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Aula: 1 - Histórico dos óculos

A palavra óculos vem de occhiali, termo italiano da região da


Toscana, que por sua vez, é derivado de ocularium, vocábulo do
latim clássico. Esse termo era utilizado para designar os orifícios
feitos nas armaduras das cabeças dos soldados e que os
permitia enxergar. Entretanto a primeira referência histórica oriental
sobre a existência dos óculos está registrada nos textos do
filósofo chinês Confúcio, 500 anos a.C.

A partir dessa "sugestão” de óculos, progressos notáveis no estudo


da óptica foram realizados pela ciência árabe, e trazidos para a
Europa através das traduções de textos latinas medievais.

O pioneiro desses estudos foi Ihn Al Maihan, mais conhecido como


Alhazen, que se aproximou muito do conceito de óculos. De fato, na
terceira parte da sua dissertação de óptica, pode-se observar que
através de um segmento esférico de vidro, podiam-se obter
imagens ampliadas dos objetos. Era o início do processo que
levaria a conclusões fundamentais, entre as quais a estrutura da luz
e o mecanismo da visão. Finalmente, isso possibilitou que, a partir
dos conhecimentos empíricos, ou seja, obtidos através de
experiências, fossem formuladas leis específicas.

Entre os pesquisadores que mais se interessaram pela óptica, está


o filósofo e cientista inglês, Roger Bacon. Em 1267, Bacon
publicou "Opus Major”, obra baseada provavelmente nos
documentos de Alhazen, onde ele afirma que vidros devidamente
afiados (lentes convexas e planas) constituiam um ótimo
instrumento para melhorar a visão das pessoas mais velhas. Seus
estudos baseavam-se em novos métodos matemáticos, voltados
para os ensaios empíricos no campo da Física, com foco nos
fenômenos astronômicos e ópticos.

Em 1352, Tommaso da Modena, encarregado de decorar com


pinturas a sala do Capitólio na Catedral de San Niccoló, em
Treviso, pintou uma espécie de catálogo figurado dos homens da
ordem dos Dominicanos, célebres pela santidade e pela
doutrina. Até hoje, a sala é um "santuário” para os admiradores de
óculos, que lá chegam para cultuar a mais antiga figura
oculista do mundo: Frade Ugone dí Provenza, o primeiro cardeal da
ordem, lendo a Bíblia com um bonito par de óculos, em
uma câmara onde as paredes, a cadeira e a escrivaninha são todas
fundidas.
Provavelmente, o Frade Ugone não usava óculos, já que viveu
cerca de um século antes de 1352. Mas era verdade que os freis do
convento utilizavam, na época da pintura, este novo instrumento,
indispensável quando as limitações impostas pela idade
dificultavam a criação de seus trabalhos em miniatura.

É importante chamar a atenção para esse fato, pois ele revela o tipo
de tarefa para a qual o óculos era originalmente usado. O
óculos não era simples acessório, mas um fundamental instrumento
de auxílio para as pessoas que tinham visão debilitada.
Esse caráter utilitário do óculos fazia com que a lente chamasse
mais a atenção do artesão, do que a armação.
Materiais das armações

ARMAÇÕES METÁLICAS

Metal memória – Esse é um material a base de


níquel titânio. As peças feitas com esse material
ganham versatilidade de
ajustes e modificações, além da resistência ao calor.

Monel – Material de boa resistência à oxidação,


podendo produzir armações em diversas cores.

Titânio – Material nobre e de alto custo, antialérgico,


antioxidante, resistente e leve, mas com poucas
opções de cores.
Modificações e ajustes devem ser feitos com
cuidado para evitar tensões na cantoneira e
plaquetas.

Aço inoxidável – Material composto de ferro e


cobre que tem como características principais:
resistência à quebra,
flexibilidade e durabilidade. É usado na fabricação
de peças finas e estilizadas.

ARMAÇÕES ORGÂNICAS

Optil – As armações produzidas com esse material


têm um brilho durável, excelente acabamento, mais
resistência ao calor,
são leves e fáceis de ajustes. As lentes devem ser
cortadas ligeiramente maiores, e inseridas uma de
cada vez, no aro aquecido; não colocar em água fria
e nem ajustar sem aquecer corretamente. Sem
esses cuidados, a armação poderá se quebrar com o
manuseio.

Plástico – Armação do tipo injetado em molde e em


seguida recortada de uma peça chata de plástico. É
estável no ajuste, e
com variedade de cores, padrões e formas.

Zilo – Sua aparência pode ser confundida com


plástico, mas seu principal componente é a celulose
do algodão e a madeira. É
encontrada em diversas cores, formatos e estilos
podendo ser ajustada a quente ou frio. Esses ajustes
requerem critérios
técnicos a exemplo das cores mais escuras que
devem ser menos aquecidas. Altas temperaturas
podem deformá-las e impedir
que voltem á forma original. Quando ajustadas como
choque térmico em água gelada, normalmente se
dilatam se forem usadas diariamente em regiões
quentes.
Acetato – É boa em todos os aspectos, exceto na
resistência ao calor, pois é suscetível á desidratação
que provoca o
ressecamento reduzindo a resistência. É facilmente
distinguida das armações de zilo pelo seu brilho.

Náilon – Sua característica principal é a leveza, mas


são também hipoalérgicas e inquebráveis. Devido a
facilidade de
ressecamento aconselha-se ajustá-las em água
quente.

Poliamida – É uma mistura combinada de náilons,


resultando num material durável, leve e flexível,
versátil em cores
translúcidas e com alta resistência a arranhões. As
lentes devem ser cortadas no tamanho exato e
colocadas no aro sem
aquecimento. Em médias e altas dioptrias é
necessário um leve aquecimento, com imersão, logo
em seguida, numa solução de
cloreto de sódio

Policarbonato – São armações altamente


resistentes a impactos, e por isso são muito
indicadas para uso em óculos de
segurança industrial e esportes em geral,
principalmente, os radicais. Por causa do material
usado na sua fabricação, essas
armações são difíceis de ser ajustadas.
Fibra de carbono – Material adicionado ao plástico
para aumentar a resistência ao calor e a
durabilidade. Sua principal
característica é a leveza e a flexibilidade, porem
oferece pouca elasticidade.

Kevlar – São fibras fortes que misturadas com


náilon híbrido gera um produto de alta resistência á
quebra. Disponível em
poucas cores, não se dilata e nem e nem encolhe e
por isso as lentes montadas em armações feitas com
esse material devem ser cortadas no tamanho exato,
mas pode ser amolecido pelo calor.
 
Bisel – É a cavidade do aro onde se encaixa a faceta da lente.
Aro – É a medida entre um bisel e o outro.
Talão – É parte que liga o aro à haste.
Haste – É a peça perpendicular ao aro que liga este à orelha do
usuário.
Ponte – É a medida entre as lentes do Olho Direito e Olho
Esquerdo de um óculos e, normalmente, serve fica apoiada sobre o
nariz.
Plaqueta – É a parte da armação presa num suporte situada em
cada extremidade nasal do aro que apóia no nariz.
Diâmetro Maior (DM) – É a maior distância entre um bisel e o
outro.
Diâmetro Vertical (DV) – É a medida vertical no centro de um bisel
ao outro.
Ponteira – É a parte plástica encaixada na extremidade da haste,
com a finalidade isolar o contato do metal da haste com a
pele, proporcionando conforto ao usuário e oxidação do metal.

 
Observação: O tamanho da armação (P+A) também pode ser
encontrado na parte interna da Haste ou na parte interna da
ponte.

Assim, uma armação 50 X 20 significa que a medida do aro na


Horizontal (DH) é igual 50 mm e a ponte 20 mm.
 
QUAL A IMPORTÂNCIA DESSA MEDIDAS?
O consultor de Óptica precisa saber das medidas da armação pois esta base tecnológica você não
conseguiria:

1. Saber se uma  lente pronta ou bloco daria para colocar as medidas ópticas na armação escolhida

2. Quando um cliente vir até a loja e encomendar as lentes e não poder sua armação em uso. O
laboratório par fabricar a lente corretamente precisaria das medidas da armação

3. Calcular a espessura de uma lente para armação escolhida.

4. Fabricar uma lente  um lente com espessura correta para a armação ou óculos escolhidos.

Estas são as mais importantes utilidades das medidas da armação e  oculos

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