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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA .....

VARA CÍVEL DA COMARCA DE BELO


HORIZONTE, ESTADO DE MG

Cleudiney Theodoro Brandão, brasileiro (a), solteiro em união estável, profissional


da área de Ensino e Informática, portador (a) do CIRG n.º MG 9294631 e do CPF
n.º 049.359.986-01, residente e domiciliado (a) na Rua Senador Campos
Vergueiro, n.º 421, Bairro Planalto, Cidade Belo Horizonte, Estado MG, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA

em face de ato praticado por CEMIG, ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional
da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e
domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

A impetrante, conforme qualificação, atua no ramo de prestação de serviços de


ensino e informática tendo atuado desde agosto de de 2021 com atendimento
remoto à partir da casa de sua mãe, por motivo de grave doença da mesma, que
veio a óbito em dezembro de 2022, em Ribeirão das Neves às margens da Rodovia
BR- ........., e desde fevereiro de 2023 à rua bairro Jardim Primavera, por motivo
de doença do avô de sua companheira que veio a óbito em 19/04/2023 o autor não
fazia frequente uso de sua residência localizada à rua Senador Campos Vergueiro
431 apto 404, bairro Planalto, Belo Horizonte, MG passando por vezes uma no
máximo duas noites por semana neste.

Ocorre que no ano de xxxx em uma manhã que raramente o autor esteve neste
domicilio foi tocada sua campainha e o representante da Cemig informava que
estava fazendo o re-desligamento da energia e que a energia havia sido religada à
revelia deixando uma notificação em papel de cópia carbono informando dia, hora
e motivo e lacrando o relógio, tendo isto ocorrido e na negação de sua mãe em ter
feito qualquer intervenção no padrão o autor fez um parcelamento de conta no
valor de R$ xxxx mensal que ficou a cargo de sua mãe que à epoca ainda fez uso
do local por algum tempo fazer tal pagamento, e por motivo de sempre que
passava a noite no apartamento haver eletricidade no mesmo o autor acreditava
que não havia pendência no pagamento de energia. Ainda no âmbito do
fornecimento de energia o autor no ano de 2018 solicitou na unidade medição e
aferição do medidor uma vez que sua conta destoava em muito para cima dos
valores cobrados dos conhecidos e comparando com os valores de consumo de
hoje do próprio autor ainda é destoante, sendo que o representante da ré
compareceu ao local e sem retirar o relógio e usando apenas um alicate
amperímetro alegou não haver fuga alguma de energia. Trago esta ultima por
motivo de haver consumo muito elevado para uma pessoa que pouco pára em casa
e tão pouco sua mãe àquela época, entanto poderia estar havendo roubo de
energia pós medidor da Cemig, o que com razão não é responsabilidade da
mesma, porém justificaria inclusive a religação à revelia alegada pela ré e também
sem conhecimento do autor uma vez que por exigência da Ré o medidor de
consumo não pode ficar dentro da residência do autor o que permitiria o Autor
proteger de manuseio indevido e furtos e a Ré acusar de forma justa o autor pelo
mesmo estar exclusivamente de sua possuae em local protegido pelo mesmo.
Então como forma de proteção à minha integridade moral e financeira coloquei um
cadeado e tranca no mesmo impedindo o mesmo de ser aberto por terceiros sem o
meu conhecimento. Acontece que com o falecimento de nossos entes não há mais o
motivo de sacrificar sair as 4 da manhã de Mário Campos para chegar em Ribeirão
das Neves as 7h da manhã, pois dou aulas nesta cidade 2 dias da semana na parte
da manhã e 5 dias a tarde, e nem chegar as 20h da noite em casa, então no dia
19/04/2023 na parte da manhã levei compras para a casa, limpei e religuei a
geladeira colocando nela alimentos e congelados a afligem, não tem conseguido, já
há ........ meses, solver seu débito junto à "......." (Centrais Elétricas de ........).

Por conta disso, seu débito orça, atualmente, a cifra aproximada de R$ .........
(....... mil reais). É de se ressaltar que a concessionária do serviço público de
iluminação, até então, houve por bem em concordar no parcelamento do débito,
tanto assim que, da dívida anterior, receberam ........ parcelas.

Ocorre, porém, que na tarde de hoje, durante o "serviço de almoço", os


funcionários da ......... dirigiram-se até o local onde encontra-se estabelecida a
impetrante e procederam ao "corte no fornecimento de energia", deixando-a às
escuras, com todos os equipamentos elétricos necessários ao funcionamento de seu
comércio impossibilitados de serem utilizados.

O mais grave é que a impetrante possui 01 (uma) câmara fria, 02 (dois) freezers
para acondicionamento de carnes, 03 (três) geladeiras para salgados, saladas e
verduras, 01(um) freezer para sorvetes, 05 (cinco) freezers para bebidas, 01 (uma)
estufa, 01 (uma) cafeteira, 01 (uma) churrasqueira elétrica e outros equipamentos
de menos importância. Estes equipamentos encontram-se, como de costume,
devidamente abastecidos (carnes, bebidas etc) e, óbvio, correndo o risco de rápido
perecimento.

Destarte, caso esta situação perdure por mais tempo, agravará por demais a já
atribulada situação da impetrante, já que, com o corte no fornecimento de energia,
a mercadoria que lá se encontra, altamente perecível, não suportará mais que 12
(doze) horas sem que se deteriore. Em se deteriorando, faltará matéria-prima para
a atividade principal da impetrante, qual seja, o fornecimento de alimentação e, de
conseqüência (mais grave ainda) a frustração de seu empreendimento, fato
irreparável!

DO DIREITO

A Lei n.º 8.078/90 (CDC), em seu artigo 42, estabelece que "na cobrança de
débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça."

A impetrante, em razão de atuar no ramo de fornecimento de alimentação, já


há ........ anos, nesta cidade, e, vendo-se obrigada a cerrar as portas de seu
restaurante pelo fato de ter sido impedida de continuar recebendo a energia
elétrica necessária ao seu funcionamento, está mais do que constrangida perante
os inúmeros usuários que transitam pela BR-...... e ....., além daqueles que para lá
se deslocam e que utilizam seus serviços .

A impetrante, ressalte-se, não pretende utilizar-se desse remedium iuris com o fito
de locupletar-se; em verdade, o que precisa é de que a ......... continue lhe
oferecendo o mesmo tratamento, qual seja, dar-lhe oportunidade para a
renegociação do débito, parcelando-o conforme já vinha fazendo anteriormente.
O que ensinam os doutrinadores:

"Para Saavedra López , citado por Clèmerson Merlin Clève, in Lições de Direito
Alternativo, Ed. Acadêmica, 1992, fls. 115, "Projetar uma cultura e uma prática
jurídicas alternativas à cultura e prática dominantes a fim de, sem romper a
legalidade estabelecida, privilegiar no plano jurídico - especialmente no plano
judicial - um determinado interesse ou uma determinada prática social: os
interesses e a prática daqueles 'sujeitos jurídicos' que se encontram submetidos por
relações sociais de dominação."

Ora, pretende o Código de Defesa do Consumidor que este não fique submetido aos
interesses e à prepotência do fornecedor, considerado sempre como o mais forte
nas relações jurídicas!

DOS PEDIDOS

Em assim entendendo, REQUER a impetrante que seja concedida, por Vossa


Excelência, ordem liminar, garantindo-lhe o direito à normal utilização de energia
elétrica, determinando, via mandado, que o Sr. ............. ordene a seus agentes a
pronta ligação da energia elétrica em seu estabelecimento comercial .

Concedida a liminar, seja a autoridade dita coatora instada a prestar as


informações devidas no prazo legal, ouvindo-se o Ilustre Representante do
Ministério Público e, por fim, o julgamento pela procedência do presente.

Dá à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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