Você está na página 1de 5

CLARETIANO – Centro Universitário de Batatais

Licenciatura em Pedagogia

A QUALIDADE SOCIAL DO ENSINO NOS ANOS


INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: DA GESTÃO À
SALA DE AULA

Gestão e Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Básica

Professor: Alexandre Jose Cruz

CARINA RODRIGUES MOGONE – 8055211

SÃO PAULO

2018
A qualidade do ensino das escolas públicas da educação básica estudadas pelo autor
Vitor Henrique Paro é precária e muito focada em atender ao elemento quantidade,
deixando de lado a qualidade. Sendo assim, existe a necessidade de melhorar a
qualidade do ensino básico, não por conta do ideal de preparar os alunos para o
vestibular ou para o mercado de trabalho, mas sim para formar cidadãos conscientes e
preparados para atuar democraticamente.

A escola pública se nega a propor um currículo que abrange o educar para a democracia,
ignoram a necessidade de capacitar seus alunos para exercerem sua cidadania de forma
democrática. Para esclarecer essa falta de ação da escola, o autor propõe que seja feita
uma ressignificação do papel da escola rompendo com o paradigma neoliberal que
conceitua a escola como formação de mão-de-obra. oooooooooooooooooooooooooooo
É imprescindível que a escola não esteja condicionada apenas a corresponder as
estatísticas do sistema educacional capitalista, logo ela deveria estar engajada num
processo de qualificar os educandos na sua formação moral, ética e intelectual, sendo
nesse caso a qualificação profissional apenas consequência de um trabalho bem feito
desenvolvido com base num ensino de qualidade e democrático.

Ser educador no Brasil exige uma formação sólida e qualificada, não apenas inicial, mas
contínua, que lhe dê condições para enfrentar os inúmeros desafios que o contexto
educacional apresenta diariamente nas escolas. De acordo com Vanda Moreira Machado
Lima, muitos são os desafios enfrentados pelos professores que atuam nos anos iniciais
do ensino Fundamental das escolas brasileiras. Tais desafios vão desde a influência
política nas práticas educativas até a questão da inclusão escolar.

Começamos pelas dificuldades que os professores enfrentam quando o assunto é a


interdisciplinaridade. O professor dos anos iniciais que atua nas escolas públicas é
polivalente, visto que leciona, geralmente, sete diferentes áreas do conhecimento:
Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Educação Física e Arte.
Nessa perspectiva, o grande desafio é dominar tantas áreas, sendo que o curso de
Pedagogia geralmente não forma esse profissional para atuar com qualidade em todas
elas. Muitos se questionam o fato de como ensinar embasado na interdisciplinaridade
quando os professores, em sua maioria, vivenciaram o ensino fragmentado por
disciplinas.

Outro desafio que os professores enfrentam diz respeito à falta de vontade em aprender
demonstrado por muitos alunos. Muitos são forçados a ir para a escola e dessa maneira,
não conseguem avançar em seus conhecimentos, visto que o aluno só aprende se quiser.
A tomada de decisões sem muito tempo para reflexão é outro ponto destacado pela
autora. O professor constantemente faz escolhas difíceis entre fazer a turma avançar
rapidamente ou cuidar dos alunos com dificuldades, afastar os alunos que perturbam ou
procurar integrá-los ao grupo. A atividade docente está voltada para um “face a face”
com o outro que exige a constante tomada de decisões no mesmo momento que se
efetiva a interação professor e aluno.

Desafios relevantes na docência dos anos iniciais concentram-se prioritariamente sobre


a ausência da família na escolaridade do filho, a diversidade dos alunos em virtude da
democratização do ensino e, em menor intensidade, os cursos de formação de
professores e a desvalorização da escola pública e do professor.

A falta de parceria entre a escola e a família é talvez a principal explicação para o


fracasso escolar de algumas crianças.

A diversidade dos alunos na escola pública deve-se ao processo de democratização do


ensino, que possibilitou o direito à educação para todos, o que, sem dúvida, foi um
avanço na história educacional deste país. Graças a essa diversidade, os professores
mencionam desafios em trabalhar com diferentes ritmos de aprendizagem da criança e
com aquelas que, em virtude das condições familiares, apresentam dificuldades na
leitura e escrita, agressividade e desinteresse.

No aspecto da diversidade, os professores apontaram também a questão da inclusão das


crianças portadoras de necessidades especiais nas salas regulares como outro desafio em
seu trabalho docente.

A desvalorização da escola pública e do professor foi apontada como um desafio


também. Ela envolve a questão salarial, as condições de trabalho, a estrutura cruel e
seletiva do sistema educacional, a situação dos professores contratados, a metodologia
dos concursos que priorizam o conhecimento teórico em detrimento da experiência
prática da sala de aula.

A escola atualmente se depara com novos desafios, entre eles, o de estabelecer


condições mais adequadas para atender a diversidade dos indivíduos que dela
participam. Assumir, compreender e respeitar essa diversidade é requisito para orientar
a transformação de uma sociedade tradicionalmente pautada pela exclusão. Para
alcançar essa qualidade na educação, há a necessidade de renovar toda a estrutura
educacional deixando para trás o ensino tradicional.
A concepção democrática de escola respeita o educando como ser único que constrói
seu aprendizado, tendo o professor como mediador, que proporciona vários meios de
aprendizagem e interfere quando necessário.

Nessa concepção, a escola passa a ser administrada por toda a comunidade, buscando
caminhos para torná-la cada vez mais competente e capaz de cumprir seu papel na
sociedade.

Uma escola democrática é uma escola que se baseia em princípios democráticos, em


especial na democracia participativa, dando direitos de participação para estudantes,
professores e funcionários. Esse ambiente de ensino coloca os alunos como
protagonistas do processo educacional e os educadores participam facilitando as
atividades de acordo com os interesses dos estudantes.

As escolas democráticas valorizam a diversidade de sua comunidade e não as considera


um problema. Essas comunidades incluem pessoas que refletem diferenças de idade,
cultura, etnia, sexo, classe socioeconômica, aspirações e capacidades.

Tendo em mente o que significa uma escola democrática, acredito que se colocarmos
em prática os princípios dessa concepção, temos grandes chances de superar algumas
das dificuldades relacionadas ao ensino. A escola democrática é um caminho para uma
escola de qualidade para todos, pois é capaz de preencher todos os requisitos de uma
escola verdadeiramente inclusiva que respeita a diversidade e a opinião de sua
comunidade. Que traça seus caminhos em busca de uma educação de qualidade
juntamente com toda a comunidade escolar, que a peça principal da engrenagem de uma
educação de qualidade.

Hoje em dia, a escola brasileira é marcada pelo fracasso e pela evasão de uma parte
significativa dos seus alunos, que são marginalizados pelo insucesso, por privações
constantes e pela baixa auto-estima resultante da exclusão escolar e da social, alunos
que são vítimas de seus pais, professores e, sobretudo, das condições de pobreza em que
vivem.

Tal situação é muito comum nas escolas tradicionais, já que não estão preparadas para
uma educação aberta a diversidade, sua estrutura rígida e seletiva recusa alunos que não
preencham as expectativas acadêmicas clássicas, baseadas na transmissão de
conhecimentos e na individualização das tarefas de aprendizagem.

Sendo assim, a escola democrática é um caminho para uma escola de qualidade para
todos, pois ela é capaz de preencher todos os requisitos de uma escola verdadeiramente
inclusiva que respeita a diversidade e a opinião de sua comunidade. Que traça seus
caminhos em busca de uma educação de qualidade juntamente com toda a comunidade
escolar, que a peça principal da engrenagem de uma educação de qualidade.

Você também pode gostar