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 TRAUMAS DE

FACE
Prof. Michel Calil

Em cerca de 72% dos traumas a cabeça


está envolvida com grandes chances de
Nesta obra, buscou –se dados e
trauma de face.
verificaram que em 3 anos houve cerca
 ETIOLOGIA de 1500 mandibulas fraturadas onde
Fatores que determinam a etiologia das 43% era de acidente de transito e
fraturas: percebeu-se que mulheres se envolvem
menos
a- Idade
b- Gênero August 19th, 2021
c- Condição socioeconômica
Tudo depende de como é a inserção do em acidentes. Cerca de 20% estava
humano no ambiente e seu cotidiano. O relacionada a violência.
gênero também influencia onde os
homens apresentam maiores índices de
trauma relacionada com maturidade.
Em relação a condição sócio
econômica, as pessoas estão sujeitas a
etiologias mais frequentes que outras
(ex: moradores de favela e tiroteio).
 PRINCIPAIS CAUSAS
1- Acidente automobilístico e moto
ciclístico
2- Agressão física e armas
3- Acidentes de trabalho e esportivos Devido perda de substancia, fratura de
4- Quedas mandíbula e lacerações podemos
É diferente entre países e regiões perceber a alta complexidade do
dependendo do cotidiano e de herança trauma. A forma como o paciente teve o
cultural de cada um, aumentando ou trauma podemos interpretar como foi o
diminuindo a prevalência. impacto, e for por exemplo uma abrasão
sabemos que o impacto foi diferente de
um corte profundo com perda de
sustância de tecido ósseo com uma
grande magnitude de força tendo
hipótese diagnostica diferente.
de criança e idoso tornando talvez os
dados nem tão reais.

O primeiro paciente foi vítima de uma


mordida de cachorro e ao lado é um
acidente domestico com a presença de
pinças para conter o sangramento de
um acidente de uma explosão de gás.

Trauma advindo de um golpe de


inchada por um golpe de inchada que
divide a face praticamente a vida.

Paciente com facada na face que


atravessa a parede anterior da maxila,
entrou no seio, foi para o soalho da
orbita porém sem acometimento de
Mostra cerca de 121 casos de acidentes
globo ocular. Temos que tomar
de bicicleta estão mais acentuados em
cuidados
! com as estruturas como vasos
crianças e pré adolescentes.
na saída da arma branca.
 PREVALÊNCIA
Artéria facial
A artéria facial tem um trajeto que cruza
a borda inferior da mandíbula –
depressão pré goníaca A pulsação tende a
moldar o osso onde a artéria passa.

Os traumas de face tem crescido muito


nas ultimas décadas aumentando a
prevalência e fazendo com que o
serviço publico faça um intervenção.
Com isso, é mais barato pro governo
investir em prevenção do que o
Em relação a idades, temos que os tratamento.
jovens na média dos 27 anos tendem a
ter maiores chances de acidente de
transito. A média de idade para queda é
época aumenta expressivamente as
DST.
Consumo de Consumo de
álcool drogas  CLASSIFICAÇÃO
1- Quanto a localização
Políticas de 2- Quanto ao traço de fratura
ã 3- Quanto ao número de fratura
Cinto de segurança
4- Quanto a exposição – exposta ou
Lei Maria da penha fechada.

Lei seca

O reposicionamento de maxila pode


acontecer. Se for uma fratura fresca
podemos colocar em sua localização de
origem com um curativo. Quanto se tem
uma fratura tardia pode ser necessário
uma fratura proposital para poder
colocar na origem.
 LOCALIZAÇÃO

Este artigo mostra os resultados após a


implementação do cinto de segurança
no estado de SP.

Observa se redução de 15% de


acidentes que envolvem a cabeça.
Para o governo, isso tudo pesa então
por isso tem se a criação de políticas
públicas para prevenção. Um exemplo é
a política de intervenção para uso de
preservativo pois nota-se que após a
Figure 1 côndilo - 29,98%, corpo 24,28%, sínfise 16%, comprime o côndilo contra a fossa
angulo 15%
mandibular que leva a fratura
diminuindo a chance de entrar para a
Cerca de 30% das 1500 mandíbulas fossa média do crânio.
havia fratura de côndilo por ser uma Se ocorrer o trauma do lado direito da
área de fragilidade principalmente na mandíbula o côndilo esquerdo que vai
região do colo do côndilo. fraturar. Se for no centro tende a ter
O forame mentual também é uma área uma fratura bilateral de côndilo.
de fragilidade por ser um forame
ocasionando uma localização de 2 POR QUE A TENDÊNCIA É DOBRAR
fragilidade. Os ângulos de mandíbula
PARA DENTRO E NÃO PRA FORA?
também são áreas de fragilidade
principalmente por ser ter um 3º molar
incluso devido a presença do alvéolo e
diminuição de osso.

1 POR QUE A FRATURA DE CONDILO É


A MAIS COMUM?
O côndilo se fratura para que não entre
no crânio na fossa média. Ele tende a dobrar pra dentro devido a
inserção do Pterigoideo lateral que se
insere no côndilo do côndilo, com isso
quando é tracionado e fraturado tende a
puxar pra dentro.

Esse sistema de placas e parafusos


! MECANISMO DE PROTEÇÃO
tende a manter as substancias na
localização correta e com estabilidade
Se tiver um côndilo robusto que não para que o organismo faça uma
fratura com facilidade no trauma, tende barreira/ponte ósseo nova –
a fraturar a fossa mandibular e necessidade de imobilizar.
consequentemente a fossa média do
Neste caso, são colocados duas placas
crânio
para estabilidade.
A trajetória de força percorre para os
Se tem um força na região da sínfise ela alvéolos dentários, tem a força basilar
irá se dissipar para a região posterior na base da mandíbula, quando tem uma
que consequentemente vai para trás e
fratura precisamos reestabelecer estas
áreas de força.
Ao puxar uma parte da fratura em cima
a tendência é abrir e por baixo a
tendência é comprimir – área de tensão.
Geralmente uma acima ao forame
mentoniano e uma abaixo ao forame.
Em relação aos parafusos, quando
incorpora um segundo parafuso tende a
dissipar as forças e se tiver um terceiro
parafuso não se tem um ganho de
resistência então geralmente usa dois
parafusos em um redução de fratura.
 OCLUSÃO
É necessário ocluir, estabilizar a lesão e
fazer a redução da mandíbula pois se
isto não for realizado pode causar uma Para restabelecer deveremos colocar as
deformação. placas e parafusos para estabilizar e
reduzir. O pilar pterigoideo não tem
 TERÇO MÉDIO DA FACE necessidade se fazer os 4 pilares sendo
Foi selecionado inúmeros crânios e 2 caninos e zigomático (ambos lados)
fazia experimentos com ele submetendo É possível realizar/simular esta fratura
a diversas simulações de traumas para em uma cirurgia ortognática.
entender os padrões de fratura.
LE FORT I –fratura do tipo horizontal
Neste caso, foi realizada duas
Osteotomia para remover substância e
subir com a maxila.

Perde da sustentação dos 3 pilares de


resistência: Realiza – se o Down Frature onde faz a
 PILAR CANINO Osteotomia e desloca a maxila para
 PILAR ZIGOMÁTICO baixo. Vemos seio maxilar, espinha
nasal superior, mucosa (deverá ser
 PILAR PTERIGOIDEO.
decolada porque ao puxar a maxila ela
pode se romper necessitando de
sutura). Pode ser indicado a realização
de uma TURBINECTOMIA para
LE FORT III – disjunção crânio facial
remoção das conchas inferiores pois
tende a diminuir o espaço da cavidade
nasal.

Quase ocorre a separação do


Reposicionamento com uma placa pre
neurocrânio com o viscero crânio com
moldadada de acordo com os mm que
fraturas dos pilares na porção mais
se quer liberar.
superior
LE FORT II – piramidal

Junção de todas as fraturas de acordo com Le fort.

Em algumas vezes conseguiremos


Na parte mais posterior parece uma Le classificar mas em outras não.
Fort I mas a fratura tende a subir e
atingir os ossos nasais.

 NÚMERO DE TRAÇOS DE FRATURA


Cada fórceps ROWE entra por uma FRATURA SIMPLES
narina.

Fratura ocasionada durante a extração


de um 3º mola.r.
Fixação da fratura com os pilares de
resistência e sustentação – zigomático e
pterigoideo.
COMINUTIVA Primeiro teremos que fazer o exame
físico e averiguar sinal e sintomas para
depois solicitar os sinais e sintomas.
SINAIS
- Lacerações / abrasões
- Edemas e hematomas
Fratura em vários fragmentos - Defeitos ósseos / assimetrias
GALHO VERDE – INCOMPLETA - má oclusão /desvio bucal*
A orbita é como se fosse um cone e
com um trauma pode pressionar o globo
ocular pra trás onde o local não
comporta devido falta de espaço e
assim ocorre injuria a vasos e nervos –
hematoma retro bulbar. Pode acontecer de
uma maneira lenta podendo aparecer
tarde.
Relacionada ao traço da fratura, que é
quando não tem uma fratura completa. Normalmente o sistema nervoso
Ele tende a fraturar umas partes e as alterado vai refletir em sinais e sintomas
outras não. É muito comum em criança. o que vai nos nortear se está tendo
alteração do sistema nervoso ou não –
 EXPOSIÇÃO náusea, vomito e etc. Alteração de
Pode ter fratura fechada ou exposta oclusão pode indicar fraturas.
Exposta
Sangramento: epistaxe + otorragia

Exposição do meio externo e interno. HIPOFTALMIA


Quando envolve dente, mesmo não
Quando um globo ocular está em uma
vendo a fratura é considerada exposta
linha mais baixa que a outra. Além
por ter via de contaminação.
disso, tem uma impressão da
circunferência orbitária podendo indicar
DIAGNÓSTICO uma fratura do zigomático.

1- Ouvir o que o paciente relata Paciente pode relatar – diplopia (porque


2- Sinais e sintomas os globos oculares estão fora de
3- Exame físico posição)
4- Exames complementares*
OTORRAGIA
BLEFAROHEMATOMA

Sangramento via ouvido. Trás uma


Hematoma que envolve as pálpebras suspeita de fratura de base de crânio
superiores e inferiores. porque o ouvido está próximo do
mastoideo.
EPISTAXE
SINAL DE BATTLE
Sangramento pelo nariz

É uma equimose retro auricular que


Um exemplo pode ser trauma na região também pode estar relacionado com
da maça do rosto na região do uma fratura de base de crânio.
zigomático. Tende a ter sangramento de OFTALMOPLEGIA
uma narina, a mesma que sofreu o
trauma. Tende a ter um afundamento do
arco zigomático e dificuldade de
abertura de boca.
Perda de movimento do globo ocular.
Por que…. Pode ser de origem neurológica (o
nervo óculo motor é responsável por
Quando abrimos a boca, o côndilo
inervar a maioria dos músculos do globo
excursiona e projeta o ramo da
ocular, então há uma limitação de
mandíbula pra frente, juntamente com o
movimentação) ou mecânica
processo coronóide. Quando o arco
afundou, o coronóide colidia com o arco PERDA DE PROJEÇAO
fraturado limitando a abertura. Ocorre
invasão do seio maxilar se enchendo de
sangue e o sangue sai pelo óstio do Ocorre perda de projeção do zigomático
seio maxilar na narina do lado do na região da maçã do rosto.
trauma.
que se espalham pela mucosa
retornado as informações do cérebro
devolvendo a ideia de sentir o cheiro –
Vista crânio caudal – olhando atrás da ocorreu o trauma ocorre ruptura dos
cabeça do paciente. filetes que não se comunica mais com o
REBORDOS INFRAORBITÁRIOS bulbo olfatório.

Deveremos sempre palpar os rebordos Além disso, o fato do nariz escorrer,


infraorbitários está relacionada pelo liquido que banha
as meninges (funciona como
lubrificante) que em uma fratura da base
do crânio pode ter o extravasamento da
base do crânio escorrendo pelo nariz –
comunicação com cavidade nasal e
Palpa os rebordos de ambos os lados fossa anterior do crânio.
 EXAME CLÍNICO – LE FORT

Região fronto zigomática

Uma mão apoia no frontal e a outra


segura a maxila. Iremos manipular a
Região da crista infra zigomática maxila que se tiver a fratura ela balança
SINTOMAS como se fosse uma PT.

1- Dor, trismo e disfagia (dificuldade Se sentir que movimentou tudo é LE


de engolir) FORT I, Se não movimentou muito
2- Parestesia (nervo sensitivo) e iremos pra uma segunda manobra
paralisia (nervo motor)
3- Diplopia, amaurose (perda visão),
anosmia (perda do olfato)
Trauma na região do terço médio onde
o paciente perde o olfato e tende a ter
uma coriza denominada rinorréia Iremos posicionar desta forma por
(líquor). A região do terço médio tem a suspeita de uma LE FORT II para sentir a
lâmina crivosa que repousa o bulbo crepitação
olfatório que comunica com os nervos
olfatórios. A lâmina crivosa é furada
onde desce os filetes do nervo olfatório
Quando faz um procedimento com um
tratamento fechado (Bloqueio Maxilo
Mandibular)

Avaliar se tem a LE FORT III com fratura


dos pilares na região mais superior.
Sentirá uma crepitação. Indicação:
Deveremos fazer o mais rápido possível - completas com dentes em boas
por ser desconfortável para o paciente condições
 EXAMES COMPLEMENTARES - dentoalveolares
- lateral obliqua D/E, PA de mandíbula, Paciente não consegue abrir a boca
Towne e panorâmica conseguindo então a mobilização da
mandíbula. Com isso, a fratura que está
- hirtz (para arco zigomático), Waters
alinhada vai consolidar. Se tiver fratura
(seio maxilar), perfil OPN
envolvendo dentes devemos fazer o
- tomografia computadorizada BMM e depois a fixação com placa e
TRATAMENTO parafuso.

O princípio é devolver as funções e 3- Redução cruenta


aparência normal que nem sempre É denominada uma intervenção aberta
consegue. A intervenção quanto mais com uma fixação interna rígida – RIR
rápido for maior será a taxa de sucesso.
 PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO
1- Redução
2- Fixação
3- Imobilização VANTAGEM:
FORMAS DE TRATAMENTO A- Cicatrização óssea primária
1- Conservador – não abordar apenas
orientar  TIPOS DE ACESSO
A- Acesso supra orbital
Indicação: B- Infrapalpebral
- fratura incompleta C- Acesso intraoral
D- Associação de acessos
- favorável
GANCHO DE BARROS
- alinhada
- paciente não queixa estética
2- Redução incruenta
Quando vai reduzir o processo A sutura palatina mediana é uma
zigomático é difícil, então pega se um referência.
instrumento possibilitando “pescar” o
zigoma.

A cominutiva não tem padrão.

 FRATURA DO ARCO ZIGOMÁTICO


Fratura sagital da maxila com um grande
GAP entre os centrais

Redução incruenta – barra de Erich

RADIOGRAFIA HEARTZ

 FRATURA DE MAXILA

a- Fratura alvéolo – dentária


Identifica o dente com mobilidade e
pega dentes firmes adjacentes para
ajudar na resistência, realizando uma
explintagem.
b- Fratura segmentar
Mostra uma equimose no palato

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