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O ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL

THE TEACHING OF NATURAL SCIENCES IN THE EARLY YEARS OF


ELEMENTARY EDUCATION

Autoria:

CARDOSO, Jaqueline Aguiar – mestranda em Profissional em Ciência, Tecnologia e


Educação

Email: jaqueline-cardoso@hotmail.com

NUNES, Marcus Antonius da Costa

Doutorado em Engenharia Mecânica,área Vibrações e Ruído, pela Universidade Federalde


Santa Catarina.Docente e coordenador de mestrado em Ciência,

Tecnologia e Educação do IVC,São Mateus/ES.

Email:marcaonunes@hotmail.com

Resumo

Este artigo tem o objetivo de provocar o debate em torno do problema do ensino de ciências
naturais nas séries iniciais do ensino fundamental. Em cada item é abordado um assunto mais
específico, como a dificuldade enfrentada pelos professores, algumas possíveis indicações de
práticas e a grande necessidade de uma melhor preparação dos professores para essas séries.
Todo o trabalho tem um objetivo maior: dar mais visibilidade a essa questão e despertar a
comunidade educacional para encontrar as soluções necessárias. Além da abordagem
embasada com ampla bibliografia, também mencionamos a necessidade da leitura de um texto
específico – livro – que traz bastantes exemplos práticos de que os docentes poderão de valer
para facilitar a tarefa de levar os alunos a construírem um conhecimento científico com
vontade e prazer.

Palavras-chave: ciências naturais, séries iniciais, docentes, preparação

Abstract

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This article aims to provoke debate about the problem of teaching natural sciences in the
initial grades of elementary school. Each item approaches a more specific subject, such as the
difficulty faced by teachers, some possible indications of practices and the great need for
better preparation of teachers for these series. All of this work has a greater purpose: to raise
the visibility of this issue and to awaken the educational community to find the necessary
solutions. Besides the approach based on a large bibliography, we also mentioned the need to
read a specific text - book - which brings many practical examples that teachers can use to
facilitate the task of getting students to build a scientific knowledge with will and pleasure .

Key words: natural sciences, initial series, teachers, preparation

INTRODUÇÃO

Conforme se pode perceber, quando em conversa entre docentes – geralmente,


formados em Pedagogia – que lecionam nas séries iniciais das escolas, há preocupantes
dúvidas dos mesmos sobre o que ensinar aos alunos dessas séries, no tocante às Ciências
Naturais.

Em virtude desta preocupação que também nos assola, resolvemos escrever o presente
artigo com vistas a enfatizar alguns dos aspectos que envolvem essa problemática.

Apresentamos, no item 1, um apanhado no que concerne sobre a preocupação no


ensino de ciências naturais nas séries iniciais do ensino fundamental, em que trazemos um
levantamento bibliográfico acerca da problemática.

Com o item 2, trazemos considerações acerca de formas de lecionar Ciências Naturais,


o que é um assunto amplo e que não pode ser trabalhado em uma único artigo de uma dezena
de páginas. Por isso, indicamos uma leitura muito interessante a respeito, com a devida
indicação de acesso ao material.

Por último, no item 3, abordamos a questão da formação de docentes para estarem


preparados a trabalhar com os conteúdos de Ciências naturais nas séries iniciais do ensino
fundamental. Além de menções bibliográficas, trazemos observações próprias com relação aos
problemas que complicam essa formação e a situação dos docentes, consequentemente, da
educação brasileira como um todo.

1 O CERNE DA PREOCUPAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NAS


SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Conforme Santana Filho, et al, 2011,

A importância do ensino de Ciências é reconhecida por pesquisadores


da área em todo o mundo, havendo uma concordância relativa à
inclusão de temas relacionados à Ciência e à Tecnologia nas Séries

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Iniciais. Apesar da convergência de opiniões e de sua incorporação


pelas propostas curriculares e planejamentos escolares, ainda hoje em
dia a criança sai da escola com conhecimentos científicos insuficientes
para compreender o mundo que a cerca.

Diante de tal fato, podem ser formuladas questões como: Qual é,


afinal, a importância dos conhecimentos científicos para a vida dos
educandos? Quais aspectos devem ser enfatizados ao se ensinar
Ciências Naturais? Quais as demandas da sociedade em decorrência do
desenvolvimento científico e tecnológico? Como as pessoas e as
escolas deveriam agir perante o amplo desenvolvimento da ciência e
da técnica? (SANTANA FILHO et al, 2011, p. 3)

Observa-se claramente que há perguntas preocupantes citadas pelos autores. Em cima disso,
Juliatto, 2009, afirma:

A tarefa de educar contém enorme desafio espiritual. Educar é fazer


desabrochar o que há de melhor dentro de cada um dos nossos alunos...

Educar é ajudar a descobrir as potencialidades dos alunos e fazê-las


operativas. É fazê-los descobrir os próprios medos e aprender a superá-
los. E isso é tarefa altamente espiritual. (JULIATTO, 2009, p. 49)

Levando em conta a afirmação mencionada, é possível dizer que perdura a ideia de certo
idealismo no que tange lecionar. Como os alunos são seres em formação, para descobrir seus
medos e superá-los, os alunos precisam conhecer como funciona seu corpo e o ambiente em
que está vivendo.

É hora de refletir sobre como levar conhecimentos de ciências naturais até os pequenos
alunos. Será que o uso de livros didáticos é suficiente? Pensamos ser insuficiente, ou até uma
forma ultrapassada. O professor deve levar sua turma a conhecer, de forma mais direta com o
ambiente para mostrar como funciona a vida de plantas, animais e de essa mesma vida
necessita: ar, água, solo, luz solar. A criança, na hora de se alimentar pode e deve saber que o
alimento é provido pela natureza – vegetais e animais e que tudo é fruto de um trabalho de
alguém. Assim, o pequeno aluno já perceberá que o trabalho das pessoas adultas visa prover o
sustento de todos e que o trabalho é uma função cidadã.

“Para o exercício pleno da cidadania, um mínimo de formação básica em ciências deve


ser desenvolvido, de modo a fornecer instrumentos que possibilitem uma melhor compreensão
da sociedade em que vivemos” (DELIZOICOV & ANGOTTI, 1990, p. 56).

Conforme Pretto, 1995,

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O conhecimento científico é uma maneira de se interpretar os


fenômenos naturais; a ciência é parte integrante da cultura; a ciência
faz parte da história das diferentes formas de organização da
sociedade; e o desenvolvimento científico e tecnológico é cada vez
mais acentuado. (PRETTO, 1995, p. 19).

O que Pretto quer dizer é que aprender ciências naturais na infância constrói a base
para o futuro cidadão adulto viver culturalmente em uma sociedade como um todo integrado.
A pessoa humana não é um ser isolado dos demais humanos e nem dos demais seres e
elementos da natureza.

Para as crianças, a matéria de ciências é muito interessante e atrativa aos olhos das
crianças. Perguntamos: qual criança não se interessa pela natureza, por novas e belas
descobertas, por experimentar? Por isso, o professor pode usar técnicas as mais variadas para
conquistar o aluno. Ele pode e deve trabalhar, ao mesmo tempo, ciências naturais de forma
integrada com outras disciplinas.

2 FORMAS DE TRABALHAR CIÊNCIAS NATURAIS NAS SÉRIES INICIAIS

Segundo Nascimento, 2012,

A Alfabetização Científica vem se tornando cada vez mais um dos


principais objetivos dentro do ensino de Ciências. Apesar de o termo
nos remeter à ideia de linguagem, tal alfabetização, segundo diversos
autores, engloba todos os domínios e usos de um certo conhecimento,
algo próximo às ideias de alfabetização concebidas por Paulo Freire,
em que: “a alfabetização é mais que o simples domínio psicológico e
mecânico de técnicas de escrever e de ler”. NASCIMENTO, 2012, p.
44).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) indicam os seguintes objetivos para a


disciplina de Ciências:

- compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser


humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que
vive;

- compreender a Ciência como um processo de produção de


conhecimento e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos
de ordem social, econômica, política e cultural;

- identificar relações entre conhecimento científico, produção de


tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução
histórica;

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- compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades


humanas, sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas
científico-tecnológicas;

- compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens


individuais e coletivos que devem ser promovidos pela ação de
diferentes agentes;

- formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas


reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática
conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado
escolar;

- saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia,


matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

- saber combinar leituras, observações, experimentações, registros,


etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e
informações;

- valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e


cooperativa para a construção coletiva do conhecimento. (BRASIL,
1997).

Evidentemente, é lógico que, para o ensino nas séries iniciais do Ensino Fundamental, é
necessário adequar os conteúdos à faixa etária e série especifica de cada caso. Em função
disso, os PCNs (BRASIL, 2007) indicam as seguintes propostas de objetivos para o ciclo
inicial no ensino fundamental:

- comparação de diferentes ambientes naturais e construídos,


investigando características comuns e diferentes. Assim, verificar que
todos os ambientes apresentam seres vivos, água, luz, calor, solo e
componentes e que, porém, possuam outros componentes e fatos e se
apresentam de modo distinto em cada ambiente;

- organização e registro de informações por meio de desenhos,


quadros, esquemas, listas e pequenos textos, sob orientação do
professor;

- interpretação das informações por intermédio do estabelecimento de


relações, de semelhanças e diferenças e de sequências de fatos;

- comunicação oral e escrita de suposições, dados e conclusões,


respeitando diferentes opiniões. (BRASIL, 2007).

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Para quem deseja e precisa de boas sugestões de atividades no ensino de Ciências Naturais nas
séries iniciais do Ensino Fundamental, recomendamos a leitura da obra “Fundamentos e
metodologia do ensino das ciências da natureza” de Viviane Briccia do Nascimento, indicado
nas referências bibliográficas e disponível na internet em formato de PDF, principalmente a
partir da página 67 em diante, onde aparecem diversas e interessantes sugestões de atividades
com alunos, havendo, inclusive, fotografias acerca do assunto. São verdadeiras receitas para
desenvolver bons trabalhos. Ressaltamos que a obra toda é um curso para docentes – em
formato de EAD.

Para Viecheneski, 2013, “o desafio dos docentes está em propiciar um ensino que
estimule os estudantes, que aguce e reforce a sua curiosidade, o gosto pela participação e o
desejo de aprender”. Por isso, é imprescindível que os professores estejam adequadamente
preparados para a terefa.

Para Rosa et al, 2007

Ao ensinar ciências às crianças, não devemos nos preocupar com a


precisão e a sistematização do conhecimento em níveis da rigorosidade
do mundo científico, já que essas crianças evoluirão de modo a
reconstruir seus conceitos e significados sobre os fenômenos
estudados. O fundamental no processo é a criança estar em contato
com a ciência, não remetendo essa tarefa a níveis escolares mais
adiantados. ROSA et al, 2007, p. 362).

Percebe-se, claramente, que não pode ser um ensino preocupado na fixação dos
conteúdos, mas uma maneira em que a criança é levada a perceber, praticamente brincando, de
que há muitas coisas interessantes no entorno natural que provoca os fenômenos naturais,
como vento, chuva, dia e noite, espaço, astros no firmamento, plantas, animais, elementos
inanimados, etc. Isso tudo, de alguma forma ela já percebeu desde antes de frequentar a
escola, mas agora é hora de ela saber que isso é assunto para saber sempre mais à medida que
vai crescendo e conhecendo o mundo em que vive e convive.

Para que o ensino de Ciências Naturais possa acontecer de uma forma mais adequada é
mister pensar na formação de professores.

3 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ENSINAR CIÊNCIAS NAS SÉRIES


INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Todos os problemas que percebemos nas dificuldades encontradas pelos professores


para cumprir a tarefa de ensinar ciências para crianças advêm de uma precária formação dos
professores. Conforme Augusto & Amaral, 2015,

“A formação superficial ou deficiente para o ensino de Ciências ajudou


a disseminar muitos mitos e equívocos entre as professoras das séries

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iniciais. Esses mitos e equívocos têm reflexo direto nas concepções e


práticas pedagógicas dessas docentes.” (AUGUSTO & AMARAL,
2015, p. 4).

A constatação demonstra o quão necessário é a formação docente para dar conta de


todas as tarefas educacionais.

Segundo Amaral, 1998,

“na busca por um novo paradigma para o ensino de Ciências, há a


necessidade de: [...] articular operacionalmente todos os princípios e
diretrizes curriculares recentemente preconizados, buscando uma nova
maneira de integração entre forma e conteúdo, tendo o ambiente
terrestre como o grande tema gerador, organizador e unificador do
processo de ensino-aprendizagem [...], aliar o pensamento teórico à
prática docente e assim engajar o professor de forma efetiva no
processo de produção da mudança, na decantada linha da ação-
reflexão-ação.” (AMARAL, 1998, p. 221).

Com certeza, já quase no final da segunda década do Século XXI, muita ação na
formação de docentes falta ser incrementada para que o jovem brasileiro se torne realmente
um cidadão plenamente integrado no mundo em que vive e saiba o que e por que tudo existe e
como ele precisa interagir com aquilo que compõe ambiente e sociedade.

Augusto & Amaral, 2015 citam Amaral (2005) quando colocam que

“A proposição de centrar o currículo de Ciências nos fenômenos do


Ambiente é fortemente preconizada pela disciplina em foco, que
pretende revelar plenamente o ambiente, ou seja, não reduzir o estudo
do ambiente apenas aos seus aspectos físicos e biológicos, mas
considerar os fatores sociais, econômicos, políticos e culturais
envolvidos, tornando a temática ambiental o eixo articulador do
currículo (AMARAL, 2005, in AUGUSTO & AMARAL, p.5).

Carvalho, 2001, já enfatizava:

Atualmente, quando se fala em objetivos que envolvem a compreensão


sobre a ‘natureza da ciência’, pressupõe-se uma análise que inclui um
componente crítico em relação ao processo científico. Enfatiza-se,
agora, a necessidade de que todos os cidadãos se apropriem desta
compreensão e se situem frente a esta discussão [...]. (CARVALHO,
2001, p. 140)

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O censo escolar de 2012 indica que 22% dos 2.101.408 professores brasileiros – 459
mil – não chegaram à universidade. Desse total, 8.339 terminaram apenas o ensino
fundamental, 115.456 concluíram o ensino médio regular e 335.418, o magistério. Entre os 1,6
milhão diplomados, 223.777 não cursaram licenciatura, modalidade que prepara professores.

O gráfico seguinte dimensiona ainda melhor essa problemática:

Figura 1:

Fonte: construído pela autora

Já, no gráfico seguinte, pode-se ver a relação entre professores diplomados e aqueles
que não cursaram licenciatura – preparação específica para docentes.

Figura 2:

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Fonte: construído pela autora

Esses gráficos demonstram que boa parte dos professores estão sem qualquer preparo
mais adequado para desempenhar suas funções, imagine-se, então para trabalhar os conteúdos
relacionados com as ciências naturais. Percebe-se que sequer a lei que diz de que todos os
docentes do ensino básico precisam ter curso superior está sendo cumprida em algumas partes
do país. Certamente, são professores que já estão há muitos anos na atividade, mas isso não se
justifica, em se tratando de formar jovens cidadãos com todos os requisitos exigidos pela vida
moderna.

Levando em conta tudo o que a literatura sobre a formação de professores traz,


percebe-se que essa formação é plenamente possível. Não se pode, porém, omitir alguns fatos
da realidade na educação brasileira, como, por exemplo:

a. Baixíssima valorização dos professores no âmbito comunitário;

b. Salários muito aquém da importância do trabalho docente;

c. Atribuição de culpa à escola pelas mazelas da sociedade;

d. Estruturação geral deficiente dos estabelecimentos escolares públicos;

e. Criminalidade no entorno das escolas na periferia de muitas das grandes cidades,


gerando bastante insegurança, inclusive para a saída de professores e alunos até espaços
fora dos prédios escolares;

f. Demora para a tomada de decisões de parte das autoridades governamentais, no tocante


à educação em termos de:

1. Repasses de verbas;

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2. Construção de novas escolas ou aumento das existentes;

3. Nomeação de professores;

4. Demora em promoção por merecimento ou tempo de serviço nos sistemas em que isso é
possível;

5. Falta de pagamento do piso nacional do magistério em vários Estados brasileiros e


muitos municípios pelo Brasil afora.

Pensamos que, corrigindo essas falhas todas, no poder público, e melhorando tudo em
relação à segurança e valorização dos docentes, o preparo dos professores será resolvido de
vez. Para isso, precisa haver determinação política e o envolvimento da comunidade e de cada
cidadão.

CONCLUSÃO

O trabalho docente, em qualquer nível, está cheio de desafios. Imagine-se a grandeza


desse desafio nas séries iniciais do ensino fundamental. Alfabetizar em termos de código
falado e escrito já demanda tempo, paciência e muita capacidade. Aliar a isso a construção de
conhecimento social e científico aumenta o peso e a necessidade de um bom preparo de cada
professor.

No presente artigo, apresentamos uma análise sobre a problemática de ensinar ciências


naturais nas séries iniciais do ensino fundamental. Nos três itens, foram destacados os aspectos
da dificuldade desse trabalho, a forma como devem ser trabalhados esses conteúdos e a
preparação dos professores para o alcance desse objetivo.

Consoante à importância do assunto e à extensão do problema maior – preparo docente


– tornou-se impossível o alcance de conclusões amplas, mas que é necessário ampliar o
aspecto em uma pesquisa de dissertação, ou seja, várias pesquisas para vários trabalhos
dissertativos, de monografias e de teses. Isto quer dizer que sobra muito a abordar e a
questionar para que esse aspecto da educação se torne bem mais visível.

Consideramos que os professores, no Brasil, são verdadeiros heróis, ao desempenhar


suas tarefas, mas também sabemos, após todas as leituras feitas na hora de pesquisar para este
trabalho, na bibliografia existente, que teoria há bastante, mas exemplos práticos, factíveis de
serem adotados pelos docentes, são em pequeno número e desconhecidos pela absoluta
maioria dos docentes, que, ou por trabalho demais para se sustentarem, ou por erros nas
faculdades responsáveis pela formação deles.

Esperamos que mais estudiosos se preocupem com o tema e produzam importantes


artigos ou escritos para que o problema seja visto por quem tem a obrigação maior de propor e
realizar a solução.

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