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ANÁLISE TERMINÁVEL

E INTERMINÁVEL
In: FREUD, S. Obras Completas, v. 19: Compêndio de Psicanálise e outros
textos (1937-1939). trad. Paulo César de Souza, 1ª ed. São Paulo: Cia das
Letras, 2018. p. 274 – 326.
• Questionamentos de Freud: “saber se existe um fim natural de uma análise, se é possível
conduzir uma análise até esse fim.” (p.279)
• O que é “fim da análise?”
• Em termos práticos :”A análise termina quando analista e paciente não mais se encontram
para a sessão de trabalho analítico. Isso ocorre quando duas condições são mais ou menos
satisfeitas:
• A primeira, que o analisando não mais sofra dos sintomas e tenha superado suas angústias e
seus medos;
• A segunda, que o analista determine que tanto material reprimido foi tornado consciente,
tanta coisa incompreensível foi esclarecida e tanta resistência interior foi vencida que não é
preciso temer a repetição daqueles processos patológicos. Se dificuldades externas impediram
que esse objetivo fosse alcançado, deve-se falar antes de uma análise incompleta do que
inacabada.” (p.279-280)
• Outro significado de “fim da análise”, Freud expõe que é mais ambicioso.
• Se a continuidade da análise levasse o paciente a “nível de absoluta normalidade
psíquica”, com a capacidade de se manter estável, tendo superado todas as
repressões e lacunas da sua lembrança.
• Os fatores constitucional (Eu) e acidental (trauma) atuam conjuntamente.
• Importância do fortalecimento do Eu, neste caso a análise foi definitivamente
terminada.
• Freud lembra também que, não sabemos como o paciente agirá no futuro,
entende-se aqui a dinâmica da personalidade do paciente.
• Fatores que levam a análise ser prolongada e, por vezes, indefinidamente – força
constitucional dos instintos e a modificação desfavorável do Eu após luta
defensiva.
• Freud expõe que: “ Em vez de pesquisar , como se dá a cura pela análise, deveriam
perguntar que obstáculos se põem no caminho da cura analítica.” (p.282)
• Outra questão de Freud; “É possível resolver pela terapia analítica, de forma
duradoura e definitiva, um conflito entre o instinto e o Eu?”
• É da força do instinto que depende o resultado.
• Para compreender sobre a força do instinto e a força do Eu:
• “Se a força do Eu diminui, por doença, exaustão etc., todos os instintos até então
amansados com êxito podem reapresentar suas exigências e procurar por
caminhos anormais suas satisfações substitutivas.” (p.288)
• Freud expõe que todas as repressões ocorrem na primeira infância, Eu imaturo.
• Em análise, permite-se que o Eu amadurecido faça uma revisão das antigas
repressões.
• A análise deve ser conduzida “em estado de frustração”, tratamento de um
conflito já atual.
• Freud faz a seguinte pergunta:
• “De onde pode vir os variados tipos e graus de alterações do Eu, a primeira
alternativa é que são congênitos ou adquiridos?”
• Com relação aos adquiridos ocorrem no curso do desenvolvimento, desde os
primeiros anos de vida. E Eu procura mediar-se entre o Id e o mundo externo, a
serviço do Princípio do Prazer; de proteger o Id do meio externo.
• Ocorre que o Eu procura , através da educação, a remover de fora para dentro esse
cenário que é de luta, controlando os perigos internos antes que estes se torne
externos. Há ainda o Super-eu (Mecanismos de Defesa), agindo com o fim de
evitar perigo, angústia e desprazer.
• Conforme Freud nos explica:
• “O aparelho psíquico não suporta o desprazer, precisa defender-se dele a
todo custo, e, quando a percepção da realidade causa desprazer, tal
percepção – ou seja, a realidade – tem de ser sacrificada. Contra o perigo
externo o indivíduo pode recorrer à fuga por algum tempo, evitando a
situação de perigo até se tornar forte o bastante, posteriormente, para
remover a ameaça alterando a realidade. Mas de si próprio não se pode
fugir, do perigo interno não há fuga, e por isso os mecanismos de defesa do
Eu estão condenados a falsear a percepção interna e nos possibilitar apenas
um conhecimento defeituoso e deformado.” (p.303-4)
• Uma terapia analítica depende das resistências da alteração do Eu, e esta é
adquirida nos primeiros anos de vida., ou seja, as tendências individuais.
• Há ainda as características herdadas e as adquiridas.
• Freud também nos lembra a importância da análise pessoal dos profissionais que
desejam trabalhar na área.
• A análise deve produzir no paciente condições favoráveis para o funcionamento
do Eu.

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