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Centro Estadual de Educação PROFº (a)

Cláuber do
Profissional de Tempo Integral Vale
Cândido Borges Castelo Branco
DISCIPLINA: CRUZADA
REFERENTE À
FILOSOFIA
A T I V I D A D E - 2 0 2 3 TEMÁTICA
MITOLOGIA
GREGA
3 ª A V A L I A Ç Ã O - 2 0 1 4
ALUNO (A)____________________________________________________________Nº____

SÉRIE:__________TURMA:__________________________DATA:_____/________/______

A Grécia Antiga exerceu grande influência sobre o mundo ocidental. Nesse contexto, a
mitologia foi a primeira forma encontrada pelo homem para explicar os acontecimentos no
mundo.
Diante do exposto preencha a palavra cruzada abaixo de acordo com as informações
que vão da 1ª à 9ª. Além disso, leia também o texto que está em anexo com o título AS
ORIGENS DA FILOSOFIA para maior compreensão e realização dessa atividade.

M
I
T
O
L
O
G
I
A

1º É a forma mais remota de crença.


2º A passagem dela para a filosofia deveu-se a um longo processo de
transformações políticas, sociais e econômicas
3º Era a religião dos gregos
4º Os poemas Ilíadas e Odisseia são atribuídos a ele
5º Ela trata do último ano da Guerra de Troia
6º Ela narra o retorno de Ulisses à sua terra natal
7º Ela relata a origem do mundo e dos Deuses
8º Ele relata, em teogonia, que no princípio surge Caos que dá origem as
divindades primordiais.
9º Na mitologia grega, ele foi princípio de tudo
APÍTU
C
L

O
As origens da filosofia

Pa r a os povos antigos, o mito era um componente importante

da cultura, permeando todos os segmentos sociais e suas institui-

ções. Pa r a os gregos da Antiguidade, as divindades eram perso-

nificações de elementos da natureza, das virtudes e dos defeitos

da humanidade. Os deuses gregos, habitantes do monte Olimpo,

eram imortais, embora tivessem comportamentos semelhantes

aos dos homens: às vezes benevolentes, mas também agiam por

inveja ou vingança.

Atena é a deusa grega da sabedoria e da justiça, entre outras

virtudes que lhe eram atribuídas. A coruja, sua ave predileta, com

frequência a acompanha nas representações que os artistas dão à sua

imagem. Mais conhecida como coruja de Minerva – nome latino da

deusa Atena –, tornou-se símbolo da filosofia, por ser Atena a deusa

da razão. São inúmeras as interpretações em torno desse símbolo. A

coruja é uma ave noturna sempre alerta; de visão aguda, é capaz de

enxergar no escuro, além de girar quase completamente a cabeça, o

que lhe permite olhar por todos os ângulos. O filósofo alemão Georg

W. Friedrich Hegel faz a seguinte aproximação entre a filosofia e a

ave de Minerva:

[...] a fi losofi a [...] c o mo pe ns a me nt o do mund o, só a pa r e ce


LO OP R E V I L
L ISA R B

quando a realidade efetuou e completou o processo da sua forma-

ção. [...] é na matu ri d a de dos s e re s qu e o id ea l se e r gu e em f ac e


E NOTSY E K

ED

do re al [. ..]. Quan d o a fi l os ofi a ch eg a co m a s ua luz c r ep us c ula r


L A NO

a um mundo já a a n o i t e c e r, é qua ndo um a m a n if es t aç ã o de v id a


/ SEGA M I

CA N

está prestes a fi ndar. [...] Quando as sombras da noite começaram


UES U M

a cair é que levan t a vo o o pá ss a ro de Mi ne rva .


N A M EGD I R B

HEGEL, Georg W. Friedrich. Prefácio. In: Princípios da filosofia do direito

São Paulo: Martins Fontes, 1997. p. XXXIX.

Ao afirmar que, como a coruja, a filosofia alça voo ao entardecer,

Hegel está argumentando que o trabalho filosófico se inicia após o

trabalho do dia, ou seja, depois dos fatos decorridos, o que mostra

que a reflexão filosófica se apoia na realidade vivida.

Os principais objetivos deste capítulo são: caracterizar o pensamento

mítico, distinguir mito de losoa, identicar a relação entre o surgimento

da pólis e o nascimento da losoa e compreender a identidade e as

divergências relativas ao princípio conhecido como rkhé

Sugerimos que ao longo do estudo os seguintes termos sejam

destacados: mito, logos, pólis, physis e arkhé

Pode-se discutir a metáfora presente nessa abertura,

Minerva (Atena), escultura


em que mito e losoa se mesclam. Trata-se de uma

romana do século I d.C. representação da losoa por meio da gura mítica

da coruja de Minerva (Atena), deusa da razão.

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representa a nossa atração ou repulsa pelas coisas.

1 A consciência mítica
Esse “falar sobre o mundo” (mítico) está impregnado

do desejo humano de compreendê-lo, afugentando

O m é a forma mais remota de crença, por meio

a insegurança, os temores e a angústia diante do

da qual os povos se relacionam com o sobrenatural.

desconhecido e da morte.

De modo geral, o mito está impregnado do desejo

humano de afugentar a insegurança, os temores e

a angústia diante do desconhecido, do perigo e da

2 A mitologia grega

morte. Para tanto, os relatos míticos se sustentam

pela crença em forças superiores, cuja existência não A passagem da consciência mítica para a filosofia

precisa ser comprovada. São elas que protegem ou deveu-se a um longo processo de transformações

ameaçam, recompensam ou castigam. políticas, sociais e econômicas que culminaram no

aparecimento dos primeiros sábios gregos no século

VI a.C. Vamos investigar as características do pensa-


Etimologia

mento mítico, que predominava antes do advento da

Mito. Do grego mythos, signifi ca “palavra expres-

filosofia na Gr cia e que ainda permanece vivo nos

sa”, “narrativa”. A consciência mítica é predomi-

costumes das sociedades tradicionais.

nante em culturas de tradição oral, que transmitem

o conhecimento verbalmente. A civilização grega teve início por volta do sécu-

lo XX a.C. (entre 2000 e 1900 a.C.), quando invasores

8991
de origem indo-europeia ocuparam a Península Balcâ-

Examinando racionalmente os mitos, tendemos a

ed
nica, entre o Mar Tirreno e a Ásia Menor. Por conta do

orierevef
concluir que não passam de lendas, histórias fantasio-

terreno acidentado, a nova civilização espalhou-se por

sas, portanto inverossímeis. No entanto, para os gre-

ed
diversas regiões que, embora autônomas, preservaram

91
os anti os, os povos indí enas e outras comunidades

ed
alguma identidade cultural, como a língua e as crenças.

tradicionais, trata-se da maneira como se responde

016.9
A religião dos gregos era politeísta e os deuses
às perguntas sobre a origem dos deuses e do mundo.

ieL
eram imortais, embora apresentassem característi-
Podemos dizer que o mito vivido é uma verdade. Não

e
laneP
cas humanas.
na concepção atual do que é a verdade, mas como

ogidóC
relato que não necessita de comprovações, porque
Na Grécia antiga, os mitos eram recitados de memó-

o critério de adesão ao mito é a crença, a fé.

od
ria em praça pública pelos aedos e rapsodos, cantores

481
O mito é, portanto, uma intuição compreensiva da ambulantes e poetas, como Homero e Hesíodo. Porém,

.trA
realidade, cujas raízes se fundam nas emoções e na nem sempre é possível identificar a autoria desses poe-

.adibiorp
afetividade. Expressa o que desejamos ou tememos, mas, por resultarem de produção coletiva e anônima.

oãçudorpeR
Esta linha do tempo não foi organizada

Periodização da história da Grécia antiga

em escala te poral.
-

KROY
AÇN E ROL F

AVON
, A L AC S

ET RA
ED
OTOH P /ECR UO SE R

Pintur
tu a em ânfora
ON AT I LOPOR T E M

resent o de culo VI a.C.

homem e centauro representando a disputa

Vaso micênico em estatueta g g de Hércules e Apol


p pela

(c. 1400 a.C.). (século VIII a.C.) p se do trip de Delfos


T RA

U E S UM

Museu Metropolitano Museu Metropolitano Museu Metropolitano de


:S O T O F

de Arte, Nova York de Arte, Nova York Arte, Nova York

Civilização micênica Período homérico Período arcaico

(do século XX ao XII a.C.). o século XII ao VIII a.C.). (do século VIII ao VI a.C.).

esenvolveu-se desde o Na transição de um mundo Com a formação das cidades-

início do segundo milênio essencialmente rural, os -Estado (pólis), ocorreram

a.C. O período leva esse senhores enriquecidos grandes alterações sociais

nome pela importância da formaram a aristocracia e políticas, bem como o

cidade de Micenas, de onde, proprietária de terras, que desenvolvimento do comércio e a

por volta de 1250 a.C., fez recrudescer o sistema expansão da colonização grega.

partiram Agamêmnon, escravista. Nesse período No início desse período teria

Aquiles e Ulisses para sitiar teria vivido Homero vivido Hesíodo. No século VI a.C.,

e conquistar Troia éculo IX ou VIII a C ) filósofos

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Homero
Para refletir

Os poemas épicos Ilíada e Odisseia são atri-


O conceito de virtude variou entre os filósofos,

buídos a Homero, embora existam controvérsias mas em geral designa uma disposição ética para

realizar o bem, o que supõe autonomia e não mais


a respeito da época em que o poeta teria vivi-

imposição do destino. Você saberia indicar algumas

do – século IX ou VIII a.C. – ou até mesmo se ele

virtudes desejáveis para o convívio entre as pessoas

existiu. Pa r a alguns intérpretes, a dúvida sobre


nas sociedades contemporâneas?

sua existência se justifica pela diversidade de

estilos dos dois poemas, o que indicaria terem

sido recolhidos por diversos autores em períodos


Hesíodo

históricos diferentes.

Hesíodo é outro poeta que teria vivido por

Na vida dos gregos, as epopeias desempenha-

volta do final do século VIII e princípios do VII a.C.

vam um papel pedagógico significativo. Narravam

r Te o g o n i a , relatou as origens do mun-

episódios da história grega – o período da civiliza-


do e dos deuses, em que as forças emergentes

ão micênica – e transmitiam os valores culturais


da natureza vão se transformando nas próprias

mediante o relato das realizações dos deuses e dos


divindades. Po r isso a teogonia é também uma

antepassados. Por expressarem uma concepção de


cosmogonia, na medida em que narra como todas

vida, desde cedo as crianças memorizavam passa- as coisas surgiram do Caos para compor a ordem
8991

gens desses poemas. do Cosmo.


ed
orierevef

As ações heroicas relatadas nas epopeias mos- Ainda que suas obras refletissem o interesse

pela crença nos mitos (de caráter geral), Hesíodo


travam a constante intervenção dos deuses, ora para
ed

desenvolveu um estilo pessoal, capaz de revelar


auxiliar o protegido, ora para perseguir o inimigo.
91
ed

particularidades do poeta, que tendem a superar


Nessas histórias, o indivíduo é presa do destino,
016.9

a poesia impessoal e coletiva das epopeias. Essas


concebido como imutável.
ieL

características novas são indicativas do período


e

O herói vivia, desse modo, na dependência


laneP

arcaico, que então se iniciava.

dos deuses e do destino, faltando a ele a noção


ogidóC

Em Teogonia, Hesíodo relata que no princípio sur-

de vontade pessoal, de liberdade. Mas isso não o


od

ge o Caos que dá origem às divindades primordiais:

diminuía diante das pessoas comuns, ao contrá-


481

Gaia ou Geia (a Terra) e Eros. Gaia gerou Urano e,


.trA

rio, ter sido escolhido pelos deuses era sinal de

unida a ele, deu origem aos gigantes, ciclopes e titãs.


.adibiorp

reconhecimento e de que ele se diferenciava por

deter a virtude do guerreiro belo e bom, que se


oãçudorpeR

manifestava pela coragem e pela força, sobretudo Caos: para os gregos, é o vazio inicial.

no campo de batalha.

Diferentemente do que hoje entendemos por

Etimologia
virtude, para os gregos esse valor correspondia

excelência e à superioridade, objetivo supremo do


Virtude. Do latim vir virtus; primitivamente, vir

herói guerreiro. Essa virtude se expressava igual- significa “o homem viril”, “forte”, “corajoso”.

Teogonia. Do grego théos, “deus”, e gonos, “origem”;


mente na assembleia dos guerreiros, pelo poder de

significa “genealogia dos deuses”.

persuasão do discurso.

Cosmogonia. Do grego kósmos, “Universo”, e gonos

“origem”; designação dada às teorias que têm por

objeto explicar a formação do Universo.

Para saber mais

A obra Ilíada trata do último ano da guerra

de Tr o i a . Segundo a tradição mítica, o conflito

foi motivado pelo rapto da grega Helena por um


Para saber mais

príncipe troiano. Ilíada é uma palavra aportugue-

sada da expressão Í l i o n, o nome grego atribuído A partir da conquista romana, no século II a.C., os

à cidade de Tr o i a . deuses gregos foram apropriados e reelaborados pe-

A Odisseia narra o retorno de Ulisses ou Odisseu los romanos. Por exemplo, a divindade grega Cronos

à sua terra natal, Ítaca. Essa viagem foi repleta de foi identificada com Saturno, Zeus com Júpiter, Atena

peripécias, por isso c o stuma mo s di ze r que um a com Minerva, Afrodite com Vênus, Eros com Cupido,

aventura mirabolante é uma odisseia. Ares com Marte.

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