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Castidade – como 

guardá-la
Publicado em 27 de julho de 2016 por Pedro Henrique de Lima

[Adendo:

Há critérios seguros para determinar que alguém não está em estado de graça, mas pecou. Um deles é a aversão
ou incapacidade para rezar o rosário, ou o pouco rezar o rosário. Um outro é algum vício ou hábito irracional que
a pessoa não consegue coibir. Os Dimond têm um vídeo no qual falam de um homem que era alcoólatra, e não
conseguia vencer o vício. Depois de tirar uma foto, ele apareceu na imagem da foto, sobrenaturalmente, ao lado
da face de uma animal de aparência grotesca, como se o demônio que lhe causava o vício e o sofrimento estivesse
manifestado.

Eu ouvi um padre lefebvrista referir que o Arcebispo Marcel Lefébvre, quando nuncio apostólico e missionário na
África, geralmente lidava com casos de possessão encaminhando o possesso ao confessionário, e isso geralmente
bastava para livrar a pessoa. Embora haja casos extremos de possessão em que a pessoa é inteiramente
dominada de modo físico pelo demônio, segundo relatos que ouvi de indivíduos como Malachy Martin, esses não
são os casos mais frequentes. É preciso ter em mente que toda pessoa fora da Igreja (os cismáticos, hereges e
apóstatas), e que comete pecados graves habitualmente, está sob o domínio do demônio e é o seu servo. Certos
opinadores dizem, por exemplo, que o pecado contra a pureza, surge pela natureza das próprias pessoas e não
dos demônios na maior parte dos casos. Nesta e em outras opiniões falsas e mentirosas, é perturbador notar
como a mentira foi criada por uma razão, a saber, dissimular ou relativizar o caráter demoníaco do pecado ou da
falta cometida para que as pessoas não se sintam tão mal e mais facilmente se conformem com a própria
danação. Santo Afonso de Ligório, se bem recordo, disse que os que pecam contra a pureza têm os corpos
habitados por demônios.]

O tema da castidade é importante, tanto para a salvação quanto para a compreensão da fé católica. A opinião de
que é impossível manter a castidade é tão profundamente entranhada na sociedade contemporânea que é esse
um perfeito exemplo da distinção entre o natural oposto ao sobrenatural. O fato de não-católicos não enxergarem
a possibilidade da castidade é um sinal da sua incapacidade para ver aquilo que transcende o curso comum da
natureza, o sobrenatural.

Existem três aspectos técnicos de se manter a castidade. 1) O aspecto psicológico-social. 2) O aspecto psicológico-
matemático. 3) O aspecto psicológico-cognitivo.

1) O aspecto psicológico-social. Esse aspecto significa a castidade do ponto de vista de um obstáculo: A


expectativa social, ou relativa a costumes. Sem se contornar psicologicamente a expectativa alheia, se está pondo
a castidade em perigo.

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Um ateu chamado Darrel Ray, me parece autor de um livro chamado Sex and God: How Religion Distorts
Sexuality, propõe duas teses. 1) Conforme as pesquisas estatísticas e a consulta a opinião, a maioria esmagadora
dos homens adultos é incapaz de manter a castidade, e há boa margem de probabilidade de tal incluir alguns dos
que alegaram guardar a castidade. 2) A condenação de certas imoralidades sexuais foi um meio de controle sobre
a psíque dos indivíduos, um modo de controlar seus comportamentos e intimidá-los. Ray também denuncia
como certas seitas utilizam pretextos religiosos para cometer avanços sexuais. Além dele o ateu Bill Maher muito
insiste na incapacidade de religiosos para manter a castidade, a exemplo de certo congressista americano que é
um ministro protestante, e das denúncias de abuso sexual em torno dos clérigos da seita pós-conciliar.
A essas críticas pode ser dito o seguinte: Se é possível que um ou alguns indivíduos mantenham a castidade por
tempo considerável, tal pode ser uma realidade adotada por qualquer um sem qualificação. E os exemplos dessa
possibilidade vêm, quanto a atestação, de pessoas que nem mesmo são religiosas, como Neil Strauss, autor de um
livro sobre como seduzir mulheres, ao se referir ele ao rumo de vida de um amigo de juventude.

Quanto à acusação de que a moral religiosa católica é um modo de controle da mente das pessoas; se pode,
primeiramente, argumentar que a moralidade católica não foi considerada assim por pessoas que apresentaram
publicamente desdém pela fé cristã em seus pontos essenciais, uma dessas pessoas sendo o nosso
contemporâneo Diogo Mainardi, o qual afirmou ensinar os seus filhos a dar ouvidos à Igreja, embora seja ele e
seus filhos ateus. O Sr. Mainardi é, ademais, um dos mais refinados eruditos em literatura do Ocidente na
atualidade, portanto ele sabe perfeitamente o que um satirista como Evelyn Waugh pensaria de tal afirmação (eu
dou tal exemplo porque ele traduziu o dito romancista inglês). Outra pessoa desdenhosa da fé católica que
promoveu a sua moralidade foi o próprio Napoleão Bonaparte, e seus motivos tiveram menos a ver com controle
comportamental do que com arranjos políticos de caráter bem mais imediato.

A ideia de que a moralidade católica, no que se refere à castidade, é ridícula, não se sustenta com facilidade; entre
outros motivos porque há algo de tenebroso e desagradável no curso de pecados sexuais, o se entregar a eles,
como relativamente admitiu um autor como Neil Strauss. Ele afirma que no auge do seu sucesso com mulheres,
quando se deitava com mais de uma ao mesmo tempo, se sentia vazio e mísero a despeito do seu desdém
tranquilo por escrúpulos religiosos.

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Quanto a apresentar abusos sexuais, e a enfermidade espiritual de líderes religiosos, não se deve perder de vista
que a Igreja se dedicou a melhorar a administração disciplinar de tais situações durante séculos, por exemplo,
um dos Concílios de Latrão, na Idade Média, proibiu coros musicais com freiras e religiosos simultaneamente, a
fim de não precipitar uma familiaridade indevida entre homens e mulheres; e o direito canônico indica uma
atenta cautela relativamente a o modo como se atribui a alguém a procuração para receber confissões em
conventos femininos. Embora haja períodos lamentáveis em relação a moralidade, na história, o Catecismo de
Trento refere com segurança que muitos cristãos no decorrer da história foram bem-sucedidos em moralidade.
Um sinal disso são o entusiasmo e felicidade gerados pela tutela disciplinar e regra de vida de um monge do séc.
VII como São João Clímaco, o qual atraiu para si o louvor de pessoas de toda classe e lugar.

O motivo pelo qual houve a explosão de denúncias sexuais no séc. XX é, em parte, que houve uma mudança de
disciplina e paradigma, do que é mais que suficiente o testemunho de Frank Chaeffer, hoje um ateu, o qual
alegou que não se tornara católico por constatar que a Igreja dos setenta não era a mesma dos quarenta, que as
freiras que a sua esposa conhecera como aluna e cujos tornozelos jamais tinha visto quando aluna até certo
período, passaram a usar mini-saias. Também Michael Rose explicou em seu livro Goodbye Good Men que os
diretores de seminário nos noventa vinham estimulando os seminaristas de vários modos a cometer pecados
sexuais.

Mas me parece que o mais precioso meio de compreender que a castidade é normal, e não uma impossibilidade, é
através da compreensão do caráter contingente e pouco regular da realidade social comumente admitida, uma
vez que a expectativa das pessoas, a expectativa social, faz parecer que é regular a aversão à castidade. A
literatura de pick up, como o livro de Neil Strauss, The Game, ilustra isso porque no livro é explicado e retratado
um aspecto social do mundo contemporâneo muito pouco conscientizado, isto é, a ideia mesma de que exista ou
possa existir um ponto cego ou alguma lacuna civilizacional e técnica na relação das pessoas. Nós fomos
ensinados a ter a expectativa que há algum indivíduo administrando a sociedade em todos os seus aspectos e que
o que vemos diante de nós é quanto vamos ver, e que a expectativa das pessoas é uma expressão dessa ordem. O
artista da sedução, ao contrário, vê a sociedade como um campo cheio de elementos contingentes e anárquicos, o
que inclui o comportamento de indivíduos; e qual no filme Matrix, ele manipula essa realidade social e faz coisas
que a pessoa média nem consegue imaginar que seja possível, relativamente a interação e linguagem. Um desses
artistas, o Mystery, menciona que na primeira vez que saiu com uma modelo ele estava em um bar; ele teve que
“abrir” um grupo de estranhos, com uma conversa pré-fabricada, ou rotina, e conseguir que duas mulheres do
grupo desfilassem consigo próximo da modelo, que era o alvo verdadeiro. Se tratava de aparência, de fazer
parecer que ele era disputado e estimado.

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As pessoas como Darrel Ray acham a castidade impossível no mesmo sentido que o homem médio considerará
impossível conseguir o número de telefone de uma modelo. Paradoxalmente, e embora o livro do Neil Strauss
seja imoral em muitas passagens, esse é um dos livros que considero mais valiosos para se compreender o caráter
ilusório da expectativa social, e um dos mais elucidativos do caráter contingente e pouco perene, pretextual, das
opiniões que as pessoas sustentam. O livro abre espaço para se ver a sociedade, como esses artistas da sedução
veem, como um campo no qual se deve governar a própria vida, e não ser governado por tendências ou palavras
de ordem, um material do qual você toma proveito sem escrúpulos, em vez de deixar que se aproveitem de si, no
qual o mundo qual retratado midiaticamente é aceito como abordagem retórica, antes que um retrato fiel.

Do mesmo modo o católico deve projetar as suas próprias prioridades e expectativas sobre o mundo, em vez do
contrário. Por exemplo, o Catecismo de Trento ensina que é boa prática se abster de contato sexual com a mulher
ou marido três dias antes de receber a Eucaristia no domingo. Se a expectativa mundana ridiculariza tal prática, o
católico deve ignorar tal expectativa e fazer o que ele quer, exatamente como um artista da sedução corrompe
inescrupulosamente as regras do jogo social.

Um dos meios de adquirir essa confiança com que desafiar a expectativa alheia, segundo os manuais de pick up,
chama-se exercício de inner game. Inner game significa o estado de espírito e sentimento de segurança do artista
da sedução, para abordar mulheres. Um exercício clássico de inner game é simplesmente sair por aí tentando
atar conversa com qualquer pessoa sem qualificação, com qualquer transeunte ou indivíduo, esse exercício dá
àquele que se entrega a ele uma série de conhecimentos subconscientes que catapultam a segurança durante a
interação. Não se trata de que eu esteja advogando esse exercício, exatamente, e sim que quero apontar que
existem meios de superar ou relativizar, para a nossa psique, a intimidação da expectativa alheia.

Uma observação adicional a esse respeito é que segundo Strauss, um especialista em tais assuntos, a auto-
confiança está relacionada àquilo que os indivíduos fazem, àquilo que conseguem efetuar e estão habituados a
fazer, o que casa com tal exercício de inner game.

Abaixo eu vou transcrever/traduzir um sumário feito pelo site ashishb.net de um livro do Robert Cialdini a
respeito da psicologia da persuasão e da manipulação. Tal sumário apresenta, didaticamente, quais são as
fórmulas psicológicas efetivamente usadas pelo demônio para levar as pessoas a pecar contra a pureza/castidade,
especialmente usando o pretexto da expectativa alheia:

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O livro fala de várias táticas psicológicas usadas por praticantes do convencimento sutil (vendedores, garçons,
pessoas que manipulam cartas, fund raisers etc.) para influenciar e fazer com que se diga “sim” a algo que
usualmente receberia um “não”.

O autor arranjou emprego de vendedor de carro, garçom etc. para ver as táticas em ação. Todas as táticas que
aprendeu podem ser separadas em seis categorias, cada uma das quais forma a base para um dos capítulos do
livro.

As armas de influência consistem em identificar padrões fixos de ação, e explorá-los. Os que trabalham com
convencimento usam tais padrões como a base para a influência.

A fêmea do pavão fica à espera do som “cheep-cheep” para reconhecer seus bebês. Tudo que faz esse barulho,
mesmo o boneco de um filhote de uma doninha (as doninhas são predadores do pavão), recebe da pavoa um
tratamento maternal. Uma cria que não faz o barulho será tratada com suspeita e às vezes até morta.

Esse padrão fixo de ação funciona bem na maior parte do tempo, na maior parte do tempo a conduta cega da
pavoa traz efeitos vantajosos. Esse tipo de padrão nos ajuda e simplifica as nossas vidas, mas também pode ser
usado para nos enganar. Por exemplo, sempre que, ao pedir algo a alguém, se adiciona o “porque”, as chances do
pedido ser atendido aumentam. Esses padrões de ação prevalecem entre os homens porque, em muitos casos,
são a forma mais eficiente de conduta, e em certos casos tal conduta é necessária. Tais padrões reduzem o esforço
mental e permitem agir sem pensar em cada e toda situação.
Princípio do contraste: Os homens entendem as coisas apresentadas uma após a outra de modo diferente das
coisas apresentadas isoladamente. Mostrar um produto caro do lado de um produto barato, faz com que o
produto caro pareça ainda mais caro. Vendedores de lençóis tentam, por isso, propor que o comprador compre o
item mais caro primeiro, ao apresentar uma lista de itens.

Imobiliárias apresentam imóveis caros demais, ou pequenos demais. Eles reduzem com isso a expectativa dos
clientes, para que quando vejam uma casa realmente promissora, gostem dela mais. Vendedores de automóveis
negociam o preço primário do carro sem mencionar ou sem sugerir os objetos adicionais a serem provavelmente
comprados junto com o veículo.

Reciprocidade: Como regra os homens tentam pagar em retorno o que alguém lhes deu. Há uma condenação
implícita contra os que não fazem qualquer esforço de mostrar gratidão ou recompensar com gratidão algo
recebido. Se vai frequentemente fazer sacrifícios para escapar a ser visto como um ingrato. Essa regra é tão
poderosa que mesmo que não gostemos de alguém, nós vamos pela lei da reciprocidade lhe dar algo em troca.
Um exemplo seria o dos hare krishnas, membros de uma seita, que entregam flores a transeuntes em troca de
donativos. As amostras grátis de produtos excitam nas pessoas o desejo de reciprocidade. A regra em questão
significa uma dívida contraída involuntariamente, que nos sentimos impelidos a pagar.

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A concessão recíproca: Um meio de aumentar as chances de um pedido ser atendido é primeiro fazer um pedido
grande, que provavelmente será rejeitado, primeiro. Depois da recusa, fazer um segundo pedido menor como
concessão. É importante que o primeiro pedido não seja extremo demais, ao ponto de parecer louco. Nós nos
sentimos mais responsáveis e satisfeitos conosco depois de concordar com uma concessão. Julgamos que somos
responsáveis pela concessão. Como regra se deve, portanto, evitar reciprocidade-concessão em transações
comerciais, a não ser que se queira o produto genuinamente.

Compromisso e integridade: Depois de fazer uma escolha ou adotar uma medida, certas pressões pessoais e
interpessoais nos forçam a nos comportar de modo consistente com a decisão ou medida. A nossa cultura
valoriza a integridade ou consistência. A consistência obstinada também nos permite não ter de pensar. Uma vez
feita a escolha, não precisamos nos deter mais a respeito. As pessoas que pedem doações por telefone perguntam
“Como vai?”. Uma vez que se afirmou que se está bem, é inconsistente e estranho parecer mesquinho quando se
rejeita fazer doação.

Concordar com pequenos pedidos pode parecer inofensivo ou sem graves consequências no começo. Mas tal
altera a auto-imagem dos indivíduos e os torna exploráveis. Nós somos mais consistentes no nosso compromisso
se cremos que o realizamos para nosso próprio propósito em vez de por pressão externa. Portanto é uma má ideia
subornar crianças para que se comportem ou façam algo, ou ameaçá-las, sendo bem mais eficiente sugerir que tal
ou qual conduta elas podem realizar, mas não trará bons efeitos. Para escapar ao compromisso se deve
perguntar: “Faria eu a mesma escolha novamente?”.

Prestígio social: Nós vemos comportamentos como mais corretos em uma dada situação conforme vejamos
outros seguindo tal comportamento. Quanto mais pessoas fazem algo, mais o comportamento parece correto.
Nós tomamos o comportamento de pessoas como nós para determinar o nosso comportamento.

As risadas artificiais nos seriados de tevê fazem os telespectadores rir mais e mais frequentemente. É mais
eficiente em piadas medíocres ou ruins. Os bartenders expõem jarros para o depósito de gorjetas com alguns
dólares artificialmente lá inseridos para dar a impressão de que a norma é dar a gorjeta.

As crianças aprendem mais a respeito das próprias capacidades vendo outras crianças do que vendo adultos. O
massacre em Jonestown: As pessoas levadas a cometer suicídio devido à pregação do líder de uma seita, bebendo
veneno, foram colocadas em um local inóspito da América Central onde havia apenas como referência para agir
os próprios membros da seita. Por isso a aceitação do suicídio foi maior. O efeito Werther: Uma manchete sobre
suicídio levou a 58 suicídios irregulares no mês seguinte. Quedas de avião são mais frequentes em tais
circunstância, porque o piloto é tentado a cometer suicídio.

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Quando, diante de um grupo de estranhos, ninguém reage a uma situação, as pessoas têm a impressão de que
não é necessário reagir. Por isso se você passa mal na rua e precisa ser levado ao hospital, mais vale apontar e
chamar um indivíduo, do que clamar por ajuda sem a menção de ninguém em particular. É preciso identificar
quando o prestígio social é falso, quando é um efeito bola-de-neve.

Estima: O que causa estima? A beleza física. Há um efeito, um tipo de halo, quando um traço de alguém domina
o como as pessoas veem esse alguém. A beleza é uma tal característica.

É difícil perceber que agimos com viés por conta da aparência de alguém. Estudos mostram que homens belos
receberão sentenças penais menores em gravidade. Pessoas atraentes mais facilmente persuadem. Adultos veem
atos agressivos de crianças belas como mais inofensivos do que o são de fato. Professores consideram crianças
belas mais inteligentes.

Nós gostamos mais de pessoas que se parecem conosco. Vendedores de carro usam pistas para saber do que o
cliente gosta na sua vida privada, para associar-se a tais realidades, como jogar golfe.

Nós somos fenomenalmente apegados a e sedentos por lisonja. Comentários positivos tornam o lisonjeador mais
agradável tanto quando são sinceros como quando são falsos ou inexatos.
A familiaridade com alguém influencia decisões. Quanto mais contato com alguém, mais se gosta desse alguém.
O contrário disso ocorre se a experiência é competitiva ou desagradável.

Condicionamento e associação: Pessoas que sempre trazem más notícias atraem para si má conotação. As
pessoas presumem que temos os mesmos traços de personalidade dos nossos amigos. Homens que viram um
carro com uma modelo atraente consideram o carro melhor, e negam que a modelo tenha algo a ver com isso.

Autoridade: Obedecemos autoridades sem pensar em muitos casos. Frequentemente tomamos ordens sem
considerar o seu contexto. Nós somos tão vulneráveis a símbolos de autoridade quanto a autoridade. Títulos:
Alguém apresentado como professor parece mais alto do que alguém apresentado como graduando. Roupas finas
e aparência externa determinam o comportamento: As pessoas esperam muito mais tempo, se aguentam muito
mais, antes que vomitem em um carro de luxo, do que em um carro velho.

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Escassez: A ideia de perder algo nos motiva mais do que o ganhar algo de valor similar. Cremos que coisas
difíceis de conseguir são melhores que as coisas fáceis de ganhar. Portanto algo escasso tem mais valor,
aparentemente. Conforme as oportunidades pareçam menores, perdemos liberdade. E odiamos perder liberdade.
A liberdade uma vez ganha, não é abandonada sem luta.

Garotos pequenos buscam brinquedos apartados por obstáculos, em vez de brinquedos diretamente ao alcance. A
interferência dos pais numa relação romântica causa que os namorados se vejam com mais gravidade. Se reporta
mais comportamentos negativos, mas também mais amor e desejo por casamento. Nós valorizamos informações
censuradas ou banidas como mais valiosas. Revoluções ocorrem com mais frequência quando sucedem períodos
de melhora econômica e social seguidos de uma queda ou reversão dessa melhora.

Os pais que impõem disciplina de modo inconstante geram filhos rebeldes. Eles permitem tudo em certas
ocasiões, e depois tiram tais permissões da criança. A paixão de alguém aumenta quando um rival surge para
cortejar o objeto do seu amor. A escassez é mais eficiente em seduzir se junto à ideia de rivalidade. É preciso se
perguntar se se está adquirindo algo por ser escasso ou por ser útil.

Apêndice.

Um adendo e correção à ideia de que é valioso para o guardar a castidade que o católico não se intimide com a
expectativa alheia e social, é que mais vale, segundo Neil Strauss, a auto-estima à auto-confiança; e que um dos
pilares da auto-estima é afirmar os valores pessoais. Esse princípio o Sr. Strauss tirou, por exemplo, do livro do
Nathaniel Branden, um clássico da análise psicológica de por que a falta de auto-estima arruína relacionamentos
e a personalidade das pessoas. Em tal esteira eu tenho algumas dicas práticas, cruzando esse princípio da auto-
afirmação com a teoria do Dr. Cialdini, para se afirmar afirmando os valores católicos, e com isso impedir que a
expectativa alheia hipnoticamente intimide ao ponto de arruinar a confiança com que viver a castidade.

Dica de auto-afirmação: O Sinal da Cruz.

Uma das vantagens de se fazer o Sinal da Cruz é que ele indica muitas coisas e afirma rápida e facilmente que
você é católico. O sinal é feito com a mão direita, desce a mão até o peito, se movimenta da esquerda para a
direita. Um scholar de sobrenome Ghezzi afirma que o Sinal da Cruz, referido desde pelo menos o séc. IV como
tradição dos apóstolos, significa 1) uma profissão ou confissão da Fé Católica, 2) uma renovação do batismo, ou
do voto batismal, 3) uma marca de discipulado, 4) uma aceitação do sofrimento, sobretudo como Cristo sofreu, 5)
uma defesa contra o demônio, 6) uma vitória contra a auto-indulgência.

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Fazer o sinal da cruz antes das refeições em agradecimento à Santíssima Trindade é benéfico, sobretudo em
locais públicos. E também sempre que for apropriado, o que inclui sempre que se vir casas de cultos de hereges,
livros de doutrina herética ou apóstata e comportamentos pecaminosos. Eu em certa ocasião caminhei durante
horas por vias movimentadas de pedestres fazendo o sinal da cruz para que o meu corpo e a minha mente se
acostumassem com deixar todos saberem que eu sou católico e não desejo pedir desculpas por isso ou ser
escrupuloso em professar a fé cristã. Eu devo ter feito o Sinal a umas cem ou mais pessoas. Em tal caso o Sinal é
feito a título de sinalizar a oposição à auto-indulgência com o respeito humano, o respeito à expectativa alheia. A
vantagem de tal exercício é que os transeuntes não sabem concretamente por que você faz o sinal (portanto eles
não sabem direito, se não forem católicos, por que concretamente deveriam desaprová-lo); eles não vão
provavelmente pensar a respeito por mais de alguns instantes, se é que pensarão de todo; e não saberão que você
está fazendo isso inúmeras vezes, sempre que há alguém no caminho contra você, portanto não haverá qualquer
pressão ou condenação de quem seja contra a ideia de que esse exercício é estranho. Esse exercício ajuda a tornar
a afirmação dos valores católicos um automatismo. A mesma repetitividade se pode fazer com o distribuir
esmolas, bastando sempre separar em um dos bolsos algum dinheiro que deixar a mendigos. Rápida e
eficazmente, então, se distribuirá o dinheiro, sem quase se ter de parar na rua, e se vai estar professando um
valor católico.

O Segundo Mandamento obriga os fiéis a só usar o nome de Deus de modo sério e não como um automatismo
desrespeitoso, não para expressar surpresa ou raiva, como diz o Catecismo de Baltimore. Logo, a maior parte das
pessoas peca contra esse mandamento.  Ser capaz de condenar esse pecado pública e manifestamente, ao menos
algumas vezes, é crucial para se auto-afirmar e não se escravizar pela expectativa alheia.

Eu ouvi uma palestra no YouTube do autor especializado em auto-estima, Nathaniel Branden. Há um sumário na
internet, e na própria palestra, do seu livro “Os Seis Pilares da Auto-estima”, mas me pareceu digno de nota que
ele considera o principal pilar a ideia de que as pessoas com baixa auto-estima receiam reconhecer para si
mesmas, descritivamente, o que estão sentindo, e portanto quem realmente são. O princípio da baixa auto-
estima, segundo ele, é o auto-engano. Faz sentido portanto que as pessoas que não conseguem manter a
castidade vivam um tipo de auto-engano, na medida em que a voz da expectativa do mundo fala mais alto nelas
do que os próprios sentimentos.

Desde já existem meios tradicionais de reconhecer descritivamente os próprios sentimentos. Um deles é lendo
romances, e nisso talvez seja mais recomendável aqueles do séc. XIX, que me consta serem geralmente menos
indecentes do que os do séc. XX. Balzac e Machado de Assis é melhor que Evelyn Waugh ou Henry Miller.

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2) O aspecto psicológico-matemático de se guardar a castidade.

De acordo com o Catecismo de Trento um ato no qual uma concupiscência perversa é de algum modo satisfeita e
acarreta prazer, já é a partir daí um pecado mortal. Portanto, ao se frear maus impulsos contra a pureza, se deve
fazê-lo muito antes de as tentações relativas a essa concupiscência adquirirem momentum ou força, ou extensão.
Isso pode ser visto como um aspecto matemático de se guardar a castidade. Quanto mais se estende a tentação
temporalmente, pior. Por isso a tentação precisa ser frustrada em ligeiros instantes, em vez de se não dar
importância a ela quando parece inofensiva.

Um modo eficiente para fazer isso é associar à tentação alguma imagem aversiva, de modo que não se possa
senão sentir aversão enquanto perdura a sugestão que se apresenta como tentação. A imagem aversiva não pode
ser muito extrema para não se ser indulgente com o grotesco ou o horrível, o que é pecaminoso, nem pode ser
demasiado ambígua no seu caráter aversivo. Também se pode dar a tal imagem, qualquer que seja, um toque de
humor como a indicar que ainda se tem controle sobre a própria condição, algo que indica e excita a disposição
para fazer o bem e a confiança. Por exemplo, a imagem de um mendigo em miséria, se aproximando da
lanchonete onde se está sentado (objeto aversivo); também uma tangerina muito azeda (objeto aversivo); e
variações como o mendigo segurando a tangerina (toque de humor) e correndo na sua direção para o abraçar.
Como há mais compaixão provável por essa imagem, mas ainda bastante aversão, se consegue manipular tal
imagem com tranquilidade sempre que se desejar. Assim que a menor e mais remota sugestão pecaminosa ocorre
se pode imaginar o mendigo com a tangerina, e a partir desse ponto intensificar o estímulo aversivo quanto
necessário para frear toda sugestão pecaminosa, seja imaginando a aproximação veloz do mendigo, seja
imaginando-o a espremer o conteúdo da tangerina na boca com um maquinário de tortura, etc., é possível
improvisar bastante com esses dois símbolos.

Essa tática, que sugere a associação da qual o Dr. Cialdini fala, pode ser também complementada de modo
auditivo ou táctil. É possível que os princípios da Programação Neurolinguística se apliquem no caso; e portanto
uma pessoa auditiva melhor empregará símbolos auditivos de aversão; a pessoa sinestésica melhor empregará
símbolos relativos ao tato (o tocar algum objeto) de aversão. Qualquer que seja o caso, é preciso meditar a
respeito de qual símbolo será empregado, associado ao estímulo para o dissipar.

3) O aspecto psicológico-cognitivo.

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Este último aspecto refere-se a simplesmente conhecer o conteúdo da fé, isto é, o preceito da castidade na sua
relação com a vida católica, através da doutrina de modo geral. É um fato, segundo me parece, que as pessoas
têm uma aversão “natural” por ler catecismos, nos quais são mencionados os pecados que se deve evitar, e é
discutida sua gravidade. Mas a leitura de um Catecismo de Trento, porém, está entre as mais intensas e
interessantes a que se pode dedicar. O conteúdo da fé, dos vários artigos do Credo, a seção sobre os sacramentos,
são extraordinários objetos de leitura. A Suma Teológica, também, é uma extraordinária leitura. Ler todo ano o
Catecismo de Trento, ou livros espirituais, como o Padre Pio sugeria com grande entusiasmo, está entre as
atividades mais vantajosas para a salvação segundo o mesmo Padre Pio, e encoraja a vida piedosa. Um livro
complementador é A Vida dos Santos, Alban Butler.

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