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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


CURSO

DE

ANALISE DE SISTEMAS LINEARES


Agradecimentos:

Ao professor Antonio de Pádua Finazzi, principal responsável pelo desenvolvimento do


software para simulação de equações diferenciais lineares, parte integrante deste
curso;

Ao Engenheiro Eletricista Nilo Sérgio Soares Ribeiro pela colaboração na etapa inicial
e na padronização de diagramas;

Aos alunos de várias turmas da disciplina Análise de Sistemas Lineares do Curso de


Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso, pelas contribuições na
identificação de erros tanto no corpo deste material quanto nos resultados do software;

A todos aqueles que incentivaram a confecção deste material didático.


Neste material didático constam exemplos retirados de Apostilha da disciplina de
Análise de Sistemas Lineares, já ministrada no Curso de Engenharia Elétrica na
Universidade Federal da Paraíba - UFPB, assim como exemplos retirados da
disciplina de Transitórios Eletromagnéticos, do Curso de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal de Uberlândia - UFU.
INDICE

• TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS:


ANÁLISE NO DOMÍNIO DO TEMPO 01

o Introdução 02

o Equações diferenciais lineares 02

o TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES ESTACIONÁRIOS


SUBMETIDOS A SINAIS CONTÍNUOS: ANÁLISE CC 02

ƒ Equações diferenciais lineares homogeneas de primeira ordem 02


ƒ Equações diferenciais lineares não homogeneas de primeira
ordem 06
ƒ Determinação das equações a partir da análise física dos
parâmetros do sistema 16
ƒ Equações diferenciais lineares homogeneas de segunda ordem 20
ƒ Equações diferenciais lineares não homogeneas de segunda
ordem 37

o TRANSITÓRIOS DE SISTEMAS LINEARES ESTACIONÁRIOS


SUBMETIDOS A SINAIS ALTERNADOS: ANÁLISE AC 40
ƒ Determinação da solução particular 40
ƒ Determinação da solução geral 60
• Circuitos de primeira ordem 61
• Circuitos de segunda ordem 73

• TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS:


ANÁLISE NO DOMÍNIO S - TRANSFORMADA DE LAPLACE. 84

O Introdução 85

o TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS


SUBMETIDOS A SINAIS CONTÍNUOS: ANÁLISE CC 89

ƒ Circuitos de primeira ordem 89

• Método da decomposição em frações parciais 92


• Fórmula de Heaviside. 96
• Circuitos com condições iniciais nulas 101
• Circuitos com condições iniciais não nulas 104

ƒ Circuitos de segunda ordem 107


ƒ Teorema do valor inicial e teorema do valor final 129

o TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS


SUBMETIDOS À FUNÇÃO DEGRAU E À FUNÇÃO IMPULSO. 133
ƒ Resposta ao degrau 133
ƒ Resposta ao impulso 136

o TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS


SUBMETIDOS A SINAIS CONTÍNUOS: ANÁLISE AC. 138

ƒ Circuitos de primeira ordem 138


ƒ Circuitos de segunda ordem 144

• TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS:


ANÁLISE NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA - SÉRIES DE FOURIER. 148

o Introdução 149
o Series trigonométricas de Fourier 149
o Series exponenciais de Fourier 152
o Representação de sinais periódicos não senoidais 159

ƒ Forma de onda 159


ƒ Teorema de Fourier 159
ƒ Espectro 159
ƒ Espectograma 159

• TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS:


CONVOLUÇÃO 184

o Introdução 185
o Convolução de funções 185
o Propriedades 185
o Convolução entre dois pulsos retangulares 186
o Teorema da convolução 187
o Teorema da convolução no domínio da frequência 190

ƒ Transformada de Fourier: Função pulso retangular. 191


ƒ Transformada de Fourier: Função pulso unitário 192

• CÓDIGOS MATLABRCÍCIOS RESOLVIDOS 194


Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
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TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS:


ANÁLISE NO DOMÍNIO DO TEMPO

Acredite na sua capacidade de raciocínio. PENSE!

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INTRODUÇÃO

Os conhecimentos matemáticos relativos a equações diferenciais são importantes


ferramentas na análise de sistemas lineares, tendo em vista a possibilidade de
representação desses sistemas por meio de equações diferenciais, denominadas
equações descritivas do sistema.

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES

Uma equação diferencial de ordem n é dada por:

dn d n −1 d
a n n y (t ) + a n−1 n −1 y (t ) + ⋅ ⋅ ⋅ + a1 y (t ) + a 0 y (t ) = x(t ) (1)
dt dt dt

A função x(t) representa o sinal de entrada do sistema e é denominada de função


de excitação. Os coeficientes ai são constantes e dependem dos valores dos parâmetros
do sistema. Restringiremos nosso interesse às equações diferenciais tanto de primeira,
quanto de segunda ordem devido a terem ampla aplicabilidade na representação de
sistemas na área de Engenharia Elétrica.

TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES ESTACIONÁRIOS


SUBMETIDOS A SINAIS CONTÍNUOS: ANÁLISE CC

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES HOMOGENEAS DE PRIMEIRA


ORDEM

Uma equação diferencial linear homogênea de primeira ordem é dada por:

d
y (t ) + a0 y (t ) = 0 (2)
dt

Cuja solução, denominada solução homogênea, pode ser determinada conforme


segue:
d
y (t ) = − a 0 y (t )
dt

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Separando as variáveis e integrando ambos os membros

dy (t )
∫ = − ∫ a0 dt → ln y (t ) + c1 = −a 0 t + c 2
y (t )

Aplicando exponencial e fazendo c = c 2 − c1

− a t +c −a t c
y (t ) = e 0
, ou y (t ) = e 0 e

Fazendo, k = e c e y h (t ) = y (t ) temos:

−a t
y h (t ) = ke 0
(3)

A constante k engloba as constantes de integração e depende das condições


iniciais. Nas aplicações em Engenharia Elétrica essa constante depende da energia
inicial armazenada no campo magnético dos elementos indutivos ou no campo elétrico
dos elementos capacitivos, do sistema.

A solução homogênea está associada ao regime transitório e representa o


comportamento natural ou livre do sistema, por essa razão também é conhecida como
solução natural ou livre do sistema.

EXEMPLO LITERAL 1

Considere que um circuito RC série, submetido a um sinal de entrada x(t ) = E ,


encontra-se em regime permanente e que, em t=0, instantaneamente, o sinal de entrada
é retirado e em seu lugar é chaveado um curto circuito. Determine a equação da
corrente do circuito para t ≥ 0 .

Inicialmente é necessário identificar as condições iniciais. Antes do


chaveamento o capacitor estava plenamente carregado, ou seja:
vC (0−) = E; i (0−) = 0 e v r (0−) = 0 . Depois do chaveamento o capacitor irá se
descarregar, assegurando uma circulação de corrente no circuito, assim:

E
i ( 0) = −
R
vc ( 0 ) = E
vr ( 0 ) = − E

O capacitor não permite mudanças bruscas de tensão: vC (0−) = vC (0) = vC (0+) .

O passo seguinte é encontrar a equação descritiva do circuito que pode ser


determinada com o auxílio da Lei de Kirchhoff , da Lei de Ohm e das equações que
regem o comportamento físico dos parâmetros do sistema, como segue:

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LKT:
v r (t ) + v c (t ) = 0 (4)

Modelando a equação (4) em termos da corrente i(t), temos:

1
C∫
Ri (t ) + i (t )dt = 0

Eliminando a integral

d 1 d
C dt ∫
R i (t ) + i (t ) dt = 0
dt

Rearranjando, e fazendo o coeficiente da derivada de maior ordem a1 = 1, temos


a equação descritiva da corrente do circuito:

d 1
i (t ) + i (t ) = 0 (5)
dt RC

Que é uma equação diferencial linear homogênea de primeira ordem, portanto


conforme a equação (3) a solução homogênea associada será:

− t
ih ( t ) = k e RC

Que pode ser apresentada em função da constante de tempo τ = RC

− t
ih ( t ) = k e τ (6)

Fazendo t=0

i h (0 ) = k = −
E
R

Substituindo na equação (6) e fazendo i (t ) = i h (t ) temos:

t
E −τ
i (t ) = − e , para t ≥ 0 (7)
R

As equações para as demais grandezas do circuito: v r (t ) e vc (t ) , podem ser


facilmente obtidas, como segue:

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Pela Lei de Ohm :


− t
vr (t ) = R ih ( t ) = − E e τ

Pela Lei de Kirchhoff :


−t
vc (t ) = − vr (t ) = E e τ

O comportamento das grandezas ao longo do tempo pode der observado na


figura abaixo:

-E

-E/R

Fig.1 – Comportamento físico das grandezas do circuito RC série

Analise a influência da constante de tempo τ no comportamento das grandezas


do circuito e observe que em cerca de cinco constantes de tempo o circuito praticamente
já alcançou o regime permanente.

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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES NÃO HOMOGENEAS DE


PRIMEIRA ORDEM

Uma equação diferencial linear não homogênea de primeira ordem é dada por:

d
y (t ) + a 0 y (t ) = x(t ) (8)
dt

Essa equação diferencial admite para além da solução homogênea outra solução
denominada solução particular, de modo que a respectiva solução geral é:

y (t ) = y h (t ) + y p (t ) (9)

A solução particular pode ser determinada utilizando uma função auxiliar u(t),
também denominada fator de integração, como segue:

d d d
y p (t ) u (t ) + y p (t ) u (t ) = [ y p (t ) u (t ) ] (10)
dt dt dt

Multiplicando a equação (8) por u(t) e fazendo y p (t ) = y (t ) , temos:

d
y p (t ) u (t ) + a0 y p (t ) u (t ) = x(t ) u (t ) (11)
dt

Comparando as equações (10) e (11):

d
u (t ) = a 0 u (t ) (12)
dt

d
 y p (t ) u (t ) ] = x(t ) u (t ) (13)
dt 

Da equação (12)

+a t
u (t ) = ke 0

Substituindo na equação (13) e integrando os dois membros, temos:

d  +a t +a t
∫ y p (t ) ke 0  dt = ∫ x(t ) ke 0 dt
dt  

ou
+ a0t + a0t
y p (t ) ke = k ∫ x(t ) e dt

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A solução particular é, então, dada por:

− a0t + a0t
y p (t ) = e ∫ x(t ) e dt (14)

Essa solução está associada ao regime permanente e representa o comportamento


forçado do sistema, por essa razão também é conhecida como solução forçada ou não
natural do sistema.

Assim, a solução geral de uma equação diferencial homogênea de primeira


ordem será dada por:

− a0t − a0t + a0t


y (t ) = ke +e ∫ x(t ) e dt (15)

A constante k depende das condições iniciais e está associada à energia inicial


armazenada no campo magnético dos elementos indutivos ou no campo elétrico dos
elementos capacitivos do sistema.

EXEMPLO LITERAL 2

Considere um sistema representado por um circuito RC série, alimentado em t=0


por um sinal de entrada contínuo x(t ) = E . Assumindo que a tensão inicial no capacitor
é vc (0) = vc 0 determinar a equação para a corrente, i(t) série do circuito.

As condições iniciais dos parâmetros do sistema são:

i (0) =
( E − vC 0 )
R
vr (0) = E − vC 0
vc (0) = vC 0

LKT:
vr (t ) + v c (t ) = E (16)

Modelando (16) em função da corrente i(t)

1
C∫
Ri (t ) + i (t ) dt = E

Derivando ambos os lados para eliminar a integral, temos:

d d 1 d
Ri (t ) + ( ∫ i (t ) dt ) = E
dt dt C dt

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Resolvendo e fazendo o coeficiente da derivada de maior ordem a1 = 1, a


equação descritiva da corrente do sistema será:

d 1
i (t ) + i (t ) = 0 (17)
dt RC

Trata-se de uma equação diferencial linear não homogênea de primeira ordem.


Assim sendo, a solução homogênea associada será:

− 1 t
ih (t ) = k e RC (18)

Fazendo t=0 e i (t ) = i h (t )

E − vC 0
i ( 0) = k =
R
Assim,
E − vC 0 − RC
1 t
i (t ) = e (19)
R

Sendo τ = RC a constante de tempo do circuito, então

E − vC 0 −τt
i (t ) = e , para t ≥ 0 (20)
R

Conhecendo a equação da corrente série do circuito é possível determinar as


tensões no resistor e no capacitor, como segue:

− t
(
vr (t ) = Ri (t ) = E − vC 0 e τ ) (21)

1 E − vC 0 −τ
t
1
vc (t ) =
C ∫ i (t )dt = ∫
C R
e dt
ou
− t
( )
vc (t ) = − E − vC 0 e τ + C (22)

Onde C é a constante de integração

Fazendo t = 0 em (22), tem-se:

( )
v c ( 0) = − E − v C 0 + C = v C 0
ou
C=E

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Substituindo na equação (22), tem-se:

−t
( )
vc (t ) = − E − vC 0 e τ + E , para t ≥ 0 (23)

Que também pode ser apresentada na forma

−t −t
vc (t ) = E (1 − e τ ) + vC 0 e τ , para t ≥ 0 (24)

Observe que a tensão no capacitor ou no resistor também poderia ser encontrada


utilizando a Lei de Kirchhoff . Por exemplo:

v r (t ) +v c (t ) = E

v c (t ) = −v r (t ) + E (25)

Substituindo a equação (21) na equação (25), temos:

− t
( )
vc (t ) = − E − vC 0 e τ + E

Atente, também, para o fato de que as tensões tanto no resistor quanto no


capacitor podem ser determinadas por meio das respectivas equações descritivas que
podem ser encontradas utilizando o mesmo procedimento adotado para determinar a
corrente i(t), ou substituindo as equações que regem o comportamento físico dos
parâmetros do sistema na equação descritiva da corrente. De modo que as equações
características para vc (t ) e vr (t ) serão, respectivamente:

d 1 E
vc (t ) + vc (t ) = (26)
dt RC RC
e
d 1
vr (t ) + vr (t ) = 0 (27)
dt RC

O comportamento das variáveis do sistema, ao longo do tempo, está apresentado


nos gráficos a seguir:

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E
E-vc0

vc0

(a)

vc0

E-vc0

(b)
Fig.2 – Comportamento das tensões a ) vC 0 < E ; b) vC 0 > E

EXEMPLO LITERAL 3

Considere um sistema representado por um circuito RL série, alimentado no


instante t=0 por um sinal de entrada contínuo x(t) = E. Sabendo-se que a corrente inicial
no indutor é nula determinar as equações das grandezas do circuito.

O circuito está submetido às seguintes condições iniciais:

i (0) = 0
vr (0) = 0
v L (0) = E

O indutor não permite mudanças bruscas de corrente: i (0−) = i (0) = i (0+ )

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LKT:
v r (t ) + v L (t ) = E

Modelando em termos da corrente i(t)

d
Ri (t ) + L i (t ) = E
dt

Rearranjando e fazendo o coeficiente da derivada de maior ordem a1 = 1, a


equação descritiva da corrente será:

d R E
i (t ) + i (t ) = (28)
dt L L

Trata-se de uma equação diferencial linear não homogênea de primeira ordem,


que admite duas soluções: uma homogênea e a outra particular. Assim sendo, a solução
geral é determinada conforme segue:

i (t ) = i (t ) + i p (t )
h

A solução homogênea associada será

−R t
ih (t ) = k e L

E a solução particular, por sua vez, é dada por:

R R
− t E +Lt E
i p (t ) = e L ∫ L e dt = R

Assim, a solução geral será:

R
− t E
i (t ) = k e L + (29)
R

Fazendo t=0

E
i p (0) = k + =0
R
Daí,
E
k =−
R

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Substituindo em (29), a solução geral do sistema será dada por:

R
E E − Lt
i (t ) =− e (30)
R R
L
Sendo τ = a constante de tempo do circuito, então
R

t
E E −
i (t ) = − e τ , para t ≥ 0
R R

ou
t
E −
i (t ) = (1 − e τ ) , para t ≥ 0
R

Conforme já apresentado, a partir da equação da corrente série do circuito é


possível determinar as tensões no resistor e no indutor, como segue:

t t
− −
vr (t ) = Ri (t ) = E − E e τ = E (1 − e τ ) , para t ≥ 0 (31)

d d  E −t 
v L (t ) = L i (t ) = L (1 − e τ )
dt dt  R 

ou
−t
v L (t ) = E e τ , para t ≥ 0 (32)

Outra forma de determinar essas grandezas é utilizar a Lei de Kirchhoff ,


conforme apresentado a seguir para v L (t ) :

LKT:
v r (t ) + v L (t ) = E

vL (t ) = E − Vr (t ) (33)

Substituindo a equação (32) em (33), temos:

− t
vL (t ) = E − ( E − E e τ )

ou
−t
vL (t ) = E e τ , para t ≥ 0

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As tensões tanto no resistor quanto no indutor também podem ser determinadas


por meio das respectivas equações descritivas utilizando o mesmo procedimento
adotado para determinar a corrente i(t) ou substituindo as equações que regem o
comportamento físico dos parâmetros do sistema na equação descritiva da corrente. De
modo que as equações características para v L (t ) e vr (t ) serão, respectivamente:

d R
v L (t ) + v L (t ) = 0 (34)
dt L

e
d R R
v r (t ) + v r (t ) = E (35)
dt L L

O comportamento das grandezas do circuito, ao longo do tempo, está


apresentado na figura abaixo:

E/R

-E/R

Fig.3 - Comportamento das grandezas do circuito RL série

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EXEMPLO NUMÉRICO 1

Considere um circuito RC série, com R=5 ohm e C = 5 m F, submetido, no


instante t=0, a um sinal contínuo (DC) de 120 volts. Sabendo-se que a tensão inicial no
capacitor é vc (0) = 0 volts, determinar as equações para a tensão no capacitor.

Pela equação (26) a equação descritiva é dada por:

d
vc (t ) + 40 vc (t ) = 4800
dt

Cuja solução geral, conforme a equação (15) será,

vC (t ) = ke −40t + 120 (36)

Fazendo t=0,

vC (0) = k + 120 = 0
Daí,
k = −120

Substituindo na equação (36):

vC (t ) = 12 0e−40t + 120 para t ≥ 0


,
Ou
vC (t ) = 120 (1 − e−40t ) , para t ≥ 0

Que poderia ser obtida diretamente pela equação (24)

Fig.4 – Forma de onda da tensão no capacitor

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EXEMPLO NUMÉRICO 2

Considere um circuito RL série, com R=10 ohm e L=20 m H, submetido, no


instante t=0, a um sinal contínuo (DC) de 120 volts. Sabendo-se que a corrente inicial
no indutor iL (0) = 0 , determinar as equações para a tensão no indutor.

Pela equação (34) a equação descritiva é dada por:

d
v (t ) + 500 vL (t ) = 0
dt L

Cuja solução geral, conforme a equação (15) será,

−500 t
v L (t ) = k e (37)

Fazendo t=0,

vL (0) = k = 120

Substituindo na equação (37):

vL (t ) = 120 e −500 t , para t ≥ 0

Que poderia ser obtida diretamente pela equação (32)

Fig.5 – Forma de onda da tensão no indutor

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DETERMINAÇÃO DAS EQUAÇÕES A PARTIR DA ANÁLISE FÍSICA DOS


PARÂMETROS DO SISTEMA

Nos sistemas de primeira ordem submetidos a sinais de entrada do tipo contínuo


é possível determinar as equações das grandezas sem a necessidade do desenvolvimento
matemático anteriormente apresentado. Para tanto, é necessário identificar as condições
iniciais e as condições finais da grandeza em análise, e considerá-las na equação (15),
lembrando-se que a solução particular corresponde ao regime permanente.

EXEMPLO NUMÉRICO 3

Considere um circuito RC série, com R=5 ohm e C = 5 m F, submetido, no


instante t=0, a um sinal contínuo (DC) de 12 volts. Sabendo-se que a tensão inicial no
capacitor é Vc (0) = 2 volts, determinar as equações para todas as variáveis do sistema.

Em regime permanente o capacitor estará com carga máxima, ou seja: a tensão


em seus terminais será igual ao sinal de entrada de 12 volts e, portanto, a corrente será
igual à zero. Assim, as condições iniciais e finais do sistema serão:

i ( 0) = 2 A i (∞ ) = 0 A
vr (0) = 10 v vr (∞) = 0 v
v c ( 0) = 2 v v c (∞ ) = 12 v

A solução geral é a soma da solução homogênea com a solução particular.


Assim, as equações para cada grandeza do circuito, são facilmente obtidas, como segue:

a) Para a corrente i (t )

i(t ) = k e−40t + 0 , onde ip (t ) = i (∞ )

i ( 0) = k = 2

i(t ) = 2 e−40t , para t ≥ 0

Fig. 6 – Forma de onda da corrente do circuito

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b) Para a tensão vr (t )

vr (t ) = k e−40t + 0 , onde vrp (t ) = vr (∞)

vr (0) = k = 10

vr (t ) = 10 e−40t , para t ≥ 0

Fig. 7 – Forma de onda da tensão no resistor

c) Para a tensão vc (t )

vc (t ) = k e −40t + 12 , onde vcp (t ) = vc (∞)

vc (0) = k + 12 = 2 → k = −10

vc (t ) = −10 e−40t + 12 , para t ≥ 0

Fig. 8 – Forma de onda da tensão no capacitor

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EXEMPLO NUMÉRICO 4

Considere um circuito RL série, com R=5 ohm e L = 25 m H, submetido, no


instante t=0, a um sinal contínuo (DC) de 50 volts. Sabendo-se que a energia inicial
armazenada no campo magnético do indutor é nula, determinar as equações para todas
as variáveis do sistema.

Em regime permanente a corrente no indutor será máxima, ou seja: a tensão em


seus terminais será igual à zero. Assim, as condições iniciais e finais do sistema serão:

i ( 0) = 0 A i (∞ ) = 10 A
v r ( 0) = 0 v vr (∞) = 50 v
v L (0) = 50 v v L (∞ ) = 0 v

Assumindo que a solução geral é a soma da solução homogênea com a solução


particular, podemos facilmente determinar as equações para cada grandeza do circuito,
como segue:

a) Para a corrente i (t )

i(t ) = k e−200t + 10 , onde ip (t ) = i (∞ )

i (0) = k + 10 = 0 → k = −10

i(t ) = 10 (1 − e−200t ) , para t ≥ 0

Fig. 9 – Forma de onda da corrente no circuito

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b) Para a tensão vr (t )

vr (t ) = k e −200t + 50 , onde vrp (t ) = vr (∞)

vr (0) = k + 50 = 0 → k = −50

vr (t ) = 50 (1 − e−200t ) , para t ≥ 0

Fig. 10 – Forma de onda da tensão no resistor

c) Para a tensão v L (t )

−200 t
vL (t ) = k e , onde v Lp (t ) = v L (∞)

v (0) = k = 50
L

vL (t ) = 50 e−200 t , para t ≥ 0

Fig. 11 – Forma de onda da tensão no indutor

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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES HOMOGENEAS DE SEGUNDA ORDEM

Uma equação diferencial linear de segunda ordem do tipo:

d2 d
2
y (t ) + a1 y (t ) + a0 y (t ) = 0 (38)
dt dt

Admite uma solução homogênea a qual pode ser determinada como segue:

Inicialmente é necessário transformar a equação (38) em uma equação de


primeira ordem, o que é possível fazendo:

d
D= (39)
dt

Substituindo na equação (38),

( D 2 + a1 D + a 0 ) y (t ) = 0 (40)

De onde podemos destacar:

D 2 + a1 D + a 0 = 0 (41)

Que é a equação característica do sistema e admite duas soluções ou raízes.


Assim, a equação (40) pode ser apresentada em função das raízes r1 e r2, como segue:

(D − r1 )(D − r2 ) y(t ) = 0 (42)

Assumindo

(D − r2 ) y(t ) = u(t ) (43)

então
(D − r1 )u(t ) = 0
ou
Du(t ) − r1u (t ) = 0

Utilizando a equação (39)

d
u (t ) = r1u (t ) (44)
dt

Daí,
+r t
u (t ) = c1e 1 (45)

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Substituindo a equação (44) na equação (43)

d +r t
y (t ) − r2 y (t ) = c1e 1
dt

Que é uma equação diferencial linear não homogênea de primeira ordem, cuja
solução geral, utilizando a equação (15) será:

+r t +r t + r t −r t
y (t ) = ke 2 + e 2 ∫ c1e 1 e 2 dt

Rearranjando
+r t + ( r − r )t
y (t ) = e 2 (k + ∫ c1e 1 2 dt )
ou
−r t + ( r − r )t
y (t ) e 2 = k + c1 ∫ e 1 2 dt (46)

Resolvendo a integral

−r t 1 + ( r − r )t
y (t ) e 2 = c1 e 1 2 + (c + k )
(r1 − r2 )

Onde c é a constante de integração e k é a constante da solução homogênea.


Considerando c 2 = (c + k )

−r t c1 + r t −r t
y (t ) e 2 = e 1 e 2 + c2
(r1 − r2 )

c1
Fazendo k1 = e k = c , a solução homogênea para r1 ≠ r2 ∈ R será:
(r1 − r2 ) 2 2
rt r t
y h (t ) = k1e 1 + k e 2 (47)
2

No o caso da equação característica (41) apresentar r1 = r2 = r , a equação (46) será:

y (t ) e − rt = k + c1 ∫ dt
ou
y(t ) = ( k + c1t ) ert

Fazendo k1 = k e k2 = c1 então:

yh (t ) = ( k1 + k2t ) ert = k1 ert + k2t ert (48)

Que corresponde à solução homogênea do sistema quando r1 = r2 = r

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Por fim, quando a equação característica (41) apresentar r1 ≠ r2 ∈ C , onde

r1,2 = −α ± jω

Então a equação (47) pode ser escrita na forma que segue:

( −α + jω )t ( −α − jω )t
yh (t ) = k1e + k2e

Rearranjando e separando os expoentes reais dos expoentes complexos, tem-se:

yh (t ) = k1e −α t e + jωt + k2e −α t e − jωt


ou
yh (t ) = e −α t ( k1e + jωt + k2e − jωt ) (49)

Recorrendo às equações de EULER:

e + jωt = cos(ωt ) + jsen(ωt )


e − jωt = cos(ωt ) − jsen(ωt )

A equação (49) pode ser apresentada na seguinte forma:

{
yh (t ) = e−α t k1 cos (ωt ) + jsen (ω )  + k2 cos (ωt ) − jsen (ωt )  }
Separando as partes reais das imaginárias, tem-se:

yh (t ) = e−α t [( k1 + k2 ) cos(ωt )+ j( k1 −k2 ) sen(ωt )]

Fazendo k1+k2 = c1 e j(k1 - k2) = c2, então,

y h (t ) = e −αt [c1 cos(ωt ) + c 2 sen (ωt )] (50)

Que é a solução homogênea do sistema quando r1 e r2 ∈ C

Para determinar os valores das constantes k1 e k 2 ou c1 e c2 é necessário


identificar duas condições iniciais para cada grandeza, quais sejam: o valor da grandeza
e a respectiva derivada, no instante t = t 0 . Essas constantes dependem da energia inicial
armazenada nos campo elétrico e campo magnético, do sistema. Uma das condições é o
valor da variável no instante inicial e a outra é a primeira derivada dessa variável nesse
mesmo instante, que pode ser determinada a partir de uma das equações apresentadas a
seguir, tendo como referência um circuito RLC série, alimentado por um sinal v = E .

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d v − vCO − Ri0 d
i (0) = , vem de vL (t ) = L i (t ) e da LKT (51)
dt L dt

d i d
vC (0) = 0 , vem de iC (t ) = C vC (t ) (52)
dt C dt

d d  v − vCO − RiO 
vR (0) = R i (0) = R   , vem de vR = Ri (Lei de Ohm) (53)
dt dt  L 

d d
vL (0) = [ v − vR (0) − vC (0) ] , vem de:
dt dt
vL (t ) = v − vR (t ) − vC (t ) ( Lei de Kirchhoff ) (54)

As equações descritivas de um circuito RLC série são:

LKT:
v r (t ) + v L (t ) + vc (t ) = E (55)

Modelando a equação (55) em termos:

a) da corrente:

d 1
R i (t ) + L i (t ) + ∫ i (t ) dt = E
dt C

Eliminando a integral e rearranjando

d2 R d 1
2
i (t ) + i (t ) + i (t ) = 0
dt L dt LC

b) da tensão no resistor:

d 1
vr (t ) + L i (t ) + ∫ i (t ) dt = E
dt C

v(t )
Fazendo i (t ) = , e eliminando a integral
R
d2 R d 1
v r (t ) + v r (t ) + v r (t ) = 0
dt 2 L dt LC

c) da tensão no capacitor:
d
R i (t ) + L i (t ) + vC (t ) = E
dt

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d
Fazendo i (t ) = C vC (t ) ,
dt

d d  d 
RC vC (t ) + L C vC (t )  + vC (t ) = E
dt dt  dt 

ou
d2 R d 1 E
2
vC (t ) + vC (t ) + vC (t ) =
dt L dt LC LC

d) da tensão no indutor:

1
C∫
R i (t ) + vL + i (t ) dt = E

1
L∫ L
Fazendo i (t ) = v (t ) dt ,

1 1 1 
R
L ∫ vL (t ) dt + vL + ∫  ∫ vL (t ) dt  dt = E
C L 
ou
d2 R d 1
v L (t ) + v (t ) + v (t ) = 0
dt 2 L dt L LC L

Observe que a equação característica é a mesma para todas as grandezas do


sistema. O que difere de uma solução para outra é o fato de que as condições iniciais
específicas de cada grandeza são diferentes e, conseqüentemente, as constantes k1 e k 2
ou c1 e c2 são, também, distintas. Em outras palavras, a solução homogênea genérica
em termos de k1 e k 2 ou c1 e c2 é a mesma para todas as grandezas do sistema.

EXEMPLO LITERAL 4

Considere um circuito RLC série no qual é chaveado um sinal de entrada


contínuo. Sabendo-se que no instante inicial a energia armazenada tanto no campo
magnético quanto no campo elétrico era nula, determine a equação para a corrente do
circuito, após o chaveamento.

LKT:
v r (t ) + v L (t ) + vc (t ) = E

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A equação descritiva será:

d2 R d 1
2
i (t ) + i (t ) + i (t ) = 0 (56)
dt L dt LC

Cuja equação característica correspondente tem a forma:

R 1
D2 + D+ =0
L LC

E admite a seguinte solução:

12
R  R  4 
2
− ±   − 
L  L  LC 
r1,2 =  
2

Rearranjando,

12
R  R  1 
2
r1,2 = − ±   −  (57)
2 L  2 L  LC 
 

Ou, no caso de raízes complexas:

12
R  1  2  R  2 
r1,2 = − ± j   −    (58)
2L  LC   2 L  
 

Que pode ser apresentada na forma que segue

r1,2 = −α ± jω n

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Em função dos valores dos parâmetros: R, L e C do circuito a equação (57)


admite três soluções: raízes reais e diferentes, raízes reais e iguais e, raízes complexas e
conjugadas. Essas soluções correspondem a sistemas sobre amortecidos, criticamente
amortecidos e oscilatórios, respectivamente e podem ser observadas nas figuras abaixo:

Fig.12- Forma de onda da corrente do circuito

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RESUMO:

A solução homogênea para cada caso será:

Se ∆ > 0 → Sobreamortecimento

rt rt
i (t ) = k1 e 1 + k e 2
2

Se ∆ = 0 → Criticamente Amortecido

i (t ) = (k + c1t ) ⋅ e rt

Se ∆ < 0 → Oscilação

( )
i (t ) = e−α t c1 cos ωnt + c2 sen ωnt  ( )
No caso das raízes complexas alguns parâmetros devem ser destacados:

12
 1  2  R  2 
ωn =   −   = frequência angular natural
 LC   2 L  

1
ω0 = = frequência angular natural não amortecida
LC

R
α=
2L

e −αt = fator de amortecimento

α 2 = ω02 − ωn
2

ω02 = α 2 + ωn 2

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Dependendo da localização das raízes no plano complexo é possível identificar a


estabilidade do sistema, conforme apresentado na figura abaixo:

Fig. 13 – Localização das raízes no plano complexo

A estabilidade do sistema está diretamente associada aos parâmetros R, L e C do


circuito. Tendo a equação (57) ou (58) como referência, analise a influência da variação
de cada parâmetro na estabilidade de um sistema de segunda ordem.

Nos gráficos da figura que segue é possível identificar a influência da variação


do parâmetro R na estabilidade do sistema.

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(R>>>)

(R>)

(R<<<)

(R=0)

Fig. 14 – Influência da variação de R no comportamento das tensões do circuito

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(R>>>)

(R>)

(R<<<)

(R=0)

Fig. 15 – Influência da variação de R no comportamento da corrente do circuito

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EXEMPLO NUMÉRICO 5

Um circuito LC série é submetido ao chaveamento de um sinal de entrada


contínuo v=100 volts. Considerando que L = 20 mH ; C = 5 mF e que no instante inicial
a energia armazenada no sistema era nula, determinar as equações das grandezas do
circuito.

LKT:
v L (t ) + vC (t ) = 100

Modelando a corrente,

d 1
L i (t ) + ∫ i (t ) dt = 100
dt C

A equação descritiva será:

d2 1
2
i (t ) + i (t ) = 0
dt LC

d2
i (t ) + 10.000 i (t ) = 0
dt 2

Logo, a equação característica,

D 2 + 10.000 = 0

Apresenta as seguintes raízes:

r1,2 = j 100

Conforme a equação (50) A solução correspondente será:

i (t ) = c1 cos(100)t + c2 sen(100)t (59)

i (0) = c1 = 0

d
i (t ) = −100c1sen(100)t + 100c2 cos(100)t
dt

d
i (0) = 100c2 = 5000
dt

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Daí,
c2 = 50

Então, a equação (59) da corrente será:

i (t ) = 50 sen(100t ) , para t ≥ 0

d
Pela equação que rege o comportamento físico do indutor vL (t ) = L i (t ) , logo:
dt

vL (t ) = 100 cos(100t ) , para t ≥ 0

Por meio da LKT a tensão no capacitor vC (t ) = 100 − vL (t ) , daí:

vC (t ) = 100 [1 − cos(100t )] , para t ≥ 0

Fig. 16 – Comportamento das Tensões e da corrente do circuito

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EXEMPLO NUMÉRICO 6

Um circuito RLC série é submetido ao chaveamento de um sinal de entrada


contínuo v. Considerando as condições iniciais nulas, determinar a equação da corrente:

a) Para ∆ > 0 → Sobreamortecimento

v = 120 v
R = 10 Ω
L = 20 mH
C = 10 mF

A equação descritiva correspondente será:

d 2i (t ) R di (t ) 1
+ + i (t ) = 0
dt 2 L dt LC
ou
d 2i (t ) di (t )
2
+ 500 + 5000i (t ) = 0
dt dt

A equação característica

D 2 + 500 D + 5000 = 0

Admite as seguintes raízes:

−500 ± ( 500 ) − 20000


2

rL 2 =
2

r1 = −10, 21
r2 = −489, 79

A Solução homogênea associada será:

i (t ) = k1e −10,21t + k2 e −489,79t (60)

i (0) = k1 + k2 = 0 → k2 = − k1

d
i (t ) = −10, 21 k1e −10,21t − 489, 79 k2 e −489,79t = 6000
dt

d
i (0) = −10, 21 k1 − 489, 79 k2 = 6000
dt

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6000
−10, 21 k1 + 489, 79 k1 = 6000 → k1 = = 12,51
479,58

k2 = −k1 = −12,51

Substituindo k1 e k2 na equação (60)

i (t ) = 12,51e −10,21t − 12,51e −489,79t , para t ≥ 0

Fig. 17 – Forma de onda da corrente do circuito

b) Para ∆ = 0 → Criticamente Amortecido

v(t ) = 120 v
R = 4Ω
L = 20 mH
C = 5 mF

A equação descritiva correspondente é dada por:

d 2i di
+ 200 + 10000i = 0
dt ² dt

Que tem por equação característica:

D² + 200 D + 10000 = 0

Cujas raízes são:

r1 = r2 = −100

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Assim, a solução homogênea correspondente é dada por,

i (t ) = k1e −100t + k2te −100t (61)

i (0) = k1 = 0

d
i (t ) = −100 k1e −100t + k2 e −100t − 100 k2 t e −100t
dt

d
i (0) = k2 = 6000
dt

Substituindo k1 e k2 na equação (61), tem-se:

i (t ) = 6000 t e −100t , para t ≥ 0

Fig. 18 – Forma de onda da corrente do circuito

c) Para ∆ < 0 → Oscilação

v(t ) = 120 v
R = 2Ω
L = 20 mH
C = 5 mF

A equação descritiva correspondente será:

d2 d
i (t ) + 100 i (t ) + 10.000 i (t ) = 0
dt ² dt

Daí, a equação característica,

D ² + 100 D + 10.000 = 0

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Admite as seguintes raízes,

Sendo assim, a solução homogênea será do tipo:

ih (t ) = k1 e(
−50 + j 86,6 )t
+ k2 e(
−50 − j 86,6 )t

ou

ih (t ) = e−50t [ c1 cos(86, 6t ) + c2 sen(86, 6t )] (62)

Pelas condições iniciais, considerando, i (t ) = ih (t ) :

i (0) = c1 = 0

d
i (0) = −50 c1 + 86, 6 c2 = 6000
dt

86, 6 c2 = 6000 → c2 = 69,3

Substituindo as constantes c1 e c2 na equação (62), temos:

i (t ) =  69,3 sen ( 86, 6t )  e −50 t , para t ≥ 0

Fig. 19 – Forma de onda da corrente do circuito

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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES NÃO HOMOGENEAS DE SEGUNDA


ORDEM

Equações diferenciais lineares não homogêneas de segunda ordem, na forma:

d2 d
2
y (t ) + a1 y (t ) + a 0 y (t ) = x (t ) (63)
dt dt

Admitem como solução geral:

y(t ) = y h (t ) + y p (t )

Que pode ser encontrada utilizando-se os mesmos procedimentos adotados para


se determinar a solução geral das equações diferenciais não homogêneas de primeira
ordem.

EXEMPLO NUMÉRICO 7

Um circuito RLC série no qual R = 10 Ω ; L = 20 mH e C = 10 mF é submetido


ao chaveamento de um sinal de entrada contínuo v=100 volts. Considerando as
condições iniciais nulas, determinar a equação da tensão no capacitor:

A equação descritiva correspondente será:

d2 d
v (t ) + 500 vC (t ) + 5000 vC (t ) = 0
2 C
dt dt

A Equação característica

D 2 + 500 D + 5000 = 0

Admite as seguintes raízes:

r1 = −10, 21
r2 = −489, 79

A Solução homogênea associada será:

vC (t ) = k1e−10,21t + k2 e−489,79 t

Por sua vez, a solução particular será:

vCp ( t ) = 100

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Assim, a solução geral será:

vC (t ) = k1 e−10,21t + k2 e−489,79 t + 100 (64)

Pelas condições iniciais é possível identificar o seguinte sistema de equações:

vC (0) → k1 + k2 = −100

di
v (0) → −10, 21 k1 − 489, 79 k2 = 0
dt C

Resolvendo o sistema, tem-se:

k1 = −102,13
k2 = 2,13

Substituindo k1 e k2 na equação (64)

vC (t ) = −102.13 e−10.21t + 2.13 e−489.79 t + 100 , para t ≥ 0

Fig. 20 – Forma de onda da tensão no capacitor

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RESUMO:

EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR HOMOGENEA DE PRIMEIRA ORDEM

d
y (t ) + a0 y (t ) = 0
dt

Solução:
−a0t
yh (t ) = ke

EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR HOMOGENEA DE SEGUNDA ORDEM

d2 d
2
y (t ) + a1 y (t ) + a0 y (t ) = 0
dt dt

Soluções:
rt r t
y h (t ) = k1e 1 + k e 2 quando r1 ≠ r2 ∈ R
2
yh (t ) = k1 ert + k2 t ert quando r1 = r2 = r
( )
yh (t ) = eα t c1 cos ωnt + c2 sen ωnt  ( ) quando r1 ≠ r2 ∈ C

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES NÃO HOMOGENEAS

d
y (t ) + a 0 y (t ) = x(t )
dt

d2 d
2
y (t ) + a1 y (t ) + a0 y (t ) = x(t )
dt dt

Solução:

y (t ) = y h (t ) + y p (t ) , onde

− a0t + a0t
y p (t ) = e ∫ x(t ) e dt

NOTA: Essa equação para determinar a solução particular do sistema é mais utilizada
quando o sinal de entrada x(t), ao qual está submetido o sistema, é do tipo contínuo
(DC). Para sinais de entrada do tipo alternado (AC) existem outros métodos os quais são
mais adequados e que serão apresentados a seguir no estudo de transitórios de sistemas
submetidos a sinais alternados.

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TRANSITÓRIOS DE SISTEMAS LINEARES ESTACIONÁRIOS SUBMETIDOS A


SINAIS ALTERNADOS: ANÁLISE AC

Um sistema de equação diferencial linear não homogênea de ordem n é dado


por:

 n −1
dn d  d
n y (t ) + a n −1 (n −1) y (t ) + ... + a1 y (t ) + a 0 y (t ) = x(t ) (65)
dt dt dt

Considerando que x(t) seja um sinal alternado (AC) do tipo sen (ωt + θ ) ou
cos(ωt + θ ) , a solução geral será:

y(t ) = y h (t ) + y p (t ) (66)
Onde,
y h (t ) = Solução homogênea
y p (t ) = Solução particular

A solução homogênea pode ser encontrada conforme apresentado anteriormente


na análise de sistemas submetidos a sinais contínuos (DC). A solução particular ou
solução em regime permanente, por sua vez, pode ser obtida por meio dos seguintes
métodos:

DETERMINAÇÃO DA SOLUÇÃO PARTICULAR

Método 1: Coeficientes a Determinar

Nos sistemas submetidos a sinais alternados a solução particular é dada por:

y p (t ) = k1 cos (ωt + θ ) + k2 sen (ωt + θ ) (67)


Onde,
k1 e k2 , são constantes a determinar e θ é ângulo de deslocamento do sinal de
entrada em relação à origem.

Se θ = 0 , então a equação (67) será:

y p (t ) = k1 cos (ωt ) + k2 sen (ωt ) (68)

A solução particular (67) pode ser visualizada com o auxílio do diagrama


vetorial, tendo como referência o sinal x(t) ao qual está submetido o sistema, conforme
apresentado a seguir:

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a) Quando o sinal de entrada x(t) for do tipo Vm cos (ωt + θ )

Anti-horário (Sentido
positivo para ângulos)

Fig.21 – Diagrama Vetorial da solução particular

Onde,
(
k2 sen (ωt + θ ) = k2 cos ωt + θ − 90ο )
1
k = (k12 + k2 ) 2 2

 k2 
α = arctg  
 k1 

Assim, a solução particular tendo como referência o sinal x(t) de entrada será:

y p (t ) = k cos(ωt + θ − α ) (69)

b) Quando o sinal de entrada x(t) for do tipo Vm sen(ωt + θ )

Anti-horário (Sentido
positivo para ângulos)

Fig.22 – Diagrama Vetorial da solução particular

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Onde,

(
k2 cos (ωt + θ ) = k2 sen ωt + θ + 90ο )
1
k = (k12 + k2 2 ) 2
 k1 
α = arctg  
 k2 

Nesse caso, a solução particular tendo como referência o sinal de entrada x(t)
será:

y p (t ) = k sen(ωt + θ + α ) (70)

Observe que para o cálculo do ângulo α, a constante de referência (k1 ou k2) do


sinal de referência fica sempre no denominador. Observe, também, que a constante k,
assim como ângulo α independe do valor e do sinal do ângulo θ. Sendo assim, o
diagrama vetorial para efeito do cálculo da constante k e do ângulo α pode
desconsiderar o eixo de referência e o ângulo θ, que representa o deslocamento do sinal
de entrada em relação à origem.

Se x(t ) = Vm sen(ωt )

1
y p (t ) = ksen (ωt + α ) , onde k = (k12 + k2 2 ) 2
 k1 
α = arctg  
 k2 

O respectivo diagrama vetorial está apresentado a seguir:

Fig.23 – Diagrama Vetorial da solução particular para θ = 0

Se v(t ) = Vm cos(ωt ) :
1
y p (t ) = ksen (ωt − α ) , onde k = (k12 + k2 2 ) 2
 k2 
α = arctg  
 k1 

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O respectivo diagrama vetorial está apresentado a seguir:

Fig.24 – Diagrama Vetorial da solução particular para θ = 0

EXEMPLO LITERAL 5

A solução particular, em termos da corrente i(t) de um circuito RL série, excitado


por um sinal de entrada alternado v(t), pode ser determinada a partir da equação
descritiva do sistema na forma que segue:

a) Para v(t) = Vm sen(ω t + θ )

vR (t ) + vL (t ) = v ( t )
d
Ri p (t ) + L i (t ) = v ( t )
dt p
d R v (t )
i p (t ) + i p (t ) = (71)
dt L L

Fig. 25 – Circuito RL série

i p ( t ) = k1 cos(ω t + θ ) + k 2 sen (ω t + θ ) (72)

d
i (t ) = − k1ω sen(ωt + θ ) + k 2ω cos(ωt + θ ) (73)
dt p

Substituindo as equações (72) e (73) em (71), tem-se:

−k1ω sen(ωt + θ ) + k2ω cos(ωt + θ ) +


R V (74)
[ k1 cos(ωt + θ ) + k2 sen(ωt + θ )] = m sen(ωt + θ )
L L

Desenvolvendo e comparando os dois membros é possível identificar o seguinte


sistema de equação:

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R V
− k1ω + k2 = m (75)
L L

R
k 2ω + k1 = 0 (76)
L

Da equação (76)

R
k2 = − k (77)
ωL 1

Substituindo na equação (75)

R2 V  R2  V
−k1ω − k = m −k1  ω + 2  = m
ωL2 1
L  ωL  L

 ω 2 L2 + R 2  Vm Vm ω L2
−k1  = −k1 = ×
 ωL ω 2 L2 + R 2
2
 L L
ou
Vmω L
k1 = −
ω 2 L2 + R 2

Substituindo na equação (77), tem-se que:

R V ωL
k2 = − × − 2 m2
ω L ω L + R2
ou
Vm R
k2 =
ω 2 L2 + R 2

Assim, conforme a equação (72) a solução particular será dada por:

Vmω L Vm R
i p (t ) = − cos(ω t + θ ) + sen(ω t + θ ) (78)
ω 2 L2 + R 2 ω 2 L2 + R 2

Utilizando a equação (70):

1
i p (t ) = ksen(ω t + θ + α ) , onde k = (k + k ) 1
2 2 2
2

k1 ωL 
α = arctg = −arctg  
k2  R 

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Portanto, a solução particular, também pode ser apresentada na forma que segue:

   ωL   
i p (t ) = ksen  ωt + θ +  −arctg   (79)
   R 

Sendo α negativo o ângulo de defasagem da corrente em relação ao sinal de


tensão que alimenta o circuito será negativo. O que era de se esperar na medida em que
o circuito é indutivo e o indutor é um elemento que não permite mudanças abruptas da
corrente, assim:

A corrente é atrasada em relação à tensão.

Fig. 26 – Defasagem entre a tensão e a corrente

b) Para v(t ) = Vm cos (ω t + θ ) ,

Neste caso, a equação descritiva (71) pode ser apresentada na forma que segue:

− k1ω sen (ω t + θ ) + k 2ω cos(ω t + θ ) +


R V (80)
 k1 cos (ω t + θ ) + k 2 sen (ω t + θ )  = m cos (ω t + θ )
L L

Rearranjando e igualando os dois membros é possível identificar o seguinte


sistema de equações:

R
− k1ω + k2 = 0 (81)
L

R V
k2ω + k1 = m (82)
L L

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Da equação (81)

R
k1 = k (83)
ωL 2

Substituindo na equação (82)

R R V  R2  V
k2ω + × k2 = m k2  ω + 2  = m
L ωL L  ωL  L

Vmω L
k2 =
ω 2 L2 + R 2

Substituindo na equação (83)

R V ωL
− k1ω + × 2 m2 =0
L ω L + R2
ou
Vm R
k1 =
ω L + R2
2 2

Portanto, pela equação (72), a solução particular será:

Vm R Vmω L
i p (t ) = cos (ω t + θ ) + sen (ω t + θ ) (84)
ω 2 L2 + R 2 ω 2 L2 + R 2

Ou conforme a equação (69)


1
i p (t ) = k cos (ω t + θ − α ) , onde k = ( k12 + k22 ) 2
 k2  ωL 
α = arctg   = arctg  
 k1   R 

Assim, a solução particular também pode ser apresentada na forma que segue:

  ωL 
i p (t ) = k cos  ω t + θ −  tg −1  (85)
  R  

O ângulo α é positivo, assim o ângulo de defasagem da corrente em relação ao


sinal de tensão que alimenta o circuito será negativo. O que era de se esperar na medida
em que o circuito é indutivo e o indutor é um elemento que não permite mudanças
abruptas da corrente, assim:

A corrente é atrasada em relação à tensão.

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Fig. 27 – Defasagem entre a tensão e a corrente

EXEMPLO LITERAL 6

Refazendo o exemplo anterior, desta feita considerando o sistema representado


por um circuito RC série, a solução em regime permanente será obtida como segue:

Circuito RC:

vR (t ) + vC (t ) = v ( t )
1
i (t ) dt = v ( t )
C∫ p
Ri p (t ) +

d 1 1 d
i p (t ) + i p (t ) = v(t ) (86)
dt RC R dt

Fig. 28 – Circuito RC série

a) para v ( t ) = Vm sen (ωt + θ ) , a equação descritiva pode ser apresentada na forma que
segue:
− k1ω sen (ωt + θ ) + k2ω cos (ωt + θ ) +
1 V (87)
+  k1 cos (ωt + θ ) + k2 sen (ωt + θ )  = m cos (ωt + θ )
RC R
Daí,
1
− k1ω + k2 = 0 (88)
RC
1 V ω
k2ω + k1 = m (89)
RC R

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Da equação (89)

1
k1 = k (90)
ω RC 2

Substituindo em (89)

1 1 V ω
k2ω + × k2 = m
RC ω RC R

1 V ω  1  Vmω
k2ω + k = m → k2  ω + =
ωR C
2 2 2
R  ω R 2C 2  R

 ω 2 R 2C 2 + 1  Vmω Vmω ω R 2C 2  ÷ω 2C 2 
k2   = → k = ×  
 ωR C  R ω 2 R 2C 2 + 1  ÷ω 2C 2 
2 2 2
R

(ω RC )
2
Vm
k2 =
R (ω 2 R 2C 2 + 1)

Vm R Vm R
k2 = = 2
1
R2 + 2 2 R2 +  1 
ωC  
 ωC 

Substituindo na equação (90)

1 Vm R 1 Vm
−k1ω + × → k1 = ×
RC  1 
2
ωC  1 
2

R + 2
 R +2

 ωC   ωC 

Substituindo-se k1 e k2 na equação (71)

1 Vm Vm R
i p (t ) = × cos (ωt + θ ) + sen (ωt + θ )
ωC  1 
2
 1 
2

R + 2
 R +
2

 ωC   ωC 

Pela equação (70)

1
i p (t ) = sen (ωt + θ + α ) , onde k = k + k ( 1
2 2 2
2 )
 k1   1 
α = arctg   = arctg  
 k2   ω RC 

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Daí, a solução particular será:

  k 
i p (t ) = sen  ωt + θ + arctg  1   (91)
  k2  

Neste caso, sendo α positivo, o ângulo de defasagem da corrente em relação ao


sinal de tensão que alimenta o circuito será positivo. O que era de se esperar na medida
em que o circuito é capacitivo e o capacitor é um elemento que não permite mudanças
abruptas da tensão, assim:

A corrente é adiantada em relação à tensão.

Fig. 29 – Defasagem entre tensão e corrente

b) Para v(t ) = Vm cos(ωt + θ ) , a equação descritiva pode ser apresentada na forma que
segue:
−k1ω sen (ωt + θ ) + k2 cos (ωt + θ ) +
1 V ω
k1 cos (ωt + θ ) + k2 sen(ωt + θ ) = − m sen (ωt + θ ) (92)
RC R

Rearranjando e comparando o membro da esquerda com o membro da direita


tem-se um sistema de duas equações a duas incógnitas:

k2 V ω
− k1ω + =− m (93)
RC R
k
k 2ω + 1 = 0 (94)
RC

Da equação (94)

1
k2 = − k1 (95)
ωRC

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Substituindo na equação (93)

k1 Vmω  1  Vmω
−k1ω − = − → − k  ω +  = −
ω R 2C 2 R
1
 ω R 2C 2  R

 ω 2 R 2C 2 + 1  Vmω Vmω ω R 2C 2
k1   = → k = ×
 ωR C  R ω 2 R 2C 2 + 1
2 2 1
R

Vm R
k1 = 2
 1 
R2 +  
 ωC 

Substituindo na equação (95)

1 Vm
k2 = − ×
ωC  1 
2

R +
2

 ωC 

Assim, a solução particular, pela equação (71) será:

Vm R 1 Vm
i p (t ) = cos (ωt + θ ) − × sen (ωt + θ ) (96)
 1 
2
ωC  1 
2

R +
2
 R +
2

 ωC   ωC 

Ou pela equação (69)

1
i p (t ) = k cos (ωt + θ − α ) , onde k = k12 + k22 ( ) 2

 k2   1 
α = arctg   = −arctg  
 k1   ω RC 
Daí, a solução particular será:

   1 
i p (t ) = k cos  ωt + θ −  −arctg   (97)
   ω RC   

Sendo α negativo, o ângulo de defasagem da corrente em relação ao sinal de


tensão que alimenta o circuito será positivo. O que era de se esperar na medida em que o
circuito é capacitivo e o capacitor é um elemento que não permite mudanças abruptas da
tensão, assim:

A corrente é adiantada em relação à tensão.

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Fig. 30 – Defasagem entre a tensão e a corrente

Daqui por diante, por comodidade, os enunciados dos exemplos ficarão restritos:
à função excitação, aos valores dos parâmetros do circuito e às condições iniciais das
grandezas do sistema.

EXEMPLO NUMÉRICO 7

Circuito RL série:

v ( t ) = 100sen (ω t + 10 ) ; R = 10Ω ; L = 20mH

A equação característica do sistema será:

i (t ) + 500i (t ) = 5000 sen (ωt + 10o )


d
dt

A solução particular terá a forma:

i p (t ) = k1 cos (ωt + 10o ) + k2 sen (ωt + 10o )

d
i (t ) = − k1 ω sen(ωt + 10°) + k 2 ω cos(ωt + 10°)
dt p

A equação característica pode ser apresentada como:

− k1 ω sen(ωt + 10°) + 500 k2 sen(ωt + 10°) +


100
k2ω cos(ωt + 10°) + 500 k1 cos(ωt + 10°) = sen(ωt + 10°)
L

De onde podemos identificar o sistema de equações que segue:

−k1ω + 500 k2 = 5000


k2ω + 500 k1 = 0

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Que admite as soluções:

k1 = −4,8
k2 = 6,36

(10 – α)

Fig. 31 – Diagrama vetorial da corrente em regime permanente

Assim,
i p (t ) = k sen (ωt + 10o + α ) , onde
1

k = ( −4,8) + ( 6,36 )  2
2 2
 
k = 7,96
 k1 
α = arctg  
 k2 
α = −37, 04o
Portanto, a solução particular será:

i p (t ) = 7,96 sen (ωt − 27, 04o )

Pela Lei de OHM

vrp (t ) = Ri p (t )
vrp (t ) = 79, 6 sen (ωt − 27, 04o )

Pela equação que rege o comportamento físico da tensão no indutor:

d
vLp (t ) = L i (t )
dt p

vLp (t ) = 60, 02 cos(ωt − 27, 04)

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EXEMPLO NUMÉRICO 8

Circuito RC série:

v ( t ) = 200sen (ω t + 30º )
R = 10Ω
C = 5mF

A equação descritiva correspondente será:

di
+ 20i = 7540 cos (ω t + 30º )
dt

A solução particular terá a forma:

i p (t ) = k1 cos (ωt + 30o ) + k2 sen (ωt + 30o )


sendo
d
i (t ) = − k1ω sen(ωt + 30°) + k2ω cos(ωt + 30°)
dt p

A equação característica pode ser apresentada como segue:

− k1ω sen(ωt + 30°) + 20 k2 sen(ωt + 30°) +


k2ω cos(ωt + 30°) + 20k1 cos(ωt + 30°) = 7540 cos(ωt + 30°)

De onde é possível identificar o sistema de equações que segue:

−377 k1 + 20 k2 = 0
377 k2 + 20 k1 = 7540

Que admite as seguintes soluções:

k1 = 1, 058
k2 = 19,94

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Fig. 32 – Diagrama vetorial da corrente em regime permanente

Assim a solução particular será:


1
i p (t ) = k sen (ωt + 30º +α ) , onde k = (1,058) + (19,94)  = 19,94
2 2 2
 
 k1 
α = arctg   = 3.03º
ou  k2 

i p (t ) = 19,96 sen (ωt + 33, 03º )

Pela Lei de OHM

v (t ) = R i p (t ) = 199, 6 sen (ωt + 33, 03° )


rp

Pela equação que rege o comportamento físico da tensão no capacitor

1
C ∫ cp
vCp (t ) = i (t ) dt

vCp (t ) = −10,59 cos(ωt + 33, 03°)


ou
vCp (t ) = 10,59 cos(ωt − 146,96°)

A título de ilustração será determinada a tensão no capacitor por meio da


respectiva equação descritiva:

d 1 v (t )
vCp (t ) + vCp (t ) =
dt RC RC

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onde
vCp (t ) = k1 cos(ω t + 30°) + k2 sen(ω t + 30°)
e
d
v (t ) = − k1ω sen(ωt + 30°) + k2ω cos(ωt + 30°) = 4000 sen(ωt + 30°)
dt Cp

Substituindo na equação descritiva, tem-se:

− k1ω sen(ωt + 30°) + 20k2 sen(ωt + 30°) +


k2ω cos(ωt + 30°) + 20 k1 cos(ωt + 30°)
= 4000 sen(ωt + 30°)

De onde identificamos o sistema de equações:

− k1ω + 20 k2 = 4000
ω k2 + 20 k1 = 0

Que admite as soluções:

k1 = −10,58
k2 = 0,5613

Portanto:

vCp (t ) = −10,58cos(ωt + 30°) + 0,5613sen(ωt + 30°)


Ou

vCp (t ) = 10,59 sen(ωt − 56,96°)

vCp (t ) = 10,59 cos(ωt − 146,96°)

vCp (t ) = −10,59 cos(ωt + 33, 03°)

A partir da solução correspondente a um sinal de entrada do tipo senoidal é


possível determinar os valores das constantes k1 e k2 para uma entrada do tipo
cosenoidal, e vice-versa, como segue:

a) Exemplo numérico 8 com v ( t ) = 100cos (ω t + 10º )

k2 (cos) = −k1 ( sen ) k1 (cos) = k2 ( sen )


k2 = 4,8 k1 = 6,36
i p (t ) = 7,96 cos (ωt + 10 − α ) , onde

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 k2 
α = arctg   = 37, 04º
 k1 
Assim,
i p (t ) = 7,96 cos (ωt − 27, 04º )

b) Exemplo numérico 9 com v ( t ) = 200 cos (ω t + 30º )

k1 (cos) = k2 ( sen ) k2 (cos) = −k1 ( sen )


k1 = 19,94 k2 = −1, 058

i p (t ) = 19,96 cos (ωt + 30º −α ) , onde


 k2 
α = arctg   = −3, 03º
 k1 
Assim,
i p (t ) = 19,96 cos (ωt + 33, 03º )

Nos circuitos de segunda ordem esse método exige um esforço matemático


relativamente significativo, tendo em vista a necessidade de se determinar a condição
inicial da variável em análise, assim como a derivada de primeira e a de segunda ordem
dessa variável, no momento do chaveamento do sinal de entrada x(t). Nesses casos, o
método que utiliza o conceito de fasores é mais adequado e será apresentado a seguir.

DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIAS

a) Ramo RC
Z = R + jX C
1
XC =
ωC
1 1
Z = R+ , onde = − j
jωC j
 1 
Z = R− j 
 ωC 
Z θZ
1
1   1  
2 2

Z = ( R2 + X )
2 2
=  R2 +   
 ωC  
C

 1 
θ Z = −arctg  
 ω RC 
Fig. 33 – Triangulo de impedância do ramo RC.

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b) Ramo RL

Z = R + jX L
X L = ωL
Z = R + jω L
Z θZ
1 1
Z = ( R 2 + X L2 ) 2 =  R 2 + ω 2 L2  2
 ωL 
θ Z = arctg  
 R 
Fig. 34 – Triangulo de impedância do ramo RL.

c) Ramo RLC

1 1
Z = R + jω L + ⇒ Z = R + jω L − j
jω C ωC

 1  XL = ωL
Z = R + j ω L − , onde:
 ω C  XC =
1
ωC

XL=Reatância Indutiva
XC=Reatância Capacitiva

 1 
ω L >
 ω C 
Indutivo

 1 
ω L <
 ω C 
Capacitivo

Fig. 35 – Triangulo de impedância do ramo RLC.

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Método 2: Utilizando o conceito de fasores, tendo como referência o tipo da função de


excitação, seno ou coseno.

Em um circuito RLC série, excitado por um sinal v ( t ) = Vm sen (ω t + θ v ) , a


solução em regime permanente é dada por:

i p (t ) = I m sen (ωt + θ v − θ Z ) (98)


Onde,
Vm
Im =
Z

θ Z = ângulo da impedância Z
θv = ângulo de deslocamento da função de excitação do sistema
Z = módulo da impedância Z

 1 
X = ω L − , é a reatância equivalente do ramo RLC,
 ω C 
Assim,
 1 
ω L −
ω C 
tg (θ Z ) = 
Vm
Im = 1
,e
R
 2  1  
2 2

R + ω L − 
  ω C  
Daí,

  1 
 ωL −
Vm 
 ωC  
I p (t ) = 1
sen  ω t + θ v − arctg (99)
 2  
2 2  R 
1   
R + ωL −    
  ωC  

Em um circuito RLC série, alimentado por um sinal do tipo cos(ωt + θ ) a


solução particular será:

i p (t ) = I m cos (ωt + θ v − θ Z ) (100)


Onde,
 1 
ω L −
ω C 
tg (θ Z ) = 
Vm
Im = 1
,e
R
 2  1  
2 2

R + ω L − 
  ω C  
Ou seja,

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  1 
 ωL −
Vm 
 ωC  
I p (t ) = 1
cos ωt + θ v − arctg  (101)
 2   R 
1  
2 2

R + ωL − 
 
 
  ωC  

O ângulo θz será + ou – dependendo de ( X L − X C ) > ou < 0

X L > X C → α = negativo
X L < X C → α = positivo
X L = X C → α = zero

Para determinar a solução correspondente aos circuitos RC, RL ou LC basta


1
fazer ωL = 0 , = 0 ou R = 0 , respectivamente.
ωC

EXEMPLO NUMÉRICO 9

Circuito RLC série:

v ( t ) = 100sen (ω t + 10º )
R = 10Ω
L = 20mH
C = 10mF

A solução particular associada será:

ip(t ) = I m sen (ωt + 10º −θ z )

 7, 274 
θ z = arctg   = 36, 032 °
 10 

100
Im = 1
 2  1  2
2

R + ωL − 
  ωC  

100
Im = = 8, 09
12,36
Portanto:
i p (t ) = 8, 09 sen (ωt − 26, 032º )

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EXEMPLO NUMÉRICO 10

Circuito RLC série:

v (t ) = 100 sen(ω t − 30°)


R = 10Ω
L = 20mH
C = 10mF

A solução particular associada será:

ip(t ) = I m cos (ωt − 30º −θ z )


 7, 274 
θ z = arctg   = 36, 032 °
 10 
100
Im = 1
 2  1  2
2

 R +  ω L − 
  ωC  

100
Im = = 8, 09
12,36

Portanto:

i p (t ) = 8, 09sen(ωt − 66, 032°)

c) Método 3: Utilização de Integral

Neste caso a solução particular é dada por:

−a t a t
i p (t ) = e 0 ∫ x(t ) e 0 dt (102)

Este método dependendo do tipo de sinal de entrada x(t) do sistema exige


habilidade na resolução de integrais indefinidas. Para determinadas funções de
excitação é possível utilização de tabelas para a resolução das respectivas integrais. Por
ser pouco utilizado quando da análise de sistemas submetidos a sinais alternados, não
será objeto de detalhamento.

DETERMINAÇÃO DA SOLUÇÃO GERAL DO SISTEMA

A solução geral de um sistema linear e estacionário é dada pela soma da


solução homogênea com a solução particular.

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CICUITOS DE PRIMEIRA ORDEM

Na determinação da solução geral de um sistema linear estacionário de


primeira ordem se faz necessário identificar a condição inicial, referente ao instante
zero, para cada grandeza.

EXEMPLO LITERAL 7 (MÉTODO I)

Circuito RL série

LKT:
vr (t ) + vL (t ) = Vm sen(ωt + θ )

Tendo como equação descritiva

d R v(t )
i (t ) + i (t ) = (103)
dt L L

Logo, a solução do sistema para corrente i(t), será:

R
− t
i (t ) = ke L
+ k1 cos(ω t + θ ) + k2 sen(ω t + θ ) (104)

Pelo método 1

i p (t ) = k1 cos(ωt + θ ) + k2 sen(ωt + θ )

d
i p (t ) = − k1ω sen(ωt + θ ) + k2ω cos(ωt + θ )
dt

Substituindo na equação (103)

R 1
− k1ω sen(ωt + θ ) + k2ω cos(ωt + θ ) + [ k1 cos(ωt + θ ) + k2 sen(ωt + θ )] = Vm sen(ωt + θ )
L L

Rearranjando,

R  R  V
sen(ωt + θ )(−k1ω + k2 ) + cos(ωt + θ )  k2ω + k1  = m sen(ωt + θ )
L  L  L

Daí,
R V R
− k1ω + k2 = m e k2ω + k1 = 0
L L L

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Resolvendo esse sistema de equações, tem-se:

Vm R
k2 =
ω 2 L2 + R 2
V ωL
k1 = − 2 m2
ω L + R2

Assim,
Vmω L Vm R
i p (t ) = − cos(ωt + θ ) + sen(ωt + θ )
ω 2 L2 + R 2
ω 2 L2 + R 2

Utilizando a equação (70)

Vm 2 R 2 V 2ω 2 L2
k =
2
+ m
(R + ω L )
2 2 2 2
( R + ω 2 L2 ) 2
2

k =
2
(
Vm 2 R 2 + ω 2 L2 )
(R + ω 2 L2 )
2 2

Vm 2
k =
2

(R + ω 2 L2 )
2 2

Vm
k=
R 2 + (ω L) 2

 ωL 
α = −arctg  
 R 

i p (t ) = k sen(ω t + α )

Vm ωL
i p (t ) = sen(ωt + θ − arctg )
R + (ω L)
2 2 R

Assim, a equação (104) será:

R
− t Vm  ωL 
i (t ) = k e L
+ sen  ωt + θ − arctg 
R 2 + (ω L )  R 
2

Fazendo t=0,

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Vm  ωL 
i (0) = k + sen  θ − arctg 
R 2 + (ω L )  R 
2

Daí,

Vm   ωL 
k =− sen  θ − arctg  
Z   R 

Portanto a solução geral será dada por:

Vm  ω L  − RL t Vm  ωL 
i (t ) = − sen  θ − arctg e + sen  ωt + θ − arctg 
R 2 + (ω L )  R  R 2 + (ω L )  R 
2 2

(105)

EXEMPLO LITERAL 8 MÉTODO I

Circuito RL série:

LKT:
vr (t ) + vL (t ) = Vm sen(ωt + θ )

Tendo como equação descritiva

d R v(t )
i (t ) + i (t ) =
dt L L

Logo, a solução do sistema para corrente i(t), utilizando o método 2, será:


t
− V
i (t ) = ke τ + m sen(ωt + θ − θ Z ) (106)
Z
Onde,
 ωL 
θ Z = arctg   , é conhecido como ângulo de fator de potência.
 R 

Z = ( R ) 2 + (ω L) 2

Fazendo t=0 em (106), tem-se:

Vm
i (0) = k + sen(θ − θ z ) = 0
Z
e
Vm
k =− sen(θ − θ z )
Z

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Portanto,

Vm  − 
t
i (t ) =  sen(ωt + θ − θ z ) − sen(θ − θ z ) e  para t ≥ 0
τ (107)
Z  

Fig. 36 – Formas de ondas das tensões e da corrente do circuito

EXEMPLO LITERAL 9

Circuito RC série:

LKT:
vr (t ) + vc (t ) = Vm cos(ωt + θ )

Tendo como equação descritiva

d 1 V
i (t ) + i (t ) = m cos(ωt + θ )
dt RC R

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Logo, a solução do sistema para corrente i(t), será:

t
− Vm
i (t ) = ke τ
+ cos(ωt + θ − θ Z ) (108)
Z

Onde,

 1 
θ Z = arctg   , é conhecido como ângulo de fator de potência.
 ω RC 
e
2
 1 
Z = R + 2
 , é o módulo da impedância do circuito.
 ωC 

Fazendo t=0 em (108), tem-se:

Vm V
i (0) = k + cos(θ − θ z ) = m cos θ
Z R
e
Vm V
k =− cos(θ − θ z ) + m cos(−θ )
Z R

Portanto,

 t
 −τ 
  − cos(θ − θ z ) + cos θ  e + cos (ωt + θ − θ z )  para t ≥ 0
V Z
i(t ) = m (109)
Z  R  

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Fig. 37 – Formas de ondas das tensões e da corrente do circuito

EXEMPLO NUMÉRICO 11

Circuito RL série: R=1 ohm, L=10 mH e v(t ) = 100 cos(ω t )

LKT:
vr (t ) + vL (t ) =100 cos ( 377t )

Tendo como equação descritiva

d R
i (t ) + i (t ) = 104 cos ( 377t )
dt L

Logo, a solução do sistema para a corrente, i(t) será do tipo:

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a) usando o método 1:
R
− t
i (t ) = ke L
+ k1 cos(377t ) + k2 sen(377t ) (110)

i p (t ) = k1 cos(377t ) + k2 sen(377t )
d
i p (t ) = −377 k1sen(377t ) + 377 k2 cos(377t )
dt

Substituindo na equação descritiva, tem-se:

−377 k1sen(377t ) + 377 k2 cos(377t ) + 103 [ k1 cos(377t ) + k2 sen(377t )] =104 sen(377t )

Rearranjando,

sen(377t )( −377 k1 + 103 k2 ) + cos(377t ) ( 377 k 2 + 103 k1 ) = 10 4 sen(377t )


Daí,
R R
− k1ω + k2 = 0 e k2ω + k1 = 104
L L

Resolvendo esse sistema de equações, tem-se:

k2 = 24, 78
k1 = 6,57

Assim,

i p (t ) = 6,57 cos(377t ) + 24, 78sen(377t )

Então:
i(t ) = ke −100t + 6,57 cos(377t ) + 24,78sen(377t )

i (0) = k + 6,57 → k = −6,57

A solução geral, conforme a equação (110):

i(t ) = −6,57e −100t + 6,57 cos(377t ) + 24,78sen(377t ) , para t ≥ 0

ou
i (t ) = −6,57e −100t + 25,63 cos(377t − 75,15°)
, para t ≥ 0
i (t ) = −6,57e − 100t + 25,63sen(377t + 14,85°)

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b) usando o método 2:

i p (t ) = I m cos(ωt − θ Z )

V 100
Im = m = = 25, 63
Z  (12 ) + (377 ⋅ 10−2 )2 
 

 ωL   3, 77 
θ Z = arctg   = arctg   = 75,15°
 R   1 

Portanto,

i p (t ) = 25,63 cos(377t − 75,15°)


e
i(t ) = ke −100t + 25,63 cos(377t − 75,15°) (111)

Fazendo t=0

i (0) = k + 6,57 → k = −6,57

Substituindo na equação (111),

i(t ) = −6,57e −100t + 25,63 cos(377t − 75,15°)

As tensões nos parâmetros do circuito serão:

Pela lei de Ohm

vr (t ) = −6,57e −100t + 256,3cos(377t − 75,15°)

Pelo método 1

vL (t ) = −6,57e −100t + 93, 42 cos(ωt ) − 24, 78sen(ωt )

Pelo método 2

vL (t ) = −6,57e −100t + 96, 65 cos(ωt + 14,85°)

Pela equação que rege o comportamento físico da tensão no indutor

d
vL (t ) = L i (t ) = 6,57e−100t − 99, 62 sen(377t − 75,15°)
dt

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Rebatendo a solução particular 180 graus, tem-se:

v (t ) = 6,57e−100t + 96, 65sen(ωt + 104,85°)


L

Fig. 36 – Formas de ondas das tensões e da corrente do circuito

EXEMPLO NUMÉRICO 11

Circuito RC série: R=10 ohms; C=5 mF e v (t ) = 200 sen (ωt + 30°)

A equação descritiva é dada por:

d
i (t ) + 20i (t ) = 7540 cos(377t + 30°)
dt

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a) usando o método 2

200   0,53  
i (t ) = ke−20t + sen  377t + 30 − arctg  
 2   10  
  10  
3
102 +  
  377 ⋅ 5  
 

i(t ) = ke −20t + 19,97sen(377t + 33,03°) (112)

200
i (0) = k + sen(33, 03°) = sen(30°) = 10
10

k + 10,88 = 10 → k = −0,88

Substituindo na equação (112),

i(t ) = −0,88e −20t + 19,97sen(377t + 33,03°)


para t ≥ 0
−20t
i (t ) = −0,88e + 19,97 cos(377t − 56,97°)

b) usando o método 1

i (t ) = ke −20t + k1 cos(ωt + 30°) + k 2 sen(ωt + 30°)

A equação descritiva pode ser apresentada na forma:

− k1ω sen(ωt + 30°) + k2ω cos(ωt + 30°) +

20k1 cos(ωt + 30°) + 20k 2 sen(ωt + 30°) = 7540 ⋅ cos(ωt + 30°)

Que conduz ao sistema de equações:

− k1ω + 20 k 2 = 0

k 2ω + 20 k1 = 7540

Cuja solução é:

k1 = 1,058
k 2 = 19,94
Daí,
i(t ) = ke−20t + 1, 058cos(ωt + 30°) + 19,94sen cos(ωt + 30°) (113)

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i (0) = k + 1,058 cos(30°) + 19,94 sen (30°) = 10

k + 0,916 + 9,97 = 10 → k = −0,88

Substituindo na equação (113),

i(t ) = −0,88e −20t + 1,058 cos(ωt + 30°) + 19,94sen(ωt + 30°)

ou
i (t ) = −0,88e −20t + 19,97 cos(ωt − 56,97°)
para t ≥ 0
i (t ) = −0,88e −20t + 19,97 sen(ωt + 33, 03°)

As tensões nos parâmetros do circuito serão:

vr (t ) = −8.8e −20t + 199.7 sen(ωt + 33, 03°)

vC (t ) = 8,88e −20t − 10, 60 cos(ωt + 33, 03°)


ou
vC (t ) = 8,88e −20t − 10, 60 sen(ωt + 123, 03°)

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Fig. 37 – Formas de ondas das tensões e da corrente do circuito

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CIRCUITOS DE SEGUNDA ORDEM

O procedimento a ser adotado é o mesmo utilizado para circuitos de primeira


ordem utilizando, neste caso, as equações correspondentes às soluções homogênea e
particular para circuitos de segunda ordem.

Na determinação da solução geral de um sistema linear estacionário de


segunda ordem se faz necessário identificar duas condições iniciais, referentes ao
instante zero, para cada variável. Uma dessas condições é o valor da variável no instante
inicial e a outra é a primeira derivada dessa variável nesse mesmo instante, que, para o
circuito RLC série, pode ser determinada a partir de uma das equações apresentadas a
seguir:
.
d v ( 0 ) − vCO − Ri0 d
i (0) = , vem de vL (t ) = L i (t ) e da Lei de Kirchhoff
dt L dt

d i d
vC (0) = 0 , vem de iC (t ) = C vC (t )
dt C dt

d d  v(0) − vCO − Ri (0) 


vR (0) = R i (0) = R   , vem de vR (t ) = R i (t ) (L. de Ohm)
dt dt  L 
d d
vL (0) = [ v(0) − vR (0) − vC (0) ]
dt dt
, vem de vL (t ) = v(t ) − vR (t ) − vC (t ) (Lei de Kirchhoff)

Atente para o fato de que essas condições iniciais são as mesmas para circuitos
alimentados com sinais alternados ou contínuos.

As equações descritivas para um circuito RLC série, submetido a um sinal


alternado, são as seguintes:

LKT:
vr (t ) + vL (t ) + vc (t ) = v (t )

Modelando essa equação em termos:

a) da corrente:

d 1
R i (t ) + L i (t ) + ∫ i (t ) dt = v(t )
dt C

Eliminando a integral e rearranjando tem-se,

d2 R d 1 1 d
2
i(t ) + i (t ) + i (t ) = v(t )
dt L dt LC L dt

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b) da tensão no resistor:

d 1
vr (t ) + L i (t ) + ∫ i (t ) dt = v(t )
dt C

v(t )
Fazendo i (t ) = , e eliminando a integral, tem-se:
R

d2 R d 1 1 d
vr (t ) + vr (t ) + vr (t ) = v(t )
dt 2 L dt LC L dt

c) da tensão no capacitor:

d
R i (t ) + L i (t ) + vC (t ) = v(t )
dt

d
Fazendo i (t ) = C vC (t ) ,
dt

d d  d 
RC vC (t ) + L C vC (t )  + vC (t ) = v(t )
dt dt  dt 
ou
d2 R d 1 1
2
vC (t ) + vC (t ) + vC (t ) = v(t )
dt L dt LC LC

d) da tensão no indutor:

1
C∫
R i (t ) + vL + i (t ) dt = v(t )

1
L∫ L
Fazendo i (t ) = v (t ) dt ,

1 1 1 
R
L ∫ vL (t ) dt + vL + ∫  ∫ vL (t ) dt  dt = v(t )
C L 
Ou

d2 R d 1 d2
v (t ) +
2 L
vL (t ) + vL (t ) = 2 v(t )
dt L dt LC dt

Observe que a equação característica é a mesma para todas as grandezas do


sistema. O que difere de uma solução para outra é o fato de que as condições iniciais
específicas de cada grandeza são diferentes e, consequentemente, as constantes k1 e k 2

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ou c1 e c2 são, também, distintas. Em outras palavras, a solução homogênea genérica


em termos de k1 e k 2 ou c1 e c2 é a mesma para todas as grandezas do sistema.

EXEMPLO NUMÉRICO 12

Circuito LC série

v(t ) = 100sen (ωt + 10º )


L = 20mH
C = 5mF

A equação descritiva é dada por:

d² 1 377 ×100
i (t ) + i (t ) = cos(377 + 10º )
dt ² LC 20 × 10−3

A equação característica será

1
D² + = 0 → r1,2 = ± jω0
LC
Onde:
1
ω0 = = 100
LC

As soluções homogênea e particular são:

ih (t ) = k1e j100t + k2 e− j100t

ih (t ) = c1 cos(100t ) + c2 sen(100t )

100
i p (t ) = I m sen (ωt + 10º −θ z ) → I m = 1
= 14, 26
( 7,54 − 0,53) ²  2

 7, 01 
θ z = arctg   → α = 90º
 0 

i p (t ) = 14, 26 sen(ωt − 80º )

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Assim a solução geral será dada por:

i (t ) = c1 cos(100t ) + c2 sen(100t ) + 14, 26 sen(ωt − 80º ) (114)

i (0) = c1 − 14, 04 → c1 = 14, 04

d
i (t ) = −100 c1sen(100t ) + 100 c2 cos(100t ) + 14, 26 × 377 cos(ωt − 80º )
dt

d
i (0) = 100 c2 + 933,53 = 868, 24
dt

c2 = −0, 653

Portanto, conforme a equação (114),

i (t ) = 14, 04 cos(100)t − 0, 653sen(100)t + 14, 26 sen(ωt − 80º )

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Fig. 38 – Formas de ondas das tensões e da corrente do circuito

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EXEMPLO NUMÉRICO 13

Circuito RLC:

A equação descritiva para a corrente, i(t) é da seguinte forma:

d2 R d 1 d
2
i (t ) + i (t ) + i (t ) = v(t )
dt L dt LC dt

Tendo como equação característica:

R 1
D2 + D+ =0
L LC

a) RLC série com ∆<0

v(t ) = 120sen(377t + 40º )


R = 2Ω
L = 20mH
C = 5mF

As raízes da equação característica são:

r1,2 = −50 ± j86, 6


As equações homogênea e particular são:

ih (t ) = e −50t  c1 cos ( 86, 6t ) + c2 sen ( 86, 6t ) 

i p (t ) = I m sen(ωt + 40 − θ z )

Onde,

120
Im = = 16, 46
 4+( 7,54−0,53)2 
 

 7,01 
θ z = arctg   → θ z = 74, 076 °
 2 

Logo, a solução geral terá a forma que segue:

i(t ) = e−50t [c1 cos ( 86, 6t ) + c2 sen ( 86, 6t )] + 16, 46sen (ωt − 34, 07º ) (115)

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d
i (t ) = e −50t  −50 c1 cos ( 86, 6t ) − 50 c2 sen ( 86, 6t ) − 86, 6 c1sen ( 86, 6t ) + 86, 6 c2 cos ( 86, 6t )  +
dt
+6205, 4 cos (ωt − 34, 07º )

d
i (t ) = e −50t ( −50 c2 + 86, 6 c1 ) sen ( 86, 6t ) + ( −50 c1 + 86, 6C2 ) cos ( 86, 6t )  +
dt
+6205, 4 cos (ωt − 34, 07º )

Fazendo t=0,

i (0) = c1 + 16, 46 sen ( −34, 07º )

i (0) = 0 = c1 − 9, 22 → c1 = 9, 22

d
i (0) = −50 c1 + 86, 6 c2 + 5140, 26 = 3856, 72
dt

−50 c1 + 86, 6 c2 = −1283,53 → −461 + 86, 6 c2 = −1283,53

c2 = −9,5

Portanto, pela equação (115),

i (t ) = 9, 22 cos ( 86, 6t ) − 9,5sen ( 86, 6t )  e −50t + 16, 46 sen (ωt − 34, 07º )

Fig. 39 – Forma de onda da corrente no circuito

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b) RLC série com ∆>0

v(t ) = 20 cos(ωt − 120°)


vc (0) = 3 volts
R = 10Ω
L = 20mH
C = 10mF

Neste caso a energia inicial armazenada no campo elétrico do sistema é


diferente de zero assegurando uma tensão nos terminais do capacitor de 3 volts.
Lembre-se que q = C V .

i ( 0) = 0
e
d v(0) − vc (0)
i (0) =
dt L

A equação descritiva correspondente será:

d2 d
2
i (t ) + 500 i (t ) + 5000 i (t ) = 0
dt dt

Cuja equação característica

D 2 + 500 D + 5000 = 0

Admite as seguintes raízes:

r1 = −10.21
r2 = −489.79

A solução homogênea associada será:

ih (t ) = k1e−10,21t + k2e−489,79t

A solução particular associada é:

i p (t ) = I m cos(ωt − 120 − θ z )
Onde,
I m = 1, 617

θ z = 36, 03°

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Assim,

i (t ) = k1e −10,21t + k2 e −489,79t + 1, 617 cos(ωt − 156, 03°) (116)

d
i (t ) = −10.21k1e −10,21t − 489, 79 K 2 e −489,79t − 609, 6 sen (ωt − 156, 03° ) = −650
dt

Fazendo t=0 nessas equações, tem-se:

k1 + k2 − 1, 477 = 0

−10, 21 k1 − 489, 79 k2 + 247, 65 = −650

Resolvendo o sistema de equações:

k1 = −0,36

k2 = 1,84

Portanto, a solução geral conforme a equação (116) será:

i (t ) = −0,36e −10,21t + 1,84e −489,79 + 1, 617 cos(ωt − 156, 03°)

Fig. 40 – Forma de onda da corrente no circuito

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c) RLC série com ∆=0

v (t ) = 10 sen(ωt )
R = 4Ω
L = 20 mH
C = 5 mF

A equação descritiva será:

d2 d
2
i (t ) + 200 i (t ) + 10.000 i (t ) = 0
dt dt

Cuja equação característica admite as seguintes raízes:

r1 = r2 = −100

Assim

i (t ) = k1e −100t + k2 t e −100t + 1, 24 sen(ωt − 60, 29°) (117)


e
d
i (t ) = −100k1e −100t + k2 e −100t − 100k2 t e −100t + 467,5cos(ωt − 60, 29)
dt

Fazendo t=0 nessas equações, tem-se:

k1 − 1, 076 = 0

−100k1 + k2 + 231, 6 = 0
Daí,

k1 = 1, 076

k2 = −123,9

Portanto, pela equação (117) tem-se:

i (t ) = 1, 076 e −100t − 123,9 t e −100t + 1, 24 sen(ωt − 60, 29°)

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Fig. 41 – Forma de onda da corrente no circuito

“Imponha limites na vida:


Um minuto de excesso pode valer toda uma vida”

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TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS: ANÁLISE


NO DOMÍNIO S - TRANSFORMADA DE LAPLACE.

Liberdade, na ótica da sabedoria, não significa a negação de limites.


Ao contrário, pressupõe rígidos limites. Pense nisso!

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INTRODUÇÃO

Até aqui, as respostas dos nossos sistemas foram obtidas por meio de técnicas que
trabalham exclusivamente no domínio do tempo. Nesta etapa, será utilizada outra técnica
que consiste em transformar o problema no domínio do tempo para outro domínio,
denominado S, resolvendo aí, e, em seguida retornando ao domínio do tempo.

No domínio do tempo a modelagem matemática dos sistemas é feita com equações


diferenciais. No domínio S, por sua vez, utilizam-se equações algébricas cujas soluções
exigem comparativamente ao domínio t, menor esforço matemático.

Definição:

A Transformada de LAPLACE de uma função f(t) é definida como segue:



F ( s ) = ∫ f (t )e − st dt (1)
0

EXEMPLO LITERAL 1

Seja f (t ) = e − at , então

∞ ∞ ∞
1
F ( s) = ∫ e − at − st
e dt = ∫ e−( a + s )t dt = − e − ( a + s )t
0 0
(a + s) 0

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1
F (s) = − [e −∞ − e0 ]
(a + s)

1
F (s) = (2)
(s + a)

Daí é possível concluir que:

1 ± at
L[e± at ] = = F ( s ) quando f (t ) = e
(s m a)

EXEMPLO LITERAL 2

Seja f (t ) = senωt , então a Transformada de LAPLACE.


F ( s ) = ∫ sen ωt e − st dt
0
(3)

Recorrendo às equações de EULER

e jωt − e− jωt
sen ωt =
2j

Substituindo na equação (3)

F (s) =
2 j ∫0
(
1 ∞ jωt − jωt − st
e −e e dt )
1 ∞  −( − jω + s )t −( jω + s )t 
2 j ∫0 
F (s) = e −e dt


−( − jω + s )t −( jω + s )t 
1  e e ∞
F ( s) = − + 
2 j  ( − jω + s ) ( jω + s )  0
 

−( − jω + s )t −( jω + s )t 
1  − ( jω + s ) e + ( − jω + s ) e


F ( s) =
2j  s2 + ω 2  0
 
1  jω + s + jω − s 
F ( s) =  
2j s2 + ω 2 

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1  2 jω 
F ( s) =  
2 j  s2 + ω 2 
Portanto:
ω
F ( s) = (4)
s + ω2
2

Utilizando a definição da Transformada de LAPLACE refazer esse exemplo para


f (t ) = cos(ωt ) .

Na tabela apresentada a seguir constam as Transformadas de LAPLACE das funções


mais frequentemente utilizadas nos estudos envolvendo sistemas lineares.

f(t) F(s)
sen at a
s + a2
2

cos at s
s + a2
2

e − at 1
s+a
u (t ) 1
s
δ (t ) 1

df (t ) sF ( s ) − f ( 0 )
dt
d 2 f (t ) d
s 2 F ( s ) − sf (0) − f (0)
dt 2 dt

∫ f (t )dt F ( s)
s

Tabela 1 - Transformadas de LAPLACE.

Propriedades da Transformada de LAPLACE:

a) Da derivada

 df (t ) 
L = sF ( s ) − f (0)
 dt 
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Generalizando

 d n f (t ) 
L n 
= S n F ( s ) − S n−1 f (n) − S n −2 f (0) − ... − f n−1 (0)
 dt 

b) Linearidade

L[α f1 (t ) + β f 2 (t )] = α L[ f1 (t )] + β [ f 2 (t )]

c) Deslocamento em a:

L[e − at f (t )] = F ( s − a )

d) Da integral

t  F (s)
L  ∫ f (λ )d λ  =
 0  S

e) Mudança de escala

1 s
L[ f (at )] = F( )
a a

f) Multiplicação por t n

d n F (s)
L t n f (t )  = (−1) n , onde n = inteiro.
  dn

g) Deslocamento em t:

L[ f (t − τ )u ( t − τ )] = F ( s ) e− sτ

EXEMPLO NUMÉRICO 1

Utilizando as propriedades determinar as Transformadas de LAPLACE das funções


que seguem:

a) f1 (t ) = cos 2t

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S
F1 ( S ) =
( S + 4)
2

d
b) f 2 (t ) = cos 2t
dt

 S 
F2 ( S ) = S  2  −1
 ( S + 4 ) 

S2
F2 ( S ) = −1
S2 + 4

4
F2 ( S ) = −
S +4 2

c) f 3 (t ) = ∫ cos 2t dt

 S 
 2 
S +4
F3 ( S ) = 
S

1
F3 ( S ) =
S +4
2

TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS


SUBMETIDOS A SINAIS CONTÍNUOS: ANÁLISE CC

CIRCUITOS DE PRIMEIRA ORDEM

Circuito RC

EXEMPLO LITERAL 3

Considerando um ramo RC série, alimentado por uma fonte de tensão DC de valor


V determinar as equações das variáveis do circuito:

LKT: V = v (t ) + v (t )
r c
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a) Modelando a corrente i (t )

1
C∫
V = R i (t ) + i (t )dt + vc 0 (5)

Onde vc 0 é tensão inicial nos terminais do capacitor

Utilizando Transformada de LAPLACE

V − vc 0 I (s)
= RI ( s ) +
S SC

V − vc 0  1 
= R + I (s)
S  SC 

V − vc 0  SRC + 1 
= I (s)
S  SC 

V − vc 0 SC
I (s) =
S SRC + 1

I (s) =
C
SRC + 1
(
V − vc 0 )
Dividindo e multiplicando por 1/ RC

1 V − vc 0
I (s) = (6)
R 1 
S + 
 RC 

Que é denominada solução operacional do sistema

Nesse caso é possível retornar ao domínio do tempo utilizando diretamente a tabela


1, assim:

i (t ) =
(V − vc 0 ) − t
e RC para t ≥ 0 (7)
R

b) Modelando vr (t )

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1
C∫
V = vr (t ) + i (t ) dt + vco
1
RC ∫ r
V = vr (t ) + v (t ) dt + vc 0 (8)

Passando para o domínio de LAPLACE

V V ( s ) vc 0
= Vr ( s ) + r +
S SRC S

V − vc 0  1 
= 1 +  Vr ( s )
S  SRC 

V − vc 0
Vr ( s ) = S
SRC + 1
SRC

V − vc 0  SRC 
Vr ( s ) =  
S  SRC + 1 

 RC 
(
Vr ( s ) = V − vc 0  ) 
 SRC + 1 

Dividindo ambos os lados por 1 RC

V − vc 0
Vr ( s ) = (9)
 1 
S + 
 RC 

Daí, retornando ao domínio do tempo tem-se:

t

vr (t ) = (V − vc 0 ) e RC para t ≥ 0 (10)

c) Modelando vc (t )

d
V =RC v (t ) + vc (t ) (11)
dt c

Passando para o domínio de LAPLACE

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= RC [SVc ( s ) − vc 0 ] + Vc ( s )
V
S
+ RC v c 0 = (SRC + 1) Vc ( s )
V
S

SRCv c 0 + V
Vc ( s ) =
S (SRC + 1)

RC vc0 V
V (s) = +
c (SRC +1) S (SRC +1)
vc 0 V 1
V (s) = + (12)
c  1  RC  1 
S +  SS + 
 RC   RC 

Nesse caso não é possível identificar via tabela, a Transformada Inversa de


LAPLACE. Nesses casos, se faz necessário utilizar um dos vários métodos existentes para
esse fim. Serão apresentados a seguir o método de decomposição em frações parciais e a
Fórmula de HEAVISIDE.

MÉTODO DA DECOMPOSIÇÃO EM FRAÇÕES PARCIAIS

Trata-se de método cuja aplicação é possível quando a transformada de LAPLACE é


uma função racional do tipo P ( s ) Q ( s ) sendo P ( s ) um polinômio de grau menor do que o
grau do polinômio Q( s ) . Então a transformada de LAPLACE pode ser decomposta em
frações parciais. O tipo de decomposição é dependente das raízes do polinômio Q( s ) ,
conforme apresentado a seguir:

Quando as raízes forem distintas:

P(s) A B N
F ( s) = = + + ... + (13)
( S + a )( S + b ) ... ( S + n ) ( S + a ) ( S + b ) ( S + n)

Para se determinar o valor de cada variável multiplicar ambos os lados da igualdade


pelo denominador da fração que contém a variável a ser calculada fazendo, em seguida, S
igual à raiz da expressão do denominador. Uma vez calculada as constantes retorna-se
facilmente ao domínio do tempo.
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P( s) AS + B C
F ( s) = = 2 + (14)
( S + a) ( S + b) ( S + a) ( S + b)
2

Nesse caso, o cálculo das variáveis se dá por meio do desenvolvimento matemático


que utiliza mínimo múltiplo comum e conduz a um sistema de equações decorrente da
comparação direta dos dois lados da igualdade. Conhecendo-se os valores das constantes é
possível retornar com facilidade para o domínio do tempo.

EXEMPLO LITERAL 4

Considerando a solução operacional da equação (12).

vc 0 V 1
V (s) = +
c  1  RC  1 
S +  SS + 
 RC   RC 

Decompondo a segunda parcela em frações parciais tem-se:

1 A B
= + (15)
 1  S  1 
SS +  S + 
 RC   RC 

Multiplicando ambos os lados pelo denominador S e fazendo S = 0 tem-se:

S AS BS
= +
 1  S  1 
SS +  S + 
 RC   RC 

Daí,

A = RC

 1  1
Multiplicando ambos os lados pelo denominador  S +  e fazendo S = −
 RC  RC
tem-se:

 1   1   1 
S +  A S +  BS + 
 RC 
= 
RC 
+ 
RC 
 1  S  1 
SS +  S + 
 RC   RC 

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Daí,

B = − RC

Substituindo A e B na equação (15).

1 RC − RC
= + (16)
 1  S  1 
SS +  S + 
 RC   RC 

Assim a equação (9) pode ser escrita na forma que segue

 
vc 0 
V RC − RC 
V (s) = +  + 
c  1  RC  S  1 
S +   S + 
 RC   RC  

vc 0 V V
V (s) = + −
c  1  S  1 
S +  S + 
 RC   RC 

Rearranjando tem-se,

V V − vc 0
V (s) = − (17)
c S  1 
S + 
 RC 

Daí, a transformada inversa será:

t

vc (t ) = V − (V − vc 0 ) e RC
para t ≥ 0 (18)

EXEMPLO NUMÉRICO 2

Utilizando decomposição em Frações Parciais determinar a Transformada Inversa


de LAPLACE da seguinte solução operacional:

S2 + 2
F ( s) = (19)
( )
S 2 + 1 ( S − 1)

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Pela equação (14)

S2 + 2 AS + B C
= 2 +
( )
S + 1 ( S − 1)
2
(
S + 1 ( S − 1) )
S2 + 2 AS 2 − AS + BS − B + CS 2 + C
=
( )
S 2 + 1 ( S − 1) (
S 2 + 1 ( S − 1))
Então
S2 + 2 ( A + C ) S 2 − ( A − B) S − ( B − C )
= (20)
( S 2 + 1) ( S − 1) ( S 2 + 1) ( S − 1)

De onde é possível identificar as seguintes igualdades

( A+ C) =1

( A − B) = 0

( B − C ) = −2

A resolução desse sistema de três equações a três incógnitas conduz a:

1
A= B=−
2
3
C=
2
Daí,
1 S 1  3 1
F (s) = −  2 + 2 + (21)
2  S +1
 (
S +1 ) ( )  2 ( S − 1)

Retornando ao domínio do tempo tem-se:

1 3
f (t ) = − ( cos t + sent ) + et (22)
2 2

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Quando as raízes forem repetidas:

P( s) A B C
F ( s) = = + + +
( S + a ) ( S + b ) ... ( S + n ) ( S + a )
3 3
(S + a)
2
(S + a)

D N
+ ... + (23)
( S + n) ( S + n)
No caso das raízes de Q(s) não estarem explícitas na solução operacional, a decomposição
se dá sem a necessidade de identificar as raízes, como segue:

P( s) AS + B CS + D
F ( s) = = + +
( S + bS + c ) ... ( S + n ) ( S + bS + c ) ( S + bS + c )
2 2 2
2 2

N
.... + (24)
( S + n)

FÓRMULA DE HEAVISIDE.

É possível se deduzir a partir da decomposição em Frações Parciais, uma fórmula


capaz de fornecer diretamente a Transformada Inversa de LAPLACE quando a função
F(S)=P(S)/Q(S), sendo o grau de Q(s) maior do que o grau de P(s) e Q`(S) possui raízes
distintas. Ela é conhecida como Fórmula de HEAVISIDE.

 P ( S )  n P(α K ) α K t
L−1  =∑ e (25)
 Q( S )  K =1 Q '(α K )

Onde

α K = raiz genérica de Q(S)

Q '(α K ) = derivada de Q(S) no ponto α K

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EXEMPLO NUMÉRICO 3

Utilizando a Fórmula de HEAVISIDE determinar a Transformada Inversa de


LAPLACE das soluções operacionais que seguem:

2S − 4
a) F (S ) = (26)
( S + 2 )( S − 1)
α1 = −2

α2 = 1

P (−2) = −8

Q '(−2) = −3

P(1) = −2

Q '(1) = 3

Q '( S ) = 2S + 1

P( S ) = 2S − 4

Substituindo na equação (25) tem-se

8 2
f (t ) = e −2t − et (27)
3 3

2S + 5
b) F (s) = (28)
( S + 1)( S − 2 )( S + 3)
α1 = −1

α 2 = +2

α 3 = −3

Q ( S ) = S 3 + 2 S 2 − 5S − 6

P( S ) = 2S + 5

Q '( S ) = 3S 2 + 4 S − 5
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P (1) = 3

Q '(1) = −6

P (2) = 9

Q '(2) = 15

P (−3) = −1

Q`(−3) = 10

Daí,
1 3 1
f (t ) = − e− t + e2t − e −3t (29)
2 5 10

1
c) F (S ) = (30)
( S + 1) ( S + 1)
2

As raízes do denominador são

α1 = − 1

α2 = + j

α3 = − j

( S + 1) = 0 → S = 1

( S 2 + 1) = 0

S = ± −1 → S = ± j

Então

P( S ) = 1

Q( S ) = S 3 + S 2 + S + 1

Q`( S ) = 3S 3 + 2 S + 1

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Q`(−1) = 2

Q`(+ j ) = 3(+ j ) 2 + 2( j ) + 1 = −2 + 2 j

Q`(− j ) = 3(− j ) 2 − 2 j + 1 = −2 − 2 j
Daí

1 1 1
f (t ) = e − t + e + jt + e− jt (31)
2 ( −2 + 2 j ) (−2 − 2 j )

Racionalizando a duas últimas parcelas

1 ( −2 − 2 j ) = ( −2 − 2 j ) = −1 − j
( −2 + 2 j ) ( −2 − 2 j ) 8 4

1 ( −2 + 2 j ) = (−2 + 2 j ) = −1 + j
( −2 + 2 j ) ( −2 + 2 j ) 8 4

Temos

1
f (t ) = e − t +
( −1 − j ) e+ jt + ( −1 + j ) e− jt
2 4 4

1 1 j 1 j
f (t ) = e −t − e+ jt − e+ jt − e− jt + e − jt
2 4 4 4 4
Mas

1
=−j
j

1 1 j 1 j
f (t ) = e −t − e+ jt − e + jt − e − jt + e − jt
2 4 4j 4 4

Rearranjando

1 − t 1  e + jt + e − jt  1  e + jt − e− jt 
f (t ) = e −  +   (32)
2 2 2  2 2j 

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Pelas equações de EULER

e + jθ = cos θ + j s e n θ

e − jθ = cos θ − s e n θ

Logo
e + jθ + e − jθ
cos θ =
2
e
e + jθ − e − jθ
s e nθ =
2j
Então:

1 1 1
f (t ) = e − t − cos t + s e n t
2 2 2

ou
f (t ) =
2
( e − cos t + s e n t )
1 −t
(33)

Circuito RL

EXEMPLO LITERAL 5

Considere um ramo RL serie alimentado por uma fonte DC de valor V , e determinar a


equação da tensão nos terminais do indutor.

LKT: V = vr (t ) + vl (t )

Modelando vl (t )

V = Ri (t ) + vl (t )

1
L∫
V =R vl (t ) + vr 0 + vl (t ) (34)

Onde vr 0 = R i0

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Passando para o domínio S, tem-se:

V R Vl ( s ) v r 0
= + + Vl ( s )
S L S S

V − vr 0  R 
= + 1 Vl ( s )
S  SL 

V − vr 0
Vl ( s ) = S
SL + R
SL

L
Vl ( s ) = (V − vr 0 )
SL + R

Dividindo ambos os lados por L

V − vr 0
Vl ( s ) = (35)
 R
S + 
 L

Nesse caso a Transformada Inversa de LAPLACE pode ser obtida diretamente da


Tabela 1. Daí, retornando ao domínio do tempo tem-se:

R
− t
vl (t ) = (V − vr 0 ) e L
para t ≥ 0 (36)

Para assegurar a fixação desses conhecimentos determine as equações para as


demais variáveis, i (t ) e vr (t ) , do circuito RL.

CIRCUITOS COM CONDIÇÕES INICIAIS NULAS

Circuito RC

EXEMPLO NUMÉRICO 4:

Considere um ramo RC alimentado, no instante t=0, por uma fonte DC de 30 volts.


Estando o capacitor com carga inicial nula, determinar a equação da corrente série do
circuito.

LKT: vr (t ) + vc (t ) = 30

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Modelando i(t), temos:

1
C∫
Ri (t ) + i (t )dt = 30 (37)

Aplicando as propriedades e a Transformada de LAPLACE da função de excitação,


temos a equação algébrica correspondente, no domínio S.

1 I ( s ) 30
RI ( s ) + =
C s s

Daí,
 1  30
I (S )  R + =
 SC  S

30
I (S ) = S
1
R+
SC
30
I (S ) = S
RSC + 1
SC

30C :RC
I (S ) =
SRC + 1 :RC

30
I (S ) = R
1
S+
RC

Portanto, a solução operacional do circuito será:

30 1
I (s) = (38)
R  1 
S + 
 RC 

Nesse caso a Transformada Inversa de LAPLACE pode ser obtida diretamente pela
Tabela 1. Assim, retornando ao domínio do tempo tem-se:

1
30 − RC t
i (t ) = e para t ≥ 0 (39)
R
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Circuito RL

EXEMPLO NUMÉRICO 5

Considere um ramo RL alimentado, no instante t=0, por uma fonte DC de 30 volts.


Determinar a equação da corrente série do circuito.

LKT: vr (t ) + vl (t ) = 30

Modelando a corrente i (t )

d
Ri (t ) + L i (t ) = 30 (40)
dt

Passando para o domínio S

30
RI ( S ) + L [ SI ( S ) − i (0) ] =
S

30
I ( S ) [ R + SL ] =
S

30
I (S ) =
S ( R + SL)

30
I (s) = L
 R
SS + 
 L

A solução operacional será:

30 1
I (S ) = (41)
L  R
SS + 
 L

Decompondo em frações parciais

30
L A B
= +
 R S  R
SS +  S + 
 L  L
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Cálculo da constante A

30
L BS
S =0 = A + 
 R  R  S =0
SS +  S + 
 L  L

30
A=
R

Cálculo da constante B

30  R
A S + 
L  L
R =  R +B
S S =− L S S =−
L

30
B=−
R
Assim,

30 1 30 1
I (S ) = − (42)
R S R  R
S + 
 L

Retornando para o domínio do tempo

30 30 − RL t
i (t ) = − e para t ≥ 0 (43)
R R

CIRCUITOS COM CONDIÇÕES INICIAIS NÃO NULAS

Circuito RC

EXEMPLO NUMÉRICO 6

Considerando um ramo RC série, alimentado por uma fonte DC V = 10 volts e,


sabendo-se que a tensão inicial nos terminais do capacitor, quando do chaveamento da
fonte, é vc 0 = 2 volts determinar a equação da tensão nos terminais do capacitor e da
corrente série do circuito.

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a) Modelando v c (t )

LKT: vr (t ) + vc (t ) = 0

dvc (t )
RC + vc (t ) = 10 (44)
dt

Passando para o domínio de S:

10
RC[ SVc ( S ) − Vc (0)] + Vc ( S ) =
S

10
SRCVc ( S ) − RCVc (0) + Vc ( S ) =
S

10 S 2 RC + 10
Vc ( S ) [ SRC + 1] = + 2 RC =
S S

 S 2 RC + 10 
  S 2 RC + 10 :RC
Vc ( S ) =  =
S
SRC + 1 S ( SRC + 1) :RC

Portanto a solução operacional será:

 S 2 RC + 10 
 
Vc ( S ) =  
RC
(45)
 1 
SS + 
 RC 

Decompondo em frações parciais:

 S 2 RC + 10 
  A
 RC = + B
 1  S  1 
SS +  S + 
 RC   RC 

 S 2 RC + 10 
 
A=   = 10 RC = 10
RC
S =0
 1  RC 1
 S + 
 RC 

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 S 2 RC + 10   −2 + 10  8
   
B=   RC  = RC = −8
RC
1 =
 1  S =− RC

1

1
S + 
 RC  RC RC

A solução operacional será:

10 8
Vc( S ) = − (46)
S  1 
S + 
 RC 

Retornando ao domínio do tempo tem-se:

t

vc (t ) = 10 − 8 e RC
para t ≥ 0 (47)

b) Modelando i (t )

LKT: vr (t ) + vc (t ) = 10

1
C∫
Ri (t ) + i (t ) dt + vc 0 = 10 (48)

Passando para domínio S:

I ( S ) 2 10
RI ( S ) + + =
SC S S

 1  8
I (S )  R + =
 SC  S

8
  :RC
I (S ) = S =
8C
 RSC + 1  ( SRC + 1) :RC
 
 SC 

8
 
I (S ) =   =
R 8 1
(49)
 1  R 1 
S +  S + 
 RC   RC 

Que é a Solução Operacional.


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Portanto:

8 − RCt
i (t ) = e para t ≥ 0 (50)
R

CIRCUITOS DE SEGUNDA ORDEM

Circuito LC

EXEMPLO LITERAL 6

Considerando um ramo LC serie alimentado por uma fonte DC determinar a


equação da corrente série contemplando a possibilidade de que a tensão inicial nos
terminais do capacitor seja diferente de zero.

LKT: vl (t ) + vc (t ) = V

di(t ) 1
L + ∫ i (t )dt + vc 0 = V
dt c

d 2i (t ) 1
L + i (t ) = 0 (51)
dt 2 c

Passando Para o domínio S

L  S 2 I ( S ) − Si (0) − iι (0)  + I ( S ) = 0
Mas

i (0) = 0

e
di (0) V − vc 0
=
dt L

LS 2 I ( S ) − L
(V − vc 0 ) + I ( S ) = 0
L C

 1
I ( S )  LS 2 +  = V − vc 0
 C

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V − vc 0
I (S ) =
 2 1
 LS + 
 C

 V − vco  1
I (S ) =   (52)
 L  S2 + 1
LC

1 1
Mas ω0 = e ω02 =
LC LC

I (S ) =
(V − vc 0 ) 1
L S + ω0 2
2

I (S ) =
(V − vc 0 ) ω0 (53)
ω0 L S 2 + ω02

Retornando para o domínio do tempo

 V − vc 0 
i (t ) =   s e n ω0t (54)
 ω 0 L 

Onde
1 L2 L
ω0 L = L= =
LC LC C

Portanto

i (t ) =
(V − vc 0 ) s e n ω t para t ≥ 0 (55)
0
L
C

L
NOTA: No caso de uma linha de transmissão = Z C é a impedância característica.
C

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EXEMPLO NUMÉRICO 7

Considerando o circuito abaixo determinar as equações nos terminais do capacitor e


do indutor na ausência do diodo, assim como a tensão reversa máxima sobre o diodo, no
caso da corrente inicial ser igual a 1 A.

17mH
+
100V _

5,9µF

a) Equação para a tensão nos terminais do capacitor

LKT: vL (t ) + vc (t ) = E

d
L i (t ) + vc (t ) = E
dt

d2
LC 2 vc (t ) + vc (t ) = E (56)
dt

Utilizando Transformada de LAPLACE

 d  E
LC  S 2Vc ( S ) − Svc (0) − vc (0)  + Vc ( S ) =
 dt  S

E
Vc ( S )  S 2 LC + 1 − SLCvc (0) − Lic (0) =
S

E
+ SLCvc (0) + Lic (0)
Vc ( S ) = S
S 2 LC + 1

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E SLCv (0) Li (0)


Vc ( S ) = + 2 c + 2 c
S ( S LC + 1) S LC + 1 S LC + 1
2

1
Dividindo por LC e fazendo ω0 2 =
LC

E / LC Sv (0) i (0) / C
Vc ( S ) = + 2 c 2 + c2 (57)
S ( S + ω0 ) S + ω0
2 2
S + ω0 2

Utilizando decomposição em frações parciais, equação (17)

E / LC A B + CS ( A + C ) S 2 + BS + Aω0 2
= + =
S ( S 2 + ω0 2 ) S ( S 2 + ω0 2 ) S ( S 2 + ω0 2 )

A+C = 0

B=0

Aω0 2 = E / LC

Daí,

A = E; B = 0 e C = − E

e
E / LC E − ES
= + 2
S ( S + ω0 ) S ( S + ω0 2 )
2 2

Assim,

E ES Sv (0) i (0) / C ω0
Vc ( S ) = − 2 + 2 c 2 + c2 (58)
S ( S + ω0 ) S + ω0
2
S + ω0 2 ω0

Retornando ao domínio do tempo,

ic (0)
vc (t ) = E − E cos ω0t + vc (0) cos ω0t + senωt
ω0C
ou
L
vc (t ) = E − [ E − vc (0)]cos ω0t + ic (0) senω0t para t ≥ 0 (59)
C

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a) Equação para a Corrente do Capacitor:

LKT: vc (t ) + vL (t ) = E

1 d
C ∫ i (t )dt +vc (0) + L i (t ) = E
dt
(60)

Passando para o domínio S, temos:

I ( S ) vc (0) E
+ + L[ SI ( s ) − i (0)] =
SC S S

 1  E − vc (0)
I ( S )  SL +  − Li (0) =
 SC  S

E − vc (0)
+ Li (0)
S E − vc (0) Li (0)
I (S ) = = +
SL +
1  1 
SL +
1
S  SL + 
SC  SC  SC

C[ E − vc (0)] SLCi (0)


I (S ) = + 2
S 2 LC + 1 S LC + 1

1
[ E − vc (0)] ω
Si (0)
I (S ) = L 2 0
+ 2
S + ω0 2
ω0 S + ω0 2

C ω S
I (S ) = [ E − vc (0)] 2 0 2 + 2 i (0) (61)
L S + ω0 S + ω0 2

C
i (t ) = [ E − vc (0)] senω0t + i (0) cos ω0t para t ≥ 0 (62)
L

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Solução pela Fórmula de HEAVISIDE

a) Equação para a Tensão no Capacitor:

LKT: E = vL (t ) + vc (t )

d
E=L i (t ) + vc (t )
dt
d2
E = LC 2 vc (t ) + vc (t ) (63)
dt

Passando para o domínio S temos:

E
= LC  S 2Vc ( S ) − Svc (0) − vc' (0)  + Vc ( S )
S

ic (0)
vc' (0) =
C
Então,

E
= Vc ( S )  S 2 LC + 1 − SLCvc (0) − Lic (0)
S

E
+ SLCvc (0) + Lic (0)
Vc ( S ) = S
S 2 LC + 1

E SLCv (0) Li (0)


Vc ( S ) = + 2 c + 2 c (64)
S ( S LC + 1) S LC + 1 S LC + 1
2

E E / LC
= , onde ω0 2 = 1/ LC
S ( S LC + 1) S ( S 2 + ω0 2 )
2

E E LC
=
S ( S + ω0 ) S ( S + jω0 )( S − jω0 )
2 2

Utilizando a Fórmula de HEAVISIDE, equação (25)

Q ' ( S ) = 3S 2 + ω0 2

Q ' (0) = ω0 2

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Q ' (+ jω0 ) = −2ω0 2

Q ' (− jω0 ) = −2ω0 2

Então,
E LC
S ( S + jω0 )( S − jω0 )
=E+
E + jω0
2
e ( )
+ e − jω0 = E − E cos ω0t (65)

SLCvc (0) S
= vc (0) 2 = vc (0) cos ω0t (66)
S LC + 1
2
S + ω0 2
e
ic (0)
Lic (0) ω i (0) ω0 1
= 2C 2 0 = c , = L
S LC + 1 S + ω0 ω0 ω0C S + ω0 ω0C
2 2 2 C

Lic (0) L
= ic (0) senω0t (67)
S LC + 1
2
C

Portanto substituindo as equações (64), (65) e (66) na equação (63), tem-se:

L
vc (t ) = E − [ E − vc (0)]cos ω0t + ic (0) senω0t para t ≥ 0 (68)
C

Cálculo da tensão máxima reversa sobre o diodo

vL (t ) = E − Vc (t )
L
vL (t ) = [ E − vc (0)]cos ωt − i (0) senωt (69)
C

d
A tensão máxima ocorre quando vL (t ) = 0
dt

Passando a equação (58) para o domínio S

S L ω
VL ( s ) = [ E − vc (0)] − i (0) 2 (70)
S +ω
2 2
C S + ω2

Sabemos que

d 
L  vL (t )  = SVL ( s ) − vL (0)
 dt 
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Daí,
d   S L ω 
L  vL (t )  = S [ E − vc (0)] 2 − i (0) 2  − [ E − vc (0)]
 dt   S +ω 2
C S + ω 2 

d  S2 L ωS
L  vL (t )  = [ E − vc (0)] 2 − [ E − vc (0)] − i (0) 2
 dt  S +ω 2
C S + ω2

d   S2  L ωS
L  vL (t )  = −[ E − vc (0)]  − 2 + 1 − i (0) 2
 dt   S +ω S + ω2
2
 C
Então,

d   ω2  L S
L  vL (t )  = −[ E − vc (0)]ω  2 2 
−ω i (0) 2 (71)
 dt   S +ω  C S + ω2

Retornando ao domínio do tempo e igualando a zero

d L
vL (t ) = −[ E − vc (0)]ω senωt − ω i (0) cos ωt = 0 (72)
dt C

Ou
L
−[ E − vc (0)]ω senωt = i (0)ω cos ωt
C
e
L
i (0)ω
tgωt = − C
[ E − vc (0)]ω

L
i (0)
tgωt = − C
[ E − vc (0)]

 L 
 i (0) 
ωt = − arctg  C 
 [ E − vc (0)] 
 
 

Fazendo θ = ωt

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 17e − 3 
− 
5,9e − 6
θ = − arctg  
 100 
 
 
θ = 28, 27°

Portanto,

vL max (t ) = 100 cos(28, 27) + 53, 77 sen(28, 27) (73)

Ou,
vL max (t ) = 113,53 volts

EXEMPLO NUMÉRICO 8

Considerando que não havia energia armazenada no circuito de duas malhas


indicado a seguir, determinar a equação da corrente do indutor a partir do chaveamento no
instante t=0.

Malha I:

d
R1i1 + L ( i1 − i2 ) = V
dt

R1 I1 ( S ) + L{S [ I1 ( S ) − I 2 ( S )] − [i1 (0) − i2 (0)]}

V
R1 I1 ( S ) + LSI1 ( S ) − Li1 (0) − LSI 2 ( S ) + Li2 (0) =
S
200 200
i1 (0) = i2 (0) = = = 14, 28 A
R1 + R2 14
V
( R1 + SL) I1 ( S ) − SLI 2 ( S ) = (74)
S

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Malha II

d
R2 I 2 = L ( i1 − i2 ) = 0
dt

R2 I 2 ( S ) + LSI 2 ( S ) − Li2 (0) − LSI1 ( S ) + Li1 (0) = 0

( R2 + LS ) I 2 ( S ) − LSI1 ( S ) = 0

− LSI1 ( S ) + ( R2 + LS ) I 2 ( S ) = 0 (75)

V
( R1 + SL) − SL I1
= S
− SL + ( R2 + SL) I 2
0

∆ = ( R1 + SL) ( R2 + SL ) − ( SL) 2

∆ = R1 R2 + R1SL + R2 SL + ( SL) 2 − ( SL) 2

∆ = R1 R2 + SL( R1 + R2 ) → ∆ = (4,10) + S (3,10−3 )(4 + 10)

∆ = 40 + 0, 042S
(76)

Cálculo de I1 ( s )

V
− SL
∆1 = S
0 ( R2 + SL)

R + SL 
( R2 + SL ) = 200  2
V
∆1 =  (77)
S  S 

200 ( R2 + SL )
∆ S
I1 ( s ) = 1 =
∆ 40 + 0, 042S

2000
+ 0, 6
I1 ( s ) = S
40 + 0, 042 S

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 200 + 0, 06 S 
 
I1 ( s ) =  
S
40 + 0, 042 S

2000 + 0, 6S
I1 ( S ) = (78)
S ( 40 + 0, 042 )

Decompondo em frações parciais

0, 6 S + 2000 A B
= +
S ( 40 + 0, 042 S ) S ( 40 + 0, 042 S )

2000
A= → A = 50
40

0, 6 S + 2000
B=  40 → B = −1,5
S S =−
0,042

:0,042
50 1,5
I1 ( S ) = −
S ( 0, 042 S + 40 ) :0,042

50 35, 7
I1 ( S ) = − (79)
S S + 952,38

Retornando para o domínio do tempo

i1 (t ) = 50 − 35, 71e −952,38t para t ≥ 0 (80)

Utilizando o mesmo procedimento encontra-se:

i2 (t ) = 14, 29e −952,38t para t ≥ 0 (81)

Sendo

i3 (t ) = i1 + i2 (t )

Então

i3 (t ) = 14, 29e −952,38t + 50 − 35, 71e −952,38t


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i3 (t ) = −21, 42 e −952,38t + 50 para t ≥ 0 (82)

Para revisar os conhecimentos acima, refaça esse exemplo substituindo o indutor


por um capacitor. Considere nula a energia inicial armazenada no campo elétrico do
capacitor. Neste caso R1 = R2 = R e V = E volts .

EXEMPLO NUMÉRICO 9

Considere um ramo RL série ( R = 10 Ω; L = 5 mH ), submetido no instante t=0, via


chaveamento, a uma fonte DC de 200 volts . Quando o circuito atingir o regime permanente
o ramo passa a ser submetido a uma fonte DC de −300 volts até atingir um outro regime
permanente. Nesse momento o ramo passa a ser submetido a uma fonte DC de 400 volts .
Utilizando Transformada de LAPLACE e levando em conta que os chaveamentos se dão de
forma instantânea, determinar a equação da corrente para o circuito RL.

Análise genérica

E = vr (t ) + vl (t )

di (t )
E = Ri (t ) + L
dt
di (t )
L + Ri (t ) = E (83)
dt

Passando para o domínio de LAPLACE

E
L [ SI ( S ) − i (0) ] + Ri ( S ) =
S

E
SLI ( S ) − Li (0) + RI ( S ) =
S

E E + SLi (0)
( SL + R ) I ( S ) = + Li (0) =
S S

E + SLi (0)
I (S ) = SL
R
( SL + )
L

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E + SLi (0)
:L

I (S ) = S
( SL + R ) :L

E
+ i (0)
I ( S ) = SL
 R
S + 
 L

E i (0)
I (S ) = + (84)
 R  R
SL  S +  S + 
 L  L

Para o chaveamento 1:

200
I (S ) = +0
 R
SL  S + 
 L

200 1
I (S ) = (85)
L  R
SS + 
 L

Decompondo em frações parciais

200 1 A B
= +
L  R S  R
SS +  S + 
 L  L

200 1
A= 
L  R  S =0
S + 
 L
200
A=
R

A = 20

200 1 200
B=  R →B=− → B = −20
L S S =− L R

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20 20
I (S ) = − (86)
S ( S + 2000 )
Daí,

i (t ) = 20 − 20e −2000t
Ou
i (t ) = 20 (1 − e −2000t ) (87)

Para o Chaveamento 2:

−300 20
I (S ) = + (88)
 R   R
SL  S +   S + 
 L  L

300 1 A B
− = +
L  R S  R
SS +  S + 
 L  L

A = −30

300 1
B=−  R
L S S =− L

B = 30

30 30 20
I (S ) = − + +
S  R  R
S +  S + 
 L  L

30 50
I (S ) = − +
S  R
S + 
 L

30 50
I (S ) = − + (89)
S ( S + 2000 )

Retornando ao domínio do tempo

i (t ) = −30 + 50e−2000t (90)

--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 120
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Para o chaveamento 3:

400 (−30)
I (s) = + (91)
 R  R
SL  S +   S + 
 L  L

400 1 A B
=
L  R S  R
SS +  S + 
 L  L

A = 40

400 1
B=  R
L S S =− L

B = −40

40 40 30
I (S ) = − −
S  R   R
S +  S + 
 L  L
40 70
I (S ) = − (92)
S ( S + 2000 )

Retornando ao domínio do tempo

i (t ) = 40 − 70e −2000t (93)

Corrente Série do Circuito


40

30

20
corrente(A)

10

-10

-20

-30
0 1 2 3 4 5 6 7
tempo(s) x 10
-3

Fig. 1 – Corrente série do circuito RL

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Para consolidar os conhecimentos apresentados refaça esse exemplo modelando as


demais variáveis vr (t ) e vl (t ) .

EXEMPLO NUMÉRICO 10

Considere um ramo RC série ( R = 10 Ω; C = 5 mF ), submetido no instante t=0, via


chaveamento, a uma fonte DC de 400 volts . Quando o circuito atingir o regime permanente
o ramo passa a ser submetido a uma fonte DC de 200 volts até atingir um outro regime
permanente. Nesse momento o ramo passa a ser submetido a uma fonte DC de −300 volts .
Utilizando Transformada de LAPLACE e levando em conta que os chaveamentos se dão de
forma instantânea, determinar a equação da corrente para o circuito RC.

Análise genérica:

LKT: vr (t ) + vc (t ) = V

1
C∫
Ri (t ) + i(t ) dt + vc 0 = V (94)

Passando para o domínio de LAPLACE

I ( s ) vc 0 V
RI ( s ) + + =
SC S S

 1  E vc 0
 R + SC  I ( s ) = S − S

E vc 0

I (s) = S S
 1 
 R + SC 
V vc 0
I (s) = −
 1   1 
S R +  S R +
 SC   SC 

E vc 0
I (s) = −
 RSC + 1   RSC + 1 
S  S
 SC   SC 

--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 122
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V 1 v 1
I (s) = − c0
R 1  R  1 
 S + RC   S + RC 
(95)

Para o chaveamento 1

vc 0 = 0

40
I (s) = (96)
( S + 20 )
Então

i (t ) = 40 e−20t (97)

Para o chaveamento 2

20 40
I (s) = − (98)
[ S + 20] [ S + 20]
Retornando ao domínio do tempo

i (t ) = 20 e −20t − 40e−20t
Ou

i (t ) = −20e −20t (99)

Para o chaveamento 3

30 20
I (s) = − −
[ S + 20] [ S + 20]
50
I (s) = − (100)
[ S + 20]
Retornando ao domínio do tempo

i (t ) = −50 e −20t (101)

--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 123
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Corrente Série do Circuito


40

30

20

10
corrente(A)
0

-10

-20

-30

-40

-50
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
tempo(s)

Fig.2 – Corrente série do circuito RC

Com vistas a consolidar seus conhecimentos refaça esse exemplo modelando as


demais variáveis vr (t ) e vc (t ) .

EXEMPLO NUMÉRICO 11

Considere um ramo RL série ( R = 10 Ω; L = 4 mF ), submetido no instante t=0, via


chaveamento, a uma fonte DC de 300 volts . Quando transcorrer duas constantes de tempo
ramo passa a ser submetido a um curto circuito. Após o circuito atingir novo regime
permanente o ramo passa a ser submetido a uma fonte DC de −600 volts . Utilizando
Transformada de LAPLACE e levando em conta que os chaveamentos se dão de forma
instantânea, determinar a equação da tensão nos terminais do indutor, em cada intervalo.

Análise genérica

LKT: vl (t ) + vr (t ) = V

vl (t ) + Ri (t ) = V

R
L∫
vl (t ) + vl (t ) dt = V (102)

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Passando para o domínio de LAPLACE

R Vl ( s ) Ri (0) V
Vl ( s) + + =
L S S S

 R V Ri (0)
1 + SL  Vl ( s ) = S − S

 SL + R  V + Ri (0)
 SL  Vl ( s ) = S

V − Ri (0) SL
Vl ( s) =
S SL + R

V Ri (0)
Vl ( s ) = − (103)
 R  R
S +  S + 
 L  L

Para o chaveamento 1

300
Vl ( s ) = (104)
( S + 2500 )
Retornando ao domínio do tempo

vl (t ) = 300 e −2500t (105)

Para o chaveamento 2

Por ocasião do segundo chaveamento a tensão dos terminais do resistor que será a
mesma no instante imediatamente após o chaveamento será determinada como segue:

vl (2τ ) = 300 e −2

vl (2τ ) = 40, 6

LKT: vr (2τ ) + vl (2τ ) = 300

vr (2τ ) = 300 − 40, 6

vr (2τ ) = 259, 4 volts

--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 125
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Portanto no instante subseqüente ao segundo chaveamento a corrente que flui


através do resistor será:

i ( 0 ) = 25,94 A

Substituindo em (103) e considerando V= 0, tem-se:

259, 4
Vl ( s ) = −
( S + 2500 )
Retornando ao domínio do tempo

vl (t ) = −259, 4 e −2500t (106)

Para o chaveamento 3

Nesse caso o chaveamento ocorre após o segundo chaveamento quando o circuito


atinge o regime permanente e a corrente do circuito se torna nula, assim:

vl (t ) = −600 e −2500t (107)

Observe que a partir das equações da tensão nos terminais do indutor, em cada
intervalo, é possível determinar facilmente as equações para a tensão nos terminais do
resistor e a corrente série por meio da Lei de Kirchhoff e da Lei de Ohm , respectivamente.

Tensões nos terminais do Indutor e do Resistor


300

200

100

0
tensão(v)

-100

-200

-300

-400

-500

-600
0 1 2 3 4 5 6
tempo(s) x 10
-3

Fig.3 – Tensões nos terminais do Indutor e do Resistor

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EXEMPLO NUMÉRICO 12

Considere um ramo RC ( R = 200 Ω; C = 5 µ F ) submetido no instante t=0 a uma


fonte de tensão de 150 volts . Transcorridos 500µ s , o ramo é instantaneamente submetido,
via chaveamento, a uma fonte de tensão de 100 volts . Considerando as condições iniciais
nulas, determinar as equações da tensão nos terminais do capacitor, em cada intervalo.

Análise Genérica

LKT: vr (t ) + vc (t ) = V

Ri (t ) + vc (t ) = V

d
RC vc (t ) + vc (t ) = V (108)
dt

Passando para o domínio de LAPLACE

V
RC [ SVc ( s ) − vc 0 ] + Vc ( s ) =
S

V
RCSVc ( s ) − RCvc 0 + Vc ( s ) =
S

V
Vc ( s) [ RCS + 1] = + RCvc 0
S

Daí,

V RCvc 0
Vc ( s ) = + (109)
S ( RCS + 1) ( RCS + 1)

Para o chaveamento 1

150
Vc ( s ) = (110)
S ( RCS + 1)

Decompondo em Frações Parciais

150 A B
= +
S ( RCS + 1) S ( RCS + 1)

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Tem-se

A = 150

B = −150 RC

Assim,

150 150 RC
Vc ( s ) = − (111)
S ( RCS + 1)
Retornando ao domínio do tempo

vc (t ) = 150 − 150 e1000t (112)

Para o chaveamento 2

100 RCvc 0
Vc ( s ) = + (113)
S ( RCS + 1) ( RCS + 1)

Decompondo em Frações Parciais

100 A B
= +
S ( RCS + 1) S ( RCS + 1)

Tem-se,

A = 100

B = −100 RC

Assim,

100 100 RC RCvc 0


Vc ( s ) = − +
S ( RCS + 1) ( RCS + 1)

Onde vc 0 = vc (500µ s) = 59, 04 volts

Portanto

100 40,96 RC
Vc ( s ) = − (114)
S ( RCS + 1)
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Retornando ao domínio do tempo

vc (t ) = 100 − 40,96 e1000t (115)

Observe que a partir das equações da tensão nos terminais do capacitor, em cada
intervalo, é possível determinar facilmente as equações para a tensão nos terminais do
resistor e a corrente série por meio da Lei de Kirchhoff e da Lei de Ohm , respectivamente.

Tensões nos terminas do Capacitor e do Resistor


150

100
tensão(v)

50

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5
tempo(s) -3
x 10

Fig. 4 – Tensões nos terminais do Capacitor e do Resistor

TEOREMA DO VALOR INICIAL E TEOREMA DO VALOR FINAL

A partir da Transformada de LAPLACE é possível identificar tanto a condição


inicial quanto a condição final em regime permanente da variável no domínio do tempo
sem a necessidade de determinar a Transformada Inversa de LAPLACE. Isso é possível por
meio da utilização dos teoremas do valor inicial e do valor final, respectivamente.

Teorema do Valor Inicial

lim f (t ) = lim SF ( s ) (116)


S →∞
t →0

Teorema do Valor Final

lim f (t ) = lim SF ( s ) (117)


t →∞ S →0

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EXEMPLO NUMÉRICO 13

Considere um ramo RL ( R = 10 Ω e L = 4 mH ) submetido a uma seqüência de


chaveamento tal que a solução operacional da corrente em cada intervalo é dada por:

300
I1 ( s ) =
 R
SL  S + 
 L

−600 30
I 2 (s) = +
 R  R
SL  S +   S + 
 L  L

900 −60
I3 (s) = +
 R  R
SL  S +   S + 
 L  L

Aplicando os Teoremas do Valor inicial e do Valor final em cada intervalo tem-se:

Intervalo 1

300S
i (0) = =0
 R s →∞
SL  S + 
 L

300S
i (∞ ) = = 30
 R s →0
SL  S + 
 L

Intervalo 2

−600 30S
i (0) = + = 30
 R  R s →∞
L S +   S + 
 L  L

−600 30S
i (∞ ) = + = −60
 R  R s →0
LS +  S + 
 L  L

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Intervalo 3

900 60S
i (0) = − = −60
 R  R s →∞
LS +  S + 
 L  L

900 60 S
i (∞ ) = − = +90
 R  R s →0
LS +  S + 
 L  L

Utilizando a propriedade da derivada é possível determinar as condições inicial e


final da tensão no indutor, como segue:

VL ( S ) = L [ SI ( s ) − i (0) ]

VL ( S ) = LSI ( s ) − Li (0)

Intervalo 1
300
VL1 ( s ) = SL −0
 R
SL  S + 
 L

300
VL1 ( s ) =
 R
S + 
 L
Daí

300S
vL1 (0) = = 300
 R s →∞
S + 
 L

300S
vL1 (∞) = =0
 R s →0
S + 
 L

Intervalo 2
 
 −600 30 
VL2 ( s ) = SL  +  − 30 L
 SL  S + R   S + R  
   
L 

L  

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−600 30 SL
VL2 ( s ) = + − 30 L
 R  R
S +  S + 
 L  L

−600 + 30 SL − 30 SL − 300
VL2 ( s ) =
 R
S + 
 L
−900
VL2 ( s ) =
 R
S + 
 L
Assim,

−900 S
vL2 (0) = = −900
 R s →∞
S + 
 L

−900 S
vL2 (∞) = =0
 R s →0
S + 
 L

Intervalo 3
 
 900 60 
VL3 ( s ) = SL  −  + 60 L
 SL  S + R   S + R  
   
L 

L  

900 60 SL
VL3 ( s ) = − + 60 L
 R  R
S +  S + 
 L  L

900 − 60 SL + 60 SL + 600
VL3 ( s ) =
 R
S + 
 L
1500
VL3 ( s ) =
 R
S + 
 L
Logo,

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1500 S
vL3 (0) = = 1500
 R s →∞
S + 
 L

1500 S
vL3 (∞) = =0
 R s →0
S + 
 L

TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS


SUBMETIDOS À FUNÇÃO DEGRAU E À FUNÇÃO IMPULSO.

RESPOSTA AO DEGRAU

EXEMPLO LITERAL 7

Determinar a resposta ao degrau de um ramo RL série submetido a uma fonte de


tensão u (t ) . Considerar a energia inicial armazenada no campo magnético nula.

vr (t ) + vl (t ) = u (t )

Modelando a corrente i (t )

d
Ri (t ) + L i (t ) = u (t ) (118)
dt

Passando para o domínio de LAPLACE tem-se

1
RI ( s ) + L [ SI ( s ) − i (0)] =
S

1
( R + LS ) I ( s) =
S

1
I (s) =
S ( R + LS )

1 1
I (s) = (119)
L  R
SS + 
 L
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Decompondo em frações parciais

1 A B
= + (120)
 R S  R
SS +  S + 
 L  L

Daí,

L
A=
R

L
B=−
R

Substituindo na equação (120)

 

1 L L 
I (s) =  − 
L  SR  R 
RS + 
  L  

 

1 1 1 
I (s) =  −  (121)
R S  R 
 S + 
 L 

Retornando ao domínio tempo tem-se:

1 R
− t 
i (t ) =  u (t ) − e L
u (t ) 
R 

Ou
u (t )  − t 
R
i (t ) =  1 − e L
 (122)
R  

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EXEMPLO LITERAL 8

Determinar a resposta ao degrau de um ramo RC série submetido a uma fonte de


tensão u (t ) . Considerar a energia inicial armazenada no campo elétrico nula.

vr (t ) + vc (t ) = u (t )

Modelando a corrente i (t )

1
C∫
Ri (t ) + i (t )dt + vco = u (t ) (123)

Passando para o domínio S

I (s) 1
RI ( s ) + =
SC S

 1  1
R+  I (s) =
 SC  S

1 SC
I (s) =
S ( SRC + 1)

Rearranjando

1 1
I (s) = (124)
R 1 
S + 
 RC 
Portanto

u (t ) − RCt
i (t ) = e (125)
R

Verifique os seus conhecimentos determinando a resposta ao degrau u (t ) ,


modelando as tensões no indutor e no capacitor nos exemplos RL e RC, respectivamente.

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RESPOSTA AO IMPULSO

EXEMPLO LITERAL 9

Determinar a resposta ao impulso de um ramo RL série submetido a uma fonte de


corrente δ (t ) . Considerar a energia inicial armazenada no campo magnético nula.

LKT: vR (t ) + vL (t ) = δ (t )

Modelando a corrente i (t )

di (t )
Ri (t ) + L = δ (t ) (126)
dt

Passando para o domínio S

RI ( S ) + L [ SI ( S ) + i (0) ] = 1

I ( S ) [ R + SL ] = 1

1
I (S ) =
R + SL

Rearranjando

1 1
I (S ) = (127)
L R
S + 
 L

A equação correspondente no domínio do tempo será:

1 − RL t
i (t ) = e para t ≥ 0 (128)
L

EXEMPLO LITERAL 10

Determinar a resposta ao impulso de um ramo RC série submetido a uma fonte de


corrente δ (t ) . Considerar a tensão inicial nos terminais do capacitor igual a zero.

LKT: vr (t ) + vc (t ) = δ (t )
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Modelado a corrente i (t )

1
C∫
Ri (t ) + ic (t )dt = δ (t ) (129)

Passando para o domínio S

1 I (S )
RI ( S ) + =1
C S

 1 
I (S )  R + =1
 SC 

:RC
 SC 
I (S ) = 
 RSC + 1 :RC

S
I (S ) = R (130)
 1 
S + 
 RC 

Decompondo em frações parciais

S
R A
I (S ) = =
 1   1 
S +  S + 
 RC   RC 
Daí,
1
A=−
R 2C

então
1 − RCt δ (t )
i (t ) = − e + para t ≥ 0 (131)
R 2C R

δ (t )
Onde é a corrente inicial do circuito
R

Utilizando as propriedades da Transformada de LAPLACE encontre a resposta ao


degrau a partir da resposta ao impulso e vice e versa dos circuitos RC e RL apresentados
anteriormente.

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TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS


SUBMETIDOS A SINAIS CONTÍNUOS: ANÁLISE AC.

CIRCUITOS DE PRIMEIRA ORDEM

Circuito L

EXEMPLO LITERAL 11

Por meio de um circuito L alimentado por um sinal AC é possível determinar a


corrente de energização de um reator, desconsiderando as perdas existentes no sistema,
como segue:

v(t ) = Vm s e n (ωt + θ )

di (t )
vL (t ) = v(t ) = L
dt

di (t ) 1
= Vm s e n (ωt + θ ) (132)
dt L

Considerando que s e n (ωt + θ ) = s e n ωt cos θ + s e n θ cos ωt e passando para o domínio S:

Vm   ω   S 
SI ( S ) − i (0) = cos θ  S 2 + ω 2  + s e n θ  S 2 + ω 2  
L     

Vm 1  ω  Vm 1  S ω
I (S ) = cos θ  2 2 
+ s e nθ  2 2 
L S  S +ω  L S  S +ω ω

Rearranjando

Vm 1  ω  Vm  ω 
I (s) = cos θ  2 2 
+ s e nθ  2 2 
(133)
L S  S + ω  ωL  S +ω 

Utilizando decomposição em frações parciais

ω A B + CS
= + (134)
S (S +ω
2 2
) S S 2 + ω2

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ω AS 2 + Aω 2 + BS + CS 2
=
S (S2 + ω2 ) S (S2 + ω2 )

ω
=
( A + C ) S 2 + BS + Aω 2
S (S2 + ω2 ) S (S2 + ω2 )
Daí,
( A+ C)S2 = 0
A+C = 0

A = −C

BS = 0

B=0

Aω 2 = ω

1
A=
ω
E
 1
C = − 
 ω

Substituindo A, B e C na equação (134), tem-se:

ω 1 S 1 1 S 
= − =  − 2
S (S +ω2 2
) ω S ω ( S + ω ) ω  S S + ω 2 
2 2

Ou
ω 1 1 S  1
= − 2 = [1 − cos ωt ] (135)
S (S +ω2 2
) ω  S S + ω 2  ω

Substituindo na equação (133) e retornando ao domínio do tempo, tem-se:

Vm V
i (t ) = s e n θ s e n ωt + m cos θ [1 − cos ωt ]
ωL ωL
Ou

Vm V
i (t ) = cos θ − m [ cos θ cos ωt − s e n θ s e n ωt ]
ωL ωL

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Mas

cos (ωt + θ ) = cos θ cos ωt − s e n θ s e n ωt

Assim

Vm
i (t ) = cos θ − cos (ωt + θ )  para t ≥ 0 (136)
ωL 

Para fixar esses conhecimentos refaça esse exemplo para o caso de um capacitor em
vez de um indutor. Considere que inicialmente não existe energia armazenada no campo
elétrico do capacitor.

Circuito RL

EXEMPLO LITERAL 12

Por meio de um circuito RL modele a energização de um reator em um sistema de


potência e determine a equação que rege o comportamento da corrente nesse reator,
considerando as perdas existentes no sistema.

d
Ri (t ) + L i (t ) = Vm sen (ωt + θ )
dt

d
Ri (t ) + L i (t ) = Vm cos θ senωt + Vm senθ cos ωt (137)
dt

Passando para o domínio de LAPLACE

ω S
RI ( s ) + L [ SI ( s ) − i (0) ] = Vm cos θ + Vm senθ
S +ω
2 2
S + ω2
2

Vm cos θ ω V senθ S
I ( s) = + m (138)
SL + R S + ω
2 2
SL + R S + ω 2
2

Decompondo em frações parciais

1 ω A B + CS
= + 2 (139)
SL + R S + ω
2 2
SL + R S + ω 2

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1 ω AS 2 + Aω 2 + BR + BLS + CRS + LCS 2


=
SL + R S 2 + ω 2 (
( R + SL ) S 2 + ω 2 )
AS 2 + CLS 2 = 0

A + CL = 0

A = −CL

Aω 2 + BR = ω

BLS + CRS = 0

BL + CR = 0

−CLω 2 + BR = ω

CR + BL = 0

−ω
C=
R2
Lω 2 +
L

−CR
B=
L

A = −CL

ωR
B=
ω L + R2
2 2

ωL
A=
R2
Lω 2 +
L

1 ω ωL 1 ωR 1 ω S
= + 2 2 −
SL + R S + ω 2
2
R SL + R ω L + R S + ω
2 2 2 2
R S + ω2
2 2
Lω 2 + Lω 2 +
L L

1 S A B CS
= + 2 + 2
SL + R S + ω
2 2
SL + R S + ω 2
S + ω2

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1 S AS 2 + Aω 2 + BR + BLS + CRS + CLS 2


=
SL + R S 2 + ω 2 (
( SL + R ) S 2 + ω 2 )
AS 2 + CLS 2 = 0

A = −CL

BLS + CRS = S

BL + CR = 1

Aω 2 + BR = 0

R
C=
ω L + R2
2 2

− RL
A=
ω L + R2
2 2

Lω 2
B=
ω 2 L2 + R 2

Substituindo A, B e C na equação (139)

1 S − RL 1 Lω 2 1 R S
= + + 2 2
SL + R S + ω
2 2
ω L + R SL + R ω L + R S + ω ω L + R S + ω 2
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Então
 
 ω L2 1 ωR 1 ω S 
I ( s ) = Vm cos θ  2 2 + − +
ω L + R2  R ω 2 L2 + R 2 S 2 + ω 2 R2 S 2 + ω 2 
 S + L ω L +
2 2

  L L 

 − RL 1 Lω 2 1 R S 
Vm senθ  2 2 + + 2 2
 ω L + R  S + R  L ω L + R S + ω ω L + R S + ω 
2 2 2 2 2 2 2 2 2

 
 L
(140)
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Retornando para o domínio do tempo

R
− t  ωL −R  R
i (t ) = Vm e cos θ ω 2 L2 + R 2 − senθ ω 2 L2 + R 2  + Vm ω 2 L2 + R 2 [ senω t cos θ + senθ cos ω t ] −
L

ωL
Vm [cos θ cos ωt − senθ senωt ]
ω L2 + R 2
2

Ou

R
− t  ωL −R  R
i (t ) = Vm e cos θ ω 2 L2 + R 2 − senθ ω 2 L2 + R 2  + Vm ω 2 L2 + R 2 sen(ω t + θ ) −
L

ωL
Vm cos(ω t + θ ) (141)
ω L2 + R 2
2

Fazendo
ωL
senφ =
ω L + R2
2 2

R
cos φ =
ω L + R2
2 2

A equação (138) pode ser escrita como segue:

R
− t
L
Vm e Vm
i (t ) = [cos θ senφ − senθ cos φ ] +  sen (ωt + θ ) cos φ − cos (ωt + θ ) senφ 
ω L +R
2 2 2
ω L + R2
2 2

Portanto

Vm  − t
R
i (t ) =  sen (ω t + θ − φ ) − sen (θ − φ ) e L
 para t ≥ 0 (142)
ω L +R 
2 2 2

NOTA: Observe que se o ângulo θ for igual ao ângulo φ então a parte transitória da
equação será eliminada. Lembre-se de que ângulo θ é a defasagem inicial do sinal de
entrada e φ é o ângulo de Fator de Potência.

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Para assegurar a fixação desses conhecimentos encontre a equação da corrente i (t )


em um circuito RC série, alimentado por uma fonte do tipo v(t ) = Vmax sen (ωt + θ ) .
Considere que a energia inicial armazenada no campo elétrico do capacitor é nula.

CIRCUITOS DE SEGUNDA ORDEM

Circuito LC

EXEMPLO LITERAL 13

Considere um disjuntor de proteção de um sistema de potência, instalado entre um


banco de capacitores e a linha de transmissão. Havendo um curto circuito da linha para a
terra, determinar a tensão nos terminais do disjuntor quando a interrupção da corrente de
curto circuito for i (0) = I 0 . Observe que o circuito LC série é adequado para a solução desta
questão, desconsiderando as perdas do sistema.

v(t ) = Vm cos (ωt + θ )

Considerando que o instante t=0 coincide com θ = 0

v(t ) = Vm cos (ωt )

vl + vc = Vm cos (ωt ) (143)

Passando para o domínio de LAPLACE

d2
LC vc (t ) + vc (t ) = Vm cos (ωt )
dt 2

 d  S
LC  S 2Vc ( s ) − Svc (0) − Vm cos (ωt )  + Vc ( s ) = Vm 2
 dt  S + ω2
Sendo

vc (0) = 0
E
d I
vc (t ) = 0
dt C

Então
I0 1 V S
S 2Vc ( s ) − + Vc ( s ) = m 2
C LC LC S + ω 2
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 1  I0 V S
Vc ( s )  S 2 + − = m 2
 LC  LC LC S + ω 2

 1  Vm S I
Vc ( s )  S 2 + = + 0
 LC  LC S + ω
2 2
LC

V S I  LC
Vc ( s ) =  m 2 + 0  2
 LC S + ω LC  S LC + 1
2

Vm S 1
Vc ( s ) = + I0 2
S LC + 1 S + ω
2 2 2
S LC + 1

Vm S 1 I 1
Vc ( s ) = + 0 (144)
LC S + ω S 2 + 1
2 2
C S2 + 1
LC LC

Decompondo em frações parciais

S 1 AS + B CS + D
= 2 +
S +ω S2 + 1
2 2
S + ω2 S 2 + 1
LC LC

AS B
AS 3 + + BS 2 + + CS 3 + CSω 2 + DS 2 + Dω 2
S 1 LC LC
=
S +ω S2 + 1  1 
( )
2 2
S + ω2  S 2 +
2

LC  LC 

( A + C ) S 3 + ( B + D ) S 2 +    B 
A
+ Cω 2  S +  + Dω 2 
S 1
=  LC   LC 
S +ω S2 + 1  
( )
2 2
1
S 2 + ω2  S 2 + 
LC  LC 

A+C = 0

A = −C

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AS
+ Cω 2 = S
LC

A
+ Cω 2 = 1
LC

−C
+ Cω 2 = 1
LC

−C + Cω 2 LC = LC

( )
C ω 2 LC − 1 = LC

LC
C=
ω LC − 1
2

LC
A=−
ω LC − 1
2

BS 2 + DS 2 = 0

B = −D

B
+ Dω 2 = 0
LC

−D
+ Dω 2 = 0
LC

 1 
D− + ω2  = 0
 LC 
Então

D=0
Logo

B=0

Daí,
S 1 LCS S LC S
=− 2 + 2 (145)
S +ω S2 +
2 2
1 ω LC − 1 S + ω ω LC − 1 S 2 + 1
2 2

LC LC

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Substituindo na equação (144) tem-se:

Vm  S S  I0 1
Vc ( s ) =  2 − 2 2 
+
ω LC − 1  S + ω S + ω0  C S + ω0 2
2 2 2

Ou
Vmω0 2  S S  I0 1
Vc ( s ) = 2  2
− 2 2
+ (146)
ω0 − ω  S + ω S + ω0 
2 2
C  S2 + 1 
 
L  LC 
Retornando ao domínio do tempo

ω0 2 I
2 m[
vc (t ) = 2 V cos ωt − cos ω0t ] + 0 senω0t para t ≥ 0 (147)
ω0 − ω C
L

Considerando que ω0 ω e fazendo I 0 = 0, então a equação (139) pode ser


aproximada para a forma que segue:

vc (t ) = Vm [1 − cos ω0t ] (148)

Utilizando os conhecimentos adquiridos até aqui determine a equação para a


corrente i (t ) de um ramo RLC série submetido, no instante t=0, a um
sinal v(t ) = 120 cos(ωt + 120) . Considere R = 3 Ω; L = 20 mH e C = 5 mF .

“Quando os ratos se fizerem presente na tua vida, lembre-se de que ratos não gostam de
alturas. Nessas situações voe alto, cada vez mais alto, e eles não mais te incomodarão.”

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TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS: ANÁLISE


NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA - SÉRIES DE FOURIER.

“O excesso de autoconfiança pode comprometer a competência”

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INTRODUÇÃO

Os conhecimentos matemáticos sobre Series de FOURIER são utilizáveis em


diversas áreas do saber. Neste material didático serão enfocadas aplicações na área de
telecomunicações e de qualidade da energia. Para entendimento das demonstrações
matemáticas aqui desenvolvidas é necessário o conhecimento da ortogonalidade das
funções seno e coseno , assim como sobre as equações de EULER.

SERIES TRIGONOMÉTRICAS DE FOURIER

Aproveitando as propriedades de ortogonalidade das funções seno e coseno é


possível representar qualquer função periódica em termos dessas funções, utilizando os
chamados coeficientes de FOURIER, que nada mais são do que três integrais definidas em
um período completo T. Ou seja, se uma determinada função f(t) é uma função periódica de
período T é possível representa-la pela serie trigonométrica seguinte:

a0 ∞
f (t ) = + ∑ an cos nω t + bn sen nω t (1)
2 n =1

Onde ω = 2π /T

Integrando ambos os lados da equação (1) em um período, temos:

 a0 ∞ 
+ ∑ an cos ( nω ) t + bn sen ( nω ) t  dt
T 2 T 2
∫−T 2
f (t ) dt = ∫
−T 2 
 2 n =1 
(2)

Considerando que a integral da função seno, assim como a integral da função


coseno , em um período, é igual a zero, então a equação (2) pode ser apresentada na forma
que segue:

T 2 T 2  a0 
∫−T 2
f (t ) dt = ∫
−T 2  2  dt
 

ou

T 2 a0  T T 
∫−T 2
f (t ) dt =  + 
2 2 2

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Daí,

2 T2
T ∫−T 2
a0 = f (t ) dt (3)

Utilizando as relações de ortogonalidade podemos determinar os coeficientes


an e bn da Série de FOURIER multiplicando ambos os lados da equação (1) por cos ( mω ) t
e integrando no intervalo [ -T/2, T/2], assim:

 a0 ∞ 
f (t ) cos ( mω ) t dt = ∫ + ∑ an cos ( nω ) t + bn sen ( nω ) t  cos ( mω ) t dt (4)
T 2 T 2
∫−T 2 −T 2  2
 n =1 

T 2
∫ f (t ) cos mω t dt =
−T 2

 a0 
∑ an cos ( nω t ) cos ( mω t ) + bn sen ( nωt ) cos ( mω t )  dt
T 2
∫−T 2  2 cos mω t +
n =1 

T 2
∫ f (t ) cos mωt dt =
−T 2

1 ∞ 
∫−T 2  2 ∑ an cos ( n + m ) ωt + an cos(n − m)ωt  dt
T 2

n =1 

T 2
∫ f (t ) cos mωt dt =
−T 2
(5)
1 ∞ 
∫−T 2  2 ∑
T 2
an cos(n − m)ωt  dt
n =1 

Quando n = m

1 T2
[ an cos(0) t ] dt
T 2
∫ f (t ) cos nω t dt =
2 ∫−T 2
(6)
−T 2

1
an (T )
T 2
∫ f (t ) cos nω t dt = (7)
−T 2 2

Isolando an temos:

2 T2
f (t ) cos nω t dt
T ∫−T 2
an = (8)

Analogamente multiplicando a equação (1) por sen ( mω ) t e integrando termo por


termo entre os limites [ -T/2, T/2], temos:

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 a0 ∞ 
f (t ) sen ( mω ) t dt = ∫ + ∑ an cos ( nω ) t + bn sen ( nω ) t  sen ( mω ) t dt (9)
T 2 T 2
∫−T 2 −T 2  2
 n =1 

T 2
∫ f (t ) sen(mω )t dt =
−T 2


 a0 
∑ an cos ( nωt ) sen ( mω t ) + bn sen ( nω t ) sen ( mω t )  dt
T 2
∫−T 2  2 sen mω t +
n =1 

T 2
∫ f (t ) sen mωt dt =
−T 2

1 ∞ 
∫−T 2  2 ∑ bn cos ( n − m ) ωt − bn cos(n + m)ωt  dt
T 2

n =1 

T 2
∫ f (t ) sen mωt dt =
−T 2
(10)
1 ∞ 
∫−T 2  2 ∑
T 2
bn cos(n − m)ωt  dt
n =1 

Quando n = m ,

1 T2
[bn cos(0)t ] dt
T 2
∫ f (t ) sen nω t dt
2 ∫−T 2
(11)
−T 2

1
bn (T )
T 2
∫ f (t ) sen nω t dt = (12)
−T 2 2

Isolando bn temos:

2 T2
f (t ) sen nω t dt
T ∫−T 2
bn = (13)

Os três termos a0 , bn e cn são chamados de coeficientes de FOURIER e a equação


(1) é denominada série trigonométrica de Fourier.

Quando a função f (t) for par: f (t ) = f ( −t ) os coeficientes bn serão nulos. Por sua
vez, quando a função f (t) for impar: f (t ) = − f (−t ) então os coeficientes an serão nulos.
Nesses casos, o esforço matemático para calcular aqueles coeficientes é reduzido.

O coeficiente a0 pode ser determinado calculando a área ao longo do período,


multiplicada por 2/T.

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A forma fase-ângulo da Série Trigonométrica de FOURIER é dada por:

a0 ∞
f (t ) = + ∑ cn cos ( nωt + δ n ) (14)
2 n =0

Onde

(
cn = an 2 + bn 2 ) 2 n = 1, 2,3... (15)

 bn 
δ n = tg −1  −  n = 1, 2,3,... (16)
 an 

SERIES EXPONENCIAIS DE FOURIER

Em muitas aplicações das Séries de FOURIER é conveniente representar essas


séries em termos de exponenciais complexos, do tipo:

e± jωt

Sendo a Série de FOURIER de uma função f(t) periódica dada por:

a0 ∞
f (t ) = + ∑ an cos nω t + bn sen nω t (17)
2 n =1

Onde ω = 2π /T

E considerando que as funções seno e coseno , também podem ser apresentadas na


forma exponencial a partir das Equações de EULER, ou seja:

cos nω t =
2
e(
1 jnωt
+ e − jnωt ) (18)

sen nω t =
1 jnωt
2j
e (
− e − jnωt ) (19)

Então, substituindo essas equações na equação (15) temos:

a0 ∞
f (t ) =
1
(
+ ∑ an e jnωt + e− jnωt + bn
2 n =1 2 2j
e)
1 jnωt
− e − jnωt( ) (20)

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a0 ∞ 1
f (t ) = + ∑ ( an − bn j ) e jnωt + ( an + bn j )e − jnωt (21)
2 n =1 2

Fazendo:

1
c0 = a0 (22)
2

1
cn = ( an − jbn ) (23)
2

1
c− n = ( an + jbn ) (24)
2

Então

f (t ) = ... + c−2 e − j 2ωt + c−1e − jωt + c0 + c1e jωt + c2 e − j 2ωt + ... (25)

Ou


f (t ) = c0 + ∑ c− n e − jnωt + cn e jnωt (26)
n =1

Simplificando:


f ( t ) = c0 + ∑ce n
jnωt
(27)
n =−∞

Que é conhecida como forma complexa da Série de FOURIER ou Série Complexa


de FOURIER da função f(t).

As integrais dos coeficientes cn são obtidas multiplicando ambos os membros da


equação tal por e − jnωt e em seguida integrando essa equação no intervalo de um período.

Assim:

1 T 2
cn = ∫ f (t ) e− jnωt dt (28)
T −T 2

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EXEMPLO NUMÉRICO 1

Considere uma função f ( t ) = tal que f ( t ) = f ( t + 6 ) definida como segue:

f ( t ) = -1 para -3 < t < 0

f ( t ) = 1 para 0 < t < 3

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8

-1
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Fig.1 - Forma de onda quadrada

Determinação dos coeficientes de FOURIER:

1 0 1
− ∫ dt + ∫ dt  =  − ( 0 + 3) + ( 3 − 0 )  = 0
3
a0 =

3 −3 0 
 3

O que era de esperar tendo em vista que o valor médio da função f(t) em um período
é igual à zero.

1 3 1 0
∫0 (1) cos(nωt )dt 
3
ω ω
3 ∫−3 3  ∫−3
an = f (t ) cos( n t ) dt = ( −1) cos( n t ) dt +

1  sen(nω t ) 0 sen(nω t ) 3

= − +  = 0
3  nω −3 nω 0

Para n=1, 2, 3,...

Resultado previsível, na medida em que a função f ( t ) é uma função impar.

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1 3 1 0
f (t ) sen(nω t )dt =  ∫ (−1) sen(nω t )dt + ∫ (1) sen(nω t )dt 
3
bn = ∫
3 −3 3  −3 0 

1  cos(nω t ) 0 cos(nω t ) 3

= −
3  nω −3 nω 0

Sabemos que cos(−θ ) = cos(θ ) e cos(0) = 1 , então:

1
bn = [cos(0) − cos(−3nω ) − cos(3nω ) + cos(0)]
3nω

2π π
Neste caso ω = = , logo:
T 3

2
bn = 1 − cos ( nπ ) 
nπ 

Daí,

4
b1 = ; b2 = 0
π

4
b3 = ; b4 = 0

4
b5 = ; b6 = 0

Portanto:

4 4 4
f (t ) = sen (ω t ) + sen ( 3ωt ) + sen ( 5ω t ) + ...
π 3π 5π

Ou,
4 1 1 
f (t ) =  sen (ω t ) + sen ( 3ω t ) + sen ( 5ω t ) + ...
π 3 5 

A seguir serão apresentadas formas de ondas obtidas por meio de programas


computacionais desenvolvidos no ambiente MATLAB.

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Forma de onda Forma de onda


1.5 1.5

1 1

0.5 0.5

0 0

-0.5 -0.5

-1 -1

-1.5 -1.5
-3 -2 -1 0 1 2 3 -3 -2 -1 0 1 2 3

n=1 n=3

Forma de onda Forma de onda


1.5 1.5

1 1

0.5 0.5

0 0

-0.5 -0.5

-1 -1

-1.5 -1.5
-3 -2 -1 0 1 2 3 -3 -2 -1 0 1 2 3

n=9 n = 19

Forma de onda Forma de onda


1.5 1.5

1 1

0.5 0.5

0 0

-0.5 -0.5

-1 -1

-1.5 -1.5
-3 -2 -1 0 1 2 3 -3 -2 -1 0 1 2 3

n = 49 n = 99

Fig.2 - Formas de ondas para diferentes contribuições de harmônicas

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Composição da forma de onda


1.5

0.5

-0.5

-1

-1.5
-3 -2 -1 0 1 2 3

n=3

Composição da forma de onda


1.5

0.5

-0.5

-1

-1.5
-3 -2 -1 0 1 2 3

n=5

Fig.3 - Composição da Forma de onda

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Construção de uma onda quadrada: o efeito Gibbs


1.4

1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

n=9

Fig.4 - Visualização do efeito GIBBS em duas dimensões

n = 20

Fig.5 - Visualização do efeito GIBBS em três dimensões

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REPRESENTAÇÃO DE SINAIS PERIÓDICOS NÃO SENOIDAIS

FORMA DE ONDA

A representação dos valores instantâneos de um sinal em função do tempo é


denominada de Forma de onda.

TEOREMA DE FOURIER

O Teorema de Fourier estabelece que todo sinal periódico não senoidal pode ser
decomposto em uma série de ondas senoidais com freqüências múltiplas inteiras, da
freqüência fundamental. Cada uma dessas ondas tem uma determinada amplitude,
acrescida, em alguns casos, de uma componente contínua, ou seja, de freqüência zero. As
ondas senoidais de freqüências múltiplas da fundamental são denominadas harmônicas.

Um sinal senoidal é facilmente obtido e sua especificação se resume à freqüência, à


amplitude e à sua fase. Portanto, a análise de sinais periódicos complexos pode ser
transformada na análise de um conjunto de sinais senoidais distintos.

ESPECTRO

A representação de um sinal senoidal por meio de um gráfico que mostra a


amplitude versus a freqüência é conhecida por Espectro de linha. Para um sinal periódico e
não senoidal o Espectro de linha apresenta, num único gráfico, as diversas componentes
senoidais em que o sinal original pode ser decomposto, em termos da freqüência e
respectiva amplitude.

ESPECTOGRAMA

A representação da evolução dos espectros de linha do sinal em função do tempo é


denominada Espectrograma.

As figuras a seguir apresentam o Espectro de linhas e o Espectrograma de uma


onda quadrada, definida como segue:

f (ω t ) = 1 para 0 ≤ ω t ≤ π

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Espectro de Linha
1.4

1.2

1
Valor da Harmônica

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
nº da Harmônica

n=9

Espectro de Linha
1.4

1.2

1
Valor da Harmônica

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
nº da Harmônica

n = 20

Fig. 6 - Espectros de linha de uma onda quadrada

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Fig.7 - Espectrograma de uma onda quadrada

Observe a componente de maior nível (fundamental) em 1000 Hz com cor


vermelha. O harmônico 9, em 9000 Hz é bem mais fraco, de cor azul claro. Neste caso
particular, o espectrograma não traz muita informação suplementar, em relação ao espectro,
a não ser a confirmação de que a freqüência do sinal é constante no tempo. Entretanto, o
espectrograma é de fundamental importância para analisar a evolução espectral de um sinal
complexo e variável no tempo, como por exemplo, um sinal de voz ou áudio. O
espectrograma também pode ser mostrado de forma tridimensional, como no exemplo
abaixo, onde o espectro e desenhado normalmente e em seguida empurrado para traz com
um pequeno deslocamento para dar lugar a um novo espectro. Ficam visíveis além do
espectro atual, os espectros passados no tempo.

Fig.8 - Espectrograma na forma tridimensional

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EXEMPLO NUMÉRICO 2

Considere uma função f ( t ) tal que f ( t ) = f ( t + 6 ) definida como segue:

V
f (t ) = t
T

20

18

16

14

12

10

0
0 2 4 6 8 10 12 14

Fig.9 - Forma de onda dente de serra

Determinação dos coeficientes de Fourier:

2 6 20 40  t 2 6 
6 ∫0 6
a0 = t dt =
36  2 `0 

40  36 
a0 =  − 0
36  2 

a0 = 20

Cálculo de an

2 6 20
t cos ( n ω t ) dt
6 ∫0 6
an =

Utilizando o método de integrais por partes:

u = t; du = dt

1
dv = cos ( n ω t ) dt ; v= sen ( n ω t )

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Então

40  t 1 
an =  sen ( n ω t ) − ∫ sen ( n ω t ) dt 
36  nω nω 

Resolvendo a integral indefinida

6
40  t 1 
an =  sen ( n ω t ) + 2 2 cos ( n ω t ) 
36  nω nω 0

40  6 1   1 
an =   sen ( 6nω ) + 2 2 cos ( 6nω )  −  2 2 cos ( 0 )  
36  nω nω  n ω 

40  18 9   9 
an =   sen ( 2nπ ) + 2 2 cos ( 2nπ )  −  2 2 cos ( 0 )   = 0
36  nπ nπ  n π 

2 6 20
t sen ( n ω t ) d t
6 ∫0 6
bn =

Utilizando o método de integrais por partes:

u = t; du = d t

1
dv = sen ( n ω t ) dt ; v=− cos ( n ω t )

Então

40  t 1 
bn =  − cos ( n ω t ) − ∫ − cos ( n ω t ) dt 
36  nω nω 

6
40  t 1 
bn =  − cos ( n ωt ) + 2 2 sen ( n ω t ) 
36  nω nω 0

40  18 9  
bn =  − cos ( n 2π ) + 2 2 sen ( n 2π )  − 0 
36  nπ nπ  

20
bn = − cos ( n2π )

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Portanto a função original pode ser escrita na forma que segue:

20 10 20 5
f ( t ) = 10 − sen (ω t ) − sen ( 2ωt ) − sen ( 3ω t ) − sen ( 4ω t ) − ....
π π 3π π

ou

 1 1 1 
20  sen (ω t ) + sen ( 2ωt ) + sen ( 3ω t ) + sen ( 4ω t ) − ....
f ( t ) = 10 − 2 3 4
π  
 

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Forma de onda Forma de onda


20 20

18 18

16 16

14 14

12 12

10 10

8 8

6 6

4 4

2 2

0 0
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6

n=2 n=3
Forma de onda Forma de onda
25 25

20 20

15 15

10 10

5 5

0 0

-5 -5
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6

n = 10 n = 15

Forma de onda Forma de onda


25 25

20 20

15 15

10 10

5 5

0 0

-5 -5
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6

n = 40 n = 100

Fig.10 - Formas de ondas para diferentes contribuições de harmônicas

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20

15

10

-5

-10
0 1 2 3 4 5 6

n=2

20

15

10

-5

-10
0 1 2 3 4 5 6

n =3

Fig.11 - Formas de ondas para diferentes contribuições de harmônicas

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Espectro de Linha
12

10

8
Valor da Harmônica

0
0 1 2 3 4 5 6 7
no. Harmônica

n=7

Espectro de Linha
12

10

8
Valor da Harmônica

0
0 5 10 15
no. Harmônica

n = 15

Fig. 12 - Espectro de linhas para diferentes contribuições de harmônicas

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EXEMPLO LITERAL 1

Considere uma função f (ω t ) tal que f (ω t ) = f (ω t + 2π ) definida como segue

V
f (ω t ) = ωt para 0 ≤ ω t ≤ π
π

f (ω t ) = 0 para π ≤ ωt ≤ 2π

25

20

15

10

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Fig.13 - Forma de onda dente de serra

Determinando os Coeficientes de FOURIER

2 π V
a0 = ∫ ωt d ωt
2π 0 π

V ωt 2 π
a0 =
π2 2 0
=
V
2π 2
π2 ( )
V
a0 =
2

1 π V
ω t cos nωt d ω t
π∫
an =
0 π

Utilizando o método de integrais por partes:

u = ω t ; du = d ω t
1
dv = cos nω t ; v= senω t d ω t
n

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Assim
V  ωt 1 
an = 2 
sennω t − ∫ sennωt d ω t 
π n n 

Resolvendo a integral indefinida

V  ωt 1  π
an = 2 
sennω t + 2 cos nω t 
π n n  0

V  π 1   1 
an = 2 
sennπ + 2 cos nπ  − 0 + 2 cos 0  
π  n n   n 

V  1 1 
an = 2  2
cos nπ − 2 
π n n 

V
an = ( cos nπ − 1)
n π22

1 π V
ωt sennω t d ωt
π∫
bn =
0 π

Utilizando o método de integrais por partes:

u = ωt; du = d ω t

1
dv = sennω t ; v = − cos nω t
n
Assim
V  ωt 1 
bn = 2 
− conωt − ∫ − cos nω t d ω t 
π  n n 

Resolvendo a integral indefinida

V  ωt 1  π
bn = 2 
− conω t + 2 sennω t 
π  n n  `0

V  π 1  
bn = 2 
− conπ + 2 sennπ  − 0 
π  n n  

V
bn = − cos nπ

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Portanto a função original pode ser escrita na forma que segue:

V 2V  1 1  V 1 1 
f (ω t ) = − 2  cos ωt + cos 3ω t + cos 5ω t + ...  +  senωt − sen 2ω t + sen3ω t − ... 
4 π  9 25  π 2 3 

EXEMPLO NUMÉRICO 3

Considere um ramo RC série (R=10Ω, C=80µF), alimentado por um sinal, com


período de 2π , do tipo indicado na figura 14. Calcular: a) O valor eficaz de tensão e de
corrente; b) a potência média dissipada no circuito; c) as contribuições de dissipação de
potência de cada harmônica; d) a tensão nos terminais do capacitor devido a cada
harmônica; e) o THD de tensão e de corrente, do sistema, fazendo ω=500rad/s.

200

180

160

140

120

100

80

60

40

20

0
-4 -2 0 2 4 6 8 10

Fig.14 - Forma de onda Trem de pulsos

Decompondo a função de excitação em séries de FOURIER, tem-se:

2 200
[0 + π ]
0
a0 =
2π ∫ π 200 dωt =
− π

a0 = 200

an = 0

200 0
bn =
π ∫ π sennωt dωt

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200 0 200
bn = − cos nωt =− cos 0 − cos ( − nπ ) 
nπ −π nπ 

200
bn = − (1 − cos nπ )

400
b1 = − ; b2 = 0
π

400
b3 = − ; b4 = 0

Portanto

400  1 1 
Vi (ωt ) = 100 −  sen ω t + sen 3ω t + sen 5ωt + ...
π  3 5 
Ou

Vi (ω t ) = 100 − 127, 4 sen 500t − 42, 46 sen 1500t − 25, 47 sen 2500t − ...

a) Cálculo dos valores eficazes

Para a tensão:
1
 1 2 1 1  2
Vef = V02 + V1ma + V22 + V32 + ...
 2 x
2 max 2 max

1
 1 1 1 2
2
Vef = 1002 + (127,32 ) + ( 42, 44 ) + ( 25, 47 ) 
2 2

 2 2 2 

Vef = 139, 03 volts

Para a corrente

ω = 500

1
Z1 = R − j = 10 − j 25 = 26,92 /_ − 68, 2°
ωC

V1
I1 = max
= 4, 73 sen ( 500t + 68, 2° )
Z1

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ω = 1500

1
Z3 = R − j = 10 − j8,33 = 13, 02 /_ − 39,80°
ωC

V3
I3 = max
= 3, 26sen (1500t + 39,80° )
Z3
ω = 2500

1
Z5 = R − j = 10 − j 5 = 11,18 /_ − 26,56°
ωC

V5
I5 = max
= 2, 28sen ( 2500t + 26,56° )
Z5
Daí,

i (ωt ) = 10 − 4, 73 sen ( 500t + 68, 2° ) − 3, 26 sen (1500t + 39,80° ) − 2, 28 sen ( 2500t + 26,56° )

Daí,
1
 1 1 1  2
I ef =  I 02 + I12 + I 22 + I 32 + ...
 2 max 2 max 2 max

1
 1 1 1 2
2
I ef = 102 + ( 4, 73) + ( 3, 26 ) + ( 2, 28 ) 
2 2

 2 2 2 

I ef = 10,91 A

b) cálculo da potência média do circuito.

P = RI ef2 = 10.(10,91) 2

P = 1190,99 watts

c) contribuições de dissipação de potência do valor médio e de cada harmônica

P0 = V0 I 0 = 1000 watts

1
P1 = V1 I1 cos θ1 = 118,82 watts
2 max max

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1
P2 = V2 I 2 cos θ 2 = 53,17 watts
2 max max

1
P3 = V3 I 3 cos θ3 = 25,97 watts
2 max max

PT = P0 + P1 + P2 + P3 = 1190,96 watts

d) Tensão nos terminais do capacitor

A função de transferência, no domínio da freqüência, tendo a tensão nos terminais


do capacitor como saída é dada por:

 1 
V0 ( jω )  jωC 
=  
Vi ( jω )  1 
 jωC + R 
 

 1 
V0 ( jω )  jωC 
=  
Vi ( jω )  jω RC + 1 
 jωC 
 
Assim,

V0 ( jω ) 1 1
=
Vi ( jω ) R1 
 + jωC 
R 

Para o valor médio

V0 ( dc ) = 100

Para ω = 500

V0 ( jω ) 0,1
= = 0,928 /_ − 21,8°
Vi ( jω ) ( 0,1 + j 0, 04 )

V0 ( jω ) = ( 0,928 /_ − 21,8° ) .127,39

V0 ( jω ) = 118, 2 /_ − 21,8°

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v0 ( t ) = 118, 2 sen(500t − 21,8°)

Para ω = 1500

V0 ( jω ) 0,1
= = 0,156 /_ − 50,19°
Vi ( jω ) ( 0,1 + j 0,12 )

V0 ( 3º H ) = ( 0,156 /_ − 50,19° ) .42, 46

V0 ( 3º H ) = 6, 63 /_ − 50,19°

v0 ( t ) = 6, 63 sen(500t − 50,19°)

Para ω = 2500

V0 ( jω ) 0,1
= = 0, 223 /_ 63, 43°
Vi ( jω ) ( 0,1 + j 0, 2 )

V0 ( 5º H ) = ( 0, 223 /_ − 63, 43° ) .25, 47

V0 ( 5º H ) = 5, 69 /_ − 63, 43°

v0 ( t ) = 5, 69 sen(500t − 63, 43°)

Portanto

V0 (ωt ) = 100 − 118, 2 sen(500t − 21,8°) − 6, 63 sen(1500t − 50,19°) − 5, 69 sen(2500t − 63, 43°) + ...

e) cálculo dos THD (Distorção Harmônica Total)

Para a Tensão

Vi (ωt ) = 100 − 127, 4sen500t − 42, 46sen1500t − 25, 47 sen2500t − ...

1
V2 m Vn
2
 2

THDV =  2 + ∑ 2 
dc ef

 V1 n = 2 V1 
 ef ef 

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1
 1002 30, 022 18, 012  2
THDV =  2
+ 2
+ 2
 90, 08 90, 08 90, 08 

THDV = 1,176

Ou a partir do valor eficaz de tensão, como segue:

1
 V 
2
 2

THDV =   − 1
ef

 V1ef 
  
1
 139, 03  2  2

THDV =   − 1 = 1,176
 90, 08  

Para a corrente

I (ωt ) = 10 − 4, 73sen ( 500t + 68, 2° ) − 3, 26 sen (1500t + 39,8° ) − 2, 28sen ( 2500t + 26,56° )

1
 I2 m In
2
 2

THDI =  2 + ∑ 2 
dc ef

 I1 n = 2 I1 
 ef ef 

1
 102 2,32 1, 62  2
THDI =  2
+ 2
+ 2
 8,96 0, 47 0, 23 

THDI = 3,11

Ou a partir do valor eficaz da corrente, como segue:

1
 I 
2
 2

THDI =  − 
ef
  1
 I1ef  
 

1
 10,91  2  2

THDI =   − 1 = 3,11
 3,34  

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Conhecendo as taxas de distorção total da corrente e da tensão é possível então
determinar os valores eficazes verdadeiros para a tensão e para a corrente, respectivamente,
como segue:

I ef = I1 1 + THDI 2 = 10,91 A
ef

Vef = V1 1 + THDV 2 = 139, 03 volts


ef

EXEMPLO NUMÉRICO 4

Considere uma função f (ω t ) tal que f (ω t ) = f (ω t + 2π ) definida como segue:

V
f ( ωt ) = ωt

20

18

16

14

12

10

0
0 2 4 6 8 10 12 14

Fig. 15 - Forma de onda dente de serra

Determinação dos coeficientes de Fourier:

2 2π 20 10
ωt d ω t = 2 ( ω t )


a0 = ∫
2

2π 0 2π 2π  0 

a0 =
5
π2
( 4π 2
− 0)

a0 = 20

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Cálculo de an

2 2π 20
an = ∫ ω t cos ( n ω t ) d ωt
2π 0 2π

Utilizando o método de integrais por partes:

u = ωt; du = d ω t

1
dv = cos ( n ω t ) d ω t ; v= sen ( n ωt )
n

Tem-se

10  ωt 1 
an = 2 
sen ( n ωt ) − ∫ sen ( n ωt ) d ωt 
π n n 

Resolvendo a integral indefinida


10  ωt 1 
an = 2 
sen ( n ωt ) + 2 cos ( n ωt ) 
π n n 0

10  2π 1   1 
an = 2 
sen ( n 2π ) + 2 cos ( n 2π )  −  2 cos ( 0 )  
π  n n  n 

an = 0

2 2π 20
bn = ∫ ω t sen ( n ω t ) d ω t
2π 0 2π

Utilizando o método de integrais por partes:

u = ωt ; du = d ωt

1
dv = sen ( n ωt ) d ωt ; v = − cos ( n ωt )
n

Tem-se

10  ω t 1 
bn = 2 
− cos ( n ωt ) − ∫ − cos ( n ω t ) d ωt 
π  n n 

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10  ωt 1 
bn = 2 
− cos ( n ωt ) + 2 sen ( n ωt ) 
π  n n 0

10  2π 1  
bn = 2 
− cos ( n 2π ) + 2 sen ( n 2π )  − 0 
π  n n  

20
bn = − cos ( n2π )

Portanto a função original pode ser escrita na forma que segue:

20 10 20 5
f (ωt ) = 10 − sen (ωt ) − sen ( 2ωt ) − sen ( 3ωt ) − sen ( 4ωt ) − ....
π π 3π π

ou

 1 1 1 
20  sen (ω t ) + sen ( 2ω t ) + sen ( 3ω t ) + sen ( 4ω t ) + ....
f (ω t ) = 10 − 2 3 4
π  
 

Outra opção para resolver essa questão é utilizar a fórmula exponencial de Fourier,
como segue:

a0
C0 = = 10
2

1 2π  20 
 ωt e d ωt
− jnωt
Cn =
2π ∫ 0 
 2π 

ou

20 2π
Cn = ∫ ω t e − jnωt d ω t
( 2π )
2 0

Fazendo,

u = ωt du = d ωt

e − jnωt
dv = e − jnωt v=
− jn

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Então,

20  ω t − jnωt e − jnωt 
Cn = 2 
e − ∫ d ωt 
( 2π )  − jn − jn 

20  ω t − jnωt e − jnωt 
Cn =  e − 
( 2π )  − jn ( − jn ) 
2 2

20  e− jnωt 2π 
Cn =  ( − jnω t − 1) 
( 2π )  ( − jn )
2 2

0

20  cos ( nω t ) − jsen ( nω t ) 2π 
Cn =  ( − jnω t − 1) 
( 2π )  ( − jn )
2 2 0


20  cos ( n 2π ) − jsen ( n 2π ) 1 
Cn =  ( − jn 2π − 1) + 
( 2π )  ( − jn ) ( − jn ) 
2 2 2

20  ( − jn2π − 1) 1 
Cn =  + 
( 2π )  ( − jn ) ( − jn ) 
2 2 2

20  ( − jn2π − 1 + 1) 
Cn =  
( 2π )  ( − jn )
2 2


daí

10
Cn = j

Portanto

5  10   10  5
f (ωt ) = ... − j   e − j 2ωt − j   e − jωt + 10 + j   e jωt + j   e j 2ωt + ..
π  π  π  π 

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A partir da forma exponencial é possível determinar a respectiva forma
trigonométrica, como segue:

a0 = 2 C0

10 10
an = Cn + C− n = j +j
nπ −nπ

an = 0

 10 10 
bn = j ( Cn − C− n ) = j  j −j 
 nπ −nπ 

20
bn = −

Assim

 1 1 1 
20  sen (ω t ) + sen ( 2ω t ) + sen ( 3ω t ) + sen ( 4ω t ) + ....
f (ω t ) = 10 − 2 3 4
π  
 

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EXEMPLO NUMÉRICO 5

Considere uma função f (ω t ) tal que f (ω t ) = f (ω t + 2π ) definida como segue:

30
f (ω t ) = ωt + 30 para − π ≤ ωt ≤ 0
π

30
f (ω t ) = − ωt + 30 para 0 ≤ ωt ≤ π
π

30

25

20

15

10

0
-4 -2 0 2 4 6 8 10

Fig.16 - Forma de onda Triangular

Determinação dos Coeficientes de Fourier

2  0 K  π K  
a0 =  ∫  ω t + K  d ω t + ∫  − ω t + K  d ωt 
2π  −π  π  0
 π  

K  ω t 2  0  ωt 2  π
a0 =  + ωt  + − + ωt  
π  2π  −π
 2π  0 

K π2 π2 
a0 =  0 − + π − +π
π  2π 2π 

K π π 
a0 =  − +π − +π 
π  2 2 

a0 = K

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2  0 K  π K  
an =  ∫  ω t + K  cos nω t d ω t + ∫0  − ωt + K  cos nωt d ω t 
2π   π
− π
  π  

2  0 K  0
an =  ∫  ω t  cos nω t d ωt + ∫ K cos nω t d ω t +
2π  −π  π  −π

π  K  π 
∫  − ω t  cos nωt d ω t + ∫0 K cos nωt d ω t 
0
 π  

fazendo

u = ωt; du = d ω t

1
dv = cos nω t ; v= sen nω t
n

Tem-se

K  ωt 1  K 0
an = 2 
sen nωt − ∫ sen nω t d ω t  + ∫ π cos nωt d ωt +
π  n n  π −

K  ωt 1  K π
− 2 
sen nω t − ∫ sen nωt d ω t  + ∫ K cos nω t d ω t
π  n n  π 0

K  ωt 1  0 K 0
an = sen nω t + cos nω t + ( sen nω t )
π 2  n n2
 −π
 nπ −π

K  ωt 1 π K π
− sen nω t + cos nω t + ( sen nω t )
π 2  n n2
0
 nπ 0

an =
K
{
1 − cos ( −nπ )  − cos ( nπ ) − 1
n π2 
2 }
Sendo

cos ( nπ ) = cos ( −nπ )

então

an =
K
{
1 − cos ( nπ )  + 1 − cos ( nπ ) 
n π2 
2 }

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ou

2K
an = (1 − cos nπ )
n 2π 2

Sendo a função f (ω t ) par então

bn = 0

Portanto

120  1 1 
f (ωt ) = 30 + 2 
cos ωt + cos 3ωt + cos 5ωt + ...
π  9 25 

Ninguém é insubstituível. Só os arrogantes pensam assim e estão equivocados.

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TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS: CONVOLUÇÃO

Aquele que convive apenas com pessoas medíocres,


Mais cedo ou mais tarde será um deles,
Ou será confundido com eles

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INTRODUÇÃO

A convolução encontra ampla aplicação nas diversas áreas da Engenharia Elétrica.


Entre outras aplicações, pode ser utilizada para determinar a resposta estado zero de um
determinado sistema, a qual é obtida fazendo-se a convolução entre o sinal de excitação
e a resposta ao impulso desse sistema. Também se apresenta como poderosa ferramenta
para encontrar a transformada inversa de LAPLACE de funções complexas. Além disso,
por meio do Teorema da Convolução é amplamente utilizada em processamento digital
de imagens.

CONVOLUÇÃO DE FUNÇÕES

Sejam f = f (t ) e g = g (t ) funções integráveis e cujo produto também seja uma


função integrável, então a convolução ou produto de convolução é definida como
segue:

f * g = ∫ f (τ ) g ( t − τ ) dτ
t

onde o operador denota a operação de convolução .

PROPRIEDADES

Para a convolução de funções são válidas as propriedades que seguem:

1. Comutativa: f * g = g * f

2. Associativa: f * ( g * h) = ( f * g ) * h

3. Distributiva: f * ( g + h) = ( f * g ) + ( f * h)

4. Nulidade: f * 0 = 0

5. Identidade: f * δ (t ) = f onde δ (t ) é a função delta de Dirac.

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CONVOLUÇÃO ENTRE DOIS PULSOS RETANGULARES
Função Pulso retangular Função Pulso retangular
8 8

7 7

6 6

5 5

4 4

3 3

2 2

1 1

0 0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Fig. 1 – Pulso retangular

Ao deslocarmos a função W (τ ) para a esquerda, gerando a função W ( t − τ ) , tanto


uma quanto a outra extremidade dessa função deve ser deslocada de +t, tornando-se
( −1 + t ) e (1 + t ) , respectivamente. Assim, a convolução começará a ser diferente de zero
no instante em que (1 + t ) = −1 ou seja, t = −2 . Pelo mesmo raciocínio, a convolução será
máxima quando (1 + t ) = 1 ou seja, t = 0 e tornando-se zero a partir do instante em que
( −1 + t ) = 1 , ou t = 2 .

−2 ≤ t ≤ 0
1+t 1+t
V ( t ) * W ( t − τ ) = ∫−1 4 dτ = 4τ = 4 (1 + t ) + 4
−1
= 4 + 4t + 4
= 4t + 8
0≤t ≤2
1
V ( t ) * W ( t − τ ) = ∫−1+t 4 dτ = 4τ = 4 − 4 ( −1 + t )
1
−1+t
= 4 + 4 − 4t
= −4t + 8
convolução
8

0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Fig. 2 – Convolução de dois pulsos retangulares

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TEOREMA DA CONVOLUÇÃO

A transformada de Laplace do um produto de duas funções não é igual ao produto


das transformadas de Laplace das duas funções. No entanto, existe uma operação entre
funções que, quando transformadas, dá o produto das transformadas das duas funções. Essa
operação entre funções é designada convolução , e se apresenta como uma importante
ferramenta no cálculo de transformadas inversas.

O produto da convolução entre duas funções f ( t ) e g ( t ) define-se da seguinte forma:

f * g = ∫ f (τ ) g ( t − τ ) dτ
t

Definição do Teorema da convolução : A transformada de Laplace do produto da


convolução entre duas funções f e g , é igual ao produto das transformadas de Laplace
das duas funções.

Demonstração: A partir das definições da transformada de Laplace e do produto de


convolução , obtemos:

L { f * g} = ∫ ∫ f (τ ) g ( t − τ ) e
t
− st
dτ dt
0 0

O integral em τ pode ser estendido até o infinito, se multiplicarmos por uma função degrau
unitário que anule a parte desde t até infinito.

∞ ∞
L { f * g} = ∫ ∫ f (τ ) g ( t − τ ) u ( t − τ ) e
− st
dτ dt
0 0

Trocando a ordem dos dois integrais, obtemos:

∞ ∞
L { f * g } = ∫ f (τ )  ∫ g ( t − τ ) u ( t − τ ) e− st dt  dτ
0  0 
Sendo
 ∞ g ( t − τ ) u ( t − τ ) e − st dt  = L { g ( t − τ ) u ( t − τ )}
 ∫0 

Pela propriedade do deslocamento em t

L { g ( t − τ ) u ( t − τ )} = G ( S ) e − sτ

Assim, obtemos a igualdade que segue:

∞ ∞
L { f * g } = ∫ f (τ ) G ( S ) e −τ s  dτ = G ( S ) ∫ f (τ ) e −τ s dτ
0 0

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Que é igual ao produto das transformadas de Laplace das duas funções, como pretendíamos
demonstrar:

L { f * g} = F ( S ) G ( S )

Esse teorema também se aplica no caminho inverso: a transformada inversa de


Laplace de um produto de funções é igual ao produto de convolução entre as transformadas
inversas das duas funções. O Teorema da convolução é útil no cálculo de transformadas
inversas de funções complicadas que possam ser escritas como produto entre funções
simples. O produto de convolução entre funções verifica as propriedades: comutativa,
associativa e distributiva em relação à soma de funções.

Como em geral a operação de convolução é mais complexa de calcular do que a


transformada de Laplace , usa-se este teorema para calcular a convolução calculando-se a
transformada das funções, sua multiplicação, e a transformada inversa. Essa técnica é
bastante utilizada no processamento de imagem utilizando a transformada de Fourier em
vez da transformada de Laplace .

Exemplo: Calcule a transformada inversa da função

a
F (S ) =
(
S S + a2 2
)
Podemos escrever a função F como produto entre duas funções,

1
G (S ) =
S
E
a
H (S ) =
(S 2
+ a2 )
As transformadas inversas de G e H são respectivamente,

g (t ) = 1

h ( t ) = sen ( at )

E a transformada inversa de F é igual ao produto de convolução entre g e h , ou seja:

1
f ( t ) = 1* sen ( at ) = ∫ sen ( at ) dτ = [1 − cos at ]
t

0 a

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Utilizando decomposição em frações parciais
a A B + CS
= + 2
S (S + a ) S S + ω
2 2 2

a AS 2 + Aa 2 + BS + CS 2
=
S ( S 2 + a2 ) S ( S 2 + a2 )

a ( A + C ) S 2 + BS + Aa 2
=
S ( S 2 + a2 ) S ( S 2 + a2 )
Daí,

( A+ C)S2 = 0
A+C = 0

A = −C

BS = 0

B=0

Aa 2 = a

1
A=
a
e
 1
C = − 
 a

Substituindo A, B e C na equação inicial, tem-se:

a 1 S
= −
S (S + a
2 2
) aS a ( S + a 2 )
2

ou
a 1 1 S 
= − 2
S (S + a
2 2
) a  S S + a 2 

Retornando ao domínio do tempo

1
f (t ) = [1 − cos at ]
a

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TEOREMA DA CONVOLUÇÃO NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA

A transformada de Fourier de duas funções convoluídas no domínio do espaço é


igual ao produto das transformadas das duas funções no domínio de Fourier:

(
ℑ  f ( x, y ) * h ( x, y )  = F ωx ,ω y .H ωx ,ω y ) ( )
Este teorema é de grande importância no processamento de imagens.
f ( x)
h ( x) 4

4
3.5

3.5
3

2.5
A
2.5
A
2
2

1.5
1.5

Convolução
1
1

0.5
0.5


0 0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

−x x x −x x x
0 0 0 0

()
h x * f x ()
10

9
2
8
2 A x0
7

0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

−2 x 2x x
0 0
ℑ  h ( x )  ↕ ℑ  f ( x ) 
( ) ( )
H ωx .F ωx

( 2Ax0 )
70

2
60

50

40

30

20

10

ωx
0
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10

−π π
x0 x0

( ) ( )
F ωx
H ωx ( ) F ωx

10 ↑ 10

8
2 Ax0
8 2 Ax0 Multiplicação 6

2
2

0
0

ωx ωx
-2 -2
-15 -10 -5 0 5 10 15

π π
-15 -10 -5 0 5 10 15

x0 x0

Fig. 3 - Teorema da Convolução: ℑ [ f ( x ) * h ( x )] = F (ω x ) .H (ω x )

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TRANSFORMADA DE FOURIER: FUNÇÃO PULSO RETANGULAR.

F (ω t ) = ∫−T f ( t ) e − jωt dt
T /2

x0
=∫ A e− jωt dt
− x0

x0
1 A
= e − jωt 
T ( − jω ) − x0

A
= e − jω x0 − e jω x0 
( − jω )
A
=  −e jω x0 + e− jω x0 
( − jω )

 e jω x0 − e− jω x0 
= A 
 jω 

(
 2 x0 e jω x0 − e − jω x0
= A
) 
 2 jω x0 
 

Utilizando as equações de EULER

sen (ω t ) =
(e jω x0
− e− jω x0 )
2j

Portanto

sen (ω x0 )
F (ω t ) = 2 Ax0
(ω x0 )

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 191
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Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TRANSFORMADA DE FOURIER: FUNÇÃO PULSO UNITÁRIO

1
f ( t ) e − jωt dt
T /2
Cn =
T ∫
−T
2

1 ∆/2
= ∫ −∆
A e − jωt dt
T 2


1 1 1 2
= e − jωt 
T ∆ ( − jω )  −∆
2

1 1  − jω ∆ 2 jω ∆
= e −e 2
T ∆ ( − jω )  

1 1  jω ∆ 2 − jω ∆ 2 
= −e +e
T ∆ ( − jω )  

=
(
 2 e jω ∆ 2 − e − jω ∆ 2
1  ) 
T∆  2 jω 
 
 

1
= 
e −e (
 jω ∆ 2 − jω ∆ 2
) 
T ∆
2 jω 
 2 

Cn =

1 sen ω 2 ( )
T ω∆
2 ( )
ou
1 sen ( x )
Cn =
T ( x)

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 192
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--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Para um caso particular no qual o período é igual à unidade, a forma de onda
correspondente será:

gráfico de f(x)=sin(x)/x
1.2

0.8

0.6

0.4
y

0.2

-0.2

-0.4
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20
x

Fig. 4 – Transformada de Fourier do pulso unitário

Ninguém muda da noite para o dia.


As verdadeiras mudanças demandam tempo.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 193
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Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

CODIGOS NO AMBIENTE MATLAB

Os caminhos do saber são incontáveis. Percorrê-los é sempre gratificante.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 194
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Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------
Programa P-1.1
-------------------------------------------------------------
clear all
per=input(' Entre com o período: ');
n=input(' Entre com o numero de harmonicos: ');
x=-per/2:0.01:per/2;
f=-1*(x< 0 & x>-per/2)+1*(x>=0 & x<per/2);
plot(x,f,'r'),grid,pause
z=abs(fft(f))/(50*per);
stem(0:2*n-1,z(1:2*n)),grid;
title('Espectro de Linha')
ylabel('Valor da Harmônica')
xlabel(' nº da Harmônica')

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8

-1
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Espectro de Linha
1.4

1.2

1
Valor da Harmônica

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
nº da Harmônica

-------------------------------------------------------------

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 195
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Programa P-1.2
-------------------------------------------------------------
clear all
clear all
n=input(' entre com n: ');
per=input(' entre com o período: ');
w=2*pi/per;
T=per/2;
x=-T:0.01:T;
f=-1*(x<0 & x>-T)+1*(x>0 & x<T);
kx=fix((n+1)/2);
s=zeros(size(x));
y = zeros(kx,max(size(w*x)));
for k=1:2:n;
s=s+(4/(k*pi))*sin(k*w*x);
y((k+1)/2,:)=s;
end
plot(x,s,'r',x,f,'b'),grid;
title('Forma de onda'),pause
plot(x,y(1:1:kx,:),x,f,'b'),grid, title('Construção de uma onda quadrada:
o efeito de Gibbs'), pause
x=0:0.01:T;
s=zeros(size(w*x));
y = zeros(kx,max(size(w*x)));
for k=1:2:n;
s=s+(4/(k*pi))*sin(k*w*x);
y((k+1)/2,:)=s;
end
z = (abs(fft([y(kx,:),-y(kx,:)])));
stem(0:2*kx-1,z(1:2*kx)/(50*per)),grid;
title('Espectro de Linha')
ylabel('Valor da Harmônica')
xlabel(' nº da Harmônica')

Forma de onda
1.5

0.5

-0.5

-1

-1.5
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 196
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Construção de uma onda quadrada: o efeito de Gibbs
1.5

0.5

-0.5

-1

-1.5
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Espectro de Linha
1.4

1.2

1
Valor da Harmônica

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
nº da Harmônica

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 197
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------
Programa P-1.3
-------------------------------------------------------------

clear all
n=input(' entre com n: ');
per=input(' entre com o período: ');
w=2*pi/per;
x=-per/2:0.01:per/2;
f=-1*(x<0 & x>-per/2)+1*(x>0 & x<per/2);
%f=-1*(x<0)+1*(x>0);
s=zeros(size(x));
k=1;
s1=2*((1-(-1)^k)/k)*sin(k*w*x)/pi;
k=3;
s2=2*((1-(-1)^k)/k)*sin(k*w*x)/pi;
k=5;
s3=2*((1-(-1)^k)/k)*sin(k*w*x)/pi;
for k=1:n;
s=s+((1-(-1)^k)/k)*sin(k*w*x);
end
s=(2/pi)*s;
plot(x,s1,'g',x,s2,'b',x,s3,'m',x,s,'k',x,f,'r'), grid;
title('Composição da forma de onda')

Composição da forma de onda


1.5

0.5

-0.5

-1

-1.5
-3 -2 -1 0 1 2 3

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 198
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------------------
Programa P-1.4
-------------------------------------------------------------
clear all
per=input(' Entre como o periodo: ');
nh=input(' Entre como o nº de harmonicos: ');
w=2*pi/per;
t = 0:.02:per/2;
f=-1*(t<0)+1*(t>0);
y = zeros(nh,max(size(w*t)));
x = zeros(size(t));
for k=1:2:2*nh-1
x=x+(4/(pi*k))*sin(k*w*t);
y((k+1)/2,:) = x;
end
plot(t,y(1:1:nh,:)'), title('A construção de uma onda quadrada: o efeito
de Gibbs'), grid, pause
plot(t,x,'r',t,f,'b'), title('Forma de onda resultante'), grid, pause
mesh(1:2:2*nh-1,t,y')
view(60,35), grid
xlabel('no. harmônica')
ylabel('tempo')
axis ij, grid, pause
z = (abs(fft([y(nh,:),-y(nh,:)])));
stem(0:2*nh-1,z(1:2*nh)/(25*per)), grid
title('Espectro de Linha')
ylabel('Valor da Harmônica')
xlabel(' nº da Harmônica')

A construção de uma onda quadrada: o efeito de Gibbs


1.4

1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 199
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Forma de onda resultante
1.4

1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

Espectro de Linha
1.4

1.2

1
Valor da Harmônica

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
nº da Harmônica

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 200
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------
Programa P-1.5
-------------------------------------------------------------
clear all
%
% Este programa traça as curvas de circuitos submetidos a chaveamentos
%
delta=13/10000;
t=0;
per=input(' Entre com o período: ');
for i=1:10001
if t<=per
f(i)=(20/per)*t;
else
if t<=2*per
f(i)=(20/per)*t-20;
else
f(i)=0;
end

end

i;
x(i)=t;
t=t+delta;
end

plot(x,f,'b'),grid;

20

18

16

14

12

10

0
0 2 4 6 8 10 12 14

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 201
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------
Programa P-1.6
-------------------------------------------------------------
clear all
per=input(' entre com o período: ');
n=input(' entre com n: ');
w=2*pi/per;
x=-0:0.01:per;
f=(20/(per))*x;
s=zeros(size(x));
y = zeros(n,max(size(x)));
s=10;
for k=1:n;
s=s+(-20)*sin(k*w*x)/(k*pi);
y(k,:)=s ;
end
plot(x,s,'r',x,f,'b'),grid;
title('Forma de onda')
pause
plot(x,y(1:1:n,:),x,f,'b'),grid, title('Construção de uma onda
triangular'),pause
z=abs(fft(f))/(50*per);
z(1)=z(1)/2;% ?? para dar certo o valor dc ??
stem(0:n,z(1:n+1)),grid;
title('Espectro de Linha')
ylabel('Valor da Harmônica')
xlabel(' nº da Harmônica')

Forma de onda
25

20

15

10

-5
0 1 2 3 4 5 6

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 202
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Construção de uma onda triangular


25

20

15

10

-5
0 1 2 3 4 5 6

Espectro de Linha
12

10

8
Valor da Harmônica

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
nº da Harmônica

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 203
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------
Programa P-1.7
-------------------------------------------------------------
clear all
per=input(' Entre como o periodo: ');
n=3;
w=2*pi/per;
x=0:0.01:per;
f=(20/per)*x;
s=zeros(size(x));
for k=1:n;
s=s+(-1)*sin(k*w*x)/k;
end
s=10+(20/pi)*s;
s0=10*(x>=0);
s1=-(20/pi)*sin(w*x);
s2=-(20/(2*pi))*sin(2*w*x);
s3=-(20/(3*pi))*sin(3*w*x);
plot(x,s0,'m',x,s1,'b',x,s2,'y',x,s3,'g',x,s,'k',x,f,'r'),grid

20

15

10

-5

-10
0 1 2 3 4 5 6 7

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 204
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------
Programa P-1.8
-------------------------------------------------------------
clear all
%
% Este programa traça as curvas de circuitos submetidos a chaveamentos
%
delta=19/10000;
t=0;
per=input(' Entre com o período: ');
for i=1:10001
if t<=per
f(i)=(20/per)*t;
else
if t<=2*per
f(i)=0;
else
if t<3*per
f(i)=(20/per)*t-40;
else
f(i)=0;
end

end

end
i;
x(i)=t;
t=t+delta;
end

plot(x,f,'b'),grid;

20

18

16

14

12

10

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 205
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------
Programa P-1.9
-------------------------------------------------------------
clear all
%
% Este programa traça as curvas de circuitos submetidos a chaveamentos
%
K=input(' Entre com K: ');
per=input(' Entre com o período: ');
T=per/2;

delta=per/100;
t=-per/2;
aux=t;

for i=1:201

if i<=100
if aux<0
f(i)=(K/T)*aux+K;
else
f(i)=(-K/T)*aux+K;
end
else

if i<=150;
f(i)=(K/T)*aux-K;
else
f(i)=(-K/T)*aux+3*K;
end
end

x(i)=aux;
aux=t+i*delta;

end

plot(x,f,'b'),grid;

3.5

2.5

1.5

0.5

0
-2 -1 0 1 2 3 4 5

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 206
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------
Programa P-2.1
-------------------------------------------------------------
clear all
%
% Este programa traça as curvas de circuitos submetidos a chaveamentos
%
incr=0;
tal=5/10000;
np=1000;
t1=4*tal;
t2=8*tal;
t3=12*tal;
tempo=13*tal;
delta=tempo/np;

for k=1:np+1;

if incr<=t1
p(k)=20-20*exp(-2000*incr);

else
if incr<=t2
p(k)=-30+50*exp(-2000*(incr-t1));
else
p(k)=40-70*exp(-2000*(incr-t2));
end
end

x(k)=incr;
incr=incr+delta;

end
plot(x,p,'b-'),grid;
title('Corrente Série do Circuito')
xlabel('tempo(s)')
ylabel('corrente(A)')

Corrente Série do Circuito


40

30

20

10
corrente(A)

-10

-20

-30
0 1 2 3 4 5 6 7
tempo(s) -3
x 10

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 207
Prof. Fernando Nogueira de Lima
Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------
Programa P-2.2
-------------------------------------------------------------
%
% Este programa traça as curvas de circuitos submetidos a chaveamentos
%
incr=0;
tal=5e-2;
np=1000;
t1=4*tal;
t2=8*tal;
t3=12*tal;
tempo=13*tal;
delta=tempo/np;

for k=1:np+1;

if incr<=t1
p(k)=40*exp(-20*incr);
else
if incr<=t2
p(k)=-20*exp(-20*(incr-t1));
else
p(k)=-50*exp(-20*(incr-t2));
end
end

x(k)=incr;
incr=incr+delta;

end

plot(x,p,'b-'),grid;
title('Corrente Série do Circuito')
xlabel('tempo(s)')
ylabel('corrente(A)')

Corrente Série do Circuito


40

30

20

10
corrente(A)

-10

-20

-30

-40

-50
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
tempo(s)

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 208
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Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------
Programa P-2.3
-------------------------------------------------------------
%
% Este programa traça as curvas de circuitos submetidos a chaveamentos
%
incr=0;
tal=4/10000;
np=1000;
t1=2*tal;
t2=8*tal;
t3=12*tal;
tempo=13*tal;
delta=tempo/np;

for k=1:np+1;

if incr<=t1
p(k)=300*exp(-2500*incr);
q(k)=300-p(k);
else
if incr<=t2
p(k)=-259.4*exp(-2500*(incr-t1));
q(k)=-p(k);
else
p(k)=-600*exp(-2500*(incr-t2));
q(k)=-600-p(k);
end
end

x(k)=incr;
incr=incr+delta;

end
plot(x,p,'b-',x,q,'r'),grid;
title('Tensões nos terminais do Indutor e do Resistor')
xlabel('tempo(s)')
ylabel('tensão(v)')

Tensões nos terminais do Indutor e do Resistor


300

200

100

0
tensão(v)

-100

-200

-300

-400

-500

-600
0 1 2 3 4 5 6
tempo(s) x 10
-3

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 209
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Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------
Programa P-2.4
-------------------------------------------------------------
clear all
%
% Este programa traça as curvas de circuitos submetidos a chaveamentos
%
incr=0;
tal=1/1000;
np=1000;
t1=500e-6;
tempo=4*tal;
delta=tempo/np;

for k=1:np+1;

if incr<=t1
p(k)=150*(1-exp(-1000*incr));
s(k)=150-p(k);
j(k)=s(k)/200;
else
p(k)=-41*exp(-1000*(incr-t1))+100;
s(k)=100-p(k);
j(k)=s(k)/200;
end

x(k)=incr;
incr=incr+delta;

end
plot(x,p,'b-',x,s,'r--',x,j,'k-.'),grid;
title('Tensões nos terminas do Capacitor e do Resistor')
xlabel('tempo(s)')
ylabel('Tensão(v)')

Tensões nos terminas do Capacitor e do Resistor


150

100
Tensão(v)

50

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5
tempo(s) -3
x 10

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 210
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Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------
Programa P-3.1
-------------------------------------------------------------
clear all
%
% Este programa plota convolução entre dois pulsos retangularesi
%
f=0;
z=-4:0.01:4;
f=2*(z>=-1 & z<=1);
plot(z,f,'b'),grid;
axis([-4 4 0 8])
title('Função Pulso Retangular')
pause
x=-2:0.01:0;
g=8*(x>=-2 & x<=0);
g=g+4*x;
y=0:0.01:2;
g1=0*(y>=0 & y<=2);
g1=g1-4*x;
plot(x,g,'b',y,g1,'b'),grid;
axis([-4 4 0 8])
title('Convolução')

Função Pulso Retangular


8

0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Convolução
8

0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 211
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Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------
Programa P-3.2
-------------------------------------------------------------
clear all
%
% Este programa plota a função sen(x)/x
%
x=-20:0.01:20;
y=x;
r=sqrt(x.^2+y.^2)+eps;
z=sin(r)./r;
plot(x,z),grid;
axis([-20 20 -.4 1.2])
title('gráfico de f(x)=sin(x)/x')
xlabel('x')
ylabel('y')
pause
quit

gráfico de f(x)=sin(x)/x
1.2

0.8

0.6

0.4
y

0.2

-0.2

-0.4
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20
x

“Quando a argumentação é longa pode comprometer o objetivo da causa”

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 212
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Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

“ Diga-me, que esquecerei.


Ensina-me, que recordarei.
Envolva-me, que aprenderei.”

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 213
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--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Circuito RLC Série

1) Para ∆ > 0 → Sobreamortecimento

R = 10Ω
L = 20mH
C = 10mF

1.1 v ( t ) = 100sen (ω t + 10º )

d 2i (t ) R di (t ) 1 100
2
+ + i (t ) = ω cos (ω t + 10º )
dt L dt LC L

d 2i (t ) di (t )
2
+ 500 + 5000i (t ) = 1885.000 cos (ω t + 10º )
dt dt

Solução Homogênea Associada

−500 ± ( 500 ) − 20000


2

rL 2 =
2

(D 2
+ 500 D + 5000)i = 0 ) → r 2 + 500r + 5000 = 0

r1 = −10.21

r2 = −489.79

ih = K1e−10.21t + K 2e −489.79

Solução Particular Associada

ip = Im sen (ωt + 10º +α )

 7.274 
α = tg −1  −  = −36.032
 10 

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 214
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--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
100
Im = 1
 2  1  
2 2

R +  − ωL  
  ωC  

100
Im = = 8.09
12.36
Portanto:

ip = 8.09 sen (ω t − 26.032º )

Solução Geral

i = K1e −10.21t + K 2 e −489.79 + 8.09 sen (ω t − 26.032 )

Cálculo de K1 e K2

i ( 0 ) = K1 + K 2 + 8.09sen ( −26.032 )

0 = K1 + K 2 − 3.55(a )

di
= −10.21K1e −10.21t − 489.79 K 2 e489.79 + 8.09 × 377 cos(377t − 26.032)
dt

di (0) V (0)
= 10.21K1 − 489.79 K 2 + 2740.51 = = 868.24 (b)
dt L

De (a) K 2 = 3 .5 5 − K 1 (a )

Substituindo em (b)

−10.21K1 − 489.79(3.55 − K1 ) − 2740,51 = 868.24

−10.21K1 − 1738.75 + 489.79 K1 − 2740,51 = 868.24

K1 =
( 868.24 − 2740.51 + 1738.75 )
( −10.21 + 489.79 )
133.56
K1 = − , ou K1 = −0.278
479.58

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Substituindo em (a)

K 2 = 3.55 + 0.278 , ou K 2 = 3.828

A solução geral será:

i = −0.28e −10.21t + 3.83e −489.79 + 8.09sen (ω t − 26.032º )

1.2 v ( t ) = 100 sen (ω t )

i = K1e −10.21t + K 2 e −489.79 + 8.09 sen (ωt − 36.03)

0 = K1 + K 2 − 4.759

di (0)
= −10.21K1 − 489.79 K 2 + 3.049.93cos(−36.03)
dt

K 2 = 4.759 − K1

−10.21K1 − 2330.91 + 489.79 K1 + 2466.82 = 0

K1 =
( 2330.91 − 2466.82 )
( −10.21 + 489.79 )
−135.91
K1 = → K1 = −0.283
479.58

K 2 = 4.759 + 0.283 → K 2 = 5.04

i = −0.283e−10.21t + 5.04e −489.79 + 8.09sen (ωt − 36.03)

1.3 v ( t ) = 100

i = K1e−10.21t + K 2 e −489.79

i (0) = K1 + K 2 = 0 → K 2 = − K1

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di E
= −10.21K1e −10.21t − 489.79 K 2e −489.79 =
dt L

di (0) 100
== −10.21K1 − 489.79 K 2 = ×103 = 5000
dt 20

5000
−10.21K1 + 489.79 K 2 = 5000 → K1 = = 10.42
479.58

K 2 = −10.42

daí,

i = 10.42e −10.21t − 10.42e−489.79

2) Para ∆ = 0 Criticamente Amortecido

2.1 v (t ) = 120 sen ( 377t + 40º )

R = 4Ω

L = 20mH

C = 5mF

Equação Descritiva correspondente é dada por:

d 2i di
+ 200 + 10000i = 2262000 cos ( 377t + 40º )
dt ² dt

( D ² + 200 D + 10000 ) i = 0

r1 = r2 = −100

ih = K1e −100t + K 2te −100t

ip = Im sen (ωt + 40º +α )

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120
Im = = 14.868
8.07

α = tg −1 ( −1.7525 ) = −60.3º

ip = 14.868sen (ωt − 20.3º )

i = K1e −100t + K 2 e −100t + 14.868sen (ωt − 20.3º )

i (0) = K1 − 5.158 = 0

K1 = 5.158

di
= −100 K1e−100t + K 2 e −100t − 100 K 2te −100t + 5605.23cos (ωt − 20.3º )
dt

di (0) v(0) 120


= −100 K1 + K 2 + 5257.08 = = sen ( 40º ) = 3856.72
dt L 20 ×10−3

−515.8 + K 2 + 5257.08 = 3856.72

K 2 = −884.55

i = 5.158e −100t − 884.55te −100t + 14.868sen (ωt − 20.3º )

2.2 v(t ) = 120 sen (ω t )

i = K1e −100t + K 2te −100t + 14.868sen (ωt − 60.3º )

i (0) = K1 − 12.91

K1 = 12.91

di
= −100 K1e−100t + K 2 e −100t − 100 K 2te −100t + 5605.23cos (ωt − 60.3º )
dt

di (0)
= −100 K1 + K 2 + 2777.16 = 0
dt

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−1291 + K 2 + 2777.16 = 0

K 2 = −1486.16

i = 12.91e −100t − 1486.16te −100t + 14.868sen ( 377t − 60.3º )

2.3 v ( t ) = 120

i = K1e −100t + K 2te −100t

i (0) = K1 = 0

di (t ) E 120
= −100 K1e −100t + K 2 e−100t − 100 K 2te −100t = = × 103 = 6000
dt L 20

di (0)
= K 2 = 6000
dt

i (t ) = 6000te −100t

3) Para ∆ < 0 Oscilação

3.1 v(t ) = 120 sen(377t + 40º )

R = 2Ω

L = 20mH

C = 10mF

Equação descritiva correspondente:

d 2i R di 1 120
+ + i= cos ( 377t + 40º )
dt ² L dt LC L

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d 2i di
+ 100 + 5000i = 1732792.5
dt ² dt

( D ² + 100 D + 5000 ) i = 0 → r ² + 100r + 5000 = 0


1
−100 ± [100² − 20000] 2
r1,2 =
2

−100 ± j100
r1,2 =
2

r1 = −50 + j 50

r2 = −50 − j 50

ih = K1e( −50+ j 50)t + K 2 e( −50− j 50)t

ih = e −50t ( C1 cos(50t ) + C2 sen(50t ) )

120
Im =
{4 + ( 0.265 − 7.54) }
1
2 2

120
Im = → Im = 15.9
7.545
 7.275 
α = tg −1  −  = tg ( −3.637 )
−1

 2 

α = −74.62º

ip = 15.9 sen(ωt + 40º −34.62º )

ip = 15.9 sen(ωt − 34.62º )

i = e−50t ( C1 cos(50t ) + C2 sen(50t ) ) + 15.9sen(ωt − 34.62º )

= e −50t  −C1 ( 50 sen(50t ) + 50 cos(50t ) ) + C2 ( ( 50 cos(50t ) − 50sen(50t ) ) )  +


di
dt
+5994.3cos(ωt − 34.62º )

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i (0) = C1 − 9.03 = 0 → C1 = 9.03

di (0)
= −50C1 + 50C2 + 4932.93 = 3856.72
dt

−451.65 + 50C2 = −1076.21 → C2 = −12.49

i = ( 9.03cos(50t ) − 12.49 sen(50t ) ) e −50t + 15.9 sen (ω t − 34.62º )

3.2 v(t ) = 120 sen(ω t )

i = e−50t [ K1 cos(50t ) + K 2 sen(50t ) ] − 15.9 sen(ωt − 74.62º )

i (0) = K1 − 15.33 = 0 → K1 = 15.33


di (0)
= −50 K1 + 50 K 2 + 15.9 × 377 cos(−74.62º )
dt

0 = −766.5 + 1589.8 + 50 K 2 → K 2 = −16.466

i = e−50t [15.33cos(ω t ) − 16.466sen(ω t ) ] + 15.9sen(ω t − 74.62º )


3.3 v(t ) = 120

i = e−50t [ K1 cos(50t ) + K 2 sen(50t ) ]

i (0) = 0 = K1

di (0) 120
= −50 K1 + 50 K 2 = = 6000
dt L

50 K 2 = 6000 → K 2 = 120

i = (120 sen ( 50t ) ) e −50t

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4) Circuito RC serie

4.1 v(t ) = 200sen(ωt + 30º )

R = 10Ω

C = 5mF

Equação descritiva:

di 1 ω
+ i = 200 cos (ωt + 30º )
dt RC R

di
+ 20i = 7540 cos (ωt + 30º )
dt

Solução homogênea associada

t

ih = Ke RC

Solução particular associada:

ip = Im sen (ωt + 30º +α )

200 103
Im = → XC = = 0.5305Ω
1
377 × 5
(10 )2 + ( X C )2  2
 

Im = 19.97

 0.53 
α = tg −1   → α = 3.033º
 10 

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ip = 19.97 sen (ωt + 33.033º )

i (0) = K + 19.97 sen ( 33.033º ) = 20 sen ( 30º ) = 10

K + 10.88 = 10 → K = −0.88

i = −0.88e −20t + 19.97 sen (ωt + 33.033º )

4.2 v(t ) = 200sen (ω t )

i = Ke −20t + 19.97 sen (ωt + 3.033º )

i (0) = K + 1.056 = 0 → K = −1.056

i = −1.056e −20t + 19.97 sen (ωt + 3.033º )

4.3 v(t ) = 200

i = Ke −20t + 200

200
i (0) = K = = 20
10

i = 20e−20t

5) Circuito RL serie

5.1
v(t ) = 100 sen ( 377t + 10 )
R = 10Ω
L = 20mH
Equação descritiva

di R v(t ) di 100
+ i= → + 500i = sen (ωt + 10º )
dt L L dt L

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di
+ 500i = 5000 sen (ωt + 10º )
dt

ih = Ke −500t

100
ip = Im sen (ωt + 10 − α ) → Im = 1
= 7.98
(10 ) + ( 7.54 ) 
2 2 2
 
 7.54 
α = tg −1   = 37º
 10 

i = Ke −500t + 7.98sen (ωt − 27º )

i (0) = K − 3.62 = 0 → K = 3.62

i = 3.62e −500t + 7.98sen (ωt − 27º )

5.2 v(t ) = 100sen(ωt )

i = Ke −500t + 7.98sen(ωt − 37º )

i (0) = K − 4.8 = 0 → K = 4.8

i = 4.8e −500t + 7.98sen(ωt − 37º )

5.3 v(t ) = 100

di
+ 500i = 5000
dt

ih = Ke −500t

R
− t 5000
ip = e ∫ 5000e dt = × L = 10
L 500 t

i = Ke−500t + 10

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i (0) = 0 = K + 10 → K = −10

i = 10(1 − e −500t )

6) Circuito LC serie

6.1 v(t ) = 100sen (ωt + 10º )


L = 20mH
C = 5mF

Equação Descritiva

d ²i 1 1 dv(t ) 377 ×100


+ i= × = cos(377 − 10º )
dt ² LC L dt 20 ×10−3

Solução Homogênea

1
r² + = 0 → r1,2 = ± jω0
LC
1
ω0 = = 100
LC

ih = K1e j100t + K 2 e− j100t

ih = C1 cos(100t ) + C2 sen(100t )

100
ip = Im sen (ωt + 10º +α ) → Im = 1
= 14.26
( 0,53 − 7.54 ) ²  2

 7.01 
α = tg −1  −  → α = −90º
 0 

ip = 14.26sen(ωt − 80º )

i = C1 cos(100)t + C2 sen(100)t + 14.26 sen(ωt − 80º )

i (0) = C1 − 14.04 → C1 = 14.04

di
= −100C1sen(100)t + 100C2 sen(100)t + 14.26 × 377 sen(ωt − 80º )
dt

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di (0)  Vm 
= 100C2 + 933.53 = 868.24 ×  × sen(10º ) 
dt  L 
C2 = −0.653

i = 14.04 cos(100)t − 0.653sen(100)t + 14.26 sen(ωt − 80º )


6.2 v(t ) = 100sen(ω t )

i (0) = C1 − 14.26 → C1 = 14.26

di (0)  Vm 
= 100C2 − 0 = 0 ×  sen (φ ) 
dt  L 

C2 = 0

i = 14.26 cos(100)t + 14.26sen(ω t − 90º )

6.3 v(t ) = 100

i = C1 cos(100)t + C2 sen(100)t

i (0) = C1 = 0

di
= −100C1sen(100)t + 100C2 cos(100)t
dt

di (0) 100
= 100C2 = ×103 = 5000
dt 20

C2 = 50

i = 50 sen(100t )

É fundamental compreender que as equações para as tensões do sistema, podem ser


determinadas a partir do conhecimento da equação da corrente. Além disso, também podem
ser determinadas por meio das respectivas equações características ou com o auxílio da lei
de Kirchhoff, como pode ser constatado no próximo exemplo.
7) Circuito RLC serie

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R = 2Ω

L = 20mH

C = 10mF

v(t ) = 100sen(ωt )

vC (0) = 10 volts

R
= 100
L

1
= 5000
LC

Equação descritiva, modelando a tensão no capacitor:

d ²vC R dvC vC 100


+ + = sen(ω t )
dt ² L dt LC LC

Equação característica:

D ² + 100 D + 5000 = 0

r1,2 = −50 ± j 50

vC h = e −50t ( C1 cos (ωt ) + C2 sen (ωt ) )

1
iC dt = 100∫ 13.25sen (ωt − 74.63º )
C∫
VC p =

1325
VC p = − cos (ωt − 74.63º ) = −3.514 cos (ωt − 74.63º )
377

vC = e −50t ( C1 cos (ωt ) + C2 cos (ωt ) ) − 3.514 cos (ωt − 74.63º )

vC = e −50t ( C1 cos (ωt ) + C2 cos (ωt ) ) − 3.514 cos (ωt − 74.63º )

= vC = −50e−50t ( C1 cos (ωt ) + C2 cos (ωt ) ) − 3.514 cos (ωt − 74.63º ) +


dvC
dt

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+ e−50t ( −ωC1sen (ωt ) + ωC2 cos (ωt ) ) − 3.514 × 377 cos (ωt − 74.63º )

vC (0) = C1 − 0.93 = 10 → C1 = 10.93


dvC
= −50C1 + C2 − 1277.4 = 546.5 + 50C2 − 1277.4 → C2 = 36.48
dt

vC = e −50t (10.93cos ( 50t ) + 36.5sen ( 50t ) ) − 3.52 cos (ωt − 74.63º )

A corrente serie do circuito é dada por:

ih = e −50t ( C1 cos (ω t ) + C2 sen (ωt ) )

100 100
ip = 1
=
7.55
 4 + ( 7.54 − 0.265 ) ²  2

ip = 13.25 A

7.275
θi = −tg −1
2

θi = −74.63º

daí

i = e−50t ( C1 cos (ωt ) + C2 sen (ωt ) ) + 13.25sen (ωt − 74.63º )

i (0) = C1 − 12.77 = 0 → C1 = 12.77

di (0) v ( 0 ) − vCO − Ri0 10


= = − × 1000 = −500
dt L 20

= −50e −50t ( C1 cos (ω t ) + C2 sen (ω t ) ) + e−50t (ω C1 sen (ωt ) + ω C2 cos (ω t ) ) +


di
dt

+13.25 × 377 cos (ω t − 74.63º )

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di (0)
= −50e −50t (C1 cos(ω t ) + C2 sen(ω t )) + e−50t (−ω C1sen(ω t ) + ω C2 cos(ω t )) +
dt
+13.25 × 377 cos(ω t − 74.63º )

di (0)
= −50C1 + 50C2 + 1324 = −500
dt
− 638.5 + 50 C 2 + 1324 = − 500 → C 2 = − 23.71

Assim,

i = e−50t (12.78cos(50t ) − 23.7 sen(50t ) + 13.25sen(ω t − 74.63º )

Utilizando-se a equação da corrente é possível encontrar as equações para as demais


variáveis do circuito conforme pode ser observado a seguir:

di
vL = L = 20 × 10−3{[−50e −50t (12.78cos(50t ) − 23.71sen(50t ) ) +
dt

+ e−50t ( −639 sen(50t ) − 1185.5cos(50t ) )] + 495.25cos (ω t − 74.63º )}

vL = [e −50t ( −36.49 cos(50t ) + 10.93sen(50t ) ) + 99.9 cos(ω t − 74.63º )]

A tensão no capacitor também pode ser determinada utilizando-se a Lei de


Kirchhoff, na forma que segue:

vR + vC + vL = v → vC = v − vR − vL
vC = 100 sen (ω t ) − e −50t (25.56 cos(50t ) − 47.43sen(50t )) − 26.51sen(ω t − 74.63º ) −
−e −50t ( −36.49 cos ( 50t ) + 10.93sen ( 50t ) ) − 99.94 cos (ω t − 74.63º )

vC = e −50t (10.93cos ( 50t ) + 36.5sen ( 50t ) ) − 3.52 cos (ω t − 74.63º )

“Na vida o importante não é ter muito e sim precisar de pouco”

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