Fichamento sintético - ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. São Paulo:
Martins Fontes,1999. Livro Primeiro (completo).
qual o problema central enfrentado pelo texto?
A legitimidade da sociedade entre homens ser coercitiva, como pregavam
produções teóricas as quais Rousseau refuta, ou convencionada. Na obra, Jean- Jacques Rousseau propõe uma teoria de origem aos homens, que , movidos pelo ímpeto da obrigação, uniram-se e associaram-se inicialmente para fins de sobrevivência. Estes , saindo de um estado natural onde se encontravam com ilimitados direitos e na ausência de uma moral, concordam submeter-se ao soberano poder do coletivo em favor do mantenimento de suas liberdades individuais.
qual a posição proposta pelo texto?
Partindo do pressuposto da liberdade natural do indivíduo, o autor postula desde o
início de sua produção a visão de um corpo político moral que nota o povo como agremiação de iguais, uma vez que tal corpo só existe por convenção coletiva, tratando toda subordinação coercitiva como injusta, argumentando não ser da natureza humana se deixar subjugar e alienar todas as suas forças sem o benefício de também ter voz ativa. Em sua obra, define a família como sendo a primeira e mais antiga das sociedades,além de ser a única natural. Firmado esse fato, Jean-Jacques afirma ser convencional a relação pai e filhos, uma vez que estes tendem a se desligarem daqueles quando não precisam mais de proteção. Tal formação pressupõe o nascimento de todos iguais e livres, alienando a liberdade conforme a conveniência Além disso, defende a liberdade individual justamente teorizando um contrato onde seja criado uma instituição regente e consequentemente uma moral legislatória convencionada e aceita por todos, já que foi em nome deles instaurada.
qual a argumentação oferecida para sustentar a posição?
Em toda a obra Rousseau condena teorias e ideais que definem líderes ou
governantes como naturalmente superiores , e que além disso, tratam o coletivo subordinado como inferiores ou incapazes de praticar juízo de valor.Não há,portanto, força real no mais forte se este não tornar tal desigualdade de poder em direito ,além de atribuir caráter obrigatório à obediência. O próprio Rousseau trata como irônico o direito do mais forte, e que a coerção não deveria ser motivadora da moral, uma vez que ceder à força é ato de necessidade, não de vontade.A força seria ,nesta lógica, raíz ilegítima do direito, e que só se pode obrigar à obediência se esta for promovida por poderes legítimos. Sobre o príncipe que se julga acima dos demais legitimamente,afirmar ser o mesmo decisivo mantenedor da tranquilidade civil é uma falácia, segundo Rousseau, já que estes são os contratantes da guerra e que esta é muito pior que dissensões,Para ele, o homem não se aliena gratuitamente,muito menos um povo: se assim fosse, não estariam os indivíduos com seu juízo perfeito, e portanto, não poderiam ser levados em consideração num contrato com caráter de justiça. Rousseau, concluindo, condena os governantes que submetem a multidão, ao invés de regê-la, retirando tal ênfase coercitiva atribuída erroneamente. Nestas situações, o autor enxerga um indivíduo obrigando a outros a servirem-no, e em sua proposta , a convenção entre indivíduos livres é a única e legítima maneira de um grupo se associar e garantir suas liberdades.