Você está na página 1de 38

M a r c o A n t o n i o F.

da Costa
M a r i a de Fátima Barrozo da Costa

Projeto de
Pesquisa
D a d o s I n t e r n a c i o n a i s de C a t a l o g a ç ã o na P u b l i c a ç ã o (CIF)
ENTENDA E FAÇA
( C â m a r a B r a s i l e i r a d o L i v r o , SP, B r a s i l )

C o s t a , M a r c o A n t o n i o F. d a

P r o j e t o de Pesquisa : e n t e n d a e faça / M a r c o A n t o n i o F. da C o s t a ,

M a r i a de F á t i m a B a r r o z o da C o s t a . 2. e d . — P e t r ó p o l i s , RJ : Vozes, 2 0 1 1 .

Bibliografia

ISBN 978-8S-326-2448-2

1 . Pesquisa — M e t o d o l o g i a 2 . Pesquisa — P r o j e t o I . C o s t a , Maria

de Fátima B a r r o z o da. I I . T í t u l o .

10-10354 CDD-001.4 ^ EDITORA


índices para catálogo sistemático;
• VOZES
1 . Pesquisa : Projeto 001.4 Petrópolis
© 2 0 1 1 , E d i t o r a Vozes L t d a .

Rua Frei Luís, 100

2 5 6 8 9 - 9 0 0 P e t r ó p o l i s , RJ
Sumário
Internet; http://www.vozes.cotn.br

Brasil

T o d o s os d i r e i t o s r e s e r v a d o s . N e n h u m a p a r t e desta o b r a p o d e r á ser

reproduzida o u transmitida p o r qualquer f o r m a e/ou quaisquer meios Prefácio 7

(eletrônico o u m e c â n i c o , i n c l u i n d o fotocópia e gravação) o u arquivada

e m q u a l q u e r s i s t e m a o u b a n c o d e d a d o s s e m p e r m i s s ã o e s c r i t a da E d i t o r a . Capitulo 1 11

Introdução à Produção do Conhecimento

Diretor editorial Capitulo 2 19

Frei Antônio Moser O P r o j e t o de Pesquisa

Editores Capitulo 3 59

A l i n e d o s Santos C a r n e i r o Projetos para o M e s t r a d o Profissional

J o s é M a r i a da Silva

Lidio Peretti Capitulo 4 73

Marilac Loraine Oleniki Redação do Projeto

Secretário executivo Capítulos 83

J o ã o Batista K r e u c h Elaboração de C i t a ç õ e s

Capitulo 6 95

Editoração: Sheila F e r r e i r a N e i v a
Elaboração de Referências Bibliográficas
Projeto gráfico: Lara Kuebler

Capa: G r a p h i t
Referências Bibliográficas 109

ISBN 978-85-326-2448-2
Apêndices 117

Editado c o n f o r m e o novo acordo ortográfico. 1 . P e r g u n t a s F r e q u e n t e s s o b r e P r o j e t o s de Pesquisa 1 19

2. C h e c k - L i s t F i n a l p a r a P r o j e t o s d e Pesquisa 129

3 . P r o b l e m a s m a i s C o m u n s E n c o n t r a d o s e m P r o j e t o s d e Pesquisa 133

4. Webgrafia 135
Este l i v r o f o i c o m p o s t o e i m p r e s s o p e l a E d i t o r a Vozes L t d a .
5. M o d e l o d e T e r m o de C o n s e n t i m e n t o L i v r e e Esclarecido — T C L E 1 39
CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO À PRODUÇÃO
DO CONHECIMENTO

experiência não é o que acontece com

um homem; é o que um homem faz com

o que lhe acontece.

Aldous Huxiey

Ciência
A palavra c i ê n c i a t e m o r i g e m n o l a t i m scientia e significa co-
n h e c i m e n t o , o u seja, u m saber que se a d q u i r e pela l e i t u r a e m e d i t a -
ção, i n s t r u ç ã o , e r u d i ç ã o , sabedoria ( F E R R E I R A , 2 0 0 4 ) .
Saviani ( 2 0 0 0 , p . 19), ao falar sobre a i m p o r t â n c i a dos gregos
para a c o n t e x t u a l i z a ç ã o d o c o n h e c i m e n t o , e x p l i c a :
[...] E m g r e g o , t e m o s t r ê s p a l a v r a s r e f e r i d a s a o f e n ó m e -

n o d o c o n h e c i m e n t o : doxa, sofia e episteme. Doxa sig-

n i f i c a o p i n i ã o , i s t o é, o s a b e r p r ó p r i o d o s e n s o c o m u m ,

o c o n h e c i m e n t o espontâneo ligado diretamente à ex-

periência c o t i d i a n a , u m claro-escuro, m i s t o d e v e r d a d e

e d e e r r o . Sofia é a sabedoria fundada numa longa

e x p e r i ê n c i a d e v i d a . É n e s s e s e n t i d o q u e se d i z q u e o s

v e l h o s sâo sábios e q u e os j o v e n s d e v e m o u v i r os seus

c o n s e l h o s . F i n a l m e n t e , episteme s i g n i f i c a c i ê n c i a , i s t o é,

o c o n h e c i m e n t o metódico e sistematizado.

O c o n h e c i m e n t o nada mais é d o que o p r o d u t o das relações


humanas c o m a natureza e c o m os p r ó p r i o s h o m e n s e m busca da
apreensão de d e t e r m i n a d a s realidades, sendo, p o r t a n t o , u m proces-
so e s t r i t a m e n t e h u m a n o .
R e l a ç õ e s d o h o m e m c o m a natureza ~ R E A L I D A D E N A T U R A L
R e l a ç õ e s dos h o m e n s e n t r e si - R E A L I D A D E S O C I A L
Essas duas r e l a ç õ e s é que nos dão a PRATICA SOCIAL

11
Essas r e l a ç õ e s não são estáticas, mas s i m e x t r e m a m e n t e dinâ- • Verificável — L i m i t a - s e ao que se p o d e p e r c e b e r ;
micas, e é isto que confere o m o v i m e n t o constante da ciência. O • Falível e I n e x a t o — C o n f o r m a - s e c o m a aparência e c o m o que
h o m e m s e m p r e se p r e o c u p o u e m e n t e n d e r o m u n d o ao seu r e d o r e se o u v i u dizer.
as suas r e l a ç õ e s . O ser h u m a n o p r é - h i s t ó r i c o não conseguia e n t e n -
d e r os f e n ó m e n o s da natureza. Mais tarde veio a fase d o m i s t i c i s m o , C o n h e c i m e n t o T e o l ó g i c o : Apoia-se e m d o u t r i n a s que c o n t ê m
o u seja, os seres h u m a n o s passaram a buscar e x p l i c a ç õ e s para esses p r o p o s i ç õ e s sagradas. E u m c o n h e c i m e n t o s i s t e m á t i c o , p o r é m , suas
f e n ó m e n o s através das crenças e s u p e r s t i ç õ e s , até q u e , a p a r t i r d o evidências n ã o são verificáveis ( L A K A T O S e M A R C O N I , 2010).
s é c u l o X V / X V I , essa p r o c u r a o c o r r e u p a r t i n d o de respostas que Características desse t i p o de c o n h e c i m e n t o :
pudessem ser c o m p r o v a d a s . G a l l i a n o ( 1 9 8 6 , p . 17) d i z que " o co- • Valorativo — Apoiado em doutrinas, crenças;
n h e c i m e n t o leva o h o m e m a a p r o p r i a r - s e da realidade e, ao m e s m o • Infalível e E x a t o — Suas evidências não são verificáveis.
t e m p o , a p e n e t r a r nela".
N a o b t e n ç ã o d o c o n h e c i m e n t o estão presentes t r ê s e l e m e n t o s : C o n h e c i m e n t o F i l o s ó f i c o : É caracterizado u n i c a m e n t e na p r ó p r i a
• U m s u j e i t o que busca conhecer (sujeito c o g n o s c e n t e ) ; razão h u m a n a , o u seja, p r o c u r a d i s c e r n i r e n t r e o c e r t o e o e r r a d o ,
• U m o b j e t o de estudo ( o b j e t o de c o n h e c i m e n t o ) ; t e n d o esta razão h u m a n a c o m o f u n d a m e n t a ç ã o ( L . A K A T O S e M A R -
• O conhecimento. C O N I , 2 0 1 0 ) . Características desse t i p o de c o n h e c i m e n t o :
• V a l o r a t i v o — A p o i a d o na razão;
—_ _ .
• N ã o Verificável — Seus resultados não p o d e m ser c o n f i r m a d o s
O c o n h e c i m e n t o n ã o p o d e ser t r a n s p o r t a d o , t r a n s f e r i d o (transfere-se
nem refutados;
i n f o r m a ç ã o ) . Ele é u m p r o d u t o h u m a n o , p o r t a n t o , a l o c a d o n o c é r e b r o
• Racional — Enunciados logicamente organizados e correlacionados;
humano.
• Infalível e E x a t o — Suas hipóteses não são verificáveis.

C o n h e c i m e n t o C i e n t i f i c o : E u m c o n h e c i m e n t o sistemático. Carac-
Os t i p o s d e c o n h e c i m e n t o
teriza-se pela capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de
Esse c o n h e c i m e n t o , gerado a p a r t i r das práticas sociais, p o d e ser
j u s t i f i c a r , de i n d u z i r e de p r e d i z e r ( R U I Z , 2 0 0 6 ) . Características
de vários t i p o s :
desse t i p o de c o n h e c i m e n t o :
• Real — L i d a c o m fatos;
C o n h e c i m e n t o p o p u l a r (senso c o m u m ) : É o que c o m u m e n t e cha-
• Verificável — L i m i t a d o às hipóteses que p o d e m o u não ser
m a m o s de c o n h e c i m e n t o d o p o v o . E o a c ú m u l o de t r a d i ç õ e s e
comprovadas;
e x p e r i ê n c i a s vividas. N ã o leva e m conta a fundamentação científica
• Sistemático — Logicamente ordenado;
( L A K A T O S e M A R C O N I , 2010). É o conhecimento adqmrido
• Falível — Pelo fato de não ser d e f i n i t i v o ;
pelas pessoas através d o convívio social c o m o u t r o s indivíduos (o
• A p r o x i m a d a m e n t e exato — Novas hipóteses p o d e m alterá-lo.
senso c o m u m t e m o r i g e m nas múltiplas r e l a ç õ e s e n t r e os f a m i l i a -
res, os amigos, na r u a e até m e s m o na escola). Características desse
t i p o de c o n h e c i m e n t o : O conhecimento c i e n t i f i c o se o r i g i n a d o desejo h u m a n o de
• V a l o r a t i v o - Baseia-se e m t r a d i ç õ e s ; investigar. A r i s t ó t e l e s , 23 s é c u l o s atrás, a f i r m a v a que " t o d o s os

12 13
h o m e n s , p o r n a t u r e z a , desejam conhecer". A p r o d u ç ã o d o c o n h e c i - B o r d i e u ( 1 9 9 9 ) aponta que u m m é t o d o não deve ser escolhido

m e n t o s e m p r e está apoiada e m p r o c e d i m e n t o s m e t o d o l o g i c a m e n t e c o m r i g i d e z , e o pesquisador, seja qual f o r o m é t o d o o u c o n j u n t o


e s t r u t u r a d o s , o que c h a m a m o s de m é t o d o científico, o u seja, o de m é t o d o s a d o t a d o , deve s i m aplicá-lo c o m r i g o r .
c a m i n h o a d o t a d o para o alcance dos objetivos p r o p o s t o s . D e v e m o s t a m b é m levar e m conta que t o d o o conhecimento
M o r e i r a e O s t e r m a n n ( 1 9 9 3 , p . l 14) ressaltam q u e : disponível não é e t e r n o p o r q u e o processo de p r o d u ç ã o científica é
^ O m é t o d o científico n ã o é u m p r o c e d i m e n t o lógico, d i n â m i c o , não é estático, l o g o o que é considerado verdade cientí-
algorítmico, rígido! E m outras palavras, o método fica h o j e , amanhã p o d e não ser. Nessa l i n h a , M o r e i r a e O s t e r m a n n
científico não é u m a receita, u m a sequência linear d e ( 1 9 9 3 , p . 115) citam:
passos q u e necessariamente c o n d u z a u m a descoberta
^ O conhecimento científico não é definitivo [...]. A
o u , p e l o m e n o s , a u m a conclusão o u a u m resultado.
c o n s t r u ç ã o científica n ã o p a r a n u n c a . O c o n h e c i m e n t o
Na prática, m u l t a s vezes, o c i e n t i s t a p r o c e d e p o r t e n t a -
c i e n t í f i c o está s e m p r e e v o l u i n d o . É u m e r r o ensinar
tivas, vai n u m a direção, v o l t a , m e d e n o v a m e n t e , a b a n -
ciência como se o s p r o d u t o s d e l a resultassem de
d o n a certas hipóteses p o r q u e não t e m e q u i p a m e n t o
uma metodologia rígida, f o s s e m indubitavelmente
a d e q u a d o , f a z u s o d a i n t u i ç ã o , d á - c h u t e s , se d e p r i m e ,
verdadeiros e consequentemente definitivos. O co-
s e e n t u s i a s m a , se a p e g a a u m a t e o r i a . E n f i m , f a z e r c i -
n h e c i m e n t o c i e n t í f i c o q u e t e m o s h o j e está baseado
• ência é u m a a t i v i d a d e h u m a n a , c o m t o d o s os d e f e i t o s
e m m o d e l o s e teorias inventados e q u e p o d e m estar
e v i r t u d e s q u e o ser h u m a n o t e m , e c o m m u i t a t e o r i a
equivocados o u apenas parcialmente c o r r e t o s ^ ^
q u e ele t e m na cabeça. C o n c e b e r o m é t o d o científico

c o m o u m a sequência rigorosa d e passos q u e o c i e n -


A diferença e n t r e o senso c o m u m e o c o n h e c i m e n t o científico é
tista s e g u e d i s c i p l i n a d a m e n t e é c o n c e b e r d e maneira
q u e o senso c o m u m é f o r m a d o p o r s e n t i m e n t o s , desejos e m i s t i c i s -
errónea a a t i v i d a d e científica. ^
m o , j á o c o n h e c i m e n t o científico é f o r m a d o através de p r o c e d i m e n -
tos m e t o d o l o g i c a m e n t e r i g o r o s o s , p r o c u r a n d o - s e abstrair, e m b o r a
A ciência, entendida c o m o atividade humana que gera conheci-
e m algumas realidades isso ainda não seja possível, as e m o ç õ e s , as
m e n t o s , deve ser desenvolvida c o m m é t o d o s , técnicas e critérios ade-
c r e n ç a s religiosas, as i d e o l o g i a s , e n f i m .
quados. Para isso, devemos nos apoiar na m e t o d o l o g i a da pesquisa.
Para que possamos gerar c o n h e c i m e n t o de f o r m a adequada,
devemos p a r t i r s e m p r e de realidades reduzidas, o u seja, o t e m a
Obs. O m é t o d o científico é o p r o c e d i m e n t o o u c o n j u n t o d e p r o c e d i -
selecionado para a pesquisa deve ser r i g o r o s a m e n t e d e l i m i t a d o .
m e n t o s utilizados para gerar c o n h e c i m e n t o s . O e s t u d o desse método,

e m t o d a s as s u a s d i m e n s ó e s , é o q u e d e n o m i n a m o s m e t o d o l o g i a . É

m u i t o c o m u m e n c o n t r a r m o s , i n a d e q u a d a m e n t e , a palavra metodo- Caminhos da pesquisa


logia u s a d a p a r a fazer referência aos p r o c e d i m e n t o s a d o t a d o s e m u m C l a r k e Castro ( 2 0 0 3 , p . 6 7 ) d e f i n e m pesquisa c o m o :
processo d e pesquisa. É m e l h o r usar " p r o c e d i m e n t o s metodológicos",
U m processo d e construção d o c o n h e c i m e n t o q u e t e m
ou "desenho metodológico". Em pesquisas e x p e r i m e n t a i s , p r i n c i p a l -
c o m o metas principais gerar n o v o c o n h e c i m e n t o e/ou
mente em ambientes laboratoriais, o n d e não existem sujeitos da
corroborar o u refutar a l g u m c o n h e c i m e n t o preexisten-
p e s q u i s a , usa-se a e x p r e s s ã o " m a t e r i a l e m é t o d o s " .
te. É basicamente u m processo d e a p r e n d i z a g e m t a n t o

14
d o indivíduo q u e a realiza q u a n t o d a s o c i e d a d e na q u a l A s m o n o g r a f i a s ( C O S T A e C O S T A , 2 0 0 9 ) p o d e m ser classifi-
esta se d e s e n v o l v e . Q u e m realiza a p e s q u i s a pode, cadas c o m o :
n u m n í v e l m a i s e l e m e n t a r , a p r e n d e r as b a s e s d o m é - • M o n o g r a f i a de C o n c l u s ã o de C u r s o T é c n i c o — aplica-se e m
t o d o científico o u , n u m nível m a i s a v a n ç a d o , a p r e n d e r
cursos t é c n i c o s de nível m é d i o .
r e f i n a m e n t o s t é c n i c o s d e m é t o d o s já c o n h e c i d o s .
• M o n o g r a f i a de Graduação — aplica-se e m cursos regulares de
graduação.
Para s e fazer pesquisa é n e c e s s á r i o :
• M o n o g r a f i a de Especialização — aplica-se e m cursos de espe-
C o n h e c i m e n t o d o assrmto;
cialização.
Curiosidade;
• M o n o g r a f i a de M e s t r a d o ( A c a d é m i c o o u Profissional) o u D i s -
Criatividade;
Paciência; s e r t a ç ã o — aplica-se e m cursos de m e s t r a d o .

Postura é t i c a . • M o n o g r a f i a de D o u t o r a d o o u Tese — aplica-se aos cursos de


d o u t o r a d o e deve ser realizada sobre u m t e m a o u a b o r d a g e m
^ Essas características d e v e m ser empregadas nos diversos i n s t r u - inédita. D e v e gerar u m a p o r t e t e ó r i c o e / o u m e t o d o l ó g i c o .
m e n t o s a c a d é m i c o s u t i l i z a d o s para a produção de c o n h e c i m e n t o s .
A fase i n i c i a l de u m a pesquisa g e r a l m e n t e se desenvolve a p a r t i r T o g n e t t i ( 2 0 0 6 ) apresenta a seguinte divisão para a pesquisa
de u m a n t e p r o j e t o , que é , na realidade, u m a ideia i n i c i a l , sem de- científica ( f i g u r a 2 ) :
t a l h a m e n t o s , mas c o m o t e m a j á d e l i m i t a d o e c o m o b j e t i v o s d e f i n i -
dos. C o m o l e v a n t a m e n t o bibliográfico e sucessivas l e i t u r a s sobre o PESQUISA CIENTÍFICA
t e m a selecionado, estaremos e m c o n d i ç õ e s de elaborar u m p r o j e t o ,
q u e é o p l a n e j a m e n t o m e t i c u l o s o da m o n o g r a f i a , e n t e n d i d a c o m o
u m t r a b a l h o d i d a t i c a m e n t e e m e t o d o l o g i c a m e n t e organizado sobre
u m t e m a de interesse d o a l u n o . A Figura 1 m o s t r a os caminhos da
p r o d u ç ã o de c o n h e c i m e n t o .

^A
E a atividade básica da ciência na s i
busca de conhecimento

F i g u r a 2 - D i v i s ã o d a p e s q u i s a científica, s e g u n d o T o g n e t t i

Graduação e
Especialização
Pe qu a h ' ./)d° loado|- '•^^ A m e s m a a u t o r a t a m b é m aponta algumas características que u m
::fÍ5^vH;:4vT)í
t^:.^^iT. :-^:=^s^ fvtestrado l^ag^t^gi
— A *4*| cr - pesquisador deve t e r :
[D etaçaop^^ ,.|Te ep-Tit'- T

• C o n s c i ê n c i a C r í t i c a : Saber d i s t i n g u i r o essencial do a c i d e n t a l ,
Figura 1 - C a m i n h o s da produção d o c o n h e c i m e n t o o i m p o r t a n t e do secundário;

16 17
• C o n s c i ê n c i a O b j e t i v a : É o r o m p i m e n t o c o m todas as posições
CAPÍTULO 2
subjetivas pessoais e m a l fundamentadas d o conhecimento
vulgar;
O PROJETO DE PESQUISA
• O b j e t i v i d a d e : O trabalho científico é impessoal. Não aceita
m e i a s - s o l u ç õ e s o u s o l u ç õ e s apenas pessoais;
• R a c i o n a l i d a d e : A razão deve ser o " ú n i c o j u i z " nas decisões da
pesquisa.

Importante Embora se tenha a ideia, de forma clara, de


T o d o p r o j e t o d e p e s q u i s a q u e e n v o l v a coleta d e d a d o s e m / c o m seres h u m a -
qual deve ser a estrutura de um projeto, ou
n o s d e v e se"r s u b m e t i d o anteriormente a u m C o m i t é d e Ética e m P e s q u i s a seja, que conteúdos cada parte deva con-
c o m S e r e s H u m a n o s - CEP ( d e p r e f e r ê n c i a o d a s u a i n s t i t u i ç ã o ) . ter, o comum é esperar que sua escrita se

dê de forma linear: escrevem-se a proble-

Se a p e s q u i s a e n v o l v e r e x p e r i m e n t a ç ã o e m a n i m a i s , t a m b é m d e v e r á s e r s u b - matização e as perguntas; defínem-se os

m e t i d a , a n t e r i o r m e n t e , a u m C o m i t é d e Ética n o U s o d e A n i m a i s - C E U A . objetivos; desenvolve-se a fundamentação

teórica; descrevem-se os métodos; traçam-

se os contornos operacionais, computan-


A p e s q u i s a d e v e s e r i n i c i a d a s o m e n t e a p ó s a a p r o v a ç ã o d o CEP e / o u C E U A .
do-se os recursos materiais e de tempo;

perfilam-se as referências bibliográficas;

e, por fim, atende-se às considerações éti-


Lembre-se
cas. Mas é forçoso reconhecer que tais
O m é t o d o científico n ã o p o d e ser e n t e n d i d o c o m o a l g o f e c h a d o , i n f a -
partes vão compor um todo organizado;
lível. Ele d e v e s i m p o s s u i r u m r i g o r c i e n t í f i c o c o m p a t í v e l c o m o n í v e l
vão constituir um sistema complexo, "um
de estudo e m desenvolvimento. N ã o se p o d e e x i g i r d e u m a mono- tecer juntos". Isso significa dizer que as
grafia d e g r a d u a ç ã o o m e s m o r i g o r d e u m a dissertação d e m e s t r a d o . partes vão guardar, entre si, relações de
O i m p o r t a n t e e m qualquer pesquisa é q u e o método adotado esteja interdependência e de interdefinibilidade,

d e n t r o d e u m c o n t e x t o c o e r e n t e e l ó g i c o , seja n a g r a d u a ç ã o o u n a características constitutivas desse tipo de

pós-graduação. sistema (GARCIA, 1994). Os objetivos deve-

rão ser redefinidos em função de aspectos

operacionais. O problematizar de uma de-

terminada questão pode ser redirecionado

com a compreensão que o fundamento

teórico venha a revelar na medida em

que é elaborado. O mesmo se pode dizer

em relação aos métodos que vão sendo

escolhidos em função dos objetivos cujo

18 19
alcance vai depender dos recursos dispo- • T é c n i c a : Regras científicas para a c o n s t r u ç ã o d o p r o j e t o ;
níveis. Assim, devemos reconhecer que a • I d e o l ó g i c a : Relaciona-se às escolhas d o pesquisador, sempre
construção de um projeto de pesquisa não t e n d o e m vista o m o m e n t o h i s t ó r i c o ;
é um processo linear; por conseguinte, o • C i e n t í f i c a : Ultrapassa o senso c o m u m através d o m é t o d o c i e n -
ato de escrevê-lo também não o será, pois tífico.
é reflexo do próprio processo de cognição

[...] ( P O N T E S e t a l . , 2 0 0 5 , p . 4 4 1 ) . É e x a t a m e n t e na fase de p r o j e t o que desenvolvemos o p l a n o de


ação para a e x e c u ç ã o de u m a pesquisa, c o n f o r m e o Q u a d r o 1 ( C I L ,
2010; P I N H E I R O , 2010; COSTA e C O S T A , 2009):
P r o j e t o . 1 . I d e i a q u e se f o r m a d e e x e c u t a r o u r e a l i z a r a l g o , n o f u t u r o ;

p l a n o . I n t e n t o , d e s í g n i o . 2. E m p r e e n d i m e n t o a s e r r e a l i z a d o d e n t r o d e Q u a d r o 1 - Plano d e Ação para o D e s e n v o l v i m e n t o d e u m a Pesquisa

d e t e r m i n a d o e s q u e m a : projeto a d m i n i s t r a t i v o ; projetos educacionais.


Tipo Significado Vínculos
3. R e d a ç ã o o u e s b o ç o p r e p a r a t ó r i o o u p r o v i s ó r i o d e u m t e x t o : projeto
Tema Q quê? Título
d e e s t a t u t o ; projeto d e t e s e . 4 . E s b o ç o o u r i s c o d e o b r a a se r e a l i z a r ;
Sujeitos Quem? Participantes da Pesquisa
p l a n o : p r q / e t o d e c e n á r i o (FERREIRA, 1 9 9 2 ) .
Amostra Q u a n t o s Sujeitos Número de Participantes

Local Qnde? Realização da Pesquisa

Problema Q quê? Pergunta d e Pesquisa


O b s . : N a área de p l a n e j a m e n t o se u t i l i z a o t e r m o m a c r o p r o j e t o ,
Hipótese Qual a direção? R e s p o s t a Prévia d a P e r g u n t a
para designar u m p r o j e t o de g r a n d e d i m e n s ã o , que possui vários
Qbjetivo Para q u ê ? Q b j e t i v o G e r a l e Q b j e t i v o s Específicos
p r o j e t o s agregados. Por e x e t n p l o : D i m i n u i ç ã o da violência na c i -
Justificativa Por q u ê ? Justificativa / Relevância
dade d o R i o de Janeiro ( m a c r o p r o j e t o ) . Projetos agregados: l ) V a -
Revisão d a Q q u e já f o i e s c r i t o S u s t e n t a ç ã o Teórica
lorização d o p o l i c i a l ; 2) I m p l a n t a ç ã o de UPPs ( U n i d a d e s de Polícia
Literatura / sobre o tema? Qual
Pacificadora); 3) M e l h o r i a da e s t r u t u r a p o l i c i a l ; o u t r o s . Referencial a fundamentação
Teórico teórica p a r a o
estudo?
P r o j e t o , d o l a t i m projecto (particípio passado d o v e r b o projicere),
Desenho Como? T i p o d e Pesquisa / A b o r d a g e n s / Téc-
l i t e r a l m e n t e significa c o l o c a r adiante. A e l a b o r a ç ã o de q u a l q u e r
Metodológico nicas d e Coleta d e D a d o s / Análise
p r o j e t o depende de dois fatores f u n d a m e n t a i s ( C O S T A e C O S T A , d o s D a d o s / Limitaçóes

2009): Resultados O q u e p o d e gerar? Expectativas d o Projeto


1 . A capacidade de c o n s t r u i r u m a i m a g e m m e n t a l de u m a s i t u - Esperados

ação f u t u r a ; Possíveis Possíveis Influên- Expectativas d o Projeto


Impactos cias n a R e a l i d a d e
2. A capacidade de conceber u m plano de ação a ser executado e m Estudada
u m d e t e r m i n a d o t e m p o , que vai p e r m i t i r a sua realização.
Cronograma Quando? Atividades a Serem Desenvolvidas x
Tempo

Segundo M i n a y o ( 1 9 9 S ) , ao elaborar u m p r o j e t o de pesquisa, o Qrçamento Quanto? Custos


pesquisador estará l i d a n d o c o m , n o m í n i m o , três d i m e n s õ e s :
Fonte: Costa e Costa (2009)
20 21
o p r o j e t o de pesquisa g e r a l m e n t e é c o m p o s t o de três p a r t e s : pesquisa. U m a boa prática consiste e m elaborá-lo q u a n d o o p r o j e t o
já estiver p r o n t o , pois neste m o m e n t o v o c ê terá a visão d o t o d o .
Elementos pré-textuais
F e r r e i r a ( 1 9 8 8 , a p u d P o r t o e Silva, 2 0 0 2 , p . 2 ) aponta que se deve
• Capa
evitar:
• FoUia de r o s t o
C o m e ç a r u m título c o m o e m p r e g o d e expressões d e
• Dedicatória (opcional)
p o u c o i m p a c t o , d e s g a s t a d a s e supérfluas c o m o "Es-
• Sumário
t u d o da...", " C o n s i d e r a ç õ e s p r e l i m i n a r e s sobre...". A l é m
• O u t r o s e l e m e n t o s p o d e m aparecer, tais c o m o : epígrafe, lista de
disso, recomenda-se evitar abreviações, parênteses o u
tabelas, lista de quadros, de figuras, de apêndices e de anexos
fórmulas que dificultem a compreensão.
• Resumo

Elementos textuais O título deve ser e n t e n d i d o c o m o u m a m a n c h e t e de chamada de


• I n t r o d u ç ã o ( p r o b l e m a e questão/s de pesquisa) u m j o r n a l . Deve ser atraente, p r o v o c a d o r , inovador, o u seja, deve
• H i p ó t e s e / s o u Pressuposto/s' e x e r c e r atração ( C R E S W E L L , 2009).
• O b j e t i v o s (geral e específicos)
• Justificativa
Atenção:Títulos d e projetos, d e monografias, tabelas, quadros, figuras,
• Revisão da l i t e r a t u r a / Referencial t e ó r i c o
capítulos, seções, e n t r e o u t r o s , n ã o d e v e m ser finalizados com ponto
• Procedimentos metodológicos
finai (.), o u d o i s p o n t o s (:). E n t r e t a n t o , o u t r o s p o n t o s p o d e m s e r u t i l i z a -
• L i m i t a ç ã o da pesquisa
d o s , c o m o o d e interrogação, o u d e e x c l a m a ç ã o se necessário.
• Cronograma

Elementos pós-textuais
• R e f e r ê n c i a s bibliográficas ^ Escolha d o t e m a
• Bibliografia (opcional)
• G l o s s á r i o / D e f i n i ç ã o de t e r m o s ( p o d e ser colocado como
elemento pré-textual) Pergunta-se: O Q U E V O U PESQUISAR?
• Apêndices (opcional)
• Anexos (opcional) Escolher u m t e m a nada mais é d o que escolher u m assunto,
d e l i m i t a d o , sobre o qual será d e f i n i d o u m p r o b l e m a de pesquisa.
Elementos d e u m projeto d e pesquisa E aconselhável que o t e m a selecionado r e f l i t a o a m b i e n t e d o pes-
quisador, o u seja, a e m p a t i a e n t r e o t e m a e o indivíduo que vai
desenvolvê-lo é p o n t o p r i m o r d i a l para a qualidade da pesquisa.
Exemplos:
O título deve r e f l e t i r a pesquisa c o m o u m t o d o . D e v e ser cla-
• D e s e n v o l v i m e n t o de s o f t w a r e para o ensino da q u í m i c a ;
r o , preciso, e se possível deve i n f o r m a r exatamente a natureza da
• Novas tecnologias e capacitação d o c e n t e ;
• I n f o r m á t i c a e o e n s i n o - a p r e n d i z a g e m de ciências;
' N o caso de p e s q u i s a c o m a b o r d a g e m q u a l i t a t i v a é p r e f e r i v e l a d o t a r o t e r m o
"pressuposto". Nas abordagens quantitativas utiliza-se o t e r m o "hipótese". • Avaliação de l i v r o s didáticos de ciências;

23
22
• A p r i m o r a m e n t o de processos de gestão educativa; C o m a delimitação adequada do t e m a , passamos a t e r o nosso o b -
• P r o d u ç ã o de vídeo para o ensino de ciências; j e t o d e e s t u d o , que é exatamente a parte da realidade que vamos
• N o v a estratégia para avaliação de softwares educativos; pesquisar.
• Avaliação de processos de gestão.
Problema (pergunta o u perguntas de pesquisa)
O t e m a e s c o l h i d o deve:
• R e p r e s e n t a r u m a questão relevante, cujo m e l h o r m o d o de
s o l u ç ã o se faz p o r m e i o de u m a pesquisa científica; Pergunta-se: QUAL A R E A L I D A D E Q O E M E INTERESSA E S T U D A R ? Q U A L
• Ser factível e m relação à c o m p e t ê n c i a d o pesquisador, a i n f r a - A Q U E S T Ã Q Q U Q U E S T Õ E S Q U E M E I N T E R E S S A M D E S S A PARTE D A
e s t r u t u r a disponível e ao t e m p o e recursos para a pesquisa. REALIDADE?

O q u e fazer para definir u m tema?


O termo "realidade se refere a tudo que existe, em oposição
ao que é mera possibilidade, ilusão, imaginação e mera idealização.[...].
E m p r i m e i r o lugar, o t e m a selecionado deve fazer p a r t e , de p r e -
Realidade empírica é tudo que existe e pode ser conhecido
f e r ê n c i a , d o c o t i d i a n o d o pesquisador. Temas e m que o pesquisador
através da experiência" ( R U D I O , 1998, p . 9 ) .
não tenha vivência a l g u m a p o d e m se t o r n a r u m t o r m e n t o , que será
m i n i m i z a d o c o m a dedicação e e n v o l v i m e n t o d o pesquisador c o m
Toda pesquisa t e m início c o m a l g u m t i p o de p r o b l e m a , o u seja,
o estudo. D e m a n e i r a g e r a l , o passo i n i c i a l é de m u i t a l e i t u r a e m l i -
alguma coisa que se tenha v o n t a d e de solucionar o u c o n t r i b u i r
v r o s , artigos científicos e sites confiáveis da i n t e r n e t . A l g u m a s bases
para a sua solução, o u apenas c o m p r e e n d e r p o r que acontece. A
de dados de a p o i o e n c o n t r a m - s e na w e b g r a f i a (apêndice 4 ) .
isso c h a m a m o s de P R O B L E M A , que nada mais é d o que a questão
( p e r g u n t a ) que vai n o r t e a r t o d a a pesquisa. A escolha d o p r o b l e m a ,
assim c o m o o t e m a , d e c o r r e da e x p e r i ê n c i a d o pesquisador e d o
seu a m b i e n t e de t r a b a l h o , e isso leva e m conta sua i d e o l o g i a e até
D e l i m i t a r é i n d i c a r a abrangência d o estudo, estabelecendo os m e s m o suas curiosidades.
l i m i t e s extencionais e conceituais d o t e m a . Para que f i q u e clara e A l g u m a s i n t e r r o g a ç õ e s d e v e m ser feitas antes da definição de
precisa a e x t e n s ã o c o n c e i t u a i d o assunto, é i m p o r t a n t e situá-lo e m u m problema ( R U D I O , 1998):
sua respectiva área de c o n h e c i m e n t o , p o s s i b i l i t a n d o , assim, que se • O p r o b l e m a p o d e ser r e s o l v i d o p e l o processo de pesquisa
visualize a especificidade d o o b j e t o n o c o n t e x t o de sua área t e m á - científica?
tica ( L E O N E L , 2 0 0 2 ) . • O p r o b l e m a é s u f i c i e n t e m e n t e relevante?
Procure r e d u z i r o seu tema ao t e m p o adequado ao seu período • A pesquisa é factível?
disponível para a realização da m o n o g r a f i a . D e m o ( 2 0 0 0 , p . 13) afir- • Tenho c o m p e t ê n c i a para planejar e executar u m estudo desse
m a que, " q u a n t o mais algo está definido e n t r e l i m i t e s , mais claro se tipo?
torna". • O s dados que a pesquisa exige p o d e m ser r e a l m e n t e obtidos?

24 25
E x i s t e m recursos financeiros disponíveis para a realização da A p e r g u n t a é realística?
pesquisa? O assunto é a m p l o o u l i m i t a d o ?
O t e m p o é adequado para a e x e c u ç ã o d o p r o j e t o ?
Pessoa ( 2 0 0 5 , p . 4 7 ) u t i l i z a a expressão p e r g u n t a de p a r t i d a , e
diz q u e ela "sugere o mote, a impulsão de t o d o o processo, t a l q u a l
Regras para a formulação d e p r o b l e m a s
o m o t o r de a r r a n q u e de u m veículo é responsável p o r dar a p a r t i d a
a p r o v o c a r o seu m o v i m e n t o . [ . . . ] Sem u m a p e r g u n t a de p a r t i d a
válida, f u n c i o n a l , o p e r c u r s o da dissertação torna-se mais árduo,
cansativo e susceptível a p o s t e r g a ç ã o e desistência".
D e v e s e r v i r c o m o u m i n s t r u m e n t o para a o b t e n ç ã o de novos S a l o m o n ( 2 0 0 0 , p . 3 4 3 ) , u t i l i z a n d o a classificação de perguntas
conhecimentos; elaborada p o r L a r r o y o ( 1 9 7 5 ) , apresenta n o Q u a d r o 2 os t i p o s de
D e v e t e r aplicabilidade social; i n t e r r o g a t i v o s e seus possíveis vínculos.
D e v e ser d e l i m i t a d o ;
Deve ser claro e p r e c i s o ; Q u a d r o 2 - T i p o s d e i n t e r r o g a t i v o s e possíveis vínculos

D e v e r e f l e t i r u m a vivência d o pesquisador. Q q u ê ? O q u e é? Referem-se à conceituação e definição - l e v a m ao

c o n h e c i m e n t o descritivo.

Como? Refere-se à m a n e i r a , à q u a l i d a d e . Leva a o c o n h e c i -

m e n t o interpretativo.
1 . I n t r o d u ç ã o : O n d e o pesquisador faz a apresentação d o t e m a .
Por q u ê ? Refere-se à c a u s a l i d a d e , a o m o t i v o . Leva a o c o n h e c i -
São os antecedentes d o p r o b l e m a .
m e n t o explicativo.
2. S i t u a ç ã o - P r o b l e m a : E a caracterização d o p r o b l e m a , a q u i l o
que r e a l m e n t e interessa ao pesquisador. D e v e i n c l u i r a d e l i - Quando? Refere-se a o t e m p o . Leva a o c o n h e c i m e n t o histórico

m i t a ç ã o d o estudo. e ao conhecimento preditivo.

3. A E o r m u l a ç ã o d o P r o b l e m a ( A P e r g u n t a ) : T o d o o p r o b l e m a Qual? Quais? R e f e r e m - s e à classificação. L e v a m a o c o n h e c i m e n t o


deve ser f o r m u l a d o na f o r m a de p e r g u n t a . descritivo.

Quanto? Quantos? Referem-se à q u a n t i d a d e , à intensidade, à c o m p a r a -


P e r g u n t a é u m a ação q u e visa e n c a m i n h a r o a l c a n c e d e u m o b j e t i v o .
ç ã o e à classificação. L e v a m a o c o n h e c i m e n t o d e s c r i -

tivo e indiretamente ao interpretativo e explicativo.

A p r i m e i r a e mais i m p o r t a n t e decisão na elaboração de u m Qnde? Refere-se a espaço, lugar. Leva a o c o n h e c i m e n t o


p r o j e t o de pesquisa é a d e t e r m i n a ç ã o da p e r g u n t a . Perguntas m a l descritivo.
f o r m u l a d a s p o d e m c o n d u z i r a sérios desvios m e t o d o l ó g i c o s . A n t e s
Quem? Refere-se a o s u j e i t o , a o a u t o r . Leva a o c o n h e c i m e n t o
de d e f i n i r u m a p e r g u n t a , p r o c u r e r e s p o n d e r :
descritivo e indiretamente ao explicativo.
A l i n g u a g e m está clara?
A p e r g u n t a é relevante? Fonte: S a l o m o n (2000, p.343)

26 27
E x e m p l o s de p e r g u n t a s de pesquisa: Hipótese o u hipóteses

• Perguntas que não seguem a classificação d o Q u a d r o 2:

1 . M a t e r i a i s didáticos multimídia c o n t r i b u e m para a aprendiza- Pergunta-se (estudos com abordagem quantitativa): O QUE ESPERQ
g e m de alunos d o ensino m é d i o ? Q U E A C Q N T E Ç A C Q M A M I N H A I N T E R V E N Ç Â Q SQBRE A R E A L I D A D E
2. Os professores de ciências d o ensino m é d i o estão d e v i d a m e n - ESTUDADA ( a n t e c i p a u m a relação causa-efelto)?
te capacitados para a prática d o c e n t e da b i o s s e g u r a n ç a ?

Biossegurança - S ã o a ç õ e s e / o u e s t u d o s s o b r e o s m e c a n i s m o s de Pergunta-se (estudos com abordagem qualitativa): O QUE PENSO EN-

p r e v e n ç ã o , c o n t r o l e e m i t i g a ç ã o d e a c i d e n t e s n a área d a s a ú d e h u m a - CONTRAR N A REALIDADE ESTUDADA?

n a , a n i m a l e a m b i e n t a l . Está v o l t a d a e s p e c i f i c a m e n t e p a r a ambientes

h o s p i t a l a r e s e a m b i e n t e s d a m o d e r n a b i o t e c n o l o g i a (COSTA e COSTA, U m a h i p ó t e s e é a resposta prévia da questão f o r m u l a d a . Hipó-


2010). tese é s i n ó n i m o de suposição. Neste s e n t i d o , u m a h i p ó t e s e é u m a
afirmação c a t e g ó r i c a ( u m a s u p o s i ç ã o ) , que t e n t a r e s p o n d e r ao p r o -
blema a ser investigado.
• Perguntas que seguem a classificação d o Q u a d r o 2: U m a pesquisa p o d e t e r várias hipóteses. Ela, o u elas, deve ser
elaborada a p a r t i r da e x p e r i ê n c i a d o pesquisador e de o b s e r v a ç õ e s .
1 . C o m o capacitar professores de ciências para a prática d o c e n t e
Toda h i p ó t e s e deve c o n t e r duas variáveis: a variável i n d e p e n d e n t e ,
das novas tecnologias?
que é a causa, e a d e p e n d e n t e , que é o e f e i t o . Por e x e m p l o :
2. P o r q u e a violência n o b a i r r o X da cidade d o R i o de Janeiro
está a u m e n t a n d o ?
• M a t e r i a i s didáticos multimídia c o n t r i b u e m para a aprendiza-
. 1 g e m de alunos d o ensino m é d i o .
Cuidado!
N ã o c o n f u n d a problema c o m tema. O problema é uma pergunta, o M a t e r i a i s chdáticos multimídia variável
t e m a é a p e n a s u m a palavra o u expressão, o u u m a frase. E x e m p l o : O independente
t e m a c o r r e s p o n d e n t e a o p r o b l e m a a n t e r i o r ( e x e m p l o 1) p o d e r i a s e r C o n t r i b u e m para a a p r e n d i z a g e m
"Informática e a p r e n d i z a g e m " . (...) variável d e p e n d e n t e

E m p e s q u i s a s c o m a b o r d a g e m q u a l i t a t i v a , as h i p ó t e s e s , n a r e a l i d a d e ,
Lembre-se:
a d q u i r e m a característica d e p r e s s u p o s t o s (o próprio t e r m o "hipótese
N ã o são os resultados de pesquisas que alavancam a ciência,
é s u b s t i t u í d o p o r " p r e s s u p o s t o " ) , o u seja, u m b a l i z a m e n t o n o c o n f r o n -
mas s i m as perguntas f o r m u l a d a s para
t o c o m a realidade empírica. Q t e r m o "hipótese t e m u m a conotação
o d e s e n v o l v i m e n t o das pesquisas.
enràlzãda na a b o r d a g e m q u a n t i t a t i v a (MINAYQ, 1996).

28 29
N í v e l d e C o n h e c i m e n t o : Baseado na m e m o r i z a ç ã o , n o armazena-
m e n t o de i n f o r m a ç õ e s . C o m p o r t a vários graus de c o m p l e x i d a d e ,
desde u m a simples i n f o r m a ç ã o isolada, c o m o u m a data, u m n o m e
até o c o n h e c i m e n t o de u m a t e o r i a o u e s t r u t u r a . O que se deseja é
a l e m b r a n ç a o u a r e t e n ç ã o da i n f o r m a ç ã o a p r o p r i a d a .
• Verbos que d e v e m ser u t i l i z a d o s : D e f i n i r , identificar, n o m e a r ,
O b j e t i v o G e r a l : Pode ser d e f i n i d o c o m o a q u i l o que queremos
r e p e t i r , inscrever, listar, apontar, descrever (e o u t r o s ) .
alcançar ao t é r m i n o da pesquisa. O o b j e t i v o geral deve ser claro,
preciso e possível de ser a t i n g i d o . E x e m p l o s :
Nível de Compreensão: Baseado n o e n t e n d i m e n t o . I n c l u i a
• Analisar a influência de materiais didáticos multimídia na
translação (passagem de u m a m e n s a g e m de u m a l i n g u a g e m para
a p r e n d i z a g e m de alunos d o ensino m é d i o .
o u t r a ) , a i n t e r p r e t a ç ã o ( e n v o l v e o e n t e n d i m e n t o de i n t e r p e l a ç ã o
• D e s e n v o l v e r u m s o f t w a r e para o processo de ensino da biosse- das partes o u e s t r u t u r a da m e n s a g e m ) e a e x t r a p o l a ç ã o (envolve
gurança e m cursos de nível m é d i o . p r e d i ç ã o de c o n s e q u ê n c i a s da m e n s a g e m ) .
• D e s c r e v e r a atual situação dos acidentes n o t r a b a l h o na cons- •Verbos que d e v e m ser u t i l i z a d o s : descrever, discutir, organizar,
t r u ç ã o c i v i l n o m u n i c í p i o d o R i o de Janeiro. i n t e r p r e t a r , d e f i n i r , debater (e o u t r o s ) .

A . ^ E N í v e l d e A p l i c a ç ã o : Envolve a utilização dos conteúdos dos níveis


A - O n d e estamos de c o n h e c i m e n t o e c o m p r e e n s ã o . Refere-se à capacidade de utifizar
E- O n d e q u e r e m o s chegar ( o b j e t i v o geral) u m m a t e r i a l ( c o n t e ú d o ) apreendido e m situações novas e concretas.
•Verbos que d e v e m ser u t i l i z a d o s : A p l i c a r , d e m o n s t r a r , descre-
O b j e t i v o s E s p e c í f i c o s : P o d e m ser d e f i n i d o s c o m o etapas que v e r (e o u t r o s ) .
d e v e m ser c u m p r i d a s para se a t i n g i r o o b j e t i v o g e r a l . E x e m p l o s :
• Descrever o p e r f i l social dos alunos que utihzam computadores. N í v e l d e A n á l i s e : E n v o l v e o d e s d o b r a m e n t o d o m a t e r i a l e m suas
• Levantar dados sobre os acidentes de t r a b a l h o na c o n s t r u ç ã o partes consecutivas, a p e r c e p ç ã o de suas i n t e r - r e l a ç õ e s e os modos
c i v i l n o m u n i c í p i o d o R i o de Janeiro. de organização.
•Verbos que d e v e m ser u t i l i z a d o s : Analisar, comparar, investigar,
A / B /C D/ E ( o b j e t i v o geral) descrever (e o u t r o s ) .

B, C e D são o b j e t i v o s específicos N í v e l d e S í n t e s e : E n v o l v e a organização de c o n t e ú d o s trabalhados


nos níveis de c o n h e c i m e n t o , c o m p r e e n s ã o , aplicação e análise. Ca-
Para a u x i l i a r a escrever o o b j e t i v o geral e o b j e t i v o s específicos, pacidade de c o m b i n a r as partes para f o r m a r u m t o d o . Neste nível,
p r o c u r e e n q u a d r a r o que v o c ê deseja e m u m dos níveis de a p r e n d i - deseja-se a p r o j e ç ã o e criação de u m p r o d u t o o r i g i n a l a p a r t i r dos
zado a seguir, e u t i l i z e os verbos c o r r e s p o n d e n t e s ( C O S T A e C O S - assuntos abordados.
T A , 2 0 0 9 ) , de a c o r d o c o m os seis níveis d o d o m í n i o c o g n i t i v o da • Verbos que d e v e m ser u t i l i z a d o s : P r o p o r , explicar, planejar,
t a x o n o m i a de B l o o m ( R O D R I G U E S , 1994; B L O O M , 1 9 5 6 ) : d e m o n s t r a r (e o u t r o s ) .

30 31
N í v e l d e A v a l i a ç ã o : É o nível de m a i o r c o m p l e x i d a d e , pois B a r r a l ( 2 0 0 3 ) oferece alguns itens i m p o r t a n t e s que p o d e m fazer
i m p l i c a atividades de j u l g a m e n t o , isto é: uso de c r i t é r i o s e de pa- p a r t e de u m a boa j u s t i f i c a t i v a . São eles:
d r õ e s que p e r m i t a m apreciar o g r a u de precisão, efetividade, eco- a) A t u a l i d a d e d o t e m a : Inserção d o t e m a n o c o n t e x t o atual.
n o m i a o u suficiência de p o r m e n o r e s . Neste nível, o a l u n o apresenta b ) I n e d i t i s m o d o t r a b a l h o : P r o p o r c i o n a r á mais i m p o r t â n c i a ao
seu p o n t o de v i s t a , o seu j u l g a m e n t o p a r t i c u l a r sobre o assunto assunto.
t r a t a d o . Capacidade de j u l g a r o v a l o r de u m m a t e r i a l ( c o n t e ú d o ) c) Interesse d o a u t o r : V í n c u l o d o a u t o r c o m o t e m a .
c o m u m dado p r o p ó s i t o . d ) Relevância d o t e m a : Importância social, jurídica, política, etc.
• Verbos q u e d e v e m ser u t i l i z a d o s : Julgar, apreciar, c o m p a r a r , e) P e r t i n ê n c i a d o t e m a : C o n t r i b u i ç ã o d o t e m a para o debate na
avaliar, validar, analisar, d e m o n s t r a r (e o u t r o s ) . sociedade.

U m a pesquisa d e v e possuir apenas u m o b j e t i v o geral e tantos o b - N a j u s t i f i c a t i v a t a m b é m se c o l o c a m os m o t i v o s que l e v a r a m o


j e t i v o s específicos q u a n t o s necessários ( l e m b r e - s e q u e os o b j e t i v o s
pesquisador a buscar a resposta ao p r o b l e m a p r o p o s t o .
específicos d e v e m a p a r e c e r c l a r a m e n t e n o d e s e n v o l v i m e n t o d a m o -
n o g r a f i a ) . O s o b j e t i v o s d e v e m ser e s c r i t o s c o m v e r b o n o i n f i n i t i v o , d e
Nota: alguns autores colocam a justificativa antes dos objetivos. Não c o n -
f o r m a d i r e t a , o u seja, s e m introdução o u preâmbulos.
c o r d a m o s c o r r i essa c o n f i g u r a ç ã o , já q u e e n t e n d e m o s q u e p a r a se j u s t i f i -

c a r a l g o , é necessário, a n t e s , q u e c o n h e ç a m o s o q u e q u e r e m o s a t i n g i r .
Algumas instituições aceitam q u e os o b j e t i v o s específicos s e j a m
c o l o c a d o s na m e t o d o l o g i a ( d e s e n h o metodológico). Nesse caso, eles
p a s s a m a ser p r o c e d i m e n t o s a ser e x e c u t a d o s .

Revisão d e L i t e r a t u r a / Referencial Teórico


Os objetivos, q u a n d o q u a n t i f i c a d o s , r e c e b e m o n o m e d e metas.

Pergunta-se: O Q U E J Á FQI ESCRITQ SQBRE Q T E M A ? Q U A L A M I N H A

Justificativa F U N D A M E N T A Ç Ã O T E Ó R I C A PARA E S T U D A R ESTA R E A L I D A D E ?

Pergunta-se: P O R Q U E FAZER? Revisão de l i t e r a t u r a é a base de sustentação t e ó r i c a de u m t r a -


balho m o n o g r á f i c o . R e f l e t e o nível de e n v o l v i m e n t o d o a u t o r c o m
É o p o r q u ê da pesquisa. Justificar u m p r o j e t o de pesquisa é de o t e m a . Segundo Bastos et a l . ( 1 9 9 5 , p . 9 ) , visa " f a m i l i a r i z a r o l e i t o r
e x t r e m a i m p o r t â n c i a p o r q u e m o s t r a de que f o r m a os resultados c o m trabalhos existentes relativos ao que t e m sido f e i t o , p o r q u e m ,
o b t i d o s p o d e r ã o c o n t r i b u i r para a solução, o u m e l b o r , c o m p r e e n s ã o quando e onde [ . . . ] . Fornecer, a p a r t i r da delirieação crítica de
d o p r o b l e m a f o r m u l a d o . A j u s t i f i c a t i v a p o d e , e n t ã o , ser pautada nos várias p o s i ç õ e s t e ó r i c a s , u m a m o l d u r a c o n c e i t u a i que o f e r e ç a base
seguintes fatores: para a derivação de hipóteses e sua f u n d a m e n t a ç ã o " .
• Fatores Sociais A revisão de l i t e r a t u r a , t a m b é m p o d e ser chamada de revisão b i -
• Fatores Políticos bliográfica, revisão t e ó r i c a , f u n d a m e n t a ç ã o bibliográfica, estado da
• Aplicabilidade arte ( q u a n d o f o r abrangente e p r o f u n d a ) , o u resenha bibliográfica.

32 33
Para Silva e Menezes ( 2 0 0 1 , p . 3 0 ) , nesta fase, o pesquisador T e s e s e d i s s e r t a ç õ e s : U t i l i z e teses e dissertações da área, c o n -
deverá r e s p o n d e r às seguintes q u e s t õ e s : Q u e m já escreveu e o que cluídas e m instituições de ensino reconhecidas.
j á f o i p u b l i c a d o sobre o assunto? Q u e aspectos j á f o r a m abordados?
Q u a i s as lacunas existentes na literatura? Pode ser u m a revisão t e ó - Jornais e revistas não indexadas não sãojontes corjiáveis,
rica, empírica o u histórica. porque, muitas vezes, já trazem opiniões embutidas.
H i t c b c o c k e H u g h e s ( 1 9 9 5 , apud M O U R A et a l . 1998) a p o n t a m A internet pode ser uma opção, desde que o site seja oficial
(mesmo assim, seu uso deve ser restrito):
que a revisão d e l i t e r a t u r a :
• A m p l i a e refina o conhecimento existente;
E m p r o j e t o s d e m o n o g r a f i a s d e g r a d u a ç ã o e especialização, a r e v i -
• A j u d a a d e f i n i r e c l a r i f i c a r as q u e s t õ e s da pesquisa;
s ã o d a l i t e r a t u r a / r e f e r e n c i a l t e ó r i c o p o d e ser f e i t a p a r c i a l m e n t e n a
• P e r m i t e a identificação de lacunas e de ái-eas p o u c o exploradas;
própria introdução, q u a n d o se c o n t e x t u a l i z a o t e m a d a p e s q u i s a , o u
• A j u d a a esclarecer aspectos teóricos, metodológicos e anabticos;
t a m b é m , na justificativa.
• P e r m i t e a identificação de debates atuais e controvérsias.
(Este f o r m a t o n ã o é a d e q u a d o p a r a m o n o g r a f i a s d e m e s t r a d o e d o u -
torado).
J á o r e f e r e n c i a l t e ó r i c o p o d e ser chamado de q u a d r o t e ó r i c o ,
q u a d r o r e f e r e n c i a l , m a r c o t e ó r i c o , f u n d a m e n t a ç ã o t e ó r i c a o u qua-
U m e s t u d o p o d e t e r revisão d e l i t e r a t u r a (o q u e já f o i p u b l i c a d o s o b r e
d r o c o n c e i t u a i . A d o t a - s e a expressão r e f e r e n c i a l t e ó r i c o q u a n d o a
o a s s u n t o ) e r e f e r e n c i a l teórico ( b a s e teórica a d o t a d a p a r a análise d o s
revisão de l i t e r a t u r a assume u m c a r á t e r e s p e c í f i c o , o u seja, q u a n d o r e s u l t a d o s ) . Esta c o n f i g u r a ç ã o , e m b o r a c o r r e t a , n ã o é normalmente
apresenta estudos d i r e t a m e n t e v i n c u l a d o s ao p r o b l e m a de pesquisa encontrada.
p r o p o s t o , o u q u a n d o faz u m a revisão sobre u m a d e t e r m i n a d a t e o -
r i a , o u p e n s a m e n t o c i e n t í f i c o , que irá n o r t e a r o processo de análise
dos resultados. kr Procedimentos metodológicos M

As f o n t e s para e l a b o r a ç ã o de revisão de l i t e r a t u r a e/ou r e f e r e n - Pode-se usar a e x p r e s s ã o " D e s e n h o m e t o d o l ó g i c o " o u " M a t e r i a i s

cial t « ó r i c o : e m é t o d o s " , esta, q u a n d o o estudo não e n v o l v e r sujeitos.

A r t i g o s d e P e r i ó d i c o s C i e n t í f i c o s : Use artigos publicados


Pergunta-se: C O M O FAZER?
e m p e r i ó d i c o s científicos c o n c e i t u a d o s , de p r e f e r ê n c i a da p r ó p r i a
área d o p r o g r a m a de p ó s - g r a d u a ç ã o , e recentes (até 5 anos, e x c e t o
Tipos de pesquisas ( S A N T O S , 2 0 1 1 ; C O S T A e C O S T A , 2009;
para clássicos, o n d e n ã o existe i d a d e ) .
MARTINS e T H E Ó P H I L O , 2007):

L i v r o s : Use l i v r o s a c a d é m i c o s sobre o assunto de pesquisa. L i - Descrever o t i p o de pesquisa que será realizada, que p o d e ser:
v r o s clássicos não p o d e m ser esquecidos.
PESQUISA T E Ó R I C A
Artigos publicados em anais de congressos: Busque p o r Trata-se da pesquisa que é "dedicada a r e c o n s t r u i r t e o r i a , c o n -
artigos recentes (até 5 anos) e m c o n f e r ê n c i a s o u congressos nacio- ceitos, ideias, i d e o l o g i a s , p o l é m i c a s , t e n d o e m vista, e m t e r m o s
nais e i n t e r n a c i o n a i s da área. imediatos, a p r i m o r a r fundamentos teóricos" ( D E M O , 2000, p.20).

34 35
PESQUISA DESCRITIVA os pesquisadores e participantes representativos da situação
É a mais t r a d i c i o n a l das pesquisas. Ela descreve as características o u d o p r o b l e m a estão envolvidos de m o d o c o o p e r a t i v o o u
de u m a d e t e r m i n a d a p o p u l a ç ã o o u u m d e t e r m i n a d o f e n ó m e n o , participativo ( T H I O L L E N T , 2008).
e os i n t e r p r e t a . N ã o busca i n t e r f e r i r e n e m m o d i f i c a r a realidade
estudada ( R U D I O , 2 0 0 2 ) . • P E S Q U I S A P A R T I C I P A N T E - Para Brandão ( 1 9 9 9 ) , trata-se
de u m t i p o de pesquisa p o r m e i o d o qual se busca a p l e n a
PESQUISA E X P L I C A T I V A participação da c o m u n i d a d e na análise de sua p r ó p r i a realida-
É a pesquisa que busca esclarecer que fatores c o n t r i b u e m de de, c o m o o b j e t i v o de p r o m o v e r a participação social para o
a l g u m a f o r m a p a r a a o c o r r ê n c i a de a l g u m f e n ó m e n o . b e n e f í c i o coletívo.

S e g u n d o R u d i o ( 2 0 0 2 ) , d e s c r e v e r é n a r r a r o q u e a c o n t e c e , e expli^ Thiollent (2009) destaca q u e t o d a pesquisa ação é participante, p o -

rém, n e m t o d a pesquisa p a r t i c i p a n t e é pesquisa ação.


dizer p o r q u e acontece.
mm.
Tanto a pesquisa d e s c r i t i v a q u a n t o a explicativa p o d e m ser rea-
U m a p e s q u i s a p a r t i c i p a n t e p o d e ser u s a d a a n t e s d a p e s q u i s a a ç ã o , |
lizadas sob a f o r m a d e : c o m o i n s t r u m e n t o p a r a se c o n h e c e r a r e a l i d a d e o n d e se f a z necessária I
• E S T U D O D E C A S O — é u m estudo l i m i t a d o a u m a o u poucas u m a intervenção. i
unidades, que p o d e m ser u m a pessoa, u m a família, u m p r o -
d u t o , u m a instituição, u m a c o m u n i d a d e o u m e s m o u m país. E
u m a pesquisa detalhada e p r o f u n d a ( Y I N , 2 0 1 0 ; G I L , 2 0 0 9 ) . • P E S Q U I S A E X P E R I M E N T A L - é aquela e m que o pesquisador
m a n i p u l a variáveis c o m o o b j e t i v o de o b s e r v a r f e n ó m e n o s .
• PESQUISA DOCUMENTAL- é aquela realizada e m d o c u - S ã o t r a b a l h o s l a b o r a t o r i a i s , i s t o é , realizados e m ambientes
m e n t o s o f i c i a i s , o u seja, e m atas, r e g u l a m e n t o s , m e m o r a n d o s , c o n t r o l a d o s e c o m a l t o r i g o r científico. Constituição de dois
balancetes, c d ~ r o m , i n t e r n e t (quando o site f o r o f i c i a l ) , etc. g r u p o s : u m g r u p o de e x p e r i m e n t o e u m g r u p o de c o n t r o l e ,
a inclusão dos indivíduos nos g r u p o s deve o c o r r e r de m o d o
• P E S Q U I S A B I B L I O G R Á F I C A ~ é aquela realizada e m l i v r o s , aleatório. Após a definição dos g r u p o s , submete-se o g r u p o de
revistas, j o r n a i s , etc. Ela é básica para q u a l q u e r t i p o de pesqui- e x p e r i m e n t o a certos aspectos o u condições (ambientais, p o r
sa, mas t a m b é m p o d e esgotar-se e m si m e s m a . e x . ) , e n q u a n t o o g r u p o de c o n t r o l e permanece e m condições
normais.

• PESQUISA EX-POST-FACTO - q u a n d o o estudo se realiza


depois d o f a t o , o u seja, o fato a ser pesquisado já o c o r r e u . Obs. Q u a n d o o t e m a escolhido ainda não foi d e t a l h a d a m e n t e es-

t u d a d o , p o r t a n t o ainda não existem m u i t o s dados, d i z e m o s q u e é

• P E S Q U I S A A Ç Ã O — u m t i p o de pesquisa c o m base e m p í r i c a u m a p e s q u i s a d e caráter exploratório, e aplica-se a q u a l q u e r t i p o d e

que é concebida e realizada e m estreita associação c o m u m a pesquisa.

ação o u c o m a r e s o l u ç ã o de u m p r o b l e m a coletívo e n o qual

36 37
Abordagem C c o n t e x t o p a r a d i g m á t i c o ' dessas abordagens, o u seja, a visão
D e f i n i r se a pesquisa terá abordagem quabtativa e/ou quantitativa. realista/objetiva ( q u a n t i t a t i v a ) e a visão idealista/subjetiva (qualita-
N a l i t e r a t u r a e n c o n t r a m o s e x p r e s s õ e s d o t i p o "pesquisa qualita- t i v a ) , p o d e ser observado n o Q u a d r o 3.
t i v a " , o u " m é t o d o q u a n t i t a t i v o " . C o n s i d e r a m o s que essas expressões
n ã o são adequadas, pois o que d e f i n e , na realidade, essa escolba, é Q u a d r o 3 - A b o r d a g e n s quantitativas e qualitativas e p o n t o s d e vista

o c o n t e x t o e m q u e os dados o b t i d o s na pesquisa serão analisados, e Abordagem


não o t i p o de pesquisa, p o r t a n t o , m u i t o mais de acordo c o m a lógica Pontos d e Vista
Quantitativa Qualitativa
da a b o r d a g e m . P o r o u t r o lado, q u a l q u e r que seja a a b o r d a g e m , ela
Ciências Naturais Sociais
estará c o n t e x t u a l i z a d a n o m é t o d o adotado para o d e s e n v o l v i m e n t o
d o estudo ( C A N Z C N I E R I , 2 0 1 0 ; C R E S W E L L , 2 0 1 0 ) . Q u i d i d a d e (condiçóes C o n h e c i m e n t o científico C o n h e c i m e n t o cientí-
que determinam uma f i c o , filosófico e s e n s o
realidade particular) comum
A b o r d a g e m qualitativa - busca a compreensão.

A b o r d a g e m q u a n t i t a t i v a - busca a explicação. Características d o Fechados, g e r a l m e n t e A b e r t o s , p o d e m ser


projeto não são a l t e r a d o s alterados ao l o n g o d o
processo d e pesquisa
Cuidado!
Òbs. A t u a l m e n t e t e m o s v e r i f i c a d o o u s o c a d a v e z m a i o r d a expressão Diretriz inicial Hipótese Pressuposto

"abordagem qualitativo-quantitativa"simplesmente porque o estudo


Epistemológico Positivismo Interpretativismo
apresenta, n o seu c o n t e x t o , números, percentuais, médias, h i s t o g r a -

mas, e n t r e o u t r o s e l e m e n t o s . É i m p o r t a n t e frisar q u e a a b o r d a g e m Foco Busca explicação Busca compreensão

q u a n t i t a t i v a p o s s u i vários requisitos (amostra representativa, hipótese


Paradigma Hipotético-dedutivo Holístico-indutivo
a ser t e s t a d a , u m c o n t r o l e r i g o r o s o d e v a r i á v e i s , e n t r e o u t r o s ) . A a b o r -

d a g e m qualitativa busca significados, não exige representatividade Papel d o p e s q u i s a d o r Q b s e r v a d o r a distância, Interpretador da


objetivo realidade, imerso n o
amostrai, trabalha c o m pressupostos.
contexto

A estatística descritiva (média, desvio padrão, entre outros), assim como Papel d o s sujeitos T e n d e a servir-se d o s Tende a comunicar-se
sujeitos c o m os sujeitos
percentagens, podem ser utilizadas em pesquisas com abordagem quali-

tativa como meio de "potencialização" de significados. Natureza dos dados Qbjetivos Subjetivos

M é t o d o d e raciocínio Dedutivo Indutivo


Portanto:
Para q u e u m a p e s q u i s a s e j a c o n s i d e r a d a " q u a l i - q u a n t i " , e l a d e v e ser

i n i c i a d a " q u a l i t a t i v a " , e, a p a r t i r d o s s e u s r e s u l t a d o s , o pesquisador

p o d e e l a b o r a r h i p ó t e s e s a s e r e m t e s t a d a s . Essas p e s q u i s a s s ã o l o n g a s ^ Paradigma é u m c o r p o ideológlco-filosófico-cientifico considerado válido e m


e g e r a l m e n t e a p l i c a m - s e e m t e m a s c o m p l e x o s , e a p r i n c í p i o se b u s c a d e t e r m i n a d a época o u t e m p o e aceito p o r u m a c o m u n i d a d e cientifica. K u h n
a compreensão sobre u m a d e t e r m i n a d a realidade para, p o s t e r i o r m e n - ( 1 9 9 7 , p . 1 3 ) d e f i n e p a r a d i g m a c o m o : " [ . . . ] as r e a l i z a ç õ e s c i e n t i f i c a s universal-
mente reconhecidas que, durante algum t e m p o , f o r n e c e m prohlemas e soluções
te, buscar a explicação.
m o d e l a r e s p a r a u m a c o m u n i d a d e d e p r a t i c a n t e s de u m a c i ê n c i a " .

39
38
Objetivismo Construtivismo As pesquisas c o m a b o r d a g e m qualitativa se o r i g i n a r a m de d i -
Ontológico
versas disciplinas e enfoques t e ó r i c o s e m e t o d o l ó g i c o s (FLICK,
Construção da reali- Os f a t o s sociais são u m a A r e a l i d a d e é construí-
2 0 0 9 ; F L I C K , 2 0 0 4 ) . N a v a r r e t e ( 2 0 0 9 , p . 2 2 ) a d a p t o u u m estudo de
realidade objetiva da socialmente
dade
Patton ( 1 9 9 0 ) , que favorece a c o m p r e e n s ã o dessas r e l a ç õ e s , c o m o
Objetivos Estudos confirmatórios E s t u d o s exploratórios mostrado no Q u a d r o 4 ( c o m adaptações).

Grande e representativa Pequena e significativa


Amostra Quadro 4 - A b o r d a g e m qualitativa, disciplinas e enfoques
teóricos e metodológicos
Simples, fragmentáveis, Múltiplos, construídos
Tipo de dados
tangíveis, mensuráveis e através d a Interação E n f o q u e teórico e Disciplina Contexto
convergentes h u m a n a , holística e metodológico
divergente
Etnografia Antropologia Cultura de u m g r u p o de
Coleta da informação Extensiva Intensiva pessoas.

Representação d o s Numéricos Verbais, imagéticos Fenomenologia Filosofia Essência e e s t r u t u r a da e x p e -


dados (desenhos, fotos, filmes, riência d e u m f e n ó m e n o p o r
por exemplo) e c o m u m g r u p o d e pessoas.
possibilidade de dados
numéricos Etnometodologia S o c i o l o g i a , Linguística O s e n t i d o q u e as p e s s o a s
o u t o r g a m as s u a s a t i v i d a d e s
Reprodutibilidade dos Repetitivos Não repetitivos diárias p a r a v i v e r d e u m a
dados m a n e i r a aceitável social-
mente.
Resultados Busca generalizaçóes^ Busca particularidades,
transferibilidade" Heurística Psicologia M i n h a experiência d o
f e n ó m e n o e a essência d a
Análise d o s d a d o s Estatística. I n f e r ê n c i a s a Interpretação. Padróes experiência d e o u t r o s q u e
partir das amostras a p a r t i r d o s próprios também a vivem.
dados
Interacionismo Psicologia Social Símbolos e compreensóes
Orientação Orientada para resul- Orientada para o p r o - Simbólico c o m u n s q u e e m e r g e m para
tados cesso dar s e n t i d o à interação
humana.

Fonte: Navarrete (2009); Martins e Theóphilo (2007); Ethos (2003)


Psicologia Ecoló- Ecologia e Psicologia A busca d e metas individu-
gica ais a t r a v é s d e c o n d u t a s e
c o n t e x t o s específicos.

Teoria d o Caos Física T e ó r i c a , C i ê n c i a s A o r d e m subjacente a fenó-


' G e n e r a l i z a ç ã o é o p r o c e s s o q u e c o n s i d e r a os r e s u l t a d o s d e u m a p e s q u i s a c o m o Naturais menos desordenados.
verdades universais, sendo, p o r t a n t o , reprodutíveis e m qualquer c o n t e x t o .
Hermenêutica Teologia, Filosofia, C o n d i ç ó e s e m q u e se d e s e n -
" T r a n s f e r i b i l i d a d e é a u t i l i z a ç ã o de r e s u l t a d o s d e pesquisas c o m abordagens Crítica Literária volve u m a ação h u m a n a q u e
qualitativas, c o m o indicadores para o d e s e n v o l v i m e n t o de estudos similares e m p e r m i t e m Interpretar seu
o u t r o s locais, o u regiões. significado.

40 41
O local da pesquisa
Teoria d e Sistemas Multidisciplinar Como e por que funciona Descrever o l o c a l onde a pesquisa será realizada e j u s t i f i c a r a
u m sistema c o m o u m t o d o .
escolba.

Orientativa E c o n o m i a Política Perspectiva ideológica q u e


se m a n i f e s t a e m u m f e n ó - População, Amostra e Amostragem
meno.
N a e l a b o r a ç ã o de u m p r o j e t o de pesquisa deve-se t e r clara a
definição dos t e r m o s " p o p u l a ç ã o " , " a m o s t r a " e " a m o s t r a g e m " . A
F o n t e : N a v a r r e t e ( 2 0 0 9 , p.22), a d a p t a d o .
população é o c o n j u n t o de todos os e l e m e n t o s q u e , cada u m deles,
apresenta u m a o u mais características e m c o m u m . A amostra é
Sujeitos da pesquisa
p a r t e dessa p o p u l a ç ã o . A a m o s t r a g e m é o processo para o b t e n ç ã o
D e s c r e v e r quais s e r ã o os sujeitos da pesquisa e j u s t i f i c a r a
de u m a a m o s t r a . A definição da amostra n o p r o j e t o deve i n c l u i r os
escolha.
seguintes i t e n s :
Sujeitos são aqueles que g e r a m i n f o r m a ç õ e s q u e , de alguma f o r -
• C r i t é r i o de inclusão — c o m o f o r a m selecionados os sujeitos da
m a , s e r ã o usadas pelos pesquisadores. O s sujeitos t a m b é m são co-
pesquisa;
nbecidos c o m o indivíduos, i n f o r m a n t e s , atores sociais, e n t r e o u t r o s
(TURATO, 2008). • C r i t é r i o s de exclusão — quais os c r i t é r i o s para a não inclusão
de sujeitos na pesquisa;
E m pesquisas c o m abordagens qualitativas d i f i c i l m e n t e o n ú m e -
r o de sujeitos, p r i n c i p a l m e n t e e m entrevistas, p o d e ser d e t e r m i n a -
d o a priori. Esse l i m i t e é dado p e l o que chamamos de " r e c o r r ê n c i a " , A a m o s t r a g e m , e m p e s q u i s a c o m a b o r d a g e m q u a l i t a t i v a , d e v e ser

o u seja, q u a n d o os dados passam a se r e p e t i r ( D U A R T E , 2 0 0 2 ) . definida e m função d o a p r o f u n d a m e n t o e compreensão d o objeto

e m e s t u d o (busca d e significados), d i f e r e n t e m e n t e das a b o r d a g e n s

Aspectos éticos quantitativas, e m q u e a a m o s t r a g e m é definida a partir da representa-

D e a c o r d o c o m a R e s o l u ç ã o 1 9 6 / 9 6 d o C o n s e l h o N a c i o n a l de t i v i d a d e numérica q u e possibilite a generalização d o s resultados o b -

Saúde ( w w w . c n s . g o v . b r ) , n o p r o j e t o deve constar: t i d o s . M i n a y o ( 1 9 9 6 , p . l 0 3 ) s a l i e n t a q u e "a q u e s t ã o d a v a l i d a d e d e s s a

• U m a análise crítica de riscos e b e n e f í c i o s ; a m o s t r a g e m q u a l i t a t i v a está n a s u a c a p a c i d a d e d e o b j e t i v a r o o b j e t o

• C r i t é r i o s para suspender o u e n c e r r a r a pesquisa; e m p i r i c a m e n t e , e m t o d a s as s u a s d i m e n s ó e s " .

• Local de realização da pesquisa e i n f r a e s t r u t u r a n e c e s s á r i a ;


• C o n c o r d â n c i a da instituição o n d e os dados serão coletados e/
Tipos de amostragem
o u o n d e a pesquisa será realizada;
• P r o b a b i l í s t i c a : E aquela e m que cada e l e m e n t o da população
• Sigilo (declaração de que a i d e n t i d a d e dos p a r t i c i p a n t e s será
t e m u m a chance conhecida e d i f e r e n t e de zero de ser selecio-
mantida e m sigilo);
nado para c o m p o r a a m o s t r a . D i v i d e - s e e m :
• U s o e d e s t i n a ç ã o d o m a t e r i a l e / o u dados coletados ( t e m p o
q u e s e r ã o a r m a z e n a d o s b e m c o m o sua utilização e f o r m a de 1 . A m o s t r a g e m aleatória simples: Cada m e m b r o da população

descarte); t e m a m e s m a chance de ser selecionado na amostra.

• M o d e l o d o T e r m o de C o n s e n t i m e n t o L i v r e e Esclarecido 2. A m o s t r a g e m estratificada: A população é cbvidida e m g r u -

( T C L L ) d o s u j e i t o da pesquisa o u d e seu representante pos exclusivos (estratos) e a a m o s t r a g e m aleatória simples


legal (Apêndice 5 ) . é realizada para cada g r u p o .

43
42
3. A m o s t r a g e m p o r c o n g l o m e r a d o s : O pesquisador seleciona t r o s de d o c u m e n t a ç ã o , i n t e r n e t , l i v r o s , artigos, legislações, imagens,
c o n g l o m e r a d o s , e n t e n d i d o s esses c o m o escolas, empresas, e n t r e o u t r o s . U m a questão polémica refere-se ao uso da i n t e r n e t
b a i r r o , e n t r e o u t r o s . P o s t e r i o r m e n t e pode aplicar uma amos- c o m o f o n t e de dados. Informações obtidas de sites não oficiais d e v e m
t r a g e m estratificada. ser tratadas c o m cuidado, p o r é m aquelas originadas de sites oficiais
( g o v e r n o , universidades, entre outros) p o d e m ser usadas de f o r m a
• N ã o p r o b a b i l í s t i c a : É aquela e m que a seleção dos e l e m e n - e q u i l i b r a d a . N ã o existe u m a p o r c e n t a g e m m á x i m a o u m í n i m a de
tos da p o p u l a ç ã o para c o m p o r a amostra depende ao m e n o s , r e f e r ê n c i a s o r i u n d a s de i n t e r n e t , e o b o m - s e n s o d o pesquisador é
e m p a r t e , d o j u l g a m e n t o do pesquisador. D i v i d e - s e e m : que v a i , na realidade, prevalecer.
1 . A m o s t r a g e m p o r c o n v e n i ê n c i a : O pesquisador seleciona os Q u a n d o u t i l i z a m o s a r t i g o s , as boas práticas m e t o d o l ó g i c a s r e -
m e m b r o s da p o p u l a ç ã o mais fáceis e disponíveis. c o m e n d a m que eles t e n b a m n o m á x i m o cinco anos de publicação.
2. A m o s t r a g e m i n t e n c i o n a l : O pesquisador usa seu j u l g a m e n t o A r t i g o s clássicos não t ê m idade. U m a p e r g u n t a clássica na área da
para selecionar m e m b r o s da população que possam f o r n e - m e t o d o l o g i a é:
cer i n f o r m a ç õ e s relevantes.
3. A m o s t r a g e m p o r quotas: O pesquisador seleciona pessoas a
O que é mais i m p o r t a n t e : citar artigos o u livros?
p a r t i r de categorias p o r ele definidas ( p o r e x e m p l o : alunos,
professores, idade, sexo, nível de i n s t r u ç ã o , e n t r e o u t r o s ) .
Os a r t i g o s para s e r e m p u b l i c a d o s p a s s a m p o r avaliação d e pareceris- |
Essa s e l e ç ã o p o d e ser p o r conveniência o u i n t e n c i o n a l .
tas, o q u e n e m s e m p r e a c o n t e c e c o m os livros, p o r t a n t o , u m a m o n o - 1

grafia c o m referências o r i u n d a s , na sua m a i o r i a , d e a r t i g o s , t e m m a i s |


Erros c o m u n s d e a m o s t r a g e m
valor académico. |

T e n d e n c i o s i d a d e : Inerentes ao p r ó p r i o pesquisador.

Os instrumentos de coleta de dados


E r r o s d o a c a s o ( a l e a t ó r i o s ) : Variações aleatórias próprias e co-
E nessa fase, após a elaboração dos i n s t r u m e n t o s , que o pes-
m u n s e m u m c o n j u n t o de o b s e r v a ç õ e s . P o d e r ã o ser c o n t r o l a d o s se
quisador e n t r a r á e m c a m p o ; p o r t a n t o , é n e c e s s á r i o adotar as boas
os fatores de variação t i v e r e m possibilidade de ser e l i m i n a d o s .
práticas para coleta de dados ( B P C D ) , que c o n s i s t e m , basicamente,
n o seguinte ( C O S T A e C O S T A , 2 0 0 9 ) :
I ^
• Buscar s e m p r e u m a a p r o x i m a ç ã o c o m as pessoas da área sele-
Dados coletados de forma imprecisa ou descuidada podem ser
cíonada para e s t u d o ;
t o t a l m e n t e destituídos d e valor, m e s m o q u e a a m o s t r a seja s u f i c i e n -
• A p r e s e n t a r e d i s c u t i r a p r o p o s t a de estudo para o g r u p o a ser
temente representativa (abordagem quantitativa), ou significativa

(abordagem qualitativa).
estudado;
• A d o t a r u m a p o s t u r a ética.

As fontes de coleta de dados


Descrever as fontes utilizadas para a coleta de dados. T u r a t o ( 2 0 0 8 , p . 3 2 4 ) apresenta alguns p r o b l e m a s , de o r d e m
Podemos utilizar c o m o fontes de coleta de dados: observações pesso- p s i c o l ó g i c a , e n c o n t r a d o s na fase de coleta de dados (entrada e m
ais, percepções de terceiros (pessoa fonte), congressos, seminários, cen- c a m p o ) , m o s t r a d o s n o Q u a d r o S.

44
Q u a d r o 5 - A l g u n s p r o b l e m a s , d e o r d e m psicológica, ser e s t r u t u r a d o c o m perguntas abertas e / o u fecbadas. U m ques-
e n c o n t r a d o s na fase d a e n t r a d a e m c a m p o t i o n á r i o não deve ser m u i t o l o n g o para não cansar o r e s p o n d e n t e ,
e, a l é m disso, n ã o favorecer a respostas rápidas, m u i t a s vezes sem
Problemas No q u e consiste
significado. Os questionários p o d e m ser enviados p e l o C o r r e i o , mas,

Ideias d e intrusão n a O pesquisador é visto c o m o u m agente nesse caso, d e v e m acompanbá-los todas as i n s t r u ç õ e s básicas para
propriedade indevido. É visto c o m o u m elemento q u e seu p r e e n c b i m e n t o .
" n ã o é d a casa".
A g r a n d e v a n t a g e m d o q u e s t i o n á r i o , c o m o i n s t r u m e n t o de co-
S e n t i m e n t o d e invasão da O pesquisador é sentido c o m o u m agente leta de dados, é a sua capacidade de a t i n g i r u m g r a n d e n ú m e r o de
privacidade d e desequilíbrio d o f u n c i o n a m e n t o da pessoas. C o m o desvantagem, t e m o s a ausência da o b s e r v a ç ã o d o
instituição.
pesquisador n o ato d o p r e e n c b i m e n t o , o que faz d o q u e s t i o n á r i o
Ideação p a r a n o i d e O pesquisador é imaginado c o m o agente u m instrumento frio.
i d e n t i f i c a d o r das limitaçóes e d e f e i t o s d a
O u t r a d e s v a n t a g e m é que m u i t a s vezes as pessoas p r e e n c b e m
instituição.
u m q u e s t i o n á r i o c o m o i n t u i t o não de c o l a b o r a r c o m a p e s q u i -
Expectativa de u m retorno O pesquisador é sentido c o m o u m agente sa, m a s s i m d e se v e r l i v r e d o p e s q u i s a d o r . O s questionários
imediato a j u d a n t e o u s a l v a d o r d a Instituição p a r a
d e v e m ser e l a b o r a d o s e m u m a l i n g u a g e m s i m p l e s e o b j e t i v a .
f o r n e c e r soluçóes d e p r o b l e m a s teóricos e
práticos a esta. Q u a n d o b o u v e r t e r m o de difícil c o m p r e e n s ã o deve ser c o l o c a d o
seu s i g n i f i c a d o .
Resistências d o p e s q u i - O p e s q u i s a d o r se s e n t e u m i n t r u s o n a i n s t i -
sador t u i ç ã o e o b s e r v a d o r crítico d o s p r o b l e m a s .

T o d o q u e s t i o n á r i o d e v e s e r v a l i d a d o , o u s e j a , a n t e s d e aplicá-lo a o s s u -
F o n t e : A d a p t a d o d e T u r a t o (2008, p.324)
j e i t o s d a p e s q u i s a , d e v e ser f e i t o u m pré-teste c o m u m g r u p o m e n o r ,

n o s e n t i d o d e i d e n t i f i c a r possíveis falhas d e l i n g u a g e m e d e c o m p r e -
Para que os dados sejam corfiáveis, os instrumentos de coleta e n s ã o . Esses d a d o s o b t i d o s n o pré-teste n ã o d e v e m s e r c o n s i d e r a d o s
devem ter validade (mede o que pretende medir) efidedignidade n o p r o c e s s o d e análise.
(oferece constantemente os mesmos resultados, quando aplicado
à mesma amostra).
A n t e s de i n i c i a r o processo de e l a b o r a ç ã o de u m questionário
Descrever os i n s t r u m e n t o s que serão utilizados para a coleta de p e r g u n t e a si m e s m o :
dados: questionários, entrevistas, observações, entre outros. E i m p o r - 1 . Q u e p r o b l e m a ( p e r g u n t a ) desejo responder?
tante explicitar c o m o o i n s t r u m e n t o será usado o u aplicado, não se es- 2. Quais b i p ó t e s e s eu preciso testar?
quecendo de descrever a fase de pré-teste ( C O S T A e C O S T A , 2 0 0 9 ) .
3. Quais os o b j e t i v o s a alcançar?
E x i s t e m dois t i p o s de p e r g u n t a s : as abertas e as fecbadas. N o
• Questionário
Q u a d r o 6, de a c o r d o c o m A m a r o et a l . , 2 0 0 5 , apresentamos algu-
E u m i n s t r u m e n t o de coleta de dados, aplicado q u a n d o se q u e r
mas vantagens e desvantagens de cada u m a .
a t i n g i r u m g r a n d e n ú m e r o de indivíduos ( V I E I R A , 2 0 0 9 ) . Pode

46 47
Quadro 6 - Algumas vantagens e desvantagens D i g a q u a l o seu g r a u de c o n c o r d â n c i a e m relação às q u e s t õ e s
dos diferentes tipos de perguntas que se seguem:

Tipos d e Perguntas Vantagens Desvantagens


A M e t o d o l o g i a da Pesquisa é ensinada de f o r m a adequada nas

Abertas Permite o pensamen- Dificuldade e m organizar faculdades.


t o livre; respostas e c a t e g o r i z a r as r e s p o s t a s ;
variadas p e r m i t e m requer mais t e m p o para 1 ( ) 2( ) 3( ) 4( ) '5( )
a identificação d e responder; problemas c o m
Discordo Discordo Indiferente Concordo Concordo
significados. caligrafia ilegível.
totalmente totalmente
Fechadas Rapidez e facilidade Não estimula a originalida-
das respostas; facilita de; não p e r m i t e a identifi-
a categorização. cação d e significados.
Esse e x e m p l o é típico dessa escala ( c o m 5 i t e n s ) , p o r é m p o -
d e m o s c o n s t r u í - l a c o m 4 ( r e t i r a n d o - s e o " i n d i f e r e n t e " ) o u 7 itens
(acrescentando"Discordo ligeiramente" e Concordo ligeiramente").
~ — — ~ 1 A p ó s o p r e e n c b i m e n t o dos q u e s t i o n á r i o s , o pesquisador p o d e anali-
Observações sar cada i t e m separadamente, o u somar cada i t e m , para se analisar
Uma b o a prática d e c o l e t a d e d a d o s , q u a n d o se u t i l i z a q u e s t i o n á r i o , é u m g r u p o de itens. E x i s t e m outras escalas, cada u m a atendendo a
elaborá-lo d e f o r m a m i s t a , o u s e j a , c o m p e r g u n t a s a b e r t a s e f e c h a d a s . u m determinado objetivo ( B R A N D A L I S E , 2005).

A o r d e m e a q u a n t i d a d e d a s p e r g u n t a s s ã o f a t o r e s i m p o r t a n t e s , já q u e
T o d o q u e s t i o n á r i o deve ser acompanbado de u m a C a r t a E x p l i -
p o d e m afetar o interesse d o r e s p o n d e n t e , afetando, dessa f o r m a , a c a ç ã o , que deve c o n t e r :
q u a l i d a d e da informação. • A p r o p o s t a da pesquisa;
• I n s t r u ç õ e s de p r e e n c b i m e n t o ;
Q e n v i o d e questionários via c o r r e i o o u e-mail, e m b o r a t e n h a a v a n t a - • I n s t r u ç õ e s para d e v o l u ç ã o ;
g e m d e atingir u m g r a n d e número d e pessoas, possui a d e s v a n t a g e m • I n c e n t i v o para o p r e e n c b i m e n t o ;
da baixa taxa d e r e t o r n o . J o b b e r (1995, p.l 77) a p o n t a q u e a notifica- • Agradecimento.
ção a n t e r i o r p e l o c o r r e i o c o n v e n c i o n a l o u eletrônico, o u p o r t e l e f o n e .

Influencia p o s i t i v a m e n t e na taxa d e retorno. Para que as respostas possam t e r m a i o r significação é interes-


sante não i d e n t i f i c a r d i r e t a m e n t e o r e s p o n d e n t e c o m perguntas
d o t i p o N O M E , E N D E R E Ç O , T E L E E O N E e t c , a n ã o ser que seja
Q u a n d o o estudo e n v o l v e coleta de p e r c e p ç õ e s , g e r a l m e n t e se necessário.
utiliza u m q u e s t i o n á r i o baseado na Escala de L i k e r t ( B R A N D A L I -
SE, 2 0 0 5 ; L I K E R T , 1 9 3 2 ) . Rensis L i k e r t ( 1 9 0 3 - 1981), em 1932, • Entrevista
o b s e r v o u que os indivíduos e l a b o r a m níveis de aceitação sobre algo, E u m i n s t r u m e n t o de coleta de dados, aplicado q u a n d o se q u e r
e essa escala busca m e d i r e x a t a m e n t e esses níveis. E u m a escala a t i n g i r u m n ú m e r o r e s t r i t o de indivíduos ( R O S A e A R N O L D I ,
bipolar, o u seja, r e q u e r u m a resposta positiva o u negativa a u m a 2 0 0 8 ) . Sua g r a n d e v a n t a g e m é a interação e n t r e o pesquisador e o
afirmação. Por e x e m p l o : e n t r e v i s t a d o . A entrevista p o d e ser:

48 49
A b e r t a o u nao e s t r u t u r a d a : As perguntas sao feitas na m e d i d a
Observações
e m que a conversa vai t r a n s c o r r e n d o . Não existe u m r o t e i r o de
Procure selecionar pessoas que realmente têm o conhecimento neces-
entrevista. sário para satisfazer as suas necessidades de informação.

E s t r u t u r a d a : As perguntas são feitas a p a r t i r de u m f o r m u l á r i o Faça um pré-teste. Procure realizar uma entrevista com alguém que
c o m perguntas p r e v i a m e n t e estruturadas. poderá fazer uma crítica de sua postura e do roteiro antes dfe se en-
contrar com o entrevistado de sua escolha.
S e m i e s t r u t u r a d a : Realizada c o m perguntas estruturadas abertas.
A entrevista pode ser realizada pessoalmente, por telefone ou via
D e p r o f u n d i d a d e : É "uma entrevista não estruturada, direta, pessoal, internet. As duas últimas formas possuem a desvantagem de não se
em que um único respondente é testado por um entrevistador altamente poder captar gestos e expressões corporais, fatores importantes, prin-

treinado, para descobrir motivações, crenças, atitudes e sensações subjacentes cipalmente nas pesquisas com abordagem qualitativa.

sobre um tópico" (MALHOTR A, 2 0 0 1 , p . l 6 3 ) .


Na medida do possível, o entrevistador deve falar a mesma língua
do entrevistado, para se evitar possíveis constrangimentos e até blo-
Utilizamos a palavra "formulário" em entrevistas estruturadas, em que queios.
o pesquisador t e m um roteiro rígido e predefinido de perguntas e
deve apenas anotar as respostas dos sujeitos respondentes. Na rea- O ambiente da entrevista deve proporcionar bem-estar e segurança
lidade é um questionário, cujas respostas sâo dadas verbalmente e ao entrevistado, criando, dessa forma, uma atmosfera amistosa.

anotadas pelo pesquisador. Em entrevista semiestruturada, usamos a


Não demonstre insegurança ou admiração excessiva diante do entre-
palavra "roteiro". Na entrevista aberta, o roteiro adquire a forma de um
vistado para que isto não venha prejudicar a relação entre entrevista-
simples guia.
dor e entrevistado.

São boas práticas de coleta de dados q u a n d o se u t i l i z a a e n t r e - Seja objetivo, entrevistas longas podem se tornar cansativas para o
vista: entrevistado.

• Elaborá-la de f o r m a m i s t a (perguntas abertas e fecbadas);

• Agendá-la c o m a n t e c e d ê n c i a ; D u a r t e ( 2 0 0 2 , p . 1 4 5 ) , analisando a i m p o r t â n c i a d o l o c a l o n d e se
r e a l i z a m as entrevistas, aponta q u e :
• P r o c u r a r seguir a o r d e m p r e e l a b o r a d a ;
Entrevistas realizadas em locais de trabalho, por
• T o m a r n o t a o u gravar, se possível;
exemplo, geralmente trazem problemas difíceis de
• Facilitar a e n t r e v i s t a , d e i x a n d o o e n t r e v i s t a d o à v o n t a d e ;
solucionar: situações externas, frequentemente as in-
• N ã o i n f l u e n c i a r nas respostas. terrompem (um telefonema "importante", uma decisão
"urgente", a secretária, recados, etc), fazendo com que
o entrevistado perca o "fio da meada" [...].

SI
so
o corte das entrevistas (paralisação) éJeito quando E s t r u t u r a d a , q u a n d o o observador segue u m d e t e r m i n a d o r o -
as irjormaçõesfornecidas pelos entrevistados começam t e i r o de o b s e r v a ç ã o .
a se repetir sistematicamente. Esse é o ponto de recorrência, Simples, q u a n d o o o b s e r v a d o r está i n s e r i d o na realidade es-
ou ponto de saturação ( M A L H O T R A , 2001). t u d a d a , mas não segue n e n b u m r o t e i r o de observação e n e m
participa.
• G r u p o focal (Focus group) P a r t i c i p a n t e , q u a n d o o o b s e r v a d o r está i n s e r i d o n o c e n á r i o
Õ G r u p o f o c a l é u m a t é c n i c a de entrevista coletiva que envolve de e s t u d o , p a r t i c i p a dessa realidade. Pode baver o u não u m
u m a discussão o b j e t i v a e m e d i a d a sobre u m t e m a o u questão espe- r o t e i r o de o b s e r v a ç ã o .
cífica. A i n t e r a ç ã o e n t r e os p a r t i c i p a n t e s ( g e r a l m e n t e e m t o r n o de
10 a 12) favorece e i n f l u e n c i a , s o b r e m a n e i r a , a discussão. Os dados Observações
gerados, que p o d e m ser o b t i d o s a p a r t i r de m a n e i r a e s t r u t u r a d a o u A n t e s d e iniciar o processo d e observação, p r o c u r e e x a m i n a r o locai e

n ã o , são gravados e / o u f i l m a d o s , e p o s t e r i o r m e n t e t r a n s c r i t o s para d e t e r m i n e q u e t i p o s d e f e n ó m e n o s d e v e m ser r e g i s t r a d o s .

análise (Análise de C o n t e ú d o , o u Análise de D i s c u r s o , o u D i s c u r s o


d o Sujeito C o l e t i v o ) . As características gerais d o G r u p o Focal, se- Para q u e t a i s o b s e r v a ç õ e s t e n h a m v a l i d a d e c i e n t í f i c a , e l a s d e v e m ser

g u n d o B a r b o u r ( 2 0 0 8 ) , F l i c k ( 2 0 0 4 ) e K r u e g e r ( 1 9 9 4 ) , são: f e i t a s d e m a n e i r a s i s t e m á t i c a e p l a n e j a d a e as e v i d ê n c i a s c o l e t a d a s

• E n v o l v i m e n t o de pessoas. d e v e m s e r d o c u m e n t a d a s a t r a v é s d e f o t o s , a p o n t a m e n t o s , relatórios,

• Reuniões e m série. e n t r e o u t r o s (FABRÍCIO, 2 0 0 5 ) .

• H o m o g e n e i d a d e dos p a r t i c i p a n t e s q u a n t o aos aspectos de i n -


teresse da pesquisa.
T r i v i n o s ( 1 9 9 5 , a p u d M O U R A et a l . , 1 9 9 8 , p . 6 5 ) cita que "a
• G e r a ç ã o de dados.
o b s e r v a ç ã o de u m f e n ó m e n o i m p l i c a que ele seja abstraído de seu
• Natureza qualitativa.
c o n t e x t o para que possa ser estudado e m suas diferentes d i m e n -
• Discussão focada e m u m t ó p i c o que é d e t e r m i n a d o p e l o p r o -
s õ e s , tais c o m o atos, significados, relações etc."
pósito da pesquisa.

A ahálise dos dados


• Observação
D a d o s são algarismos, palavras, sinais, gestos, silêncios, e n t r e
o u t r o s , o u suas c o m b i n a ç õ e s . G e r a l m e n t e não possuem significado
p r ó p r i o , apenas q u a n d o estão c o n t e x t u a l i z a d o s , o u seja, t r a n s f o r -
mados e m I N F O R M A Ç Ã O . Os dados p o d e m ser:

• Q u a l i t a t i v o s : São as palavras, sinais, gestos, sons, imagens,


silêncio, e n t r e o u t r o s .
O quê? Quem? Como?
• Q u a n t i t a t i v o s : Os dados quantitativos se d i v i d e m e m dados de
E a f o r m a de apreensão de dados, caracterizada, especificamen- m e d i ç ã o e dados n u m é r i c o s .
t e , pela p e r c e p ç ã o d o observador. A o b s e r v a ç ã o p o d e ser:

S3
Os d a d o s d e m e d i ç ã o são f o r m a d o s p o r u m v a l o r numérico e p o r u m a i Q u a l q u e r q u e seja a técnica a d o t a d a p a r a a análise d o s d a d o s , n ã o |
u n i d a d e d e m e d i d a ( l O m ; 30s; 4h). Os d a d o s numéricos possuem e s q u e ç a d e justificá-la. I
u m v a l o r n u m é r i c o e u m a característica (3 a l u n o s ; 8 e n t r e v i s t a d o s , 9

questionários).
É i m p o r t a n t e q u e , na etapa de análise dos dados (GIBBS, 2 0 0 9 ) ,
sejam definidas as categorias, que p o d e m ser: analíticas o u c o n c e i -
Os dados, q u a n t o às f o n t e s , p o d e m ser caracterizados c o m o : tuais e e m p í r i c a s o u operacionais, q u e t ê m c o m o objetivos:
• P r i m á r i o s — A q u e l e s levantados p e l o p r ó p r i o pesquisador; • C o n s t r u i r u m a interface e n t r e a coleta de dados e a análise;
• Secundários — Aqueles j á existentes. • D e l i m i t a r o c o n j u n t o da i n f o r m a ç ã o q u e se p r e t e n d e analisar;
• R o t u l a r as unidades de i n f o r m a ç ã o t e n d o e m vista as necessi-
N a e l a b o r a ç ã o d o p r o j e t o descrevemos c o m o serão analisados os dades d o t r a t a m e n t o analítico.
dados o b t i d o s , o u seja, q u a l a t é c n i c a q u e será utilizada:
• Estatística — A p l i c a d a aos estudos c o m a b o r d a g e m q u a n t i t a t i v a As c a t e g o r i a s p o d e m ser d e f i n i d a s p r e v i a m e n t e a p a r t i r d e p e r c e p -
( M I N G O T I , 2005).
ções d o p e s q u i s a d o r s o b r e a r e a l i d a d e a ser e s t u d a d a , o u p o s t e r i o r -
• Análise de C o n t e ú d o — O q u e está sendo d i t o n o texto^ ( B A R -
m e n t e , já c o m os d a d o s disponíveis. C o n s i d e r a m o s q u e a definição
D I N , 2008).
posterior das categorias p o d e facilitar u m a m e l h o r compreensão da
• Análise de D i s c u r s o — C o m o algo está sendo d i t o n o t e x t o
r e a l i d a d e , já q u e e m e r g e m d a s falas e d o c o n t e ú d o d a s r e s p o s t a s
( O R L A N D I , 2009; O R L A N D I , 2005).
(FRANCO, 2 0 0 5 ; RICHARDSON, 1999). Q u a n d o se c o l o c a m c a t e g o r i a s
D i s c u r s o d o Sujeito C o l e t i v o — Visa expressar o p e n s a m e n t o de
p r e v i a m e n t e , existe a c h a n c e d e q u e a l g u m a s falsas interpretações
u m a c o l e t i v i d a d e , c o m o se esta fosse a emissora de u m discur-
d e u m a r e a l i d a d e , a n t e s d e se t e r d a d o s disponíveis, p o s s a m ser
so ( L E F R È V E e t a l . , 2 0 0 0 ) .
c a r r e a d a s p a r a a p e s q u i s a , e, d e s s a f o r m a , i n f l u i r n e g a t i v a m e n t e n o
• I n t e r p r e t a ç ã o das Falas — I n t e r p r e t a ç ã o das falas dos sujeitos, à
estudo.
l u z das p e r c e p ç õ e s d o pesquisador, t e n d o c o m o pano de f u n d o
a revisão de l i t e r a t u r a e / o u r e f e r e n c i a l t e ó r i c o a d o t a d o . N ã o
segue regras preestabelecidas, c o m o nas técnicas a n t e r i o r e s
A escolba dos i n s t r u m e n t o s de coleta de dados e as técnicas de
( O R L A N D I , 2007; MYERS, 2004).
análise aplicadas a esses dados d e f i n e m o d e s e n v o l v i m e n t o ade-
• Triangulação — Utilização d e múltiplas fontes de coleta de da-
quado da pesquisa. Rosa e A r n o l d i ( 2 0 0 8 ) a p o n t a m q u e e x i s t e m
dos, e / o u d i f e r e n t e s pesquisadores, e / o u diferentes teorias,
grandes lacunas para se executar satisfatoriamente essas etapas da
e / o u d i f e r e n t e s m é t o d o s , e / o u diferentes sujeitos, n o estudo
pesquisa, e isso, segundo as mesmas autoras,
do mesmo fenómeno ( N A V A R R E T E , 2009; T U R A T O , 2008;
É reflexo da fragilidade conceituai d e m u i t o s cursos
M I N A Y O et a l . , 2008; E L I C K , 2004; B A U E R e G A S K E L L ,
d e m e t o d o l o g i a , q u e n ã o e n f r e n t a m u m a necessária
2004; D E N Z I N , 1984).
discussão e p i s t e m o l ó g i c a ( e s t u d o crítico d o c o n h e c i -

mento), fornecendo aos discentes apenas u m rol d e


^ E x i s t e m d o i s t i p o s d e t e x t o s : a q u e l e s c o n s t r u í d o s n o p r o c e s s o d e p e s q u i s a , tais
c o m o t r a n s c r i ç õ e s de entrevista e p r o t o c o l o s de o b s e r v a ç ã o , e t e x t o s Já p r o d u z i - técnicas e i n v i a b i l i z a n d o , assim, a produção d e p e s q u i -

dos, c o m o notícias de j o r n a i s , revistas, d o c u m e n t o s o u artigos. sas c o n s i s t e n t e s ( R O S A e A R N O L D I , 2 0 0 8 , p . l 3 ) .

54 55
O b s . : N a fase d e análise dos dados, p r o c u r e seguir o princípio da
p a r c i m ô n i a . Esse p r i n c í p i o f o i p r o p o s t o p e l o frade e filósofo inglês
G u i l b e r m e de O c k a m (ca. 1 2 8 5 - 1 3 4 7 ) e diz que se existe mais de
Pergunta-se: Q U A L Q M A T E R I A L B I B L I Q G R Á F I C Q C I T A D Q N Q PRQJETO?
uma e x p l i c a ç ã o p a r a u m a dada o b s e r v a ç ã o , devemos adotar aquela
mais simples. Esse p r i n c í p i o t a m b é m é conbecido c o m o a "Navalba
de O c k a m " ( F E R R E I R A , 2001). São aquelas referências ( l i v r o s , a r t i g o s , sites, d o c u m e n f o s , e n t r e
o u t r o s ) utilizadas n o d e s e n v o l v i m e n t o d o p r o j e t o de pesquisa e r e -
ferenciadas de a c o r d o c o m o sistema adotado na instituição ( A B N T ,
k Limitações da pesquisa
A P A , V A N C O U V E R , outros).

Pergunta-se: Quais os fatores q u e p o d e m , d e a l g u m a forma, influenciar

nos r e s u l t a d o s d a p e s q u i s a e o q u e f o i f e i t o para contorná-los o u d i m i -

n u i r as s u a s i n f l u ê n c i a s . Pergunta-se: Q U A L Q MATERIAL BIBLIQGRÁFICQ UTILIZÁDQ, MAS NÂQ


mm C I T A D Q N Q PRQJFTQ?

k . Cronograma 1
São aquelas referências ( l i v r o s , a r t i g o s , sites, d o c u m e n t o s , e n -
tre o u t r o s ) utilizadas n o d e s e n v o l v i m e n t o d o p r o j e t o de pesquisa,

Pergunta-se: EM Q U A N T Q T E M P Q FAZER? mas que não f o r a m referenciados. N o r m a l m e n t e esta p a r t e não é


utilizada e m p r o j e t o s e n e m t a m p o u c o na p r ó p r i a m o n o g r a f i a , e n -
Q u a n t o ao c r o n o g r a m a , d e f i n i r o t e m p o que será n e c e s s á r i o t r e t a n t o a sua inclusão favorece e m m u i t o aquele l e i t o r interessado
para executar o p r o j e t o , o u seja, para realizar a pesquisa, d i v i d i n d o pelo tema.
o processo e m etapas e i n d i c a n d o o lapso t e m p o r a l necessário para
a c o n c r e t i z a ç ã o de cada etapa. k- Glossário / Definição d e t e r m o s

E l e m e n t o f a c u l t a t i v o q u e visa e x p l i c a r a l g u n s t e r m o s u t i l i z a d o s n o

projeto. M u i t a s vezes facilita a compreensão d o t e m a .


Pergunta-se: Q U A L S E R Á Q CUSTQ D A M I N H A PESQUISA?

Q u a n d o este i t e m f o r s o l i c i t a d o , d e v e m ser e x p l i c i t a d o s todos


os custos associados ao p r o j e t o , c o m o materiais permanentes^, m a -
nem v a l o r n e m d u r a ç ã o , m a s s i m o f a t o de o b e m ser d e s t i n a d o à m a n u t e n ç ã o
teriais de consumo^, passagens, diárias, e n t r e o u t r o s .
das a t i v i d a d e s da e m p r e s a .

'' M a t e r i a l d e c o n s u m o é a q u e l e q u e , e m r a z ã o d e seu uso c o r r e n t e e da d e f i n i ç ã o


^ M a t e r i a l p e r m a n e n t e , segundo a L e i n . 4 . 3 2 0 / 6 4 , é aquele c o m duração supe- da L e i n . 4 . 3 2 0 / 6 4 , p e r d e n o r m a l m e n t e sua i d e n t i d a d e física e / o u t e m sua u t i -
r i o r a 2 4 m e s e s . J á na L e i n . 6 . 4 0 4 / 7 6 , a d e f i n i ç ã o é m a i s a b r a n g e n t e e n ã o i m p õ e lização l i m i t a d a a dois anos.

56 57
Apêndices fe CAPÍTULO 3

S ã o e l e m e n t o s pós-textuais, o n d e c o n s t a m d a d o s extras, d e o r i g e m PROJETOS PARA O MESTRADO PROFISSIONAL


d o autor. A q u i e n t r a r i a m , p o r e x e m p l o , m o d e l o s d e questionários,

roteiros d e entrevistas, fotografias tiradas pelo pesquisador, entre

outros.

A simples introdução dos meios e das

tecnologias na escola pode ser a formo

mais enganosa de ocultar seus proble-


S ã o e l e m e n t o s pós-textuais, o n d e c o n s t a m d a d o s e x t r a s , d e o r i g e m d e
mas de fundo sob a égide da moderniza-
t e r c e i r o s . A s s i m c o m o o s a p ê n d i c e s , o s a n e x o s só d e v e m a p a r e c e r n o s
ção tecnológica. O desafio é como inserir
p r o j e t o s d e p e s q u i s a se f o r e m e x t r e m a m e n t e necessários. Por e x e m -
na escola um ecossistema comunicativo
plo: mapas, d o c u m e n t o s originais, fotografias tiradas p o r outra pessoa que contemple ao mesmo tempo: experi-
q u e não o p e s q u i s a d o r , questionários e l a b o r a d o s p o r terceiros. ências culturais heterogéneas, o entorno

das novas tecnologias da informação e

da comunicação, além de configurar o

espaço educacional como um lugar onde


Atenção
o processo de aprendizagem conserve
O p r o j e t o d e p e s q u i s a é u m e s b o ç o d e t a l h a d o d o q u e v a i ser r e a l i -
seu encanto.
z a d o (Intenções)! P o r t a n t o , e m u m p r o j e t o não e x i s t e m resultados,
Jesus M a r t i n B a r b e r o
d i s c u s s ã o e c o n c l u s õ e s . Estes i t e n s e s t a r ã o p r e s e n t e s s o m e n t e a p ó s

a e x e c u ç ã o d o p r o j e t o , o u seja, n a m o n o g r a f i a . A l g u m a s instituições,

nos p r o c e s s o s d e seleção para a pós-graduação, s o l i c i t a m resultados O M e s t r a d o Profissional ( M P ) está i n s e r i d o na pós-graduação

p r e l i m i n a r e s . N e s s e s c a s o s , essa p a r t e d e v e s e r c o l o c a d a c o m o j u s t i - stricto íensu. O . M P f o i f o r m a l i z a d o e r e g u l a m e n t a d o através da

ficativa para o d e s e n v o l v i m e n t o d o p r o j e t o e m questão, o u n o local P o r t a r i a n . 80 da Capes, de 16 de d e z e m b r o de 1 9 9 8 , sendo u m

i n d i c a d o p e l a instituição. título c o m as mesmas p r e r r o g a t i v a s d o M e s t r a d o A c a d é m i c o ( M A ) .


A P o r t a r i a n . 4 7 da Capes, de 17 de o u t u b r o de 1995, já p e r m i t i a
a flexibilização d o M e s t r a d o , p r e v e n d o cursos d i r i g i d o s à f o r m a ç ã o
p r o f i s s i o n a l . E m 23 de j u n b o de 2 0 0 9 f o i p u b l i c a d a n o Diário O f i -
cial da U n i ã o a P o r t a r i a n . 7 M E C / C a p e s , que trata d o M P , e que f o i
substituída pela P o r t a r i a n . 17, de 29 de d e z e m b r o de 2 0 0 9 .
C o m u m t e m p o de titulação m í n i m o de u m ano e m á x i m o de
dois anos, o M e s t r a d o Profissional deve possibilitar, segundo o A r -
t i g o 3° dessa P o r t a r i a :

58 59
I - a capacitação de pessoal para a prática p r o f i s s i o n a l avançada M a r a n h ã o , A c r e , Piauí, Alagoas, Amapá, R o n d ô n i a e R o r a i m a não
e t r a n s f o r m a d o r a de p r o c e d i m e n t o s e processos aplicados, p o r p o s s u e m M P . A f i g u r a 1 m o s t r a a distribuição de p r o g r a m a s de P ò s -
m e i o da i n c o r p o r a ç ã o d o m é t o d o científico, h a b i l i t a n d o o p r o f i s - G r a d u a ç ã o n o Brasil e m 2 0 0 9 ( G e o C a p e s , 2 0 1 0 ) .
sional para atuar e m atividades t é c n i c o - c i e n t í f i c a s e de inovação; Distribuição d e P r o g r a m a s PG p o r Nível

I I - a f o r m a ç ã o d e profissionais qualificados pela apropriação e


aplicação d o c o n h e c i m e n t o embasado n o r i g o r m e t o d o l ó g i c o e nos
fundamentos científicos;

I I I - a i n c o r p o r a ç ã o e atualização p e r m a n e n t e s dos avanços da ciên-


cia e das t e c n o l o g i a s , b e m c o m o a capacitação para aplicar os mes-
D a d o s relativos Fitro A n o : 2008 A m o s t r a : Todos
m o s , t e n d o c o m o f o c o a g e s t ã o , a p r o d u ç ã o t é c n i c o - c i e n t í f i c a na
pesquisa aplicada e a p r o p o s i ç ã o de inovações e a p e r f e i ç o a m e n t o s
Fonte: GeoCapes, 2009
t e c n o l ó g i c o s para a solução de p r o b l e m a s específicos.
F i g u r a 1 - D i s t r i b u i ç ã o d e p r o g r a m a s d e PG n o Brasil, e m 2 0 0 9 , p o r n í v e l
( D o u t o r a d o - 4 0 ; M e s t r a d o / D o u t o r a d o - 1.381; M e s t r a d o A c a d é m i c o - 1.054;
O M e s t r a d o P r o f i s s i o n a l caracteriza-se p o r p o s s i b i l i t a r :
M e s t r a d o Profissional - 243).
• Participação de profissionais de empresas não universitárias,
c o m o docentes.
G e o C a p e s p o d e ser d e f i n i d a c o m o u m a b a s e d e d a d o s q u e c o n s i s t e
• Parcerias e n t r e u n i v e r s i d a d e e empresas interessadas na q u a l i -
e m r e u n i r informações d e a c o r d o c o m sua localização geográfica. É
ficação p r o f i s s i o n a l .
u m a m a n e i r a d e disponibilizar informações acerca d o s mais diversos
• Autofinanciamento do programa. c e n á r i o s e m q u e a C a p e s p a r t i c i p a o u está r e l a c i o n a d a .
• Recursos didáticos a l t e r n a t i v o s às aulas e m sala e aos seminá-
rios.
• F o r m a t o s a l t e r n a t i v o s à dissertação c o m o f i n a l de c u r s o . N o M e s t r a d o A c a d é m i c o , o a l u n o a p r o f u n d a e p r o d u z conhe-
c i m e n t o s científicos n u m a preparação para se t o r n a r u m professor

E m b o r a seja u m a m o d a l i d a d e de p ó s - g r a d u a ç ã o e m c r e s c i m e n - e / o u pesquisador, p o r t a n t o , atividades académicas. J á o M e s t r a d o


t o n o B r a s i l , o M e s t r a d o P r o f i s s i o n a l ainda gera m u i t a s dúvidas, Profissional t e m c o m o o b j e t i v o p r i n c i p a l f o r m a r indivíduos para as
p r i n c i p a l m e n t e e m r e l a ç ã o ao M e s t r a d o A c a d é m i c o . E m 2009 áreas t e c n o l ó g i c a s e de p r e s t a ç ã o de s e r v i ç o s , o u seja, o p r o d u t o
havia n o Brasil 243 cursos de M P c o n t r a 1 . 0 5 4 cursos de M A . A desse m e s t r a d o não é p u r a m e n t e u m estudo científico, mas s i m u m a
m a i o r c o n c e n t r a ç ã o dos cursos está nas r e g i õ e s sul e sudeste (São pesquisa c o m base científica n o i n t u i t o de desenvolver novas t é c n i -
Paulo c o m 59 e R i o de J a n e i r o c o m 5 3 , e r a m , e m 2 0 0 9 , os Esta- cas, p r o c e d i m e n t o s , estratégias o u processos d i r e t a m e n t e aplicáveis
dos r e c o r d i s t a s e m cursos de M P ) . O s Estados de M a t o G r o s s o , ao u n i v e r s o d o t r a b a l h o , isto é, as dissertações de u m M e s t r a d o
Profissional d e v e m t e r aplicação prática. Os dois t i p o s de m e s t r a d o
t é m o b j e t i v o s d i s t i n t o s e, p o r t a n t o , d e v e m gerar p r o d u t o s t a m b é m
diferentes.
60 61
Segundo Q u e l h a s et a l . ( 2 0 0 5 , p . 9 8 ) , " o c u r s o busca f o r m a r u m • P r o d u ç ã o de p r o g r a m a s de mídia, e d i t o r i a , c o m p o s i ç õ e s , c o n -
p r o f i s s i o n a l capacitado para pesquisa, d e s e n v o l v i m e n t o e inovação certos, softwares;
( P & D & I ) , e t a m b é m capaz de atuar c o m o m u l t i p l i c a d o r , repassan- • Propostas de i n t e r v e n ç ã o e m p r o c e d i m e n t o s clínicos, o u ser-
do seus c o n h e c i m e n t o s para os demais profissionais n o seu c a m p o viços e m g e r a l ;
profissional". • D e s e n v o l v i m e n t o o u produção de i n s t r u m e n t o s , e q u i p a m e n -
tos e k i t s ;
Fischer ( 2 0 0 5 , p . 9 8 ) aponta q u e : .
• P r o d u ç ã o artística e m g e r a l ;
O t r a b a l h o de conclusão d o M e s t r a d o Profissional c o n - • Entre outros.
figura-se c o m o dissertação q u e d e m o n s t r e domínio d o
.
o b j e t o d e e s t u d o , além d a investigação aplicada à s o l u -
Obs.: N ã o está d e f i n i d o n e s s a P o r t a r i a se a p e n a s o p r o d u t o j á s e r i a
ção de problemas q u e possa ter i m p a c t o n o sistema a
s u f i c i e n t e p a r a a o b t e n ç ã o d o título d e m e s t r e . Por e x e m p l o , n o c a s o
q u e se d i r i g e . D e v e c o n t e r a d e s c r i ç ã o e d i s c u s s ã o d o s
de u m a patente, haveria necessidade de u m t e x t o explicitando t o d o o
resultados, conclusões e recomendações d e aplicações
processo d e obtenção da p a t e n t e ? A c r e d i t a m o s q u e , e m função dessa
práticas e s e r e m a n c o r a d a s e m u m referencial teórico.
dúvida, c a d a instituição v e n h a a d e f i n i r o seu próprio m o d e l o para
O seu conteúdo p o d e incluir, p o r e x e m p l o , resultados
apresentação d o trabalho final.
d e e s t u d o s d e casos, d e s e n v o l v i m e n t o s e descrição d e

metodologias, tecnologias e softwares, patentes q u e


G u i m a r ã e s ( 2 0 0 9 ) aponta que n o c o n t e x t o da pós-graduação
decorrem de pesquisas aplicadas.
stricto sensu, 2 0 % das instituições são não públicas. N o M P , p o r é m ,
é m e i o a m e i o , e cresce mais n o setor p r i v a d o . U m a das áreas que
Obs.: Os títulos d e M e s t r a d o A c a d é m i c o e M e s t r a d o P r o f i s s i o n a l p o s -
mais possui cursos de M P é a o d o n t o l ó g i c a .
s u e m as m e s m a s p r e r r o g a t i v a s . L o g o , q u e m p o s s u i u m M e s t r a d o P r o -

fissional também p o d e desenvolveratividades académicas.


Curiosidades

( C a p e s , c o m u n i c a ç ã o p e s s o a l , p o r e - m a l l , e m 11 d e a g o s t o d e 2 0 0 9 ) :
A P o r t a r i a n . 17 M E C / C a p e s de 2 0 0 9 esclarece que o t r a b a l h o
final de u m M P p o d e r á ser apresentado e m d i f e r e n t e s f o r m a t o s ,
1. A s d i s s e r t a ç õ e s m a i s a n t i g a s e m c u r s o s d e m e s t r a d o p r o f i s s i o n a l
tais c o m o :
d a t a m d e 0 1 / 0 2 / 1 9 9 9 , e são d o m e s m o P r o g r a m a :
• Dissertação;
U N I C A M P (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE C A M P I N A S )
• Revisão sistemática e a p r o f u n d a d a da l i t e r a t u r a ;
Á r e a : Q U A L I D A D E / E N G E N H A R I A DE P R Q D U Ç Ã Q
• Artigo;
• Patente;
• R e g i s t r o s de p r o p r i e d a d e i n t e l e c t u a l ; A u t o r : ELISEU C A R L Q S BQER, D e f e s a : 0 1 - 0 2 - 1 9 9 9

• Projetos t é c n i c o s ; Título: A R e d u ç ã o d o s E s t o q u e s e m P r o c e s s o s q u e U t i l i z a m as T é c n i c a s

• Publicações tecnológicas; " K a n b a n " Just-in-Time e MRP

• D e s e n v o l v i m e n t o de aplicativos, de m a t e r i a i s didáticos e ins-


t r u c i o n a i s e de p r o d u t o s , processos e t é c n i c a s ;

62 63
A u t o r : MARCELO A N T Ô N I O AGUILAR, Defesa: 01-02-1999 i
Funções d o s m a t e r i a i s didáticos
Título: M o t i v a ç ã o H u m a n a n a s O r g a n i z a ç õ e s - A n á l i s e Crítica d o C o m - 1
Fornecer informação;
p o r t a m e n t o H u m a n o n o C o n t e x t o das Teorias e Técnicas M o t i v a c i o -
Motivar o processo educativo;
nais A p l i c a d a s e m Organizações.
Exercitar habilidades;

Proporcionar simulações;
2. A t é 3 1 / 1 2 / 2 0 0 8 f o r a m d e c l a r a d o s , p o r p r o g r a m a s d e MP, 1 4 . 7 4 6 ;
Avaliar c o n h e c i m e n t o s e habilidades;
trabalhos d e conclusão d e curso.
P r o p o r c i o n a r a m b i e n t e s p a r a a expressão e criação.

C o m o e x e m p l o s de m a t e r i a i s didáticos que p o d e m ser desenvol-


M a t e r i a i s didáticos c o m o p r o d u t o s d e u m
vidos e m u m c u r s o de m e s t r a d o p r o f i s s i o n a l na área de e d u c a ç ã o ,
Mestrado Profissional
e c o m as devidas adaptações, e m o u t r o s campos d o c o n b e c i m e n t o ,
Neste capítulo t r a t a r e m o s de algumas características para o de- citamos:
s e n v o l v i m e n t o de p r o d u t o s para a área de educação, especificamente • Jogos educativos — l i v r o s , cartilhas, cartas, mapas, t a b u l e i r o s ,
materiais didáticos. softwares, vídeos, D V D s ;
U m m a t e r i a l didático, que p o d e ser i m p r e s s o o u d i g i t a l , de uso • Peças teatrais;
i n d i v i d u a l e / o u c o l e t i v o , d i r i g i d o ao a l u n o , professor o u ambos, • Aulas v i r t u a i s ;
deve p o s s u i r : l i n g u a g e m clara, i n f o r m a ç õ e s articuladas, design ade- • Histórias e m q u a d r i n h o s ;
quado e e s t i m u l a n t e , c o n t e ú d o adequado, e s t é t i c a , fácil manuseio. • Desenhos a n i m a d o s ;
Um m a t e r i a l didático d i g i t a l , além dessas características, t a m - • Sites educativos;
b é m deve p o s s u i r u m a b o a i n t e r a t i v i d a d e A L U N O - C O N T E U - • Brincadeiras;
D O - A L U N O e o seu design deve apresentar-se de f o r m a adequada à • T é c n i c a s de r e c r e a ç ã o ;
realidade. Os p r o d u t o s de u m mestrado profissional p o d e m ser apli- • Músicas;
cados n o ensino f o r m a l o u não f o r m a l . • T é c n i c a s esportivas;
C o n s i d e r a n d o que qualquer m a t e r i a l p o d e , e m u m dado m o - • P l a n e j a m e n t o de m u r a i s ;
m e n t o , ser usado c o m o r e c u r s o para a facilitação da aprendizagem, • M a t e r i a l e x p e r i m e n t a l : materiais variados para a realização de
c o n v é m d i s t i n g u i r os conceitos de m a t e r i a l didático e m a t e r i a l e d u - experimentos e m geral;
cativo : • O b j e t o s de a p r e n d i z a g e m para E A D * ;
• M a t e r i a l didático ( o u r e c u r s o didático) é qualquer m a t e r i a l i n - • O u t r a s estratégias lúdicas.
t e n c i o n a l m e n t e elaborado para f a c i l i t a r os processos de ensino
e aprendizagem. ' O b j e t o de A p r e n d i z a g e m para E A D (Educação a Distância) é d e f i n i d o c o m o u m a
e n t i d a d e , d i g i t a l o u n ã o d i g i t a l , q u e p o d e ser usada, re-usada o u r e f e r e n c i a d a d u r a n -
• Material educativo ( o u recurso educativo) é qualquer material
te o e n s i n o c o m s u p o r t e t e c n o l ó g i c o . E x e m p l o s de e n s i n o c o m s u p o r t e t e c n o l ó g i c o
q u e , e m u m d e t e r m i n a d o c o n t e x t o , possa ser usado c o m u m a
i n c l u e m sistemas de t r e i n a m e n t o baseados n o c o m p u t a d o r , a m b i e n t e s de a p r e n d i z a -
finalidade didática, c o m o u m j o r n a l , o u u m a revista semanal, g e m i n t e r a t i v a , sistemas i n s t r u c i o n a i s a u x i l i a d o s p o r c o m p u t a d o r , sistemas de e n -
por exemplo. sino a distância e ambientes de a p r e n d i z a g e m colaborativa. E x e m p l o s de O b j e t o s

64 6S
Para que o m a t e r i a l didático seja eficaz não basta ser apenas u m • A t i v i d a d e s Interativas — O c o n b e c i m e n t o é c o n s t r u í d o de m a -
b o m m a t e r i a l e n e m ser u m m a t e r i a l de elevada base t e c n o l ó g i c a . n e i r a pessoal, a p a r t i r dos p o n t o s de vista dos demais alimos
O u t r o s e l e m e n t o s d e v e m ser considerados: ( c o n s t r u ç ã o social d o c o n b e c i m e n t o ) .
• Os o b j e t i v o s e d u c a t i v o s que p r e t e n d e m o s alcançar;
• Os c o n t e ú d o s que serão u t i l i z a d o s ; A questão d a avaliação d o M a t e r i a l Didático
• As c a r a c t e r í s t i c a s d o s a l u n o s que utilizarão o m a t e r i a l
didático: interesses, c o n b e c i m e n t o s prévios, e x p e r i ê n c i a e ba- Q u a l q u e r p r o d u t o de M e s t r a d o Profissional, seja na área da e d u -

bilidades r e q u e r i d a s para o uso desse m a t e r i a l ; c a ç ã o , da administração, da saúde, da i n f o r m á t i c a , e n f i m , para que

• As e s t r a t é g i a s d i d á t i c a s que p o d e r e m o s u t i l i z a r c o m esse seja academicamente r e c o n b e c i d o , deve ser avaliado (validação), de


p r e f e r ê n c i a , pelos seus usuários, n o caso da e d u c a ç ã o , pelos alunos
material.
e / o u professores. Fases de avaliação sugeridas:

É i m p o r t a n t e q u e u m p r o j e t o de m e s t r a d o p r o f i s s i o n a l , que t e - • Avaliação d o p r o d u t o : analisar a qualidade d o m a t e r i a l p r o d u -


nba c o m o p r o d u t o u m m a t e r i a l didático, defina c l a r a m e n t e os três zido;
e l e m e n t o s d e t e r m i n a n t e s d o desenbo p e d a g ó g i c o : • Avaliação d o processo de i m p l e m e n t a ç ã o : analisar c o m o será
• A c o n c e p ç ã o de a p r e n d i z a g e m e da avaliação; utilizado o material;
• A e s t r u t u r a dos m a t e r i a i s didáticos; • Avaliação d o processo de t u t o r i a ( q u a n d o f o r o caso): v e r i f i c a r
• Os dispositivos de c o m u n i c a ç ã o . o processo de facilitação da a p r e n d i z a g e m e da i n t e r a t i v i d a d e ;
• Avaliação da dinâmica: analisar a interação n o g r u p o , coopera-
O desenbo p e d a g ó g i c o de u m m a t e r i a l didático deve t e r i n t e - ç ã o , c o n s t r u ç ã o da a u t o n o m i a , autoavaliação d o a l u n o , uso e
r a t i v i d a d e adequada e não c o n c e b e r o c o n b e c i m e n t o c o m o algo t r o c a de i n f o r m a ç õ e s e m a t e r i a i s , e n t r e o u t r o s fatores;
a repassar, o q u e i g n o r a as potencialidades disponibilizadas pelas • Avaliação sobre o i m p a c t o d o m a t e r i a l didático: analisar as
atuais t e c n o l o g i a s . O desenbo p e d a g ó g i c o deve favorecer a r e f l e x ã o mudanças n o processo de f o r m a ç ã o p r o f i s s i o n a l e/ou processo
e a a u t o n o m i a dos alunos, e nesse s e n t i d o deve atuar das seguintes de t r a b a l b o .
formas ( M A R Q U Ê S , 2004).
• A t i v i d a d e s C o n s t r u t i v a s — As atividades estão contextualizadas
A a v a l i a ç ã o s e m p r e está p a u t a d a n a a n á l i s e d e a l g u n s elementos.
e m situações reais e m o t i v a d o r a s .
A p ó s a a n á l i s e d e s s e s e l e m e n t o s é q u e se a g r e g a u m j u í z o d e v a l o r a o
• A t i v i d a d e s A u t o r r e g u l a d a s — E m u m p r i m e i r o m o m e n t o as
q u e está s e n d o a v a l i a d o . Para q u e se a v a l i e a l g o é n e c e s s á r i o , a n t e s ,
atividades são d i r i g i d a s p e l o professor, p o r é m , p o u c o a p o u c o ,
u m a análise.
o c o n t r o l e passa a ser d o a l u n o ( a u t o n o m i a ) .

de A p r e n d i z a g e m i n c l u e m conteúdo multimídia, conteúdos instrucionais, objeti- Q u a n d o consideramos a avaliação de materiais didáticos, deve-
v o s de e n s i n o , s o f t w a r e i n s t r u c i o n a l e s o f t w a r e e m g e r a l e pessoas, o r g a n i z a ç õ e s m o s sempre focar a sua eficácia didática, o u seja, a sua f u n c i o n a l i -
o u eventos referenciados durante u m ensino c o m suporte tecnológico (IEEE
dade c o m o m e i o f a c i l i t a d o r da a p r e n d i z a g e m . Esta eficácia depende
a p u d W I L E Y , 2 0 0 0 ) . Esses o b j e t o s d e v e m t e r c a r á t e r i n t e r a c i o n i s t a , p r o p i c i a n d o
basicamente de dois fatores: as características dos materiais e a
ao a l u n o u m a d i v e r s i d a d e d e t i p o s d e m a t e r i a i s , f a v o r e c e n d o u m a a p r e n d i z a g e m
autónoma e significativa. f o r m a c o m o estão sendo u t i l i z a d o s ( M A R Q U E S , 2 0 0 7 ) .

66 67
o u t r o s p r o d u t o s , desde que c o m as devidas adaptações, está c o n f i -
É i n t e r e s s a n t e q u e n o p r o j e t o d e M e s t r a d o Profissional c o n s t e m esses
g u r a d o e m t r ê s fases:
e l e m e n t o s . E m b o r a isto n ã o seja o n o r m a l , a inclusão desses itens f a -

cilitará, s o b r e m a n e i r a , o d e s e n v o l v i m e n t o d a d i s s e r t a ç ã o e d o p r ó p r i o
• A fase d o desenbo pedagógico d o m a t e r i a l ;
p r o d u t o , a g r e g a n d o o q u e se c h a m a d e v a l i d e z . • A fase de e l a b o r a ç ã o d o m a t e r i a l n o f o r m a t o de site;
• A fase de e x p e r i m e n t a ç ã o e avaliação d o m a t e r i a l e m situações
S u g e s t õ e s de t e m a s para o M e s t r a d o Profissional na área da educativas reais.

Educação
• D e s e n v o l v i m e n t o / o u avaliação de sites educacionais; FASE D O D E S E N H O P E D A G Ó G I C O
• D e s e n v o l v i m e n t o / o u avaliação de softwares educativos (aulas Esse m o d e l o , c o m as d e v i d a s a d a p t a ç õ e s , p o d e s e r a p l i c a d o a o u t r o s [
virtuais, por exemplo); m a t e r i a i s d i d á t i c o s , r e s p e i t a n d o - s e , o b v i a m e n t e , as c a r a c t e r í s t i c a s d e [
• P r o d u ç ã o de D V D s educativos; cada u m . I
• Produção de peças teatrais vinculadas a temas de interesse coletivo;
• Produção de cartilhas vinculadas a temas de interesse c o l e t i v o ;
Passo 1 . S e l e ç ã o d o m ó d u l o e análise de necessidades
• P r o d u ç ã o de histórias e m q u a d r i n h o s ;
• Determinar o tópico/tema do módulo;
• P r o d u ç ã o de l i v r o s didáticos o u paradidáticos';
• D e s c r e v e r o p o r q u ê e o para quê desenvolver esse m ó d u l o ;
• D e s e n v o l v i m e n t o de t é c n i c a s de r e c r e a ç ã o ;
• I d e n t i f i c a r as características e c o n b e c i m e n t o s prévios dos des-
• Avaliação, e m o u t r o s c o n t e x t o s , de materiais didáticos j á exis-
tinatários.
tentes;
• Avaliação de estratégias de gestão educativa;
Passo 2 . P l a n e j a m e n t o didático d o m ó d u l o
• Estudos, c o m f o c o p r á t i c o , sobre novas f o r m a s de gestão na
• Estabelecer os o b j e t i v o s de a p r e n d i z a g e m ;
Educação;
• Selecionar e organizar os c o n t e ú d o s ;
• Estudos, c o m f o c o p r á t i c o , sobre qualidade e m E d u c a ç ã o ;
• Planejar as atividades;
• E s t u d o s , c o m f o c o p r á t i c o , s o b r e c u r r í c u l o e avaliação da
• E l a b o r a r os c r i t é r i o s e e x e r c í c i o s de avaliação.
aprendizagem;
• D e s e n v o l v i m e n t o de m a t e r i a i s didáticos para alunos surdos e
cegos; FASE D E E L A B O R A Ç Ã O D O M A T E R I A L N O F O R M A T O D E SITE

• D e s e n v o l v i m e n t o de estratégias de formação de multiplicadores; Passo 3. C o n f i g u r a ç ã o n o f o r m a t o w e b


• Outros. • E l a b o r a r o esquema de m ó d u l o (realizar u m a r e p r e s e n t a ç ã o
gráfica e m p a p e l das páginas que farão p a r t e d o site);
M o r e i r a ( 1 9 9 9 ) , p a r t i n d o d e pressupostos p s i c o p e d a g ó g i c o s ,
• D e f i n i r as informações que estarão e m cada página e escrevê-las.
e l a b o r o u o seguinte m o d e l o para e l a b o r a ç ã o de materiais didáticos
n o f o r m a t o de site da web. Este m o d e l o , que p o d e ser u t i l i z a d o para
Passo 4 . D e s e n v o l v i m e n t o d o m a t e r i a l e m f o r m a t o H T M L
' L i v r o didático é aquele que possui u m a estrutura pedagógica voltada para al- • D e f i n i r e desenvolver os aspectos f o r m a i s das páginas ( í c o n e s ,
g u m a d i s c i p l i n a e q u e s e r v e c o m o s u p o r t e p a r a a e x e c u ç ã o de u m c u r r í c u l o n o
c o r e s , t i p o g r a f i a , e n t r e o u t r o s ) . Estabelecer os links h i p e r t e x -
p r o c e s s o d e e n s i n o . L i v r o p a r a d i d á t i c o é a q u e l e u t i l i z a d o c o m o a p o i o ao p r o c e s s o
de ensino. tuais ( i n t e r n o s e e x t e r n o s ao m ó d u l o ) ;

68 69
• I n c o r p o r a r os í c o n e s de links e ativá-los; N e s t e capítulo t r a t a m o s apenas de alguns p r o d u t o s aplicados à

• E d i t a r u m p r o t ó t i p o e testá-lo e m u m navegador. Revisar as área de E d u c a ç ã o , p o r é m , o M e s t r a d o Profissional deve ser i n c e n t i -

possíveis falhas. vado t a m b é m nas áreas de gestão da saúde, áreas t e c n o l ó g i c a s e de


s e r v i ç o s , p r i n c i p a l m e n t e e m estudos que p r o d u z a m i n o v a ç õ e s .

HTML. Sigla p a r a " H y p e r t e x t M a r k u p Language". É o código u s a d o para

t r a n s f o r m a r q u a l q u e r d o c u m e n t o c o m u m e m d o c u m e n t o accessível a Inovação é a I m p l e m e n t a ç ã o d e u m p r o d u t o ( b e m o u serviço) n o v o

distância pela r e d e m u n d i a l ( W o r i d - W i d e W e b ; W W W ) e navegável p o r o u aperfeiçoado, o u u m processo, o u u m n o v o m é t o d o d e avaliação,

m e i o das f e r r a m e n t a s d e busca d e informaçóes n a i n t e r n e t (browser). o u u m a n o v a estratégia, o u u m n o v o m é t o d o d e gestão, n o local d e

t r a b a l h o o u nas Instituiçóes afins.

FASE D E E X P E R I M E N T A Ç Ã O E A V A L I A Ç Ã O D O M A T E R I A L

Passo S. E x p e r i m e n t a ç ã o d o p r o t ó t i p o d o m ó d u l o e m c o n t e x t o s
educativos reais
• Publicar o p r o t ó t i p o e x p e r i m e n t a l d o m a t e r i a l na I n t e r n e t e
em C D - R O M ;
• D e t e r m i n a r c o m quais sujeitos o u g r u p o s será realizada a ex-
perimentação;
• E x p e r i m e n t a r e coletar dados através de entrevistas, questio-
n á r i o s , o b s e r v a ç õ e s , e n t r e outras f e r r a m e n t a s .

Passo 6. Análise e r e e l a b o r a ç ã o d o m a t e r i a l
• Análise dos dados e propostas de m e l h o r i a s para o m a t e r i a l ;
• R e e l a b o r a ç ã o das d i m e n s õ e s didáticas e t e c n o l ó g i c a s (cores,
links, ícones, entre outros).

Passo 7. E d i ç ã o e uso d o m a t e r i a l
—— '

Importante
Nos projetos de Mestrado Profissional, a parte q u e trata d o s

p r o c e d i m e n t o s metodológicos d e v e possuir, além d o s seus ele-

m e n t o s tradicionais (descritos n o capítulo 2), t a m b é m aqueles

r e f e r e n t e s a o d e s e n h o p e d a g ó g i c o d o p r o d u t o a ser g e r a d o , o seu

processo d e construção e/ou d e s e n v o l v i m e n t o e o seu processo

de validação.

70 71
APÊNDICE 3
Duas coisas são infinitas: o universo e a

estupidez humana. Mas, no que respeita

ao universo, ainda não adquiri a certeza

absoluta.

Albert Einstein

PROBLEMAS MAIS COMUNS ENCONTRADOS


EM PROJETOS DE PESQUISA

• T í t u l o m a l elaborado, e m desacordo c o m o t e m a ;

• Abstract c o m problemas de versão;

• Erros de gramática (crase, concordância v e r b a l , palavras repetidas


n o m e s m o parágrafo);

• Introdução fraca, ausência de contextualização;

• P r o b l e m a ( p e r g u n t a de pesquisa) elaborado de f o r m a c o m p l e x a ;

• Hipóteses f o r m u l a d a s de f o r m a inadequada;

• O b j e t i v o geral m a l e l a b o r a d o ;

• O b j e t i v o s específicos elaborados e m u m a dimensão s u p e r i o r ao


objetivo geral;

• O b j e t i v o s não iniciados c o m v e r b o n o i n f i n i t i v o ;

• Utilização nos objetivos de verbos, tais c o m o : m o t i v a r , sensibili-


zar, e n t r e o u t r o s ;

• Revisão de l i t e r a t u r a não atualizada, c o m ausência de estudos i m -


p o r t a n t e s sobre a t e m á t i c a ;

• Pouco uso de periódicos científicos, e utilização e m demasia de


l i v r o s e de fontes da i n t e r n e t ;

133
• Citações e m desacordo c o m o sistema de normalização escolhido; APÊNDICE 4
• Apropriação de textos de terceiros, sem citar a f o n t e ; o que já fiz não me interessa. Só penso no
que ainda não fiz.
• Parágrafos extensos;
P a b l o Picasso
• Afirmações de verdades sem a devida fonte bibliográfica;

• Tratamento de assuntos polémicos sob apênas u m dos lados da


questão;

• M e t o d o l o g i a descrita de f o r m a inadequada, c o m o : ausência de WEBGRAFIA


justificativa d o t i p o de pesquisa, não descrição de variáveis, não (alguns sites interessantes para pesquisas)
justificativa para escolba dos sujeitos e amostra, ausência da des-
crição dos i n s t r u m e n t o s que serão usados para a coleta de dados,
questões do questionário e/ou entrevista sem vínculo c o m o ob-
Sugestões para pesquisa na i n t e r n e t
j e t i v o da pesquisa, ausência de limitações do estudo;

• C r o n o g r a m a incompatível c o m o desenvolvimento da pesquisa; Ao utilizar "buscaiáòres" de pesquisa, coloque o objeto do seu estu-
do entre aspas. O n ú m e r o de documentos encontrados será menor,
• Referências bibliográficas elaboradas em desacordo c o m o m o d e l o
mas c o m m a i o r qualidade. Para fazer uma busca exata, coloque u m
de normalização adotado.
p o n t o final na palavra a ser pesquisada.

•ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA D E T E C N O L O G I A E D U C A C I O N A L
bttp://www.abt-br.org.br

• BIBLIOTECA D I G I T A L D A UFRGS
bttp://www.lume.ufrgs.br

• BIBLIOTECA DIGITAL DA U N I C A M P
bttp://libdigi.unicamp.br

• B I B L I O T E C A D I G I T A L D A USP
b t t p r / /www.teses.usp.br

• B I B L I O T E C A D I G I T A L D E TESES E D I S S E R T A Ç Õ E S (PUC-SP)
bttp: / / www.sapientia.pucsp.br

• BIBLIOTECA N A C I O N A L
bttp://www.bn.br .
• BVS: B I B L I O T E C A V I R T U A L E M S A Ú D E / E D U C A Ç Ã O
PROFISSIONAL E M SAÚDE
b t t p : / / w w w . bvseps. epsj v. fiocr uz. br
134 135
• C E N T R O D E C I Ê N C I A S D A E D U C A Ç Ã O D A UFSC / L I N K S NATURE
SOBRE T E C N O L O G I A E D U C A C I O N A L b t t p : / / w w w . hature . c o m
http: / / www.ced.ufsc.br/links/tecedu.btml
P E R I Ó D I C O S CAPES
• CIÊNCIA H O J E O N L I N E h t t p : / / w w w . periódicos. capes. gov. br
b t t p : / / w w w . c i e n c i a . o r g . b r 'A-"
P O R T A L D E ACESSO L I V R E D A CAPES
• DISCOVERY CHANNEL b t t p : / / acessolivre.capes.gov. br
bttp://www.discovery.com
PORTAL D O J O R N A L I S M O CIENTÍFICO
• FUNDAÇÃO O S W A L D O CRUZ bttp: / /www.jornalismocientifico.com.br
b t t p : / / w w w . f i o c r u z . br
P O R T A L P A R A P E R I Ó D I C O S D E L I V R E ACESSO N A
• F U N D A Ç Ã O S I S T E M A E S T A D U A L D E ANÁLISE D E D A D O S INTERNET
(FUNDAÇÃO SEADE) bttp://livre.cnen.gov.br
b t t p : / / www.seade.gov.br
P U B M E D : Mecanismo de busca bibliográfica da N E M (U.S.
•GOOGLE ACADÉMICO National L i b r a r y o f M e d i c i n e )
b t t p : / / scbolar.google.com. br bttp: / /www.pubmed.gov

• H I G H W I R E PRESS (Stanford U n i v e r s i t y ) REVISTA B R A S I L E I R A D E P Ó S - C R A D U A Ç Ã O (CAPES)


b t t p : / / b i g h w i r e . stanford. edu b t t p : / /wv^'w2 .capes.gov.br/rbpg/index.pbp/numeros-publicados

• I N S T I T U T O B R A S I L E I R O D E G E O G R A F I A E ESTATÍSTICA REVISTA C I Ê N C I A & E D U C A Ç Ã O (UNESP)


bttp:/ / www.ibge.gov.br/bome/default.pbp bttp: / / w w w 2 .fc.unesp.br/cienciaeeducacao/

• I N S T I T U T O B R A S I L E I R O D E I N F O R M A Ç Ã O E M CIÊNCIA REVISTA C I Ê N C I A S & C O G N I Ç Ã O (UFRJ)


E TECNOLOGIA b t t p : / /www.cienciasecognicao.org/ciencogn.btm
bttp:/ / www.ibict.br
' REVISTA E L E C T R Ó N I C A D E E N S E N A N Z A D E LAS CIÊN-
• L I L A C S : A base de dados L I L A C S — Literatura Latino-Americana CIAS - R E E C
e do Caribe em Ciências da Saúde compreende a l i t e r a t u r a rela- b t t p : / / w w w. saum. uvigo. es / reec
tiva às Ciências da Saúde, publicada nos países da Região, desde
• S C I E L O : Biblioteca Eletrônica
1982.
bttp: / /www.scielo.br
bttp: / / w w w . bireme. br
• SCIRUS
• M E D L I N E : Base de dados da literatura internacional da área m é -
b t t p : / / w w w . scirus.com
dica e biomédica, produzida pela N E M (U.S. National Library o f
• SISTEMA D E D O C U M E N T A Ç Ã O D A UFRJ ( M I N E R V A )
Medicine)
bttp://www.minerva.ufrj.br
bttp://medline.cos.com

136 137
•TESES ( A C E S S O L I V R E - V Á R I O S PAÍSES) APÊNDICE 5
h t t p : / / ulisses.sibul.ul.pt/ulisses/portal/btml/documentacaoa-
Um homem não é infeliz porque tem am-
cademica.btm bições, mas porque elas o devoram.

Montesquieu
•TESES E D I S S E R T A Ç Õ E S - S A Ú D E P Ú B L I C A
bttp://tbesis.icict.fiocruz.br

•TESES - F U N D A Ç Ã O O S W A L D O C R U Z
b t t p : / / t e s e s , i c i c t . fiocruz. b r Modelo deTermo de Consentimento
•WEB D O G O V E R N O BRASILEIRO Livre e Esclarecido - TCLE
bttp://www.brasil.gov.br

(Conforme a Resolução n. 196, d o Conselho Nacional de Saúde


de 10 de o u t u b r o de 1996)

Você está sendo convidado a participar da p e s q u i s a " — " , do Pro-


grama de P ó s - C r a d u a ç ã o e m A sua participação n ã o é obriga-
tória, mas, voluntária. A qualquer m o m e n t o você pode dcsi.-ítli Je
p a r t i c i p a r e r e t i r a r seu consentimento. Sua recusa não trará n e n h u m
prejuízo e m sua relação c o m o pesquisador, c o m a coordenação o u
c o m os demais docentes d o seu curso o u c o m sua instituição.

O b j e t i v o d o estudo: O o b j e t i v o p r i n c i p a l desse estudo é . . .

P r o c e d i m e n t o : Sua participação nesta pesquisa consistirá e m res-


p o n d e r a u m questionário c o m perguntas abertas e fecbadas. Even-
t u a l m e n t e você poderá t a m b é m p a r t i c i p a r de entrevistas gravadas
o u de registros e m vídeo, tendo para isso que f i r m a r t e r m o s de
autorização específico para uso de voz e i m a g e m .

Riscos: N ã o e x i s t e m riscos relacionados à sua participação.

Benefícios: O s benefícios gerados c o m a sua participação estão


relacionados às possíveis contribuições ao processo ensino-apren-
dizagem d a . . .

1 i8 139
Confidencialidade; A s informações obtidas através dessa pesquisa
serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre a sua participação.
Os dados não s e r ã o divulgados de f o r m a a possibilitar sua i d e n t i f i -
cação. Os resultados serão divulgados e m apresentações o u p u b l i -
cações c o m fins c i e n t í f i c o s o u educativos.

Custo e p a g a m e n t o : P a r t i c i p a r dessa pesquisa não implicará n e n b u m


custo para você, e, c o m o voluntário, você t a m b é m não receberá
qualquer v a l o r e m d i n h e i r o c o m o compensação pela participação.

Você r e c e b e r á u m a cópia deste t e r m o onde consta o telefone e


o e n d e r e ç o dos pesquisadores responsáveis, p o d e n d o t i r a r suas
dúvidas sobre o p r o j e t o e sua participação, agora o u a qualquer
momento.

Pesquisador responsável:
E n d e r e ç o e telefones de c o n t a t o :
E n d e r e ç o d o CEP ao q u a l o p r o t o c o l o f o i s u b m e t i d o :

D e c l a r o que e n t e n d i os o b j e t i v o s , condições, riscos e benefícios de


m i n h a participação na pesquisa e estou de acordo e m p a r t i c i p a r .

Local e data:

Nome:

Assinatura:

Q u a n d o se t r a t a r d e m e n o r d e i d a d e , o T C L E d e v e r á ser
assinado p e i o p a i o u m ã e , o u o r e s p o n s á v e l l e g a l .

140

Você também pode gostar