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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS – UNISANTOS

ESTELA MACHADO FERNANDES

RELATÓRIO DE ESTÁGIO: PROJETO DE ORIENTAÇÃO


VOCACIONAL

ESTÁGIO PSICOLOGIA ESCOLAR

SANTOS – SP

2023

ESTELA MACHADO FERNANDES


RELATÓRIO DE ESTÁGIO: PROJETO DE ORIENTAÇÃO
VOCACIONAL

ESTÁGIO PSICOLOGIA ESCOLAR

Relatório de estágio de Orientação vocacional


apresentado ao curso de Psicologia, da
Universidade Católica de Santos, para
aprovação no Estágio de Psicologia Escolar.

Orientadora: Prof.ª Daisy Inocência

SANTOS – SP

2023

Sumário
1. Introdução.......................................................................................................................... 4
2. Local de Realização do Estágio – Assistência Social Estrela Do Mar (APASEM)..............6
2.1. Descrição do ambiente................................................................................................6
3. Plano de Estágio................................................................................................................7
3.1. AUTONOMIA, AUTOCONHECIMENTO E ESCOLHAS PROFISSIONAIS..................7
4. Fundamentação teórica......................................................................................................7
4.1. DESENVOLVIMENTO HUMANO................................................................................7
4.2. ADOLESCÊNCIA.........................................................................................................8
4.3 ERIK ERIKSON E A CRISE DE IDENTIDADE VERSUS CONFUSÃO DE
IDENTIDADE...................................................................................................................... 9
4.4. ORIENTAÇÃO VOCACIONAL...................................................................................10
4.5. PROJETOS DE INTERVENÇÃO...............................................................................11
5. Objetivos.......................................................................................................................... 13
5.1. Objetivo Geral............................................................................................................ 13
5.2. Objetivos específicos.................................................................................................13
6. Descrição da execução do trabalho de estágio................................................................13
6.1 ENCONTRO 1 – Apresentação e autoconhecimento..................................................13
6.2. ENCONTRO 2 – Gestão de tempo e autonomia........................................................15
6.3. ENCONTRO 3 – Autoconhecimento, Autonomia/Escolhas e Estudo........................17
6.4. ENCONTRO 4 – Orientação de Estudo e Escolha Profissional................................18
6.5. ENCONTRO 5 – ÚLTIMO ENCONTRO.....................................................................19
6.6. ENCONTRO 6 – DEVOLUTIVA.................................................................................20
7. Avaliação Psicológica.......................................................................................................23
7.1 Escala de Maturidade Para a Escolha Profissional (EMEP).......................................23
7.2 Questionário de Avaliação Tipológica — QUATI.........................................................24
8. AVALIAÇÕES................................................................................................................... 24
8.1 Avaliação do trabalho executado................................................................................24
8.2 Avaliação das condições oferecidas pela supervisão.................................................25
8.3 Autoavaliação............................................................................................................. 25
9. SUGESTÕES................................................................................................................... 25
10. CONCLUSÃO FINAL SOBRE O ESTÁGIO DESENVOLVIDO.......................................26
Referências.......................................................................................................................... 28

1. Introdução

O desenvolvimento humano é um processo complexo e multifacetado, que


abrange diversas áreas do desenvolvimento individual ao longo da vida. Uma das
perspectivas fundamentais para compreender esse processo é o desenvolvimento
psicossocial, que se concentra na interação entre aspectos psicológicos e sociais
que influenciam o crescimento e a adaptação das pessoas.

No âmbito do desenvolvimento psicossocial, a adolescência é uma fase de


grande importância e transformação. Caracterizada pela transição entre a infância e
a vida adulta, a adolescência é marcada por mudanças físicas, cognitivas,
emocionais e sociais significativas. Durante esse período, os jovens enfrentam
desafios e descobertas, buscando construir sua identidade, estabelecer relações
interpessoais mais maduras e lidar com as expectativas sociais.

Um dos processos de maior relevância na transição da fase da adolescência


para a entrada no mundo adulto é o da escolha profissional e desenvolvimento da
autonomia. Este é o momento da realização de vestibulares e direcionamento do
jovem ao mercado de trabalho ou mundo acadêmico. Seja em uma esfera ou outra,
sabe-se que mudanças são marcadores no processo de desenvolvimento e
carregam momentos de crise, a adolescência é um momento de crise entre o mundo
infantil e o jovem adulto que nasce.

Neste sentido, a Orientação vocacional buscar instrumentalizar os jovens de


ferramentas objetivas e subjetivas para facilitar o processo de escolha profissional
mediante aplicação de dinâmicas de autoconhecimento, apresentação de situações
envolvendo o mundo do trabalho e fortalecimento da autoestima dos adolescentes.

Este relatório pretende relatar as experiências vivenciadas durante o estágio


de Psicologia Escolar, destacando as atividades realizadas do período entre 27 de
fevereiro a 16 de junho, os resultados que foram alcançados e as reflexões sobre os
encontros de Orientação Vocacional. Além disso, busca-se apresentar a importância
desse trabalho para o desenvolvimento pessoal e profissional dos orientandos, bem
como uma contribuição para a sociedade, ao contribuir para a formação de jovens
mais realizados em suas escolhas.

Buscou-se promover a autonomia na escolha profissional de estudantes com


idades entre 15 e 18 anos por meio de ações que oferecem oportunidades de
conhecimento profissionais e educacionais, estimulam o autoconhecimento,
fomentam mudanças comportamentais, ampliam horizontes intelectuais e prepara o
jovem para o mercado de trabalho, consolidando seus desejos profissionais.
2. Local de Realização do Estágio – Assistência Social Estrela Do Mar
(APASEM)

O estágio de Psicologia Escolar aconteceu na Associação de Assistência


Social Estrela do Mar (APASEM), na unidade de Educação Integral Núcleo
Jabaquara instituição localizada na Avenida Rangel Pestana, 395 Jabaquara,
Santos/SP. A instituição foi constituída em 02 de maio de 2002, pela Cúria
Diocesana de Santos, visando apoiar as iniciativas sociais das Paróquias da
Diocese de Santos.
Envolvida com causas sociais para a região da Baixada Santista, a Estrela do
Mar conta no seu quadro diretivo com pessoas voluntárias totalmente
comprometidas com as ações sociais da igreja, apoiando diversas atividades
sociais, culturais e educacionais em vários municípios vizinhos a cidade de Santos.
Além da iniciativa privada, atualmente, apresentam-se como principais parceiros da
APASEM, o Poder Público Municipal e Estadual, por meio de suas secretarias em
Santos, Cubatão e Praia Grande.

2.1. Descrição do ambiente

Todos os encontros foram realizados presencialmente na Associação de


Promoção e Assistência Social Estrela do Mar (APASEM), na unidade de Educação
Integral Núcleo Jabaquara. Seis deles ocorreram na escola que conta com dois
andares, salas amplas e ventiladas, com carteiras brancas de acabamento em metal
pintado de preto, chão de taco e quadro branco. No primeiro andar, estavam
localizadas as salas administrativas, além da equipe de limpeza e manutenção.
Como os estágios foram realizados aos sábados, as salas estavam vazias, com
exceção dos alunos de Psicologia da Universidade Católica de Santos, que
ocupavam o segundo andar juntamente com seus orientadores e alunos. Quanto ao
último encontro, no qual foram entregues as devolutivas aos alunos, ele ocorreu no
campus da Vila Matias da Universidade Católica de Santos.

A APASEM tem o papel importante, na Baixada Santista, de atender as


necessidades da região no que tange a Assistência Social. Além disso, garante a
valorização e promoção de cultura, a defesa do patrimônio histórico e artístico, a
oferta de educação e saúde gratuitas, o combate à miséria e o apoio à segurança
alimentar e nutricional. A instituição baseia seu trabalho nos valores da paz, da
cidadania, dos direitos humanos e da democracia. Essas características refletem o
compromisso da Assistência Social Estrela do Mar em contribuir para o bem-estar
social, cultural e humano, buscando promover a igualdade de oportunidades e uma
sociedade mais justa e solidária.
Através de suas diversas ações e projetos, a Estrela do Mar busca
proporcionar um na Baixada Santista, serviços de apoio às pessoas em situação de
vulnerabilidade, promovendo cultura, ofertando um espaço de promoção a Saúde e
Educação em parceria com universidades, programas de desenvolvimento
profissional para jovens, educação e segurança alimentar. Seu compromisso com
valores éticos e universais ressalta sua busca por uma sociedade mais justa e
equitativa e demarca sua relevância no território.

3. Plano de Estágio

3.1. AUTONOMIA, AUTOCONHECIMENTO E ESCOLHAS


PROFISSIONAIS.

A adolescência é uma fase de transição marcante, em que ocorre a


passagem da infância para a vida adulta. Durante esse período, a escolha
profissional e a orientação de carreira assumem grande importância. Com base nas
teorias de desenvolvimento e considerando que o cérebro dos adolescentes está em
processo de maturação até aproximadamente os 25 anos, foi desenvolvido o projeto
"Autonomia, Autoconhecimento e Escolhas Profissionais" com a participação de
jovens entre 15 e 18 anos que estão passando por essa fase de decisões. O projeto
pretende proporcionar oportunidades de conhecimento profissional e educacional,
estimular o autoconhecimento, promover mudanças comportamentais, ampliar
horizontes intelectuais e preparar os jovens para ingressarem no mercado de
trabalho, consolidando assim seus desejos profissionais.

4. Fundamentação teórica

4.1. DESENVOLVIMENTO HUMANO

O desenvolvimento humano é um processo complexo e multifacetado, que


abrange todas as áreas do desenvolvimento individual dos sujeitos:
Desenvolvimento físico, Desenvolvimento Cognitivo e Desenvolvimento
Psicossocial. O desenvolvimento resulta da interação de diversos fatores tais como
hereditariedade, ambiente e sociedade em que se vive. Piaget (1998), contribui
acerca da compreensão do processo do desenvolver-se e coloca:
[...] o desenvolvimento do ser humano está subordinado a dois
grupos e fatores: os fatores da hereditariedade e adaptação
biológica, dos quais depende a evolução do sistema nervoso e dos
mecanismos psíquicos elementares, e os fatores de transmissão ou
de interação sociais, que intervêm desde o berço e desempenham
um papel de progressiva importância, durante todo o crescimento, na
constituição dos comportamentos e da vida mental (PIAGET, 1998, p.
17)

4.2. ADOLESCÊNCIA

Caracterizada pela transição entre a infância e a vida adulta, a adolescência é


marcada por mudanças físicas, cognitivas, emocionais e sociais significativas.
Durante esse período, os jovens enfrentam desafios e descobertas, buscando
construir sua identidade, estabelecer relações interpessoais mais maduras e lidar
com as expectativas sociais.

A adolescência corresponde ao período que vai desde os onze até os vinte


anos, e é um momento que oferece oportunidades para o crescimento não só em
termos de dimensões físicas, mas também em competência cognitiva e social,
autonomia, autoestima e intimidade. (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Os jovens que
têm relações de apoio com os pais, a escola e a comunidade tendem a desenvolver-
se de forma positiva e saudável (Youngblade et al., 2007 apud. PAPALIA;
FEELDMAN, 2013).

É nessa fase que os jovens buscam a construção de relações íntimas e


duradouras, desenvolvendo habilidades sociais e emocionais. Também é possível
observar o surgimento de conflitos com os pais ou figuras de autoridade, à medida
que os adolescentes buscam uma maior autonomia e independência. As mudanças
experienciadas neste momento são cruciais e impactam a formação do indivíduo
para o resto de sua vida adulta, neste sentido, é fundamental que se disponha um
olhar voltado as particularidades dos sujeitos, podendo ofertar suporte para que
esse momento transicional seja vivido de forma saudável.
4.3 ERIK ERIKSON E A CRISE DE IDENTIDADE VERSUS CONFUSÃO DE
IDENTIDADE

No âmbito do desenvolvimento psicossocial, a adolescência é uma fase de


grande importância e transformação. Para Erikson (1968), a principal tarefa da
adolescência, é confrontar a crise de identidade versus confusão de identidade, ou
confusão de identidade versus confusão de papel, de forma que se consiga atingir
um nível relativo de bem-estar, ou um self coerente. O conceito da crise de
identidade baseou-se em parte na experiência pessoal de Erikson. A identidade,
segundo Erikson, forma-se quando os jovens resolvem três questões importantes: a
escolha de uma ocupação, a adoção de valores sob os quais viver e o
desenvolvimento de uma identidade sexual satisfatória.

Considerando que o processo de construção da identidade se


constitui em um contexto de relações sociais e culturais, ou seja, ela
não se dá de forma inata, torna-se fundamental investigar como o
espaço da escola pode contribuir para a formação da identidade do
adolescente. Este contexto social fornece condições para os mais
variados modos e alternativas para a construção da identidade,
principalmente ao nos referimos à contemporaneidade, que se trata
de um momento marcado por características como a transitoriedade
e a efemeridade. (SOUZA, 2009)

Erikson argumenta que a adolescência é um período de intensa busca por


identidade, em que os jovens experimentam diferentes papéis e possibilidades. Eles
podem experimentar diferentes estilos de roupas, grupos de amigos, atividades
extracurriculares e até mesmo valores pessoais. Essa exploração é essencial para
eles desenvolverem uma identidade coesa e autêntica.

No entanto, Erikson ressalta que os adolescentes podem enfrentar desafios


durante esse processo. Se não conseguem se engajar de forma saudável na busca
por identidade, podem experimentar confusão de identidade. Isso ocorre quando os
jovens se sentem perdidos, incapazes de tomar decisões importantes ou de
entender quem realmente são. A confusão de identidade pode levar a problemas de
autoestima, ansiedade e dificuldades na formação de relacionamentos.
Em suma, Erik Erikson vê a adolescência como uma fase crucial para o
desenvolvimento da identidade. Ele reconhece os desafios e a busca intensa por
uma identidade coesa, destacando a importância do apoio e da orientação dos pais
e da sociedade nesse processo. Sua teoria fornece uma perspectiva valiosa sobre o
entendimento da adolescência como uma fase crítica no desenvolvimento humano.

Em suma, o desenvolvimento humano, com ênfase no desenvolvimento


psicossocial, nos permite compreender as múltiplas dimensões envolvidas no
processo de amadurecimento dos indivíduos. A adolescência, como uma fase chave
desse processo, demanda atenção especial, pois é um momento de importantes
transformações e de construção de identidade e autonomia.

4.4. ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

A Orientação Vocacional desempenha um papel crucial nas estratégias da


Psicologia para promover uma escolha profissional mais assertiva. Ela oferece uma
variedade de ferramentas que auxiliam os jovens durante a transição para o
mercado de trabalho. Para os adolescentes, a fase de decisão profissional pode ser
repleta de ansiedade e apreensão em relação ao futuro incerto. Além de considerar
aspectos individuais, essa escolha é influenciada por fatores econômicos, sociais e
culturais. Neste sentido, podemos considerar que:

A orientação profissional é um processo que visa aprendizado por


parte do jovem e o ajuda a superar o conflito entre seu desejo e os
obstáculos a esse desejo, considerando basicamente três
características: o conhecimento de si, o conhecimento das profissões
e a integração desses aspectos em uma síntese pessoal, levando em
conta quem o sujeito foi, quem é, o que será e o que deixou de ser
pelo que não escolheu (Guedes, S. D. S. S., Cordeiro, A. F., &
Bessa, L. L apud. OLIVEIRA; DIAS, 2000).

A orientação profissional é um processo que permite aos sujeitos, em


especial os adolescentes que estão saindo do mundo infantil, enfrentarem o conflito
entre seus desejos e os obstáculos que surgem no caminho. Esse processo engloba
o conhecimento de si, das diferentes profissões e a integração desses aspectos em
uma síntese pessoal. É uma oportunidade para refletirem sobre quem foram, quem
são, quem serão e o que deixaram de ser devido às escolhas que fizeram ou não
fizeram. Assim, a Orientação Vocacional desempenha um papel fundamental ao
oferecer suporte e direcionamento aos jovens, capacitando-os a tomar decisões
profissionais mais conscientes e alinhadas com suas aspirações e potenciais.

Sobre a sua aplicação prática, a Orientação Vocacional utiliza uma série de


ferramentas que tornam esse processo eficiente e possível. Essas ferramentas
incluem projetos de intervenção que envolvem entrevistas, questionários, dinâmicas
em grupo e individuais, além da aplicação de testes psicológicos e observação. Essa
abordagem múltipla permite que os profissionais de orientação obtenham uma
compreensão mais abrangente dos jovens, suas habilidades, interesses e
personalidades, facilitando assim a identificação de caminhos profissionais
adequados para cada indivíduo

4.5. PROJETOS DE INTERVENÇÃO

A elaboração de um projeto de intervenção desempenha um papel fundamental na


viabilização da Orientação Vocacional, pois permite a organização de atividades
coordenadas em um contexto grupal, visando atender a um propósito conceitual.
Esses projetos são embasados em teorias do desenvolvimento e conceitos
essenciais, como Autocuidado e Autonomia. Pode-se afirmar que:

Um projeto de intervenção é uma proposta de ação construída a


partir da identificação de problemas, necessidades e fatores
determinantes. Cabe lembrar que o termo projeto refere-se a um
plano para realização de uma ação coordenada no futuro; ou seja,
algo que se lança à frente, sustentado em objetivos a serem
alcançados. Já a palavra intervenção implica uma ação objetiva, um
fazer concreto numa dada realidade. Nesse sentido, um projeto de
intervenção deve definir e orientar as ações planejadas para
resolução de problemas e/ou necessidades identificadas,
preocupando-se em gerar mudança e desenvolvimento. (SENAD,
2016, p.2 )

Para que um projeto de intervenção seja viabilizado, utilizam-se uma série de


outras ferramentas para este fim, são estas: Testes psicológicos, Entrevistas,
Observação e Dinâmicas de grupo. A respeito dos testes, pode-se considerar que
são um processo científico que busca obter dados mensuráveis sobre determinado
aspecto do comportamento. Segundo cartilha para avaliação psicológica do
Conselho Federal de Psicologia:

A Avaliação Psicológica é um processo técnico e científico realizado


com pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área
do conhecimento e com as demandas exigidas, requer metodologias
específicas. A Resolução CFP nº 9/2018, em vigência, define a
Avaliação Psicológica como um processo estruturado de investigação
de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e
instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de
decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em
demandas, condições e finalidades específicas. (CFP, 2022, p.9)

Sobre o aspecto dinâmico dos testes:

Nesse sentido, enfatiza-se que a avaliação psicológica é dinâmica e


constitui-se em fonte de informações de caráter explicativo sobre os
fenômenos psicológicos, para subsidiar os trabalhos nos diferentes
campos de atuação do psicólogo – dentre eles, clínico, saúde,
educação, trabalho, contextos de avaliações compulsórias e outros
setores em que ela se fizer necessária. Trata-se de um estudo que
requer um planejamento prévio e cuidadoso, que envolve a escolha
de procedimentos adequados às demandas e fins aos quais a
avaliação se destina. (CFP, 2022, p.9)

Em síntese, os projetos de intervenção desempenham um papel fundamental


na implementação da Orientação Vocacional, proporcionando uma ação estruturada
e coordenada para enfrentar o momento de escolha profissional. Esses projetos são
embasados em teorias do desenvolvimento e conceitos fundamentais, como
Autocuidado e Autonomia, visando gerar um impcto positivo no desenvolvimento.
Além disso, a utilização de ferramentas como testes psicológicos, entrevistas,
observação e dinâmicas de grupo auxilia no processo de avaliação e compreensão
dos indivíduos, contribuindo para a identificação de caminhos profissionais mais
assertivos.
5. Objetivos

5.1. Objetivo Geral

Auxiliar estudantes de 15 a 18 anos com a orientação à escolha profissional,


melhorar a autopercepção e a autonomia deles.

5.2. Objetivos específicos

Dos objetivos específicos deste projeto de intervenção, podemos elencar


como proposta desenvolver a autonomia da escolha vocacional, ofertar
oportunidades profissionais e educacionais; Acolher diferenças e dificuldades;
Provocar reconhecimento de potencialidades, gostos, preferências e revogações;
Acentuar a personalidade desenvolvendo o autoconhecimento; Fomentar as
mudanças sociais em relações com seus pares durante a adolescência; Enfatizar a
responsabilidade da vida adulta e da escolha individual; Ampliar horizontes
intelectuais e sociais; Experienciar encontros com novidades;

Ofertar informação sobre profissões e estereótipos; Situar o universitário em seu


cotidiano e no preparo para o mercado de trabalho; Ajudá-los a roteirizar a rotina e
os estudos, organizando para, justamente, valorizar todos os processos anteriores
consolidar direcionamentos para as preferências;

6. Descrição da execução do trabalho de estágio

6.1 ENCONTRO 1 – Apresentação e autoconhecimento.

O Encontro 1, realizado em 25/03/2023, teve como tema central a


Apresentação e Autoconhecimento. O objetivo principal era estabelecer um vínculo e
conexão com os adolescentes do projeto, proporcionando um ambiente acolhedor
para que pudessem se identificar e se sentir à vontade.

A recepção dos orientandos foi realizada de forma amigável por uma das
organizadoras, que os conduziu para dentro da instituição, apresentando o espaço e
se apresentando de maneira sutil. Em seguida, foi feito um discurso de
apresentação pelas estudantes de Psicologia responsáveis pelo projeto, Laura e
Anna. Elas ressaltaram que, embora estivessem no 4º ano e já tivessem estudado
sobre Orientação Vocacional, esse projeto também era um experimento para elas.
No entanto, garantiram que estavam bem orientadas por profissionais experientes
da área.

Durante o discurso, Laura e Anna explicaram que o objetivo do projeto era


auxiliar os orientandos a encontrar um direcionamento de carreira baseado em suas
personalidades individuais. Eles mencionaram que seriam aplicados testes sérios e
confiáveis, seguidos de uma análise detalhada, que seria devolvida ao final dos sete
encontros previstos. Além disso, destacaram a importância de ajudar os
participantes com os estudos e a rotina, incentivando-os a aproveitar o tempo e as
oportunidades para se desenvolverem e se tornarem melhores.

As organizadoras deixaram claro que o respeito era fundamental no projeto,


afirmando que não fariam distinções e que deixariam seus preconceitos de lado.
Elas enfatizaram a importância da autonomia dos participantes, explicando que
seriam realizados trabalhos para que pudessem tomar decisões condizentes com
seus planos de vida. Ressaltaram também a singularidade de cada um e garantiram
que seriam eles mesmos ao longo do processo.

Laura e Anna estabeleceram algumas diretrizes para os encontros, como a


importância da presença e pontualidade dos participantes. Os encontros ocorreriam
aos sábados, das 10h às 12h. Elas solicitaram que qualquer necessidade de sair
durante o encontro fosse comunicada, para evitar a perda de partes das dinâmicas
propostas.

Em seguida, foram realizadas diversas dinâmicas. Anna conduziu a


confecção de crachás, em que os alunos escreveram seus nomes na frente e, no
verso, a profissão que pensavam em seguir, juntamente com três características
marcantes. Essa dinâmica tinha como objetivo promover uma reflexão sobre as
características pessoais e sua relação com possíveis opções profissionais.

Laura apresentou um questionário de apresentação, em que os participantes


preencheram informações pessoais. Em seguida, Anna conduziu a dinâmica da
bolinha, em que os alunos se apresentavam dizendo seus nomes e respondiam à
pergunta sobre suas expectativas em relação ao projeto.
Laura explicou sobre o teste EMEP (Escala de Maturidade para Escolha
Profissional), que seria aplicado duas vezes ao longo do projeto. O objetivo desse
teste era verificar a maturidade para a escolha profissional.

O teste EMEP (Escala de Maturidade para Escolha Profissional) é uma


ferramenta utilizada no campo da Orientação Vocacional e Profissional. Ele tem
como objetivo avaliar a maturidade e as atitudes dos indivíduos em relação à
escolha de uma profissão.

A EMEP é composta por um conjunto de questões e itens que buscam


identificar diferentes aspectos relacionados à escolha profissional, como interesses,
valores, habilidades, autoconhecimento e expectativas. Através dessas avaliações, é
possível obter informações sobre o grau de reflexão e autopercepção do participante
em relação à sua futura carreira.

O teste é aplicado em formato de questionário, no qual os indivíduos devem


responder às perguntas de acordo com suas percepções e vivências. As respostas
são analisadas levando em consideração critérios estabelecidos pela escala,
possibilitando uma avaliação objetiva e comparativa entre os participantes.

Ao utilizar a EMEP, os profissionais de orientação vocacional e profissional


podem auxiliar os indivíduos na compreensão de seus interesses, valores e
características pessoais, contribuindo para uma escolha de carreira mais alinhada
com suas aptidões e aspirações.

É importante ressaltar que o teste EMEP deve ser aplicado por profissionais
capacitados, como psicólogos ou orientadores vocacionais, que possam interpretar
adequadamente os resultados e fornecer um feedback adequado aos participantes,
auxiliando-os na reflexão sobre suas escolhas e na tomada de decisões
relacionadas à carreira profissional.

6.2. ENCONTRO 2 – Gestão de tempo e autonomia.

No encontro realizado em 15/04/2023, abordamos o tema da gestão de tempo


e autonomia. O objetivo principal foi auxiliar os participantes a refletirem sobre como
gerenciar seu tempo de forma mais eficiente, incentivando a autonomia e o
desenvolvimento de hábitos saudáveis. A seguir, apresentaremos as atividades
realizadas durante o encontro.

Iniciamos o encontro com a atividade de recordação, conduzida por Laura e


Anna, com a observação de Estela e Maria. Relembramos as discussões do
encontro anterior e retomamos os curtigramas, analisando o que foi escrito nos
papéis. Utilizando marca-texto, reavaliamos aquilo que os participantes gostam, mas
não fazem, buscando incentivar ações nesse sentido. Também fortalecemos aquilo
que gostam e fazem, encorajando-os a continuar. Além disso, exploramos o que não
gostam, mas fazem, para compreender possíveis desafios a serem superados.

Na segunda atividade, Maria e Estela conduziram a análise da rotina dos


participantes por meio de uma planilha. Os participantes puderam refletir sobre como
gerenciam seu tempo e se possuem alguém responsável por essa função. A ideia
era que eles próprios identificassem áreas de melhoria e como aplicá-las em sua
rotina diária. Utilizando lápis de cor coloridos, preencheram a planilha, destacando
aspectos positivos, aspectos a melhorar e aspectos negativos em cada categoria, ao
longo da semana.

Em seguida, Estela e Laura conduziram a atividade de sonhos, metas e


obstáculos. Os participantes escreveram em um papel três sonhos, três metas e os
obstáculos que dificultam a realização dessas metas e sonhos. A proposta era
diferenciar sonhos e metas, além de fornecer ferramentas para superar obstáculos.
Em um processo de compartilhamento, alguns participantes tiveram suas respostas
sorteadas e discutidas em grupo, permitindo intervenções e soluções sugeridas
pelos demais participantes.

Após um intervalo de descontração, conduzido por Anna, foi aplicado o


QUATI (Questionário de Avaliação de Tempo Individual). As instruções foram
explicadas e eventuais dúvidas foram esclarecidas, permitindo que os participantes
realizassem o teste em um tempo previamente estabelecido.

Posteriormente, foi proposta uma atividade extra de trabalho em grupo. Os


participantes receberam uma situação-problema e foram desafiados a criar uma
rotina funcional para uma pessoa específica. A descrição da pessoa foi fornecida, e
os participantes trabalharam em equipe para desenvolver uma solução adequada.
Para finalizar o encontro, Laura conduziu a reflexão final, na qual houve
espaço para participações das outras facilitadoras, caso julgassem necessário.
Nesse momento, foi abordado o tema do EMEP (Encontro de Monitoramento de
Estudo e Projeto).

Durante o encontro, foram utilizados materiais como folhas sufite, canetas Bic,
marca-texto, planilhas impressas, lápis de cor e material do teste.

6.3. ENCONTRO 3 – Autoconhecimento, Autonomia/Escolhas e Estudo

No encontro do dia 29/04/2023, abordamos temas fundamentais para o


desenvolvimento pessoal dos participantes, como autoconhecimento,
autonomia/escolhas e estudo. O objetivo foi promover reflexões e atividades que os
ajudassem a se conhecer melhor, tomar decisões conscientes e se engajar nos
estudos de forma mais efetiva. A seguir, descreveremos as principais atividades
realizadas durante o encontro.

Iniciamos o encontro com a atividade de recordação, conduzida pela


aplicadora Laura. Os participantes foram convidados a relembrar o que foi discutido
no encontro anterior, por meio de uma dinâmica envolvendo sonhos, metas e
obstáculos. Eles compartilharam suas respostas e comentaram sobre as planilhas
de hábitos, distribuídas novamente e disponibilizadas próximo à saída da sala.

Em seguida, Maria e Anna conduziram a atividade do sorteio de frases


incompletas. Sentados em roda no chão, os participantes passaram uma caixa com
papéis contendo frases para serem completadas. Cada pessoa tirava um papel e
respondia à pergunta ou completava a frase, estimulando a participação de todos na
roda de conversa.

Na terceira atividade, Laura e Maria explicaram sobre carências e


competências. Os adolescentes receberam uma folha em branco e desenharam o
contorno de suas mãos. Na metade direita, escreveram cinco carências que
lembravam no momento, enquanto na metade esquerda, registraram cinco
competências que acreditavam possuir ou que alguém já havia mencionado a eles.

Após um intervalo de 10 minutos, comentamos sobre o caráter mais subjetivo


desse encontro, destacando que muitas vezes essas questões ficam esquecidas ou
guardadas no dia a dia. Também recolhemos feedbacks dos participantes,
valorizando suas opiniões e percepções.

A atividade seguinte, conduzida por Anna e Estela, abordou a conduta


profissional. Os participantes receberam uma folha com perfis de profissionais e
foram colocados na posição de Recursos Humanos, onde deveriam marcar
condutas consideradas negativas e positivas dentro do ambiente de trabalho ou
estudo. Essa dinâmica permitiu que refletissem sobre as características desejáveis e
indesejáveis em um profissional.

Finalizamos o encontro com uma reflexão conduzida por Estela. Retomamos


a ideia de que os participantes devem estar sempre atentos para se tornarem seres
humanos melhores, engajados e firmes em seus propósitos. Reforçamos a
importância de não se perderem de si mesmos e serem dedicados em realizar o que
desejam. Também fizemos breves comentários sobre o próximo encontro, que
abordará orientação de estudo e escolha profissional.

Ao final do encontro, disponibilizamos folhas com as planilhas de estudo na


mesa ao lado da saída, para que os participantes pudessem pegá-las, e verificamos
se lembravam dos conteúdos abordados.

6.4. ENCONTRO 4 – Orientação de Estudo e Escolha Profissional

No encontro do dia 06/05/2023, abordamos a temática da orientação de


estudo e escolha profissional. Nosso objetivo foi auxiliar os participantes a refletir
sobre seus interesses, habilidades e perspectivas futuras, a fim de tomar decisões
mais conscientes em relação à sua trajetória acadêmica e profissional. A seguir,
descreveremos as principais atividades realizadas durante o encontro.

Iniciamos o encontro com a atividade de brainstorming, conduzida por Laura.


Relembramos o que foi discutido no encontro anterior e buscamos unir conceitos
relacionados ao tema do autoconhecimento. Mesmo aqueles que não estiveram
presentes puderam participar e contribuir para a discussão.

Em seguida, Anna e Laura conduziram a atividade "Quem sou eu -


Profissões". Cada participante recebeu um papel com uma profissão, que foi colado
na testa de cada um, incluindo os facilitadores. Utilizando apenas afirmações e
respostas de "sim" ou "não", os participantes precisaram descobrir qual profissão
estava escrita em seu papel. Essa dinâmica permitiu a interação entre os
participantes e estimulou a reflexão sobre as diferentes áreas profissionais.

Na terceira atividade, Estela e Maria conduziram a discussão sobre conduta


profissional. Os participantes receberam folhas com perfis de profissionais e
assumiram o papel de Recursos Humanos. Com uma caneta de sua escolha, eles
marcaram as condutas que consideravam negativas e positivas dentro do ambiente
de trabalho ou estudo. Essa atividade contribuiu para que refletissem sobre as
características desejáveis e indesejáveis em um profissional.

Após um intervalo de 10 minutos, aproveitamos para comentar sobre as


atividades do encontro e abordar o tema das faculdades e cursos que os
participantes pretendiam seguir. Buscamos discutir questões específicas
relacionadas ao vestibular, dúvidas e outros temas pertinentes.

A quarta atividade, conduzida por Maria e Anna, envolveu a escrita de cartas


para o futuro. Os participantes receberam cartas com frases incompletas e foram
orientados a contar como foi o processo de orientação vocacional ao longo do ano.
Eles deveriam guardar as cartas e abri-las somente daqui a seis meses. A proposta
era que refletissem sobre como foi esse período, o que pensaram, suas certezas e
dúvidas, para analisarem como mudaram ao longo do tempo.

Finalizamos o encontro com uma reflexão final conduzida por Laura.


Realizamos um feedback em formato de esquema, combinando as significâncias
das atividades relacionadas às profissões e caminhando para o tema da escolha
profissional, tanto em nível individual quanto coletivo.

Durante todo o encontro, utilizamos materiais como canetas, lápis de cor,


durex, post-its, folhas em branco para observação e impressões de planilhas de
hábitos, casos de Recursos Humanos e cartas para o futuro.

6.5. ENCONTRO 5 – ÚLTIMO ENCONTRO

O encontro de fechamento do projeto de intervenção de orientação vocacional


teve como objetivo proporcionar reflexões sobre todo o processo dos encontros
anteriores e o que havia agregado na vida de cada aluno.
Neste sentido, no momento inicial do encontro, foram retomadas as principais
discussões e atividades realizadas no encontro anterior. Os alunos tiveram a
oportunidade de compartilhar suas reflexões, dúvidas e avanços desde então. Essa
retomada permitiu reforçar o processo de continuidade que é a O.V.

Prosseguindo a aplicação do EMEP, os participantes deram continuidade à


segunda parte do teste. Uma dinâmica chamada Profissões foi realizada com o
intuito de consolidar o conhecimento adquirido e incentivar a troca de informações
entre os participantes. todos os alunos de O.V participaram, incluindo de outras
salas. Cada aluno teve a oportunidade de apresentar uma profissão que
despertasse seu interesse e explicar os principais aspectos da carreira escolhida.
Essa dinâmica proporcionou uma visão mais ampla das diferentes áreas
profissionais, além de permitir a troca entre os estudantes.

Para encerrar o encontro de forma leve e descontraída, foi promovido um


momento de confraternização entre os participantes. Todos foram convidados a
trazer algum quitute ou lanche para compartilhar. Durante essa atividade, os alunos
puderam interagir de maneira mais informal, fortalecendo os vínculos criados ao
longo do processo de orientação vocacional.

O encontro de fechamento foi uma etapa simbólica do projeto de O.V,


possibilitou que os participantes refletissem sobre o percurso realizado até o
momento, enquanto a continuidade do EMEP e a dinâmica Profissões ampliaram o
repertório dos aplicadores acerca da evolução dos orientandos.

6.6. ENCONTRO 6 – DEVOLUTIVA

Sobre a orientada, A. R.

É uma adolescente do gênero feminino, 16 anos, estuda no Colégio Liceu


Santista e está no segundo ano do Ensino Médio. Apresenta interesse em escolher
uma profissão que se alinhe com seus interesses e habilidades. Trouxe como desejo
seguir a carreira de Médica Veterinária.

É uma adolescente extrovertida, que não tem medo de falar o que pensa e se
mostra bastante dinâmica em suas atitudes. Ela tem um grande interesse pela
carreira de médica veterinária, visando formar-se em alguma faculdade federal. A
aluna também demonstra grande afinidade por esportes, especialmente surfe e
andar de skate.

Durante a avaliação vocacional, a aluna apresentou grande interesse pela


carreira de médica veterinária, demonstrando afinidade com a área de biologia e
amor pelos animais. Além disso, a aluna mostrou interesse em áreas relacionadas
aos esportes, como a área de Educação Física e Nutrição Esportiva. Sua
personalidade extrovertida e dinâmica pode ser um bom indicativo para carreiras
que envolvam trabalho em equipe e liderança.

A aluna tem um perfil compatível com a carreira de médica veterinária, que se


alinha com seus interesses em biologia/ química (como a mesma menciona integrar
um grupo de estudos avançados) e amor pelos animais. A aluna também pode
considerar carreiras nas áreas de Educação Física, Nutrição Esportiva, e Medicina
que se conectam com seus interesses em esportes e seus interesses acadêmicos. É
importante que a aluna continue a explorar suas habilidades e interesses para definir
sua escolha profissional e busque informações sobre as faculdades que oferecem o
curso de Medicina Veterinária, visando escolher a que melhor se adapte às suas
necessidades e expectativas.

Sobre aspectos subjetivos, a aluna apresenta um grande potencial de vida e


uma personalidade extrovertida e dinâmica, que pode ser um indicativo para
carreiras que envolvam trabalho em equipe e liderança. A carreira de médica
veterinária se alinha com seus interesses em biologia e amor pelos animais, mas
outras áreas relacionadas aos esportes também podem ser consideradas. A aluna
deve continuar a explorar suas habilidades e interesses para definir sua escolha
profissional.

A., um ser único e cheio de potencialidades, revelou ao longo dos encontros


de orientação vocacional características marcantes de sua personalidade. Sua
habilidade em equilibrar energia e bom desempenho escolar, especialmente em
disciplinas exatas, aliada ao seu gosto por esportes como surfe e skate, demonstra
uma diversidade de interesses e talentos. Seu círculo relevante de amizades e sua
facilidade em criar vínculos ressaltam a importância das relações interpessoais em
sua vida e como elas contribuem para seu desenvolvimento.
Embora em alguns momentos busque se proteger da frustração, revelando
certa independência, sua capacidade afetiva transparece em sua fala, ação e
maneira de se relacionar com o mundo. Apesar da ausência em dois encontros, sua
presença efetiva demonstrou seu potencial e excelência. As avaliações de
maturidade e tipologia revelaram um repertório pessoal e afetivo amplo, com
conhecimento e habilidade social, além de responsabilidade acadêmica e clareza
em relação à carreira profissional. Sua extroversão e expressividade emocional
também se destacaram, evidenciando sua conexão com o mundo ao seu redor.

Ao obter resultados acima da média em várias áreas de maturidade, como


determinação, responsabilidade, independência e conhecimento da realidade, fica
claro que, apesar de jovem e com o autoconhecimento em constante
desenvolvimento, A. possui um potencial significativo em seu processo de
amadurecimento. Considerando os testes aplicados, dinâmicas realizadas e
observações comportamentais, fica evidente sua orientação ao cuidado, habilidades
em ciências exatas e biológicas, amor pelos animais e dedicação, apontando para
uma aptidão na área da medicina veterinária.

Durante a orientação vocacional, A. manifestou grande interesse pela carreira


de médica veterinária, demonstrando afinidade com a biologia e paixão pelos
animais. No entanto, é importante ressaltar que seus resultados também indicam
afinidades com áreas relacionadas à saúde, como medicina, fisioterapia e nutrição
esportiva. Sua personalidade extrovertida e dinâmica sugere que carreiras que
envolvam trabalho em equipe e liderança também podem ser consideradas.

Como responsável por avaliar sua trajetória ao longo dos cinco encontros,
resta-me dizer que qualquer caminho profissional que A. escolher trilhar será bem-
sucedido, devido à dedicação e empenho demonstrados em sua jornada. No
entanto, além do desenvolvimento profissional, é essencial que ela cultive o amor
por si mesma e pela vida, como nos orienta Bell Hooks: "Honrar a nós mesmas,
amar nossos corpos, é uma fase avançada na construção de uma autoestima
saudável.”
7. Avaliação Psicológica

7.1 Escala de Maturidade Para a Escolha Profissional (EMEP)

A Escala de Maturidade para a Escolha Profissional (EMEP) tem como


objetivo avaliar cinco aspectos que determinam o nível de maturidade para a
escolha profissional. O teste psicológico foi aplicado estrategicamente em dois
momentos do projeto de orientação vocacional: no início, ou seja, no primeiro
encontro, e no fim, ou seja, no último encontro do projeto.

Em relação aos critérios da Escala de Maturidade para a Escolha Profissional,


avaliam-se a Determinação, Responsabilidade, Independência, Autoconhecimento e
Conhecimento da Realidade Educativa e Socioprofissional. Para isso, o orientando
deveria responder entre "Sempre", "Frequentemente", "Às vezes", "Raramente" e
"Nunca" para as 45 perguntas propostas pelo teste.

Nesse caso, para que o resultado do EMEP seja fidedigno, além da


realização das duas etapas do questionário, é necessário também utilizar outras
ferramentas, como observação, entrevista individual e dinâmicas em grupo. A
orientanda participou apenas de uma das duas etapas de aplicação do teste,
portanto, só é possível obter o resultado parcial dessa ferramenta de avaliação.

Em relação aos resultados, a orientanda alcançou pontuação de 47 no critério


Determinação, atingindo o percentil 80, considerado "médio superior" em relação à
média de estudantes da mesma faixa etária. Quanto à Responsabilidade, obteve
pontuação de 47, atingindo o percentil 80, considerado "médio superior" em relação
à média de estudantes da mesma faixa etária. No critério Independência, a
pontuação foi de 39, alcançando o percentil 90, considerado "superior" à média de
estudantes da mesma faixa etária.

Quanto ao critério Autoconhecimento, obteve pontuação de 28, alcançando o


percentil 40, considerado "médio" em relação à média de estudantes da mesma
faixa etária. No critério Conhecimento da Realidade Educativa e Socioprofissional, a
orientanda pontuou 40, alcançando o percentil 80, considerado "superior" à média
de estudantes da mesma faixa etária. Em relação ao resultado total, sua pontuação
bruta foi de 201, alcançando o percentil 90, considerado "superior" à média de
estudantes da mesma faixa etária.
7.2 Questionário de Avaliação Tipológica — QUATI

O teste QUATI é uma ferramenta de avaliação da personalidade


fundamentada na teoria Junguiana. Seu propósito é identificar as preferências
comportamentais de cada indivíduo, o que torna essa avaliação relevante em
contextos como os processos de Orientação Vocacional, como no presente projeto.

O teste QUATI consiste em uma série de situações do cotidiano em que o


participante deve selecionar as opções que melhor refletem seu comportamento.
Com base nas respostas fornecidas, o teste QUATI auxilia na determinação do tipo
psicológico do indivíduo, levando em consideração sua atitude consciente, bem
como suas funções de percepção e julgamento.

De acordo com os resultados do teste QUATI, a orientanda apresenta uma


atitude de Extroversão, sendo a Sensação sua função principal e o Pensamento
como função auxiliar. A função em oposição à principal, e, portanto, menos utilizada,
é a Intuição. Indivíduos com essas características tendem a ser expansivos,
adaptáveis, bem-humorados, conciliadores, de mente aberta, flexíveis e habilidosos
na solução de problemas.

8. AVALIAÇÕES

8.1 Avaliação do trabalho executado


Dentro das condições oferecidas no estágio, tive a oportunidade de adquirir
conhecimento e contar com orientadoras disponíveis para fornecer direcionamento.
Acredito que o estágio foi executado com relativo proveito. Iniciamos com uma
perspectiva de poucos estudantes e havia uma apreensão em relação à aderência
dos alunos ao projeto. Felizmente, conseguimos fazer com que a maioria se
comprometesse com o trabalho realizado e nos acompanhasse até o dia da entrega
da devolutiva.
O momento inicial de estudos, antes da idealização do projeto, foi
fundamental para uma execução ordenada. Além disso, a disponibilidade dos
professores em ajudar a pensar em estratégias de aplicação foi essencial para o
bom andamento do projeto. É claro que enfrentamos dificuldades, principalmente no
início, mas elas não foram maiores do que o engajamento dos estudantes de
psicologia em realizar o melhor trabalho possível para os alunos envolvidos.
Por fim, concluo com alegria esta etapa da minha formação como psicóloga,
tendo a certeza de que o trabalho entregue foi ético e eficiente, causando um
impacto positivo na vida daqueles alunos.

8.2 Avaliação das condições oferecidas pela supervisão


As supervisões foram fundamentais para a melhor execução do projeto. A
professora Daisy sempre se mostrou muito presente, solicita e flexível às nossas
demandas quando necessário. Da minha parte, só tenho a agradecer pela
participação ativa nesta etapa fundamental da trajetória na Psicologia e pelo
conhecimento compartilhado.

8.3 Autoavaliação
Avalio minha participação como excelente. Esta foi minha primeira
experiência em psicologia escolar e posso dizer que mudou o paradigma que eu
tinha em relação à área. Embora tenham ocorrido dificuldades, conciliar todas as
demandas não é tão simples, especialmente quando se trabalha durante a semana,
mas conseguimos superá-las e o projeto foi executado com maestria. Fico muito feliz
por encerrar esta etapa da graduação e orgulhosa dos esforços silenciosos e das
renúncias que fiz, pois no final tudo vale a pena.

9. SUGESTÕES
No último encontro, o que nós deveríamos entregar a devolutiva a
Universidade Católica de Santos não se preparou para receber os alunos, neste
sentido a sugestão seria de uma melhor comunicação entre os responsáveis por
possibilitar estas visitas com as orientadoras.

10. CONCLUSÃO FINAL SOBRE O ESTÁGIO DESENVOLVIDO

Em conclusão, o estágio em Psicologia Escolar, envolvendo a realização de


um Encontro de Orientação Vocacional para jovens de 15 a 18 anos, foi uma
experiência valiosa e significativa. Durante os cinco encontros do projeto de
intervenção, que incluíram a aplicação de testes psicológicos, dinâmicas e
observação, enfrentamos alguns obstáculos, mas conseguimos superá-los com
sucesso.

Essa oportunidade de estágio representou uma nova etapa em nossa


trajetória como profissionais da psicologia. Foi uma chance de aplicar os
conhecimentos teóricos adquiridos durante a formação acadêmica em um ambiente
real, lidando com os desafios e demandas da psicologia escolar.

Ao oferecer orientação vocacional para jovens em uma fase crucial de suas


vidas, pudemos auxiliá-los na tomada de decisões importantes relacionadas ao
futuro profissional. Além disso, as dinâmicas e observações nos permitiram
compreender melhor suas necessidades, inquietações e potenciais, contribuindo
para o desenvolvimento de estratégias adequadas de apoio emocional e orientação.

Apesar das dificuldades encontradas ao longo do estágio, nossa dedicação e


comprometimento possibilitaram que o projeto fosse concluído com sucesso. O
feedback positivo recebido dos participantes e da equipe escolar reforça a
importância desse tipo de intervenção e impacto positivo que a psicologia pode ter
na vida dos jovens.

Como psicólogos em formação, essa experiência nos ensinou a importância


da adaptação, resiliência e trabalho em equipe. Também nos proporcionou a
oportunidade de aprimorar nossas habilidades de comunicação, empatia e escuta
ativa.

Em suma, o estágio em psicologia escolar, culminando no Encontro de


Orientação Vocacional, foi um marco na nossa jornada profissional. Através dele,
pudemos aplicar os conhecimentos teóricos, desenvolver habilidades práticas e
testemunhar o impacto positivo de nosso trabalho na vida dos jovens. Estamos
gratos por essa oportunidade enriquecedora e entusiasmados para continuar nossa
trajetória como psicólogos, buscando sempre contribuir para o bem-estar e
desenvolvimento das pessoas que atendemos.
Referências

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