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“Como viver a vida da forma mais humana?” / “Como alcançar a eudaimonia?

"
● A literatura grega procura achar respostas para essa pergunta;
● Atingir uma eudaimonia significaria obter as melhores condições possíveis para uma
vivência humana, em todos os seus sentidos, não visando apenas a felicidade, mas
também a virtude, a moralidade e uma vida significativa.
○ Diferentemente do conceito de felicidade, a eudaimonia não descarta a
existência de uma vida que seja, em alguns —ou em muitos— momentos,
dolorosa;
● Saber como viver é um conceito que está em relação recíproca com a ideia que o
indivíduo tem de mundo: vivemos de acordo com nossa ideia de mundo, e a ideia
que temos de mundo parte de nossas vivências.

A visão grega de realidade


● A mitologia grega é plural e variada
● Deuses gregos: quaisquer seres considerados superiores aos seres humanos
○ Não haveria uma resposta única acerca da veracidade da mitologia e dos
deuses mitológicos: alguns gregos poderiam interpretar os mitos de maneira
literal, outros não
● “Teogonia”, de Hesíodo
○ Retrata o princípio do mundo até o momento em que Zeus torna-se o rei dos
deuses
○ A narrativa de Hesíodo é verdadeira na medida que reflete uma visão de
mundo relativamente comum à maioria dos povos indo-europeus

● Cosmovisão do sacrifício
○ Visão de mundo indo-europeia
○ A Teogonia de Hesíodo retrata uma gradual passagem do caos à ordem
■ Zeus seria o rei das divindades por possuir astúcia e conseguir
negociar, criando um foco de ordem no caos existente entre os
demais deuses
○ O mundo seria um espaço de caos onde surgem focos frágeis de ordem —
que estão sempre ameaçados— , onde a existência humana poderia se
desenvolver
○ Primordialidade do caos e fragilidade da ordem: dentro de uma realidade
onde há a tendência ao caos, a experiência humana seria baseada em
tentativas de controlar tal desordem, mesmo que para isso sejam exigidos
grandes sacrifícios
■ Daí os sacrifícios de animais feitos pelos povos indo-europeus, como
uma maneira de pedir aos deuses a estabilidade da ordem
■ Viver seria lidar com o caos
■ Os antigos procuram um equilíbrio entre ordem e caos, uma vez que
o caos seria o responsável por dar movimento às coisas

O herói épico
● Uma das respostas dadas pelos gregos ao questionamento de como viver em um
mundo que constantemente tende ao caos estaria personificada na figura do herói
épico
● O senso comum quanto à figura do herói
○ O herói seria um indivíduo extraordinário que se sacrificaria em nome de um
“bem maior”, para vencer o “mal” e manter a ordem
○ Percepção de herói intimamente relacionada ao mito da vida de Cristo
● A Antiguidade quanto à figura do herói
○ O herói seria um descendente de homens e de deuses: ao mesmo tempo
em que é um mortal, o herói grego possui algo de divino em si
○ O herói faz coisas grandiosas, independentemente de serem consideradas
boas ou ruins
Gilgamesh
● Herói da épica mesopotâmica
● É provável que tenha existido e sido rei da cidade de Uruk
● 2100-2000 a.C: primeiras histórias sumérias sobre Gilgamesh
○ A versão suméria da epopeia de Gilgamesh apresenta um herói xamânico
■ O herói xamânico, com seus feitos, alcançaria algum tipo de
imortalização
● Transição da dominação suméria para a dominação acádia: incorporação das
histórias sobre Gilgamesh
● 1700 a.C: primeira versão da epopéia de Gilgamesh em acádio
● 1200 a.C: segunda versão da epopéia de Gilgamesh
○ A versão acádia da epopeia de Gilgamesh traz o tipo de herói que
responderia à questão proposta pela cosmovisão de um caos primordial — o
herói épico
■ O herói épico tem consciência de que vai morrer, e de que não terá
uma vida melhor do que a que já foi vivida
● A vida da alma (psyché) no mundo dos mortos seria
semelhante ao sonho
■ Os grandes feitos dos heróis seriam motivados por uma busca pela
fama e pela glória (imortalidade no campo da memória coletiva)

A resposta do herói épico


● Estando perante o caos, a resposta do herói seria a coragem
● Ao encarar a finitude humana de frente e com coragem, o herói garante sua honra e
dignidade
● Enfrentar o caos seria o caminho da glória e da imortalidade

Homero
● Homero não só se apropria da visão heroica, mas também a crítica sob uma
perspectiva de que o heroismo deveria ser pensado juntamente a um conceito de
equilíbrio

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