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2021
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Objetivos de aprendizagem
• Reconhecer a importância de organizar o trabalho pedagógico na educa-
ção em tempo integral por meio do planejamento.
• Articular os diferentes níveis de planejamento educacional presentes na
escola.
• Reconhecer os elementos constitutivos do planejamento educacional
presentes na escola.
Sendo a escola um espaço formal, a qual tem uma função a ser cum-
prida na sociedade, no que tange à garantia do direito à aprendizagem,
o planejamento educacional necessita também ser realizado de maneira
refletida, pensada e organizada, fundamentando-se em princípios e con-
cepções que coadunem com uma formação humana integral. Logo, se o
objetivo é formar o sujeito em todas as suas dimensões (cognitiva, espi-
ritual, lúdica, físico-motora, sociocultural, entre outras), o planejamento
será articulado de acordo com essa proposição. Desse modo, a intencio-
nalidade presente nos documentos da escola (PPP, plano de ação, regi-
mento escolar etc.) será colocada em prática no cotidiano da instituição.
Figura 1
Inter-relação entre concepção educacional e planejamento
Objetivos educacionais,
tendo em vista a função
social da escola
Concepção de educação Diálogo, reflexão
integral em uma escola Planejamento sobre a prática,
que oferta educação em educacional que reorganização do
tempo integral. considera a realidade trabalho, coletividade.
escolar.
Articulação entre concepção Direito à aprendizagem
e planejamento
Avaliação diagnóstica
da realidade
educacional Planejamento:
elaboração,
Concepção de consolidação e
educação integral. Articulação entre avaliação.
currículo, planejamento
Organização do trabalho e avaliação. Ação, reflexão e
pedagógico ação sobre a prática
educativa
1
A equipe gestora da Escola Esperança , ao analisar os dados advindos das avaliações da aprendizagem
das quatro turmas de 5º ano, percebeu que 35% desses estudantes estavam com dificuldade em resolver
situações-problema. Ao fazer um mapeamento de quem fazia parte desse número, verificou-se que eram aqueles que não
estavam tendo acesso a uma oficina de Matemática, ofertada aos estudantes que frequentavam a escola por 8h diárias.
Quando o conselho de escola foi convocado, alguns representantes dele afirmaram a necessidade de reforço escolar no
período da noite. Outros afirmaram que a causa era a dificuldade individual de cada um dos estudantes, e que, para isso,
tinha que se enviar mais tarefa de casa. A equipe gestora, então, comprometida com disposição do PPP da escola, de que
todos são capazes de avançar em suas aprendizagens, afirmou a necessidade de (re)organizar o horário da oficina de
Matemática, de maneira que todos os estudantes do 5º ano pudessem ter acesso a essa proposta metodológica. Assim,
o planejamento escolar foi readequado de acordo com o diagnóstico realizado.
Figura 3
Concepções e práticas de planejamento
• O ensino é transmissivo.
• Relação autoritária entre professor e estudante.
Concepção tradicional • Os saberes dos estudantes não são reconhecidos.
• O planejamento está fundamentado numa concepção tradicional
de currículo: currículo como listagem de conteúdos.
Leitura
O artigo Educação e desenvolvimento integral: articulando saberes na escola e além da
escola propõe reflexões sobre a concepção de educação integral na perspectiva de
uma formação humana em sua totalidade, sinalizando a importância de que, para isso,
aquele que educa – o professor – também precisa ser vislumbrado em sua totalidade.
Aponta também que, na educação em tempo integral, não há modelos prontos, o que
nos leva a refletir sobre a importância de planejamentos e propostas pedagógicas que
considerem as diferentes vozes da comunidade educativa.
GUARÁ, I. M. F. R. Em Aberto, Brasília, v. 22, n. 80, p. 65-81, abr. 2009. Disponível em: http://rbep.inep.gov.br/ojs3/index.
php/emaberto/article/view/2419/2158. Acesso em: 24 fev. 2021.
O artigo A posição do planejamento participativo entre as ferramentas de intervenção na
realidade discute as três etapas do planejamento participativo, que, segundo o autor,
são o marco referencial, o diagnóstico e a avaliação. Combate a noção de neutralidade
do planejamento trazendo reflexões sobre sua importância na qualidade de instru-
mento de transformação da realidade.
GANDIN, D. Currículo sem Fronteiras, v. 1, n. 1, p. 81-95, jan.-jun. 2001. Disponível em: https://www.ets.ufpb.br/
pdf/2013/2%20S1%20Gestao%20Estrategica%20-%20IFES/GANDIN_A%20posi%C3%A7%C3%A3o%20do%20
planejamento%20participativo.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021.
Planejamento dos
sistemas de ensino
PPP
Plano de ação
Plano de ensino e
planos de aula
Figura 5
Avaliação dos três marcos de construção do PPP
A equipe gestora da Escola Esperança, que oferta educação em tempo integral, convocou os diferentes
segmentos da comunidade educativa para participarem da elaboração do PPP. Nas reuniões realizadas
para estudo sobre a construção do documento, certificaram que a maioria presente era de professores e de funcionários
da escola e que as poucas famílias que se fizeram presentes não se sentiam à vontade para participar das discussões.
Avaliaram que deveriam mudar a estratégia de organização desses momentos de estudo, então, verificaram junto às famí-
lias quais os melhores dias e horários para participação e propuseram dinâmicas de trabalho em que fosse imprescindível
o posicionamento desses responsáveis.
Figura 6
Relação entre o plano de ação e o PPP da escola
PPP
Plano de ação
Uma escola que oferta educação em tempo integral afirma, em seu PPP, que o seu planejamento
ocorre de maneira participativa, democrática e que visa formar os sujeitos de maneira multidimensio-
nal. Ao realizar a avaliação institucional, percebem que os estudantes se queixam de cansaço exces-
sivo, pois têm permanecido muito tempo em sala de aula. A equipe gestora (equipe diretiva e equipe pedagógica)
convoca uma reunião do conselho de escolar para que os diferentes segmentos da comunidade educativa possam
levantar estratégias de solução para esse problema. Nesse caso:
Os estudantes: sugerem que as aulas sejam realizadas também no pátio, na biblioteca e no laboratório de ciências.
As famílias/os responsáveis: podem contribuir com a escola no mapeamento de espaços que podem ser utilizados
na comunidade com os estudantes.
Os professores: contribuem com a organização do mapeamento dos espaços do entorno e da cidade, além de pla-
nejarem propostas em que os estudantes possam ter acesso aos conhecimentos científicos, históricos e culturais
articulados à vida em sociedade.
Os pedagogos e/ou articuladores pedagógicos: no momento de estudo e de planejamento com os professores,
propõem estratégias formativas em que os professores possam articular os princípios dispostos no PPP à prática
pedagógica.
A equipe diretiva: garante a logística para que os estudantes possam utilizar os diferentes espaços do entorno da
escola e os lugares da cidade para que o conhecimento se torne vivo. Articula para que as decisões realizadas na
reunião sejam registradas em ata e, a partir desta, o plano de ação seja elaborado.
Figura 7
Plano de ação: programação e monitoramento
Avaliação e
planejamento
• Diagnóstico; institucional
• Plano de ação:
• Elaboração coletiva; participação da
• Efetivação pelos • Diagnóstico por meio da Efetivação
comunidade educativa;
diferentes segmentos avaliação institucional; do PPP
• Elaboração,
da comunidade. • Relação permanente
acompanhamento, • Gestão participativa.
com o PPP.
consolidação e
PPP
monitoramento.
Figura 8
Relação entre níveis de planejamento
PPP
Planejamento
de ensino
Plano
de aula
Figura 9
Passo a passo para elaboração do planejamento de ensino
Pedagogo Organização
e/ou articulador lógica do ensino, Coletivo de
pedagógico de acordo com profissionais
Coletivo de
mediam as o objeto de organizam
professores que Articular a
Diagnósticos discussões estudo de cada propostas
atendem turmas organização
do processo de em função componente didático-
em comum do plano
aprendizagem dos direitos à curricular, -pedagógicas que
reúnem-se de aula do
das turmas em aprendizagem conforme o coadunem com
conforme planejamento
comum. dos estudantes: currículo da as concepções
organização da de ensino.
desenvolvimento escola e de e os princípios
equipe gestora.
do sujeito nas acordo com dispostos no PPP
diferentes o diagnóstico da escola.
dimensões. realizado.
PLANO DE AULA:
• princípios dispostos
no PPP colocados em
prática pelo professor;
• objetivos de ensino-
-aprendizagem
articulados ao
planejamento de ensino;
Concepção de • temporalidade menor
educação integral: Planejamento Plano de que o planejamento de
formação humana de ensino aula ensino;
multidimensional
• necessidades de
(PPP).
aprendizagem e
potencialidades de cada
um dos estudantes a
partir de uma avaliação
diagnóstica;
• atividades diversificadas;
• detalhamento do que
será desenvolvido com
Livro os estudantes.
Figura 11
Avaliação processual e formativa
• Readequação das
estratégias de ensino;
• Avaliação diagnóstica: Interação: professor • Planejamento do
análise e tomada de e estudante processo avaliativo: uso de
decisão. diferentes instrumentos
• Avaliação formativa: ao de avaliação.
(re)planejamento longo do processo de
ensino-aprendizagem. Aprendizagem e
desenvolvimento nas
diferentes dimensões
humanas
ATIVIDADES
Vídeo 1. Qual é a importância do planejamento em uma escola que oferta
educação em tempo integral?
Figura 2
Dimensões que embasam o trabalho pedagógico
PPP participativo
Para Moll (2013), é possível realizar rupturas; estas não devem mas-
carar velhas práticas, o que denomina de travestir o velho do novo. É
preciso superar concepções e práticas que vislumbrem o estudante
como responsável pelas não aprendizagens, como também suas fa-
mílias. Assim, é preciso que se conceba a escola como espaço para a
criatividade, para a pesquisa, para a ludicidade, para o diálogo e para o
intercâmbio cultural.
Figura 4
Respeito à capacidade de aprender
Atividades e
experiências
significativas. Todo estudante
têm condições de
Postulado: respeito avançar em suas
à capacidade de Planejamentos e práticas aprendizagens.
aprender. que possibilitem ao
estudante avançar. Reconstrução
Respeito ativo. permanente na
capacidade de
aprender.
Figura 5
Heterogeneidade versus homogeneidade nas atividades escolares
Heterogeneidade Homogeneidade
Pressuposto: Pressuposto:
há diferentes tempos, todos aprendem ao mesmo
ritmos e formas de aprender tempo e da mesma forma
Processo de ensino e de
Ensino transmissivo
aprendizagem articulados
Figura 6
Epistemologia interacionista e a organização de atividades desafiadoras
As atividades propostas
Superação de aos estudantes são
Formação de professores:
concepções que não desafiadoras, que geram
o pedagogo e/ou
contribuem com a desequilíbrios cognitivos.
articulador pedagógico
formação humana Esses desequilíbrios marcam
contribui com a crítica
integral. o início de novas gêneses,
epistemológica.
Organização de propostas segundo a teoria piagetiana.
Ação, reflexão- didático-pedagógicas
ação do professor. que estejam articuladas Processo de ensino
à epistemologia e de aprendizagem
interacionista. em uma perspectiva
emancipadora.
Figura 7
Ensino desafiador e eficaz
Artigo
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362011000300003
Figura 8
Inter-relação entre os saberes
O planejamento é articulado
Espaço da escola: trabalho com o
aos saberes dos diferentes
currículo formal, articulação dos
territórios educativos
tempos escolares aos tempos de vida.
disponíveis na cidade.
Figura 9
Integração curricular na escola de tempo integral
Conteúdos
escolares
Metodologias e Identidade
Tempo
estratégias de do sujeito da
continuum
ensino aprendizagem
Espaços
Figura 10
O conhecimento e a educação em tempo integral
Para Hernández (1998), essa listagem poderia ser mais extensa, po-
rém essas questões já contribuem para a escola que se propõe a orga-
nizar o processo de ensino-aprendizagem por meio da PEPT e faz uma
listagem do que poderia compor o conjunto de características de um
trabalho desenvolvido nessa perspectiva. Vejamos:
• Tema problematizador: levantado com os estudantes, um tema
problematizador favorece a interpretação e o pensamento crí-
tico, sendo considerados os diferentes pontos de vista. Para o
estudo, são levantados questionamentos com os estudantes e,
para responder às perguntas, são levantadas hipóteses iniciais,
que buscarão ser respondidas no decorrer da proposta.
• Professor como aprendiz: o professor não se coloca como al-
guém que tem todo o conhecimento para responder às questões
levantadas com os estudantes, mas em cada questionamento
buscará aprender mais sobre o assunto. Aprende no processo de
pesquisa e ao realizar mediações com os estudantes.
• Atitude questionadora: há questionamentos sobre a versão de
uma única verdade ou uma única solução para determinado pro-
blema. Assim, o professor sempre indagará, no processo de pes-
quisa e reflexão, se há outras possibilidades de resolução de um
problema, se há outras possíveis conclusões e se o conhecimento
pode ser visto por um outro prisma.
• Trabalho com diferentes formas de informação: as temáticas
que guiarão o PEPT podem surgir de diferentes fontes, não ten-
do um passo a passo para ser aplicado de maneira única, mas a
chave para o trabalho é a problematização; esta pode ocorrer por
meio de uma notícia da TV, uma busca na internet, um debate em
sala de aula, uma visita a uma exposição, entre outras formas.
O que importa, segundo Hernández (1998), é uma tarefa-chave
para o processo de pesquisa.
• Aprendizagem do processo de escuta: aprender com o profes-
sor e com os pares é elemento essencial para desenvolver um
trabalho em que o processo de pesquisa e de confronto de re-
sultados possa ser o cerne de uma proposta pedagógica. Assim,
aprender a ouvir o outro é fundamental para que haja reconheci-
Figura 12
Características da pedagogia da PEPT e a escola de tempo integral
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A lógica do tempo em uma escola que oferta educação integral no
tempo ampliado necessita ser em função da formação do sujeito mul-
tidimensional, ou seja, a organização escolar será realizada em prol do
desenvolvimento do estudante nos aspectos cognitivo, físico-motor, es-
piritual, social, lúdico, entre outros. Nesse sentido, é necessário superar
a fragmentação do tempo escolar em turno e contraturno, pois o sujeito
ATIVIDADES
Vídeo 1. Como a organização do tempo escolar revela a concepção de formação
humana, de educação, de ensino e de aprendizagem?
REFERÊNCIAS
ARROYO, M. G. Educandos e Educadores: seus direitos e o currículo. In: BEAUCHAMP,
J.; PAGEL, S. D; NASCIMENTO, A. R. do. (Org.) Indagações sobre currículo – Diversidade e
currículo. Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag4.pdf. Acesso
em: 16 abr. 2021.
ARROYO, M. G. O direito a tempos-espaços de um justo viver. In: MOLL, J. (Org.). Caminhos
da Educação Integral no Brasil: direito a outros tempo e espaços educativos. Porto Alegre:
Penso, 2012.
BACICH, L; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem
teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BECKER, F. A epistemologia do professor: o cotidiano da escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
BECKER, F. Tempo de aprendizagem, tempo de desenvolvimento, tempo de gênese. In: MOLL,
J. Os tempos da vida nos tempos da escola: construindo possibilidades. Porto Alegre: Penso, 2013.
Objetivos de aprendizagem
• Identificar as contribuições dos macrocampos orientados pelo
Programa Mais Educação e articulá-los a possibilidades de organi-
zação de atividades pedagógicas de acordo com o PPP da escola.
• Reconhecer a necessidade de identificar as especificidades da
comunidade educativa para planejar propostas que venham de
encontro às suas necessidades de aprendizagem.
• Perceber a importância de organizar todas as propostas da escola,
incluindo o tempo livre, reconhecendo que o tempo é livre para o
estudante e não para os profissionais que trabalham na escola.
Nesse viés, ainda que o PME não esteja mais em vigência – uma vez
que se tratou de uma política de governo e não de Estado –, o programa
trouxe aportes teóricos e práticos para os sistemas de ensino e para as es-
colas que buscam elaborar um Projeto Político Pedagógico (PPP) compro-
metido com a formação humana multidimensional, bem como colocar em
ação currículos que possibilitem aos sujeitos da aprendizagem aprender
de maneira experiencial e relacionando os saberes científicos, históricos e
culturais à vida em sociedade.
Para o trabalho com esse intercâmbio cultural, o PME propôs uma or-
ganização em diferentes macrocampos, que trazem elementos referentes
à organização de atividades e oficinas para a organização do tempo da ins-
tituição educativa das escolas que ofertam educação em tempo integral:
Acompanhamento Pedagógico; Comunicação e Uso de Mídias; Cultura e
Artes; Direitos Humanos em Educação; Investigação no Campo das Ciên-
cias da Natureza; Educação Econômica; Esporte e Lazer; Cultura Digital;
Educação Ambiental e Promoção da Saúde (BRASIL, 2009a).
Articulação
curricular
• Elaboração de
• Escolha das atividades
atividades didático-
• Áreas do do PME concernentes
-pedagógicas.
conhecimento ao Acompanhamento
Pedagógico.
Diagnósticos Integração
curricular
sim concebido como vivo, relacionando os conhecimentos históricos, Disponível em: https://www.
científicos e culturais (que são direitos de aprendizagem do estudante) youtube.com/watch?v=Hqa_
CYl7vAk. Acesso em: 23 abr. 2021.
aos saberes da vida em sociedade.
Espaços de participação
PPP: elaborado coletivamente efetiva da comunidade
Práticas educativas educativa
AÇÕES PERMANENT
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PP
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Es
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de
Isso quer dizer que o PPP de cada escola será único, mesmo que os
fundamentos teóricos-metodológicos sejam os mesmos em duas escolas
localizadas em uma mesma comunidade, que haja o compromisso com
a formação integral e que o currículo esteja balizado pela Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). Vamos a um exemplo:
Habitação Alimentação
Qual é a história das Corpo/vestuário Como é a alimentação dessa
construções do entorno Existem movimentos, danças comunidade? Há sabores e aromas
dessa escola? Houve e expressões corporais que característicos dessa alimentação?
planejamento desse bairro caracterizam a comunidade? Há falta ou desperdício de
ou vila? Existem heranças É possível identificar a origem alimento? Há hortas comunitárias?
culturais que podem ser cultural dessas expressões?
identificadas? Há vestuários que caracterizam a
cultura dessa comunidade?
(Continua)
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NadyaEugene/Shutterstock
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Atividades como amarelinha, pular corda, conversar com os colegas, dançar, ler e jogar xadrez são algumas das possibilidades para o
momento de livre escolha dos estudantes, sendo que, para essa organização, é importante que os profissionais da escola considerem os
interesses dos estudantes, suas culturas, suas formas de ver o mundo e seus tempos de vida.
Pátio Quadra
Parquinho da
Biblioteca
escola
Laboratórios Cancha
Diagnóstico do
Recursos
momento do Avaliação
humanos
tempo livre
Recursos
Objetivos
materiais
Estratégias Prazos
socialização, de diversão, de convivência, pois assim o tempo livre con- Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=3Q5QX-
tribuirá para o desenvolvimento integral dos sujeitos da aprendizagem, TDUW8. Acesso em: 26 abr. 2021.
indo ao encontro do que está disposto no PPP da escola.
MikeDotta/Shutterstock
Como se pode notar, as crianças da primeira imagem ainda necessi-
tam se alimentar com a colher, bem como da mediação de um adulto.
Também é necessário que o profissional da escola estimule-as a experi-
mentarem os diferentes alimentos. Já na segunda e na terceira imagem
percebe-se que os estudantes já têm autonomia para se servir, assim
como para utilizar a faca e o garfo para se alimentar.
Outra questão importante são os hábitos de higiene que a escola
que oferta educação em tempo integral necessita garantir e ensinar
aos estudantes, construindo com eles uma rotina de lavar as mãos an-
tes da refeição, bem como de escovar os dentes após esse momento.
Transformar o refeitório em um lugar acolhedor, humano e de mui-
ta aprendizagem requer dos profissionais da escola um olhar sensível
para os estudantes, compreendendo-os como sujeitos capazes de avan-
çar em seus conhecimentos. Quando isso ocorre, busca-se trazer para o
momento da alimentação dos sujeitos da aprendizagem não apenas a
possibilidade de ingerir o que é necessário à manutenção da saúde, mas
também de pensar no ambiente desse espaço como um todo.
https://anped.org.br/sites/default/files/gt06-2183_int.pdf.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na educação em tempo integral todas as práticas desenvolvidas são
pedagógicas. Por isso, é necessário articular a concepção de educação in-
tegral com todas as ações desenvolvidas no interior da escola. Assim, um
PPP elaborado coletivamente, com ampla participação da comunidade,
traz maiores possibilidades de todos os envolvidos no processo educativo
envolverem-se na efetivação de atividades que estejam de acordo com
uma concepção emancipatória de educação integral.
Ao elaborar o PPP e na sua efetivação, a escola tem nos documen-
tos que balizaram o PME fundamentos teóricos-metodológicos que po-
dem contribuir para os princípios, fundamentos e encaminhamentos
didáticos que colaboram na formação dos sujeitos da aprendizagem
em suas múltiplas dimensões.
ATIVIDADES
Vídeo 1. De que forma os macrocampos propostos pelo PME podem contribuir
para a organização das atividades em uma escola que oferta educação
em tempo integral?
Objetivos de aprendizagem
• reconhecer que, na escola de tempo integral, se faz necessário pos-
siblitar aos estudantes diferentes estratégias e metodologias que
tenham como fundamento a ludicidade e a criatividade;
• compreender a organização de uma oficina pedagógica;
• identificar a organização de uma sala ambiente.
ABDALLA, M. F. B; MOTA, S. M.
C. In: COELHO, L. M. C. C. Rio de Dimensão
cognitiva
Janeiro: FAPERJ, 2009.
Dimensão Dimensão
emocional sociocultural
Professor
Dimensão Dimensão
lúdica físico-motora
Figura 3
Planejamento de jogos e brincadeiras
Tempos Materiais
Espaços
• Qual horário as • Quais materiais serão
crianças poderão • Em quais lugares da
disponibilizados
escola, ou do seu
brincar livremente? para os jogos e as
entorno, os jogos e as
• Em quais momentos brincadeiras de livre
brincadeiras poderão
o jogo e a brincadeira escolha?
ser desenvolvidos?
estarão atrelados • Quais os materiais
• O espaço planejado
serão organizados,
ao trabalho com permite que tipo de
pensando no trabalho
os conhecimentos jogo e brincadeira?
intencional com
científicos, históricos e • O espaço oferece
os conhecimentos
culturais presentes no segurança às crianças
presentes no currículo
currículo? e aos profissionais?
escolar?
• É possível levar
• Qual é o interesse das • Os materiais são
materiais nesse
crianças no jogo e na seguros e adequados
espaço?
brincadeira proposta? à faixa etária?
Artigo
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2176-66812014000200002&script=sci_abstract&tlng=pt
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Jacob Lund/shutterstock
As imagens da Figura 4 nos remetem ao que Dewey (1979) denomi-
nava de protagonismo do estudante, em que o sujeito da aprendizagem
é ativo no seu processo de desenvolvimento. Para o autor, quando o
estudante é o protagonista, a educação não é um processo de alguém
falar e o outro ouvir, mas um processo de ação e construção.
Figura 5
Planejamento de uma oficina
Organização de
• PPP elaborado tempos, espaços e • O estudante participa em
coletivamente. atividades todas as etapas.
• Avaliação diagnóstica • O aluno é o protagonista
• O professor é mediador, do trabalho educativo.
da comunidade
planeja, organiza e
educativa.
medeia as oficinas.
Objetivo: formar • O docente ouve os Ação-reflexão-ação
integralmente estudantes, instiga-os a
pesquisar e a colocar a
mão na massa.
Segundo Rovai (2005), para organizar uma sala ambiente, não basta
encher de cartazes, ou de materiais um espaço da escola, pois para
construir um ambiente de aprendizagem é preciso que se possibilite a
criatividade dos estudantes, que seja um espaço de intercâmbio cultu-
ral e de oportunidades para que o estudante seja efetivamente o pro-
tagonista do processo de aprendizagem.
Refeitório
Figura 7
Dimensões do ambiente escolar
Dimensão
temporal
Dimensão Dimensão
física AMBIENTE funcional
Dimensão
relacional
ATIVIDADES
Vídeo 1. Quem é o professor na escola de tempo ampliado?
REFERÊNCIAS
ABDALLA, M. F. B; MOTA, S.M.C. A escola de tempo integral e suas implicações na prática
docente. In: COELHO, L. M. C. C. Educação integral em tempo integral: estudos e experiências
em processo. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2009.
ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2003.
BARBOSA, M. C. S. Culturas escolares, culturas de infância e culturas familiares: as
socializações e a escolarização no entretecer destas culturas. Educação & Sociedade,
Campinas, vol. 28, n. 100, out. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302007000300020. Acesso em: 9 maio 2021.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, MEC: Ministério da Educação, 2018.
Disponível em: http://download.basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 24 jun. 2021.
Objetivos de aprendizagem
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• compreender a importância da participação dos estudantes na
organização e consolidação de propostas educativas;
• identificar estratégias de participação dos estudantes;
• perceber a relevância do trabalho articulado entre escola e
famílias;
• identificar possibilidades de articulação entre a escola e a
comunidade.
Figura 1
Estudante como centro do fazer educativo
Direito de
ser ouvido:
• Concepção de educação participação efetiva
integral: multidimensio- • O estudante exerce o
nalidade humana. seu protagonismo na
• O estudante é cida-
• O sujeito é capaz de escola.
dão e participa dos
aprender e de participar. processos educativos.
Transformação da
realidade
Gestão democrática
Figura 2
Mecanismos para consolidação da gestão democrática na escola:
Construção
de uma
comunidade
democrática de
aprendizagem.
Fortalecimento
das formas de
comunicação.
Envolvimento
dos
estudantes no
processo.
local privilegiado para a ampliação das relações pessoais, para o com- Disponível em: https://ubes.org.
br/gremios/#cartilha. Acesso em:
panheirismo, para ouvir e respeitar o outro em seus posicionamentos 7 jul. 2021.
e opiniões” (MARTINS; DAYRELL, 2013, p. 16).
Organização da eleição
Figura 5
Diálogo com outras instâncias colegiadas:
Conselho de
Escola
Gestão
democrática
Grêmio Equipe
estudantil gestora da
escola
Participação Transparência
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, pudemos refletir sobre como o estudante pode exercer
o seu protagonismo em uma escola comprometida com a formação hu-
mana integral, visto que ela propiciará ao sujeito da aprendizagem todas
as possibilidades de se desenvolver integralmente. Diante dessa questão,
o grêmio estudantil, na qualidade de instância colegiada, proporciona ao
estudante condições de exercer a sua cidadania, aprendendo sobre a ges-
tão democrática de maneira vivencial.
É importante destacar que a diretoria do grêmio estudantil representa
todos os estudantes da escola no diálogo com as demais instâncias cole-
giadas na tomada de decisões da instituição educativa. Portanto, não fala
em nome de si própria, mas em função do direito e da necessidade dos
demais estudantes.
ATIVIDADES
Vídeo 1. Como o grêmio estudantil contribui para que o estudante exerça o seu
protagonismo no espaço escolar?
REFERÊNCIAS
ARROYO, M. G. Educandos e educadores: seus direitos e o currículo. In: BEAUCHAMP,
J.; PAGEL, S. D.; NASCIMENTO, A. R. do. Indagações sobre currículo. Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag4.pdf. Acesso em: 7 jul. 2021.
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