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Odontologia Pré-Clínica 1 – 4º Semestre – 1ª Unidade – Aula 6 – Limpeza e Proteção do complexo dentinopulpar

 O que proteger?
 Por que proteger?
 Como limpar?
 Como proteger?

1. O que proteger?
 A natureza destinou à dentina e à polpa uma relação de permanente interação biológica. [...] Por tal
intimidade e interdependência, passam a ser compreendidas e identificadas como complexo
dentinopulpar”. Pereira (2004)
 Nós temos um complexo que é chamado de complexo dentinho pulpar, e a gente quando vai
proteger, por mais que estejamos visando uma proteção pulpar que é para manter a vitalidade da
polpa, ela está intimamente ligada com a dentina, a dentina é feita de túbulos, onde os túbulos são
preenchidos justamente pelo prolongamentos odontoblásticos que é o que sai da polpa e o que dá a
sensibilidade dentinária. A dentina em si não é uma estrutura viva.
 Tem-se casos onde vai proteger aonde a polpa já está exposta, mas tem casos de proteção que são
de cavidades superficiais.

 Polpa Dentária:
 Tecido conjuntivo altamente especializado, ricamente especializado, ricamente inervado,
vascularizado e responsável pela formação e manutenção da dentina. Mondelli (1998);
 A polpa vai fazer com que a dentina seja depositada para a gente durante toda a vida
toda, tanto por uma maneira fisiológica quanto por uma maneira patológica.
 Funções da polpa:
Formação dentinária;
Nutrição da dentina;
Inervação;
Defesa.
 Dentina:
 Principal constituinte da estrutura dentária;
 Processamento de formação:
Deslocamento centrípeto dos odontoblastos;
Começa na polpa e vão até a junção esmalte-dentina (amelodentinária);
 Composição:
70% substâncias inorgânicas (hidroxiapatita);
18% substâncias orgânicas (fibras de colágeno);
12% de água.
 Tipos:
Diferenciadas de acordo com o estímulo e período de formação;
Primaria:
o Formada até o término da formação da raiz;
o É toda dentina que vai ser formada até o momento que o dente estiver
em formação;
Secundária:
o Formada após a completa formação da raiz;
o Formada naturalmente durante toda a nossa vida;

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o Estímulos de baixa intensidade.
Terciária:
o É uma dentina que vai ser formada frete a um estímulo patológico.
o Nova dentina formada no tento da câmara pulpar;
Esclerótica:
o É a dentina que já foi formada, contudo tem um aumento da deposição
mineral nela, ou seja , é uma dentina mais hipermineralizada ou seja,
não é uma dentina nova sendo formada.
o Aumento da deposição mineral em dentina pré-existente

 Distribuição dos túbulos:


Como a distribuição dos túbulos é de forma centrípeta, vai fazer com que
quando se tenha uma dentina mais próxima ao esmalte, vai-se ter muito mais
espaço de dentina entre um túbulo e o outro, e conforme vai chegando
próximo da polpa o espaço entre os canalículos é bem menor, os canalículos
vão está bem pertinho;
Quando se pensa na capacidade de transmitir tanto um estímulo bom quanto
um estímulo ruim para a polpa a parte mais próxima da polpa é muito mais
permeável do que a que está mais distante, por isso que quanto mais perto da
polpa, mais biocompatível tem que ser o material.
Limite amelodentinário 10.000/mm²;
Região média 20.000 a 30.000 mm²;
Próxima a polpa 50.00 mm²
Dentina peritubular É mais mineralizada do que a INTERTUBULAR;
Dentina intertubular:

2. Por que proteger?


 Pois existem muitas situações podem levar à injúria do complexo dentinopulpar;
 Uma dessas situações é o trauma, tem situações que são progressivas e tem situações que são
mais imediatas, o trauma é uma situação mais imediata, no sentido que a polpa e dentina está
sem nenhuma injúria e de repente quebrou o dente, então ela não conseguiu se organizar para
conseguir escapar dessa agressão. Quando se tem trauma a polpa não foi diminuída de volume,
como a dentina terciária, ela se encontra com a dentina primária e com a dentina secundária
normal, então tem-se muito mais chance de ter uma exposição pulpar e de ter alguma lesão da

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polpa de forma irreversível do que quando se uma tecido carioso que a polpa já vai se
organizando para se defender;
 O calor da alta rotação pode causar um dano ao complexo dentinopulpar, logo deve trabalhar
sempre com ela irrigada.
 Os materiais restauradores são agentes agressores, quando se tem uma cavidade bastante
profunda, não consegue-se colocar o amálgama ou uma resina composta direto sobre ele, vai-se
colocar um material mais biocompatível em baixo, e um material que seja mais estético e resistente
na parte de cima;
 Lesão de cárie
 Zona da cavidade
 Dentina cariada superficial
 Dentina cariada profunda
 Dentina esclerosada
 Dentina terciária

 Zona da cavidade:
Coloração contrasta com as estruturas normais;
Bordas irregulares;
Intensa atividade bacteriana;
Material Necrótico.

 Dentina cariada superficial:


Conhecida também como dentina infectada. A dentina infectada não é passível
de ser deixada;
Desmineralizada e sem estrutura de colágeno;
Presença de bactérias;
Comprometimento irreversível da dentina.

 Dentina cariada profunda:


Rara presença de microrganismos;
Tecido desorganizado pela ação de ácidos;
Apresenta sensibilidade;
Passível de recuperação/de ser remineralizada;
Só tem uma situação que se deixa essa dentina que é quando vai-se fazer um
tratamento expectante, e isso significa que  está com risco de expor a polpa,
então vai-se fazer um tratamento para ver se essa dentina consegue reagir, de
modo que não tenha uma exposição pulpar, pois muitas vezes quando expõe a
polpa já vai evoluir para um tratamento endodôntico.

 Dentina esclerosada:
Aumento da deposição mineral em dentina pré-existente;
Agressão ou envelhecimento da estrutura dentária;
Menor permeabilidade de íons e bactérias.
Quando se tem uma lesão que não é cariosa, que vai fazendo tipo uma cunha
na cervical do dente vai-se notar que é bem brilhosa, ali é uma dentina
característica de ser uma dentina esclerótica, muitas vezes é uma dentina que
não dói pois já se mineralizou quase a ponto do tubo se fechar, então o
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prolongamento do odontoblastos não chega ali naquela parte superficial. É
mais comum em pré-molar.

 Dentina terciária:
Dentina formada frente à um estimulo agressor;
Nova dentina que se forma no teto da câmara pulpar na região
correspondentes aos odontoblastos agredidos por estímulos externos:
o Dentina terciária reacional  Formada por odontoblastos que já
estavam ali, então ele só reage contra esse estímulo;
o Dentina terciária reparadora  São células da polpa indiferenciadas
que vão migrar para essa região da junção dentina-polpa e vão se
diferenciar em odontoblastos para daí fazer uma deposição de dentina
mais acelerado evitando esse tipo de agressão.

3. Como limpar?
 O dente antes de receber o material restaurador deverá apresentar-se devidamente limpo, seco e
livre de contaminação...
 Sempre que cavitar vai formar resto de tecido necrótico, quando vai fazer a limpeza. Esse resto de
tecido necrótico é conhecido como Smear Layer;
 Smear Layes (Camada agregada, barro ou lama dentinária):
 O termo “smear layer” é mais usado para descrever os microfragmentos ou microdetritos
deixados sobre a dentina durante o preparo cavitário. O termo também se aplica a qualquer
tipo de fragmento produzido iatrogenicamente pelo corte ou desgaste, não somente da
dentina mas também do esmalte, cemento e mesmo da dentina do canal radicular.
 Consiste de duas camadas (classificação): a camada externa superficial e amorfa (“smear
on”), agregada sobre superfície dentinária, em cima dos os túbulos, e a interna (“smear in”
ou “plug”), formada por micropartículas que forçadamente penetram por alguns
micrometros na interior do complexo tubular da dentina.

 Agentes de limpeza:
 Biocompatibilidade  do material de proteção e do material de limpeza:
 Não deve ser irritantes aos tecidos bucais apresentar uma concentração, atividade
tensiométrica, eletrolítica e pH aceitáveis ao meio bucal.
 Os agentes desmineralizantes são a parte dos ácidos, e o não desmineralizantes são os
agentes que vão atuar mais pela força do impacto, pelo esfregaço que vai se soltar.
 Eles sã utilizados independente da profundidade das cavidades.
 Geralmente tem-se dois materiais que se utiliza mais, quando se tem uma exposição
pulpar vai-se utilizar mais a água do que o hidróxido de cálcio, e quando não tem uma
exposição pulpar geralmente o material de eleição é a clorexidina, mas todos os
materiais que são não desmineralizantes dentro de um princípio de lógica, sem contar a
exposição pulpar, podem ser utilizados para todas as cavidades, desde a cavidade
superficial/rasa até as cavidades mais profundas.

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 Agentes desmineralizantes e não desmineralizantes
 Não desmineralizantes:
Vai manter a smear layer ali, e vai tirar realmente o tecido que está mais solto
Ação de lavagem, removendo os detritos pela força do impacto do jato da
substância ou por esfregaço.
Germicidas  vão matar os germes, como é o caso da água oxigenada.
Detersivos (similares à detergentes);
Soluções de clorexidina;
Alcalinizantes (hidróxido de cálcio P.A)
 Desmineralizantes:
O que vai remover a smear layer são os agentes desmineralizante. Os ácidos
mais fracos removem parcialmente, e os ácidos mais fortes removem quase na
totalidade.
Considerados bons limpadores por reagirem com os microfragmentos
dentinários, removendo total ou parcialmente a “smear layer”
Esse tipo de produto vai ser utilizado em cavidades mais superficiais, rasa e
média, já quando for profunda e bastante profunda já não utiliza o ácido de
forma direta;
Ácido fosfórico  quando for colocar uma resina composta;
Ácido poliacrílico (vidrion)  quando for colocar cemento de ionômero de
vidro, principalmente modificado por resina.
E.D.T.A  mais utilizado na endodontia para fazer limpeza de canal radicular;
Ácidos (utilizados na periodontia):
o Fluorídrico;
o Maleico;
o Bórico;
o Cítrico.

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4. Como proteger:
 Fatores a considerar/avaliar:
 Idade do paciente;
 Profundidade da cavidade;
 Condição pulpar
 Materiais de proteção que utiliza:
 Técnicas de proteção do complexo dentinopulpar:

4.1 Idade do paciente:


 Volume da polpa diminui com o aumento da idade;

4.2 Profundidade da cavidade


4.2.1 Cavidade superficial:
 Podem estar aquém, ao nível ou ultrapassando ligeiramente a junção amelodentinária.
4.2.2 Cavidade rasa:
 Estabelecidas para lesões incipientes, com parede de fundo localizada entre 0,5 a 1,0 mm
além da junção amelodentinária.
4.2.3 Cavidade média:
 Atingem até a metade da espessura de dentina remanescente (1 a 2 mm além da junção
amelodentinária).
4.2.4 Cavidade profunda:
 Ultrapassam a metade da espessura da dentina, mantendo cerca de 0,5 mm de dentina
remanescente.
4.2.5 Cavidade bastante profunda:
 O assoalho dentinário, na porção mais profunda, fica a 0,5 mm ou menos da polpa.

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4.3 Condição Pulpar
4.3.1 Anamnese:
 Dor Dentinária X Dor pulpar
 Dor dentinária:
Costuma ser aguda, lancinante (dor que vai alta, depois volta ao normal) e
localizada;
Acontece pelo toque, frio, ácido, açúcar e desidratação;
Desaparece com a remoção do estímulo.
 Dor pulpar:
Polpa potencialmente reversível  pode fazer um tratamento mais conservador
Polpa provavelmente irreversível  não adianta tentar colocar um material
biocompatível em cima da polpa pois ela não vai responder de maneira
satisfatória.
4.3.2 Exame clínico:
 Palpação;
 Percussão vertical (bate na incisal)  ao sentir dor, o problema é no periápice;
 Percussão lateral (bate na vestibular) ao sentir dor é sinal de um problema no ligamento
periodontal, logo é um problema periodontal.
 Testes térmicos:
Resposta ao frio e calor.
 Teste de cavidade  não anestesia e vai passando a broca, se não sentir dor ao toque,
significa que aquele dente não tem mais capacidade de responder, o dente já está para
necrosar.
4.3.3 Exame radiográfico:
 Faze uma avaliação da condição daquele dente radiograficamente;
 Interproximal  radiografia para dentes posteriores;
 Periapical  radiografia para dentes anteriores.

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