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Universidade Pedagógica-Maputo

Licenciatura em Ensino Básico 3º ano pós-laboral.

Estudante: Quitéria Xavier Tivane

Trabalho nº4 da cadeira de sociologia da Educação.

O que é uma escola justa?

O conceito de uma escola justa, é muito complexa. Uma escola puramente meritocrático e com
uma competição justa entre os alunos, não garante a diminuição das desigualdades para além
disso, ela se defronta com grandes dificuldades que seriam. A sociologia da Educação, mostra
que uma competição objetiva escolar, não elimina desigualdades, as desigualdades sociais pesam
muitas nas desigualdades escolares, isto por causa das desigualdades entre sexo e grupos sociais
que estão directamente ligadas às condições sociais dos pais, mas também ao seu envolvimento
com a educação, ao apoio que dão aos filhos, bem como à sua competência para acompanhá-los
e orientá-los. Modelo de igualdade de oportunidades meritocrático pressupõe, para ser justo,
uma oferta escolar perfeitamente igual e objetiva, ignorando as desigualdades sociais dos alunos,
quanto mais favorecido o meio do qual o aluno se origina, maior sua probabilidade de ser um
bom aluno, quanto mais ele for um bom aluno, maior será sua possibilidade de aceder a uma
educação melhor, mais diplomas ele obterá e mais ele será favorecido. Importa também falar da
crueldade do modelo meritocrático pois os alunos que fracassam não são vistos como vítimas de
injustiça, mas como os culpados do seu próprio fracasso. Este modelo, traz sérios problemas
pedagógicos, pressupõe que todos os alunos estejam envolvidos na mesma competição e sejam
submetidos às mesmas provas.

Em uma sociedade que em princípio postula a igualdade entre todos, o mérito pessoal é o único
modo de construir desigualdades justas. Melhor maneira de resistir a esse fenômeno
incompatível com uma lógica puramente igualitária é a introdução de mecanismos
compensatórios eficazes e centrados nos alunos e em seu trabalho: estudos dirigidos, atividades
esportivas e culturais, estabilidade e qualidade das equipes educacionais, preparação específica
para concursos e exames. A justiça não consiste apenas em aliviar o trabalho dos professores nas
áreas mais difíceis, e sim em tornar esse trabalho mais eficaz. Uma das formas de justiça social
consiste em garantir um mínimo de recursos e proteção aos mais fracos e desfavorecidos. Desse
ponto de vista, um sistema justo garantiria limites mínimos abaixo dos quais ninguém deveria
ficar: é o caso do salário mínimo, da assistência médica, dos benefícios elementares que
protegem os mais fracos da exclusão total. O sistema justo é aquele que garante aquisições e
competências vistas como elementares para os alunos menos bons e menos favorecidos. Os
programas da escolaridade comum e obrigatória devem ser definidos a partir das exigências
comuns garantidas a todos, os melhores alunos podendo, evidentemente, aproveitá-los muito
melhor e progredir mais depressa. Outro cenário de injustiça, é o facto de se aliar o diploma ao
mercado de emprego, muitas das vezes uns diplomas são vistos como úteis e outros inúteis, não
deveria haver essa injustiça, e alguns dos indivíduos, acabam escolhendo certas formações por
falta de opção.

A escola, a economia, a cultura e a política, criam as suas próprias desigualdades e essas


precisam ser combatidas porque um sistema justo é aquele que assegura dependência de outras
esferas. Uma escola justa precisa também se propor o problema inverso, ou seja, o dos efeitos
das desigualdades engendradas pela escola sobre as desigualdades sociais. Ora, estas não são
poucas. Quando as desigualdades não se restringem à sua própria esfera de ação, elas aumentam
a injustiça geral da sociedade.

“O sucesso para todos” é um slogan vazio, como vimos, os alunos mais fracos são geralmente
menos bem tratados. Uma escola justa preservaria melhor a dignidade e a auto-estima dos que
não fossem tão bem-sucedidos como se esperava. Quando se pensar que a escola deve educar
todos os alunos independentemente de seu desempenho escolar, quando os alunos e suas famílias
se associarem à vida da escola, os vencidos serão bem tratados. É preciso aprender a defender
outros princípios de justiça e a combiná-los com um modelo meritocrático; introduzir uma dose
de discriminação positiva a fim de assegurar maior igualdade de oportunidades; Garantir o
acesso a bens escolares fundamentais, ou, para afirmar de modo mais incisivo, a um mínimo
escolar; É se preocupar com a utilidade dos diplomas.
Como é que as escolas moçambicanas poderiam ser transformadas em justas.

Para que as escolas Moçambicanas sejam transformadas em justas, deve-se primeiro elaborar um
programa que respeite as diferentes entre os alunos e todos os os conteúdos devem ser
concebidos a partir das exigências sociais, culturais, políticas e económicos. O estado
moçambicano deve garantir um mínimo de recursos e proteção aos mais fracos e desfavorecidos;
garantir aquisições e competências vistas como elementares para os alunos menos bons e menos
favorecido

É preciso aprender a defender outros princípios de justiça e a combiná-los com um modelo


meritocrático; introduzir uma dose de discriminação positiva a fim de assegurar maior igualdade
de oportunidades; Garantir o acesso a bens escolares fundamentais, ou, para afirmar de modo
mais incisivo, a um mínimo escolar; É se preocupar com a utilidade dos diplomas.

Para que as escolas moçambicanas sejam justas é necessário tratar bem os vencidos, não os
humilhar, não os ferir, preservar a sua dignidade e igualdade de princípio com os outros. Deve
assegurar que a convivência com o outro e o trabalho com o conhecimento sejam valorizados e
que possam fazer com que os alunos possam se sentir pertencentes àquele espaço, é preciso
também que a escola primeiramente se conheça, sob as diferentes e compartilhadas perspectivas.
Em pouca palavras, para que a escola Moçambicanos seja justa, deve se preocupar de maneira
especial em garantir um bom tratamento aos alunos que não obtiverem o sucesso de desempenho
na competição meritocrática, normalmente marginalizados com a visão de serem responsáveis
pelo seu mau resultado escolar; integrar os alunos no mercado de trabalho, com um diploma útil;
diminuir a influência da desigualdade escolar na manutenção das desigualdades sociais;
desenvolver os talentos específicos de cada aluno, independentemente do desempenho escolar e
por fim, envolver os alunos em outras actividades pedagógicas, culturais e esportivas.

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