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Do socialismo Utópico ao Socialismo Científico, de Friedrich Engels, é um prefácio à

edição inglesa de uma obra maior. Engels explica que em 1875, o Dr. E. Duhring,
professor da Universidade de Berlim, apresentou ao público alemão sua conversão
ao socialismo e sua teoria socialista minuciosamente elaborada, junto com um plano
prático para a reorganização da sociedade.

Engels responde a E. Duhring, um professor da Universidade de Berlim que


apresentou sua teoria socialista e um plano para reorganizar a sociedade. Duhring
atacou Marx e outros socialistas, buscando formar uma seita separada.

Para defender o socialismo científico e a teoria de Marx, Engels decidiu responder a


Duhring. Ele criou uma réplica em forma de artigos no órgão central do Partido
Socialista Alemão e posteriormente publicou um livro intitulado "Herrn Eugen
Dúhring Umwalzung der Wissenschaft Á Subversão da Ciência Pelo Sr. E. Duhring".
Uma versão francesa desse livro foi destacada em três capítulos e traduzida para
várias línguas, incluindo inglês, italiano, russo, dinamarquês, holandês e romeno.

Engels reconhece a origem do materialismo moderno na Grã-Bretanha, tendo


Bacon, Hobbes e Locke como seus pais fundadores. Ele destaca que, no passado,
a Inglaterra era mais propensa ao materialismo e livre pensamento, mas com o
tempo, o ceticismo continental se seguiu e influenciou a mentalidade inglesa. O
agnosticismo é descrito como um materialismo envergonhado, pois aceita a
concepção materialista da natureza, mas deixa espaço para reflexão em relação à
existência de um ser supremo.

É abordado o conflito entre o socialismo utópico e o socialismo científico,


defendendo a teoria de Marx contra as críticas de Duhring e destacando as origens
britânicas do materialismo moderno. Além disso, Engels comenta sobre o ceticismo
crescente em relação às crenças religiosas e a influência do agnosticismo como
uma forma de materialismo envergonhado.

A evolução histórica da classe média burguesa na Inglaterra e sua relação com o


materialismo e a religião. Inicia-se destacando que, antes de qualquer
argumentação filosófica, a ação humana já havia resolvido problemas antes mesmo
dos sofismas serem inventados. O provérbio "A prova do pudim está em comê-lo" (A
prova do pudim é comê-lo) é mencionado para ilustrar que a aplicação prática das
coisas confirma sua eficácia ou ineficácia.

Engels argumenta que, ao aplicarmos nossa identidade e conhecimento sobre as


coisas ao nosso uso prático, podemos confirmar a exatidão ou falsidade dessa
identidade. Se nossas características forem corretas, nossas ações terão sucesso;
caso contrário, percebamos nossos erros e corrijamos nossas ações.

A ideia de que as emoções controladas cientificamente não processam ideias do


mundo exterior que diferem da realidade. O autor argumenta que, ao conhecer as
propriedades de uma coisa, conhecemos a própria coisa e que, com o avanço da
ciência, muitas coisas anteriormente consideradas misteriosas e inapreensíveis
foram desvendadas e reproduzidas.

O agnosticismo é mencionado, mas o autor argumenta que mesmo os agnósticos,


em essência, acabam evoluindo como materialistas em suas vidas práticas. O
materialismo histórico é apresentado como uma concepção que vê a causa
fundamental dos eventos históricos importantes no desenvolvimento econômico da
sociedade, nas mudanças nos modos de produção e nas lutas de classes.

A relação entre a burguesia e a Igreja na Idade Média, onde a classe média


emergente buscava liberdade e crescimento, o que inevitavelmente levaria ao
enfrentamento do feudalismo e, consequentemente, à Igreja Católica Romana. A
Reforma Protestante e a ascensão do calvinismo na Holanda e na Inglaterra são
mencionadas como exemplos desse processo.

A Revolução Inglesa é tolerante, com foco na transição da burguesia para uma


parte das classes dominantes e na transação estabelecida com a aristocracia rural.
O autor destaca que a burguesia, agora parte integrante das classes dominantes,
também assumiu a tarefa de oprimir as massas trabalhadoras, e a religião
desempenhava um papel importante nesse controle social.

A Revolução Francesa é mencionada como a primeira grande revolução burguesa


que se libertou completamente das amarras religiosas e travou uma batalha política
aberta. O autor enfatiza a oportunidade que a Revolução Francesa ofereceu à
burguesia britânica para enfraquecer o comércio marítimo francês e expandir sua
influência nas colônias francesas.
A relação da classe média burguesa com a religião, o materialismo e os
acontecimentos históricos importantes, enfatizando o papel da burguesia na
transformação da sociedade e sua busca pelo poder econômico e político.

A posição da burguesia britânica diante das mudanças sociais e políticas na Europa,


principalmente após a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. A burguesia
britânica, ao contrário de seus colegas continentais, resistiu à secularização e
manteve sua adesão à religião, usando-a como um meio de controle social para
evitar a expansão do socialismo e a crescente influência dos operários.

A burguesia britânica valorizava a sua aristocracia, que lhes forneciam posições de


prestígio, estabilidade política, exército e marinha para conquistar novos mercados
coloniais. No entanto, com a revolução industrial, a burguesia enriqueceu mais
rapidamente do que a aristocracia latifundiária, provocou em uma disputa de poder
entre essas duas classes. A burguesia, temendo a ascensão do poder operário,
buscou fortalecer sua posição por meio de investimentos na religião e na educação
religiosa do povo.

O poder político exclusivo da burguesia não é sustentável a longo prazo, pois a


classe operária está crescendo em força e influência. As tradições e crenças da
classe operária na Inglaterra têm sido conservadoras, mas o movimento operário
está avançando gradualmente e assimilando os princípios do socialismo. O autor
também destaca a importância da cooperação entre a Inglaterra, França e
Alemanha para o triunfo do proletariado europeu.

Escrito em 1892 e reflete a visão do autor sobre a luta de classes e as mudanças


sociais na Europa da época. Ele destaca a importância da religião como um
mecanismo de controle social e ascensão do movimento operário como um desafio
à ordem estabelecida.

Em resumo temos defesa do socialismo científico e da teoria de Marx, as origens


britânicas do materialismo moderno, a evolução da classe média burguesa e sua
relação com a religião, o ceticismo crescente em relação às crenças religiosas e o
papel da burguesia na luta de classes e na transformação da sociedade.

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