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TIPOS DE HERÓIS NA LITERATURA BRASILEIRA

Na literatura brasileira, observamos a presença de diferentes tipos de heróis que variam


conforme o contexto histórico, social e literário no qual estão inseridos. Esses heróis podem ser
representações de ideais nacionais, críticas sociais ou reflexões sobre a identidade do país.

Herói Nacionalista: personagens que encarnam os ideais de nação e patriotismo,


frequentemente associados ao período do Romantismo.
Exemplo: Peri, o protagonista indígena do romance "O Guarani" (1857), de José de Alencar,
é um exemplo de herói nacionalista que representa o nativo como figura nobre e fundamental na
formação da identidade brasileira.

Herói Realista: personagens que, em contraposição aos ideais românticos, são representados
de forma mais complexa e crítica, conforme a escola realista. Eles frequentemente enfrentam dilemas
morais e sociais.
Exemplo: Bentinho, o protagonista do romance "Dom Casmurro" (1899), de Machado de
Assis, é um exemplo de herói realista, cuja narrativa é marcada pela ambiguidade e profundidade
psicológica.

Herói Modernista: personagens que rompem com padrões e que frequentemente representam
a busca por uma identidade nacional mais autêntica e plural. São comuns na literatura modernista.
Exemplo: Macunaíma, o "herói sem nenhum caráter" do romance homônimo (1928) de Mário
de Andrade, é uma figura que transita por várias regiões do Brasil, misturando mitos, culturas e
linguagens.

Herói Trágico: personagens cujas vidas são marcadas pela fatalidade e pelo sofrimento,
muitas vezes como consequência de suas próprias ações ou de um destino cruel.
Exemplo: Riobaldo, o protagonista do romance "Grande Sertão: Veredas" (1956), de João
Guimarães Rosa, é um herói trágico, cuja jornada é marcada por dilemas morais intensos e uma luta
constante com o próprio destino.

Herói Social: personagens que representam as lutas e desafios das classes sociais menos
favorecidas, frequentemente retratadas em obras de cunho social e político.
Exemplo: Fabiano, o protagonista do romance "Vidas Secas" (1938), de Graciliano Ramos, é
um exemplo de herói social, representando o sofrimento e a luta dos retirantes nordestinos diante das
dificuldades impostas pela seca e pela pobreza.

Anti-Herói: personagens que subvertem as características tradicionais do herói, apresentando


falhas, contradições e aspectos humanos mais realistas.
Exemplo: Rubião, personagem principal do romance "Quincas Borba" (1891), de Machado de
Assis, é um exemplo de anti-herói, pois, apesar de sua boa-fé, ele é ingênuo e facilmente manipulado,
o que o leva a um destino trágico.

Esses tipos de heróis são, claro, modelos que podem se misturar e adaptar-se em diferentes
obras, mas servem como um ponto de partida para entender como diferentes épocas e movimentos
literários no Brasil abordam a figura do herói em suas narrativas.

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