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PROJETO DE PESQUISA

ESPELHOS ATRAEM RAIOS?

EQUIPE:

ADRIADNE DE LIMA GONÇALVES – 2020102200840484


ARYELLE BARBOSA DE SOUZA – 2020102200840409
LILIANA BARBOSA BRUNO – 2020102200840395

DISCIPLINA:
METODOLOGIA CIENTÍFICA

RIO VERDE, 14 DE MAIO DE 2021.


ADRIADNE DE LIMA GONÇALVES

ARYELLE BARBOSA DE SOUZA

LILIANA BARBOSA BRUNO

ESPELHOS ATRAEM RAIOS?

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de


Engenharia Civil, como parte do requisito
para a aprovação na disciplina, sob a
orientação do Prof.º Leonardo de Castro
Santos.

Rio Verde - GO
2021
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4
2. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................................... 5
3. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 6
3.1. OBJETIVOS ESPECIFICOS .................................................................................................. 6
4. HIPÓTESE .................................................................................................................................... 7
5. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................... 7
6. METODOLOGIA ......................................................................................................................... 8
7. RESULTADOS ESPERADOS ..................................................................................................... 9
8. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 10
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ESPELHOS ATRAEM RAIOS?

Adriadne de Lima Gonçalves, Aryelle Barbosa de Souza e Liliana Barbosa Bruno.

Resumo: Deve-se cobrir os espelhos durante as tempestades pelo fato de atraírem os raios?
Havia o costume, cultivado até os dias de hoje pelos descendentes de famílias italianas de que
ao menor sinal de tempestade cobriam-se os espelhos da casa com lençóis. Quando havia um
raio, eles viam o forte reflexo causado por ele nos espelhos e achavam que isso atraía os raios.
Havia também a crença quanto as grandes molduras metálicas – elas, sim, seriam um grande
atrativo para os raios. Essa crença é baseada em histórias antigas, que derivam do Brasil
Colonial, época na qual os espelhos eram sustentados por grandes estruturas metálicas dentro
das casas, e estas estruturas atraem raios. Devido à refletividade do espelho, dava-se a
impressão de que o raio havia sido atraído por ele, mas somente os metais (em geral,
pontiagudos), atraíam os raios para dentro das casas na época. Até hoje não foi demonstrada
nenhuma relação entre os espelhos e os raios.

Palavras-chave: Crença popular, Tempestade, Relâmpagos, Construção.

1. INTRODUÇÃO

Apresenta-se neste trabalho, um projeto de pesquisa em relação a crença popular de que


os espelhos atraem raios. Durante muito tempo, desde o início da criação dos espelhos, mas
principalmente após o Brasil Colonial, onde os espelhos eram muito utilizados na composição
da arquitetura das casas, com grandes molduras de metal, houve essa crendice popular
(BARBOSA, 2020).
Para a explicação do surgimento dessa crença, cria-se hipóteses de que quando surgia
as tempestades as pessoas da época se sentiam mais seguras em relação a esse costume de cobrir
os espelhos. De acordo com a pesquisa feita por SARTORI (2010), os relatos de alguns idosos,
descreve o quanto era importante os “rituais de proteção” ao chegar uma tempestade. Alguns
dos entrevistados por ela, dizem que sempre cobriam os espelhos, não mexiam com talheres,
ficavam em baixo da mesa ou em cima da cama, entre outros.
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Durante várias pesquisas, pode-se encontrar a resposta para esta questão, mas pelo falo
de não ter nenhuma explicação concreta e científica, algumas pessoas ainda acreditam que de
fato os espelhos atraem raios em uma tempestade.
Isso implica não só na questão de ainda ser considerado uma crença popular, mas é
importante salientar e retirar os tabus encontrados devido os espelhos serem muito utilizados
na construção civil. Ainda se encontra medo por parte de algumas pessoas em relação a isso,
será que é perigoso utilizar espelhos grandes nos ambientes ao surgir tempestades? É o que
deve ser desmistificado a seguir.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), outra crença
difundida na Europa Medieval, era de que o badalar dos sinos das igrejas durante uma
tempestade afastaria os raios. Por conta disso, muitos campanários e tocadores de sinos foram
mortos, devido os sinos se localizarem a uma altura em que os raios fossem capazes de atingi-
los. Os sinos eram feitos de metal assim como as molduras de alguns espelhos da época.
A partir disso, vale perguntar-se: O que realmente atrai os raios? Os espelhos ou os
metais em sua composição?
Para esta análise, apresenta-se neste trabalho o processo de fabricação dos espelhos,
demonstrando a quantidade de cada elemento condutor que é feito na composição dos espelhos,
averiguando se é possível que os espelhos realmente atraiam os raios durante uma chuva ou
tempestade.
Devido não ter encontrado dados e testes que comprovem cientificamente este processo,
para demonstrar essa análise, utilizou-se dados sobre os raios e relâmpagos, sobre a definição
de espelhos descrita por Halliday e também através de análise dos elementos químicos na
composição dos espelhos.

2. JUSTIFICATIVA

O presente trabalho tem por motivação retirar o receio sobre a crença popular em que
espelhos atraem raios, estudos afirmam que não há fundação cientifica, trata-se de um mito
antigo.
Há muitos anos tratava-se de um mito em que se acreditava que devido ao raio ter uma
forte luz que se refletia no espelho, dando a ilusão que o raio vinha dele, de certa forma no
Brasil colonial eram usadas grandes estruturas metálicas nos espelhos, que favoreciam a
incidência de raios dentro de casa. Embora isso tenha colaborado para o mito se difundir, o
motivo real se tratava da estrutura metálica e não da superfície do espelho.
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À visto disso espera-se que seja retirada o receio diante um mito não verídico, trazendo
segurança na utilização de espelhos em detalhes e até mesmo em construções, pois escolhidos
adequadamente trazem muitas vantagens. Nos dias atuais os materiais utilizados nos espelhos
são de baixo risco para atração de raios, podendo-se dizer que os espelhos em si não têm
capacidade de atrair raios.

3. OBJETIVOS

Busca-se compreender da melhor maneira possível o mito popular em que os espelhos


atraem raios, averiguando da forma mais coerente explicações e estudos científicos que possam
argumentar a veracidade do mito.
Nos dias atuais opta-se muita das vezes o uso de espelhos nas construções civis, gerando
a possibilidade em que o mito seja somente um mito. O uso de espelhos/vidros nas construções
vem aumentando a cada dia, pois se encontram grandes vantagens, principalmente em
economia.

3.1. OBJETIVOS ESPECIFICOS

No passado usava-se muitas estruturas metálicas como molduras para os espelhos e por
sua vez é possível analisar o uso do metal que é um bom condutor de energia, mas de fato o que
se torna um bom chamativo para a descarga elétrica de um raio são estruturas que estão em
maior altitude. De certa forma estruturas metálicas levam vantagens em cima das outras pelo
fato que a dissipação de energia é maior, o que reduz o impacto em termos de calor, reduzindo
a chance de que possa haver um incêndio.
Também é possível avaliar o uso de espelhos/vidros na construção que gera um certo
desconforto por falta de compreensão do público, muita das vezes os espelhos/vidros tem
vantagens muito superiores que outros materiais, mas pelo desconforto em saber se pode ou
não confiar no material gera um medo. Tem-se a intenção de avaliar uma forma segura para
que a utilização de vidros nos dias atuais traga segurança, funcionalidade e estética em apenas
um material.
Entretanto é plausível em que ambos os casos o uso de espelhos em si só possa não ser
o chamativo para um raio.
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4. HIPÓTESE

Espelhos não atraem raios pois as armações nem a composição dos espelhos em si são
suficientes para que ocorra tal fenômeno.

5. REVISÃO DE LITERATURA

A utilização de espelhos se inicia a 600 a.C., mas apenas a partir do século XIX após o
desenvolvimento dos espelhos, iniciando sua produção em prata, foi quando começou a ter-se
mais conhecimento sobre sua utilidade e também a se propagar entre as pessoas da época. Com
o aparecimento das fortes chuvas, dos raios, começou a crença de que os espelhos atraíam os
raios. Essa crença se popularizou e até os dias atuais ainda há pessoas que acreditam nisso.
No Brasil Colonial eram utilizadas grandes molduras metálicas nos espelhos, entretanto
isso realmente fazia com que os raios fossem atraídos. Mas e os espelhos em si realmente atraem
raios?
De acordo com o Manual de Proteção de Cercas e Currais Contra Raios, a descarga
atmosférica, popularmente conhecida como raio, é um fenômeno natural que ocorre juntamente
com as chuvas. Os raios são um tipo de eletricidade natural e ocorrem porque as nuvens se
carregam eletricamente. Os raios caem nos pontos mais altos por ser o menor caminho entre a
terra e a nuvem, e, portanto, tal fato é de grande relevância para este estudo.
Além destes fatos, o autor do manual citado anteriormente afirma que os espelhos não
atraem raios pois até hoje não foi demonstrado essa relação.
Essa “ilusão” de que os espelhos atraem raios pode ser explicada também devido aos
relâmpagos se refletirem nos espelhos da época, e, portanto, dar essa impressão. Já que os
relâmpagos são uma corrente elétrica muito intensa, gerando uma forte iluminação
ocorrida devido a movimentação de seus elétrons (BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais).
Segundo Pucci da Conceição, Nocentini André, Salomão de Azevedo (2014), o estudo
climático no Brasil começou somente a partir de 1990, devido a este fato, existir esta crença
sobre a atração de raios pelos espelhos até os dias atuais pode ter sido pela falta de confirmação
científica.
Halliday (2009) descreve o conceito de espelhos como sendo uma superfície que reflete
um raio luminoso em uma direção definida. Os espelhos são feitos a partir de vários processos
feitos em fábrica, onde são aplicadas camadas de materiais como o estanho, prata, cloreto de
paládio e também uma camada de tinta (THENÓRIO, Iberê. 2020).
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Atualmente, na arquitetura e engenharia, os espelhos são muito utilizados para compor


na decoração dos ambientes. Portanto, esta pesquisa traz grande valor também para acabar com
os tabus em relação aos espelhos.

6. METODOLOGIA

Buscando analisar a temática proposta o trabalho examinará com caráter investigativo


situações referentes ao objeto estudado.
O estudo visa abordar o conhecimento a respeito da atração dos espelhos em relação aos
fenômenos elétricos.
Após o levantamento do material teórico o estudo seguirá distribuído de 3 formas
distintas. A primeira buscará o conhecimento sobre o tipo de armações dos espelhos, a segunda
buscará o processo pelo qual os espelhos são feitos e sua consequente composição. A terceira
vai analisar como os componentes presentes nas armações e no espelho são fatores ou não para
atrair raios.

1º Fase
Primeiro foi verificada a armação dos espelhos, que na sua maioria são feitas de:
• Madeira, plástico ou de metal.

2º Fase
Em segundo lugar foi analisado os materiais que constituem o espelho:

• Vidro: é um isolante
• Prata: é um condutor
• Cobre: é um condutor
• Tinta: é um isolante.

Atrás da camada de metal vem uma camada que, podemos chamar de “base”. Isso
porque ela impede que a luz absorvida dissipe pelo metal. É uma camada escura, geralmente
pintada de tinta preta.

3º Fase
Analisando as armações dos espelhos:
• Madeira: é um material isolante
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• Plástico: é um material isolante


• Metal: é um material condutor de eletricidade.

Aqui já podemos descartar as armações feitas de madeira e plástico, que não vão
contribuir para a atração de raios. Já a armação de metal, apesar de ser um bom condutor de
eletricidade, também pode ser descartada visto que a quantidade do respectivo metal presente é
muito pequena, irrelevante para atrair um raio.

Analisando os elementos condutores que constituem o espelho:


• Prata: A quantidade de prata aplicada é muito pequena, de 0,7 a 1 grama por metro
quadrado sendo, portanto, muito fina, com cerca de 1/10000 mm. Não há prata
suficiente para potencializar uma atração de raios.
• Cobre: A quantidade de cobre aplicado é de 0,2 a 0,3 gramas por metro quadrado de
espelho, sendo, portanto, também muito fina. Insuficiente também para atrair raios.

7. RESULTADOS ESPERADOS

A partir do estudo dos materiais utilizados na fabricação dos espelhos, citado


anteriormente, obterá alguns resultados esperados.
Os materiais considerados condutores são o cobre e a prata, porém as camadas desses
materiais utilizadas nos vidros dos espelhos são de baixo risco para a atração de raios. Portanto
pode-se dizer que, os espelhos em si, não tem capacidade de atrair os raios.
Porém, não descarta a atração dos raios da época do Brasil Colônia, ser ocasionada pelas
grandes armaduras de metal dos espelhos.
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8. REFERÊNCIAS

TÉCNICO, INFORME. MANUAL DE PROTEÇÃO DE CERCAS E CURRAIS CONTRA


RAIOS. Belgo-Mineira Bekaert. Laboratório de Extra Alta Tensão da Universidade Federal de
Minas Gerais. 28 páginas.

HALLIDAY, David, 1916 – Fundamentos de física, volume 4: óptica e física moderna /


Halliday, Resnick, Jearl Walker; tradução e revisão técnica Ronaldo Sérgio de Biasi. - Rio de
Janeiro: LTC, 2009.

BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Grupo de Eletricidade Atmosférica (INPE


- ELAT). Relâmpagos. Disponível em
<http://www.inpe.br/webelat/homepage/menu/relamp/relampagos/definicao.php>. Acesso em
08 de Maio de 2021.

BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Grupo de Eletricidade Atmosférica (INPE


- ELAT). Mitos e Lendas. Disponível em
<http://www.inpe.br/webelat/homepage/menu/el.atm/mitos.php>. Acesso em 09 de Maio de
2021.

PUCCI DA CONCEIÇÃO, Rodrigo; NOCENTINI ANDRÉ, Iára Regina; SALOMÃO DE


AZEVEDO, Thiago. ESPACIALIZAÇÃO DAS DESCARGAS ELÉTRICAS
ATMOSFÉRICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO PARA OS ANOS DE 2005-2006, E SUAS
CONSEQUÊNCIAS. Revista Brasileira de Climatologia, [S.l.], v. 13, june 2014. ISSN 2237-
8642. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revistaabclima/article/view/30971/22582>.
Acesso em: 08 may 2021. doi:http://dx.doi.org/10.5380/abclima.v13i0.30971.

THENÓRIO, Iberê. Como são fabricados os espelhos. YouTube, 14 jan. 2020. Disponível em
< https://www.youtube.com/watch?v=FBGDuYQccRY>. Acesso em: 08 de Maio de 2021.

SARTORI, Juliana. As Práticas Sociais de Idosos Sobre os Raios: O Caso de São Caetano
do Sul/Sp. 21 Páginas. Bacharel em Ciências Sociais pela UFSCar (2010).

BARBOSA, Lorena. Mitos e verdades sobre descargas elétricas. Eletrojr, Engenharia elétrica
– UFBA, 2020. Disponível em: < https://www.eletrojr.com.br/2020/07/17/mitos-e-verdades-
sobre-descargas-eletricas/>. Acesso em: 14, maio de 2021.
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MIRRORS ATTRACT RAYS?


Abstract: Should mirrors be covered during storms because they attract lightning? There was
the custom, cultivated to this day by the descendants of Italian families, that at the slightest sign
of a storm the mirrors of the house were covered with sheets. When there was a lightning bolt,
they saw the strong reflection caused by it in the mirrors and thought it attracted the rays. There
was also the belief about large metal frames - they would be a great attraction for lightning.
This belief is based on ancient stories, which derive from Colonial Brazil, a time when mirrors
were supported by large metal structures inside the houses, and these structures attract
lightning. Due to the reflectivity of the mirror, it appeared that the lightning had been attracted
to it, but only metals (in general, sharp), attracted the rays into the houses at the time. To date,
no relationship has been demonstrated between mirrors and lightning.

Keyboards: Popular belief, Storm, Lightning, Construction.

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