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Questões para reflexão crítica 1

A população pode comer menos na cadeia alimentar?


Texto extraído de Botkin & Keller, 20181

O conteúdo de energia na cadeia alimentar é frequentemente representado por uma pirâmide


de energia (Fig. 1) para uma cadeia alimentada idealizada, hipotética. Na pirâmide de energia,
cada nível de cadeia alimentar está representado por um retângulo cuja área é mais ou menos
proporcional ao conteúdo de energia de cada nível. Para a simplificação, a cadeia alimentar
mostrada presume que cada ligação na cadeia tem uma e somente uma fonte de alimento.

a b
)

1 indivíduo

3mil
sapos
kg
9.000.000
gafanhotos
333mil kg de trigo

Fig. 1. (a) Pirâmide de energia (b) gafanhoto e sapos e sua posição na cadeia trófica.

Presume que se uma pessoa de 75 kg se alimentou de sapos (e algumas o fazem), ela


necessita de 10 por dia ou 3.000 por ano (aproximadamente 300 kg). Se cada sapo se
alimentou com 10 gafanhotos por dia, os 3.000 sapos necessitam de 9.000.000 de gafanhotos
por ano para suprir as suas necessidades energéticas ou aproximadamente 9.000 kg
gafanhotos. Um aglomerado de gafanhotos desse tamanho necessitaria de 333.000 kg de trigo
para sustentá-los por um ano.

Conforme ilustra a pirâmide, o conteúdo de energia diminui a cada livro mais elevado
da cadeia alimentar. O resultado é que a quantidade de energia no topo da pirâmide está
relacionada com o número de andares que a pirâmide possui. Por exemplo, se as pessoas se
alimentavam de gafanhotos em vez de sapos, cada pessoa poderia provavelmente comer 100
gafanhotos por dia. Os 9.000.000 de gafanhotos poderiam alimentar 300 pessoas por dia, e
não somente uma. Se, no lugar de gafanhotos, indivíduos se alimentassem de trigo, então
333.000 kg de trigo poderiam alimentar 666 indivíduos por um ano.

1 Botkin, D. B. & Keller, E. A. (2018). Ciência Ambiental: Terra, um planeta vivo. 7ª Ed. LTC. 681p.
Questões para reflexão crítica 2

Esse argumento é frequentemente ampliado para sugerir que as pessoas deveriam


novamente se tornar herbívoros (ou vegetarianos, no linguajar popular) e se alimentar
diretamente do menor nível de toda a cadeia alimentar – os autótrofos. Considere-se,
entretanto, que os humanos podem se alimentar somente de partes das plantas. Os
herbívoros podem se alimentar de partes que os humanos não podem comer e ainda de certas
plantas que os humanos também não podem se alimentar. Quando as pessoas se alimentam
desses herbívoros, a maior parte da energia armazenada torna-se disponível para o próximo
nível. O exemplo mais dramático disso é a cadeia alimentar aquática. Uma vez que as pessoas
não podem digerir a maioria dos tipos de alga que são a base da maior parte da cadeia
alimentar aquática, elas se alimentam de peixes que comem algas e de peixes que comem
outros peixes. Assim, se as pessoas estiverem propensas a retornar inteiramente na forma de
herbívoros, elas seriam excluídas de inúmeras cadeias alimentares. Além disso, existem
grandes áreas na Terra onde a produção de safras danifica o solo; porém, a pastagem por
herbívoros não prejudica. Nesses casos, a conservação do solo e a diversidade biológica
conduzem argumentos que suportam o uso de pastagem de animais para alimentação
humana. Isso determina uma questão ambiental: o quanto deve ser baixa a alimentação
humana na cadeia alimentar?

Questões para reflexão crítica


1. Por que o conteúdo de energia diminui a cada nível mais elevado da cadeia
alimentar? O que acontece com a energia perdida em cada nível?
2. Faça uma lista dos argumentos ambientais a favor e contra a uma dieta
eminentemente vegetariana para os humanos. Quais seriam as consequências para a
agricultura do Brasil se todos no país começassem a se alimentar na faixa mais baixa
da cadeia alimentar?
3. Qual o nível de sua alimentação na cadeia alimentar? Você estaria disposto a se
alimentar em um nível mais baixo? Explique.

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