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AFECÇÕES CIRÚRGICAS DO SISTEMA URINÁRIO

Dividimos o sistema urinário em superior (rins e ureteres) e inferior (bexiga e uretra). As


afecções cirúrgicas do sistema urinário superior são pouco frequentes.

SISTEMA URINÁRIO
 Rins (local de formação da urina)
 Ureteres (encaminham a urina formada para a bexiga urinária)
 Bexiga (Vesícula Urinária): local onde se inserem os ureteres, no trígono vesical
(região final da bexiga)
 Uretra: no macho (uretra protástica, uretra membranosa e uretra peniana)
Ruptura vesical por sonda é mais comum
RUPTURA VESICAL em gatos, pela utilização da sonda rígida Fratura de pelve: pode promover ruptura da bexiga
- Etiologia: principalmente traumática (sempre que houver um trauma abdominal, descartar a ruptura de bexiga),
podendo ser iatrogênica (por cistocentese ou sondagem uretral quando feitas incorretamente), obstrução uretral (rompe
espontaneamente em casos de obstrução crônica da uretra) ou neoplasias (fragilizam a parede vesical)
- Sinais clínicos: são variáveis, geralmente relacionados ao sistema urinário e com a incapacidade de eliminação da
urina (urina fica retida na cavidade abdominal, gerando a reabsorção de compostos nitrogenados)
 uremia e azotemia (aumento de ureia e creatinina) e hipercalemia (aumento da concentração de potássio)
- hálito urêmicos, sinais clínicos neurológicos (estupor, coma, convulsões), êmese, hiporexia, desidratação e
consequente hipovolemia (podendo resultar em choque hipovolêmico), uroperitônio (urina no abdômen)
gerando uma peritonite química (que não deverá ser tratada com antibiótico, por não haver bactérias),
síndrome hipercalêmica (excesso de potássio circulante, promovendo bradicardia e arritmias)
 hematúria ou disúria (nem toda urina vai para a cavidade abdominal), iscúria (quando toda urina vai para o
abdômen, não sendo possível a eliminação, porém a produção de urina está normal)
 abdomên agudo (urina na cavidade abdominal promove uma peritonite química, sem bactérias, promovendo
dor abdominal e vasodilatação dos vasos do peritônio)
 sinais de trauma (edema, hematoma e sensibilidade dolorosa na região abdominal ou inguinal)
- Diagnóstico:
o histórico e sinais clínicos (traumas, sondagem anterior, obstrução uretral) começam a guiar o diagnóstico
o diagnóstico clínico: realizar sondagem da bexiga (resgatar o máximo possível de urina) e o teste de resgate de
solução fisiológica 0,9% (acoplar uma seringa a sonda, retirando o máximo de urina, e como próximo passo,
infundir solução fisiológica pela sonda uretral, no geral a 40 até 80 ml de solução, e depois, resgatar o volume
que foi infundido – se a bexiga estiver íntegra, até 70% será resgatado, caso o volume resgatado seja menor
que 70% do infundido, provavelmente este animal apresenta uma ruptura de bexiga), seguido de laparocentese
ou também chamada de abdominocentese (punção da cavidade abdominal com auxílio de um cateter na
cicatriz umbilical ou até 2 dedos caudal a cicatriz umbilical na linha média – resgatar o líquido livre presente
na cavidade, verificando se há urina presente – muitas vezes é um pouco complexo de avaliar, sendo
necessário fazer a dosagem creatinina no líquido livre e comparar com a creatinina sérica – animal com
ruptura, terá no sangue a creatinina em proporção normal, e no líquido abdominal estará aumentada)
 ureia possui um peso molecular menor, sendo rapidamente reabsorvida pelos vasos dilatados do peritônio,
porém a creatinina, por ser uma molécula de maior peso, demora mais tempo para ganhar a circulação (é
um teste fidedigno quando a ruptura for mais recente), sendo que a proporção será igual ou maior de 2:1
(creatinina no líquido peritoneal com a creatinina sanguínea) – este teste servirá para fechar o diagnóstico
o radiografia simples: imagem abdominal em aspecto de “fundo de piscina” – confere a ideia de que há líquido
livre na cavidade abdominal, porém não distingue qual líquido está presente (sangue, ascite)
o ultrassonografia: exame mais sensível, por observar o líquido livre no abdômen e a bexiga pequena (possível
realizar juntamente o teste de resgate de solução fisiológica por sondagem)
o uretrocistografia: injeção de contraste por sondagem, permite a visualização do
extravasamento do mesmo pela parede
- Tratamento:
 estabilizar o paciente (fluidoterapia – em casos de hipercalemia, administrar fluidos sem potássio)
 tratamento da hipercalemia acompanhar a concentração de
- média a moderada: ringer com lactato ou solução fisiológica intravenosa potássio, impedindo hipocalemia
- grave (potássio acima de 10): substâncias que diminuem o potássio sérico (gluconato de cálcio, insulina
regular + glicose 50%, bicarbonato de sódio, hiperventilação em animais comatosos)
 tratar o uroperitônio (abdominocentese, podendo manter drenos ou ainda realizar a diálise peritoneal, que é a
lavagem do peritônio): a diálise peritoneal consiste em colocação de um cateter na cicatriz umbilical para
retirar todo o líquido, e infundir solução deixando por 20 a 30 minutos, e resgatar por um segundo cateter
sendo colocado dois dedos abaixo da cicatriz umbilical
- solução: 20 a 30 ml/kg (250 ml de solução fisiológica, 1 ampola de glicose 50%, 0,2 a 0,5 ml de heparina)
 solução fisiológica hidratará, glicose atrai todas as substâncias nitrogenadas e eletrólitos como o potássio, e a
heparina impede hemorragias e lesões na parede peritoneal
 após estabilizado, realizar procedimento cirúrgico (retirar as áreas de necrose da bexiga): realizar a
cistorrafia, com fio sintético com padrão Lembert seguido de Cushing (dois padrões invaginantes,
na camada seromuscular) sem pegar a mucosa da bexiga (isto predispõe a formação de cálculos)
 antibioticoterapia sistêmica profilática (amplo espectro) e analgesia pós-operatória

UROLITÍASES
- Incidências: entre 2 a 7 anos de idade, tendo predisposição racial (Schnauzer, yorkshire, Cocker, poodle, dálmata),
sendo que em machos apresentam-se múltiplos e na uretra, e em fêmeas, geralmente únicos e na bexiga (uretra da
fêmea é mais curta e larga, enquanto a do macho é mais comprida e mais fina) – fêmeas conseguem eliminar
facilmente os cálculos pequenos, porém isto não ocorre nos machos, devido a conformação da uretra
- Etiologia:
 Estruvita: composto de fosfato de amônio e magnésio pode ser induzido por infecção de trato
urinário (mais frequente) ou não (menos frequente, chamado de estéril) – é mais comum em
fêmeas, devido a conformação da uretra da fêmea poder promover uma infecção ascendente,
resultando em cistite, onde as bactérias produtoras de urease, produzem esta substância que
quebram a ureia em amônia, formando então o fosfato de amônio (principalmente
Staphylococcus e Proteus), formando assim sais, que se precipitam, formando cristais que com o
tempo, pela formação de uma matriz orgânica, se unem e formam os cálculos.
Alimentação com excesso de proteína ou urina alcalina (iatrogênica) também predispõe aos cálculos.
 Oxalato de cálcio: ocorre em maior parte nos machos (Schnauzer, yorkshire, shit zu possuem
predisposição), são cálculos de superfície irregular, são radiopacos (visualizados em raio-x
simples), pequenos e múltiplos, possuindo diversos fatores para sua formação (hipercalcemia
por suplementação em excesso, alimentos que formam oxalatos, como os ricos em vitamina C,
dietas em conservas, ou ainda por intoxicação por vitamina D, que aumenta a absorção
intestinal de cálcio, ou por restrição de água)
 Urato de amônio e Ácido úrico: provenientes do metabolismo das purinas (aminoácidos)
Purina é transformada pela enzima xantina oxidase em xantina, e forma em ácido úrico, que pela enzima uricase,
torna-se alantoína para ser utilizada no organismo (alterações neste metabolismo, produzem estes cálculos)

- Por fatores genéticos (dálmatas e bulldog inglês) ocorre acúmulo de ácido úrico, por deficiência da uricase,
que promove deficiência no transporte hepático (impede a transformação do ácido úrico em alantoína, fazendo
com que se acumule ácido úrico na circulação, e consequentemente na urina) ou
por diminuição na reabsorção do túbulo proximal de ácido úrico (maior concentração de ácido úrico na urina).
- Derivações portossistêmicas (“shunts”) congênitas – sistema porta-hepático, onde algumas substâncias que
iriam ser eliminadas pelo organismo, sofrem uma recirculação até o fígado, para serem utilizados. Os shunts
fazem com que haja desvio nesta recirculação, como o urato de amônio, retorna a circulação em maior
concentração, onde se acumula, gerando um acúmulo também na urina, e prejudicam a circulação hepática.
- Classificação dos cálculos: cálculo é dividido em núcleo (componente que origina o cálculo), pedra (maior área do
cálculo), parede (membrana de revestimento do cálculo) e superfície (cristais depositados na parede). O cálculo é
classificado em:
 Simples: quando mais de 70% é composto pelo mesmo mineral
 Misto: quando há uma cada camada indentificável, formada por mais de um componente, sendo que nenhum
deles ultrapassa 70% da composição
 Composto: quando há várias camadas justapostas, com diferentes componentes, com pelo menos 70% de cada
componente em cada camada
- Sinais clínicos: promovem um processo inflamatório com a mucosa vesical ou uretral devido o atrito
 hematúria (visível ou na urinálise), disúria, polaquiúria
 sensibilidade abdominal a palpação (bexiga fica em posição mais cranial e ventral, devido o peso do cálculo)
- Diagnóstico:
o sinais clínicos associado com a resenha (raças predispostas)
o exame clínico (palpação abdominal em casos de cálculos vesicais, podendo-se palpar o cálculo muitas vezes)
o urinálise tipo I (aspectos fisioquímicos da urina, como a presença de cristais na urina, direcionando para
possíveis tipos de cálculos) e tipo II (urocultura, para verificar se há infecção urinária, comum em estruvita,
sendo necessário realizar o tratamento da infecção em conjunto com retirada do cálculo)
- presença de cristais não indica necessariamente a presença de cálculo (mas pode desenvolver logo)
- presença de nitratos (indicam a presença de bactérias – desconfiar de cálculos de estruvita)
- urina alcalina: predispõe a formação de cálculo de estruvita
o análise do cálculo (feito pela urinálise ou após a cirurgia)
- análise qualitativa: fornece a identificação do cálculo (quais componentes estão presentes, como o oxalato,
cálcio, ácido úrico, amônio, fosfato, magnésio) – desvantagem: geralmente há resultado positivo para mais de
um dos componentes, impossibilitando a classificação do tipo de cálcio
- análise quantitativa: fornece a quantificação exata dos componentes, permitindo classificar a concentração de
cada um destes (permite classificar os cálculos em simples, mistos ou compostos, de acordo com cada camada
– por exemplo: núcleo com 100% de oxalato de cálcio e corpo com 80% de ácido úrico – tratar o
predominante, que no caso é o núcelo) – em casos onde cada camada é composta por diferentes compostos em
proporções iguais (por exemplo, 100% de oxalato de cálcio no núcleo e 100% de ácido úrico no corpo),
realizar o tratamento de acordo com a composição do núcleo, por ser o local de origem do
cálculo – desvantagem: não é realizado no território nacional
o radiografia (simples ou contrastado): verificar localização e quantidade de cálculos presentes
- estruvita na maioria das vezes é radiopaco, assim como o oxalato de cálcio, porém a
maioria, como o de ácido úrico e urato de amônio são radioluscentes.
o ultrassonografia abdominal: exame de eleição para diagnosticar o cálculo, devido a
apresentação da sombra acústica abaixo do cálculo, que é a não passagem das ondas de
ultrassom, pela presença do cálculo (não há interferência pelo tipo e composição do cálculo)
- Tratamento:
 estruvita: geralmente associada com infecções do trato urinário (realizar urocultura e
antibiograma)
- identificar a infecção do trato urinário e qual antibiótico esta bactéria será sensível (3 a 4 semanas, ou até
negativar o crescimento bacteriano na cultura)
- acidificação urinária (pois este tipo de cálculo cresce preferencialmente em pH alcalino, entre 6 a 6,5), com a
administração de vitamina C em 500 mg por animal TID (cuidado, pois seu uso excessivo pode diminuir
muito o pH e pode predispor a formação de ácidos de oxalato de cálcio)
- dieta calculolítica: realizada para promover a dissolução do cálculo (feita somente em animais que não
possuem sinais clínicos importantes de urolitíases) – diminui os teores de fósforo e magnésio, oferecer
proteínas de alta qualidade e cloreto de sódio (faz com que a urina fique menos concentrada, diminuindo a
agregação dos sais que são formados), sendo que existem diversas rações comerciais exclusivas para os
cálculos de estruvita
- cirúrgico: cistotomia em animais que apresentam sinais clínicos importantes ou que possuem cálculos muito
grandes (mais de 1 cm), ou ainda em cálculos estéreis (quando não há associação com infecção do trato
urinário)
 oxalato de cálcio: tratamento de eleição é a cistotomia (é de difícil dissolução através da dieta)
- após o tratamento, realiza-se a minimização de recidivas: evitar vitamina C e excesso de proteínas na dieta,
verificar se há hipercalcemia e corrigí-la
- dieta terapêutica: diminuição da concentração urinária (dietas úmidas, com alto teor de água e com cloreto de
sódio) com rações comerciais específicas para cálculos de oxalato de cálcio ou rações para doentes renais
- caso não haja na ração, suplementar o animal com citrato de potássio ou bicarbonato (são alcalinizantes,
revertendo a acidez da urina que predispõe a formação destes cálculos) – cuidado, pois o citrato de potássio
pode induzir hipercalemia e alcalose metabólica
- hidroclorotiazida (diurético poupador de potássio): feita após a remoção do cálculo, diminui a excreção de
cálcio (menos cálcio na urina, porém pode promover maior concentração de cálcio no sangue, sendo
necessário um monitoramento) – utilizada juntamente com o citrato de potássio, pois a hidroclorotiazida
acidifica a urina
 urato de amônio e ácido úrico: tratar a causa base (hepatopatias, shunts congênitos, exceto quando for
genético) – tratamento de eleição é a cistotomia (é difícil de dissolver através da dieta) – mais frequente de se
recidivar (nos animais com recidivas frequentes, indica-se uretrostomia escrotal)
- dieta pós-operatória: visa manter baixa a concentração de ureia sérica (ração específica ou de doente renal,
juntamente com o aumento da ingestão hídrica e diurese)
- alcalinização da urina (bicarbonato ou citrato de potássio)
- inibidores da xantina oxidase (alopurinol): impossibilita a formação do ácido úrico no organismo, prescrito
para animais com hiperuricosúria genética (dálmata, bulldogs), tendo o cuidado, pois em doses altas pode
predispor a formação de cálculos de xantina (utilizá-lo sempre associado com a dieta)
 ad eternum (pro resto da vida do animal)
 outras possibilidades de tratamento: cistoscopia (endoscopia na bexiga, para retirada dos cálculos) e litotripsia
(dissolução dos cálculos à laser)

OBSTRUÇÃO URETRAL
- Etiologia: cálculos uretrais (plugs uretrais – células de descamação, coágulos, cristais que tamponam a uretra dos
gatos machos), estenoses traumáticas (pós-cirúrgica, principalmente em uretrotomia), fratura do osso peniano (cães),
rupturas traumáticas (associada a sondagem forçada, atropelamento, fratura de pelve), neoplasias, doenças prostáticas
(hiperplasia prostática benigna, abscessos, neoplasias), hérnias perineais (onde ocorre retroflexão da vesícula urinária)
- Doença do trato inferior dos felinos (cistite intersticial): uma das causas mais comuns de obstrução em gatos
 obstrução: multifatorial (cães é geralmente por cálculos, enquanto nos gatos é pelos plugs, desenvolvidos
também por intermédio de estresse, como água suja, mudança da caixa de areia, ração com alto teor de sais
minerais, ou ainda por infecção do trato urinário inferior)
 tamponamento uretral: ocorre por plugs, ou por espasmos uretrais (devido dores, ocorre a contração da
musculatura da uretra, com ausência de plugs) – gatos obstruídos quase nunca são por cálculos
- Incidência: maior em gatos machos (devido o estreitamento da uretra e pela apresentação da DTUIF)
- Sinais clínicos:
 disúria (dificuldade ao urinar), polaquiúria (aumenta a frequência, diminui o volume), hematúria (sangue na
urina), iscúria (retenção de urina)
 a retenção da urina promove uma distensão da vesícula urinária, fazendo com que a urina retorne pela via
ascendente, até chegar a pelve renal (hidronefrose), promovendo uma destruição dos néfrons, causando uma
doença renal aguda, resultando em azotemia
- Diagnóstico:
o sinais clínicos (sinais de trato urinário inferior) e histórico (manejo de estresse nos gatos)
o palpação abdominal (bexiga distendida, e dor abdominal a palpação)
o detectar sinais de Insuficiência Renal Aguda (dosar creatinina, ureia, potássio, proteinúria)
o sondagem uretral (realizar uma cistocentese de alívio antes) – gatos devem ser anestesiados para sondar
- caso a sonda não progrida, pode ser por obstrução (cálculos, plugs) ou por ruptura de uretra
o radiografia: para diferenciar de presença de cálculos (nos cães) ou ruptura de uretra ou bexiga
- Tratamento:
 analgesia e cistocentese de alívio
 tratar a azotemia e hipercalemia (aumento de potássio de animais obstruídos promoverá o óbito do animal)
 desobstrução mecânica por sondagem (retropropulsão com solução salina por retropropulsão, para empurrar o
cálculo para a bexiga) – feito com o animal em decúbito lateral ou em estação, podendo ser associado com a
palpação retal, pois isto resulta num relaxamento da musculatura lisa, promovendo relaxamento da
musculatura da uretra também
 relaxamento muscular e tranquilizantes (benzodiazepínicos, acepromazina, epidural) para relaxar a uretra
 insucesso no tratamento clínico: realizar uretrostomia (abertura permanente da uretra, sendo escrotal em cães
juntamente com orquiectomia, e perineal em gatos)
 pós-operatório: antibioticoterapia, analgesia, AINEs (evitar anti-inflamatórios em doentes renais, pois pioram
o quadro de azotemia dos animais)
 gatos: plugs são localizados geralmente na ponta do pênis, pelo
estreitamento local (identificar posição de esforço, indicando dor na
micção, ou seja, disúria, por obstrução parcial ou total)
- normal o animal chegar com quadro grave de azotemia e hipercalemia
- cistocentese de alívio: na região central da bexiga distendida, com a
agulha em ângulo de 45º (diminui os riscos de extravasamento), retirando o máximo possível de urina
- palpação e massagem peniana: promovem relaxamento, possibilitando em muitas vezes a retirada dos plugs
- caso não saia por intermédio da massagem, realizar sondagem (com o animal anestesiado), nunca num
ângulo de 90º com a cauda, mas sim paralelo à cauda, mantendo a uretra reta e facilitando a sondagem (sonda
rígida pode causar necrose de pênis, quando se força a passagem)
- animais com intensa hematúria, deve-se esvaziar a bexiga, e realizar choque térmico com solução fisiológica
gelada junto com DMSO por três dias consecutivos
- lavagem com solução fisiológica, até que retorne sem debris, coágulos e cristais
- tratar a causa da cistite (geralmente o manejo do animal)
- em casos de insucesso, realizar uretrostomia perineal juntamente com orquiectomia (quase nunca realizada,
pela eficácia do tratamento)
- pós-operatório: pode se deixar sonda (risco de infecção), alterar o manejo (dieta, ração de melhor qualidade,
dieta terapêutica para trato urinário, rações úmidas, melhorar higiene da caixa de areia e da água), melhorar o
processo inflamatório com o uso de anti-histamínicos (prometazina), ansiolíticos (quando a causa for o
estresse, como L-triptofano), ferormônios, antibioticoterapia (em casos de infecção urinária ou cirurgia),
miorrelaxantes (prazosina), antiespasmódicos (oxibutinina)

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