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“ Dominando a Arte da Argumentação: Técnicas para Escrever Parágrafos

Dissertativos-Argumentativos”
REDAÇÃO - Técnicas argumentativas com exemplos sociológicos - junho
2023

“Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é


sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e
sufocador.” - Clarice Lispector

Clarice Lispector (1920-1977) foi uma escritora brasileira conhecida por


sua prosa poética e introspectiva, que é campeã de citações nos trabalhos
acadêmicos. Essa citação foi escolhida porque captura a essência do
desafio de escrever de forma clara e persuasiva, especialmente ao lidar
com temas complexos e abstratos que são da sociologia. É por essa razão
que precisaremos aprender ou talvez recordar as onze principais técnicas
argumentativas, fazer uso delas durante a escrita e alterná-las para que
não haja fadiga na leitura.

As técnicas argumentativas desempenham um papel fundamental na


escrita inteligente de parágrafos dissertativos-argumentativos, pois são
ferramentas utilizadas para persuadir e convencer o leitor sobre um
determinado ponto de vista ou mesmo tese. Elas consistem em estratégias
linguísticas que contribuem para a organização, clareza do texto,
progressividade temática, bem como para a construção de argumentos
sólidos, coerentes e trazem coesão ao que está sendo escrito. É muito
importante a variação dessas técnicas ao longo do texto para evitar a
monotonia e captar a atenção do leitor de uma forma surpreendente,
proporcionando uma abordagem mais rica e interessante do tema. As doze
principais técnicas de argumentação são explicadas a seguir, com
exemplos variados do campo da sociologia. Tomara que elas ajudem você a
escrever o ensaio de forma potente.
{{Voice=Loquendo Fernanda (Brazilian Portuguese)/}}

De antemão, a lista das onze técnicas são:


I. Exemplificação.
II. Citação.
III. Alusões históricas: fazer referências a períodos históricos relevantes
para o tema em discussão.
IV. Comparação.
V. Contraste.
VI. Definição ou Conceituação.
VII. Generalização.
VIII. Analogia ou comparação.
IX. Metáforas.
X. Evidência estatística.
XI. Interrogação retórica.
XII. Refutação ou contra-argumentação.
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I. A primeira é a Exemplificação. É a técnica mais básica e eficaz para
ilustrar ideias e argumentos, utilizando exemplos concretos que apoiam o
ponto de vista apresentado. Cuidado com os exemplos muito simples ou
banais, mas não há problemas em usá-los para, justamente apresentar
uma visão crítica ou problematizadora. É possível exemplificar para
justificar um ponto de vista.
Um exemplo de fato social é a língua que falamos. A língua é um sistema
de símbolos e regras que é compartilhado por uma comunidade e
transmitido de geração em geração. Nós não escolhemos a língua que
falamos, mas sim aprendemos a falar a língua da sociedade em que
nascemos e crescemos. A língua exerce um poder coercitivo sobre nós, pois
precisamos segui-la para nos comunicarmos uns com os outros. Outro
exemplo seria a ação social que é o ato de votar em uma eleição. Quando
votamos, estamos agindo de acordo com nossas crenças e valores, mas
também estamos levando em consideração as expectativas sociais de uma
democracia que escolhe candidatos com as consequências dessas ações.
Nossa decisão de votar é influenciada por fatores como nossa classe
social, educação, gênero e idade, mas também é uma escolha consciente
que fazemos como indivíduos.
Agora um exemplo mais antigo que é ferramenta da imaginação
sociológica de Charles W. Mills (1916-1962). Nela, podemos exemplificar
como essa teoria nos permite entender como nossas experiências pessoais
estão ligadas a questões sociais mais amplas.
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Portuguese)/}}

II. Citação. Consiste em utilizar citações de especialistas, estudiosos ou


fontes confiáveis para reforçar a validade dos argumentos apresentados.
Aqui, essa técnica faz uso do argumento de autoridade ou especialista do
campo e pode ser compreendida como a referências de pensadores
renomados para embasar os argumentos. Por exemplo, ao discutir o fato
social de Émile Durkheim (1858-1917), podemos citar sua definição de fato
social como "maneiras de agir, pensar e sentir externas ao indivíduo, que
são investidas com um poder coercitivo em virtude do qual exercem
controle sobre ele".
No conceito de ação social de Max Weber (1864-1920), a ação social foi
compreendida como "comportamento que é influenciado pelo
comportamento de outros indivíduos e é modificado e dirigido por ele"
(cadê a referência da ABNT com a página?). Weber observou que a ação
social inclui todo o comportamento humano quando e na medida em que o
indivíduo que age atribui um significado subjetivo a ele, algo que explica a
orientação compreensiva. No entanto, essa citação nos leva a questionar
até que ponto nossas ações são realmente nossas ou são apenas reflexos
ou mimesis das expectativas sociais. Afinal, somos realmente livres ou
estamos presos às normas e valores da sociedade em que vivemos?
Trata-se de uma pergunta difícil, mas desconfiamos que a resposta passe
por considerações valorativas e ideológicas da filosofia existencial.
{{Voice=Loquendo Felipe (Brazilian Portuguese)/}}
III. A terceira técnica são as alusões históricas, as quais envolvem fazer
referências a eventos ou figuras históricas para apoiar um argumento ou
mesmo ilustrar um ponto de vista. Assim, as alusões históricas podem
fornecer contexto e profundidade ao argumento, mostrando como ele se
relaciona com eventos passados ou ideias estabelecidas.

Por exemplo, ao discutir os conceitos de fato social e ação social, podemos


fazer alusões históricas aos sociólogos Émile Durkheim (1858-1917) e Max
Weber (1864-1920), que desenvolveram esses conceitos em suas obras.
Durkheim definiu o fato social como maneiras de agir, pensar e sentir que
são externas ao indivíduo e exercem um poder coercitivo sobre ele,
enquanto Weber definiu a ação social como comportamento humano que é
influenciado pelo comportamento de outros indivíduos e é modificado e
dirigido por ele. Essas alusões históricas nos permitem entender como
esses conceitos foram desenvolvidos e como eles se relacionam com o
pensamento sociológico mais amplo.

Além disso, podemos fazer alusões históricas a outros pensadores


importantes na sociologia, como C. Wright Mills (1916-1962), que
desenvolveu o conceito de imaginação sociológica, Anthony Giddens
(1938-), que é reconhecido por sua Teoria da Estruturação, e Eric
Hobsbawm (1917-2012), um historiador marxista britânico reconhecido
como um importante nome da intelectualidade do século XX⁸⁹ [^10^].
Essas alusões históricas nos permitem entender como os conceitos sociais
foram construídos ao longo do tempo e como eles foram influenciados
pelas ideias desses pensadores importantes.

{{Voice=Loquendo Fernanda (Brazilian Portuguese)/}}


IV. A quarta técnica argumentativa é a comparação. Nela, existe o
estabelecimento das relações de semelhança, diferença, pontos de
tangenciamento ou confluência entre elementos, destacando
características relevantes e fortalecendo a argumentação. Se o tema for
dois conceitos aparentemente opostos ou binários, talvez uma tabela seja
ilustrativa no seu texto, mas desde que ela tenha pelo menos um
parágrafo explicativo com a primeira técnica que é a exemplificação. Veja
agora um exemplo da comparação para os dois conceitos chave do ensaio
de sociologia:
Fato social e ação social são dois conceitos fundamentais para a história
da sociologia, mas eles apresentam diferenças significativas que merecem
ser explicitadas. O fato social, um conceito durkheimiano, refere-se a
maneiras de agir, pensar e sentir que são externas ao indivíduo, exercem
um poder coercitivo e podem ser generalizadas. Por outro lado, a ação
social, um conceito compreensivo weberiano, diz respeito ao
comportamento humano influenciado pelas atitudes das outras pessoas e
é modificado e dirigido por ele. Enquanto o fato social enfatiza a influência
da sociedade sobre o indivíduo, daí a coercitividade, a ação social enfatiza
a capacidade do indivíduo de agir de forma consciente, deliberada,
motivada e intencional. Isso nos leva a questionar até que ponto os fatos e
as ações estão interligadas e são determinadas pela sociedade, sem nos
esquecer que há um gradiente de liberdade e transgressividade, porque
temos delitos, crimes e outras mazelas sociais que desafiam crenças
congeladas ou petrificadas de uma sociedade harmônica.
Outro exemplo comparativo seria: A ação social weberiana e as classes
sociais de Karl Marx (1818-1883) são dois conceitos importantes na
sociologia, pois lidam com a relação entre indivíduo e sociedade, mas
diferem em suas abordagens e ênfases. Enquanto a ação social refere-se
ao comportamento humano influenciado pelo comportamento de outros
indivíduos, as classes sociais dizem respeito às divisões baseadas nas
relações de produção e propriedade, com suas respectivas ideologias
correspondentes. Essas diferenças não são pequenas, porque nossas
atitudes podem ser determinadas pelas estruturas sociais e econômicas,
mas que sempre teremos um gradiente de liberdade para agir de acordo
com nossas próprias escolhas. Assim, é fundamental considerar tanto os
vetores do plano individual quanto as macro estruturas sociais,
principalmente quando se tenta compreender as complexas relações entre
indivíduo e sociedade.
{{Voice=Olga Yakovleva Henrique (Brazilian Portuguese)/}}
V. Contraste. Ao contrário da técnica anterior, o contraste enfatiza
principalmente as diferenças entre elementos, destacando as falhas ou
limitações de uma ideia em relação a outra. Tal técnica ficará melhor se
for combinada com a dialética de Hegel, na qual há a apresentação das
premissas para gerar uma terceira visão que engloba as anteriores. Por
exemplo, ao contrastar o campo e o habitus de Pierre Bourdieu
(1930-2002), podemos destacar como esses dois conceitos se
complementam para fornecer uma compreensão mais completa da
estrutura social e da agência individual.
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Portuguese)/}}
VI. Chegamos a sexta técnica que é um par entre a Definição e a
conceituação. Consiste em fornecer uma explicação clara e precisa sobre
um termo ou conceito chave, a fim de esclarecer o sentido e evitar
mal-entendidos. É importante lembrar que as definições pertencem às
ciências exatas (Matemática, física, química etc), enquanto que os
conceitos às humanas. Isso acontece porque os conceitos são, quase
sempre, polissêmicos e sujeitos às condições históricas, econômicas,
políticas e sociais. Quanto mais conceituado é um elemento no seu texto,
mais clareza o leitor terá do que se está abordando e os limites da
compreensão. Por exemplo, ao discutir o campo de Pierre Bourdieu
(1930-2002), podemos conceituá-lo como um espaço social estruturado de
relações entre posições sociais ocupadas por agentes ou instituições.
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VII. Generalização é a sétima técnica. Enquanto a definição ou conceito
traçam as bordas do argumento, aqui, a generalização envolve o uso de
exemplos específicos para extrair conclusões mais amplas e abrangentes,
mostrando que o argumento apresentado pode ser aplicado a situações
mais amplas. Por exemplo, ao discutir o conceito de fato social, podemos
generalizar que eles seriam normas e valores culturais que exercem um
poder coercitivo sobre os indivíduos em todas as sociedades. Da mesma
forma, ao discutir o conceito de ação social, a generalização seria que ele
se apresenta como o comportamento humano influenciado pelo
comportamento de outros indivíduos, que é um fenômeno universal
presente em todas as sociedades e cultura, haja vista que o ser humano
isolado é uma ficção. Esses exemplos mostram como os conceitos de fato
social e ação social podem ser aplicados a diferentes contextos sociais
para entender como os indivíduos interagem uns com os outros na
sociedade.

Outro exemplo sociológico de generalização. Ao debater o conceito de


habitus bourdiano, podemos generalizar que esse conceito pode ser
aplicado a diferentes contextos sociais para entender como os indivíduos
internalizam as estruturas sociais e reproduzem-nas em suas ações.
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VIII. Analogia ou comparação fazem parte da oitava técnica. Baseia-se na
comparação entre duas situações diferentes, com o objetivo de transmitir
a ideia de que, assim como uma situação é válida, a outra também deve ser.
Uma analogia é uma comparação entre duas coisas diferentes que têm
algo em comum. Ela é usada para explicar um conceito ou ideia complexa,
comparando-o com algo mais familiar ou fácil de entender. Por exemplo, ao
comparar o cérebro humano com um computador, podemos usar uma
analogia para explicar como o cérebro processa informações. Outro
exemplo, ao comparar a imaginação sociológica de Charles W. Mills
(1916-1962) com a ação social de Max Weber (1864-1920), podemos
estabelecer uma analogia entre como ambos os conceitos nos permitem
entender como os indivíduos agem em relação ao mundo social.
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IX. A nona técnica diz respeito às metáforas. Tratam-se mais de uma figura
de linguagem do que propriamente uma técnica argumentativa, mas elas
descrevem algo como se fosse outra coisa e assim ajuda na clareza,
coerência e quebra da seriedade de um texto. As metáforas são usadas
para criar uma imagem vívida ou para transmitir uma ideia de maneira
mais poética ou emocional. Por exemplo, ao dizer que "o amor é um jardim",
estamos usando uma metáfora para descrever o amor como algo que
precisa ser cuidado e cultivado. Assim, as metáforas podem ser
consideradas como técnica argumentativa privilegiada pelos escritores
com tendências pedagógicas, uma vez que elas são aplicadas para ilustrar
ideias e conceitos de maneira clara, evidente e acessível. Por conta de
muitas pessoas fazerem confusão das metáforas com as analogias, a
principal diferença entre elas é que as analogias são usadas para explicar
conceitos complexos de maneira clara e lógica, enquanto as metáforas são
usadas para transmitir ideias de maneira mais poética, visual ou
emocional. Ambas as técnicas podem ser úteis em diferentes contextos e
não há nenhuma proibição de utilizá-las de forma combinadas para
potencializar os argumentos num texto dissertativo e torná-lo mais
envolvente.
Aqui estão duas metáforas diferentes para os conceitos de fato social e
ação social:

Fato social: Uma metáfora para ele é o de uma estrada. Assim como uma
estrada tem regras e sinais que os motoristas devem seguir, a sociedade
tem normas, regras e valores que os indivíduos devem seguir. Esses
vetores sociais ou "placas" são externos ao indivíduo, exercem um poder
coercitivo sobre ele (multas e pontos para quem não obedecer), assim
como as regras da estrada exercem um poder coercitivo sobre os
motoristas (exemplo do cinto de segurança que salva vidas).

Ação social: Uma metáfora interessante seria um jogo. Assim como um jogo
tem regras que os jogadores devem seguir, a sociedade tem expectativas
que os indivíduos devem levar em consideração ao agir, tais como pagar
impostos, andar com roupas em lugares públicos e jamais ter relações
sexuais de forma violenta sem o consentimento da outra pessoa. No
entanto, assim como os jogadores têm liberdade para tomar decisões
dentro das regras do jogo, os indivíduos têm liberdade para agir de acordo
com suas próprias escolhas, daí os trapaceiros ou aqueles que compram
resultados com os juízes corruptos. No jogo do xadrez por exemplo, as
jogadas são alternadas como regra e o que um jogador faz no tabuleiro
influencia muito as outras jogadas, o que explica que em sociedade sempre
há as expectativas dos outros.
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Portuguese)/}}
X. Evidência estatística e décima primeira técnica. Utilização de dados
numéricos, estatísticas, infográficos e pesquisas para respaldar
argumentos, conferindo-lhes um caráter mais objetivo e fundamentado.
Os textos inspiradores do ENEM costumam trazer infográficos ou dados
estatísticos para que o candidato possa utilizá-los em suas
argumentações. Quando se usa dados estatísticos, trata-se de uma forma
de inserir dados numéricos para demonstrar o repertório sociocultural e
fortalecer os argumentos. Por exemplo, ao discutir as classes sociais de
Karl Marx (1818-1883), podemos utilizar dados estatísticos sobre
desigualdade econômica para respaldar seus argumentos sobre a luta de
classes.
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XI. A décima primeira técnica é uma Interrogação retórica. Consiste em
fazer perguntas ao leitor, que são respondidas implicitamente ao longo do
texto, estimulando a reflexão e o engajamento. Tal técnica costuma ter um
impacto bem forte no texto, porque ao se perguntar de forma binária ou
dicotômica e responder com “Obviamente que não” ou “A resposta é
evidente que sim”, faz empatia com o leitor. Na verdade, se ele estiver
lendo de forma atenta, já devia ter respondido em sua mente o que a
pergunta exigiu. Por exemplo, ao discutir o fato social de Émile Durkheim
(1858-1917), podemos fazer uma pergunta retórica no ensaio como: “Será
que nossas ações são realmente livres ou são determinadas
coercitivamente pelos fatos sociais?” De acordo com a teoria do fato
social de Émile Durkheim (1858-1917), nossas ações são, em grande parte,
determinadas pelos fatos sociais, uma vez que são externas ao indivíduo e
exercem um poder coercitivo sobre ele. Isso significa que nossas ações são
influenciadas pelas normas e valores da sociedade em que vivemos, e
muitas vezes agimos de acordo com essas expectativas sociais sem sequer
perceber.

Outra resposta argumentativa para a pergunta retórica poderia ser:


Embora seja verdade que nossas ações sejam influenciadas pelos fatos
sociais, isso não significa que não teríamos liberdade de escolha. Como
seres humanos, temos a capacidade de refletir sobre nossas ações, tomar
decisões predominantemente conscientes, mas isso não significa que não
haja uma margem para a transgressão, delitos e estados psicopatológicos.
Afinal, há o poder de escolha numa margem de liberdade para agir ou não
de acordo com as expectativas sociais, o que nos permite a compreensão
de que há indivíduos que vão desafiá-las. Portanto, nossas ações são
tanto determinadas ou influenciadas pelos fatos sociais quanto pela nossa
capacidade individual de exercer nossa liberdade de escolha, o que explica
parcialmente a espontaneidade, criatividade e inovação.
{{Voice=Olga Yakovleva Henrique (Brazilian Portuguese)/}}
XII. Refutação ou contra-argumentação, a última técnica. Trata-se da
técnica mais refinada, que envolve a apresentação e a desconstrução de
argumentos contrários ao ponto de vista central ( a tese), demonstrando
claramente sua invalidade em algumas situações sociais ou mesmo
limitação do poder compreensivo. Por exemplo, ao discutir as classes
sociais de Karl Marx (1818-1883), podemos refutar argumentos contrários
que afirmam que as classes sociais não existem mais ou que não têm
relevância na sociedade atual.

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Finalmente, as técnicas argumentativas são ferramentas poderosas para
persuadir e convencer os leitores em trabalhos ou provas acadêmicas.
Entre as onze técnicas apresentadas e exemplificadas anteriormente, as
três mais utilizadas são a exemplificação, a citação (com autor, obra e
página) e a comparação que exige as funções mentais analíticas dos
alunos. Essas técnicas permitem ilustrar ideias e argumentos de maneira
clara e acessível, utilizando exemplos concretos, citações de especialistas
e comparações entre diferentes conceitos ou situações. No entanto, como
Lispector nos lembrou em sua epígrafe, escrever de forma clara e simples
pode ser um desafio, quando não de natureza quase que hercúlea. Assim,
será importante procurar entender, compreender e reproduzir o
irreproduzível para sentir até o último fim o sentimento que permaneceria
apenas vago e sufocador quando a tarefa foi solicitada. Opa, é importante
agora mudar a concepção de que a tarefa de escrita de um ensaio seja algo
de natureza sofrível? Claro que sim, porque com o uso inteligente dessas
onze técnicas argumentativas, podemos superar essas dificuldades e
escrever provas dissertativas com maior clareza, ensaios acadêmicos
convincentes, envolventes e potentes. Viram como esse parágrafo utilizou
a técnica da Interrogação retórica? Será que estamos prontos para
enfrentar esse desafio?Agora fiz uso da técnica da Refutação ou
contra-argumentação. A resposta é evidente que sim! Com dedicação,
propósito, esquema básico e tarefas divididas de forma equitativa entre os
integrantes, podemos dominar a arte da argumentação e escrever as
respostas nas provas presenciais ou trabalhos acadêmicos de alto nível.

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