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"Entrevistas Preliminares e o Início do Tratamento" - Live de 30/07/2021 (série "A

Clínica Psicanalítica" por Pedro Sá)


Via https://www.youtube.com/watch?v=rVABnSUNg80

Entrevista Preliminar (sem duração pré-estabelecida) – objetivos:


1. Estabelecer vínculo terapêutico (empatia); também verificar se o analisando já
passou por algum acompanhamento psicoterapêutico (experiência de estar em
análise, verificar se foi positiva ou negativa).
2. 2.1. Fazer o recolhimento da demanda analítica (oferecer a palavras através do
questionamento para descobrir qual o objetivo do consulente para análise);
demanda do autoconhecimento até a demanda de cura. 2.2. Retificação
subjetiva: transformar a demanda e transformar em um sintoma analítico:
*consultar DSM-5. Ex.: a depressão, desloca-se de demanda de cura para
demanda de investigação, transformar a queixa em investigação (sintoma a ser
analisado).
3. Traçar hipótese diagnóstica, orientação: fazer diferenciação inicial,
compreender se o caso é de neurose ou psicose. Ver diferenciação das
estruturas clínicas para melhor transferência (neurose ou psicose).
Conselho clínico: É preciso não compreender rápido demais, superficialmente. Escutar
do outro compreendendo que o outro não sou eu.
Comunicar ao analisando sobre a livre associação de ideias (regra essencial), falar o
que se deseja falar com o mínimo de restrição crítica.
Leitura de Freud – início do tratamento (tratamento de ensaio), 1913.
“Quanto tempo de análise terei? ” Quando for percorrer a duração do percurso
depende do desempenho pessoal de quem percorrer. Sem limite rígido, demanda
tempo, recurso e coragem.
No silêncio mútuo orientar que o analisando inicie a fala, quero ouvi-lo, deixe que o
discurso surja, “o que você quer que eu te pergunte? ”, emprestar a palavra a aquele
que sofre, não existe certo ou errado na fala.
*chave principal.

Perguntas:
Em que momento cobrar o analisando? Quanto?
Orientações de Freud – perspectivas técnicas: falar livremente sobre dinheiro
igualmente a qualquer outro tema (simplicidade no tratar dos temas que incialmente
seriam tabus). No mínimo 1 mês, 1x na semana. Pode-se cobrar pelas entrevistas
preliminares.
Análise infantil?
Nomes como Melanie Klein, Anna Freud, Oskar Pfister. A clínica infantil é dada sobre
tudo através do brincar, do jogo, através da livre expressão da criança de meios que
possibilitem a análise.
Como lidar com o silêncio entre analista e analisando?
Qualidade e manejo de silêncio. Análise das resistências (falar livremente). Silêncio
sem constrangimento.
Fazer anotações ou não na frente do analisando?
Desde que a anotação colabore com o processo da escuta, sem atrapalhar. “O que
você está anotando aí?” Estar preparado para responder com profissionalismo e
retornar o questionamento.
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"As funções do ego e a prática clínica" - Live 27/08/2021 - (série "A Clínica
Psicanalítica" por Pedro Sá)
Via https://www.youtube.com/watch?v=l0mrm8gQxOY

Freud definia como a missão da análise: compreender as funções do ego, como


compreender o desdobramento do ego no cumprimento das suas funções.
Texto de Freud “A análise terminável e interminável. 1937 ”: a missão da análise é
garantir as melhores condições possíveis para que o ego faça o cumprimento de suas
funções, fazendo isso a análise já se desincumbiu da sua tarefa.
Primeira tópica (conceito): “Interpretação dos sonhos, 1899”. Segunda tópica de Freud
(conceito): “O ego e o id, 1923”.
Terceira tópica por Lacan: a realidade deve ser compreendida como simbólica,
imaginário e real.
Interpretação dos sonhos, 1899: Consciente: noções de mim mesmo, pré-consciente:
recordar com esforço de coisas sobre mim, inconsciente: não tenho acesso de
memória mas influencia no meu comportamento.
O ego e o id, 1923: nascemos id, sem noção existencial de “eu”, instância psíquica
antiga e material hereditário. Freud explica que o id se move a partir do princípio do
prazer, o desejo de ter nossas necessidades satisfeitas. O ego se desenvolve de acordo
com o desenvolvimento do id. O superego se desenvolve através do relacionamento
familiar (referencial pai e mãe), como sensor moral e ideológico da criança. Após, a
criança reporta-se à superiores e ao campo da admiração.
Superego | eu/ego | id (reina o princípio do prazer): Freud fala que a missão da análise
é fortalecer o ego para cumprimento de suas funções.
Qual as funções do ego? Freud: enfrentar as exigências levantadas por três relações de
dependência: superego, eu e id e também preservar sua própria organização e sua
própria autonomia.
Explanação: Id e ego: pressionando para satisfação dos desejos. Superego e ego: como
o ego deve ser (impondo um ideal) e como não deve ser (restringe). Superego diz ao
ego o que deve ou não ser pressionando a satisfação dos desejos.
Qual a função do ego diante do superego e do id? Atender as exigências de ambos,
como um diplomata, com o ego fortalecido.
Ego fortalecido: capacitado para cumprir essas funções, de conciliar as exigências
opostas (exigência idealizada e a outra desejante). Ego enfraquecido: se relativiza e
não consegue cumprir as exigências. Qual a importância de reconhecer um ego
enfraquecido? Freud pontua que a condição geral de todos os estados patológicos é
um ego enfraquecido para o cumprimento de suas funções, um ego aberto às
possibilidades de adoecimento.
O sentimento de culpa (ego enfraquecido) gera a necessidade de punição (superego
severo).
Ego conciliando o superego e id: resfriado (condição ego) e com desejo de tomar
sorvete de chocolate (desejo). Superego: tomar sorvete gelado resfriado é uma
irresponsabilidade. Atendo o meu desejo ou a restrição do superego? Resolução ego
fortalecido: “Não vou tomar sorvete de chocolate por estar resfriado mas vou comer
uma sobremesa doce. ” Adequação ao ideal.
Quando o ego não consegue operar as duas influências opostas reage aos mecanismos
de fuga, em especial a repressão.

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