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Augusto Ciro Jacques

Obstrução Portal
O Sistema Porta Hepático é um interessante mecanismo de
drenagem venoso do abdome. Parte Distal do Esôfago,
Estômago, Baço, Pâncreas, Intestino Delgado e Grosso e Reto
possuem ramos que dão origem à Veia Porta Hepática, que por
sua vez se ramificará nos Sinusoides Hepáticos e estes são
drenados pela Veia Cava Inferior. Isso ocorre devido à
necessidade de metabolizar substâncias, como nutrientes vindos
da alimentação ou remanescentes de hemoglobina.

Também é importante salientar que a Veia Porta Hepática não


possui válvulas, sendo que em casos patológicos, como cirrose
hepática ou obstrução por coágulo, a pressão venosa se altera
(Hipertensão Portal) e ocorre circulação colateral. A Parte Distal
do Esôfago, o Reto e a Parede Superficial do Abdome são
drenados tanto pela Veia Porta Hepática quanto diretamente
pela Veia Cava Inferior.

Assim, a circulação colateral provoca varizes esofágicas (que


provocam hemorragia digestiva alta) varizes hemorroidárias e
“cabeça de Medusa” (ingurgitamento das veias superficiais do
abdome. Além disso, outros sintomas incluem ascite, melena,
hematêmese, trombose e hemorragias, sendo que
encefalopatias e icterícia podem estar associadas devido ao
comprometimento hepático.

O tratamento da obstrução portal se baseia no uso de beta-


bloqueadores não cárdio-seletivos, “shunts” (intervenção
cirúrgica que reduz a hipertensão ao criar “curtos-circuitos) e
TIPS (derivação intra-hepática portossistêmica transjugular),
além de controle de hemorragias.

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