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MANDADO DE SEGURANÇA
em face de ato praticado por CEMIG, ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional
da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e
domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
DOS FATOS
Ocorre que no ano de xxxx em uma manhã que raramente o autor esteve neste
domicilio foi tocada sua campainha e o representante da Cemig informava que
estava fazendo o re-desligamento da energia e que a energia havia sido religada à
revelia deixando uma notificação em papel de cópia carbono informando dia, hora
e motivo e lacrando o relógio, tendo isto ocorrido e na negação de sua mãe em ter
feito qualquer intervenção no padrão o autor fez um parcelamento de conta no
valor de R$ xxxx mensal que ficou a cargo de sua mãe que à epoca ainda fez uso
do local por algum tempo fazer tal pagamento, e por motivo de sempre que
passava a noite no apartamento haver eletricidade no mesmo o autor acreditava
que não havia pendência no pagamento de energia. Ainda no âmbito do
fornecimento de energia o autor no ano de 2018 solicitou na unidade medição e
aferição do medidor uma vez que sua conta destoava em muito para cima dos
valores cobrados dos conhecidos e comparando com os valores de consumo de
hoje do próprio autor ainda é destoante, sendo que o representante da ré
compareceu ao local e sem retirar o relógio e usando apenas um alicate
amperímetro alegou não haver fuga alguma de energia. Trago esta ultima por
motivo de haver consumo muito elevado para uma pessoa que pouco pára em casa
e tão pouco sua mãe àquela época, entanto poderia estar havendo roubo de
energia pós medidor da Cemig, o que com razão não é responsabilidade da
mesma, porém justificaria inclusive a religação à revelia alegada pela ré e também
sem conhecimento do autor uma vez que por exigência da Ré o medidor de
consumo não pode ficar dentro da residência do autor o que permitiria o Autor
proteger de manuseio indevido e furtos e a Ré acusar de forma justa o autor pelo
mesmo estar exclusivamente de sua possuae em local protegido pelo mesmo.
Então como forma de proteção à minha integridade moral e financeira coloquei um
cadeado e tranca no mesmo impedindo o mesmo de ser aberto por terceiros sem o
meu conhecimento. Acontece que com o falecimento de nossos entes não há mais o
motivo de sacrificar sair as 4 da manhã de Mário Campos para chegar em Ribeirão
das Neves as 7h da manhã, pois dou aulas nesta cidade 2 dias da semana na parte
da manhã e 5 dias a tarde, e nem chegar as 20h da noite em casa, então no dia
19/04/2023 na parte da manhã levei compras para a casa, limpei e religuei a
geladeira colocando nela alimentos e congelados a afligem, não tem conseguido, já
há ........ meses, solver seu débito junto à "......." (Centrais Elétricas de ........).
Por conta disso, seu débito orça, atualmente, a cifra aproximada de R$ .........
(....... mil reais). É de se ressaltar que a concessionária do serviço público de
iluminação, até então, houve por bem em concordar no parcelamento do débito,
tanto assim que, da dívida anterior, receberam ........ parcelas.
O mais grave é que a impetrante possui 01 (uma) câmara fria, 02 (dois) freezers
para acondicionamento de carnes, 03 (três) geladeiras para salgados, saladas e
verduras, 01(um) freezer para sorvetes, 05 (cinco) freezers para bebidas, 01 (uma)
estufa, 01 (uma) cafeteira, 01 (uma) churrasqueira elétrica e outros equipamentos
de menos importância. Estes equipamentos encontram-se, como de costume,
devidamente abastecidos (carnes, bebidas etc) e, óbvio, correndo o risco de rápido
perecimento.
Destarte, caso esta situação perdure por mais tempo, agravará por demais a já
atribulada situação da impetrante, já que, com o corte no fornecimento de energia,
a mercadoria que lá se encontra, altamente perecível, não suportará mais que 12
(doze) horas sem que se deteriore. Em se deteriorando, faltará matéria-prima para
a atividade principal da impetrante, qual seja, o fornecimento de alimentação e, de
conseqüência (mais grave ainda) a frustração de seu empreendimento, fato
irreparável!
DO DIREITO
A Lei n.º 8.078/90 (CDC), em seu artigo 42, estabelece que "na cobrança de
débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça."
A impetrante, ressalte-se, não pretende utilizar-se desse remedium iuris com o fito
de locupletar-se; em verdade, o que precisa é de que a ......... continue lhe
oferecendo o mesmo tratamento, qual seja, dar-lhe oportunidade para a
renegociação do débito, parcelando-o conforme já vinha fazendo anteriormente.
O que ensinam os doutrinadores:
"Para Saavedra López , citado por Clèmerson Merlin Clève, in Lições de Direito
Alternativo, Ed. Acadêmica, 1992, fls. 115, "Projetar uma cultura e uma prática
jurídicas alternativas à cultura e prática dominantes a fim de, sem romper a
legalidade estabelecida, privilegiar no plano jurídico - especialmente no plano
judicial - um determinado interesse ou uma determinada prática social: os
interesses e a prática daqueles 'sujeitos jurídicos' que se encontram submetidos por
relações sociais de dominação."
Ora, pretende o Código de Defesa do Consumidor que este não fique submetido aos
interesses e à prepotência do fornecedor, considerado sempre como o mais forte
nas relações jurídicas!
DOS PEDIDOS
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]