabalho?

—Quem trabalharia aqui sem regalias? —Nicole levanta um copo com


uma dose para chamar minha atenção e bebe tudinho.

Banner empurra a cabeça em direção a Nicole. —O que ela disse.

—Então, acho que é melhor você me dar uma Coca-Cola, porque se você
está bebendo, eu vou levá-la para casa.

Banner põe a mão no quadril e me olha. —Você acha que eu não posso
chegar em casa?

—Eu acho que é um milagre que você saiba como dirigir depois de viver
em Nova York sua vida inteira.

—Eu dirigia fora da cidade às vezes.


—De qualquer forma, você não tem costume de dirigir, e a última coisa
que quero é vê-la batida em uma árvore, porque nem suas habilidades, nem o seu
tempo de reação são perfeitos.

—Ouça o homem. Ele não é um idiota o tempo todo. —Nicole aponta para
sua garganta. —Além disso, um motorista bêbado me tirou da estrada na minha
moto alguns anos atrás, e eu fiquei enrolada em uma cerca de arame farpado. Eu
pensei que iria sangrar ali até morrer, mas a merda da OnStar25 do idiota, chamou
automaticamente o 911 e uma ambulância veio. Então, basicamente, o motorista
quase me matou e salvou a minha vida ao mesmo tempo. Não seja esse cara.

A história de Nicole tem um efeito sóbrio sobre Banner, que empurra o


resto do seu coquetel. —Eu estou oficialmente parando de beber. Talvez para
sempre. Jesus. Se cês26 tivessem táxis ou transporte público, todos poderiam
beber e chegar em casa com segurança.

Não posso deixar de rir. —Cês? Você está dizendo cês agora?

Banner estreita os olhos para mim. —Estou tentando.

—Experimente o quanto quiser. Estarei esperando aqui. Nós temos muito


o que conversar.

***

Eu estou certo de pelo menos uma coisa hoje à noite, Banner ganhou uma
parte das pessoas da cidade e, enquanto trabalha pelo salão e entrega bebidas
aos retardatários que ainda não estão prontos para ir para casa, Ben me encontra
no bar e se senta.

—Você acha que a garota da cidade tem dinheiro suficiente para me


comprar?

25
Serviço de conectividade inteligente em alguns carros.
26
Imitando o jeito caipira de falar.
Nicole congela com as mãos na pia. —Você disse que me venderia este
lugar.

Ele acena para ela, com desdém. —Como você vai conseguir tanto
dinheiro, Nicki? Você está empurrando seu traseiro em todos os lugares que
pode, mas não posso financiar a venda deste lugar e deixar você me pagar por
alguns anos. Eu preciso de um montante fixo de alguém para que eu possa me
aposentar e não me preocupar e perder meu fundo de aposentadoria.

—Não vai falir.

Odeio ficar preso no meio desta discussão, mas não existe uma maneira
fácil de me livrar disso além de mencionar uma coisa.

—Eu não acho que Banner esteja procurando por esse tipo de
investimento. Ela tem suas próprias coisas acontecendo. —Para mim mesmo,
acrescento que ela nem sequer me contou os detalhes.

Ben olha de mim para Nicole, que eu sei que ele adoraria que ela
assumisse o Brews and Balls 27, que é como os moradores chamam o Pints e Pins,
mas, infelizmente, ele não tem os meios para apenas dar para ela.

—Eu acho que é bom saber onde todos nós estamos. —Ben diz
embaraçosamente antes de deslizar do banquinho e caminhar em direção ao
escritório.

Nicole o vê sair. —Ele nunca vai acreditar que posso levantar dinheiro
suficiente para comprar esse lugar, mas porra, eu vou. Não posso passar o resto
da minha vida trabalhando naquela fábrica.

A determinação assume sua expressão enquanto Banner chega ao meu


lado. —Porque todas essas caras sérias? O que eu perdi?

Nicole olha para os copos na pia. —Nada importante.

27
Cervejas e bolas.
Capítulo 31

Logan

São quase duas horas quando finalmente arrasto Banner para fora do
boliche. Ela decidiu que, desde que eu não estava deixando ela dirigir de qualquer
maneira, ela poderia muito bem tomar outra bebida com Nicole. Era quase como
se ela pudesse dizer que Ben tinha acabado de esmagar o sonho da menina,
mesmo que ela não estivesse presente durante a conversa. Mas, dado o tempo
que Banner enrolou para sair, acho que ela estava tentando evitar sair.

Eu a levanto para o lado do passageiro da caminhonete e fecho a porta


antes de dar a volta e subir no banco do motorista.

—Você tem medo de ficar sozinha comigo agora? —Pergunto a ela.

—Não. Claro que não.

—Então, o que está acontecendo?

Banner olha para as mãos no seu colo. —Esta manhã você fugiu, e agora,
de repente, você não se importa se as pessoas saibam que você tem algo comigo.
Não consigo acompanhar você. Eu entendo que essa é a sua cidade e eu não me
encaixo aqui. Confie em mim, isso ficou muito claro hoje no supermercado.

—Você não acha que você fez alguns progressos nessa noite? Metade da
cidade estava naquele bar, e eles estão do seu lado.

Banner balança a cabeça. —A metade masculina. Esse não é o problema.


Todas as mulheres na cidade ainda pensam que eu sou uma piranha da grande
cidade que vem para roubar um dos seus principais homens, e elas não têm
problemas em mostrar isso.

—O que aconteceu?
Quando Banner me conta a sua experiência no supermercado, tento
segurar o meu riso, mas é uma causa perdida.

—Seu ponto G, seu clitóris e o fundo da sua garganta? Eu queria ter visto a
cara delas quando você disse isso.

Ela me olha do banco do passageiro. —Pelo menos agora elas sabem com
certeza que eu sou uma piranha, e elas não têm que especular sobre isso.

Paro na beira do estacionamento do boliche e dou-lhe um olhar sério. —


Você continua se referindo a si mesma como uma piranha, e teremos um grande
problema.

—Por quê?

—Porque provavelmente você ficará chateada quando eu estacionar esta


caminhonete, puxa-la para o meu colo e bater nessa sua bunda até você criar um
pouco de juízo.

Os olhos dela se alargam com choque. —Você não faria.

Inclino minha cabeça para o lado. —Eu não faria? Ninguém pode falar
merda sobre você perto de mim, incluindo você, e eu farei o que for preciso para
garantir que você entenda isso.

Quando ela fica quieta, eu tenho uma escolha a fazer. Posso levá-la de
volta à casa de Holly e deixá-la, ou posso levá-la para a minha casa. Se eu der a
escolha para Banner, eu sei o que ela escolherá, mas não estou pronto para deixá-
la ir essa noite. Mesmo que ela escolha não dormir na minha cama, ainda tenho
uma forte necessidade de vê-la na minha casa.

Eu viro à direita em vez da esquerda, e Banner, mesmo em sua condição


de zumbi, percebe isso.

—Eu pensei que a minha casa ficava do lado contrário. Eu sei que eu vim
daquela direção. Eu acho.
Ela vira seu pescoço para olhar para trás, mas na escuridão, não há um
único marco para ela ver. O condado não pode se dar ao luxo de manter esta
estrada iluminada, então todas as luzes da rua estão apagadas há anos.

—Nós vamos para a minha casa.

Ela se empertiga para me encarar. —Por quê?

—Eu quero mostrá-la para você.

Ela fica quieta. —O que estamos fazendo, Logan? Nós mal nos
conhecemos. Algumas semanas de mensagens de texto e orgasmos em duas
noites não nos tornam um casal.

Minhas mãos apertam o volante porque suas palavras são a verdade,


mesmo que eu não queira que elas sejam.

—Há uma razão pela qual você correu para Gold Haven, mesmo que não
admita.

—Era um lugar de graça para ficar. —Ela diz.

—Há muito mais do que isso, Banner, e nós dois sabemos disso. —Olho
para ela do outro lado da caminhonete. —Tenho certeza de que Greer a receberia
em seu apartamento em Nova York pelo tempo que você quisesse. O fato de você
ter optado em sair e entrar no meu mundo pode não significar nada para você,
mas significa algo para mim. Eu poderia estar entendendo tudo errado aqui, mas
há algo entre nós que é maior do que as mensagens de texto e uma noite juntos.
Você realmente acha que eu precisava ir a Nova York para entregar aquele carro?
De jeito nenhum. Mas já havia algo sobre você desde o início que me chamou e
eu tive que seguir meu instinto.

Sua voz está tranquila quando ela fala novamente. —Então, para onde
vamos daqui?

Eu diminuo o carro até parar e encontro o seu olhar. —Nós vamos nos
conhecer. Eu vou te levar para sair e te mostrar o que nós dois estamos
perdendo. Você vai se apaixonar por mim, Banner. É para lá que vamos daqui.
Seus olhos se alargam novamente e ficam vidrados por um momento
antes de desviar.

Dirijo pelo cruzamento e vou direto para a minha casa.

—Eu nunca me apaixonei por ninguém, então você tem muito trabalho
pela frente.

Eu deixo um sorriso espreitar no meu rosto. —Sou homem o suficiente


para o trabalho. Não há dúvida sobre isso.

***

Trazer Banner para minha casa me fez olhar para ela através de novos
olhos. Não é chique, mas comprei o lugar como um ferro velho e a transformei
em uma casa da qual me orgulho. Está muito longe da velha caindo aos pedaços
em que cresci e sei que tenho sorte de ter isso.

Eu vi o apartamento de Banner, ou seu antigo apartamento, então eu sei


que ela está acostumada a ter mais, mas quando estacionamos na frente da casa
de cedro com uma varanda coberta e iluminada pela luz do poste, ela sorve uma
respiração.

—Eu amei.

O alívio me enche com sua declaração.

—Você ainda não viu o interior. —Desligo a caminhonete e saio.

Ela não esperou que eu abrisse a porta, quando dei a volta ela já estava na
frente da caminhonete olhando para a parte de trás da casa voltada para um
campo cheio de árvores. O borbulhar do riacho que corre ao longo da parte de
trás do quintal ressoa através da noite tranquila, mesmo que as luzes não
alcancem o suficiente para que ela o veja.
—Você construiu isso?

Eu balanço a cabeça enquanto envolvo meus dedos nos dela e ando até os
degraus da frente. —Não, mas me endividei e remodelei todo o interior. Era uma
hipoteca, e eu paguei barato para o banco. Ela tem cinco hectares28, por isso é
bem privado aqui atrás.

—Cinco hectares?

Há uma certa admiração em sua voz, e eu esqueci que ela é de


Manhattan, e esse tipo de propriedade é inédito.

—O metro quadrado é muito mais barato no Kentucky do que em Nova


York.

Subimos as escadas para a varanda e empurro a minha chave na


fechadura da porta da frente, acendendo as luzes enquanto entramos.
Normalmente, eu entraria pelos fundos, mas queria que ela visse a casa dessa
maneira.

Eu aponto para o teto abobadado forrado com pinheiro. —Esse teto foi
um sacrifício para eu instalar sozinho.

Os olhos dela se alargam. —Você fez isso?

Eu concordo. —Cada peça desta casa tem o meu sangue, suor e os


malditos palavrões envolvidos nela. A lareira demorou uma eternidade, mas valeu
a pena. Eu vinha aqui depois de um longo dia na oficina e trabalhava até que
estivesse tão cansado, que não podia me confiar com ferramentas elétricas.

Banner dá uma volta lenta, entrando na sala.

Um sofá e uma cadeira estão de frente para a lareira, e a TV sobre a


lareira. Não há muitas coisas porque enfim, eu sou um homem.

—Eu adoro. —Ela diz novamente, e eu juro que estou ficando cheio de
orgulho agora. Ela hesita antes de pisar nos pisos de pinho refinado, olhando para
28
Cerca de 50 mil metros quadrados.
mim e para baixo em suas botas. —Eu não quero riscar com as minhas botas toda
a sua linda casa.

—Sua escolha. —Digo.

Ela balança um pouco enquanto tira as botas, e de repente, ela é três


centímetros menor.

Eu também tiro minhas botas e a levo para a cozinha. É aberta para à sala
de estar, e embora não seja gourmet, é muito bonita. — Troquei com um amigo o
resto dos granitos que sobraram, e mais uns reparos em seu carro e ele fez os
armários personalizados.

—Eu nem sei cozinhar, mas estou definitivamente impressionada.

—Felizmente, sabemos que posso cozinhar, então você não vai morrer de
fome pela manhã.

Antes de responder, Banner olha para o porta-chaves na porta dos fundos.


Ela se aproxima, esticando o braço para tocar o chaveiro do Hulk que trocamos
em Nova York.

—Você o guardou. — Ela se vira para olhar para mim, surpresa. —Achei
que você jogaria pela janela assim que chegasse na estrada. Especialmente
depois... — Suas palavras vão diminuindo.

Eu balanço minha cabeça e atravesso até onde ela está. —Eu pensei nisso,
mas então percebi que não importava se eu guardasse ou não. Não havia como
esquecê-la.

Não mencionei as calcinhas que ainda estão na minha caixa de


ferramentas. Um homem tem que ter alguns segredos.

Banner morde o lábio e engole. —Estou feliz que você tenha mantido.
Ficaria triste se eu fosse a única que carregasse por aí algo daquela noite. —Ela
mexe em sua bolsa e tira as chaves da casa de Holly, com o chaveiro do Wolverine
que eu ganhei.
—Foi uma boa noite.

Ela assente. —A melhor.

—Ah, Bruce. —Eu lhe dou um sorriso. —Nós podemos fazer melhor do
que isso. Apenas espere.

Minhas palavras permanecem entre nós, e mesmo que eu queira dizer


mais, eu mudo de assunto.

—Você quer ver o resto?

Ela balança a cabeça, e eu a levo até o corredor, mostrando o segundo


banheiro, um quarto de hóspedes e um quarto que transformei em escritório.
Finalmente, abro a porta para a suíte master. É claro que o homem que vive aqui
é sozinho. Há na cama, apenas travesseiros suficientes para dormir, o edredom
está um pouco amassado, onde o joguei sobre os lençóis, tentando fazer a cama,
e um jeans e uma camiseta estão sobre uma cadeira no canto.

—Então, esta é a famosa cama de Logan Brantley.

Olho para ela de frente. —Famosa? Não exatamente.

—Mas metade das mulheres nesta cidade querem dizer que estiveram
nela.

—Elas não estiveram, e desde que eu não tenho planos para mudar isso,
elas terão que viver com essa decepção. —Eu aceno com a cabeça para a entrada.
—O banheiro é por ali. Com mais chuveiros do que um homem precisa, mas
depois de estar até os cotovelos com graxa e óleo o dia todo, aprecio estar limpo.

Banner gira para me encarar. —Eu realmente amo isso. Você fez um
trabalho incrível, Logan.

O silêncio cai entre nós, e acho que meus planos para esta noite não são o
que eu esperava. Tanto quanto quero passar o resto da noite dentro de Banner,
agora o que quero ainda mais é adormecer com ela nos meus braços na minha
própria cama.
Ela é a mudança no jogo.

E agora eu tenho um longo trabalho pela frente para me certificar de


ganhar o jogo.
Capítulo 32

Banner

Onde é que estou?

Eu pisco e olho as paredes de ardósia azul e amadeirado que não parece


nada com qualquer lugar que já estive. O peso de um braço em mim e o calor
pressiona contra minhas costas.

Por um segundo, me pergunto se cometi um grande erro, mas minha


mente vai clareando.

Logan.

A cama de Logan.

A casa de Logan.

E nem sequer fizemos sexo na noite passada.

Não tenho absolutamente nenhuma ideia de como navegar nessas águas,


especialmente porque ele me disse que vou me apaixonar por ele. Estou tão por
fora.

—Eu juro que posso sentir seu cérebro maquinando. —A voz profunda de
Logan ressoa no meu ouvido. —O seu corpo inteiro está tenso e você não tem
certeza se deveria fugir.

—É assustador você achar que pode ler minha mente. —Sussurro.

—Diga-me que estou errado.

—Estou pensando que não tenho ideia de como lidar com esse nosso não-
relacionamento.
Sou virada de costas, e o corpo grande de Logan paira sobre mim um
momento depois.

—Isto é um relacionamento, Banner. Não tenha dúvidas sobre isso.

Eu imagino se meus olhos estão tão grandes como os sinto quando ele diz
isso. —Mas...

—Chega de “mas”. Estamos namorando. E vamos ter o nosso primeiro


encontro oficial no Kentucky esta noite.

—Nós vamos? E por que você está tão mandão de repente?

—Eu sempre fui mandão. Você simplesmente não se importou porque era
na cama.

Verdade.

Logan se abaixa, e sua ereção pressiona minha coxa.

—Acho que isso conta porque ainda estamos na cama. —Murmuro.

Seus lábios se abrem para um sorriso. —Nós estamos, mas, infelizmente,


tenho que começar a trabalhar, o que significa que nós dois temos que nos
levantar para que eu possa te deixar no seu carro, assim você não fica presa aqui
o dia todo.

—Merda. Esteve no boliche a noite toda. Você acha que alguém roubou?
—Pergunto, em pânico. Um carro alugado sendo roubado não seria legal,
especialmente quando foi alugado para mim como um favor....

O sorriso de Logan torna-se brincalhão. —Aqui é Gold Haven. Ninguém


poderia roubar um carro alugado e fugir com ele. Está tudo bem. —Ele se inclina
mais três centímetros e passa os lábios sobre os meus. —Bom dia, Bruce.

—Bom dia, Logan. —Murmuro enquanto devolvo o beijo e persigo seus


lábios para cima quando eles se afastam. Mas não consigo alcançá-los porque ele
se levanta.
Vestindo apenas cueca boxer, o corpo de Logan é impressionante. Uma
leve camada de pelos segue de seu peito e trilha um caminho até o abdômen e o
umbigo para desaparecer sob a cintura. O que há com um homem com um corpo
definido? Por que minhas calcinhas estão predispostas a cair?

Ele pisca antes de se virar e ir para o banheiro, e meus olhos gananciosos


estão fixos em sua bunda. Eu não sei o que ele faz para manter seu corpo nessa
forma, mas eu totalmente o apoio.

Eu arrasto a minha bunda da cama. Minhas roupas fedem com o cheiro do


boliche, e não posso suportar a ideia de colocá-las de volta. Eu cheiro as
extremidades do meu cabelo e faço uma careta quando ouço o chuveiro ligar.

Talvez ele não se importe em ter companhia. Assim como as muitas noites
de uma ficada só que eu já tive, eu nunca fiz a coisa de casal no chuveiro.
Aparentemente, ainda existem algumas áreas onde sou virgem.

Eu tiro a camiseta que peguei emprestada ontem à noite sem permissão e


vou para o banheiro.

Logan está dentro do box do chuveiro, se ensaboando quando seus olhos


encontram os meus. —Você é mais do que bem-vinda para se juntar a mim.

Olho para o espelho e congelo antes de dar outro passo. —Jesus Cristo,
por que você não me disse que eu pareço uma figurante de The Walking Dead29?

Minha maquiagem está manchada debaixo dos meus olhos, me dando


essa aparência quase morta, e meu cabelo parece que lutou contra o apocalipse
zumbi e perdeu.

O riso de Logan ecoa no box. —E, ainda assim, você ainda é sexy pra
caramba. Venha aqui.

—Você tem mais chuveiros aqui do que eu.

29
Famosa série americana sobre zumbis.
—Eu duvido que a pressão da água de Nova York possa aguentar isso
tudo.

—Tem razão.

Meu cabelo está encharcado em segundos, e tenho certeza de que agora


pareço um rato afogado. —Isso não é um banheiro, é uma lavagem de carros
assustadora. —digo, afastando-me do jato de água.

Logan me entrega um sabonete. —Eu não tenho nenhuma daquelas


merdas femininas para você usar, mas eu tenho sabonete e shampoo, se você não
se importar de cheirar como eu. Bem, eu sem fluido de freio, graxa e óleo.

Ele mencionou isso mais de uma vez, e me pergunto se isso o incomoda.


—Se você pudesse engarrafar o seu cheiro quando sai da garagem depois de
trabalhar por um dia, você seria milionário. —Digo com sinceridade.

—Verdade? —Logan me vira para encará-lo enquanto afasta os cabelos


molhados do meu rosto.

Eu concordo.

—Então fico feliz que você goste.

Quando nossos lábios se encontram, engulo uma risada.

Suas mãos começam em meus ombros, mas não ficam lá. As palmas
enormes de Logan escorregam pelas minhas costas até segurar a minha bunda e
deslizar uma mão entre minhas nádegas.

Eu dou um pulo quando seus dedos tocam um ponto particularmente


sensível, também conhecido como meu rabo. Afasto minha cabeça e olho para
ele. —Você está tentando me dar o choque?

Os olhos azuis de Logan estão indolentes quando encontram com os


meus. —O choque?
—Quando você desliza dois dedos na buceta e depois o choca com um na
porta dos fundos.

A ponta dos dedos ronda o meu rabo novamente, desta vez adicionando
pressão. —É isso que você espera que eu faça com este buraquinho?

Um gemido escapa de meus lábios enquanto me levanto nas pontas dos


pés, não tenho certeza se quero escapar da pressão ou cair fundo.

Ele segue meus movimentos. —Não vou parar de jogar até você me
responder.

—Talvez eu nunca responda.

—A coisinha insolente. —O toque de Logan se afasta da minha bunda,


mas retorna com uma mão em cada lado dos meus quadris para me girar e virar
para a parte de trás do chuveiro. —Curve-se.

—O quê? —Pergunto, mas ele já está guiando minhas mãos até o


banquinho de apoio na minha frente.

—Você está nua, isso significa que você gosta quando assumo o controle,
e acho que posso nos sujar um pouquinho antes de nos limpar.

Há algo sobre suas palavras nesse tom profundo que faz a umidade
escorrer entre minhas pernas, e eu sei que não tem nada a ver com os jatos de
água dos vários chuveiros.

—O que você quer dizer?

Seu pau duro desliza entre a minha bunda e eu congelo.

Oh meu Deus, ele não vai...

—Eu vou meter meu pau na sua bela bunda, mas não agora. Não, mas
primeiro você vai ter que ser uma garota muito insolente para mim.
Logan ajusta sua posição para pressionar seu pau entre minhas pernas,
mas seu polegar paira diretamente sobre o meu traseiro enquanto ele entra e sai,
arrastando minha umidade.

—Como eu poderia ser tão insolente? —Minhas palavras provocadoras


saem entre uma respiração irregular enquanto meus mamilos endurecem.

—Oh, eu não sei... provavelmente curvando-se e empurrando essa bunda,


talvez virando e abrindo suas nádegas para mim. Deixando-me comer essa boceta
e essa bunda até que você esteja pingando. Então eu talvez ache algum
lubrificante e ver se posso enfiar um dedo nesse buraquinho apertado. Se você
realmente for má, talvez eu tenha que primeiro espancá-la.

Agora estou me contorcendo, apertando minhas coxas, desejando que ele


estivesse fazendo tudo o que está dizendo.

Estou a ponto de me abrir quando a cabeça de seu pau cutuca a minha


boceta.

—Mas não agora. Agora, você receberá apenas a ponta. Você acha que
podemos te satisfazer assim? Minhas fantasias sacanas te deixaram tão excitada,
você está pronta para me implorar para fazer o que eu quiser com você?

Eu empurro para trás, querendo mais, quando sua palma pousa na minha
nádega direita.

—Garota má. Você só vai conseguir o que eu lhe der. —Ele pressiona um
centímetro antes de recuar. —E nada mais.

Eu gemo de frustração, mas ele empurra novamente, me dando mais


alguns centímetros.

—Apenas a ponta, Banner. Você pode se satisfazer só com a ponta? —Ele


se abaixa sem me dar mais, mas seus dedos cobrem meu clitóris. —Ou você
precisa de ajuda?

Logan Brantley tem algum tipo de mágica vodu nesses dedos, porque ele
dedilha meu clitóris como um mestre.
Quando meu orgasmo começa, ele se empurra todo para dentro. Eu grito,
e isso ecoa enquanto ele se retira para meter uma e outra vez, nunca deixando a
pressão sobre o meu clitóris.

Gozo de novo, meus músculos internos apertando seu pau com toda
força, estou impressionada que ele possa retirá-lo. Mas quando os jatos
pegajosos do seu gozo caem na minha bunda, e em seguida a sua mão, eu sei que
estou fodida.

Este homem possui meu corpo, e não há nada que eu possa fazer.
Capítulo 33

Banner

É preciso toda a indiferença que posso reunir para sair do banheiro e


entrar no quarto, agindo como se não estivesse profundamente balançada com o
que aconteceu.

A casualidade de Logan é muito mais natural enquanto ele vai até a sua
cômoda e pega um agasalho e uma camisa de mangas compridas. —Elas podem
não ser de estilistas, mas acho que são melhores do que colocar aquela sua roupa
esfumaçada de novo.

Pego as roupas e visto. Elas são grandes o suficiente para eu parecer


ridícula, mas definitivamente é melhor do que a outra alternativa.

Ele olha para o relógio e pragueja. —Merda, eu realmente tenho que me


mexer. —Seus olhos cheios de arrependimento quando olha para mim. —Não
quis dizer...

—Está tudo bem. —Interrompo apressadamente. —Não se preocupe com


isso.

Logan me estuda e sei que ele quer dizer outra coisa, mas ele não fala.

—Porém, da próxima vez, você me fará um café da manhã. —Digo,


segurando minha respiração depois que falo isso. Eu oficialmente deixei claro que
haverá uma próxima vez, e para mim, é o máximo com que eu posso lidar agora.

—Combinado.

O sorriso de Logan é enorme quando saímos do quarto em direção à porta


da frente. Nós dois paramos ao ver as minhas botas de salto no tapete.

—Pode não ser uma declaração de moda, mas elas são tudo o que tenho.
—Eu vou pegar umas meias e te levar para a caminhonete. Você pode
dirigir para casa sem sapatos.

Com isso decidido, Logan se retira para pegar as meias e, em seguida,


volta para me carregar para o carro assim que as coloco.

Do meu ponto de vista seus braços são muito fortes, e o seu peito muito
duro, os quais estou tentando ignorar, então não me derreterei em cima dele, a
casa é ainda mais linda de dia do que à noite. Logan fez um grande trabalho nela.

Nossa ida para o boliche é silenciosa. Eu sei que estou evitando analisar o
que diabos aconteceu, e ele parece estar fazendo o mesmo. Mas, estranhamente,
o silêncio não é incomodo ou pesado. É... confortável.

Chegamos ao boliche alguns minutos depois para encontrar apenas três


carros no estacionamento, incluindo o meu de aluguel. Logan encosta ao lado do
meu. Um carro vermelho está há pouca distância, estacionado de frente para nós.

—Aquele cara está dormindo no banco da frente?

Logan sai da caminhonete e corre em direção ao carro antes que eu possa


abrir a minha porta. Ele bate na janela e grita para o cara lá dentro, mas não vejo
nenhum movimento daqui.

—Jeff, abra a merda dessa porta. Acorde. Porra.

Quando ainda não há resposta, Logan corre para a caminhonete, mas


ignora a cabine e vai para a carroceria.

Ele tem algum tipo de barra em sua mão, e me encolho enquanto ele
quebra a janela traseira do carro.

Oh, Merda. Isso não é bom.

Pego meu telefone instintivamente antes de sair da caminhonete. O


cascalho afiado pica as solas dos meus pés enquanto corro em direção a Logan.
De alguma forma, ele já destrancou a porta do lado do motorista e a abriu
quando grita para mim.

—Ligue 911! Precisamos de uma ambulância agora.

Com o coração batendo e a mão tremendo, eu faço como ele diz,


oferecendo a informação limitada que tenho para o atendente. Ela continua
fazendo perguntas, mas respondo a maioria delas da mesma forma: eu não sei.

Logan tira o homem do carro para deitar no chão antes de executar a


massagem cardíaca como um profissional experiente.

—Algum pulso? —Pergunto, porque o atendente continua me


perguntando.

Logan balança a cabeça e eu transmito a informação.

—Eles estão a caminho.

Ele continua com as compressões até que eu vejo que ele está cansado. Eu
não sei o que diabos estou fazendo, mas não pode ser um mistério. Eu enfio o
telefone no meu bolso e coloco meus joelhos no chão ao lado dele.

—Minha vez.

Logan acena com a cabeça e eu assumo o controle.

Esses foram os minutos mais longos da minha vida. O suor está


escorrendo pelos nossos rostos, mas estou aterrorizada porque é uma causa
perdida.

Quando a ambulância chega, com a sirene explodindo, nós saímos do


caminho.

Um paramédico olha para Logan enquanto verifica o pulso. —Está lá. É


bem fácil de perder, mas há. Acho que você salvou a vida desse cara.

Logan assente com a cabeça e sai. —Bom, porque ele era meu meio-
irmão.
Sua confissão ecoa no meu cérebro, e luto para compreender.

Logan volta para onde estou de pé na frente de sua caminhonete, fora do


caminho dos paramédicos, e pressiona as duas mãos no capô ao meu lado. Sua
cabeça cai para frente enquanto ele sorve respirações longas e profundas.

—Você está bem? —É a pergunta mais estúpida do mundo, mas não


tenho ideia do que mais dizer.

Ele levanta a cabeça e olha para mim. —Achei que um dia ele morreria de
overdose. Eu simplesmente nunca pensei que veria isso de camarote.

Eu coloco uma mão no seu ombro. —Você ouviu o paramédico; você


acabou de salvar a vida dele.

—Nós, não eu. E isso se ele conseguir. Não que ele nos agradeça por fazer
uma maldita coisa.

Parece que não há amor entre Logan e seu ex-meio-irmão.

—Posso acompanhá-lo para o hospital e...

Logan balança a cabeça. —Estou muito chateado para ficar perto dele
agora. Não há nada que eu possa dizer que Jeff gostaria de ouvir.

—Então, nós poderíamos...

—Eu tenho que ligar para o tio dele. O único familiar que restou depois
que seu pai faleceu. —Logan se endireita. —Se ele sobreviver, talvez Duane possa
finalmente levá-lo para a reabilitação. Ele é um pastor, então talvez possa pedir
alguns favores. —Logan bate a mão contra o capô, e eu posso sentir seu corpo
tremendo ao meu lado.

—Merda Jeff... —Ele murmura.

—Eu sinto muito.


—Não, eu sinto muito. —Ele se afasta do capô e me enfrenta. —
Realmente sinto muito, esta manhã virou uma merda. —A respiração de Logan
nivela, mas as rugas ao redor de seus olhos mostram a evidência da tensão.

—Não é sua culpa. Você fez tudo o que pôde para salvá-lo. Isso é...
incrível.

Ele se inclina e pressiona os lábios nos meus. —Estou feliz que você pense
assim, mas qualquer um teria feito à mesma coisa. Agora tenho que fazer
algumas chamadas e conseguir algumas pessoas rezando para que ele sobreviva.

Toco minha testa na dele. Nós dois estamos suados, mas não me importo.
—Quer saber, Logan Brantley? Você é um bom homem. Ele tem sorte de você
estar aqui. E você está errado. Não é todo mundo que faria o que você fez.

—Você estava bem ao meu lado, Bruce. —Ele dá um longo suspiro. —Você
vai ficar bem? Você quer vir junto comigo?

A oferta de Logan é sincera, mas todos os meus instintos dizem que ele
precisa de algum tempo sozinho para processar o que acabou de acontecer.

—Eu deveria ir para casa.

Ele me puxa contra o peito e me aperta por um longo momento antes de


me soltar e me pegar no colo e levar para o carro alugado.

—Sinto muito, Banner.

—Você não tem nada para se desculpar.

Eu clico no controle para desbloqueá-lo, e Logan abre a porta antes de me


abaixar para dentro.

—Eu vou pegar suas botas.

—Obrigada.

Eu repouso minha cabeça no volante enquanto o meu corpo inteiro treme


com as consequências do que acabou de acontecer.
A vida é curta. Mais curta para alguns do que para outros, por isso temos
que fazer cada momento valer a pena.
Capítulo 34

Logan

Maldito Jeff. O que disse a Banner era a verdade, eu sempre pensei que
ele acabaria morrendo de overdose, seja o que for que ele use. Se eu tivesse que
adivinhar, eu diria metanfetamina.

Estou finalmente terminando os últimos toques no motor do Mustang,


felizmente com a ajuda de Jock e Rick, porque minha cabeça não está onde
precisava estar.

Rick desliga a música. —Nós temos companhia. —Ele empina seu queixo
em direção à porta de serviço quando o oficial Cody Reeves entra.

—Podemos conversar um minuto, Logan? Preciso de uma declaração sua.

Liguei para o hospital duas vezes para verificar Jeff, e ele ainda está
pendurado por um fio, então sei que Cody não está aqui para me notificar da sua
morte.

Eu puxo a flanela do meu bolso de trás e falo para Jock. —Termine aqui, e
depois limpe tudo e deixe isso brilhando.

—Sem problemas, chefe.

Eu vou para a sala de espera, e Cody me segue. Ainda há um pouco de


café que eu fiz, então coloco um pouco em cada copo.

—Tem gosto de alcatrão, mas não pode ser muito diferente do que você
está acostumado.

—Muito obrigado. —Ele tira o copo da minha mão e pega três colheres de
açúcar para colocar no café, acabando com o que restava para os clientes que
aguardam.
—Você está aqui por causa de Jeff?

Ele acena com a cabeça. —Claro.

—Eu não tenho muito para te dizer.

—Que tal você começar do início.

—Eu encostei com a caminhonete no estacionamento do Brews e vi seu


carro. Parecia que ele estava desmaiado no banco do motorista, e algo sobre isso
me pareceu estranho.

—O que você estava fazendo no Brews às oito horas da manhã?

O resto da cidade provavelmente já sabia, e eu estava mais preocupado


com a fofoca sobre Banner e eu. —Trazendo uma mulher de volta ao seu carro.

—Banner Regent?

Eu atiro-lhe um olhar bravo. —Por que você está me perguntando o que já


sabe? Isso não é um desperdício do nosso tempo?

—É o procedimento.

Olho para o meu café e tomo um fôlego. Minha paciência está pouca hoje.
—Sim, Banner Regent. Ela passou a noite na minha casa depois que saímos do
Brews. Eu a trouxe de volta para pegar seu carro esta manhã, para que eu
pudesse chegar à oficina cedo, mas isso acabou não acontecendo porque meu ex-
meio-irmão estava tendo uma overdose no estacionamento, e eu tive que fazer
respiração boca a boca, para ele não morrer. —Eu encontro o olhar de Cody e
vejo a simpatia lá.

—Como é que você sabe que era overdose?

—Palpite.

—Quando foi a última vez que você viu Jeff antes desta manhã?
Inclinando a minha cabeça para trás, me concentro em uma goteira na
telha acima de mim. Absolutamente, tenho que me lembrar de substituí-la
porque parece ruim.

—A última vez que o vi? Provavelmente há alguns meses, de passagem. Eu


vi seu carro por aí, mas não ele.

—E a última vez que você falou com ele?

Olho para o teto de novo e penso novamente. —Um tempo.

—Exatamente quanto tempo? Vocês discutiram?

Volto meu olhar para Cody. —Realmente? Isso é importante?

—Eu não estaria perguntando se não precisasse de uma resposta.

—Nossos pais foram casados por seis meses antes de seu pai acabar na
prisão por posse de drogas enquanto eu ainda estava na escola, mas você sabe
tudo isso. Jeff Senior foi esfaqueado e morreu, e ninguém ficou triste por isso.

—Não foi isso que eu perguntei.

—Eu disse a Jeff para ir se fuder da última vez que ele veio aqui. Eu tinha
acabado de comprar este lugar e estava com uma tonelada de dívidas, e ele
queria dinheiro. Ele parecia mal, e eu sabia que o que eu lhe daria iria direto para
o seu traficante, então eu disse a ele que se ele pisasse na minha porta de novo,
eu bateria nele.

Cody assente como se ele finalmente tivesse uma explicação que o


satisfizesse. —Eu não diria isso a mais ninguém, mas conheço você há muito
tempo para não contar. Jeff estava negociando, e ele estava fazendo um trabalho
de merda em manter em segredo, muito ocupado usando uma tonelada de seu
próprio produto. Ele esteve sobre vigilância há semanas porque estamos
tentando descobrir exatamente de quem ele está comprando para que possamos
prender o peixe maior. Ele é a base da cadeia alimentar, e nós planejávamos
prendê-lo esta semana e levá-lo a nos dar informações em troca de uma sentença
menor.
—Então você está me dizendo que eu apenas ajudei a salvar alguém que
faz parte do problema nesta cidade?

Cody dá de ombros. —Ele ainda está inconsciente, então não podemos


questioná-lo agora, mas temos policiais em sua porta apenas no caso de alguém
decidir que ele poderia estar pensando em falar.

As implicações de suas palavras assentam. —Você acha que o fornecedor


de Jeff vai vir atrás dele antes que ele possa falar?

—É uma possibilidade.

—Merda. Você não pode pegar outra pessoa?

—Estava tentando.

—Que droga.

Cody toma o resto do seu café e joga o copo no lixo. —Eu pensei em vir
ver se você tinha alguma ideia com quem Jeff andava atualmente, mas acho que
pelo que você me disse, não sabe.

—Você está certo.

Ele se vira e segue para a porta. —Eu agradeço o café.

—Se ele acordar, quer que eu fale com ele? Tentar obter algumas
respostas?

Cody faz uma pausa e olha de volta para mim. —Não, nós cuidamos disso.
Obrigado pela oferta. E boa sorte com a mulher. Ela parece um pouco diferente
do tipo daqui. Não quero ter que prendê-lo e jogar a chave fora.

Cody era o outro cara em Gold Haven determinado a ficar solteiro.

—Ela definitivamente não é esse tipo.

—Eu preciso encontrar uma dessas. —Ele responde antes de abrir a porta.
Eu quero desejar-lhe boa sorte, porque mulheres como Banner são uma
em um milhão e nada como o tipo que ele está acostumado, mas não digo. Voltei
para a garagem para ver que Jock e Rick colocaram a música para tocar e estão
polindo todas as superfícies debaixo do capô do Mustang.

—Parece bom.

—Claro que sim. Esta oficina só faz restaurações das melhores.

Eu grunhi em resposta, e meu cérebro volta para as coisas que Cody me


disse. Alguém nesta cidade está fabricando metanfetamina, e meu ex-meio-irmão
estava traficando.

Ridículo.
Capítulo 35

Banner

Liguei para o hospital para verificar o ex-meio-irmão de Logan, mas eles


nem sequer confirmaram se ele era paciente. Eu sei que Logan prometeu me
levar para um encontro hoje, mas com os eventos desta manhã, não há como isso
acontecer.

Em vez disso, toco várias horas de trabalho antes que meu estômago se
rebele. Eu poderia tentar fazer alguma coisa, mas decido me aventurar na cidade
novamente e experimentar o restaurante estilo familiar que vi quando estava
perseguindo Logan ontem à noite. Ele estava fechado, então eu acho que ele
atende os clientes mais madrugadores.

Depois de levar uma meia hora para ficar apresentável, me tornando algo
que as mulheres da cidade fossem incapazes de encontrar algo de ruim a dizer
sobre a minha aparência se elas tentassem, pego meu carro alugado e estaciono
na frente de Home Cookin's.

Quando passo pela porta de vidro, há um caderno em uma bancada para


escrever o seu nome e a quantidade de lugares. Passei da multidão da hora do
almoço, então não há ninguém na área de espera e nenhum nome na lista. As
cabines de vinil verdes se alinham nas duas paredes laterais e existem várias
mesas vazias entre as poucas ocupadas por pessoas mais velhas bebendo café.
Tem um balcão de almoço com banquinhos ao longo da parte de trás do
restaurante.

Uma mulher com jeans, botas de cowboy e uma camisa polo verde com
Home Cookin' bordado no peito vem em minha direção.

—Quantos lugares?

—Só um, obrigada.


—Você quer um assento no balcão, ou você gostaria de uma mesa ou
cabine?

—Uma cabine seria ótimo.

Ela puxa de um suporte de madeira ao lado um menu de plástico, uma


esteirinha de papel e talheres embrulhados em guardanapo. —Siga-me.

Eu sigo atrás dela, impressionada pela maneira como o seu jeans abraça
suas curvas sem causar a temida gordura no topo. Eu tenho que gastar muitos
dólares em jeans para garantir o mesmo efeito.

—Você pode se sentar aqui. Excelente vista da principal rua da cidade,


então você pode assistir algumas pessoas.

Também tem uma ótima visão da oficina de Logan, de modo que eu posso
ver a sua caminhonete estacionada ao lado.

—Obrigada, isso é perfeito. —Olho para o crachá dela. —Eu agradeço isso,
Emmy.

—Posso te trazer algo para beber?

—Um capuccino com caramelo seria ótimo.

As sobrancelhas dela se aproximam da linha do cabelo. —Receio que seja


uma viagem de quarenta e cinco minutos de carro. Nesta cidade, você tem café e
chocolate quente, a menos que você queira uma dessas bebidas instantâneas de
cappuccino de máquina no posto de gasolina, mas ouvi dizer que é só açúcar e
produtos químicos.

—Você tem coca diet?

Ela assente com a cabeça. —Claro.

Enquanto ela se afasta, posso ouvi-la murmurar. —Capuccino com


caramelo... onde essa garota pensa que está?
Eu estudo o menu, decidindo ignorar o bife de frango frito porque não
tenho absolutamente nenhuma ideia do que no inferno isso é, em vez disso,
escolho uma salada Caesar com frango.

Uma mulher diferente vem à mesa com a minha coca diet e anota o meu
pedido. No seu crachá diz Darlene, e ela é toda profissional, com seu cabelo
castanho curto.

—Molho ao lado? —Ela pergunta, anotando o meu último pedido.

—Sim, por favor. —Eu paro. —Como você sabia?

Ela me dá uma olhada lenta. —Você se parece com o tipo. —Darlene gira
um calcanhar e volta para colocar no meu pedido.

Eu ignoro seu comentário e olho para fora da janela para o que parece um
desfile de caminhonetes passando. Será que todo homem nesta cidade possui
uma caminhonete? E quando isso se tornou tão sexy?

Tenho certeza de que há apenas uma resposta para isso, e a culpa é de


Logan Brantley.

A voz de Emmy corta pela sala. —Eu disse que queria o almoço dele
pronto em dez minutos. Você quer que o homem morra de fome?

A porta se abre novamente, e uma mulher com uma trança avança para o
balcão com a maior caneca que eu já vi. Deve caber meio galão do que quer que
ela coloque aí.

—Posso pegar um café grande para a viagem?

Emmy se vira e olha para ela. —Essa coisa vai te matar algum dia, Julianne.
Você realmente deveria parar com a cafeína.

—Guarde a preocupação para alguém que se importa, Emmy. —Ela torce


a tampa da caneca e Emmy pega antes de se virar para enchê-la com uma jarra
inteira de café.
Julianne, uma mulher que ainda não conheci, desliza algum dinheiro pelo
balcão e fecha a tampa.

—Você nunca vai substituir essa sua cafeteira quebrada? —Emmy


pergunta, pegando o dinheiro e colocando na caixa registradora. —Não que eu
esteja me queixando de tirar o seu dinheiro.

—A substituição da garantia deve chegar na próxima semana. Não se


preocupe; Estou pronta para acabar com essas adoráveis visitas também.

Julianne se afasta do balcão e segue para a porta, mas para e muda de


direção quando me percebe. —Bem, bem... acho que sei exatamente quem você
é.

—Isso é um pouco assustador. —Eu não queria dizer isso em voz alta, mas
aparentemente minha falta de filtro ainda está bem e verdadeiramente intacta.

Ela pisa em direção à mesa e coloca a caneca de viagem gigante. —Eu sou
Julianne. Eu corto o cabelo do seu homem, e você é o assunto da cidade inteira
hoje. —Ela senta sem um convite.

—Humm, sinta-se à vontade para se juntar a mim, eu acho.

—Obrigada pelo convite, mas eu só tenho dez minutos antes do meu


próximo compromisso, e definitivamente vou ter que fazer xixi. —Ela olha para
mim enquanto toma um gole de café. —Você sabe quantas mulheres nesta
cidade, provavelmente não se importariam de se acidentarem com um carro hoje,
depois de ouvir sobre o que Logan disse ontem à noite no Brews and Balls?

—Eu esperava que essa conversa ficasse menos assustadora, mas


acontece que eu estava errada.

Julianne dá de ombros. —Estou apenas dizendo que você pode querer se


cuidar. Ele é uma atração, e ele está fugindo da rede agora. Algumas dessas
mulheres estão ficando desesperadas. —Ela dispara um olhar para Emmy atrás do
balcão, enquanto a outra mulher coloca alguma comida no que parece uma cesta
de piquenique. —Aquela especialmente.
Ela? Realmente? Minha próxima inspeção em Emmy é mais especifica. Um
aceitável corte no cabelo castanho claro, corpo decente, olhos bonitos com uma
pitada de malícia.

Julianne acena com a cabeça quando encontro seu olhar novamente. —


Ela esculpiu seu nome em uma árvore, se você sabe o que eu quero dizer.

Talvez eu não seja do Kentucky, mas até eu entendo seu eufemismo. —Eu
entendo o que você está dizendo.

—Mas, aparentemente, Emmy ainda não colocou dois e dois juntos que
você é a única que está prestes a esmagar seus sonhos de se tornar a Sra. Logan
Brantley.

Quando ela olha de volta para a mulher, eu sigo seu olhar. —Por que?

—Ela estaria jogando punhais em você em vez de estar colocando o


almoço de Logan na cesta.

Cesta de almoço para Logan? Sério? —Ele pediu comida?

Julianne ri. —Não. Ele não precisa pedir para conseguir o especial de
Emmy. Ela faz a sua missão mantê-lo alimentado. Eu acho que ela está tentando
encher o estômago, e esvaziar as bolas, a equação completa, mas, até onde eu
sei, Logan nunca a deixou chegar perto de suas bolas. — Julianne bebe seu café
novamente. —Não por falta de tentativa, é claro. Ela certamente teria
engravidado na primeira vez em que ele a tocasse. Eu apostaria nisso.

Toda essa informação está me dando uma dor de cabeça épica e matando
o meu apetite.

Eu estreito meus olhos para Julianne. —Por que você está me contando
isso?

Ela dá de ombros. —Logan realmente gosta de você. Ele deixou isso bem
claro. — Ela dá uma olhada para Emmy. —E eu odeio aquela cadela desde o
ensino médio quando ela decidiu que era melhor do que todos os outros.
Deus abençoe as cidadezinhas.

Um pequeno ônibus estaciona em frente ao restaurante, bloqueando


momentaneamente a minha visão da rua.

—É melhor eu sair daqui. Os amigos do centro de convivência estão


chegando tarde demais para almoçar e cedo demais para jantar. Aqui está prestes
a se tornar um asilo. Nos vemos por aí, Banner. Me deixe saber se você precisar
que a cor do seu cabelo seja trocada ou as unhas feitas. Eu não sou uma estilista
da cidade grande, mas eu não estrago o cabelo ou as unhas. —Ela me dá um
sorriso maroto. —Apenas a minha vida.

E com isso, ela se foi, me fazendo desejar que ela tivesse ficado mais
tempo. Além de Nicole, Julianne é a única mulher que conheci nesta cidade com
quem eu posso imaginar convivendo.

Emmy se arrasta para a porta quando o ônibus dos idosos chega ao


restaurante. —Todos vocês vieram cedo! Não esperava vocês até as três e trinta.

Darlene corre com a minha salada e deixa na mesa. —Você precisa de


mais alguma coisa? Estou prestes a ficar muito ocupada.

—Não Senhora. Estou bem.

Eu me inclino para trás na cabine e começo a ficar entretida com todos os


aposentados e suas conversas. Há algum tipo de magia nessa vida de cidadezinha.

***

O aviso de Julianne sobre Emmy e seus planos sobre Logan continuam na


minha cabeça enquanto termino minha salada. Não estava incrivelmente boa,
mas pelo menos não fui eu que precisei fazer, então está bom. A porta para o
restaurante abre e o sino toca novamente e percebo que este lugar deve ser
bastante movimentado na cidade por todo o movimento que tenho visto.
—Eu pensei que era o seu carro aí na frente. Como está indo, Bruce?

Logan desliza na cabine igual Julianne fez. Toda vez que ele me chama de
Bruce, um poço de calor me atinge diretamente como um ataque cardíaco.

Aparentemente, eu não sou a única que percebe Logan, no entanto.


Emmy vem para a minha mesa.

—Sinto muito, Logan. Tive um almoço tardio, está tudo preparado para
você, mas o contingente Sunnybrook me distraiu. —Ela olha de Logan para mim e
depois de volta para ele. —Você não precisa compartilhar uma cabine com ela,
nós temos muitas mesas vazias.

Constrangimento preenche o vazio assim que ela fecha a boca.

Logan sorri para mim antes de falar. —Este é exatamente o lugar onde eu
quero estar. —Ele finalmente olha para Emmy. —Você conheceu Banner? Ela veio
de Nova York.

Assim que ele diz meu nome, a expressão confusa no rosto dela se
transforma em algo áspero, e imediatamente se transforma no sorriso mais frio
que eu já vi. E considerando que eu sou de Nova York, isso quer dizer alguma
coisa.

—Eu não entendi seu nome. Bem-vinda ao nosso pedacinho do paraíso,


senhora. Tenho certeza de que você já está entediada e quase enlouquecendo, já
que você é da cidade grande.

—Eu só estou me instalando, e não posso me imaginar saindo tão cedo. —


Meu tom traz uma sinceridade que Logan não perde.

As bordas do sorriso falso de Emmy começam a ruir. —Oh, tenho certeza


que você vai se entediar com esse lugar em breve.

Logan está assistindo nossa troca, e ele não é um idiota. —Eu espero que
não. Eu agradeço você fazer Banner se sentir bem-vinda. Ela é muito especial para
mim.
A máscara de Emmy ameaça quebrar, mas ela a mantém no lugar. —
Especial. Que doce. Vou deixar vocês dois sozinhos, então. A menos que você
ainda queira o sanduíche e a torta de mirtilo que eu coloquei para você. É por
conta da casa, como sempre.

Aguardo para ver como o Logan vai reagir.

—Eu tenho que voltar a trabalhar daqui a pouco. Eu só tirei um minuto


para correr até aqui porque vi o carro de Banner. Você sabe que não precisa
continuar me trazendo o almoço. Eu posso cuidar de mim mesmo.

—Bem, então. —Emmy diz, com os dentes cerrados. —Eu vou deixar
vocês sozinhos.

Ela se afasta e quase esbarra em Darlene, que está carregando uma


bandeja cheia para uma mesa.

—Aquilo foi... interessante. —Digo, olhando para Logan depois que Emmy
se afasta.

—Nós saímos algumas vezes, mas realmente nunca fomos mais do que
amigos. —Ele diz como explicação.

Não decidi se me sinto ameaçada ou não. Eu decido que não, porque de


acordo com as fofocas de Julianne, Emmy nem sabe sobre o pau gostoso que está
perdendo.

—Ela queria ser muito mais, eu aposto.

Logan cobre a minha mão com a dele. —Não importa, porque tem que
haver duas pessoas querendo o mesmo para que algo assim aconteça.

Está na ponta da minha língua perguntar por que ele não queria que nada
acontecesse com a Barbie cozinheira, mas decido que agora não é hora nem
lugar.
—Você não precisa recusar sua comida por minha causa. —Embora, por
alguma razão estúpida e insignificante, estou esperando que ele adote essa
decisão.

—Eu tenho algumas barras de proteínas comigo. Mas não é isso que eu
vim conversar com você.

Pego sua postura rígida. —O que está errado?

—Nada. Bem, isso não é verdade. Foi um dia difícil, e eu sei que disse que
queria te levar para um encontro, mas irei ao hospital esta noite para ver o que
posso descobrir, e não é onde eu quero levá-la. Você se importa se nós adiarmos
nosso encontro?

Embora fique desapontada com a ideia de não ver Logan hoje à noite, eu
entendo completamente.

—Claro que não me importo.

Logan relaxa. —Obrigado, Bruce. Isso não é algo que eu estava esperando.

Estendi a mão e cobri a sua com a minha. Não é um gesto normal para
mim, mas com Logan parece exatamente certo. —Você faz o que precisa fazer.
Não se preocupe comigo. Tenho trabalho suficiente para me manter ocupada por
duas semanas.

Ele enfia os dedos nos meus e aperta. —Obrigado, Bruce.

Quando me movo para retirar minha mão, ele me para. —Você nunca vai
me dizer exatamente que trabalho é esse?

Meus lábios curvam com um sorriso enquanto penso em todos os


aposentados aqui. —Agora, de verdade não é hora ou lugar. Mas quando você
pagar esse encontro... eu vou te dizer.

Surpreendentemente, estou entusiasmada com a perspectiva de contar a


Logan.
—É um acordo. E prometo que vou fazer essa noite acontecer. —Ele diz,
quando finalmente solta a minha mão e sai da cabine.

Antes que eu possa responder, Logan se inclina e pressiona um beijo nos


meus lábios, e acho que todo o restaurante congelou igual eu.

Caraca. Logan não está brincando com isso.

—Eu falo com você mais tarde, Bruce.

Eu aceno com a cabeça, sentindo o peso de todos os olhares. Logan gira e


dá alguns passos antes de parar.

—Você guarda aqueles bifes que eu deixei na sua casa no congelador?


Podemos prepará-los na próxima vez.

Os olhares se intensificam.

—Isso parece perfeito. —Digo, mantendo o meu sorriso intacto.

—Pego você mais tarde.

O sino toca enquanto Logan sai do restaurante, mas todos os clientes


parecem estar satisfeitos em continuar olhando para mim, incluindo Emmy. Mas,
onde os outros parecem curiosos, ela parece irritada.

Empurro meu prato vazio e tiro uma nota de vinte da minha carteira para
sair da cabine em vez de esperar pela minha conta.

Parece que demorei muito no meu almoço no Home Cookin'.


Capítulo 36

Logan

Foi bom reivindicar Banner. Nunca tive a compulsão de fazer algo assim,
mas com ela, é exatamente o que quero. Fofoca vai acontecer de qualquer
maneira, e ela provou que é forte o suficiente para lidar com o que quer que seja.

Eu estou me esfolando para terminar os retoques finais neste Mustang


durante todo o dia, e quando o proprietário aparece para dar uma olhada em seu
carro totalmente restaurado e seus olhos ficam vidrados, eu sei que fiz o trabalho
direito.

As restaurações clássicas dão muito mais trabalho, mas os cheques gordos


fazem valer a pena. Troca de óleo e reparos de rotina é o meu pão e manteiga,
mas as restaurações são o que eu realmente aprecio.

—Vocês podem ir. —Digo a Jock e Rick às seis e meia. —Estou apenas
esperando o próximo projeto para ir, e isso não precisa de todos aqui.

Ambos os homens acenam com a cabeça e se dirigem para as pias para


esfregar a graxa e a sujeira que se acumularam durante o dia.

Rick desaparece rapidamente, mas Jock para antes de sair. —Você ouviu
alguma coisa sobre Jeff?

Eu balanço minha cabeça. —O hospital diz que ainda não há mudança.

—Então ele ainda poderia ir?

—Isso é o que eles estão dizendo. Estou indo lá hoje à noite para obter
mais respostas.
—É uma pena que ele tenha sido apanhado naquela merda. O filho do
meu primo foi apanhado com um pouco de metanfetamina. Eu juro, é uma
maldita epidemia.

—Parece que sim, não é mesmo?

—Entre você e eu, há um cara no meu campeonato de natação que, de


repente, está dirigindo uma caminhonete nova e andando com muito dinheiro. Eu
acho que ele está traficando, mas eu não vou denunciá-lo.

E esse é o problema das drogas em uma cidadezinha. Noventa por cento


das pessoas não vão se envolver, mesmo que elas saibam que algo não está certo.
Mas, novamente, é assim que as fofocas e apontar o dedo na verdade ficam o
mínimo possível.

—Você tem alguma ideia de quem está fornecendo para ele?

Jock balança a cabeça. —Não. Nem uma pista, mas ele nem tenta
esconder isso agora. Estou esperando que ele pare com essa merda e fique limpo
antes que algo assim aconteça com ele. Ele tem dois filhos, cara.

Eu me pergunto em silêncio se é assim que o amigo de Jock justifica o que


ele está fazendo, ganhando dinheiro para dar a seus filhos uma vida melhor do
que ele tinha. Por aqui, não há muitas oportunidades para empregos que pagam
bem, além da fábrica de móveis e o hospital.

—Eu espero que ele fique fora disso também.

Jock assente com a cabeça enquanto se dirige para a porta enquanto eu


me lavo.

Meia hora depois, uma caminhonete preta Chevy vem com um


Oldsmobile 442 enferrujado em um reboque de plataforma. O homem que sai do
banco do passageiro é um que eu já vi na TV, e eu saio para encontrá-lo.

—Desculpe pelo atraso. Fui pego em um trânsito em Nashville. Quem


imaginaria que Bumfuck, Kentucky, era tão longe. —Sua voz soa tão grave como
quando ele está no palco.
—Merda. Quando vi 'B. Thrasher' na ordem de serviço, não esperava ver
Boone Thrasher vir aqui.

O cantor country estende uma mão. —Temos uma amiga em comum, e


ela diz que você é o cara para consertar este naufrágio enferrujado.

Holly Wix é a única pessoa de quem ele poderia estar falando. Parece que
ela está enviando um monte de coisas interessantes na minha vida ultimamente.

—Oh, ela disse, não é?

—Então não faça de Holly uma mentirosa, porque eu vou ficar do lado
dela e não do seu.

Posso dizer pelo seu tom que ele está brincando... mais ou menos.

—Eu não acho que teremos um problema. Vamos entrar, e vou pegar um
bloco de desenho. Este é o tipo de projeto que preciso desenhar.

—Eu já gosto de você. —Thrasher diz, me seguindo para dentro.

Passamos a próxima hora falando sobre suas opções enquanto esboço


uma ideia aproximada do projeto. Preto e vermelho. Interior clássico, mas
detalhes únicos para Boone, como juntas de bronze e caveiras. Nós dois olhamos
para o bloco quando terminamos.

—Isso ficará fantástico quando estiver pronto. —Digo a ele. —Você tem
bom gosto, cara.

Thrasher dá de ombros. —Eu ganhei mais dinheiro do que preciso, mas


estou contando com você para não deixá-lo ficar horroroso. Você tem uma
reputação, e se sair como estou pensando, você vai ter muitos negócios a
caminho. Eu colocarei esse carro em todas as revistas de carros clássicos, e as
pessoas vão bater na sua porta.

Se Boone Thrasher for fiel à sua palavra, meu negócio mudará para
sempre. Não apenas para o próximo nível, mas para a estratosfera. Diminuo a
minha excitação porque tenho que provar a mim mesmo primeiro para ver o que
acontece.

—Então, é melhor eu ter certeza de que você esteja apaixonado por este
carro quando terminar.

—É isso aí.

—Você vai voltar dirigindo para Nashville esta noite? —Pergunto


enquanto ele cruza seus braços sobre o seu peito e acena com a cabeça.

—Sim senhor. Tenho uma turnê começando em alguns dias, e eles


ficariam muito irritados se eu não estiver no ônibus que preciso estar.

Só posso imaginar como que a sua vida deve ser.

—Estou um pouco surpreso que você tenha dirigido sozinho até aqui.

Ele dá de ombros. —Este não é o tipo de projeto que posso delegar a um


entregador ou um assistente. Eu precisava que você soubesse exatamente o que
eu queria.

—Entendido. Não vou te decepcionar, cara.

—Bom. Quanto tempo você acha que vai demorar?

—Me dê oito semanas, só porque eu não sei quanto tempo vai demorar
para conseguir substituir todas as peças do motor, e vou ver o que posso fazer.

Thrasher olha para o carro. —Estarei na estrada por seis semanas, e eu


realmente quero ele me esperando no meu último show em Nashville. Eu escrevi
essa nova música que toca fundo em tudo o que eu sou, e o tempo todo que
estivemos conversando, eu estive imaginando dirigir o carro no palco para estrear
meu novo single. Você acha que poderia fazer isso acontecer? Eu prometo que
vou fazer valer a pena. Imprensa, imagem, tudo.

Merda, com esse tipo de incentivo...

—Posso fazer acontecer.


—Agradeço muito, senhor. Agora, vamos tirar essa fera do meu reboque e
entrar na sua oficina.
Capítulo 37

Banner

Meu telefone toca no balcão enquanto fecho o meu laptop no meu


escritório improvisado na cozinha. Eu me viro para agarrá-lo, esticando o meu
pescoço de um lado para o outro.

Há quanto tempo eu estive sentada aqui? Um olhar de relance no relógio


me diz que já passou muitas horas. A dor desaparece no momento em que olho
para a tela do meu telefone e vejo um texto de Logan.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Estou finalmente


pagando esse encontro. Desculpa por ter demorado tanto
tempo.

Ele está dizendo a verdade sobre isso. Logan tem trabalhado como um
burro de carga em um novo projeto de restauração no qual ele está muito
animado, e eu tenho trabalhado noite e dia procurando a solução de um
problema para um projeto em questão. Dado nosso foco intenso em nossos
respectivos projetos, retornamos as mensagens como nosso principal meio de
conversa nos últimos sete dias.

Talvez outras mulheres se aborreceriam, mas eu estava muito ocupada


para me preocupar com isso.

Com um sorriso no rosto, escrevo minha resposta.

BANNER: Não se desculpe. Eu também estive ocupada.


Apenas me diga quando e onde.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Minha casa. 20hs. Eu


vou grelhar esses bifes do seu freezer. Serve para você?
BANNER: Eu estarei lá. Não posso esperar.

LOGAN HOMEM DE VERDADE BRANTLEY: Bom. Eu sinto sua falta,


Bruce. Já faz muito tempo que não vejo a minha garota.

Um arrepio que não sei identificar viaja pela minha espinha com o: minha
garota. Mesmo nas mensagens, Logan não é tímido em deixar claro onde ele está.

O nervosismo aumenta quando a noite se aproxima. Como se fosse um


grande passo no relacionamento que ele diz que temos.

Eu ainda não consegui admitir para mim mesma que me joguei na


oportunidade de vir para Gold Haven, porque não estava preparada para que esse
fascínio que tinha com ele acabasse. Ou talvez só porque eu queria.

BANNER: Concordo.

****

Cheguei à casa de Logan às oito da noite, coloquei os bifes do meu freezer


em uma sacola no banco do passageiro, com mais dois pacotes gigantes de batata
e um saco de salada. O supermercado Piggly Wiggly não é tão traiçoeiro agora
que sou uma profissional experiente em encontros na mercearia da cidadezinha.

Quando toco a campainha na porta da frente, há uma espera de trinta


segundos antes de Logan abrir.

Minha boca fica seca. Seus cabelos escuros estão molhados, e uma gota
de água desliza de seu ombro e desce pela linha entre os seus músculos
abdominais até que mergulha na toalha em sua cintura.
Essa não é a única coisa que está ensopada.

—Meus olhos estão aqui em cima.

Quando eu finalmente arrasto meu olhar de volta para o seu rosto, um


sorriso puxa os cantos de seus lábios.

—Eu sei. Mas você está molhado.

—Eu estou.

—Que coincidência. Eu também.

O sorriso de Logan se amplia. —É isso mesmo?

Eu concordo. Uma semana é muito tempo sem ficar nua junto com ele.

—Então você provavelmente deve entrar aqui em vez de ficar de pé aí a


noite toda.

—Ok. —Passo pelo limiar, e o cheiro de homem limpo que paira no ar


enquanto Logan passa por mim para fechar a porta.

—Desculpe, fiquei preso trabalhando no 442.

Deixo a sacola no chão e minhas mãos pousam no seu peito antes de me


inclinar para cobrir seus lábios com os meus. Logan não perde um segundo
enquanto seus braços se fecham ao meu redor, e ambas as mãos encontram
minha bunda para me levantar. Aparentemente, ele sentiu a minha falta também.

Minha saia, a que escolhi especialmente para esta noite, desliza pelas
minhas coxas enquanto eu enrolo minhas pernas em volta dele.

Nada me excita tanto quanto a visão de Logan Brantley pingando em uma


toalha.

Suas mãos deslizam sob minha saia enquanto ele pressiona minhas costas
contra a porta. Ele afasta os lábios dos meus. —Merda, você não está vestindo
nenhuma calcinha.
Eu balanço minha cabeça.

—Jesus, mulher. Eu ia esperar até depois do jantar, para comer sua boceta
de sobremesa e depois foder você em frente ao fogo, mas...

—Agora é melhor. —Digo, interrompendo-o. —Nós podemos fazer tudo


isso mais tarde.

Abaixo a mão e tiro a toalha dos seus quadris. Assim que meus dedos
envolvem em torno de seu pênis, Logan solta um gemido.

—Porra...

—Isso. Vamos fazer isso.

Ele me pressiona mais forte contra a porta quando a cabeça do seu pau
encontra a minha entrada. —Você está tomando pílula? Eu não perguntei antes.

Eu balanço minha cabeça. —Injeção. E eu estou limpa.

—Você quer o meu pau?

—Rápido.

—Responda-me, Banner.

—Sim!

—Você vai levá-lo de todas as maneiras que eu quero esta noite?

Meus músculos internos apertam com suas palavras. —Sim.

—Está certo. Você é a minha garota safadinha.

—Por favor.

Ele enterra seu pênis dentro de mim em um único impulso e eu jogo


minha cabeça para trás, não me importando quando ela bate na porta.
—Cuidado, querida. —Uma das mãos de Logan libera minha bunda e toca
a parte de trás da minha cabeça. —Cuidado.

—Estou bem.

—Segure firme.

Enrolo os braços ao redor dos seus ombros e aperto os músculos sólidos


quando ele começa a se mover. Com cada impulso profundo, meu clitóris esfrega
contra ele e meu orgasmo surge. Ele não diminui, apenas me fode até que esteja
grata que sua mão está impedindo a minha cabeça de bater na porta, porque eu
não posso controlar meus movimentos.

De repente, Logan retrocede e me leva ao sofá, me deitando sobre o


braço e arqueando a minha coluna. Ele segura meus quadris com uma mão
enquanto pressiona com força o meu clitóris com o outro polegar, e ele varia sua
velocidade de rápido para lento. É a minha destruição.

Seu nome está em meus lábios enquanto minhas unhas cavam nas
almofadas do sofá, e meu clímax destrói o meu controle.

Mas Logan não está satisfeito. —De novo.

Eu virei líquido. Estou desossada. Nem sei se consigo falar, mas meu corpo
está na borda com seu comando. Eu não tenho certeza se o primeiro orgasmo
continua ou se é um segundo, mas estou arqueando contra ele enquanto seu
rosto contorce com prazer.

Fecho meus olhos, tentando me refazer enquanto meus pulmões


respiram.

Puta. Merda.

Logan se inclina para frente e pressiona um beijo entre meus seios. —Da
próxima vez, vou brincar com estes mamilos até que você esteja implorando por
mim.

Uma risada escapa de meus lábios.


Depois de nos limparmos e eu colocar a minha saia de volta no lugar, volto
para Logan, que agora está usando um jeans desgastado e nada mais.

—Tenho certeza de que você não pode superar esse aperitivo.


Capítulo 38

Logan

Banner tentou domar seus cabelos, mas eu gosto do seu visual “acabei de
ser fodida por Logan Brantley” quando olho para ela. Nenhuma mulher já me fez
perder o controle como ela faz. Eu senti isso em Nova York, e eu sinto isso aqui.
Um dia, eu vou me controlar, mas parte de mim não quer que isso aconteça tão
cedo.

Ela também fica bem na minha casa, mesmo que tudo o que esteja
fazendo seja pegar as batatas com um garfo para colocar no micro-ondas ou
lavando e picando alface em uma tigela. O resto da minha vida pode ser um caos,
mas há algo sobre Banner que me faz esquecer tudo.

Provavelmente estou fodido, e não me importo.

Depois de tirar os bifes da churrasqueira e as batatas estarem em nossos


pratos com a salada, nos sentamos no banco do meu balcão porque ainda não
tenho uma mesa de cozinha.

Uma coisa tem me incomodado toda a semana, e ela me prometeu uma


resposta esta noite.

—Você finalmente vai me dizer no que você está trabalhando.

Banner quase se engasga com um pedaço de bife antes de tomar um gole


de água. —Isso saiu do nada.

—Estou cobrando tudo sobre o nosso encontro. Você me prometeu uma


explicação esta noite, e eu tenho que saber. Estou ficando louco tentando
descobrir.

Ela coloca a água para baixo e encontra meu olhar. —Você realmente quer
saber tanto assim?
—Enquanto você não estiver vendendo drogas. —Começo, mas depois me
corto. Isso atinge muito perto para ser engraçado, considerando que Jeff ainda
está no hospital e não está bem.

Banner balança a cabeça. —Definitivamente não são drogas.

Aguardo mais um minuto antes que ela finalmente me diga.

—Eu tenho patentes pendentes em dois novos vibradores, e eu vou


vender brinquedos sexuais.

Abaixo o meu garfo para o prato enquanto um sorriso estica meus lábios.
—Isso é verdade? E você, a pessoa mais franca que eu já conheci, não quer dizer
às pessoas isso... por quê?

Ela morde o lábio. —Não acho que alguém me levaria a sério. Não posso
explicar que eu fiz as minhas pesquisas de mercado sozinha, e reduzi para o que
acredito serem as duas melhores e mais eficientes maneiras de se livrar dos
idiotas. E então criei dois novos modelos de vibradores que são basicamente a
prova de que as mulheres podem finalmente ter orgasmos regulares.

Ela esta visivelmente apaixonada pelo seu projeto, e dou uma boa olhada
para ela.

—Você não contou a ninguém?

—Dois advogados, um engenheiro freelancer, a fábrica que criou os


protótipos e que está preparando a primeira remessa e uma empresa de
marketing.

—Você tem algum aqui?

Ela assente com a cabeça. —Sim. Uma caixa cheia de paus, se você quiser.
Na verdade, foi por isso que fui demitida.

—O que você quer dizer?


—Fiz merda e mandei que os protótipos fossem enviados para o meu
escritório. As caixas foram colocadas na minha mesa, e uma colega de trabalho
decidiu que ela tinha que saber o que havia nelas, então ela abriu uma.
Aparentemente, ela não era acostumada a pegar um, porque ela se assustou e
deixou cair no chão, que é claro ligou e vibrou o suficiente até o corredor do vice-
presidente sênior. Ele tropeçou e caiu no chão, quebrou um pulso e perdeu um
dente, e eu tive que explicar que meu pau era o culpado.

Estou me segurando de tanto rir quando ela termina essa história ridícula.
—Você está brincando comigo. Você tem que estar.

Banner balança a cabeça, um sorriso puxando o canto dos seus lábios. —


Eu realmente não estou. Eu não conseguiria inventar essa merda nem se eu
tentasse.

—Jesus Cristo. Você não faz nada pela metade, hein Bruce? Então, quando
esta caixa de paus vem para Gold Haven? Eu preciso avisar os correios?

—Em algumas semanas, se tudo funcionar como deveria com a produção.


E não seria bom se você os alertasse. Eu não vou ser culpada por ataques
cardíacos por causa disso.

—Tudo bem, negócio fechado. Nenhum aviso. Mas eu tenho que dizer, é
difícil ficar triste por você ter sido demitida, porque tudo isso é realmente muito
legal, Banner. Estou orgulhoso de você.

Seu sorriso oscila. —Você provavelmente é o único, porque posso garantir


que meus pais estarão tudo, menos orgulhosos quando descobrirem.

—Que se lixem. Se eles não conseguem lidar com o fato de sua filha ser
talentosa à sua maneira, então eles não merecem participar disso.

A oscilação desaparece de seu sorriso. —E eu aqui pensei que você se


ofereceria para me ajudar a testá-los.

—Você não precisa me pedir duas vezes. Mas eu falo sério, Banner. Isso é
muito legal e você deveria estar orgulhosa.
—Eu ficarei orgulhosa quando conseguir os produtos e que eles
funcionem. Eu já estou trabalhando nas campanhas de marketing das amostras, e
espero que Deus me ajude. Eu mergulhei muito nisso que, se não der certo, eu
vou estar falida por um longo tempo.

Não há dúvida para mim, que a mulher incrível na minha frente pode
realizar qualquer coisa que ela coloque na sua cabeça. —Vai funcionar. Eu tenho
fé em você.

—Obrigada. Isso significa muito. Você provavelmente não percebeu que


eu estava com um pouco de ciúmes do fato de que você é um empresário bem-
sucedido, e eu estou aqui com um pau falso e um sonho.

Minha risada ecoa nos tetos da casa. Quando finalmente consigo


recuperar o fôlego, eu digo a ela o pensamento que está na minha cabeça a noite
toda. —Eu gosto de ter você aqui.

Ela abaixa o copo de água para o balcão. —Eu gosto de estar aqui.

—Então, é bom que eu não esteja pensando em deixar você sair, não é?

As sobrancelhas dela arqueiam. —Você fez algumas promessas sobre a


minha buceta ser a sobremesa, e alguma coisa sobre você me foder na frente de
uma fogueira?

—Fico feliz que você não tenha esquecido. Tenho a intenção de cumprir as
minhas promessas.

Ela afasta o prato dela. —Eu acho que acabei.

—Ah não. Termine esse bife. Você vai precisar de sua energia, querida.
Capítulo 39

Banner

Quando só uma noite é a sua coisa, não há chance de cair em qualquer


tipo de rotina com alguém. Mas Logan Brantley e Gold Haven estão mudando
tudo isso para mim.

Faz uma semana e meia desde que saí de Manhattan, e embora sinta falta
da conveniência de poder conseguir comida etíope, brasileira e húngara dentro
de um raio de seis quarteirões, aprendi sobre a delícia das batatas fritas
temperadas do Sr. Burger, e do chocolate caseiro gratuito no balcão da farmácia e
o fato de que observar Logan grelhar um bife está na lista das coisas mais sexy
para os homens fazerem, alguns degraus abaixo, de encontrar seus olhos no
espelho enquanto ele goza, e a maneira como a cabeça dele fica entre minhas
pernas enquanto ele está me fazendo gritar.

Basicamente, eu sou uma garota extremamente feliz que está tendo sexo
alucinante com um homem incrível, e estou começando a pensar que minha
posição sobre os relacionamentos nunca poderia ser alterada por ninguém além
desse homem.

Em outras palavras, estou fodida.

Eu realmente gosto desse cara.

Tipo, realmente gosto dele.

Talvez até mais do que só gostar dele.

Eu só estive perto da palavra que rima com cor uma vez na minha vida, e
isso não acabou bem. Agora, sentada no balcão da cozinha de Logan enquanto
terminamos o jantar, estou tendo uma pequena crise interna.
Não sei como dizer a ele. Eu nem sei se devo dizer a ele. Não duvido que
ele goste de me ter por perto, mas pequenas coisas me dizem que ele ainda não
perdeu sua cautela sobre as mulheres tentarem amarrá-lo com uma pensão.

E aqui estou eu, sem renda enquanto ainda trabalho com as minhas
questões de design para que eu possa levantar meu negócio.

Eu tomo uma decisão: não vou dizer primeiro. Pode não ser a decisão
madura, mas é a única que funciona para mim.

Eu não sei se eu poderia lidar com ele me dizendo que ele simplesmente
não se sente assim ou me dizendo que é hora de seguir em frente agora que me
apeguei. Afinal, eu sou a garota com a qual você trepa, e não a que você sossega.

Quando diabos eu comecei a pensar em sossegar?

Logan empurra seu prato, mas ainda tenho um bife e uma salada para
terminar.

Não tenho a certeza se receio falar algo, mas agora não confio em mim
mesma o suficiente para não começar a balbuciar, porque estou tendo um
pequeno colapso.

Tenho vinte e sete anos. Eu sou a CEO de uma empresa falida que
ninguém ouviu falar, mas estou planejando torná-la um nome familiar no negócio
de entrega de orgasmos. Sossegar não deveria estar em meus planos agora.

—Alguma coisa errada com o bife, Bruce? —Logan pergunta.

Eu balanço a cabeça e corto outro pedaço para colocar na minha boca,


mastigando com cuidado como se minha vida dependesse disso.

—Então, eu estava pensando... —Ele diz. —O jantar não é suficiente para


um encontro. Talvez devêssemos fugir um fim de semana juntos. Conheço um
lugar no Smokies30 que as pessoas costumam usar para lua de mel, mas...

Eu engasgo com a carne e começo a tossir.


30
Montanhas no Tennessee.
—Jesus, você está bem?

Meus olhos estão lacrimejando, e pareço que estou prestes a perder um


pulmão. Eu pego a minha água e tomo alguns goles para ajudar a descer a carne.

—Você precisa de ajuda? —Logan levanta-se, pronto para envolver os


braços ao redor do meu peito e começar a manobra para engasgo.

Eu balanço a cabeça, pegando meu guardanapo para cobrir a minha boca


enquanto cuspo o pedaço e esmago em uma bola.

—Estou bem. —Minha voz sai fraca, e Logan me encara como se eu


tivesse um terceiro olho.

—Você tem certeza?

Eu aceno com a cabeça, pegando minha água novamente para acalmar


minha garganta irritada. —Desceu errado.

Ainda pareço ter sido estrangulada, mas é o melhor que posso fazer
enquanto pego um pedaço de toalha de papel para limpar as lágrimas ainda
escorrendo nos cantos dos meus olhos.

Ele me estuda por um momento antes de se sentar. —É demais um fim de


semana?

Eu balanço minha cabeça. —Apenas um momento ruim ainda estou


tentando pensar.

—Então eu deveria esperar para te perguntar até que eu estivesse com as


bolas enfiadas até o fundo e com você à beira do orgasmo para que dissesse sim?

Minhas partes de senhora, estão animadas com essa pergunta de Logan.

—Posso te dizer que gosto da ideia. —Ele acrescenta.

—Eu acho que você terá que experimentar e ver. —Respondo, esperando
que isso pareça casual, mesmo que eu sinta que há um sinal de néon piscando
acima da minha cabeça que diz: NADA DISSO É CASUAL.
—Eu acho que é exatamente o que devo fazer. Quem sabe o que eu
poderia fazer você dizer se eu começasse a reter seus orgasmos.

Ele provavelmente me faria gritar “eu te amo” em minutos. Eu congelo.


Puta. Merda.

Desesperada para mudar de assunto para algo menos aterrador, eu falo.


—Talvez devêssemos tentar anal.

Desta vez, é Logan que se engasga com um gole de cerveja.

—Você está bem?

Ele acena com a cabeça e tosse mais algumas vezes antes de colocar o
copo para baixo. —Não é que eu tenha um problema com isso, mas porque isso
agora?

Pego a minha água e bebo. —Não é como se estivéssemos enrolando. E eu


pensei que a resposta a um anal fosse sempre um sim, sem dúvida ou hesitação.

O olhar de Logan colide com o meu. —A resposta para deslizar em sua


bundinha apertada não é apenas um sim, Banner. É uma merda de sim. —Apesar
do calor em seus olhos azuis, ele ainda está me estudando como se estivesse
tentando ler nas entrelinhas para descobrir o que provocou a mudança de
assunto.

—Isso é um alívio porque se você não estivesse interessado, seria um


grande sinal de que você não está pronto ainda.

Quando Logan levanta uma sobrancelha, percebo que me entreguei.

—É com isso que você está preocupada? Que eu vou perder o interesse?

Desta vez, não sou nem um pouco sutil em empurrar um pouco de salada
na minha boca para me impedir de responder, e ele conecta os pontos.

Logan se recosta em seu banquinho e cruza os braços sobre o peito largo.


—Você está falando sério? Você está preocupada se eu vou perder o
interesse, quando eu tenho que competir com toda a Manhattan para mantê-la
aqui, e eu só tenho o meu pau e algumas batatas fritas temperadas do Sr. Burger
como motivação.

Inclino-me no balcão. —No entanto, seu pau é um motivador muito


poderoso.

—Mas e se não for o suficiente?

Eu engulo um pouco do medo e encontro o seu olhar. —Sem trocadilhos,


Logan, mas você é o pacote completo.

—Você também, Bruce. Você também.

Meu coração incha, parece que vai explodir. Este é o grande momento,
então é claro que tenho que estragar porque estou aterrorizada com o que eu
poderia dizer em seguida.

—Esse é um sim para o anal hoje à noite?


Capítulo 40

Logan

Eu estaciono no local mais próximo, que não seja para deficientes, da


porta da drogaria CVS três cidades depois, porque nem o supermercado Piggly
Wiggly nem eu tínhamos o tipo certo de lubrificante, e a farmácia já estava
fechada. Este é o único lugar 24 horas a menos de oitenta quilômetros.

Nós dois saltamos da minha caminhonete, apesar de eu ter certeza de que


Banner pode fazer isso sem mim. Ainda assim, sou um cavalheiro, e não vou fazê-
la comprar o lubrificante. Eu a encontro na calçada e deslizo minha mão na dela.

Ela aperta meus dedos. —Você se sente travesso? Eu não me sinto


travessa com a compra de lubrificantes desde que eu tinha... não importa
quantos anos eu tinha, mas faz muito tempo. Por que isso é diferente?

—Provavelmente, porque se vermos alguém que conhecemos, a cidade


inteira vai descobrir que eu sou o mais sortudo dos homens por aí. —Pauso. —Na
verdade, eles já sabem disso, mas isso só confirmaria.

Banner revira os olhos para mim. —Como se fossemos ver alguém que eu
conheça. Talvez você, mas não eu.

—Você conhece quase tantas pessoas quanto eu neste momento. Quando


a população é um pouco mais de dois mil, não demora muito. Além disso, você é
a única que sentiu a necessidade de ser social quando estávamos no Brews.

Ela não responde, mas me puxa atrás dela pela loja e se dirige para a parte
de trás. Eu estou rastreando rostos enquanto caminhamos. Banner para no final
de um corredor e se estica para pegar uma caixa. Então ela coloca de volta e pega
uma caixa maior antes de olhar para mim com um sorriso.

—Nós também podemos superdimensionar isso.


Passos arrastando vêm de trás de nós, e olho por sobre meu ombro para
ver a Sra. Harris, mãe de Emmy, no corredor de vitaminas, ainda vestida com a
roupa de casa e bobs no cabelo.

Porra.

Eu arrasto Banner pelo corredor com uma mão, e os olhos dela lançam
dardos nos meus e então olha atrás de mim.

—Quem é essa? —Ela sussurra.

—A mãe de Emmy Harris.

Eu posso ouvir a marca registrada da mulher cantarolando à medida que


nos aproximamos. Em outra área da farmácia, vejo outro rosto familiar.

Nicole está de pé no balcão, e a farmacêutica diz a ela: —Me desculpe,


senhora, mas não posso vender a você produtos que contenham pseudoefedrina
agora.

Banner olha para mim, e ambos nos apressamos em direção ao outro lado
da loja pelo corredor. Com bastante pressa, Banner estende a mão e pega um
saco de Doritos e empurra-o nos meus braços.

—Rápido. Entre na fila. Vou pegar sorvete, e encontro você lá.

Não tenho certeza quando a Operação: comprar lubrificantes tornou-se


ultrassecreta, mas estou me divertindo muito me esgueirando pela farmácia com
Banner para discutir. Além disso, sou uma formiga quando se trata de sorvete.

—É melhor não ser chocolate. —Digo a ela enquanto me movo em direção


ao balcão.

O caixa é o mais lento na história do planeta, mas já que Banner ainda não
se juntou a mim, não vou reclamar.

Um pequeno pote de sorvete de chocolate Rocky Road pousa no balcão ao


meu lado.
—Achei que Rocky Road fosse apropriado para pavimentar o caminho
para a cidade marrom. —Ela diz com uma risada.

O homem na minha frente pega seu recibo, e a caixa, uma mulher mais
nova, começa a passar nossas compras assim que Banner começa a rir de sua
própria piada. Os olhos da moça se alargam quando ela compreende.

—Cidade marrom? Isso fica no sopé da colina, Logan? Não tenho certeza
de ter ouvido falar disso. —Diz uma voz familiar atrás de mim.

Oh, pelo amor de Deus.

Eu me viro para encarar a Sra. Harris, com as mãos cheias de caixa de chá
e uma garrafa de melatonina, mas quando abro a boca para responder, nada sai.

Banner sorri docemente e diz: —Fica ao sul da Cordilheira xana. Pelo


menos, eu acho que é.

Eu engasgo e o rosto da moça do caixa fica vermelho.

—Cordilheira xana. Eu também nunca ouvi falar disso. Eu vou ter que
pedir ao Sr. Harris para sair do Rand McNally assim poderemos fazer um passeio
nesse fim de semana. Eu amo meus passeios de fim de semana.

Não tenho ideia de como Banner mantém uma cara séria, mas ela
responde: —Eu também adoro um longo passeio. Especialmente quando fica um
pouco mais firme.

A mulher mais velha sorri. —Eu também. Emmy nunca foi muito fã, no
entanto. Ela sempre ficou enjoada com um passeio leve.

Banner finalmente sorri. —Isso explica muito sobre ela.

Os olhos da moça do caixa estão arregalados enquanto empurro o


dinheiro para ela antes de arrumar o sorvete, o Doritos e o lubrificante.

—Até mais tarde, Sra. Harris. Você terá que nos informar como foi o seu
passeio.
Eu pego a sacola, agarro Banner pela mão e a puxo para fora da drogaria.
Ela cai na gargalhada enquanto abro a porta e a ajudo a subir no banco do
passageiro da caminhonete.

—Você é terrível.

As lágrimas escorrem pelo seu rosto. —O que? Foi tão fácil. Você deve
admitir que você pagaria para ver o olhar no rosto do Sr. Harris quando ela
perguntar se eles podem ir à cidade marrom neste fim de semana.

Cubro meu rosto com a mão enquanto meu corpo inteiro começa a
tremer. —Jesus, mulher. Eu nunca serei capaz de vir para a CVS novamente sem
me lembrar disso.

Ela piscou para mim. —Bom. Missão cumprida.

Fecho a porta, meus lábios esticam em um sorriso enquanto dou a volta


para o lado do motorista.

Nicole sai correndo da loja e quase colide com um senhor e seu andador
quando ela me vê. Ela vira em outra direção e se apressa como se nada tivesse
acontecido.

O que a farmacêutica disse para ela retorna para o meu cérebro. A


pseudoefedrina é usada para fazer metanfetamina.

Meu sorriso morre.

Nicole é uma das pessoas mais trabalhadoras que conheço. Sempre


empolgada para ganhar dinheiro extra porque ela quer comprar a pista de
boliche, e todos sabem disso.

Você pode vender uma caixa de medicamentos sem receita com


pseudoefedrina se o dinheiro for bom, pelo que eu ouvi pela cidade.

Eu não gosto de como as coisas estão fazendo sentido, especialmente


porque não consigo pensar em outra razão para ela estar estourando o seu limite
e tentando comprar três cidades além de Gold Haven. Jeff mal escapou daquela
overdose, e agora está na prisão do condado aguardando julgamento porque não
declarou ser culpado de distribuição, mesmo com os policiais encontrando um
monte em seu carro.

Eu decidi não dizer nada a Banner agora. Ela não tem necessidade de
saber.

Quando subo na minha caminhonete o seu sorriso ainda está intacto, eu


sei que estou fazendo a escolha correta. Eu faria tudo para manter esse brilho nos
olhos dela e a risada nos lábios.

—Você é linda, Banner. Mas quando você ri, você é a mulher mais linda
que eu já vi.

Ela se aquieta, e o sorriso em seus lábios diminui um pouco. —Você está


apenas dizendo isso porque tenho sorvete e você pode colocá-lo no meu traseiro
mais tarde.

Eu balanço minha cabeça. —Não. Não é isso. Você é uma boa mulher, e
tenho certeza de que você vai me destruir para qualquer outra pessoa.

Espero outra resposta irreverente, mas, em vez disso, ela se inclina para
mim e sussurra: —Você já me arruinou para outros homens, então acho que isso
nos deixa quites.

Aqui mesmo, no estacionamento da CVS, com sorvete, Doritos e


lubrificante, percebo a verdade. Estou apaixonado por ela, e estou totalmente e
completamente fodido.
Capítulo 41

Banner

Os restos de nossa bagunça estão sobre o balcão. Um pote de sorvete,


uma garrafa de vinho vazia, um saco amassado de Doritos, seis cervejas vazias e
uma bisnaga aberta de lubrificante.

Meu traseiro está no balcão e minhas pernas estão sobre os ombros de


Logan enquanto ele me prova mais uma vez que faz um ótimo trabalho quando
suas mãos estão envolvidas.

Eu grito meu orgasmo enquanto seus dedos circundam a área sensível ao


sul da minha boceta.

—Eu poderia provocar sua bunda para sempre. Eu não posso acreditar
que você vai finalmente me levar aqui. —Suas palavras vibram contra o meu
clitóris, já despertando a possibilidade do clímax número dois.

—Se esse pau grande se encaixar.

Seu dedo ultrapassa a barreira do músculo e eu tremo com a sensação. Já


faz um tempo para mim e por algum motivo, toda vez parece como a primeira vez
quando se trata da porta dos fundos.

—Sua bundinha apertada vai estar dolorida amanhã se eu conseguir foder


você do jeito que eu preciso.

Eu não me importo. —É melhor você me dar tudo o que você tem.

—Cada maldito centímetro, querida.

Seu dedo desliza para dentro e para fora, e eu arqueio até esfregar meu
clitóris contra seus lábios.
Até que o meu telefone toca e Logan para.

—Não...

—OK.

Ele continua enquanto o toque para, apenas para congelar novamente


quando o toque volta.

—Sério! Que raio de hora é essa? —Grito.

Logan abaixa minhas pernas de seus ombros e alcança minha bolsa com
sua mão livre.

Pegou o telefone para verificar a tela.

Sofia.

Eu não falo com ela há dias, desde que ela enviou uma mensagem de
texto de que tudo estava bem, e uma atualização sobre Myrna.

—Alô?

—Oh meu Deus, Banner. Eu não sabia para quem ligar.

O pânico na voz dela me fez sentar e fechar minhas pernas. —O que está
acontecendo?

—Ela está morta. Acabei de encontrá-la. Ela está morta.

Sofia só pode estar falando de uma pessoa, mas por algum motivo, eu
tenho que confirmar o que já sei enquanto lágrimas ardem nos meus olhos. —
Myrna?

Ela soa no telefone. —Sim.

—Você ligou para o 911?

Um som abafado surge.


—O que você disse?

—Eles apenas levaram o corpo dela. A filha não poderá vir até depois de
amanhã. Eu me sinto tão mal. Ela estava sozinha, sentada na cadeira com Jordana
ao lado dela.

Eu posso imaginar Myrna, e acho que se a velha senhora alguma vez


pensou em como morreria, isso é provavelmente como ela teria desejado. Mas,
mesmo assim, não impede o sofrimento que brotou no meu peito.

Logan olha para mim, e eu posso ver a pergunta em seus olhos.

—O que posso fazer? —Pergunto a Sofia. Eu vivi do outro lado do corredor


da senhora por cinco anos e, apesar de todas as palavras que lançamos uma a
outra, estou devastada.

—Você pode voltar para casa? A filha dela me disse que preciso começar a
organizar as coisas e me disse para contratar quem eu precisasse.

—Já? Jesus. —No entanto, isso não me surpreende tanto. A filha da Sra.
Frances mal se incomodou com a mãe nos últimos cinco anos, então não é como
se a morte fosse mudar isso.

—Sim, e ela parecia tão cruel. Eu só... sei que você teve seus problemas
com ela...

Sim, e ela me despejou. Mas não posso usar isso contra ela porque ser
despejada acabou por ser uma das melhores coisas que já aconteceu comigo.

—Eu estarei aí. Vai ficar tudo bem. Mas só amanhã.

—Isso é bom. Eu vou ficar aqui esta noite com Jordana, então ela não
ficará sozinha.

A pobre e pequena cachorra estranha. Pergunto se a filha de Myrna vai


querer levá-la. Eu sei que o apartamento de Sofia proíbe animais de estimação,
então isso não vai funcionar.
—OK. Ligo para você amanhã e informo quando estiver na cidade.

—Obrigada, Banner. Eu realmente não sabia para quem ligar.

Desligo o telefone e vejo as perguntas nos olhos de Logan.

—O que diabos aconteceu? Quem morreu?

—Sra. Frances. Minha vizinha. A do outro lado do corredor que me


provocou por não ter um trabalho.

Sua sobrancelha afunila. —A que nos interrompeu naquela primeira


noite?

Eu concordo.

—Então você vai voltar para Nova York para o funeral dela?

—Acho que eu também estarei lá para o funeral. Quero dizer, se sua filha
fizer um.

—Quem chamou você?

—Uma de suas cuidadoras. Aquela que mais estava lá. Sofia. Ela é minha
amiga.

—Esta é a mulher que te despejou, mas você vai voltar para Nova York
para ajudá-la?

Eu solto uma respiração funda. —Eu sei que parece não fazer sentido. Ela
era durona, mas ela era a minha durona, sabe? Eu não acho que nada disso foi
feito por maldade. Ela era... um pouco como uma louca avó para mim.

Logan acena com a cabeça como se estivesse tentando entender, mas


tenho certeza de que ele realmente não consegue. —OK. Você tem que fazer o
que parece certo.

—Eu sei que parece estranho, mas isso é definitivamente o que é certo. —
As lágrimas escorrem pelo canto dos meus olhos.
—Ela era rabugenta e má, mas ela... ela se importava. Você sabe? Como
se ela fosse a única que se preocupava em me repreender por ter voltado para
casa tarde ou por faltar ao trabalho. Talvez eu esteja imaginando as coisas, mas
quando você está em uma cidade com zilhões de pessoas, esse tipo de coisa
importa. Pelo menos, para mim importa.

A expressão de Logan suaviza quando ele se aproxima para secar as


lágrimas das minhas bochechas. —Então você vai e faz o que você precisa fazer.
Gold Haven ainda estará aqui quando você voltar.

—Obrigada por entender. —Endireito minhas roupas e começo a procurar


um voo no meu telefone.

Claro, o primeiro que encontro é um voo de seis horas, de um aeroporto


que fica a 50 minutos de distância. Eu olho para Logan, não querendo pedir-lhe
para levantar o seu traseiro de madrugada para me levar quando eu sei que ele
tem uma tonelada de trabalho a fazer.

—O que? —Ele pergunta, olhando para mim enquanto limpa a bagunça


que fizemos no balcão.

—O estacionamento do aeroporto é caro? —Não é algo com o qual eu já


tive que me preocupar antes.

Ele me dá uma olhada que claramente diz que pareço uma drogada. —
Banner, eu vou levar você, e eu vou buscá-la. Não é nada demais.

—Eu tenho que estar lá às cinco da manhã.

—Não importa, querida. É melhor voltar para sua casa para que possa
fazer as malas.

Está na ponta da minha língua dizer que o amo, e as palavras parecem tão
naturais, elas quase escorregam. Mas lembro da minha promessa, e eu o
bloqueio.

—Obrigada. —Digo em vez disso.


Ele se inclina e pressiona um beijo nos meus lábios. —Não precisa
agradecer.

Adormeci duas horas depois, com as malas prontas e Logan enrolado em


mim na minha cama minúscula.

Eu vou sentir falta disso, mesmo que eu só vá ficar fora por alguns dias.
Quem pensaria que eu estaria temendo voltar para Nova York por causa do que
estou deixando para trás em Kentucky?

Ou seja, meu coração.


Capítulo 42

Logan

Odeio deixá-la no aeroporto. Observar Banner cruzar as portas


deslizantes, sabendo que ela está entrando em um avião e voltando para uma
vida que ela poderia facilmente querer recuperar, me deixa louco.

Claro, agora ela diz que vai voltar, e se ela mudar de ideia? Ela não é como
qualquer mulher que já conheci, e parte do que eu amo nela é a sua
espontaneidade e falta de controle com seus impulsos.

Ambas as coisas poderiam facilmente trabalhar contra mim se ela decidir


que já teve o suficiente de sua pequena aventura na cidade.

Merda, ela nem sequer precisaria voltar por suas roupas; Não é como se
ela tivesse deixado muito para trás depois que ela terminou de fazer as malas.
Como as coisas de uma mulher podem caber em uma mala tão pequena, me
surpreende.

Eu me afasto quando o segurança me olha de mau jeito. Quando saio do


aeroporto, meu telefone toca com uma mensagem.

BANNER NYC: Eu vou sentir sua falta.

Agora eu estou me chutando por não mudar o contato no meu telefone


retirando o NYC, porque ele só martela na minha cabeça com o que estou
preocupado que pode acontecer. Depois de tê-la todos os dias, não posso fazer a
coisa de longa distância novamente.

LOGAN: Não por muito tempo.

BANNER NYC: Bjs.


LOGAN: Voe em segurança.

Um carro buzina atrás de mim e sai para a estrada em direção a Gold


Haven.

Eu sinto como se estivesse desligado. Paro em uma loja de donuts e pego


um café e uma meia dúzia de donuts e deixo meu telefone no carro.

Quando volto para o banco do motorista, vejo outra mensagem de Banner


na tela.

BANNER NYC: Será que deixei a minha chapinha ligada


no andar de cima? Eu realmente não consigo lembrar, e se
eu queimar a casa do avô de Holly, ninguém nunca vai me
perdoar.

Por que a mulher não fez um rabo de cavalo esta manhã, não sabia, mas
também não perguntei.

LOGAN: Eu passo lá e verifico antes de ir para casa.

BANNER NYC: Obrigada. Embarco em 15 minutos.

LOGAN: Me mande uma mensagem quando pousar.

BANNER NYC: Mando sim. Bjs.

Eu como todas as rosquinhas em menos de trinta e cinco quilômetros, e


termino o café antes que estacione na estrada de cascalho em frente da casa
temporária de Banner.

Até a palavra me irrita. Temporária.

Ela é a primeira mulher que está na minha vida há mais tempo do que
posso contar, e a que não quero que a palavra temporariamente esteja ligada. Ela
não quer nada além de mim. Nem meu dinheiro, nem o meu negócio, nem a
minha casa. Apenas eu.

Eu nunca tenho que me perguntar o que diabos ela está pensando, ou se


ela tem segundas intenções, porque ela não tem filtro e não tem problema em
me dizer exatamente como as coisas são.

Isso importa muito para mim.

Eu vou até a varanda e uso a chave que Holly me deu para entrar. A luz do
corredor ainda está acesa, então fico feliz por ter parado de qualquer forma. Vou
até o banheiro e encontro a chapinha desligada. Pelo menos, Banner se sentirá
melhor agora que ela tem paz de espírito.

Mas o que está na cesta atrás me deixa congelado quando vejo.

A caixa diz: TESTE DE GRAVIDEZ. Está aberto e falta um.

Que. Porra. É. Essa.

CONTINUA...

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