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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

COORDENADORIA DE PLANEJAMENTO EM SAÚDE


GRUPO TÉCNICO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 188 – 8º. andar – sala 812 – Tel.: (11) 3066-8224

RELATÓRIO DO SEMINÁRIO DE ATENÇÃO BÁSICA - SAÚDE BUCAL


ABRIL DE 2008
SÃO PAULO-SP

OBJETIVO:
Promover no Estado de São Paulo a discussão da atenção básica - saúde bucal entre os
gestores, profissionais de saúde bucal, gerentes de CEO e a Coordenação Nacional de Saúde
Bucal para a reorganização das ações de saúde bucal, através do Caderno nº. 17 do Ministério da
Saúde.

INTRODUÇÃO:
A Área Técnica de Saúde Bucal da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo
promoveu em março de 2008 uma Oficina de preparação para o Seminário da Atenção Básica –
Saúde Bucal, que ocorreu nos dias 09, 10 e 11 de 2008 no Estado. Este contou com a presença
de 45 participantes, representando os DRS, CEO e Colegiado de Gestão Regional.
No Seminário de Atenção Básica – Saúde Bucal, que ocorreu em abril, estiveram presentes
Coordenadores Municipais de Saúde Bucal, representantes de Colegiados de Gestão Regional,
Coordenadores da Atenção Básica, Coordenadores Regionais de Saúde Bucal, Cirurgiões-
dentistas, representante do Instituto de Saúde e o Coordenador Nacional de Saúde Bucal.
Os dias 10 e 11/04/2008 ficaram reservados para o Seminário de Saúde Bucal, onde tivemos
a presença de 95 participantes representados por 43 municípios e 16 DRS.

ATIVIDADES APRESENTADAS:

Atividades do dia 09/04/2008

• Coffe break.
• Apresentação da Dra. Janaína Cardoso.
• Almoço.
• Treinamento.
• Tira dúvidas.
• Encerramento.

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Destacamos a presença da Dra. Janaína Cardoso da Coordenação Nacional de Saúde
Bucal, que veio dar o treinamento em Tabela Unificada – Saúde Bucal, no dia 09/04/2008,
com a presença de 100 participantes representados por 47 municípios e 13 DRS. O
treinamento foi considerado muito importante em unanimidade pelo grupo, mesmo porque
mostrou que alguns gestores têm dificuldades em manusear os sistemas de informações
disponibilizados pelo Ministério da Saúde. O grupo propõe que façamos outro treinamento
para daqui a 3 meses. Sugerem que façam um caderno com especificação mais detalhada
para os municípios e que deveríamos ter opinado na construção desta tabela, tendo o
conhecimento da mesma antes de sua implantação. Sugerem que haja reprodução do
treinamento em todos os DRS com participação de todos os municípios.

Atividades do dia 10/04/2008

• Coffe break
• Abertura do Seminário – Objetivos da oficina.
• Apresentação do Caderno 17, Portarias da ESF.
• Almoço.
• Apresentação dos resultados da Oficina SES/SP-25/03/2008.
• Apresentação do Coordenador Nacional de Saúde Bucal – Seminário
da Atenção Básica – Saúde Bucal: Considerações, contribuições.
• Café.
• Grupo de Trabalho - Propostas de reorganização da Saúde Bucal (USF
e UBS).
• Apresentação dos resultados: Discussão e Plenária
• Encerramento.

Atividades do dia 11/04/2008

• Coffe break
• Palestra sobre Câncer Bucal.
• Apresentação do Caderno 17, Portarias da ESF.
• Almoço.
• PES – Papel do Gestor – Eixos Prioritários.
• Sugestões dos participantes.
• Café.
• Avaliação e retorno para os participantes.
• Avaliação do dia: Discussão e Plenária.
• Encerramento.

ABERTURA:
A Área Técnica de Saúde Bucal da Secretaria de Estado da Saúde –SES/SP fez a abertura
do Seminário relatando os objetivos da oficina, apresentou o Coordenador Nacional de Saúde
Bucal, e este iniciou o Seminário com a discussão do caderno 17 de Saúde Bucal na Atenção
Básica, citando a importância das equipes de Saúde Bucal na Estratégia da Saúde da Família,
objetivando a melhoria do atendimento em saúde bucal.

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APRESENTAÇÃO:
A Área Técnica mostrou o resultado da Oficina, ocorrida em março. Após discutida as
diferentes realidades regionais foram sugeridas novas propostas, as quais apresentaremos a
seguir:

Atividade 1: leitura em grupo das páginas 14 a 24 do caderno 17 do MS com discussão dos


indicadores, apontando sua importância, facilidades e/ou dificuldades para sua utilização.

APRESENTAÇÃO DAS SUGESTÕES:


1) Indicador: acesso à 1ª. consulta odontológica
-Deve ser anotada apenas quando o usuário for avaliado e feito um plano de tratamento,
sendo ou não realizado procedimento clínico;
-O indicador deve ser analisado junto com tratamento completado (TC);
-Deve ser mantido como indicador principal.

Todos os grupos relatam a dificuldade que o cirurgião-dentista tem quanto ao entendimento


e registro deste indicador, registram qualquer acesso de usuário, inclusive emergência.

2) Indicador: ação coletiva de escovação dental supervisionada


-Dificuldade: na ausência da ESF é difícil organizar grupos;
-Facilidade: melhora motivação para higiene bucal; melhora integração do CD na ESF, pois
pode interagir em grupos de gestante, hiperdia, etc.;
-A fórmula subestima o nº de crianças/ pessoas incluídas;
-Indicador 25 – contribuição do Estado de São Paulo:

NOTA TÉCNICA – Essa Nota Técnica já foi enviada à Coordenação Nacional de Saúde
Bucal.
ASSUNTO: Indicador 25 – Cobertura da Ação Coletiva Escovação Dental

1- Considerando que o indicador 25 – Cobertura da Ação Coletiva Escovação Dental


Supervisionada, estava em consulta pública até o dia 12/10/2007, se fez necessário para o
SUS/SP providenciar esta nota técnica expressando a necessidade que os serviços no Estado
têm apresentado;

2- Considerando a escovação supervisionada como uma ação coletiva programática que


pressupõe mais de uma sessão para uma mesma população previamente identificada
(SUGERIMOS PARA O SUS/SP O MINÍMO DE DUAS ESCOVAÇÕES ANUAIS), num ambiente
sanitariamente adequado, sugeriu que as informações sejam registradas de acordo com o tipo
de atendimento;

3- Considerando que o indicador 25, permite que uma mesma pessoa possa ser registrada mais
de uma vez ao longo do ano; para podermos medir a cobertura efetiva desta ação sobre a
população, o registro de acesso não poderá repetir um mesmo indivíduo, a exemplo da 1ª
consulta programática.

Fica definido para o SUS/SP o seguinte:

a) Para a população de 3 a 14 anos (Nota Técnica da Coordenação Nacional de Saúde Bucal


– Escovação Dental - Documento Preliminar – Consulta Pública), será lançado somente o
número de pessoas inscritas que realizarem escovação pela primeira vez, e totalizados no
final de cada ano. Este resultado l será dividido pela população total (população de 3 a 14
anos) multiplicado por 100, obtendo-se assim o acesso à escovação supervisionada. Serão

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registradas através do tipo de atendimento utilizado para os procedimentos individuais,
conforme tabela abaixo:

Código/tipo Tipo de atendimento Tipo de atendimento


(Individual) (coletivo)
1 Urgência/Emergência Ações eventuais
2 1ª Consulta 1ª. Participação no grupo
3 Consultas subseqüentes Repetição da escovação

b) Para outras faixas etárias previamente identificadas (adultos em fábricas, asilos, pastorais,
grupos de diabéticos, gestantes, etc.), seguiremos o mesmo raciocínio acima para registro da
primeira escovação/ ano.

c) Para outras faixas etárias não previamente identificadas serão registradas como primeira
escovação de todos os participantes no evento.
Ex: Ação Global, Sábado Cidadão, etc.

INDICADORES ADOTADOS:

1- Cobertura da escovação supervisionada (faixa etária de 3 a 14 anos)

Nº de inscritos (faixa etária 3 a 14 anos) X100


Total da população (faixa etária 3 a 14 anos)

Para a população de 3 a 14 anos ( Nota Técnica de Coordenação Nacional de Saúde Bucal –


Escovação Dental -

2- Cobertura da escovação supervisionada (faixa etária de x a y anos)

Nº de inscritos (faixa etária x a y anos) x100


Total da população (faixa etária x a y anos)

Obs.: sendo que “ X a Y” anos exclui a faixa etária que 3 a 14 anos.

3- Índice de acesso à escovação (população geral)

Nº do registro de 1ª escovação x100


População total

Obs.: sendo que “Nº do registro de 1ª escovação” é a soma de:


- 3 a 14 anos, previamente identificadas;
- Outras faixas etárias previamente identificadas;
- Outras faixas etárias não previamente identificadas.

Para subsidiar o indicador Índice de acesso a escovação da população geral, solicitamos da


Coordenação Nacional de Saúde Bucal que seja feita gestão junto aos setores pertinentes da
possibilidade de criação e inclusão de codificação para o seguinte procedimento: AÇÃO
COLETIVA DE 1ª ESCOVAÇÃO DENTAL PROGRAMÁTICA SUPERVISIONADA.

Manter o indicador 25, como principal.

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3) Indicador: proporção procedimentos especializados/ações odontológicas individuais
-Dificuldade: sobreanotação de procedimentos para aumentar a produção
-Vantagem: avalia a resolutividade da SB na AB.

4) Indicador: média de procedimentos odontológicos básicos individuais


-Indica que a população tem grande necessidade de atenção odontológica;
-Dificuldade: é preciso subtrair os procedimentos individuais preventivos para aumentar a
efetividade.

Relato: A experiência da SB na ESF: porque dá certo?

- Os municípios não possuem ESB na ESF e a ESF funciona como equipe tradicional de
UBS. Quando os municípios recebem o incentivo Qualis a ESF funciona a contento, porém
a saúde bucal nem sempre. Temos no estado dificuldade para conhecer os nossos
problemas, seja pela amplitude do estado ou por mudanças constantes dos
Coordenadores/Interlocutores.
- Mun. São Sebastião: reorganizando SB na ESF. Teve 20 ESF e 10 ESB com CD
contratados por indicação, sem perfil para ESF. Mudança administração, CD foram
demitidos, houve seleção para 5 CD na ESF, mudança de parceiro e concurso para mais 6
CD na ESF. Fortalecimento a SB na AB municipal.
- DRS Barretos: as ESB não funcionam a contento por falta de perfil profissional, falta de
entendimento do gestor sobre ESF, cumprimento de carga horária não é obedecida e há
falta de estruutura física. No município de Barretos não há equipe de SB na ESF.
Prefeitura tentou organizar a SB na ESF com os CD da rede e não houve adesão devido
aos baixos salários e perfil profissional inadequado.
- Município de Cordeirópolis (DRS Piracicaba), o município não possui ESB na ESF e a ESF
não funciona a contento.
- DRS Registro: 60% municípios na ESF, 54 equipes ESF, maioria na zona rural, 39 ESB
habilitadas, 16 ESB implantadas. Diferença entre o nº de ESF e ESB devido a dificuldade
de fixação do profissional, isonomia do salário CD com o salário do médico, incentivo
Qualis só ESF, ESB só repasse federal, falta de estrutura física e de transporte, falta de
visão multiprofissional na ESF e o entendimento de promoção da saúde e prevenção de
doenças baseado somente na área médica. Nas visitas domiciliares existe entendimentos
diferentes nas equipes, mas todas estimuladas e conscientes da importância. Resistência
inicial e falta de hábito pela cultura trazida do modelo anterior. Os pontos fortes são perfil e
comprometimento dos profissionais com a população e o programa, acolhimento e
humanização em SB, trabalho em equipe para ações coletivas em saúde e em SB, SB na
ESF teve aumento do acesso principalmente da população rural, descentralização dos
serviços.
- Em todos os grupos há o consenso da falta de cursos introdutórios e capacitações sobre a
ESF, falta atualização sobre saúde bucal, necessidade de qualificação dos profissionais
auxiliares para aumentar o nº de ESB, otimização dos serviços e maior resolutividade.
- O município de Sumaré enfatiza a não responsabilização somente das ACS pelas ações
de saúde. Em Atibaia onde a comunidade é participativa, estabeleceu-se o vínculo e
compromisso profississional com mais facilidade e teve profissionais que se adequaram à
ESF à medida que a população se organizou, existe uma necessidade de racionalizar a
agenda, procedimentros coletivos nas escolas com triagem de risco incluindo as famílias
(criança de risco = família de risco), o município relata que tem problema com o
encaminhamento das famílias de áreas não adscritas.
- ACS não devem ser responsáveis por critério de priorização na agenda da SB, elas não
conseguem realizar atividades de promoção de saúde e educação em SB.

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- Dificuldades de interlocução entre coordenações SB e AB – saúde da família. Dificuldades
de integração ESB com equipe multidisciplinar.
- Importância do envolvimento profissional – Pró saúde – importante na formação do CD.
- No DRS de São José Rio Preto – 101 municípios - ESF e ESB não funcionam.
- Experiências município São Paulo: Santa Marcelina: triagens com critério de risco e
adequação de meio, posteriormente tratamento definitivo. Ações coletivas e discussões
com equipe. Fundação Zerbini: quase todas equipes tipo II; CD 20h substituídos por 40h
gradativamente. Realização de atendimento domiciliar e ações de promoção da saúde. CD
construíram a proposta, que é anterior às diretrizes nacionais. Atualmente o parceiro é a
UNIFESP.

Seminário de saúde bucal, dias 10 e 11/04/2008.


Propostas dos grupos de trabalho, para o fortalecimento da Saúde Bucal na Atenção
Básica:
- capacitação do gestor municipal, manter reuniões periódicas com a equipe de saúde bucal.
- implantação do Sistema de regulação para melhorar a qualidade do monitoramento e da
avaliação.
- investir na formação da equipe de saúde bucal (formação e capacitação do pessoal auxiliar
e capacitação do CD.).
- estimular a contratação para a equipe de saúde bucal no PSF, com a proporção de 1:1.
- isonomia salarial.
- padronização da insalubridade para o CD no grau máximo.
- implementar a participação popular junto aos conselheiros de saúde na discussão de
saúde bucal.
- incentivar parcerias com as faculdades de odontologia na região.
- promover a intersetorialidade.
- capacitação profissional: relatam conhecimento de recursos existentes, porém os
treinamentos/capacitações não estão ocorrendo, sugerem maiores cobranças dos municípios para
os DRS e MS.
- políticas de financiamento, equipamentos que facilitem o trabalho (ultrasson, etc.).
- adequações locais de modelo e de gestão.
capacitações permanentes, com isonomia salarial, inserção do profissional na estratégia da
saúde da família complementando as equipes.
- Que o gestor federal tenha uma política para a criação de cargos para ACD e THD.
- Introdução de um representante de saúde bucal nas diferentes estruturas como:
conselhos municipais e estaduais de saúde, comissões bipartites e tripartites e demais colegiados
para a valorização do profissional e da equipe de saúde bucal.
- Capacitação dos profissionais através da educação permanente em áreas específicas e
em administração.
- programa nacional de divulgação da importância da co-participação do paciente na
manutenção da sua saúde bucal.
- ampliar o Pró-Saúde, investindo na formação de novos profissionais mais sensibilizados.
- implementação dos processos de educação permanente em saúde bucal, tanto para
profissionais como para usuários enfatizando a humanização no atendimento, acolhimento,
sensibilização e perfil para as atividades propostas.
- adoção de critérios mais específicos e direcionados em concursos públicos para melhor
selecionar os profissionais para a atenção básica e PSF.
- protocolos clínicos.
- recursos físicos.

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