1.2. EP e teorias sobre o papel do Estado (concl.)
1.2.4 - O Estado imperfeito 1.2.5 - Finanças Públicas Clássicas, Intervencionistas e Constitucionalismo Financeiro. 1.2.5.1 - Finanças clássicas e Estado mínimo 1.2.5.2 - Finanças Intervencionistas e Estado de Bem-estar 1.2.5.3 - Constitucionalismo Financeiro e Estado Imperfeito 1.2.5.4 - Características das finanças “modernas”
Abordagem pretensamente positiva (predictiva) da
actuação das entidades do sector público: Será que o Estado prossegue sempre o interesse público?
Há autores que defendem que os cidadãos, quer na esfera
privada (dos mercados) quer na esfera pública, defendem essencialmente os seus interesses (hipótese crucial para o desenvolvimento da análise). Esta posição conduz a uma visão crítica e algo negativa do Estado.
Docente: Mauro Silva, LEG 3
O Estado imperfeito Razão de ser (histórica) do Estado Hobbes (sec. XVII): “o homem é o lobo do homem” O Estado deve ter o monopólio do uso da força para forçar os agentes a soluções cooperativas Exemplo de jogo não cooperativo (paz/guerra) entre senhores feudais (Ver Quadro 2.2 de EFP) Com o poder absoluto concedido pelos súbditos, o Estado (“o príncipe”) pode crescer desmesuradamente através da recolha ‘ilimitada’ de receitas (fiscais) O Estado, ao deter o monopólio da força (forças armadas) e a capacidade de tributação pode tornar-se um “monstro” indo para além da satisfação dos seus súbditos, alimentando-se a si próprio.
Docente: Mauro Silva, LEG 4
O Estado imperfeito (cont.) O Estado ao serviço dos interesses, ou os chamados fracassos do governo: Procura de rendas (rent seeking): favorecimentos especiais a alguns agentes (ex: certos subsídios ou benefícios fiscais). Burocracia: governos com menor informação que os agentes da administração que supostamente controlam (cf. Niskanen). Ciclos político-económicos: decisões políticas sujeitas aos ciclos eleitorais. Inconsistência inter-temporal: tendência endémica para se gerarem défices em regimes democráticos (sacrifício das gerações futuras, que “não podem votar”).
Docente: Mauro Silva, LEG 5
Tipo de “finanças públicas” (cont.) Finanças Clássicas (e Estado mínimo) Despesas: (f. afectação) bens públicos (ex.: diplomacia, defesa, segurança interna, justiça, infraestruturas). Receitas: Impostos (não aceitam o recurso à dívida). Saldo orçamental: equilibrado. Função das finanças públicas: cobrir as despesas públicas com mínima interferência nos agentes privados. Dimensão do sector público: aprox. 8-12% do PI.B
Enquadramento histórico: séc. XVIII-XIX; escola clássica inglesa.
Docente: Mauro Silva, LEG 6
Tipo de “finanças públicas” (cont.) Finanças Intervencionistas (e Estado de Bem-estar) Despesas: (f. afectação, redistribuição e estabilização) bens públicos, redistribuição do rendimento, pol. Orçamental. Receitas: Impostos e dívida pública. Saldo orçamental: aceita-se défice (particularmente em recessão). Função das finanças públicas: financiar despesas em bens públicos, redistribuição e incentivos à actividade económica. Dimensão do sector público: aprox. 40%-60% do PIB.
Enquadramento histórico: New deal de Roosevelt; Keynesianismo.
Docente: Mauro Silva, LEG 7
Tipo de “finanças públicas” (cont.) Constitucionalismo financeiro Dados os potenciais fracassos do governo é necessário dispor de regras, de preferência constitucionais, para limitar o défice e a dívida pública. Enquadramento histórico: Anos 80 e 90 do séc. XX; correntes neoliberais críticas do keynesianismo; Pacto de Estabilidade e Crescimento (UE).
Docente: Mauro Silva, LEG 8
Tipo de “finanças públicas” (cont.)
Alguns consensos quanto a princípios essenciais
que devem respeitar umas Finanças Públicas ‘saudáveis’ estão consagrados nas designadas “finanças modernas”.
Tais princípios estão fortemente presentes na
perspectiva vigente sobre a condução das finanças públicas nos países da União Europeia.
Docente: Mauro Silva, LEG 9
Tipo de “finanças públicas” (concl.) As Finanças Modernas contêm elementos das finanças intervencionistas (peso do Estado, aceitação de dívida pública, etc.), mas também do constitucionalismo financeiro, a saber: Sustentação (défices públicos e dívida pública controlados: estabilidade intertemporal). Prioridades: Afectação de recursos para o crescimento económico.
Promoção da justiça social e diminuição das desigualdades.
Despesas correntes financiadas por impostos e (parte das)
despesas de capital pelo recurso à dívida. Existência de um sector empresarial do Estado.
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